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DESENVOLVIMENTO FÍSICO E COGNITIVO DO ADULTO JOVEM E DO ADULTO MADURO

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1
TEXTO 1:
DESENVOLVIMENTO FÍSICO E COGNITIVO DO ADULTO JOVEM E DO ADULTO MADURO
Adulto jovem
Desenvolvimento físico e cognitivo do jovem adulto: Os adultos jovens geralmente acham suas 
capacidades físicas e boa saúde algo normal. Mas é na idade adulta jovem que se assenta a base 
para o funcionamento físico de todo o restante da vida. O que os jovens adultos comem, o quanto 
são fisicamente ativos, se fumam, bebem ou utilizam drogas - todos esses fatores contribuem 
muito para a saúde e para o bem-estar no presente e no futuro.
Adultos jovens, frequentemente, estão no auge do funcionamento sensório e motor. Em meados 
dos 20 anos, a maioria das funções corporais está plenamente desenvolvida. 
A acuidade visual é máxima aproximadamente dos 20 aos 40 anos; e o paladar, o olfato e a 
sensibilidade à dor e à temperatura geralmente permanecem inalterados até pelo menos os 45 
anos. Entretanto, uma gradual perda auditiva, que geralmente começa durante a adolescência, 
torna-se mais evidente após os 25 anos, especialmente para sons mais agudos.
Acidentes automobilísticos: principal causa de morte para norte-americanos de 25 a 44 anos. A 
seguir vem o câncer, depois a doença cardíaca, seguidos pelo suicídio, pela AIDS e pelo homicídio. 
(OBSERVE QUE ESSES DADOS FORAM LEVANTADOS EM 1999). 
 As taxas de mortalidade para jovens adultos diminuíram, assim como as taxas de mortalidade 
para todas as demais faixas etárias, exceto os idosos mais velhos, de mais de 85 anos. O câncer, a 
doença cardíaca e os derrames estão diminuindo. (Hoyert et al., 1999). Por outro lado, um número 
muito grande de adultos – inclusive adultos jovens – apresentam tem excesso de peso e não são 
suficientemente ativos: fatores prejudiciais à saúde.
- Influências Comportamentais sobre a Saúde: Hábitos saudáveis. Alimentação, atividade física, 
dentre outras. Processos de adoecimento: tabagismo, uso abusivo de drogas, condições concretas 
de vida. 
Além das coisas que as pessoas fazem ou deixam de fazer que afetam sua saúde diretamente, 
existem as influências indiretas sobre a saúde. As mais importantes incluem a renda, a educação e a 
etnicidade. O gênero também faz diferença, assim como os relacionamentos.
 Diferenças nos indicadores de Longevidade entre homens e mulheres: A maior longevidade das 
mulheres foi atribuída à proteção genética garantida pelo segundo cromossomo X (ausente nos 
homens) e, antes da menopausa, aos efeitos benéficos do hormônio feminino estrogênio, 
principalmente sobre a saúde cardiovascular. Entretanto, fatores psicossociais e culturais, como a 
maior propensão dos homens para correr riscos e sua preferência por carne e batatas em vez de 
frutas e verduras, podem também desempenhar um papel influente.
2
Apesar de sua vida mais longa, as mulheres dizem estar doentes com mais frequência do que os 
homens: são mais propensas a procurar tratamento para doenças menores e descrevem mais 
sintomas não explicados.  Os homens, em contraste, ficam mais tempo hospitalizados, e seus 
problemas de saúde tendem a ser crônicos e a ameaçar a vida. Possíveis explicações: os homens 
tendem a esperar mais para buscar auxílio médico. 
- A procura da mulher do atendimento médico pode significar que estão mais conscientes da 
saúde. A menstruação e a gravidez tornam as mulheres mais conscientes do corpo e de seu 
funcionamento, e os padrões culturais incentivam o gerenciamento médico desses processos.  
Muitas mulheres consultam um médico regularmente, não apenas durante a gravidez, mas para 
realizar exames ginecológicos de rotina As mulheres costumam saber mais do que os homens 
sobre saúde, pensam e fazem mais pela prevenção de doenças, têm mais consciência de sintomas e 
de suscetibilidade e são mais propensas a falar sobre suas preocupações de saúde. Os homens 
podem achar que a doença não é "masculina" e, assim, serem menos propensos a admitir que não 
se sentem bem. É possível que o melhor cuidado das mulheres com sua própria saúde ajude-as a 
viver mais do que os homens.
Os Relacionamentos e a Saúde: Os relacionamentos pessoais podem ser vitais para a saúde. 
Adultos sem amigos ou entes queridos são suscetíveis a uma ampla gama de problemas, incluindo 
acidentes de trânsito, transtornos de alimentação e suicídio. Evidentemente, como essa pesquisa é 
correlacionai, não podemos ter certeza de que os relacionamentos contribuem para a boa saúde. E 
possível que pessoas saudáveis tenham maior tendência a manter relacionamentos.
Questões Sexuais e Reprodutivas (incluem o adulto maduro): Distúrbios da menstruação  
Doenças Sexualmente Transmissíveis. Infertilidade (sobrecarga emocional no relacionamento).
ADULTO MADURO
Existem diferentes classificações, entre as quais: dos 30 a 45 anos (adulto intermediário) e dos 45 a 
65 anos (adulto de meia idade).. 
Desenvolvimento físico do adulto maduro 
Dos 30 aos 45 anos: Adulto Maduro
Desenvolvimento físico: Uma série de mudanças que podem preocupar o adulto nessa fase: • 
Diminuição da densidade óssea. • Regeneração limitada da cartilagem em articulações levando ao 
aumento de queixas relativas à artrite.
Ganho de peso natural independente do aumento do consumo calórico. • Decréscimo linear no 
funcionamento dos órgãos. • Presbiopia (dificuldade de distinguir com nitidez os objetos próximos). 
Mas é também o ponto ótimo da vida sexual!!
3
 É evidente também a influência do estilo de vida sobre as condições de saúde, como por exemplo, 
nas doenças cardiovasculares, hipertensão, depressão, etc.
Desenvolvimento da linguagem: sem alterações frente ao período anterior
Desenvolvimento cognitivo: é o auge da habilidade intelectual.
Dos 45 aos 65 anos: Adulto Meia idade
Desenvolvimento físico: Momento de cuidados especiais com a saúde em função da: 
Redistribuição dos depósitos de gordura, mudanças de pele, início da perda da integridade 
musculoesquelética, diminuição na massa e densidade corporal. • Mudança nos padrões 
hormonais, menopausa ou climatério. • Tendência ao aumento de peso independentemente da 
diminuição da massa corporal, gradual compressão vertebral. • Perda da acuidade auditiva. • O 
tempo de acionamento dos reflexos é mais lento. • Diminuição do tônus e força muscular. • Maior 
prevalência de doenças crônicas.
Frequente: HIPERMETROPIA associada ao envelhecimento, que ocorre quando o cristalino perde a 
elasticidade. MIOPIA: Dificuldade para visualizar objetos distantes com nitidez. PRESBIACUSIA: 
Perda gradual da audição, que se acelera após os 55 anos, principalmente em relação a sons de 
frequência mais alta. 
Texto complementar A:
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DO JOVEM ADULTO:
Memória: Os jovens adultos estão no ápice das suas habilidades cognitivas. Embora você continue 
aprendendo coisas novas a cada dia, a sua memória funciona melhor durante esses anos. A 
precisão tanto da memória curta quanto da memória longa está no seu auge.
Pensamento: Muitos jovens adultos desenvolveram a habilidade de raciocinar logicamente e 
resolver problemas abstratos. Esta também é a idade onde são capazes de resolver problemas 
teóricos. Este grupo tem uma pontuação mais alta na parte de inteligência fluida de qualquer teste 
de QI. O fluido de inteligência não é apenas a habilidade de pensar de forma abstrata, mas de lidar 
com situações hipotéticas. É nessa idade que a consciência a respeito das consequências se 
desenvolve. 
Os universitários tendem a desenvolver o pensamento relativo, às vezes, chamado de pensamento 
pós-formal, em contraste com o pensamento rígido (PAPALAIA & OLDS, 2006).
4
Aspectos da inteligência: (Robert Sternberg): Componencial (analítica), • Experiencial e • 
Contextual (prática).
Os aspectos experienciais e contextuais tornam-se particularmente importantes durante a idade 
adulta. Os testes que medemo conhecimento tácito, um aspecto da inteligência prática, são 
complementos úteis para os testes de inteligência na previsão de desempenho no emprego. 
Medidas da habilidade cognitiva, assim como a habilidade física, mostram declínio com a idade, 
embora esse declínio ocorra bastante mais tarde em habilidades como o vocabulário, problemas 
diários de memória e solução normal de problemas. 
Perspectivas da cognição adulta: Piaget: pensamento formal. • Neopiagetianos: pensamento. 
Reflexivo.• Pensamento pós-formal. • Mudança conceitual 
Pensamento reflexivo: Tipo de pensamento lógico que pode surgir na vida adulta, envolvendo 
avaliação contínua e ativa das informações e crenças, levando em conta as evidências e 
implicações.
Pensamento pós-formal: Tipo de pensamento maduro que recorre à experiência subjetiva e à 
intuição, bem como à lógica, e é útil para lidar com a ambiguidade, incerteza, inconsistência, 
contradição, imperfeição e tolerância. 
Critérios do pensamento pós-formal • Mudança de marcha • Definição do problema • Mudança de 
processo e produto • Pragmatismo • Soluções múltiplas • Consciência do paradoxo • Pensamento 
auto referencial. 
Shaie: Modelo de desenvolvimento cognitivo para o ciclo de vida • Estágio aquisitivo (infância e 
adolescência) • Estágio realizador (20-30) • Estágio responsável (30-60) • Estágio executivo (40-60) 
• Estágio reorganizacional (50-60) • Estágio reintegrativo (60- ) • Estágio de criação de um legado. 
Sternberg: Insiht e conhecimento prático: Insight criativo (elemento empírico). • Inteligência 
prática (elemento contextual). • Capacidade componencial (analítica)
Inteligência emocional • Capacidade de reconhecer e lidar com os próprios sentimentos e com os 
sentimentos dos outros. • Influência no sucesso profissional. • capacidade e uso do conhecimento 
tácito.
