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Leucemia Mielóide Crônica e Aguda ENSINO CLÍNICO EM SAÚDE DO ADULTO IDOSO Professora Giselle Freiman Angélica Silva Larissa Muller Michelle Braga Patricia Taixeirão Sara Cristina Vanessa Klein Leucemia Mielóide A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos), geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. A medula é o local de formação das células sanguíneas chamado de hematopoiese e ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos, aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e as plaquetas. Classicamente a doença evolui nas fazes crônica e aguda. Após um período de tempo que pode variar de três a cinco anos, a LMC evolui para um período de doença mais avançado e de difícil controle caracterizada acelerada pela fase aguda. Leucemia Mielóide Aguda: É caracterizada por intensa proliferação de células mielóides, conhecidas como mieloblastos. O crescimento exagerado dos mieloblastos faz com que haja um acúmulo anormal das células imaturas na medula óssea, consequentemente diminuindo a produção e o número de hemácias, leucócitos e plaquetas. Leucemia Mielóide Crônica: É caracterizada pela presença de anormalidade genética nos glóbulos brancos, denominada Cromossomo Philadelfia, que resulta de uma translocação recíproca entre braços longos dos Cromossomos 9 e 22. Essas novas células geneticamente alteradas são reproduzidas pela medula óssea causando a doença. Fatores de Risco Exposição ambiental Ex. químico: agentes químicos como o benzeno (solvente de colas e produtos de limpeza). Ex. radiação sobreviventes de bomba atômica e acidentes de reatores nucleares Doenças genéticas Síndromede Down, Síndrome de Bloom e anemia Fanconi Doenças preexistentes na medula Síndrome mielodisplásica(SMC), desordens proliferativas e anemia aplástica Quimioterapiaprévia Cerca de 10%a 20% dos novos casos tem consequência o uso de quimioterapia prévia. Leucemia associada com agentes alquilantes pode causar mudançascitogenéticasnos cromossomos Etiologia Muitos clientes não apresentam fatores de risco identificáveis para desenvolver leucemia, mas é possível associar alguns. Diagnóstico Exame físico: Verificar cuidadosamente se existem alterações, por exemplo, dos gânglios linfáticos, do baço e do fígado. Análises sanguíneas: O laboratório faz a contagem de células do sangue. A leucemia causa uma grande elevação da contagem dos glóbulos brancos, ou diminuição dos mesmos . Também provoca níveis baixos de plaquetas e hemoglobina. Através da análise do sangue, no laboratório, também pode verificar-se se a leucemia afetou o fígado e os rins. Citogenética: No laboratório, são feitas análises aos cromossomos de células colhidas de amostras de sangue periférico, de medula óssea ou de gânglios linfáticos. Radiografia ao tórax: Os raios-X são importantes para avaliar indiretamente os pulmões e o coração. Diagnóstico Biópsia: É removido uma porção de medula óssea, do osso da bacia; a amostra é analisada ao microscópio, por um patologista. Uma biópsia corresponde à remoção do tecido ósseo, para verificação da existência de células cancerígenas. A biópsia é o único método seguro de saber se as células tumorais se encontram na medula óssea. Aspiração da medula óssea: o médico usa uma agulha, para remover amostras de medula (interior do osso). Biópsia da medula óssea: o médico usa outro tipo de agulha, para remover um pedaço de osso. Manifestações Clínicas Manifestações Clínicas Baixa produção dos glóbulos vermelhos, causando: Palidez na pele e nas mucosas Marcas roxas na pele sem motivo aparente Grandes hemorragias mesmo em pequenos cortes Cansaço Falta de ar Taquicardia Tontura Tratamento O tratamento da Leucemia Mielóide visa atingir a remissão, ou seja, que não haja mais células anormais no sangue e na medula óssea. A escolha do melhor tratamento dependerá de uma série de fatores, como idade, tipo de leucemia, saúde de modo geral. Em geral ela é dividida em duas fases, a terapia de indução de remissão e a terapia de consolidação. ARACYTIN (Citarabina) Indicado para o tratamento da Leucemia Mielóide aguda e Leucemia Mielóide crônica. BUSILVEX (Busulfan) Indicado para o tratamento da Leucemia Mieloide Crônica. SYNRIBO (Mepesuccinato de omacetaxina) Indicado para o tratamento da Leucemia Mielóide Crônica. SUSTOL (Granisetron) Medicamentoantiemético, recomendado para a redução das náuseas após o tratamento com quimioterapia. Tratamento Terapia de indução de remissão Essa fase do tratamento foca na eliminação de todas as células leucêmica do sangue e da medula óssea. Normalmente ela é feita com quimioterapia, e o processo é tão debilitante que é importante que o paciente fique internado. Quando eficaz, há uma redução das células de desenvolvimento, o