Laboratório Brasil

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Laboratório Brasil
 Durante a ditadura o aspecto econômico do Brasil era extremamente grave, a inflação era de 100% ao ano, a dívida externa estava em torno de 80 bilhões e o país teve que recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional), não podendo assim investir em educação e saúde. 
 A partir de 1983, com essa crise econômica aguda, a população, que estava completamente insatisfeita, pressionava por eleições diretas para presidente. Assim, em abril de 1984 ocorreu a emenda das Diretas Já, que acarretatou em uma transição pacífica para a democracia e com o fim das eleições indiretas. 
 Em 1985, Trancredo Neves foi o político eleito para assumir a presidência da Nova República, porém faleceu em abril do mesmo ano. Dessa maneira, o seu vice, José Sarney, assumiu prometendo combater a inflação e resolver a questão da dívida externa, melhorando assim as condições sociais. 
 Visando cumprir o que prometeu, Sarney criou o Plano Cruzado que possuía como medidas a extinção do Cruzeiro, a criação do Cruzado, o congelamento de preços, o fim da correção monetáira e o gatilho salarial (20% da inflação; caso a inflação aumentasse 20%, o salário mínimo também aumentaria). 
 Entretanto, o Plano Cruzado não deu certo e a inflação continuou a subir. Sendo assim, criado o Plano Cruzado II que teve um reajuste de todas as tarifas públicas e o fim do gatilho salarial; e o Plano Verão que teve como medidas a troca da moeda para Cruzado Novo, a privatização de estatais, um novo congelamento de preços e a tentativa de desindexação da econoimia e de controlar o déficit público. 
 Após três planos com tentativas de combater a inflação, o fim do governo de Sarney teve como consequências: inflação de 80% ao mês, descontrole fiscal, recessão, moratória da divida externa, desabastecimento, corrupções em altos escalões, escandâlos financeiros e descrédito da sociedade. 
 Com isso, em 1989, apoiado pela burguesia , por meio de uma campanha demagógica de acabar com a corrupção, moralizar a sociedade e combater os marajás, Fernando Collor é eleito presidente do Brasil. 
 
 
 Com o intuito de combater a inflação, o atual presidente criou o Plano Collor. O qual as medidas foram: a volta do Cruzeiro como moeda, o confisco de 80% dos depósitos bancários e aplicações, o congelamento de preços (até 18 meses), a tentativa de dar fim a indexação, a demissão de funcionários, a privatização das estatais, o fechamento de órgãos públicos e a abertura da economia à competição internacional. 
 No entanto, o plano não foi eficiente, nem duradouro, ocorrendo uma ascensão da inflação e uma péssima situação social e econômica. Assim, foi criado um novo plano, o Plano Collor II que incluía novos congelamentos de preços. Esse plano conseguiu produzir apenas um curto prazo de queda na inflação. 
 Logo após a mudança de Zélia por Marcílio Marques Moreira no Ministério da Fazenda, um novo plano foi posto em prática, o Plano Marcílio, que não obteve resultado, visto que as taxas de inflação durante esse plano permaneceram nos níveis da hiperinflação. 
 Depois do insucesso desses três planos, Collor procurou driblar os fracassos econômicos por meio de uma estratégia de marketing pessoal. Porém, após as denúncias feitas por Pedro Collor, os diversos escandâlos que surgiram e a autorização para o impeachment, Fernando Collor é afastado por 6 meses, renúncia e o seu vice, Itamar Franco, assume interinamente. 
 Assim, após dois anos e meio de tomadas de decisões para combater a inflação e quatro ministros da Fazenda. Fernando Henrique Cardoso, quarto ministro do governo de Itamar, cria o Plano Real que teve como medidas: mudar a moeda para o real, fixar a taxa de câmbio na pariedade de 1 real para 1 dólar, acelerar as privatizações, elevar os juros, facilitar as importações, prever o controle de gastos públicos, manter o processo de abertura econômica e buscar medidas de apoio à modernização das empresas. 
 Logo, percebe-se que o Brasil foi um verdadeiro laborátio experimental de teses e testes econômicos com fins de combater a inflação acumulada.