5
A inteligência emocional inclui a própria compreensão de si mesmo, a compreensão dos outros e a 
capacidade de regular os sentimentos. Essas habilidades podem desempenhar papel importante no 
êxito na vida (PAPALAIA & OLDS, 2006).
Conhecimento tácito • Denomina as informações que não são formalmente ensinadas ou 
abertamente expressas, mas são necessárias para que se tenha um desempenho bem-sucedido.
Mudança conceitual: Nossas ideias se modificam e se transformam. • Conflitos cognitivos. • 
Critérios pragmáticos ou funcionais ao invés de estritamente lógicos. • Crenças culturais e 
representações sociais.
TEXTO 2:
 DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL: principais abordagens
São destacadas QUATRO ABORDAGENS: Modelos normativo-sequenciais  Modelo da cronologia 
dos eventos Modelos de traços Modelos tipológicos.
MODELOS NORMATIVO-SEQUENCIAIS
Desenvolvimento relacionado à idade, •Os adultos seguem a mesma sequência básica de mudanças 
psicossociais relacionadas à idade. •As mudanças são normativas porque parecem ser comuns a 
todos os membros de uma população E surgem em períodos, ou etapas, sucessivos, às vezes 
marcados por crises emocionais que preparam o caminho para desenvolvimentos adicionais.
MODELOS NORMATIVO-SEQUENCIAIS: ERIK ERIKSON 
Na idade adulta: 2 ESTÁGIOS intimidade x isolamento (adulto jovem) e generatividade x 
estagnação (adulto maduro).
- INTIMIDADE VERSUS ISOLAMENTO: Início da maturidade. **Namoro e começo da vida familiar. 
**Desde o final da adolescência até o começo da meia idade **Intimidade = mais que a simples 
realização amorosa; capacidade de envolver-se, de partilhar com outrem e cuidar de outrem, sem 
temor de perder-se no processo.
- O êxito na realização de um senso de intimidade depende apenas indiretamente dos pais, no que 
eles tenham contribuído para o sucesso ou fracasso do indivíduo nos estágios iniciais da vida. As 
condições sociais podem ajudar ou prejudicar o estabelecimento do senso de intimidade. Se não 
for criado um senso de intimidade com os amigos ou com o parceiro conjugal, o resultado, no 
6
entender de Erikson, é um senso de isolamento, OU SEJA, a incapacidade para arriscar a própria 
identidade (compartilhando uma intimidade autêntica).
Elementos importantes para a intimidade: Autorrevelação e Revelação compartilhada. 
Receptividade às necessidades do outro  Aceitação e respeito mútuo  Habilidades para os 
relacionamentos íntimos  Autoconsciência ▫ Empatia ▫ Capacidade de comunicar emoções ▫ 
Resolução de conflitos  Capacidade para manter compromissos.
- GENERATIVIDADE VERSUS ESTAGNAÇÃO (adulto maduro ou de meia idade) 
GENERATIVIDADE: é a preocupação de adultos maduros em estabelecer e orientar a próxima 
geração, perpetuando a si próprio e influenciando os que o sucedem. A Generatividade surge dos 
desejos internos da imortalidade simbólica ou de uma necessidade de ser útil e produzir interesse 
na próxima geração. É uma forma de fazer-se sobreviver, de fazer valer todo o esforço de sua 
vida, de saber que tem um pouco de si nos outros. A generatividade pode ser a chave para o bem-
estar na meia-idade.
“A virtude deste período é o “cuidar” das pessoas, dos produtos e das ideias com as quais a pessoa 
aprendeu a se importar” (ERIKSON, 1985).
ESTAGNAÇÃO: O indivíduo se dá conta de que de que tudo o que fez e tudo o que construiu não 
valei a pena, não teve um porquê, já que não existe como dar prosseguimento, seja em forma de 
um filho, um sócio, uma empresa ou uma pesquisa.  Marasmo da lamentação/estagnação.
KOTRE (1984) distinguiu 4 formas de generatividade: 1) Biológica (concebendo e educando 
crianças).  2) Parental (sustentando e criando crianças). 3) Técnica (preparando aprendizes)  
4) Cultural (transmitindo valores e instruções culturais).
MODELOS NORMATIVO-SEQUENCIAIS: VAILLANT E LEVINSON (Herdeiros de Erikson)
 Nesta etapa de vida o adulto jovem constrói sua primeira estrutura temporária de vida. Sai da 
casa de seus pais ▫ torna-se financeira e emocionalmente independente. Estabelece e define 
suas metas e um tempo para realizá-las. A maneira pela qual ele lida com as questões desta fase 
afetará a transição para a meia-idade. 
MODELO DA CRONOLOGIA DOS EVENTOS (Bernice Neugarten e outros)
 A trajetória do desenvolvimento depende do momento em que os eventos ocorrem na vida das 
pessoas. Eventos de vida normativos: aqueles que geralmente ocorrem em certos momentos da 
vida: casamento, paternidade/maternidade, ser avô/avó, aposentadoria...
- O modelo está pautado no significado da expressão “RELÓGIO SOCIAL”: conjunto de normas ou 
expectativas culturais a respeito do momento da vida em que certos eventos costumam acontecer. 
Assim, caso os eventos não ocorrem em tempo certo podem causar estresse. Por exemplo: 
Emprego ▫ Casar ▫ (Não) ter filhos. Trata-se de um modelo limitado: culturas e períodos em que as 
normas de comportamento sejam estáveis e generalizadas.
MODELO DE TRAÇOS ou Modelo dos Cinco Fatores (Costa e MacCrae)
7
Paul T. Costa e Robert R. McCrae desenvolveram e testaram um modelo de cinco fatores que 
consiste em fatores ou dimensões que parecem ser subjacentes aos cinco grupos de traços 
associados, conhecidos como “Os Cinco Grandes
Os cinco grandes • Neuroticismo • Extroversão • Abertura a experiências • Escrupulosidade • 
Amabilidade 
Obs.: Estudos com diversas culturas encontraram os mesmos cinco fatores, que parecem ser, 
portanto, universais, de acordo com seus defensores.
•Neuroticismo: é um agrupamento de seis traços indicadores de: instabilidade emocional: 
ansiedade, hostilidade, depressão, inibição, impulsividade e vulnerabilidade. 
• Extroversão: também tem seis facetas: calor humano, espírito gregário, assertividade, atividade, 
busca de sensações e emoções positivas.
•Abertura a experiências são as pessoas que estão dispostas a experimentar coisas novas e abraçar 
novas ideias.
• Escrupulosidade: são para pessoas realizadoras- são competentes, organizadas, cumpridoras do 
dever, ponderadas e disciplinadas. 
• Amáveis são pessoas confiáveis, sinceras, altruístas, obedientes, modesta e facilmente 
influenciadas. 
Estudos realizados revelaram mudanças em todos os cinco fatores entre a adolescência e os trinta anos, 
com uma mudança muito mais lenta a partir desta idade. A amabilidade e a escrupolosidade aumentam na 
idade adulta. Críticas: Avaliações subjetivas: ausência de validade.  Escolha dos fatores: arbitrária.  A 
personalidade é mais que uma coleção de traços.
MODELOS TIPOLÓGICOS (Block)
 • Block (1971) foi um dos pioneiros da abordagem tipológica. • A pesquisa tipológica procura 
complementar e expandir o estudo de traços ao olhar para a personalidade como um todo em 
funcionamento. • Pesquisadores identificaram três tipos básicos de personalidades: ego-resiliente, 
supercontrolado e subcontrolado. 
 Pessoas ego-resilientes são bem ajustadas: autoconfiantes, independentes, desembaraçadas, 
atentas, prestativas, colaboradoras e focalizadas nas tarefas. Pessoas supercontroladas tendem 
a ser tímidas, caladas, ansiosas e confiáveis; tendem a guardar seus pensamentos para si mesmas e 
a se afastarem de conflitos, e são as mais sujeitas à depressão.  Pessoas subcontroladas são 
ativas, energéticas, impulsivas, teimosas e facilmente distraídas.
Além dos quatros modelos, é citada a ABORDAGEM DE BALTES.
Blates e o desenvolvimento do ciclo de vida: seis princípios básicos do desenvolvimento do ciclo 
da vida: 
1 Desenvolvimento é vitalício • O desenvolvimento é um processo vitalício de mudança na 
capacidade de se adaptar às situações escolhidas ou nas quais a pessoa se encontra. • Cada período 
do ciclo de vida é afetado pelo que aconteceu antes e afetará o que estar por vir. Cada período tem 
8
suas próprias características e valores; nenhum é mais ou menos importante que outro. • Mesmo 
pessoas mais velhas podem crescer emocionalmente e intelectualmente.
2 Desenvolvimento envolve ganho e perda • O desenvolvimento é multidimensional e 
multidirecional • Ocorre ao longo das múltiplas dimensões que interagem: biológica, psicológica e 
social • Desenvolvimento prossegue em mais de uma direção – enquanto se ganha em uma área, 
pode se perder em outra (por exemplo, o adolescente ganha em habilidade física e perde em 
facilidade para aprender outro idioma).
3 Influências relativas de mudanças biológicas e culturais sobre o ciclo de vida; O processo de 
desenvolvimento é influenciado tanto pela biologia quanto pela cultura • O equilíbrio entre as 
influências se altera • Influências biológicas vão se acentuando com avançar da idade • Os apoios 
culturais, relacionamentos e a educação compensam as influências biológicas.
4 Desenvolvimento envolve mudança na alocação de recursos • Os indivíduos escolhem como 
investir seus recursos de tempo, energia, talento, dinheiro, apoio social, etc. • Os recursos podem 
ser usados para o crescimento, conservação ou recuperação, para lidar com a perda quando a 
conservação ou recuperação não são possíveis • A alocação de recursos para essas três funções 
muda ao longo da vida ▫
Da infância até o início da vida adulta: a maior parte dos recursos é direcionada para o crescimento 
▫ Na meia-idade: há um equilíbrio de alocações ▫ Na velhice: para regulação da perda
5 O desenvolvimento revela plasticidade • Muitas capacidades, como memória, força física e 
resistência podem ser aperfeiçoadas com treinamento e prática, mesmo em idade avançada • 
Ainda resta a dúvida: até que ponto determinados tipos de desenvolvimento podem ser 
modificados em diversas idades? 
