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2) O QUE É ÍNDICE ULTRAVIOLETA

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O QUE É ÍNDICE ULTRAVIOLETA (IUV)? 
 
Prof. Tarso Kist, Instituto de Biociências, UFRGS. Porto Alegre, 01/11/2016. 
Definição 
O Índice Ultravioleta (IUV), para um determinado dia e local, é definido como sendo uma medida da 
intensidade da radiação UV relevante para os efeitos sobre a pele humana que poderá incidir neste dia e 
local. O IUV representa o valor máximo de intensidade desta radiação ultravioleta que poderá ocorrer 
neste dia e local, portanto este máximo poderá ser observado ao meio-dia solar na superfície terrestre 
deste local (latitude e longitude). 
A chuva, a neblina, as nuvens, a poluição química (compostos das queimadas e da exaustão de 
veículos a combustão interna) e o material particulado suspenso no ar diminuem acentuadamente a 
intensidade da radiação UV que atinge a superfície terrestre. Mas estes fatores são muito dinâmicos e 
variáveis em curtos intervalos de tempo, portanto muito difíceis de serem previstos. Por este motivo, o IUV 
sempre é fornecido previamente como sendo o valor máximo que poderá ser observado sem a presença 
destes fatores atenuantes, ou seja, para uma situação de céu claro e sem a presença de poluentes 
atmosféricos. Repetindo, portanto, IUV é o máximo que poderá ocorrer ao meio-dia solar na superfície 
terrestre, no local especificado e como oriunda direta do sol. 
 O IUV é apresentado como um número inteiro. 
De acordo com recomendações da Organização 
Mundial da Saúde, esses valores são agrupados em 
categorias de intensidades, conforme mostra a tabela 
a direita: baixo, moderado, alto, muito alto e extremo. 
 
A areia pode refletir até 30% da radiação ultravioleta que incide numa superfície, enquanto na neve 
fresca essa reflexão pode passar dos 80%. Superfícies urbanas apresentam reflexão média entre 3 a 5%. 
Estes fatores aumentam a quantidade de radiação UV disponível e se soma àquela que vem diretamente 
do sol. Aumentando portanto a dose e os riscos em regiões turísticas, tais como: praias, ilhas e pistas de 
esqui. Estes fatores também não são levados em conta no cálculo do IUV e, portanto, também merecem 
atenção. 
 
Como é calculado o IUV? 
Seguem os fatores que afetam o resultado final no cálculo do IUV: 
A concentração de ozônio 
O ozônio é o principal responsável pela absorção de radiação UV na atmosfera. A concentração de 
ozônio, medida em unidades Dobson (DU), integrada na coluna atmosférica é utilizada como parâmetro de 
entrada no modelo computacional utilizado para o cálculo do IUV. Esta concentração de ozônio é 
distribuída verticalmente de acordo com perfis atmosféricos teóricos relativos à posição geográfica da 
localidade. A concentração máxima de ozônio localiza-se na estratosfera (entre 20 e 40 km de altitude). 
Posição geográfica da localidade 
O fluxo de radiação UV diminui com o aumento da distância ao equador (aumento da latitude). Ou 
seja, regiões mais próximas à linha do equador recebem maior quantidade de energia solar. 
Altitude da superfície 
Quanto mais alta é a localidade, menor é o conteúdo de 
ozônio integrado na coluna atmosférica e, consequentemente, 
maior a quantidade de energia ultravioleta incidente na 
superfície (Figura 1). De acordo com perfis teóricos de 
distribuição vertical, a quantidade de ozônio decresce em torno 
de 1% para cada quilômetro, o que provoca aumento de cerca 
de 6 a 8% a quantidade de energia UV incidente. 
Hora do dia 
Cerca de 20 a 30% da quantidade de energia UV no 
verão chega à Terra em torno do meio-dia solar (entre 11h e 
13h), e cerca de 70 a 80% entre as 9h e 15h. 
Figura 1 
Estação do ano 
A irradiância (quantidade de energia por área e por unidade de tempo) UVB diária em torno de 20° 
de latitude aumenta cerca de 25% no verão e diminui de 30% no inverno, em relação aos períodos de 
primavera/outono. Em zonas de maior latitude (cerca de 40°), esses valores correspondem a + 70% e -
70%, respectivamente. 
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Calculando o IUV 
Todas essas características acima são levadas em consideração como parâmetros de entrada no 
modelo computacional utilizado para os cálculos. As irradiâncias espectrais (quantidade de energia por 
unidade de área e por comprimento de onda – (W/m2)/nm) são calculadas a partir dos parâmetros de 
entrada: quantidade de ozônio (avaliada de acordo com o altitude da superfície em relação ao nível do 
mar) e posição do Sol. 
Essa irradiância espectral é ponderada pela resposta da pele humana à radiação ultravioleta, 
formulada segunda norma da CIE (Commission on Illumination), denominada Espectro de Ação Eritêmica. 
Esse espectro corresponde à "resposta" biológica de pele humana a este tipo de radiação. Uma vez 
ponderada, a irradiância - agora chamada de Irradiância Eritêmica - é integrada no intervalo espectral 
entre 280 e 400nm (UVB e UVA). Matematicamente tem-se que: 
 
 
 
 
. 
 
Onde é a irradiância espectral na 
superfície [W m-2 nm-1] (Figura 2), 
 é o espectro de ação eritêmica 
(Figura 3) e C é a constante de 
conversão equivalente a 40 W/m2. 
Desse modo, o IUV nada mais é do 
que um formato simplificado para a 
apresentação da Irradiância 
Eritêmica. Cada unidade de IUV 
corresponde a 25 mW/m2 de 
energia. 
 
 
Figura 2 
 
Figura 3 
Conclusão 
O IUV é fornecido antecipadamente para todos os 
dias e para todas as localidades (cidades, pontos turísticos, 
coordenadas geográficas, ...). Cada unidade corresponde a 
25 miliWatts por metro quadrado de energia radiante UV 
capaz de causar eritema. Este corresponde ao valor 
máximo que poderá ser observado ao meio dia solar para 
cada localidade em dias de céu claro e sem nuvens (Ver 
Figura 4 – veja como ele varia durante o dia). Mas ele não 
leva em conta a chuva, a neblina, as nuvens, a poluição 
química (compostos das queimadas e da exaustão de 
veiculas a combustão interna) e o material particulado 
suspenso no ar. Estes são fatores que atenuam a incidência 
 
Figura 4. Variação do IUV na cidade de 
Nova Iorque, durante o dia, em cada mês 
durante o ano. 
de radiação. Ele também não leva em conta a areia, a neve e a água de lagos, rios e mares, que são 
fatores que aumentam a radiação UV ao nível do solo devido a reflexão da radiação UV nestas 
superfícies. 
 
Referências 
2 International Commission on Illumination. Berlin. Comptes Rendus de la Commission Internationale de 
l'Éclairage 1935; 9: 596-625. 
3 McKinlay AF, Diffey BL, A reference action spectrum for ultraviolet induced erythema in human skin.CIE J 1987; 6: 
17-22. 
4 Urbach F, Man and ultraviolet radiation. In Human Exposure to Ultraviolet Radiation: Risks and 
Regulations (Passchier WF and Bosnjakovic BFM, eds), Excerpta Medica, