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servico social no futebol

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https://universidadedofutebol.com.br/servico-social-e-futebol-atuando-na-construcao-de-um-atleta-cidadao/
Serviço Social e futebol: atuando na construção de um atleta cidadão
Daniele Paiva Trindade
Neste texto, buscar-se-á trazer o papel do profissional de Serviço Social nos dias atuais na área futebolística, bem como as demandas e as práticas do Serviço Social nas instituições desportivas no momento em que o atleta ingressa na instituição até se tornar um jogador profissional ou não. A Lei que regulamenta a profissão é a 8662/93, que dispõe sobre a profissão de Assistente Social e da outras providencias.
O assistente social trabalha, de forma crítica e investigativa, atendendo aos interesses imediatos ou a necessidade que demandam a elaboração de estratégias para a transformação da realidade de exclusão e opressão a que os usuários estão submetidos. O assistente social na formação do atleta tem um papel de fundamental importância uma vez que, através do contato diário com os usuários na prática profissional, é possível que construa um conhecimento acerca da realidade com respeito aos sujeitos e a seus interesses, englobando e tendo visão geral, abrangente, sobre aspectos econômicos, afetivos, sociais entre outros.
O Serviço Social nas instituições de futebol geralmente está inserido no departamento das categorias de base, que são os responsáveis pelo processo de formação do atleta. Nessas instituições podemos visualizar como objeto do Serviço Social o desejo que esses atletas possuem pela ascensão financeira, a busca pelo status e o tão almejado sucesso profissional. Assim, podemos perceber como a grande demanda para o Serviço Social nas instituições: os atletas oriundos de outras cidades e regiões do país que trazem na bagagem as mais variadas histórias de vidas.
O Serviço Social possui como objetivo acompanhar os atletas na formação pessoal, escolar, intelectual e profissional, orientando-os para desenvolverem sua autonomia, participação, exercício de cidadania e acesso aos direitos sociais e humanos.
Nos clubes de futebol, as demandas nem sempre estão expostas para o profissional do Serviço Social, que muitas vezes vai em busca delas, uma vez que no processo de trabalho os adolescentes atletas são vistos como um todo e que trazem consigo uma grande vivência, que no seu processo de formação é sempre levada em consideração.
Quando falamos em formação do atleta, esta engloba vários aspectos. Para Desaulniers (1997):
“Os termos formação, formar, formado(a) derivam-se do termo forma que, em latim, significa molde ou meio pelo qual se dá uma certa matéria a forma que se deseja. Formação é a ação pela qual algo se forma, é produzido; é a ação de formar, de organizar, de instruir, de educar e seu resultado. E formado é aquele que recebeu uma certa forma; que foi habituado conforme tal forma ou tal feito. (MIALARET apud DESAULNIERS, 1997, p191).
 