que pode acarretar em redução dos glóbulos vermelhos (provocando anemia) e das plaquetas. Muitas vezes a transfusão de sangue é necessária. Terapia de consolidação Muitas vezes na terapia de indução de remissão, nem todas as células leucêmicas foram mortas, mas apenas controladas. A terapia de consolidação é importante para evitar que a doença retorne. Pode ser feita com quimioterapia, radioterapia e medicamentos. Em algumas vezes, pode ser feito o transplante de células tronco Educação em Saúde Paciente Orientar quanto a higiene oral cuidadosa. Orientar a não usar objetos cortantes: tesoura/alicate/lâminas durante o período de plaquetopenia. Orientar a usar sabão bactericida no banho. Informar ao paciente sobre a terapia medicamentosa, antecipando possíveis reações e efeitos colaterais (Alopécia). Alimentação hipercalórica e hiperprotéica. Família e Cuidador Orientação quanto a lavagem das mãos para qualquer pessoa que entre em contato com o paciente. Fazer uso de luvas e antissepsia rigorosa da pele para procedimentos invasivos. Estabelecer uso de máscaras para familiares e cuidadores do paciente. Promover repouso no leite durante episódios de sangramento. Observar e registrar os efeitos colaterais dos quimioterápicos, estimulando ingesta hídrica. Proteção ineficaz NANDA Relacionado ao câncer e agente farmacológico, evidenciado por alteração na coagulação e deficiência na imunidade. NIC Orientar o cliente a evitar contato com pessoas com doença infectocontagiosas ou recém-vacinadas; Monitorar sangramento; Monitorar contagem de leucócitos, neutrófilos e plaquetas. NOC Apresentará coagulação sanguínea normal. Mucosa oral prejudicada NANDA Relacionado ao regime de tratamento, evidenciado por úlcera oral e dor. NIC Incentivar higiene oral frequente, com soluções que não contenham álcool; Orientar o cliente sobre a importância da higiene oral adequada; Orientar o cliente a não ingerir alimentos quentes, ácidos e com condimentos; Avaliar necessidade de administrar analgésicos, conforme prescrição médica. NOC Apresentará mucosa oral em condição normal e preservada. Fadiga NANDA Relacionado ao aumento dos sintomas físicos, evidenciado por condição fisiológica (anemia e leucemia). NIC Acompanhar exames laboratoriais para identificar a necessidade de reposição de hemácias; Monitorar nível de fadiga de acordo com escala analógica numérica. NOC Manterá os níveis de hematócrito e hemácias para que não seja necessária transfusão sanguínea. Náusea NANDA Relacionado ao regime de tratamento, evidenciado por relato de náusea. NIC Realizar a adequada avaliação do cliente antes do tratamento; Administrar antieméticos de acordo com a prescrição médica; Avaliar aceitação alimentar e ingestão de líquidos. NOC Não apresentará episódios de náuseas. Risco de quedas NANDA Relacionado a anemia, idade e agente farmacológicos. NIC Orientar o cliente e a família sobre o risco de queda; Manter prevenção contra quedas. Por exemplo: manter grades da cama elevadas e campainha próxima ao cliente. NOC Paciente não apresentará quedas. Hipertermia NANDA Relacionado a doença e agente farmacológico, evidenciado por pele avermelhada , sudorese e pele quente ao toque. NIC Monitorar temperatura a cada 2 horas; Monitorar a sudorese e, em caso de perda significativas, comunicar ao médico a necessidade de reposição hidroeletrolítica; Promover ingestão adequada de líquidos; Aplicar compressas frias nas axilas e virilha, se adequado. NOC Apresentará equilíbrio na temperatura corporal. Nutrição desequilibrada: menor que as necessidades corporais NANDA Relacionado a fatores biológicos e incapacidade de ingerir alimentos, evidenciado por perda de peso com ingestão inadequada de alimentos e interesse insuficiente pelos alimentos. NIC Confirmar as preferências alimentares do cliente; Determinar com a nutricionista o número de calorias, o tipo de nutrientes e a consistência dos alimentos; Monitorar exames laboratoriais. NOC Manterá peso corporal mediante nutrição adequada. Conforto prejudicado NANDA Relacionado aos sintomas relativos à doença, evidenciado por sensação de desconforto. NIC Monitorar presença e intensidade da dor conforme escala padronizada na instituição; Administrar analgésicos conforme prescrito; Mensurar circunferência abdominal e comparar medidas; Implementar medidas de conforto. NOC Apresentará conforto físico geral. Bibliografia BEZERRA RODRIGUES, Andreia , PERES DE OLIVEIRA, Patrícia. Cânceres hematológicos. In: BEZERRA RODRIGUES, Andreia. Oncologia para enfermagem. 1° edição. Barueri, SP: Manole, 2016. p. 239-270. HERDMAN, T.Heather,KAMITSURU, Shigemi. Diagnóstico de enfermagem da NANDA, Definições e classificações. 10° edição. Porto Alegre: Artmed, 2015.
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