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BASES EPISTEMOLÓGICAS DA CIÊNCIA MODERNA - Aula 1

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BASES EPISTEMOLÓGICAS 
DA CIÊNCIA MODERNA 
Objetivos do curso 
• Discutir “o que é ciência” em uma perspectiva 
histórica e filosófica. Expor e problematizar 
aspectos fundamentais da Ciência Moderna. 
• Apresentar diferentes compreensões sobre o 
que é ciência e sobre os métodos científicos. 
• Examinar os problemas de descoberta, 
justificação e estruturas das teorias científicas. 
• Discutir questões sociais, culturais e políticas 
relacionadas à pesquisa científica. 
 
 
 
 
Regras do curso 
1. Aulas expositivas e atividades de reflexão, 
argumentação e leitura de texto em sala. 
2. Lista de presença e atividades 
3. Avaliações: prova intermediária (11/03), prova 
final (29/04), com mesmo peso. Recuperação: 
(06/05). As provas serão todas dissertativas. 
4. Bibliografia obrigatória e complementar. 
5. Calendário 
Percurso da aula de hoje 
• Apresentar um breve percurso histórico sobre 
a “ciência moderna”, para levantar algumas 
questões do curso. 
• Apresentar os tópicos do curso: exposição 
geral dos temas que serão desenvolvidos 
durante o curso. 
• iniciar o curso 
As origens da Ciência Moderna 
Koyré, A. Do mundo fechado ao universo infinito 
• O mundo “fechado” dos “antigos””: 
– “cosmos” é entendido como um todo finito, 
fechado e bem ordenado.Região estelar é perfeita 
e imutável e região sublunar é corruptível e 
mutável. 
– Geogentrismo: defendido por Aristóteles, 
Ptolomeu e, permanece como compreensão do 
universo válida na idade média (Tomás de Aquino) 
 
 
 
 
 
O mundo “aberto” dos “modernos” 
- Heliocentrismo começa a ser defendido a partir 
de Copérnico. 
- Não há mais hierarquia entre perfeito-
imperfeito e o universo todo passa a ser regido 
pelas mesmas leis do movimento. Processo de 
matematização do mundo. 
- O espaço do universo passa a ser o espaço da 
geometria euclidiana: homogêneo e infinito. 
Assim o “universo” passa a ser infinito. 
 
Revolução copernicana 
• Nicolau Copérnico: Da revolução das esferas 
celestes (1543) 
• Inicia essa mudança na compreensão do 
universo na ciência moderna. 
• Defende que as esferas celestes giram em 
torno do sol, e não da Terra (Heliocentrismo) 
 
 
Como a ciência estava estruturada na 
época de Copérnico? 
• Universidades medievais são constituídas em 
íntima ligação com a Igreja. 
• Faculdades: Teologia, Direito, Medicina e 
Filosofia 
• Organização institucional do saber nas 
universidades: precedência dos juízos 
teológicos - controle e censura do 
conhecimento científico pela Igreja, ligada ao 
Estado. 
 
 
 
Ciência moderna: questionamento da 
tradição 
• Imposição religiosa da filosofia aristotélico-
tomista e da teoria de Ptolomeu 
• A ciência moderna constitui-se a partir do intenso 
questionamento (a partir do século XVI) destes 
saberes tradicionais impostos pelas instituições 
religiosas. 
• Contra-reforma: movimento de intensa repressão 
por parte das instituições religiosas. Em 1616: 
tribunal da Inquisição condena a teoria 
copernicana. 
 
Francis Bacon: Novum Organon (1620) 
• Contra a autoridade dos métodos de 
demonstração e teorias dos “antigos”. Exige uma 
modificação das instituições e da autoridade da 
filosofia escolástica. 
• Insiste na criação de instituições públicas de 
pesquisa que propiciem a investigação científica 
(bibliotecas, fundações, etc.) 
• Propõe alteração de método nas ciências: 
observação empírica e experimento como base 
para a busca de novos conhecimentos. 
 
 
Galileu: Diálogo sobre os dois máximos sistemas 
do mundo ptolomaico e copernicano (1632) 
 • Também critica os dogmas teológicos e os 
métodos tradicionais de investigação científica que 
não permitiam o questionamento da física 
aristotélica e ptolomaica. 
• Defende o uso da matemática (especialmente a 
geometria) para o conhecimento da natureza e dos 
corpos celestes. 
• Importância da observação empírica para a coleta 
dos dados. 
• O livro é proibido 5 meses depois e Galileu é 
julgado pela Inquisição em 1633. 
Matemática 
 e Ciência da natureza (física) 
• Continuidade do uso da matemática como 
método para a compreensão da natureza e dos 
corpos celestes. 
• Descartes: O discurso do método (1637) 
• Também questiona a autoridade do 
conhecimento aristotélico-tomista e propõe novo 
método do conhecimento baseado na ordem das 
razões. 
• Mathesis universalis: a matematização do mundo 
• Razão: cálculo, medida, comparação 
 
 
Descartes: método e luz natural 
• Discurso do método: o método deve inspirar-se na 
evidência da geometria e da álgebra. 
• Só admitir como verdadeiro o que tiver evidência. 
Só aceitar juízos que apresentem clareza e 
distinção. 
• Divisão dos problemas em partes encadeadas, para 
resolvê-los. Seguir sempre a ordem do pensamento 
do mais simples ao mais complexo. 
• Enumerar e rever as etapas seguindo a ordem da 
razão. 
• de onde provêm a evidência das nossas ideias? Luz 
natural da razão: o intelecto originário ou 
entendimento divino como origem da ordem 
racional. 
Física e Metafísica 
• O questionamento dos dogmas teológicos 
significa um rompimento entre a investigação 
científica e a ideia de Deus? 
• Não, a ciência da natureza (física) permanece 
ligada à metafísica. 
• Para fundamentar a validade universal dos 
conhecimentos da natureza os cientistas e 
filósofos recorrem a princípios metafísicos (busca 
pela filosofia primeira que fundamente todos os 
conhecimentos). 
 
 
Metafísica racionalista 
• Como explicar a validade universal dos 
conhecimentos científicos (das leis da natureza)? 
• A ordem do universo ou as leis da natureza 
podem ser conhecidas pela razão humana. Os 
fenômenos seguem uma ordem racional que a 
mente humana pode conhecer. 
• Mas quem é o autor dessa ordem racional? Deus. 
• Princípios metafísicos: conhecimento do sujeito 
(racional) e de Deus (autor do mundo) fundam a 
validade do conhecimento do mundo. 
 
 
 
 
 
Física e Metafísica 
• Newton: Princípios Matemáticos da filosofia 
da natureza (1687) 
• Leibniz: Discurso de metafísica (1686) 
• Elaboram sistemas físicos fundados na 
metafísica. 
• Ex. polêmica sobre espaço/tempo: são 
absolutos ou são relações entre as coisas? 
• A compreensão metafísica justifica diferentes 
concepções de espaço e tempo. 
 
Os sistemas metafísicos 
• Ontologia: conhecimento do ser em geral (essência). 
• Psicologia racional: conhecimento da alma 
 - tentativa de provar a imortalidade, simplicidade da 
alma. 
• Cosmologia racional: conhecimento do mundo como 
totalidade 
– o mundo tem começo no espaço/tempo? 
– o matéria é composta por partes indivisíveis? 
– Todos os eventos estão determinados em uma série 
causal? Tudo na natureza é determinado? 
– Qual é origem do universo? 
• Teologia racional: conhecimento da existência de Deus 
 - provas da existência de Deus 
 
Crítica à Metafísica: o empirismo 
• David Hume: Ensaio sobre o entendimento 
humano (1748). 
• Crítica à metafísica: a Ciência empírica não 
está fundada em princípios racionais: não há 
leis com validade universal e necessária 
• Regularidade dos fenômenos: hábito e crença 
• Conhecimento empírico é apenas provável 
• Início de um processo de separação entre as 
ciências e a metafísica. 
 