Dentro dessa ótica apresentada por Desaulniers (1997), os profissionais têm grandes responsabilidades na formação de um atleta de futebol, pois são eles que exercem o papel de orientar os sujeitos e contribuir para que tenham consciência da sua realidade e do seu papel na sociedade, dos seus direitos e deveres enquanto cidadãos. O assistente social trabalha com a autonomia dos sujeitos e no futebol esse trabalho tem a finalidade de criar responsabilidades nas quais os próprios sujeitos percebem o compromisso que devem ter em suas vidas em relação não somente ao futebol, mas o compromisso com outras atividades que regem a vida em sociedade, como a escola, amigos, família e a profissão, entre outras.
O profissional envolvido em um clube de futebol precisa ter consciência muito clara do seu papel enquanto desafiador do crescimento dos sujeitos ali inseridos. Muitos são os desafios deste profissional, pois cabe a ele a proposição do convívio com as regras, a promoção da informação, a busca da superação da alienação, o estabelecimento do diálogo, o aproveitamento de eventos diversos relacionados à cultura e tantos outros.
Muitos dos atletas que ingressam nos clubes de futebol são crianças, pré-adolescentes e adolescentes que vêm de outras regiões, cidades e até outros países. O Serviço Social faz o acolhimento do atleta com atendimento individual e familiar para, assim, coletar o máximo de informações do atleta e de sua família e fazer o levantamento do perfil socioeconômico e iniciar a criação do vínculo , no momento em que esses atletas chegam ao clube, por diversas vezes encontram-se fragilizados, com saudade da família e muito abatidos devido à distância de casa. Desta forma, as demandas vão sendo trazidas pelos atletas conforme a necessidades que os mesmos encontram no dia-a-dia no clube, na cidade, adaptação ao ambiente, infraestrutura, adaptação à escola, novas culturas, regras, novos amigos, sexualidade, entre outras. Cabe, então, ao Serviço Social o fortalecimento do vínculo com o atleta e a aproximação com as famílias destes, considerando que a família é o primeiro grupo natural no qual o indivíduo está inserido. Entende-se família como o ponto de referência, pois é lá que se aprende a moral, criam-se os seus valores e crenças e, com isso, passa a ser construída a sua identidade.
Neste sentido, percebe-se a aproximação com as famílias dos atletas como algo de suma importância na prática de trabalho do Serviço Social, criando-se então um “elo” entre os três para fortalecer atleta, família e profissionais. Esse elo visa à importância do trabalho em conjunto para a formação do atleta, enquanto pessoa, no sentido de aperfeiçoar sua consciência crítica para que isso se reverta em elementos emancipatórios e de cidadania e para que ele se torne protagonista de sua história com equilíbrio na vida pessoal e profissional, independentemente de se tornar ou não no futuro um jogador profissional.
Uma das principais atividades do profissional de Serviço Social é o acompanhamento e assessoramento dos atletas na escola, uma vez que na entrada do atleta no clube são as profissionais enquanto instituição que ficam responsáveis por eles na escola. Assim, participando de reuniões escolares, acompanhando o desempenho das notas, frequência e participação dentro da escola. Como podemos observar, no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), art.53, diz:
 
A criança e o adolescente têm o direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – direito de ser respeito por seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;
V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
 
Conforme podemos ver no ECA que a criança e o adolescente têm direito à educação, percebemos que é dever do assistente social enquanto profissional garantir o acesso e a permanência destes na escola. Essa vem a ser a principal função e o principal objetivo do Serviço Social nos clubes de futebol. Quando o atleta ingressa no clube, são as profissionais que ficam responsáveis pelo recolhimento de toda documentação escolar e efetivação de matrícula dos atletas e de todo o acompanhamento e desenvolvimento deles na escola, visto que a educação escolar faz parte da formação do atleta.
Os atletas têm uma visão reducionista, visam somente o momento que estão vivendo e não costumam pensar no pós-carreira. É importante salientar que, segundo a Federação Gaúcha de Futebol (FGF), para o atleta menor de 18 anos poder participar de jogos por qualquer instituição desportiva de forma legal, ele deve estar matriculado em escola de ensino fundamental ou médio. O documento que comprova sua matrícula escolar é o principal para registro
junto à federação. Sem o referido documento, o atleta menor de idade não pode competir oficialmente em nenhum clube.
É de responsabilidade do assistente social intervir e mostrar que seu papel não é somente fazer cobranças, mas sim orientá-los e mostrar por que a escola é parte fundamental para seu crescimento e desenvolvimento de sua formação. Também cabe salientar a importância de incentivar os jovens ao convívio social para que ampliem os seus horizontes, o círculo social de amizades, não somente vivam o mundo do futebol, mas incentivar a curiosidade, a ampliação da utilização dos espaços culturais e de lazer dos lugares em que estão inseridos.
O mundo que esses jovens atletas de futebol vivem é por diversas vezes deslumbrante, pois muitos vêm de origem humilde e de uma hora para outra podem desfrutar do bom e do melhor em todos os sentidos, podem escolher a roupa, a marca do tênis e da chuteira, o restaurante que poderão frequentar. Isso tudo é um choque de realidade e alguns não conseguem se manter tão profissionais com a facilidade que o mundo esportivo pode dar a eles. Neste sentido, o trabalho do assistente social entra em cena, pois cabe a ele trazer o sujeito de volta à sua realidade, fazendo com que perceba as coisas que realmente são importantes para a sua vida e para o seu futuro. 
Segundo Faleiros (2002):
 
“O objeto da intervenção do Serviço Social se constrói na relação sujeito/estrutura e na relação usuário/instituição, em que emerge o processo de fortalecimento do usuário diante da fragilização de seus vínculos, capitais ou patrimônios individuais e coletivos”. (FALEIROS, 2002, p. 44).
 
Os clubes de futebol abrem espaço para o trabalho do Serviço Social e este espaço está cheio de desafios que surgem diariamente. O dever do profissional desenvolver a transformação na sua prática, visto que a área futebolística é nova para os assistentes sociais, enfim, este espaço é mais uma conquista dos profissionais que estão habilitados para atuar em grandes e novas áreas e nos clube de futebol que estão formando pessoas e não somente atletas. O profissional se torna peça fundamental na construção e reconstrução de possibilidades para o futuro desses cidadãos.
Link : http://www.netvasco.com.br/news/noticias13/43323.shtml
A importância do serviço social para o sucesso no futebol 
Meta comum para grande parte dos jovens, êxito no esporte depende de uma preparação na relação interpessoal e com a sociedade
 
O sucesso de jogadores brasileiros em gramados europeus fez mais do que transformar esses atletas em ídolos de todo o planeta. Sua ascensão midiática e, sobretudo, financeira criou um novo modelo de "vitória" social. O futebol passou a ser encarado como uma forma de fuga dos problemas e das dificuldades enfrentadas antes do ingresso na carreira esportiva. 
No entanto, o estabelecimento do sucesso no futebol como uma meta comum para grande parte dos jovens com menos recursos financeiros evidenciou a necessidade de atuação do esporte em outro sentido. O caminho até o estrelato passa necessariamente por educação e cidadania. Antes de vencerem em campo, os garotos precisam ser ajudados a ter noções de integração e bem-estar em sociedade, principalmente porque a maior parte deles é oriunda de classes sociais menos abastadas. 
Nesse contexto, ganhou importância nas três últimas décadas a atuação do serviço social ligado ao futebol. Ensinar e educar passaram a ser pilares na formação de atletas. Mais do que isso, o trabalho do assistente social nos clubes passa a oferecer respostas do esporte à sociedade. Afinal, a maioria dos garotos não consegue se tornar profissional. Os conceitos transmitidos durante a permanência nas equipes, contudo, podem ser perenes. 
"O serviço social ligado ao esporte é uma forma de preparar os jogadores para a carreira e para depois da carreira. Eles precisam ser inseridos no contexto social para entenderem as transformações que terão na vida e para saberem aproveitar isso. Mas não podemos esquecer que muitos não chegam ser profissionais ou ganhar muito dinheiro. Com uma boa educação, eles podem ter outras opções de vida", lembra Maria da Glória Gomes, assistente social do Vasco há 19 anos. 
De uma forma geral, as principais preocupações dos profissionais do serviço social em clubes de futebol no Brasil são a preparação dos atletas para o pós-carreira e uma uniformização nos conceitos de educação e cultura. 
"Recebemos atletas de todas as partes do Brasil. Muitos deles nunca tiveram contato com algumas coisas que existem nos clubes, e isso é uma preocupação. Trabalhamos para educar esses meninos e para que a prática esportiva não proporcione a eles apenas os resultados em campo", diz Lázara Cenicéria Silva Pereira, assistente social do Atlético-PR. 
O princípio básico do serviço social é a defesa da eqüidade social na perspectiva de universalidade, visando sempre a consolidação da cidadania e dos direitos estabelecidos pela Constituição Federal de 1988. Os assistentes sociais são os profissionais responsáveis pela integração entre o indivíduo e a sociedade, e fazem isso a partir da preparação do caráter e da educação. 
O trabalho ligado ao serviço social começa com o estabelecimento da realidade social de um indivíduo ou do grupo em que ele está inserido. A partir de entrevistas ou conversas informais, cabe ao assistente social a determinação de um panorama do universo de vida da pessoa. Já nessa fase, a observação deve ser feita com um caráter interdisciplinar, principalmente com participação de profissionais ligados às áreas das ciências humanas. 
"O primeiro passo é encontrarmos os problemas. Para isso, precisamos conhecer o universo dos atletas. Conversamos com eles e com as famílias para sabermos em quais pontos a nossa atuação é mais urgente", explica Lucilene Gonzaga Dias, assistente social do Fluminense. 
Outra ferramenta dos profissionais do serviço social durante a fase de análise dos indivíduos é a visita familiar. Conhecer o ambiente que as pessoas vivenciam fora do clube é fundamental para entender a origem de alguns problemas e buscar maneiras de solucioná-los. 
"Isso é mais fácil para os atletas que moram perto do clube, mas nós viajamos para conhecer a realidade dos que são de longe. Isso é importante para o nosso plano de ação", diz Lázara. 
Depois da determinação do panorama social individual do atleta, com base numa abordagem pedagógica clara, o assistente social cria um programa de ações voltadas à integração da pessoa na comunidade e à diminuição dos problemas detectados inicialmente. Basicamente, essas ações seguem a seguinte ordem: 
* Orientação e auxílio na adaptação ao clube 
* Apoio e acompanhamento psico-social 
* Criação de um banco de dados sócio-econômico 
* Acompanhamento do histórico clínico e do histórico educacional 
* Desenvolvimento de trabalhos sócio-educativos complementares 
* Supervisão de atividades pedagógicas 
* Fomento ao desenvolvimento de conceitos de cidadania 
* Melhoria nas relações interpessoais (entre atletas e entre atletas e a sociedade) 
* Elaboração de programa de educação continuada 
* Preparação do atleta para a inserção na sociedade depois do término da carreira 
* Elaboração de relatórios mensais de desempenho para monitorar a evolução 
A atuação dos assistentes sociais é muito mais presente no futebol durante a fase de formação dos atletas. No entanto, a falta de um acompanhamento correto nas categorias de base pode criar a necessidade de ações mais drásticas quando os jogadores chegam aos profissionais. Por conta disso, o trabalho deve ser sempre realizado. 
"Muitas vezes, um problema de comportamento ou uma dificuldade de adaptação têm origem no lado social. O trabalho é mais voltado à base, mas sempre funciona como um suporte a todas as comissões técnicas", afirma Maria da Glória. 
O papel educador do serviço social 
Profissão atua na condição de políticas de inserção sociais individuais
ou coletivas 
O profissional do serviço social é o responsável pela garantia de aplicação de todos os direitos dispostos pela Constituição Federal de 1988 ou por meio da legislação complementar. Trata-se de uma profissão sócio-educativa que atua na condução de políticas públicas e privadas com o objetivo de fomentar a inclusão social com base na análise da realidade social e institucional e de intervenções direcionadas à melhora na qualidade de vida. 
Para garantir o sucesso em suas operações, a atuação do serviço social deve ser direcionada por alguns princípios éticos, tais como o reconhecimento da liberdade como valor central, bem como a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais. 
Além disso, um profissional do serviço social deve defender os direitos humanos (contrariando o arbítrio e o autoritarismo), aplicar e consolidar a cidadania, defender o aprofundamento da democracia, brigar pela eqüidade e pela justiça social, combater o preconceito e garantir o pluralismo (respeito às correntes diferentes em todos os âmbitos da sociedade). 
Fundamentado por esses princípios, o profissional do serviço social deve planejar e executar ações com a intenção de diminuir a diferença social. Cabe a essa categoria a elaboração de campanhas para a arrecadação de necessidades básicas de uma classe (agasalhos, comida ou remédios, por exemplo) e a alocação do que for arrecadado. 
O trabalho do serviço social no âmbito empresarial também compreende um acompanhamento familiar dos funcionários, com ações voltadas à diminuição dos problemas caseiros e aumento da concentração apenas nos afazeres laborais. 
O papel do treinador no serviço social 
Por ser líder e exemplo para os jogadores, técnico desempenha função importante na consolidação das ações sociais 
Quando se fala em atuação interdisciplinar no serviço social, os primeiros profissionais lembrados são os das áreas de psicologia e pedagogia. Entretanto existe um profissional nos clubes de futebol que desempenha função determinante para o sucesso de qualquer ação com os atletas: o treinador. 
Figura central da comissão técnica e grande "professor" para os atletas, o técnico é responsável pela consolidação do que é passado aos jogadores durante os projetos desenvolvidos pelo departamento social. Por conta disso, as ações devem ter anuência dele, e ele deve conhecer de uma maneira profunda todas as iniciativas que interfiram na rotina dos atletas. 
"O papel do técnico é fundamental para que os meninos aceitem bem o trabalho. Ele faz esse elo entre o que é feito por nós e o que os jogadores vêem no dia-a-dia. Se o treinador incentivar e cobrar participação nos projetos sociais, é claro que teremos melhores resultados", pondera Francine Melo, assistente social do Vitória há um ano e meio. 
Por conta dessa importância dos treinadores, o ideal é que eles participem até da concepção dos projetos do departamento social, segundo especialistas da área de serviço social. 
"Nós sempre procuramos conversar com eles e fazer coisas que possam movimentar os meninos, mas que sejam condizentes com o trabalho que está sendo feito em campo", diz Lucilene Gonzaga Dias, assistente social do Fluminense. 
Muitas vezes, porém, o treinador representa um obstáculo a ser transposto pelo departamento social. Quando isso acontece, segundo Francine, o trabalho de assistência acaba tendo menos impacto entre os atletas. 
"Em sua maioria, os técnicos só se importam com a bola e não dão importância ao nosso trabalho. Já tive muita dificuldade com alguns profissionais que achavam que a nossa atuação não era importante", admite Francine, do Vitória. 
Para diminuir essa distância, o Vasco optou por ter a assistente social sempre próxima do trabalho da comissão técnica. "Os treinadores estão mais presentes no dia-a-dia dos atletas, e assim é mais fácil detectar problemas. Nós tentamos estar sempre ligadas para ver se esses problemas têm uma origem social e se nós podemos fazer alguma coisa para solucioná-los", diz Maria da Glória Gomes, que está no clube carioca há 19 anos. 
 Links https://queroserjogador.com.br/servico-social-futebol/ 
Entrevista com a assistente social do Inter, conversou com o Quero ser Jogador e explicou a necessidade de assistentes sociais nos clubes de futebol.
https://direitonoesporte.wixsite.com/direitonoesporte/single-post/2017/05/13/O-papel-do-Servi%C3%A7o-Social-no-futebol
O papel do Serviço Social no futebol
O Serviço Social no mundo do esporte compreende ações que visam à proteção integral das crianças e adolescentes em formação esportiva, por meio da promoção e defesa dos direitos fundamentais para garantir que a inserção destes jovens no meio esportivo contribua com o seu pleno desenvolvimento humano.
 