6 O desenvolvimento é influenciado pelo contexto histórico e cultural • Cada pessoa se 
desenvolve em múltiplos contextos • Além da maturação biológica, há a influência pelo tempo e 
lugar • Os seres humanos influenciam e são influenciados pelo contexto histórico cultural. 
TEXTO 3:
DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DO JOVEM ADULTO: um pequeno recorte
- Trajetórias mutáveis na idade adulta: são mais variáveis do que antigamente.  Em 1960, de 
acordo com Mouw (2005), os jovens normalmente concluíam a educação escolar, saíam de casa, 
encontravam um emprego, casavam-se e tinham filhos.  Nos anos de 1990 somente um em 
quatro seguia essa sequência. 
9
•Atualmente: fase de experimentação antes de se assumir papéis e responsabilidades.
- Relacionamento com os pais: Experiências da adolescência podem influenciar o relacionamento 
com os pais na fase adulta inicial •Tende a ser melhor na fase da vida adulta •Há um retorno aos 
laços familiares. 
As bases dos relacionamentos íntimos: 
- Tarefa crucial da idade adulta jovem (Erikson): Conforme já salientado: Intimidade = mais que a 
simples realização amorosa; capacidade de envolver-se, de partilhar com outrem e cuidar de 
outrem, sem temor de perder-se no processo.
- A mecessidade de estabelecer relacionamentos fortes, estáveis, estreitos e carinhosos é um forte 
motivador do comportamento humano. 
- Expressões de intimidade na idade adulta jovem: Amizade •Amor •Sexualidade
Amizade • As amizades tendem a centrar-se nas atividades de trabalho, de criação dos filhos, na 
partilha de confidências e conselhos • Amizades para vida inteira/ amizades fulgazes • Jovens 
solteiros recorrem mais às amizades para satisfazer às suas necessidades sociais • O número de 
amigos e quantidade de tempo investida neles decresce com o avançar da idade. 
Amizade • Amizades são importantes para os adultos jovens – pessoas que têm amigos tendem a 
sentir a sensação de bem-estar • Mulheres têm geralmente mais amizades íntimas. Conversam 
sobre os problemas conjugais e recebem conselhos • Os homens têm propensão a compartilhar 
informações e atividades, e não confidências.
Amor: Contribuições de Stemberg: A maneira pela qual o amor se desenvolve é uma história.  Os 
amantes são os autores e o tipo de histórias que eles criam reflete suas personalidades e suas 
concepções de amor. •• O amor para alguns é um vício (com vínculo forte, ansioso, colado). • Para 
outros, o amor é uma fantasia na qual uma pessoa espera ser salva por outra – “um cavaleiro com 
armadura brilhante” • Outros enxergam o amor como uma guerra.
O amor de acordo com Sternberg: SUBTREORIA TRIANGULAR DO AMOR  Os três elementos do 
amor são: intimidade, paixão e compromisso. • INTIMIDADE = elemento emocional, 
autorrevelação, ligação, ternura e confiança • PAIXÃO = elemento motivacional, impulsos 
interiores e desejo sexual. COMPROMISSO = elemento cognitivo, a decisão de amar e permanecer 
com a pessoa amada.
Sexualidade: O senso comum sugere que os homens e as mulheres diferem quanto à sexualidade. 
•Muitas pesquisas sustentam essa visão. Homens: Demonstram mais desejo sexual. •Tendem a 
querer sexo frequentemente. •Se masturbam mais cedo e com maior frequência •Priorizam o 
prazer físico. Mulheres: Querem sexo dentro do relacionamento, de preferência com amor 
10
completo. •Mais influenciadas por fatores culturais, sociais e situacionais. Observe, entretanto, 
que existem inúmeros questionamentos sobre essa tentativa de diferenciação. 
TEXTO 4:
 DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DO ADULTO MADURO OU DA MEIA IDADE
Crise da meia idade: Termo cunhado pelo psicanalista Elliot Jacques (1967). A crise da meia-idade 
refere-se á mudança de personalidade e estilo de vida durante o início e meados dos 40 anos, 
período supostamente estressante desencadeado pelo exame e pela reavaliação de nossa vida.
A crise da meia idade foi caracterizada como uma crise de identidade  chamada de segunda 
adolescência.
O que a suscita crise da meia-idade? Segundo Jacques, é a consciência da mortalidade. Mas, para 
outros autores, constitui apenas uma das transições da vida e, por isso, poderá provocarum exame 
introspectivo e uma reavaliação de valores e prioridades: Os sonhos da juventude foram 
realizados? Aqueles sonhos que foram concretizados trouxeram satisfação? Ainda é possível adotar 
outro estilo de vida ou reestruturar o estilo de vida até aqui adotado? 
Se a transição irá ou não transformar-se em crise pode depender mais das circunstâncias individuais 
e dos recursos pessoais do que da idade.
ATUALMENTE: A existência de uma crise da meia-idade como experiência normativa de 
desenvolvimento foi posta em xeque. Isto significa que não pode ser considerada universal. Assim, 
pessoas com ego resiliente (CITAR TEORIA) - que apresentam capacidade de se adaptar de maneira 
mais flexível e engenhosa a possíveis fontes de estresse – têm mais chances de serem bem-
sucedidas na travessia da meia idade. 
1. MUDANÇAS NA MEIA IDADE: principais abordagens teóricas
ABORDAGENS CLÁSSICAS  Freud, Maslow
- FREUD: Em termos psicossociais, a meia idade já foi considerada um período relativamente 
estável. O autor não viu razão para a psicoterapia para pessoas acima de 50 anos, porque ele 
acreditava que a personalidade estava permanentemente formada nessa idade.
- MASLOW e ROGERS (teóricos humanistas): vida adulta intermediária  oportunidade para uma 
mudança positiva. Cabe lembrar que: 
A “autorrealização (realização plena do potencial humano) pode vir apenas com a maturidade” 
(MASLOW, 1968).
MODELOS DE ESTÁGIO NORMATIVO (Jung e Erikson)
JUNG: Individualização e transcendência  O desenvolvimento saudável da meia idade busca a 
individuação, a emergência do eu verdadeiro por meio do equilíbrio ou integração das partes 
conflitantes da personalidade, incluindo as que foram anteriormente negligenciadas. 
11
- Na meia-idade, as pessoas voltam suas preocupações para o próprio interior. 
- Duas tarefas difíceis, porém necessárias na meia-idade, são: (1) Abrir mão da imagem jovem. (2) 
Reconhecer a mortalidade.
Exige uma busca por significado dentro de si mesmo. Este movimento de interiorização pode ser 
inquietante. Pode representar “Perder temporariamente o porto seguro”.
- Aqueles que evitam essa transição perdem a chance de crescer psicologicamente.
Em síntese: Jung afirmava que homens e mulheres na meia-idade sofrem um processo de 
individuação, no qual expressam aspectos da personalidade anteriormente negligenciados. Duas 
tarefas necessárias são abrir mão da imagem de juventude e reconhecera mortalidade, o que 
instiga a introspecção e o questionamento - ou o que Neugarten chamou de interioridade. 
ERIK ERIKSON: Estágio  Generatividade versus Estagnação. (verificar páginas 5 e 6). 
“A virtude deste período é o “cuidar” das pessoas, dos produtos e das ideias com as quais a pessoa 
aprendeu a se importar” (ERIKSON, 1985).
- VAILLANT: Ampliação da teoria de Erikson: Êxito na resolução da crise de generatividade versus 
estagnação.  Constatou que a generatividade é fundamental para um ajustamento psicossocial 
bem-sucedido na meia-idade.  PESQUISAS: Em seus 50 anos, os homens mais bem ajustados na 
amostra de alunos de Harvard de Vaillant (1989) eram os mais generativos, avaliada segundo sua 
responsabilidade com outras pessoas no trabalho, suas doações a instituições de caridade e as 
realizações de seus filhos. • Esses homens eram quatro vezes mais propensos a utilizar formas 
maduras de enfrentamento, como altruísmo e humor, do que utilizar formas imaturas, como beber 
ou desenvolver hipocondria (VAILLANT, 1989).
MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO EVENTO
 Relógio social: apesar da maior fluidez do ciclo de vida na atualidade, as pessoas ainda tendem a 
esperar e a avaliar eventos importantes em suas vidas através de um "relógio social".
2. IDENTIDADE E BEM ESTAR PSICOLÓGICO
Alguns pesquisadores do desenvolvimento veem a formação da identidade como a questão central 
da idade adulta. 
A identidade pode consistir não somente de um self, mas de múltiplos "selves possíveis", incluindo 
o self que a pessoa espera ser e o self que a pessoa tem medo de ser. (MARKUS, NURIUS, 1986).
Bem-Estar Psicológico e Saúde Mental Positiva Saúde mental:
Saúde mental não é apenas a ausência de doença mental. A saúde mental positiva envolve uma 
sensação de bem-estar psicológico, que anda de mãos dadas com um senso de identidade 
saudável. No entanto, é difícil definir o bem-estar. 
2.1. Como os teóricos e os pesquisadores abordaram esse conceito de difícil apreensão?
 VAILLANT: Êxito na resolução da crise de geratividade versus estagnação. (citado acima) 
 CAROL RYFF e as múltiplas dimensões do bem-estar: Carol e colaboradores utilizando-se de uma 
gama de teorias, desde a de Erikson até a de Maslow para desenvolveram um modelo 
multifacetado que inclui seis dimensões, de bem-estar: autoaceitação, relações positivas com 
12
outras pessoas, autonomia, domínio do ambiente, propósito na vida e crescimento pessoal (ver 
Tabela na página: xxxx do material didático).
SUSN KRAUSS WITBOURNE: modelo teórico fundamentado em Erikson, Marcia e Piaget. 
Identidade: "um esquema de organização através do qual as experiências do indivíduo são 
interpretadas" 
A identidade é formada de percepções acumuladas do self, tanto conscientes como inconscientes, 
dos Traços de personalidade percebidos, ("Sou sensível" ou "Sou teimoso") e das características 
físicas e capacidades cognitivas são incorporadas ao esquema de identidade. Isto significa que: 
Identidade = percepções acumuladas + traços de personalidade percebidos + características físicas 
e capacidades cognitivas. 
