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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 9ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL – R. J.
	
Proc: 2003.001.035.711-1
Apelada, nos autos da Ação Ordinária que nesse Juízo move em face da COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTO – CEDAE, vem, por seus advogados infra-firmados, em atenção à determinação de fls. , tempestivamente, apresentar suas
CONTRA - RAZÕES
ao Recurso de fls.192/201, da Ré, requerendo lhe seja negado provimento, na forma das razões a seguir articuladas.
Nestes termos,
P. deferimento.
Rio de Janeiro, 20 de abril de 2007.
MÔNICA FILOMENA NUNES SOUZA
OAB/RJ 140.857
Processo nº.: 2003.001.035.711-1
ORIGEM: 9ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA 
APELANTE: CEDAE – COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOSTOS
APELADA:
CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO
COLENDO TRIBUNAL,
Trata-se de Ação de Ordinária, com pedido de indenização por danos materiais e morais, proposta pela Apelada em face da CEDAE – COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUA E ESGOTOS.
A Apelada é proprietária do imóvel rural (sítio) localizado na rua das Amendoeiras, nº 307, Cosmos, Campo Grande, nesta cidade, Rio de Janeiro, Cep.: 23056-620, o qual utiliza a água fornecida pela Apelante, que é cobrada através de conta única, mensal, com cotas de água e ESGOTO (matrícula nº 0351844-1).
A Apelante, por sua vez, efetua a cobrança em nome do marido da Recorrida e ora seu procurador, EM UMA SÓ CONTA MENSAL.
Por presunção a Apelante, de certo acredita que toda a água fornecida transforma-se em ESGOTO, posto que a partir do valor referente ao fornecimento de água é apurado o valor devido atinente ao SUPOSTO TRATAMENTO DO ESGOSTO resultante do uso da água correspondente.
A Apelada se encontra diante, de uma cobrança ilegal e mais do que isso ABUSIVA, pois NÃO HÁ EM SEU SÍTIO NENHUM ESCOAMENTO DE ESGOTO.
Diante dos fatos acima narrados, a Apelada, pleiteou a declaração de inexistência da relação jurídica obrigacional entre as partes em relação à cobrança de tarifa de esgoto sanitário, face à ausência da referida prestação de serviço; o cancelamento das cobranças inerentes a este serviço; a restituição dos valores pagos indevidamente em dobro; condenação da Apelante em danos morais, ônus da sucumbência, honorários periciais e advocatícios de 20% sobre o valor da condenação.
A Apelante apresentou Contestação às fls. 42/59, com documentos de fls. 60/62, alegando em preliminar, ilegitimidade ativa, no mérito sustentou a legalidade da cobrança, a inaplicabilidade do CDC, a inexistência de danos morais e aplicação da prescrição qüinqüenal.
A Recorrida apresentou Réplica às fls. 67/70, juntando os documentos de fls. 71/78, repisando os fatos narrados na inicial e impugnando as alegações da Apelada.
Foi deferida prova pericial, laudo às fls. 143/166, o qual foi claro e demonstrou de forma cabal que não há no imóvel da Apelada nenhuma rede de coleta de esgoto, sendo que o tratamento do esgoto é feito pelo sistema primário de fossa séptica e às expensas da Recorrida.
A sentença do douto Juízo a quo foi publicada no dia 17/01/07, sendo os pedidos da Recorrida julgados procedentes em parte, in verbis:
“Pelo exposto, JULGO PROCEDENTE, EM PARTE, o pedido para declarar a inexistência de relação jurídica entre as partes relativamente ao serviço de esgoto sanitário, determinando que a ré promova a cobrança do serviço de água sem cobrança do serviço de esgoto, enquanto mantidas as condições aqui verificadas, sob pena de pagamento de multa diária, pelo descumprimento do preceito, de R$ 100,00 (cem reais). Condeno-a, ainda, à repetição dos valores indevidamente pagos pela Autora, em dobro, conforme se apurar em liquidação de sentença, devidamente corrigidos a partir de cada pagamento e com juros moratórios de 6% (seis por cento) ao ano, contados da citação, observando-se se for o caso, a prescrição qüinqüenal. JULGO IMPROCEDENTE o pedido de indenização moral. Considerando que a ré decaiu da quase totalidade do pedido, condeno-a, ainda, ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação. P.R.I.” (fls. )
Não concordando com o percentual e com o termo inicial de incidência dos juros moratórios adotados pelo douto Juízo a quo, a Apelada opôs Embargos de Declaração, onde pediu a modificação da r. sentença, para que os juros moratórios passem a incidir a partir do evento danoso e ainda para que se aplicasse o percentual de 12% ao ano a partir de 2002, tendo em vista o advento do Novo Código Civil.
Os Embargos de Declaração foram recebidos e julgados às fls. 207, tendo sido dado provimento parcial, ficando, então determinado a incidência de percentual de juros moratório de 12% ao ano, na forma do Código Civil de 2002.
Destarte, não merece qualquer modificação a sentença proferida pelo Juízo a quo, vez que justa, equilibrada e tecnicamente perfeita, já tendo sido modificado via embargos de declaração o que se fazia necessário.
Não obstante o acerto da sentença, a Apelante – CEDAE – COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUA E ESGOTOS, manifesta seu inconformismo às fls.192/201 e em suma, pleiteia: - a inaplicabilidade do CDC e adoção do Princípio da Especialidade; a legalidade da cobrança de esgoto e sua natureza tributária; previsão do artigo 77 do CTN; previsibilidade legal da cobrança e impossibilidade de supressão das faturas de água a TARIFA DE ESGOTO e ao final requer a reforma parcial da r. sentença quanto à legalidade da cobrança de esgoto ou a declaração de decadência, condenando a Apelada nos ônus da sucumbência e honorários advocatícios de 20% sobre o valor da causa, ou a compensação das verbas sucumbenciais.
 
Todavia, restará adiante demonstrado que não merece prosperar a irresignação da Apelante, uma vez que a r. sentença proferida pelo Juízo de piso deve ser mantida in totum, face ao seu acerto e, em especial, tendo em vista a efetiva prestação da tutela jurisdicional conferindo à Apelada a devida indenização em face da violação dos seus direitos por parte da Recorrente. 
I - DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR AO CASO EM COMENTO – INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE – IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO INSTITUTO DA DECADÊNCIA AO CASO CONCRETO
Afirma a Apelante, in verbis:
“Inobstante o brilhantismo da legislação consumerista, a mesma não tem aplicação no caso em tela, em detrimento do princípio da especialidade. Isto porque é indiscutível a aplicação do art.40 do Decreto nº 553/76, normas estas específicas que regulamentam a conduta da CEDAE, enquanto sociedade de economia mista.
Segundo o princípio da especialidade, a norma especial não derroga a geral” (fls. 193/194)
D.m.v. o direito de recorrer é constitucional, entretanto, da forma como feito pela Apelante é também caracterizador de verdadeira litigância de má-fé.
Vejam o que determina o referido artigo 40 do Decreto Estadual, nº 553/76, in verbis:
“DECRETO Nº 553 DE 16 DE JANEIRO DE 1976 
APROVA O REGULAMENTO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, A CARGO DA CEDAE.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO , no uso da atribuição que lhe confere o artigo 70, inciso III, da Constituição Estadual e tendo em vista o disposto no Decreto-lei nº 39, de 24 de março de 1975, e no Decreto nº 168, de 18 de junho de 1975, decreta: 
Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento dos Serviços Públicos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado do Rio de Janeiro, a cargo da Companhia Estadual de Águas e Esgotos – CEDAE, anexo ao presente Decreto. 
Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. 
Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 1976 
FLORIANO FARIA LIMA 
ANEXO AO DECRETO Nº 553 DE 16 DE JANEIRO DE 1976
Regulamento dos Serviços Públicos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado doRio de Janeiro
(...)
Art. 40 – O usuário poderá solicitar à CEDAE a aferição de hidrômetro instalado no seu prédio, devendo pagar as respectivas despesas se ficar comprovado o funcionamento normal do aparelho. 
Parágrafo único – Serão considerados em funcionamento normal os hidrômetros que acusarem erro de medição não superior ou inferior a 5% (cinco por cento).”
Diante da transcrição da referida norma, pode-se inicialmente destacar que é impossível a sua aplicação ao ponto em debate, pois não trata de normas específicas que regem a conduta da Apelante.