A (o) assistente social, neste espaço sócio ocupacional, busca promover discussões e intervenções nas diferentes áreas envolvidas no trabalho de formação esportiva de crianças e adolescentes.
 
O Serviço social é uma profissão de caráter sócio político, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumentais científicos para análise e intervenção nas diversas realidades das demandas institucionais e dos usuários.
 
Tendo em vista a integralidade das ações por meio da ampliação da atuação interdisciplinar e transdisciplinar na construção de um saber coletivo direcionado para uma formação digna nas categorias de base do futebol brasileiro.
 
A sustentabilidade da nossa atuação profissional no futebol é de garantir e proteger os direitos das crianças e adolescentes, como preconiza a Constituição Federal de 1.988, Estatuto da Criança e do Adolescente Lei 8.069 de 1.990 e da Lei Pelé (lei 9.615 de 1.998).
 
No âmbito da formação da criança e adolescente no futebol houve avanços e transformações que fortaleceram a ética e a valorização do sujeito de direito, ampliando o sentido de dignidade da pessoa humana em desenvolvimento.
 
A (o) assistente Social, neste contexto, atua para que os direitos sejam garantidos e ampliados e que o atleta de alto rendimento possa refletir sobre os deveres que essa formação requer para um projeto de vida exitoso dentro e fora dos campos.
 
Um dos pilares fundamentais é a garantia da educação formal para a construção de conhecimento e ampliação da formação cultural e cognitiva, para que tenham capacidade de se reconhecerem como cidadãos do mundo.
 
Nas categorias de base do futebol o/a assistente social poderá utilizar instrumentais e técnicas que proporcionam dados reais sobre o histórico socioeconômico e cultural da família e do atleta em formação e criar atividades de enfrentamento para o mundo do futebol utilizando: entrevistas, acolhimento, reuniões, palestras, dinâmica de grupos, estudo social, relatórios, cadastro, anamnese social e outros (as).
 