Essas percepções de nós mesmos são constantemente confirmadas ou alteradas em resposta às 
novas informações, que podem ser provenientes de relacionamentos íntimos, de situações 
relacionadas com o trabalho, de atividades comunitárias e de outras experiências.
As pessoas interpretam suas interações com o ambiente por meio de dois processos contínuos 
(semelhantes aos que Piaget descrevia para o desenvolvimento cognitivo): ASSIMILAÇÃO DE 
IDENTIDADE E ACOMODAÇÃO DE IDENTIDADE. 
A assimilação de identidade é uma tentativa de enquadrar novas experiências em um esquema 
existente; acomodação de identidade é o ajustamento do esquema para que se coadune com a 
nova experiência. A assimilação de identidade: preserva a continuidade do self. 
Acomodação de identidade tende a ocasionar mudanças necessárias. A maioria das pessoas utiliza 
ambos os processos em alguma medida. As pessoas costumam resistir à acomodação até que 
certos fatos as forçam a reconhecer essa necessidade.
O equilíbrio que uma pessoa costuma alcançar entre assimilação e acomodação determina seu 
estilo de identidade. Uma pessoa que utiliza mais assimilação do que acomodação possui um estilo 
de identidade assimilativo. Uma pessoa que utiliza mais a acomodação possui um estilo de 
identidade acomodativo. 
A excessiva utilização de assimilação ou de acomodação é insalubre, diz Whitbourne: A pessoa que 
assimila constantemente está enganando a si mesma e não aprende com a experiência  ela só vê 
o que está procurando. Ela pode fazer todo o possível para não ter que reconhecer suas 
insuficiências. A pessoas que constantemente acomoda é facilmente dominada e altamente 
vulnerável a críticas  sua identidade é facilmente ameaçada.
O mais saudável: um estilo de identidade equilibrado, observado nos indivíduos mais maduros, em 
que a identidade "a identidade é suficientemente flexível para mudar quando necessário, mas não 
é estruturada ao ponto de que qualquer nova experiência faça com que a pessoa questione 
suposições fundamentais em relação a si mesma" (WITBOURNE). 
 Whitbourne identifica uma relação entre os estilos de identidade e os estados de identidade 
definidos por Marcia; por exemplo, uma pessoa que conquistou identidade deveria possuir um 
estilo equilibrado de identidade, ao passo que outra empré fechamento teria mais provavelmente 
um estilo assimilativo.
13
Segundo Whitbourne, as pessoas lidam com mudanças físicas, mentais e emocionais associadas à 
chegada da velhice de um modo muito semelhante ao que utilizam para lidar com outras 
experiências que desafiam o esquema de identidade. Pessoas assimilativas procuram manter uma 
auto-imagem de juventude a todo custo. Pessoas acomodativas podem identificar-se - talvez 
prematuramente - como velhas e preocupar- se com os sintomas do envelhecimento e da doença. 
As pessoas com um estilo equilibrado reconhecem as mudanças que estão ocorrendo de forma 
realista, procurando controlar o que pode ser controlado e aceitar o que não pode. Entretanto, os 
estilos de identidade podem mudar diante de fatos profundamente perturbadores, como perder 
o emprego para uma pessoa mais jovem. Assim, uma crise de meia-idade pode ser "uma reação 
acomodativa extrema a um conjunto de experiências que não podem mais ser processadas através 
de assimilação de identidade" 
CRÍTICA: Com ou sem a presença de uma crise, o modelo de Whitbourne é uma tentativa 
abrangente de explicar tanto a estabilidade como a mudança no self. Contudo, ele precisa de mais 
apoio da pesquisa.
- Psicologia Narrativa: a identidade como uma história de vida
O QUE É PSICOLOGIA NARRATIVA? Concebe o desenvolvimento da identidade como um processo 
contínuo de construção de nossa história pessoal de vida – uma narrativa dramática que nos ajude 
a entender nossa vida.  Alguns psicólogos narrativos veem a própria identidade como essa 
história ou um roteiro internalizado  As pessoas seguem o "roteiro" que criaram à medida que 
expressam sua identidade por seus atos. 
A CRISE meia-idade costuma ser uma época de revisão da história de vida. Uma "crise de meia-
idade" pode ser vivenciada como uma ruptura perturbadora na continuidade e na coerência do 
enredo.
 Conforme as pessoas envelhecem, a geratividade pode tornar-se um tema importante da 
história de vida. Um script de geratividade pode dar à história um final feliz. Ele faz com que as 
pessoas sintam-se necessárias e traz-lhes uma sensação de "imortalidade simbólica". Ele se baseia 
na convicção de que atos gerativos fazem diferença. 
Adultos altamente gerativos costumam contar uma história de comprometimento (MCADAMS et 
al., 1997). Normalmente essas pessoas tiveram vidas privilegiadas e desejam aliviar o sofrimento de 
outras. Dedicam suas vidas às melhorias sociais e não se desviam desse objetivo a despeito de 
obstáculos atrozes, que posteriormente têm resultados positivos. Pessoas moralmente exemplares 
organizam suas vidas em torno dessas histórias de dedicação
3. Considerações acerca das singularidades da Meia idade.
3.1 MEIA IDADE: é o apogeu da mulher?
Condizente com a teoria de Jung, o maior bem-estar das mulheres pode ser o resultado de um 
balanço na meia-idade que conduz à busca de aspirações anteriormente negligenciadas. 
14
Em um estudo longitudinal com a classe de 1964 da Radclifffe College, as consequências de um 
balanço na meia-idade pareciam mais substanciais para as mulheres que gostariam de ter 
explorado opções profissionais ou educacionais mais plenamente antes de assumir os papéis 
familiares tradicionais. Aproximadamente dois terços das mulheres dessa classe empreenderam 
importantes mudanças de vida entre 37 e 43 anos. As mulheres que tinham insatisfações e que 
mudaram suas vidas por isso desfrutavam maior bem-estar e melhor adaptação psicológica ao 
final de seus 40 anos do que aquelas que tinham insatisfações, mas não fizeram as mudanças 
desejadas. .
3.2. Mudanças nos Relacionamentos na Idade Adulta: Que papel as relações sociais desempenham 
na vida de pessoas de meia-idade?
3.2.1 Duas teorias sobre a mudança de importância dos relacionamentos são a teoria do comboio 
social, de Kahn e Antonucci, e a teoria de seletividade socioemocional, de Laura Carstensen. 
Segundo ambas as teorias, o apoio socioemocional é um importante elemento na interação social 
na meia-idade e depois dela.
- Teoria do comboio social/contato social: as pessoas passam pela vida cercadas por comboios 
sociais: círculos de amigos próximos e de familiares com os quais elas podem contar para auxílio, 
para bem-estar e para apoio social e as quais elas, por sua vez, também oferecem assistência, 
interesse e ajuda. Embora os comboios geralmente apresentem grande estabilidade, sua 
composição pode mudar. Em certa época, os laços com os irmãos podem ser mais significativos; 
em outra, os laços com os amigos (Paul, 1997).
- Em um estudo, pessoas de uma ampla variedade de idades, de 8 a 93 anos, identificaram três 
círculos concêntricos de comboios sociais: as pessoas mais próximas e mais importantes para elas - 
normalmente o cônjuge, os filhos e os pais. 
- Os entrevistados de meia-idade tinham os comboios mais amplos, em média cerca de 10 a 11 
pessoas e diminuindo ligeiramente após os 50 (tendência que continua durante a vida do idoso). Os 
comboios das mulheres, particularmente o círculo interno, eram maiores do que os dos homens 
- Teoria de seletividade socioemocional de Laura Carstensen (oferece uma perspectiva abrangente 
sobre o papel dos comboios sociais na meia-idade) 
 A interação social tem três principais objetivos: (1) ela é uma fonte de informações; (2) ela ajuda 
as pessoas a desenvolver e a manter seu senso de identidade; e (3) ela é uma fonte de prazer e de 
conforto ou de bem-estar emocional. No primeiro ano de vida, a necessidade de apoio emocional é 
suprema. Da infância ao início da idade adulta, a busca de informações fica em primeiro plano. À 
medida que os jovens esforçam-se para compreender sobre sua sociedade e seu lugar nela, 
15
estranhos podem bem ser as melhores fontes de conhecimento. Na meia-idade, outros métodos 
de coleta de informações (tais como a leitura) tornam-se mais eficientes, e a função de regulação 
das emoções dos contatos sociais torna-se de novo central. As pessoas tornam- se mais seletivas 
em relação a esses contatos, preferindo a companhia de seus “comboios sociais" ( pessoas com as 
quais podem contar em época de necessidade). 
3.2.2. Relacionamentos e Qualidade de Vida: Embora considerem que relacionamentos sexuais 
satisfatórios sejam importantes para a qualidade de vida, os relacionamentos sociais são ainda mais 
importantes: um bom relacionamento com um cônjuge ou com um parceiro é importante para sua 
qualidade de vida, assim como laços íntimos com amigos e com a família. 
- Estudo longitudinal com 32.624 homens norte-americanos saudáveis de 42 a 77 anos: homens 
socialmente isolados - os que não eram casados, tinham menos do que seis amigos e parentes e 
não pertenciam a grupos religiosos ou comunitários - tinham maior probabilidade de morrer de 
doença cardiovascular, de acidentes ou de suicídio durante os quatro anos seguintes do que 
homens com redes sociais mais amplas. 
- Demandas estressantes e restritivas: especialmente nas mulheres: O senso de responsabilidade e 
de preocupação com os outros pode prejudicar o bem-estar de uma mulher quando problemas ou 
infortúnios atingem seu parceiro, seus filhos, seus pais, seus amigos e seus colegas de trabalho. 
 Esse "estresse vicário" pode ajudar a explicar por que mulheres de meia-idade são 
especialmente suscetíveis à depressão e a outros problemas de saúde mental e por que elas 
tendem a ser mais infelizes com seus casamentos do que os homens. 
Importante: "Mais" não significa necessariamente "melhor": o que importa é a qualidade de um 
relacionamento e seu impacto sobre o bem-estar, e esses atributos podem mudar de tempos em 
tempos (Paul, 1997).
3.2.3 Relações consensuais: 
Os casamentos tornam-se mais felizes ou infelizes durante os anos intermediários? A pesquisa 
sobre qualidadedo casamento sugere uma queda na satisfação conjugai durante os anos de criação 
dos filhos, seguida por uma melhora no relacionamento depois que os filhos saem de casa.