Ainda neste ponto vale destacar que o Decreto 553/76 é um decreto estadual; não sendo possível dentre do princípio da especialidade que uma norma estadual prevaleça em face de normas constitucionais e leis ordinárias, tais como a Lei 8.987/95 e o Código de Defesa do Consumidor.
Vejam que a Apelada é uma concessionária de serviço público estadual, sendo assim, deve obedecer ao disposto no artigo 37, § 6º c/c 175, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal de 1.988, que preceituam, in verbis:
“Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
(...)
Art. 175 - Incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único - A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.” (grifos e destaque nossos)
No que tange aos direitos dos usuários, segundo o Mestre José dos Santos Carvalho Filho, existem dois grupos normativos que regulam estes direitos, sendo que o primeiro está na Lei 8.078/91 – Código de Defesa do Consumidor; e o segundo na Lei 8.987/95, que o nobre Mestre denomina – Estatuto das Concessões.
Diante do exposto, resta evidente que o douto Juízo a quo, ao decidir pela aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor ao caso em comento, não o fez sem respaldo, além da doutrina assim entender, vale também mencionar o posicionamento da jurisprudência, através da citação das ementas abaixo transcritas:
“EMENTA:APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COMINATÓRIA. FORNECIMENTO DE ÁGUA. LEI Nº 8.078, DE 1990. APLICABILIDADE. SERVIÇO DEFICIENTE. RESSARCIMENTO DEVIDO DE VALORES PAGOS A TERCEIROS PARA SUPRIMENTO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO OCORRENTE. PRAZO PARA REGULARIZAÇÃO DO SERVIÇO. DILATAÇÃO CONCEDIDA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Inexiste duplo grau de jurisdição obrigatório quando a sentença condena sociedade de economia mista. 2. A Administração Pública em toda a sua atividade está adstrita ao princípio da legalidade. 3. Os serviços essenciais prestados pelos órgãos públicos ou por concessionárias e permissionárias devem obedecer às condições de regularidade, continuidade, eficiência e segurança. (Art. 6º. § 1º, da Lei nº 8.987, de 1995, e art. 22, da Lei nº 8.078, de 1990). 4. Assim, as questões pertinentes ao fornecimento de água, que é serviço essencial, são mesmo submetidas à Lei nº 8.078, de 1990. 5. A concessionária deve ressarcir a consumidora pelos valores pagos a terceiros decorrentes de suprimento da deficiência do serviço de fornecimento de água. Deve, igualmente, repetir o indébito relativo à cobrança de valores excessivos. 6. Consideradas as dificuldades naturais para conclusão de obra necessária à regularização do fornecimento de água, deve ser dilatado o prazo concedido na sentença. 7. Remessa oficial não conhecida. 8. Apelação cível conhecida e parcialmente provida. (Número do Processo: 1.0024.05.888665-6/001(1) - Relator: CAETANO LEVI LOPES - Data do acórdão: 06/02/2007 - Data da publicação: 02/03/2007 – TJMG – www.tjmg.gov.br)
Outra
Ementa: ADMINISTRATIVO – SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA – PAGAMENTO À EMPRESA CONCESSIONÁRIA SOB A MODALIDADE DE TARIFA – CORTE POR FALTA DE PAGAMENTO: LEGALIDADE. 1. A relação jurídica, na hipótese de serviço público prestado por concessionária, tem natureza de Direito Privado, pois o pagamento é feito sob a modalidade de tarifa, que não se classifica como taxa. 2. Nas condições indicadas, o pagamento é contra prestação, aplicável o CDC, e o serviço pode ser interrompido em caso de inadimplemento, desde que antecedido por aviso. 3. A continuidade do serviço, sem o efetivo pagamento, quebra o princípio da isonomia e ocasiona o enriquecimento sem causa de uma das partes, repudiado pelo Direito (interpretação conjunta dos arts. 42 e 71 do CDC). 4. Recurso especial conhecido em parte e, nessa parte, improvido. (Processo – Resp.684020/RS; RECURSO ESPECIAL - 2004/0118421-3 - Relator(a) Ministra ELIANA CALMON (1114) - Órgão Julgador - T2 - SEGUNDA TURMA - Data do Julgamento: 04/05/2006 - Data da Publicação/Fonte - DJ 30.05.2006 p. 139 – STJ – www.stj.gov.br)”
A Recorrente, ainda neste item, destaca que o pedido da Apelada de declaração da decadência do pedido de repetição de indébito, referentes às faturas emitidas até 3 (três) meses antes do ajuizamento da ação; nos termos do disposto no artigo 26 do CDC, não merece ser acolhido, consoante as razões abaixo narradas.