Kant: Razão pura e autonomia 
• Immanuel Kant: Crítica da razão pura (1781) 
• Como é possível a matemática, a ciência da 
natureza (a física) e a metafísica como ciência? 
• Tentativa de justificar todo o conhecimento 
necessário e universal a partir das estruturas a 
priori da razão. (tenta justificar tanto a 
matemática e a física, como os princípiosuniversais para a moral, política e direito. 
• Início do processo de AUTONOMIZAÇÃO DAS 
ESFERAS. Justificação racional intrínseca a cada 
campo e independente da teologia. 
Início da ciência moderna 
• Crítica à tradição aristotélico-tomista e às 
instituições religiosas – busca pela autonomização 
da ciência em relação aos dogmas da teologia. 
• Importância da justificação racional ou exame dos 
conhecimentos pela razão. 
• Matematização do mundo: a matemática como 
instrumento da ciência. 
• Experimentação empírica e observação dos fatos a 
partir da criação de novos instrumentos. 
• Processo de autonomização das ciências entre si: 
especialização dos campos. 
 
Surgimento de outras ciências 
• Processo de diversificação e autonomização (ou 
especialização) dos campos das ciências e das 
pesquisas científicas nos séculos XVII, XVIII e XIX. 
• Ciências Naturais (séc. XVII): Química (Boyle) e 
Biologia (Lineu, Buffon) 
• Ciências humanas (XIX): economia, sociologia, 
antropologia, psicologia, ciência política, 
linguística, etc. 
• Ciências exatas: Engenharias e ciências 
tecnológicas 
 
 
O Problema das ciências humanas 
• Teoria e praxis 
– Com o surgimento das ciências humanas se inicia 
uma discussão sobre o “estatuto científico” dos 
estudos sobre a prática humana. 
– O homem e as relações humanas estão em 
constante mudança contextual e histórica. É 
possível encontrar estruturas e relações válidas 
universalmente e necessariamente ou podemos 
contar apenas com observações empíricas? 
– Como elaborar um discurso objetivo sobre a praxis 
humana? 
 
 
O Que é ciência hoje? 
• Como funciona a experimentação e a 
observação empírica? Quais são os métodos 
utilizados nas pesquisas científicas? 
• Como é o processo de descoberta de novas 
teorias? Como teorias determinam os 
experimentos? 
• Como fazer uma investigação científica bem 
fundada? Como são justificadas ou 
legitimadas como melhores que outras? 
O Que é Ciência Hoje? 
• O que é revolução científica? Há mudança de 
compreensão do mundo com o desenvolvimento 
de novas teorias? Há diferentes modelos teóricos 
ou apenas um aceito? 
• A ciência é autônoma e imparcial, independente 
de valores religiosos? É independente de valores 
culturais, sociais e políticos? 
• A ciência tem implicações éticas? O cientista tem 
responsabilidade sobre as consequências de suas 
pesquisas? 
 
Tópicos do curso 
• 1. Métodos científicos 
• 2. Teorias como estruturas complexas, 
paradigmas e revoluções científicas. 
• 3. Pluralidade de métodos 
• 4. Valores éticos, políticos, econômicos e 
sociais nas ciências 
1. Métodos científicos 
A. O indutivismo e seus problemas 
 - origens do empirismo em Bacon e Hume e a 
retomada do empirismo pelo positivismo lógico 
 
B. O falsificacionismo e seus problemas 
 - origens da defesa da justificação racional das 
ciências por Kant e a proposta de Popper. 
 
C. O convencionalismo de Poincaré e seus 
problemas 
 
 
2.Teorias como estruturas complexas, 
paradigmas e revoluções científicas 
• Kuhn e Lakatos: importância do estudo histórico 
da gênese e crescimento das teorias como todo 
complexo 
• Os conceitos só adquirem significado preciso no 
interior de uma teoria coerentemente 
estruturada 
• Paradigmas fornecem problemas e soluções para 
uma comunidade científica 
• Quando estes paradigmas entram em crise 
podem conduzir à revoluções científicas e à troca 
de paradigmas. 
3. Anarquismo metodológico e 
pluralidade de métodos 
• Feyerabend: proposta de anarquismo 
metodológico. Exame de caráter histórico leva 
a admitir que não há um único princípio 
metodológico. 
• As relações entre ciência e democracia e entre 
programas de pesquisa e o exame público. 
4. Valores éticos, políticos, 
econômicos e sociais nas ciências 
• Valores e atividade científica: influência de 
fatores sociais, culturais e políticos na ciência 
a partir de Hugh Lacey 
• Relação entre política, ciência e tecnologia a 
partir de “técnica e ciência como ideologia” de 
Habermas. Política cientifizada: o discurso do 
“especialista” e a opinião pública

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