Divórcio: O divórcio na meia idade é relativamente incomum, talvez devido em parte ao acúmulo 
de capital conjugal. Entretanto, o divórcio na meia-idade está aumentando. 
A condição econômica e o momento de ocorrência e os efeitos do ninho vazio desempenham um 
papel fundamental: podendo acarretar em uma ruptura ou em uma “2ª lua de mel”.
16
Como as relações homossexuais comparam-se com as heterossexuais? Por demorarem mais para 
assumir a homossexualidade, muitos homossexuais na meia-idade somente nesse período 
assumem relacionamentos íntimos. • Casais homossexuais de ambos os sexos tendem a ser mais 
igualitários do que casais heterossexuais, mas apresentam problemas semelhantes para equilibrar 
os compromissos familiares e profissionais.
3.2.4. Relacionamento com os filhos.
- Quando os filhos são adolescentes: Geralmente os pais de adolescentes são adultos de meia-
idade. Enquanto lidam com suas próprias preocupações especiais, os pais precisam lidar 
diariamente com jovens que estão passando por grandes mudanças físicas, emocionais e sociais.
DADOS DE PESQUISA: Mais vulneráveis: mães que não tinham um vínculo forte vínculo mais forte 
com algum trabalho remunerado.  Ao que parece, o trabalho pode apoiar a autoestima dos pais 
a despeito dos desafios de ter um filho adolescente. Para outros pais, especialmente funcionários 
de escritório e com curso superior com filhos homens, a adolescência de seus filhos trouxe maior 
satisfação, bem-estar e até orgulho. Para a maioria dos pais, as mudanças normativas da 
adolescência provocaram uma mistura de emoções positivas e negativas. Isso se aplicava 
particularmente às mães com filhas adolescentes jovens, cujos relacionamentos geralmente 
tendiam a ser tanto próximos quanto repletos de conflitos. 
- Quando os filhos partem  O NINHO VAZIO: possível vivência dos pais (afetando geralmente a 
mãe) a partir do momento em que os filhos se tornam independentes, partindo para outra 
moradia. Pode acarretar em um quadro depressivo. 
- O ninho vazio não indica o fim da paternidade e da maternidade. Ele é uma transição para uma 
nova etapa: o relacionamento entre pais e filhos adultos. Para muitas mulheres, essa transição traz 
alívio para o que Gutmann chamou de "emergência parental crônica” Eles agora podem perseguir 
seus próprios interesses enquanto usufruem das realizações dos filhos crescidos. 
- O ninho vazio parece de fato ser difícil para mulheres que não se prepararam para isso 
reorganizando sua vida (Targ, 1979). Essa fase também pode ser difícil para pais que se arrependem 
por não terem passado mais tempo com os filhos.  Com a saída dos filhos: situações possíveis: 
ruptura do casamento ou 2ª lua de mel. 
- Quando os filhos retornam  A SÍNDROME DA PORTA GIRATÓRIA: Tendência entre jovens 
adultos de retornar ao lar dos pais enquanto estabelecem-se ou em épocas de dificuldades 
financeira, conjugai ou de outro tipo.
3.2.5 Outros laços de parentesco: Relacionamento com os pais idosos
- Muitas pessoas de meia-idade têm uma visão mais objetiva dos pais do que antes, vendo-os como 
indivíduos com qualidades e com defeitos. Outra coisa acontece nesse período: um dia um filho ou 
uma filha olha para o pai ou para a mãe e vê um idoso, e essa percepção pode ser perturbadora. 
 - A maioria dos adultos de meia-idade e seus pais têm relacionamentos próximos baseados em 
contato frequente e mútuo auxílio.  Adultos idosos retomam o papel mais ativo de pais quando 
17
um filho precisa de auxílio e quando eles mesmos precisam de auxílio, seus filhos são as primeiras 
pessoas às quais eles recorrem e as que mais tendem a ajudar.
Maturidade filial: Etapa de vida, proposta por Marcoen e por outros pesquisadores, em que os 
filhos de meia-idade, em consequência de uma crise filial, aprendem a aceitar e a satisfazer a 
necessidade dos pais de depender deles. Saída saudável da crise filial. Os adultos aprendem a 
equilibrar amor e dever com os pais e autonomia em um relacionamento bidirecional. Neste 
contexto, a necessidade de cuidar dos pais idosos não se torna fonte de sofrimento. 
- Caso o cuidador não tenha apoio social e financeiro  esgotamento. Condição de exaustão física, 
mental e emocional que acomete adultos que cuidam de pessoas idosas.
3.2.6. Geração sanduíche: Adultos de meia-idade pressionados pelas necessidades concorrentes de 
criar ou de encaminhar os filhos e de cuidar de pais idosos.  O casal vive pressionado entre essas 
necessidades concorrentes e seus limitados recursos de tempo, de dinheiro e de energia. São 
também perturbadores os conflitos entre obrigações de assistência e interesse pessoais, atividades 
sociais ou planos de viagem. Tal dinâmica ( prestação de assistência e interesses/necessidades 
pessoais) pode trazer tensão a um casamento e até levar ao divorcio e/ou esgotamento do 
cuidador. 
2.2.7 Relacionamentos com os Irmãos: Em algumas pesquisas transversais, os relacionamentos 
entre irmãos durante o ciclo de vida parecem assumir a forma de uma ampulheta, com mais 
contato nos dois extremos: - infância e idade adulta intermediária e tardia - e menos contato 
durante os anos de criação dos filhos. Depois de estabelecerem carreiras e famílias, os irmãos 
podem renovar os laços.  Outros pesquisadores apontam para um declínio no relacionamento 
entre irmãos durante a idade adulta.  Entretanto, a maioria das pessoas de meia idade 
permanece em contato com os irmãos, e os relacionamentos com os irmãos são importantes para o 
bem-estar.
2.2.7. A meia idade e a condição de avó/avô: 
No que diferem os avós de hoje dos de antigamente e que papéis eles desempenham? Embora a 
maioria dos avós da atualidade tenham menor envolvimento íntimo com a vida de seus netos do 
que no passado, eles, muitas vezes, desempenham um papel importante. • O divórcio e o segundo 
casamento de um filho adulto pode afetar os relacionamentos entre avós e netos e criar novos 
papéis para os avós "emprestados". • Um número crescente de crianças recebe assistência dos 
avós/avôs. Para os avós, criar os netos pode trazer tensões físicas, emocionais e financeiras.
TEXTO 5: 
 DESENVOLVIMENTO DO IDOSO
Embora existam diferentes tentativas de categorização do envelhecimento, cada vez mais é aceito que o 
processo de envelhecimento é uma experiência heterogênea, vivida como uma experiência individual. 
18
Classificações mais comuns: A velhice pode ser divida em três grupos: 
• Idosos jovens (65 a 74 anos): ativos, cheios de vida e vigorosos. • Idosos velhos (75 a 84 anos): maior 
tendência para a fraqueza e enfermidades. Pode ter dificuldade para desempenhar atividades da vida diária. 
• Idosos mais velhos (85 anos ou mais): as mesmas características anteriores de maneira mais acentuada.
IDDADE FUNCIONAL: O QUÃO BEM UMA PESSOA funciona em um ambiente físico e social em comparação a 
outras de mesma idade cronológica. Por exemplo, uma pessoa de 90 anos com boa saúde física pode ser 
funcionalmente mais jovem do que uma de 65 anos que não está funcionalmente bem. (Papalia et al., 
2006). 
Isto significa que: o envelhecimento não é algo determinado pela idade cronológica, mas é consequência 
das experiências passadas, da forma como se vive e se administra a própria vida no presente e de 
expectativas futuras. É, portanto, uma integração entre as vivências pessoais e o contexto social e cultural 
em determinada época, e nele estão envolvidos diferentes aspectos: biológico, cronológico, psicológico e 
social.
Não importa a quantidade de anos que o indivíduo tem, mas sim, o que ele fez com os anos vividos, e como 
a sociedade trata alguém com aquela idade.
Organização Mundialda saúde: IDOSO: → idade cronológica= 65 anos.1
No Brasil (Estatuto do Idoso): a partir dos 60 anos. Entretanto, alguns direitos como a gratuidade no 
transporte coletivo público urbano e semiurbano só é concedida aos maiores de 65 anos.
Conforme já descrito, a velhice não é definida por simples cronologia, mas pelas condições físicas, 
funcionais, mentais e de saúde das pessoas, o que equivale a afirmar que podem ser observadas diferentes 
idades biológicas e subjetivas em indivíduos com a mesma idade cronológica. Desta forma, o 
envelhecimento humano pode ser compreendido como um processo complexo e composto pelas diferentes 
idades: cronológica, biológica, psicológica e social.
IDADE CRONOLÓGICA: VARIÁVEL
IDADE BIOLÓGICA: A idade biológica é definida pelas modificações corporais e mentais que ocorrem ao 
longo do processo de desenvolvimento e caracterizam o processo de envelhecimento humano, que pode ser 
compreendido como um processo que se inicia antes do nascimento do indivíduo e se estende por toda a 
existência humana.
- MUDANÇAS FÍSICAS: A partir dos 40 anos, a estatura do indivíduo diminui cerca de um centímetro por 
década, principalmente devido à diminuição da altura vertebral ocasionada pela redução da massa óssea e 
outras alterações degenerativas da coluna vertebral. 
 A pele fica mais fina e friável, menos elástica e com menos oleosidade. 
 A visão também declina, principalmente para objetos próximos. 
 A audição diminui ao longo dos anos, porém normalmente não interfere no dia-a-dia. 
 O peso e o volume do encéfalo diminuem por perda de neurônios, mas, apesar desta redução, as 
funções mentais permanecem preservadas até o final da vida.
IDADE SOCIAL: A idade social é definida pela obtenção de hábitos e status social pelo indivíduo para o 
preenchimento de muitos papéis sociais ou expectativas em relação às pessoas de sua idade, em sua cultura 
e em seu grupo social.
A idade social diz respeito à avaliação do grau de adequação de um indivíduo ao desempenho dos papéis 
sociais e dos comportamentos esperados para as pessoas da sua idade em um dado momento da história de 
cada sociedade.
1 A Organização Mundial de Saúde define o idoso a partir da idade cronológica, portanto, idosa é aquela pessoa com 60 
anos ou mais, em países em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em países desenvolvidos.
19
Aposentadoria: O indivíduo passa a ser considerado improdutivo (velho). Rompimento abrupto das relações 
sociais com outras pessoas com as quais o indivíduo conviveu durante muitos anos. Ocorre, ainda, uma 
redução salarial considerável e a falta de atividades alternativas fora do ambiente de trabalho.
Mais uma vez, percebe-se o quanto a velhice é uma experiência heterogênea e complexa, pois para alguns a 
aposentadoria pode significar o desengajamento da vida social e, para outros, o início de uma vida social 
prazerosa, composta por atividades e lazer.
IDADE PSICOLÓGICA: O conceito de idade psicológica pode ser usado em dois sentidos: (1) relação entre 
idade cronológica e às capacidades psicológicas (2) relação com o senso subjetivo de idade. (2) relação que 
existe entre a idade cronológica e às capacidades psicológicas, tais como percepção, aprendizagem e 
memória, as quais prenunciam o potencial de funcionamento futuro do indivíduo (Neri, 2005).
- Na maioria das vezes, o declínio no funcionamento cognitivo é provocado pelo “desuso” (falta de prática), 
doenças (como depressão), fatores comportamentais (como consumo de álcool e medicamentos), fatores 
psicológicos (por exemplo, falta de motivação, de confiança e baixas expectativas) e fatores sociais (como a 
solidão e o isolamento), mais do que o envelhecimento em si (WHO, 2005).
. Um dos aspectos que poderia atuar como fator de proteção do declínio cognitivo é a escolaridade, já que 
“os idosos que têm mais escolaridade conservaram um melhor resultado no período de três anos em muitas 
funções cognitivas examinadas.. 
O senso subjetivo de idade: como cada pessoa avalia a presença ou a ausência de marcadores biológicos, 
sociais e psicológicos do envelhecimento com outras pessoas de sua idade (Neri, 2005). 
Auto eficácia e resiliência: A AUTO EFICÁCIA, que é a crença do indivíduo na capacidade de exercer 
controle sobre a própria vida, está relacionada às escolhas pessoais de comportamento durante o processo 
de envelhecimento e à preparação para a aposentadoria. Saber superar as adversidades determina o nível 
de adaptação a mudanças e a crises próprias do processo de envelhecimento. (WHO, 2005). “Homens e 
mulheres que se preparam para a velhice e se adaptam a mudanças fazem um melhor ajuste em sua vida 
depois dos 60 anos” (p.27). 
Estudos atuais sugerem que os idosos podem apresentar uma imensa capacidade de se adaptar a novas 
situações e de pensar estratégias que sirvam como fatores protetores. O conceito de RESILIÊNCIA, que pode 
ser definido como a capacidade de recuperação e manutenção do comportamento adaptativo mesmo 
quando ameaçado por um evento estressante, e o de plasticidade, caracterizado como o potencial para 
mudança, são vividos pelos idosos e constituem fatores indispensáveis para um envelhecimento bem-
sucedido.
TEXTO COMPLEMENTAR: IMAGENS DA VELHICE
Mesmo nos dias atuais, o envelhecimento aparece associado a doenças e perdas, e é na maioria das vezes 
entendido como apenas um problema médico. Para Neri e Freire (2000), o envelhecimento ainda está ligado 
à deterioração do corpo, ao declínio e à incapacidade. “Na base da rejeição ou da exaltação acrítica da 
velhice, existe uma forte associação entre esse evento do ciclo vital com a morte, a doença, o afastamento e 
a dependência” (Neri & Freire, 2000, p. 8). A velhice começou a ser tratada como uma etapa da vida 
caracterizada pela decadência física e ausência de papéis sociais a partir da segunda metade do século XIX. O 
avanço da idade dar-se-ia como um processo contínuo de perdas e de dependência, que daria uma 
identidade de falta de condições aos idosos e seria responsável por um conjunto de imagens negativas 
associadas à velhice (Debert, 1999).
O velho passa a ser ultrapassado, descartado, ou já está fora de moda. Pode-se entender um pouco mais a 
dinâmica da sociedade atual nas palavras de Pacheco (2005), que toma como exemplo o fenômeno dos 
aparelhos celulares:
Em poucos anos, eles se modificaram centenas de vezes. Desenhos modernos, bonitos e funcionais são 
criados para que as pessoas pareçam “antenadas”, jovens e bem-sucedidas. O medo da transformação que 
surge com a velhice assemelha-se um pouco ao fenômeno dos celulares. Tem-se medo de envelhecer como 
se tem receio de ser ridicularizado ao usar o aparelho antigo de dez anos, como os tijolões dos ‘tiozinhos’. O 
20
ser humano envelhecido é-nos apresentado, pela ideologia dominante, como o aparelho ultrapassado. Fala, 
mas ninguém quer! (p. 65).
Os estereótipos negativos são atribuídos principalmente pelos próprios idosos, que não se reconhecem 
como tal e falam da categoria “velho” como se não fizessem parte da mesma. Tal atitude seria uma falsa 
consciência ou uma atitude preconceituosa? 
Possíveis causas dos estereótipos sobre o idoso e o envelhecimento. 1ª Valorização do novo e do 
produtivo. Ênfase contemporânea na juventude, beleza, autonomia, independência e na habilidade de ser 
produtivo ou reprodutivo. 2ª: Para muitas pessoas, interagir com velhos é lembrar-se da proximidade com a 
morte. Assim, o preconceito serviria como fator protetor porque manteria afastadas as ideias de declínio e 
de morte.
TEXTO COMPLEMENTAR: QUAL O NOME DA VELHICE?
Proliferação dos termos utilizados para se referir às pessoas que já viveram mais tempo ou à fase da vida 
anteriormente chamada apenas de velhice. Entre os termos mais comuns estão: terceira idade, melhor 
idade, adulto maduro, idoso, velho, meia-idade, maturidade, idade maior e idade madura(Neri & Freire, 
2000)
É comum que a maioria das pessoas mais velhas resista a ser chamada de velha. Segundo Ferreira (2000), a 
palavra “velho” significa muito idoso, antigo, gasto pelo tempo, experimentado, veterano, que há muito 
tempo exerce uma profissão ou tem certa qualidade, desusado, obsoleto. Nesta breve definição, 
percebem-se os vários sentidos negativos da palavra velho como algo já ultrapassado, descartado e fora de 
moda. De acordo com Gibson (2000), atitudes preconceituosas e estereótipos sociais estão também 
incorporados na linguagem e, provavelmente, levarão muitos anos para ocorrerem mudanças nesse sentido. 
Para ele, a palavra velho não significa decrepitude, desgaste, fora de moda, mas simplesmente se refere 
ao número de anos que a pessoa viveu.
A palavra terceira idade, atualmente tão usada, teve sua origem na França, na década de 1960: indicava a 
idade em que a pessoa se aposentava. A primeira idade seria a infância (improdutividade, mas com 
possibilidade de crescimento). A segunda idade: vida adulta, etapa produtiva. A terceira idade: INATIVIDADE 
REMUNERADA. 
Na época em que a expressão terceira idade foi criada, procurou-se garantir a atividade das pessoas depois da 
aposentadoria, que ocorria na França por volta dos 45 anos. 
 A invenção da terceira idade indicaria uma experiência inusitada de envelhecimento, cuja compreensão NÃO pode ser 
reduzida aos indicadores de prolongamento da vida nas sociedades contemporâneas. De acordo com esse autor, essa 
invenção requer a existência de uma "comunidade de aposentados" com peso suficiente na sociedade, demonstrando 
dispor de saúde, independência financeira e outros meios apropriados para tornar reais as expectativas de que 
essa etapa da vida é propícia à realização e satisfação pessoal.
Com o avanço contínuo da esperança de vida, a expressão “terceira idade” passou a designar a faixa etária 
intermediária, entre a vida adulta e a velhice (Neri & Freire, 2000). Desta forma, o uso do termo terceira 
idade torna-se inadequado para descrever o grupo de indivíduos com 60 anos ou mais, e traz ainda uma 
conotação negativa ao termo velhice, porque se compreende que quem está na terceira idade ainda não é 
velho (Araújo & Carvalho, 2005). 
Também é utilizado: idade madura. 
 “A preferência por termos como terceira idade ou idade madura pode parecer um eufemismo, palavra de 
origem grega que significa soar bem” (p.14). O uso de tantos termos e expressões tem por objetivo “soar 
bem, mascarando o preconceito e negando a realidade. Se não houvesse preconceito, não seria necessário 
disfarçar nada por meio de palavras” (p.18). 
Segundo as mesmas autoras, as pessoas que viveram mais tempo devem ser chamadas simplesmente de 
velhas ou idosas. As palavras, na maioria das vezes, trazem consigo uma forte associação. O termo 
21
pensionista, no Reino Unido, é muitas vezes usado como sinônimo de pessoa velha. Lá, é esperado que as 
avós sejam, por excelência, pessoas velhas. Assim, há uma estreita relação entre ser pensionista, ser avó e 
ser uma pessoa velha (Bytheway, 1995). Palavras como old, older, elderly e referências de idade cronológica 
podem posicionar alguém como velho, mas cada caso precisa ser visto individualmente dentro de realidades 
próprias (Bytheway, 2000). Posicionar alguém como velho requer atenção a cada detalhe. O posicionamento 
de alguém como idoso não pode ser simplesmente respondido pela ocorrência de palavras como “avó” ou 
referência de idade cronológica. Muitas frases que deveriam ser esperadas para posicionar alguém como 
velho não fazem sentido dentro de todas as circunstâncias. Por exemplo, em algumas situações particulares, 
tais como um encontro de centenários, ser descrito com 90 anos posiciona alguém como relativamente 
jovem. As palavras “avó”, “aposentado” e “pensionista” suscitam controvérsias na realidade brasileira 
porque elas não são sinônimas de “ser velho”. Avô pode ser alguém aos 30 anos ou até um milionário que 
pode ter se aposentado aos 35 anos (Jones, 2006). 
TEXTO 6: 
AS IDADES DA VELHICE
De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), uma classificação da velhice mais significativa é pela idade 
funcional: 
Envelhecimento primário: processo gradual e inevitável de deteriorização corporal que começa cedo na vida 
e continua ao longo dos anos. • Envelhecimento secundário: é constituído pela consequência de doença, de 
abuso e de ausência de uso de medidas preventivas; alimentando-se bem e mantendo-se fisicamente em 
forma, é possível evitar os efeitos secundários do envelhecimento. 
- Quanto à atitude social em relação à velhice, segundo Barreto (1992), é a de negar a velhice enquanto tal, 
valorizando-se a pessoa que consegue disfarçá-la física (“velhos bem conservados”) e/ ou psicologicamente 
(“velhos de espírito jovem”). 
Não há a valorização da velhice, “conserva-se uma norma que estabelece que os idosos devam ser 
respeitados, mas esse ‘objeto de respeito’ encontra-se desaparecido, ‘disfarçado de jovem’, física, moral e 
psicologicamente” (p. 23).
- Diferença entre Expectativa de vida e Longevidade: Expectativa de vida: idade até a qual uma pessoa 
nascida e numa determinada época e determinado lugar tem a tendência estatística de viver, considerando-
se sua idade e seu estado de saúde atuais.  Longevidade: quanto tempo de fato uma pessoa vive.  A 
expectativa de vida baseia-se na longevidade media dos integrantes de uma população. 
Preocupações: O envelhecimento biológico e psicológico: perda de capacidades. Duração e condição de 
vida. 
DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DO IDOSO.
Teoria e Pesquisa sobre Desenvolvimento Psicossocial: Quanto muda a personalidade na terceira 
idade? Não muito, segundo algumas pesquisas. Como os idosos tendem a enfrentar as situações de 
estresse; é possível caracterizar o envelhecimento bem sucedido? 
Desenvolvimento psicossocial: principais teorias: 
- Estabilidade dos Traços de Personalidade
Embora algumas pesquisas tenham constatado mudanças na terceira idade nas "Cinco Grandes " 
dimensões de personalidade, como aumentos no nível de socialização e diminuições na 
extroversão (Field e Millsap, 1991), o trabalho de Costa e McCrae (1994a, 1994b, 1996) 
demonstrou claramente a estabilidade essencial dos traços de personalidade (ver Capítulo 14). 
22
Pessoas hostis são pouco inclinadas a se suavizar com a idade, a menos que recebam tratamento 
psicoterapêutico; pessoas otimistas tendem a se preservar assim. Alguns padrões de traços 
persistentes contribuem para a adaptação ao envelhecimento e podem até predizer a saúde e a 
longevidade (Baltes, Lindenberger e Staudinger,1998; ver Quadro 18-1).
- Os Cinco fatores: mudanças pouco significativas. No senso comum, entretanto, o envelhecimento está 
associado à depressão e rigidez: não existem evidências significativas. 
-QUESTÕES E MUDANÇAS NORMATIVAS: Erik Erikson : Integridade do Ego versus Desespero
Para Erikson, a realização suprema da terceira idade é o senso de integridade do ego ou 
integridade do self, realização baseada na reflexão sobre a própria vida. Na oitava e última crise do 
ciclo de vida, integridade do ego versus desespero, adultos mais velhos precisam avaliar, resumir e 
aceitar sua vida para poderem aceitar a aproximação da morte. A partir dos resultados das sete 
crises anteriores, eles se esforçam para obter um senso de coerência e de integridade, em vez de 
ceder ao desespero por sua incapacidade de reviver o passado de forma diferente (Erikson, Erikson 
e Kivnick, 1986). 
As pessoas que são bem-sucedidas nessa tarefa final de integração adquirem um senso de ordem e 
significado de sua vida na ordem social mais ampla, do passado, do presente e do futuro. A 
"virtude" que pode desenvolver-se durante esse estágio é a sabedoria, uma "preocupação 
informada e/imparcial com a própria vida diante da própria morte". 
Sabedoria,diz Erikson, significa aceitar a vida que se viveu, sem maiores arrependimentos: sem 
alongar-se no que "deveria ter feito" ou em "como poderia ter sido". Isso envolve aceitar nossos 
pais como pessoas que fizeram o melhor que podiam e por isso merecem amor, ainda que não 
tenham sido perfeitos. Isso implica aceitar nossa morte como fim inevitável de uma vida vivida tão 
bem quanto soubemos vivê-la. Em suma, significa aceitar imperfeição no self, nos pais e na vida. 
As pessoas que não alcançam a aceitação sucumbem ao desespero, percebendo que o tempo é 
curto demais para buscar outros caminhos para a integridade do ego.
Importante observar que nesse ciclo de vida (de acordo com Erikson) o desespero é inevitável. ( 
pela transitoriedade da condição humana, mas quando a pessoa mantém um envolvimento vital 
com a sociedade, o desespero dá lugar a sabedoria. A reflexão não está limitada a análise do 
passado, mas em função de um contínuo envolvimento com situações, desafios e tarefas do 
presente, que incluem: trabalhos criativos e envolvimento com os netos). 
Desespero ou desesperança: sentimento de frustração, aborrecido porque perdeu oportunidades e 
arrependido de erros que não pode corrigir, não há mais tempo para corrigi-los, então há a desesperança. 
Os indivíduos ficam desgostosos consigo mesmos, ranzinzas, ficam amargos em relação ao que poderiam ter 
sido, criticam e são intolerantes com as novas gerações. 
Tic-tac. O tempo é implacável. Tic-tac. A cada segundo que passa nos tornamos alguém diferente. Presente 
vira passado, futuro vira presente. Tictac. Surgem problemas, surpresas, emoções, realidades, desejos e 
seguimos em frente, tomando decisões, trilhando caminhos, transformando e sendo transformados, muitas 
vezes sem perceber. Tic-tac. Alguns amadurecem jovialmente, outros envelhecem imaturos. Tic-tac. 
Fazemos planos, lutamos para colocá-los em prática, comemoramos êxitos, desistimos de tudo, sofremos 
derrotas, juntamos os cacos, reconstruímos a partir do zero. Tictac [...] (BRANCO, 2011).
Instantes: Se eu pudesse viver novamente a minha vida [...] Correria mais riscos, viajaria mais, Contemplaria 
mais entardeceres, subiria mais montanhas, Nadaria mais rios [...] Daria mais voltas na minha rua, 
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contemplaria mais os Amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse Outra vez a vida pela frente. 
Mas eu tenho 85 anos e sei que estou morrendo (BORGES, 2011).
Esse poema ilustra a postura mais contemplativa sobre o presente e também introduz o tema da morte. A 
mortalidade/imortalidade é o grande tema existencial da velhice. A angústia existencial frente à morte é 
muito forte, pois existe uma consciência mais vívida de que a morte é um acontecimento concreto e 
próximo. 
Entretanto, se o indivíduo estiver em paz consigo mesmo (integridade de ego), o medo diante da morte é 
atenuado. Do contrário, o indivíduo entra em desespero, pois constata que agora o tempo é curto para 
alcançar a integridade.
Os relacionamentos sociais são muito importantes para os idosos, embora a frequência do contato social 
decline na velhice. Em muitos casos, a rede social do idoso fica esgarçada, já que ocorrem muitas perdas e 
rupturas; alguns papéis sociais deixam não são mais exercidos, como o profissional, e com isso o indivíduo 
perde as interações sociais decorrentes deste.
- George Vaillant → Fatores na Saúde Emocional: Investigação dos atributos de personalidade que 
contribuem para uma adaptação saudável ao envelhecimento. 
Provavelmente o fator mais significativo para uma boa adaptação emocional era a capacidade de 
utilizar mecanismos adaptativos maduros - lidar com os problemas sem culpa, amargura ou 
passividade. Os homens que, ao longo dos anos, não haviam acumulado injustiças, reclamado, 
fingido que não havia nada de errado ou tornado-se amargurados ou tendenciosos - e, portanto, 
podiam responder adequadamente às crises - eram os mais bem adaptados aos 65 anos.
Para Vaillant, como para Costa e McCrae: as pessoas idosas tendem a utilizar mecanismos 
adaptativos semelhantes aos utilizados ao longo da vida. Entre esses processos são destacados 
dois: modelo de avaliação cognitiva e o sistema de apoio (religião).
- Modos de Enfrentamento: Sua saúde pode não ser mais a mesma, eles perderam velhos amigos e 
familiares – muitas vezes, os cônjuges - e provavelmente não ganham tanto dinheiro quanto no 
passado. Suas vidas vão se transformando de inúmeras formas estressantes. Em geral, contudo, os 
adultos mais velhos possuem menos transtornos mentais e são mais satisfeitos com a vida do que 
adultos mais jovens. O que explica essa notável capacidade de enfrentamento?
Enfrentamento é o pensamento ou o comportamento adaptativo que visa a reduzir ou a aliviar o 
estresse oriundo de condições prejudiciais, ameaçadoras ou desafiadoras.
Modelo de Avaliação Cognitiva: No modelo de avaliação cognitiva (Lazarus e Folkman, 1984), as 
pessoas escolhem as estratégias de enfrentamento com base no modo como percebem e analisam 
uma situação. As estratégias de enfrentamento podem ser: ENFOCADAS NO PROBLEMA ou 
ENFOCADAS NA EMOÇÃO. 
 ENFRENTAMENTO ENFOCADO NO PROBLEMA: visa eliminar o problema, administrar ou melhorar 
a situação estressante. 
ENFRENTAMENTO ENFOCADO NA EMOÇÃO (OU PALIATIVO): a pessoa busca sentir-se melhor, 
adminstrando ou regulando a resposta emocional a uma situação estressante para atenuar o 
impacto (físico ou psicológico). Geralmente ocorre quanto a pessoa entende que não tem 
condições para mudar de fato a situação estressante. Assim, ela nega o problema ou passa a 
considerar que não é tão grave ou ainda procura desviar a atenção. Ex: empregado sendo cobrado 
pelo empregador. 
24
Idosos tendem a priorizar o enfrentamento focado na emoção (em comparação com os adultos, 
especialmente, adultos jovens): Será que os idosos são menos capazes de se concentrar nos 
problemas ou será que eles são mais capazes de controlar suas emoções?