Ora, a matéria inerente à aplicação da decadência ao caso concreto somente foi abordada pela Apelada, em suas razões recursais, não tendo sido sequer ventilada a referida tese de defesa em sua Contestação consoante se pode verificar pela peça juntada aos autos às fls. 52, in verbis:
“Da Prescrição/Decadência
Pretende a Autora a restituição dos valores a título de taxa de esgoto seu entender devida, sem entretanto levar em conta a prescrição qüinqüenal praticada quando uma das partes é a Fazenda Pública.
Ora, data vênia, o entendimento da Autora não merece prosperar. 
É pacífico na doutrina e jurisprudência a prescrição qüinqüenal em face da Ré, como se depreende do julgado a seguir:
MEDIDA CAUTELAR INOMINADA – TAXA DE ÁGUA E ESGOTO – DEPÓSITO PREPARATÓRIO – REPETIÇÃO DO INDÉBITO – PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL – Medida Cautelar Inominada.Cumulação de pedidos de depósito preparatório de sustação de injusta cobrança de taxas d´água e esgoto, por economias, bem como de evitar suspensão do fornecimento. Presença dos requisitos autorizativos, já examinados na sentença final da lide principal. Competência do Juízo por onde corre esta e a cautelar. Prescrição. Adequação da sentença cautelar à principal, na parte da liminar, se esta acolhe, parcialmente, e quanto à repetição do indébito, a pretensão extintiva no último qüinqüênio anterior à citação. Procedência parcial do recurso. (DSF)
Partes: CIA ESTADUAL DE AGUAS E ESGOSTOS – CEDAE – IRMÃOS SILVA HOTEIS LTDA – Tipo de Ação: Apelação Cível – Número do Processo:1995.001.06697)”(grifos e destaques nossos)
Diante disso, vê-se que a matéria encontra-se preclusa, não tendo como ser abordado em sede de Recurso de Apelação tese de defesa inovadora, baseada na condenação do juízo de primeiro grau.
O Recurso de Apelação tem efeito devolutivo, no entanto, o que é objeto de devolução ao Tribunal é a matéria que se impugnou, mediante pedido de reexame.
Desta forma, não há lógica entre a argumentação da Apelada, pois em sua Contestação requereu a aplicação da prescrição qüinqüenal ao caso em epígrafe, a sentença recorrida assim, determinou.
No entanto, não satisfeita, a Apelada pugna em suas razões recursaispela aplicação à presente lide do instituto da decadência, requerendo o afastamento da aplicação da prescrição qüinqüenal adotada na sentença.
Ainda que razão assistisse à Apelada, não seria possível a modificação da sentença neste ponto, primeiro porque não alegada a tese de defesa na CONTESTAÇÃO, fato que leva à necessária ocorrência de preclusão lógica e temporal, segundo tendo em vista que não se trata de vício na prestação do serviço e sim inexistência de prestação de serviço, o que necessariamente determina a aplicação do disposto no artigo 27 do CDC, e, por fim, tendo em conta o Princípio da Proibição da Reformatio In Peius, segundo o qual o recorrente nunca corre o risco de ver piorada a sua situação.
Isto posto, não pode ser acolhida a aventureira tese da Apelada, em momento processual inoportuno e contraditória às suas razões de resposta, de modo que deve também neste aspecto ser mantida a sentença proferida pelo juízo de piso, prevalecendo a aplicação da prescrição qüinqüenal em relação à repetição do indébito.
A respeito do tema já se manifestou a renomada jurista Cláudia Lima Marques, in verbis:
“Uma das grandes novidades do sistema do CDC é incluir as pessoa jurídicas de direito público entre os fornecedores, no caso dos serviços públicos que a elas competem (art.175,CF), prevendo expressamente, no art.22 do CDC, um dever dos órgãos públicos, de suas empresas, concessionárias ou permissionárias de fornecer “serviços adequados, eficientes, seguros e quanto ao essenciais, contínuos”.
