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Bpg e anomalias

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Bisfosfoglicerato (BPG): é um composto presente na hemoglobina que diminui a afinidade dela com o oxigênio, o que é essencial para a liberação de O2 nos tecidos. Dependendo de condições no organismo o nível de BPG pode aumentar, condições como: Altas altitudes, em casos de anemia, hipóxia (falta de oxigenação) tissular/tecidual prolongada, insuficiência cardiorrespiratória.
Assim um mecanismo adaptativo tenta compensar a falta de oxigênio com a liberação de gás para os tecidos. O resultado do aumento do BPG e da sua ação é a maior quantidade de desoxi-hemoglobinas fazendo com que elas fiquem com menos afinidade com o O2. Porque quanto mais partículas de oxigênio houver na hemoglobina, com mais afinidade ela fica.
Um outro problema a ser considerado é o efeito de diminuir a afinidade da hemoglobina para o oxigênio, como resultado da sua interação com o 2,3-bisfosfoglicerato (BPG), um composto presente em concentrações relativamente elevadas no eritrócito. Esta molécula de proteína carregada negativamente liga-se através da interação com carregado positivamente dispostos em uma cavidade formada entre as subunidades beta, quando a proteína é dos aminoácidos que constituem a proteína T. Quando muda para indicar R, ocorre uma alteração conformacional que impede vinculativo BPG a Hb. Quando o BPG está ausente, a R conformação da hemoglobina é favorecida. O processo de ligação da hemoglobina para 2,3 bisfosfoglicerato, se mostra na reação (3)
O BPG, a hemoglobina se liga a um sítio distante da ligação de oxigênio, a regulação da sua afinidade para o oxigênio em relação à sua pressão parcial no pulmão. Esta molécula desempenha um papel importante na adaptação do organismo em baixas pressões de oxigênio encontrados em altitudes mais elevadas. Em pessoas saudáveis ​​ao nível do mar a quantidade de oxigênio que se liga à hemoglobina é regulado de tal forma que o tecido é libertada em cerca de 40%, que pode ser transportado pelo sangue. Quando uma pessoa é transferida rapidamente para altitudes elevadas, onde a pO 2 é consideravelmente menor, a liberação de oxigênio para os tecidos é reduzida, no entanto, muito rapidamente concentração BPG começa a subir no sangue. O ajustamento da concentração de BPG tem um ligeiro efeito sobre a ligação de oxigênio para os pulmões, mas é importante para a sua libertação em tecidos, que permite que o nível de cerca de 40%, o que é normalmente transportado para reiniciar pelo sangue. A situação é invertida quando a pessoa retorna ao nível do mar (1, 2).
	
	Hemoglobina Fetal: 
Nos fetos, a obtenção de oxigénio a partir do sangue da mãe é conseguida devido ao desenvolvimento da hemoglobina fetal. Duas das quatro cadeias da hemoglobina fetal e do adulto (cadeias alfa - α) são idênticas mas a hemoglobina no adulto tem duas cadeias β (beta), enquanto que o feto tem duas cadeias gama (γ).
As cadeias β normais ligam-se ao difosfoglicerato, o seu regulador natural, que participa na libertação do oxigénio. As cadeias γ não se ligam da mesma forma ao difosfoglicerato e por consequência têm uma maior afinidade para com o oxigénio. Num ambiente pobre em oxigénio, como é o da placenta, o oxigénio é libertado da hemoglobina da mãe e o do feto “capta-o” e liga-se a ele. Esta pequena diferença na afinidade medeia a transferência de oxigénio da mãe para o feto. No feto, a mioglobina do músculo possui uma afinidade ainda maior para o oxigénio, de forma que as moléculas do oxigénio passam da hemoglobina fetal para serem armazenadas e usadas no músculo. A hemoglobina fetal não é prejudicial na infância, e nos humanos, a reposição da hemoglobina fetal pela hemoglobina adulta não se completa antes dos 6 meses de vida.
HEMOGLOBINAS ANOMALAS:
Os glóbulos vermelhos que contêm hemoglobina anormal podem deformar-se ou perder a capacidade para fornecer uma quantidade adequada de oxigénio aos tecidos.
Hemoglobina dos seres humanos adultos (HbA) podem sofrer alterações químicas transitórias devido a processos endógenos, como a glicosilação, uso de drogas e exposição a poluentes. Há também alterações devido a anomalias hereditárias causando anomalias estruturais.
Nas anomalias estruturais, a mudança de um aminoácido pode conferir mudanças quanto ao caráter hidrofóbico ou estrutural, afetando assim a afinidade com o oxigênio. 
Na hemoglobina S (HbS), que causa anemia falciforme. Tem alta incidência podendo chegar até 40% em algumas regiões da África. A sobrevida dos homozigotos é baixa, porém os heterozigotos possuem resistência a uma forma letal da malária, esse fato demonstra como mutações deletérias podem ser ferramentas de evolução para conferir sobrevivência a espécie. Os glóbulos vermelhos apresentam uma forma anormal de hemoglobina que implica uma redução da quantidade de oxigénio nas células e que os deforma, dando-lhes um aspecto de meia- -lua ou de foice. 
A meta- hemoglobina (HbM) essa forma de hemoglobina apresenta o ferro do grupo heme em estado férrico (Fe³+) que não se liga ao oxigênio. Esses pacientes são cianóticos, essa forma de hemoglobina só foi encontrada em estado heterozigoto, certamente a homozigose seria fatal
Na hemoglobina de Hammersmith a troca de aminoácidos PheCD1 por serina altera o caráter hidrofílico da cavidade onde aloja o grupo heme. 
Um outro grupo de lesões não genéticas é caracterizado pela síntese não estequiométrica das subunidades da hemoglobina. São as Talassemias observadas incidências maiores na região mediterrânea. Podem alfa ou beta talassemias. As alfa talassemias ocorre geralmente por deleção genica, nessas pessoas as cadeias alfa não se formam. Já a beta talassemia é causada por mutações pontuais, devido a produção ou alteração em uma proteína, alterando a estrutura beta. Os homozigotos dessas alterações apresentam anemia intensa chamados portanto de talassemia maior e enquanto os heterozigotos apresentam forma mais branda chamados de talassemia menor.
Há ainda a Hemoglobina glicosilada (Hb A1c). Quando a glicose reage com as cadeias β da hemoglobina do tipo A (α2β2). Esta reação é irreversível. Este fenómeno é mais marcante em indivíduos com diabetes não controlados, pois quanto maior o nível de glicose plasmático maior será a formação da hemoglobina gicada.

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