Propor atividades socioeducativas de caráter preventivo que proporcionam uma crítica sobre situações que ocorrem dentro do mundo do futebol e da sociedade brasileira que refletem na sua vida e de seus familiares - que buscam a qualquer custo a ascensão social através do esporte que representa a paixão nacional.
roposta de atividades do Serviço Social para as categorias de base do futebol:
 
Reunir as categorias por idade juntamente com a comissão técnica e falar sobre o papel do serviço social no futebol;
Estabelecer com todos os colaboradores envolvidos com a formação do atleta uma comunicação uniforme sobre a proposta do clube e da equipe multidisciplinar;
Desenvolver atividades intersetoriais do clube para a construção de um compliancede formação esportiva em que todos sigam regras e instruções internas, em conformidade com leis e regulamentos como princípio ético;
Acolher e orientar os atletas a partir dos 14 anos que serão alojados sobre convivência coletiva, diferenças culturais, higiene e normas de condutas;
Garantir com o gestor que o alojamento esteja com ambiência salubre e digna;
Identificar, através da anamnese social, se o atleta alojado tem condições
financeiras para visitar a família e garantir a convivência, como preconizam as leis acima;
Solicitar autorização dos pais/responsáveis, assinada e reconhecida em cartório para alojar os atletas abaixo de 18 anos;
Comprovar matrícula, frequência e aproveitamento escolar e verificar quais são as dificuldades enfrentadas para desenvolver as atividades escolares;
Realizar entrevistas individuais e familiares, visitas domiciliares, acolhimento institucional, anamnese social, relatórios, encaminhamentos, grupos de atletas e de familiares; levantamento de dados; etc.;
Estabelecer com os gestores a responsabilidade de oferecer assistência educacional, social, médica, odontológica, psicológica, nutricional, higiene, segurança, transporte e convivência familiar;
Acompanhar e dar apoio aos atletas que passam por cirurgias e reabilitação;
Orientar os pais sobre a formação do(a) filho(a) no mundo do futebol e estabelecer o papel social de cada um para que essa atividade esportiva seja harmoniosa e prazerosa (pais devem ser provedores econômicos e co-gestores da proposta do clube formador);
Desenvolver oficinas e dinâmicas em grupos que abordem os temas: educação e cidadania, sexualidade e o uso correto de preservativo, gravidez na adolescência, paternidade responsável, doenças sexualmente transmissíveis, HIV, uso abusivo de álcool e outras drogas, pedofilia, tráfico de pessoas, racismo e discriminação, assédio moral e sexual, lei Maria da Penha, educação financeira para os atletas e familiares sensibilizando sobre a curta carreira do jogador profissional de futebol.
O/a profissional de serviço social desenvolve uma reflexão crítica das diversas manifestações diante do contexto e antagonismo do capital e da reprodução das relações sociais do trabalho e da violação dos direitos sociais. O Serviço Social expressa e legitima no seu cotidiano a caracterização da construção de um projeto profissional crítico e progressista e tem o compromisso ético e político de romper com a alienação e com a naturalização midiática criada na figura do jogador profissional de futebol. Sabemos que nem todos os atletas das categorias de base terão uma ascensão social no mundo do futebol; a nossa contribuição é sair das práticas singulares e apropriar-se da realidade dessa dinâmica social e intervir para que tenham outras possibilidades além das quatro linhas .
 
“Em uma sociedade como a nossa que se organizam por esta lógica de mercado, as pessoas são importantes enquanto são produtivas e quando não produzem é como se fossem nem sequer seres humanos. É impressionante constatarmos como o econômico invade as relações sociais e como certas práticas retiram a cidadania dos sujeitos, fragilizando a sua frágil condição humana. Não dialogam com os sujeitos em sua plenitude, desconsideram a sua consciência política, reduzindo o campo de intervenção do Serviço Social ao mero atendimento pontual da solicitação das pessoas. Nosso ato profissional é muito mais pleno do que o atendimento imediato da solicitação.É muito maior do que isso.” MARTINELLI, Maria Lúcia. Reflexões sobre o Serviço Social e o Projeto Ético político profissional. Revista Emancipação. v. 6, n. 1 (2006).
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