(...)
Certo é que cabe à Administração cumprir as leis, e em realidade, o CDC impõe a ela e a seus concessionários enquanto fornecedores de serviços e eventualmente de produtos, deveres específicos, muitos deles relacionados ao equilíbrio do contrato (...)
A nova disciplina dos contratos de fornecimento de serviços públicos deverá conciliar as imposições do Direito Constitucional, com a proteção do consumidor e as prerrogativas administrativas.”�
Diante da necessária aplicação das normas Constitucionais, com a proteção do consumidor e as prerrogativas administrativas, evidentemente, somente se poderá aplicar ao caso em tela a prescrição qüinqüenal.
A aplicação da prescrição qüinqüenal para a apuração do indébito tem por fundamento legal o disposto no artigo 27 do CDC, o que coaduna com o disposto na legislação de direito administrativo a respeito do tema, qual seja, o Decreto nº 20.910/32 e Dec.Lei nº 4.597/42.
Os Decretos supramencionados são aplicáveis na hipótese de direitos pessoais de administrados contra as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos, que segundo o disposto no artigo 37, § 6º da CF/88, responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Neste diapasão, pode-se verificar que r. sentença deve ser mantida pelo E. Tribunal de Justiça, em especial, quanto à aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor ao caso em epígrafe; assim como no que tange à aplicação da prescrição qüinqüenal em relação à repetição do indébito na forma adotada na decisão monocrática que deve ser mantida integralmente.
II - DA INEXISTÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – ILEGALIDADE DA COBRANÇA EM FACE DA CONSUMIDORA/RECORRIDA
A sentença proferida pelo douto Juízo de piso, no que tange à não prestação do serviço de esgotamento sanitário e sua demonstração inequívoca mediante prova pericial, não merece nenhuma reforma, devendo ser mantida in totum.
A Apelante tenta demonstrar a legalidade da cobrança de esgoto, o que c.m.v. nunca foi dito ser um serviço ilegal, ao contrário o que se afirma e restou indubitavelmente provado foi que a Apelada nunca se beneficiou do serviço de esgoto sanitário da CEDAE, ASSIM EM FACE DA RECORRIDA/CONSUMIDORA A COBRANÇA TORNOU-SE ILEGAL/INDEVIDA, veja o que foi decidido a esse respeito, in verbis:
“No que concerne a não prestação do serviço de esgotamento sanitário, vê-se que a prova pericial demonstrou que o serviço de esgoto sanitário é mantido pela Autora afirmando que: ´..realizadas as inspeções e levantamentos no Sistema de Tratamento do Autor e, após o exame de todos os documentos fornecidos, este Perito pôde concluir que ..os efluentes seguem por uma canalização no interior do imóvel que os conduzem para a galeria de águas pluviais (GAP) até serem descartados diretamente no Rio cação Vermelho, que desemboca na Baia de Sepetiba. Em todo o percurso, o único tratamento dos efluentes sanitários é realizado na fossa séptica do imóvel da Autora. Até a data da vistoria a Cedae não conclui a implantação do sistema de esgotamento sanitário´´ (fls. 154/155). Diante disso, há que se concluir que o serviço não está sendo prestado pela ré, caso em que não se pode pretender a respectiva cobrança, por ausência de justa contraprestação por parte da concessionária de serviços públicos. Confira-se, a esse propósito, acórdão proferido na Apelação Cível n° 15.220/98, relator Desembargador Walter D'Agostino, de seguinte ementa: ´Tributário. Cobrança indevida de tarifa esgotado. A tarifa tem como pressuposto a efetiva atividade desempenhada em favor do particular, é espécie de preço público decorrente de uma atividade desempenhada pelo Estado. É relação jurídica contratual regulamentada pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078 de 11 de setembro de 1990).Se a perícia conclui que o esgoto sanitário é conduzido em efluentes em rede própria para estação de tratamento de esgoto (ETE), totalmente construído e operado pelo contribuinte, e em seguida lançado em local adredemente determinado, é descabida a cobrança da tarifa, agravando-se a situação se provado resta que a CEDAE não concluiu a implantação do sistema de esgotamento. (...)´ (julg. em 27.4.1999) Em síntese, não demonstrada a prestação específica e direta dos serviços de esgotamento sanitário por parte da ré, a procedência do pedido se impõe, posto que inexistente relação jurídica entre as partes que autorize a cobrança da tarifa referente ao esgoto sanitário. Entendo que a devolução dos valores pagos indevidamente deve dar-se de forma dobrada, nos exatos termos parágrafo único do artigo 42 do Código do Consumidor.” (fls. )
A Apelante, nas razões de fls. 195 dos autos, colaciona dispositivos normativos, sendo de suma importância a citação do Decreto 553/76, artigo 97, o qual merece ser transcrito:
“CAPÍTULO II 
Das Tarifas
Art. 97 – O Poder Executivo, mediante proposta da CEDAE, fixará o valor da tarifa unitária, de forma a atender às despesas de operação e manutenção e às despesas financeiras decorrentes dos investimentos que se fizerem necessários à ampliação e melhoria dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. 
Parágrafo único – Não é devida a tarifa de esgoto quando os fluentes prediais forem lançados em sumidouros, valas de infiltração, valas e valões de terra não beneficiados pela Administração Pública.”
De fato assiste razão à Apelante, não é devida a tarifa de esgoto, quando não há prestação do serviço ao consumidor, o que está escrito com outras palavras na norma supracitada.
A norma mencionada aplica-se com perfeição à demanda, veja o que foi dito pelo perito no item 4.1, do laudo às fls. 145, in verbis:
“4.1 – QUALIDADE E DESTINO DOS EFLUENTES
Os efluentes são submetidos somente a tratamento primário, na fossa séptica da Autora, e após percorrerem um canal interno de escoamento são descartados no Rio Cação Vermelho, que desemboca na Baía de Sepetiba, não passando por nenhum outro tratamento até chegarem ao seu destino final.
Lembramos ainda que a responsabilidade pela manutenção dos rios e lagoas cabe aos órgãos estaduais, particularmente a FEEMA (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente) e SERLA (Fundação Superintendência de Rios e Lagoas). A CEDAE atua no PDBG Programa de Despoluição da Baíade Guanabara.”
A Apelante indagou o douto Perito solicitando que fosse informado se a CEDAE já executou algum serviço de desobstrução de esgoto na ligação do imóvel, ou no coletor de esgoto existente no local, a resposta foi:
“Respondemos pela negativa. NÃO HÁ REDE DE COLETA DE ESGOTOS NO LOGRADOURO.” (fls. 153 dos autos) 
Considerando que restou provada inexistência da prestação do serviço de esgotamento sanitário pela Apelante à Apelada, torna-se irrelevante a discussão a respeito da legalidade da cobrança da tarifa de esgoto sanitário, o que não é objeto da demanda.
Fica então, mais uma vez evidenciado o caráter meramente protelatório do Recurso de Apelação apresentado pela Apelante que se prende à discussão da legalidade da cobrança de esgoto e sua natureza tributária, ao passo que os autos tratam da inexistência de uma relação jurídica de consumo, pois inexiste a prestação do serviço de esgotamento sanitário, tendo sido cobrado da Apelada, valores referentes a serviços nunca executados.
Pelo exposto não merece qualquer modificação a r. sentença prolatada pelo juízo de piso, pois seu acerto é absoluto.
III – INAPLICABILIDADE DO CTN – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – VIABILIDADE DA SUPRESSÃO DAS FATURAS DE ÁGUA DA TARIFA DE ESGOTO - NECESSÁRIA MANUTENÇÃO DO DECISUM
A Apelante em suas razões alega que:
“(...) por evolução do direito pretoriano, a contrapartida devida pela utilização do serviço de esgotamento sanitário passou a ser considerada juridicamente taxa, e não mais tarifa. Vale dizer não é um preço público, mas um tributo e, como tal sujeito às normas constitucionais e legais pertinentes” (fls. 197)
A capacidade da Apelante em suas razões de inovar no ordenamento jurídico e inventar tese jurídica a respeito da diferença entre taxa e preço público, para tentar convencer os ilustres julgadores de que esgoto sanitário é serviço público e se remunera por taxa, chega a ser espantosa, posto que até a competência constitucional para instituir tributo foi alterada! É possível por EVOLUÇÃO DO DIREITO PRETORIANO TRANSFORMAR UMA TARIFA EM TAXA!!!!!!!!!!PASMEM...