Observa-se que as pessoas independente da idade tende a focar mais no problema quando a 
situação não é altamente emocional. (homem divorciado que só podia ver o filho uma vez por 
semana). Nestes casos, os idosos tendem a utilizar mais a regulação das emoções do que os jovens 
(não fazer nada, esperar até que a situação melhore, não se preocupar com isso). Parece que os 
mais velhos tendem a ser mais flexíveis: quando não há o que mudar, são mais eficazes na 
regulação das emoções. 
Religião e Bem-estar Emocional na Velhice: Entre 836 adultos mais velhos de dois grupos seculares 
e três de orientação religiosa, o ânimo estava positivamente associado a três tipos de atividade 
religiosa: organizada (frequentar e participar de igreja ou sinagoga), informal (rezar ou ler a Bíblia) 
e espiritual (comprometimento pessoal com crenças religiosas). As pessoas com níveis mais altos 
em alguma dessas dimensões apresentavam melhor ânimo e melhor atitude em relação ao 
envelhecimento e eram mais satisfeitas e menos solitárias (Koenig, Kvale e Ferrei, 1988). Afro-
americanos idosos são mais envolvidos em atividade religiosa do que brancos
- O envolvimento religioso de praticamente qualquer tipo tem um impacto positivo sobre a saúde 
física e mental e sobre a longevidade. Isso é verdade independentemente de gênero, raça, 
etnicidade, educação e condição de saúde e pode estar em par te relacionado com a 
disponibilidade de apoio social em época de necessidade.
MODELOS DE ENVELHECIMENTO "BEM-SUCEDIDO" OU "IDEAL"
Os pesquisadores discordam sobre como definir e medir o envelhecimento bem-sucedido ou ideal. 
Alguns deles se concentram em critérios como funcionamento cardiovascular, desempenho 
cognitivo e saúde mental, sobre os quais há consenso quanto aos resultados desejáveis. 
Entretanto, o todo pode não ser igual à soma de suas partes: um coração forte, um vocabulário 
amplo e a ausência de depressão não indicamnecessariamente êxito no viver. Outros 
pesquisadores consideram que a produtividade econômica ou de outro tipo como importante 
critério para uma vida significativa ou saudável.
Outros, por sua vez, examinam a longevidade, que pode ser um sinal de saúde física e mental.
Outra abordagem é examinar a experiência subjetiva: quão bem os indivíduos realizam suas 
metas e o quão satisfeitos estão com sua vida. 
Um modelo, por exemplo, enfatiza o grau de controle que as pessoas conservam: sua capacidade 
de moldar sua vida para atender às suas necessidades e otimizar seu desenvolvimento.
TEORIAS SOBRE O ENVELHECIMENTO SAÚDÁVEL.
TEORIA DO DESENGAJAMENTO (CUMMMING; HENRY, 1961) VERSUS TEORIA DA ATIVIDADE.
A TEORIA DO DESENGAJAMENTO foi uma das primeiras teorias mais influentes na gerontologia. 
Desengajamento: condição universal do envelhecimento. Declínios no funcionamento físico e a 
consciência da proximidade da morte resultam em uma retirada gradual E inevitável dos papéis 
sociais (trabalhador, cônjuge, progenitor) e, uma vez que a sociedade deixa de oferecer papéis úteis 
para o adulto mais velho, o desengajamento é mútuo. Acredita-se que o desengajamento é 
acompanhado (como sugeriu Jung) pela introspecção e pelo apaziguamento das emoções. 
EVIDENTE QUE RECEBEU CRÍTICAS CONTUNDENTES
25
 A TEORIA DA ATIVIDADE: os papéis adultos são fontes importantes de satisfação; quanto maior a 
perda dos papéis devido à aposentadoria, à viuvez, à distância dos filhos ou à enfermidade, menos 
satisfeita será uma pessoa. 
As pessoas que estão envelhecendo bem mantêm o máximo possível de atividades e encontram 
substitutos para papéis perdidos (Neugarten, Havinghurst e Tobin, 1968). Para alguns adultos mais 
velhos, mesmo uma atividade comum, como caminhar no shopping, se realizada regularmente, 
pode servir não apenas como uma forma de exercício, mas também com um substituto para o 
senso de propósito, de afiliação, de contato social e de autodisciplina anteriormente obtidos com 
o trabalho remunerado (Duncan, Travis e McAuley, 1995). 
A pesquisa sobre a hipótese do engajamento (ver Capítulo 17) sugere que o envolvimento em 
atividades desafiadoras e os papéis sociais promovem a retenção das habilidades cognitivas e 
podem ter efeitos positivos sobre a saúde e sobre a adaptação social.
CRÍTICAS: SIMPLIFICA A REALIDADE, NÃO CONSIDERAR SINGULARIDADES. Para alguns: ok, para 
outros não. A atividade em e por si mesma tem pouca relação com o bem-estar psicológico ou com 
a satisfação com a vida. Assim, o tipo de atividade ou conteúdo é o que faz a diferença. 
TEORIA DA CONTINUIDADE (Atchley): 
A atividade é importante não por si mesma, mas por representar a continuação de um estilo de 
vida. Para adultos mais velhos que sempre foram ativos e envolvidos, pode ser importante manter 
um alto nível de atividade. Por outro lado, pessoas menos ativas podem se sair melhor na 
proverbial cadeira de balanço.
Quando o envelhecimento provoca marcadas mudanças físicas ou cognitivas, uma pessoa pode 
tornar-se dependente ou pode ter que fazer novos arranjos de vida. O apoio da família, dos amigos 
ou de serviços comunitários pode ajudar a minimizar a descontinuidade. A teoria da continuidade, 
portanto, oferece um motivo para manter adultos mais velhos fora de instituições e na comunidade 
e para ajudá-los a viver da maneira mais independente possível.
O PAPEL DA PRODUTIVIDADE: para envelhecer bem, as pessoas precisam manter um equilíbrio 
entre a continuidade e a mudança nas estruturas interna e externa de sua vida. Neste caso, as 
pessoas idosas podem manter-se produtivas e também desenvolver novas competências. 
Atividades de lazer também são bem vindas. 
É possível que qualquer atividade regular que expresse e realce algum aspecto do self possa 
contribuir para o envelhecimento "bem-sucedido". (Herzog et al., 1998). Entre 2.761 habitantes 
mais velhos de New Haven, tanto a atividade produtiva como a atividade social sedentária eram tão 
eficazes quanto o exercício físico na redução da mortalidade(Glass, de Leon, Marottoli e Berkman, 
1999).
 OTIMIZAÇÃO SELETIVA COM COMPENSAÇÃO: Segundo Baltes e colaboradores: o envelhecimento 
"bem-sucedido" depende de haver metas para orientar o desenvolvimento e os recursos que tornem essas 
metas potencialmente realizáveis. Em idade avançada - na verdade, durante toda a vida, dizem esses 
investigadores - isso ocorre através de otimização seletiva com compensação.
O cérebro em envelhecimento compensa as perdas em determinadas áreas ou pela "otimização" seletiva ou 
pelo aproveitamento ao máximo das outras habilidades. Por exemplo, o célebre pianista Arthur Rubinstein, 
que deu seu último concerto aos 89 anos de idade, compensava as perdas de memória e as perdas motoras 
mantendo um repertório menor, praticando por mais tempo todos os dias e tocando mais lentamente antes 
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de movimentos rápidos (que ele não era mais capaz de tocar em velocidade máxima) para aumentar o 
contraste (Baltes e Baltes, 1990).
O mesmo princípio aplica-se ao DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL: adultos mais velhos, muitas vezes, 
podem ser mais flexíveis do que adultos mais jovens na seleção de estratégias de enfrentamento e, desse 
modo, podem otimizar o bem-estar diante de problemas opressores intratáveis. Sua maior capacidade de 
tirar proveito de estratégias enfocadas na emoção pode compensar a perda de controle sobre algumas áreas 
de sua vida. 
Além disso, como a teoria da seletividade socioemocional de Laura Carstensen (1991, 1995, 1996) sugere, as 
pessoas tornam-se mais seletivas em relação aos contatos sociais à medida que envelhecem, mantendo 
contato com pessoas que melhor podem satisfazer suas necessidades correntes de satisfação emocional. 
Esses contatos significativos podem ajudar pessoas mais velhas a compensar o estreitamento das 
possibilidades em sua vida. 
A discussão sobre o que constitui envelhecimento "bem-sucedido" ou "ideal" está longe de resolvida e talvez 
nunca se resolva. Mas uma coisa é certa: as pessoas são muito diferentes quanto aos modos como 
envelhecem. 
- QUESTÕES DE ESTILO DE VIDA E QUESTÕES SOCIAIS RELACIONADAS AO ENVELHECIMENTO
Aposentadoria: Aposentar-se é uma ideia relativamente nova; surgiu em muitos países industrializados 
durante o final do século XIX e início do século XX à medida que a expectativa de vida aumentou. Nos 
Estados Unidos, a depressão econômica dos anos de 1930 foi o ímpeto para o sistema de seguro social, que, 
juntamente com planos de aposentadoria patrocinados por empresas negociados pelos sindicatos, tornou 
possível para muitos profissionais se aposentarem-se com segurança financeira. Posteriormente, a 
aposentadoria obrigatória aos 65 anos tornou-se quase universal. Hoje, a aposentadoria compulsória foi 
praticamente proscrita como uma forma de discriminação etária. Os adultos possuem muitas escolhas, entre 
elas aposentar-se precocemente, aposentar-se em uma carreira ou cargo para começar outro, trabalhar em 
turno parcial para se manter ocupado ou para suplementar a renda, para voltar a estudar, para fazer 
trabalho voluntário, para perseguir outros interesses de lazer - ou nunca se aposentar. 
Sugestão de pesquisa: perguntar a três idosos sobre o que mudou na sua vida após a aposentadoria. Quais 
são os aspectos positivos? Quais são os aspectos negativos? 
A IDADE AFETA O DESEMPENHO NO TRABALHO? Os profissionais mais velhos, muitas vezes, são 
mais produtivos do que profissionais mais jovens. Embora possam trabalhar mais lentamente do 
que pessoas mais jovens, são mais precisos no que fazem. 
Profissionais mais velhos tendem a ser mais confiáveis, cuidadosos, responsáveis e econômicos com 
o tempo e com os materiais do que profissionais mais jovens, e suas sugestões tendem a ser mais 
aceitas.
Nos Estados Unidos a Lei de Discriminação Etária no Emprego protege a maioria

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