Data maxima venia, consoante o disposto no artigo 145, da Constituição Federal de 1.988, in verbis:
“DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
SEÇÃO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Art. 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.”
Pelo texto constitucional pode-se verificar que competência tributária é matéria eminentemente constitucional, sendo evidente que por evolução do direito pretoriano, não se pode, como pretente a Apelante, considerar a contrapartida devida pela utilização do serviço de esgotamento sanitário taxa, desconsiderando a sua natureza jurídica de tarifa ou preço público. 
Ora se as taxas são instituídas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, é evidente que o serviço de esgotamento sanitário, não poderá ser considerado uma taxa.
O caso em epígrafe versa sobre a inexistência da prestação de serviço de esgotamento sanitário à Apelada pela concessionária de serviço público – CEDAE, sendo que está concessão está regida pelo disposto no artigo 175 da CF/88 e Lei 8.987/95.
A Lei 8.987/95 traçou as normas inerentes à concessão de serviços públicos, sendo indiscutível que a natureza jurídica da prestação de serviço de água e esgoto sanitário é contratual, sendo, portanto remunerada por tarifa, consoante as disposições a seguir transcritas:
“DA POLÍTICA TARIFÁRIA
Art. 8o (VETADO)
Art. 9o A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato.
§ 1o A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito para o usuário. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 27.05.99)
§ 2o Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro.
§ 3o Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso.
§ 4o Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração.
Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.
Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Art. 12. (VETADO)
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.” (grifos e destaques nossos)
A jurisprudência do E. Tribunal de Justiça já se posicionou a respeito do tema, estando a matéria sumulada pelo verbete de número 82 do TJRJ, como se depreende das decisões e ementas a seguir transcritas:
“Trata-se de decisão, na forma do artigo 557 do Código de Processo Civil, uma vez que a matéria a respeito da possibilidade de cobrança de tarifa de esgoto sanitário já se encontra definitivamente consolidada neste Tribunal, no sentido de seu incabimento quando inexiste o serviço prestado.Foi interposto o Agravo Retido sob o fundamento de que o assunto não poderia limitar-se ao pronunciamento do Relator, mas que deveria ser apreciado pelo Colegiado.Insistia ainda a agravante, na ocasião, de que a cobrança era pertinente com base no artigo 9º do diploma legal referido, isto é, o Decreto Estadual n,º 553/76.Na oportunidade, não viu o agravante qualquer dúvida, omissão ou contrariedade na decisão.Insiste, agora, em Embargos de Declaração apontando a violação do artigo 93, inciso IX da Constituição Federal e dos artigos 165 e 458, incisos II e III, todos do Código de Processo Civil.Pretende, ainda, renovar a discussão factual porque existiria rede pública de esgoto sanitário operado pela embargante.Vislumbra-se, desde logo, que não houve violação ao artigo 93, inciso IX da Constituição Federal, tão-somente porque a decisão monocrática foi mantida em sede de agravo interno, sendo que ambas estão amplamente fundamentadas.O artigo 165, do Código de Processo Civil, trata apenas da necessidade de fundamentação de toda decisão judicial e o artigo 458, incisos II e III, do mesmo diploma legal, se refere tão-somente à forma da decisão.Todos foram integralmente obedecidos quandoda decisão monocrática, sendo que a matéria de fato, a existência ou não de rede de esgotamento sanitário, foi também apreciada na decisão monocrática.Voto pelo desprovimento dos embargos.É como voto. (Rio de Janeiro, 28 de março de 2007.DES. ANTÔNIO CARLOS NASCIMENTO AMADO Relator - (2006.001.63211 - APELACAO CIVEL - DES. ANTONIO CARLOS AMADO - DECIMA CAMARA CIVEL - TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRODÉCIMA CÂMARA CÍVELEMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006.001.63211(Ação nº 2004.001.090381-8 // Juízo de Direito da 2ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital - APELANTE: COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS CEDAEAPELADO: DÉCIMA CÂMARA CIVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRORELATOR: DES. ANTÔNIO CARLOS NASCIMENTO AMADO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APELAÇÃO CIVEL. PRETENSÃO MODIFICATÓRIA DA DECISÃO COLEGIADA.Descabimento. Inocorrência das hipóteses do artigo 535 do Código de Processo Civil.Desprovimento do recurso. Unânime. A C Ó R D Ã O VISTOS, relatados e discutidos estes Autos de Embargos de Declaração na Apelação Cível n° 2006.001.63211, em que é Embargante COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS - CEDAE e Embargada DÉCIMA CÂMARA CIVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.ACORDAM, por unanimidade, os Desembargadores que compõem a Egrégia Décima Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Rio de Janeiro, 28 de março de 2007. Presidente DES. ANTÔNIO CARLOS NASCIMENTO AMADO Relator TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRODÉCIMA CÂMARA CÍVELEMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº 2006.001.63211(Ação nº 2004.001.090381-8 // Juízo de Direito da 2ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital) APELANTE: COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS - CEDAEAPELADO: DÉCIMA CÂMARA CIVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRORELATOR: DES. ANTÔNIO CARLOS NASCIMENTO AMADO)”
Outra:
“2007.001.06604 - APELACAO CIVEL - DES. JOSE CARLOS PAES - DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL - AGRAVO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. AÇÃO ORDINÁRIA. TARIFA DE ÁGUA. CEDAE. COBRANÇA PROGRESSIVA. LEGALIDADE. Ação declaratória c/c repetição de indébito. Alegada ilegalidade da cobrança de tarifa progressiva de consumo de água e esgoto. Sentença que julgou procedente em parte o pedido. Serviço público essencial. Legalidade da cobrança diferenciada, seja da água, seja do esgoto sanitário, vez que têm natureza jurídica de tarifa. Súmula nº 82 do TJRJ. Art. 13 da Lei nº 8.987/95. Prescrição qüinqüenal (Lei 9494/97). Dolo da fornecedora não provado. Devolução simples. O registro do consumo deve ser pelo hidrômetro se em funcionamento.Provimento parcial do agravo inominado, para que os encargos da sucumbência sejam pro rata.” (grifos e destaques nossos)
Em que pese a alegação da Apelante quanto à impossibilidade de supressão das faturas de água da tarifa de esgoto, a mesma não pode prosperar, pois ofende frontalmente o princípio da legalidade.
A Apelante em suas razões alega que está regida pelo disposto no Decreto 553 de 16 de janeiro de 1976, em uma análise sistêmica deste dispositivo com a Lei 8.987/95, em relação à política tarifária, notadamente no que tange ao disposto no artigo 97, parágrafo único do Decreto combinado com o artigo 13 da Lei Ordinária, conclui-se com absoluta tranqüilidade que em não havendo a prestação do serviço de esgotamento sanitário não é devida a tarifa para a Apelante.
Visando o esclarecimento da matéria, se faz necessária a transcrição dos artigos mencionados, os quais determinam:
“DECRETO Nº 553 DE 16 DE JANEIRO DE 1976 
Art. 97 – O Poder Executivo, mediante proposta da CEDAE, fixará o valor da tarifa unitária, de forma a atender às despesas de operação e manutenção e às despesas financeiras decorrentes dos investimentos que se fizerem necessários à ampliação e melhoria dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. 
Parágrafo único – Não é devida a tarifa de esgoto quando os efluentes prediais forem lançados em sumidouros, valas de infiltração, valas e valões de terra não beneficiados pela Administração Pública.
Lei 8.987/95
(...)
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.” (grifos e destaque nossos)
Destarte, não há como prosperar a tese da Apelante, devendo a mesma proceder a emissão de cobrança de tarifa de água separadamente para a Apelada, mais uma vez, portanto, deve ser mantida a sentença proferida pelo Juízo de piso.
 
DO PEDIDO
Por todo o exposto, espera e confia a Apelada seja NEGADO PROVIMENTO ao apelo da Ré, mantendo-se integralmente a Ilustre Sentença recorrida por seus próprios e jurídicos fundamentos, por medida de direito e Justiça!
Termos em que,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 20 de abril de 2007.
MÔNICA FILOMENA NUNES SOUZA
OAB/RJ 140.857
� Lima, Cláudia Marques. Contratos no Código de Defesa do Consumidor.3ª Ed. São Paulo. RT. 1999. ps.209-210
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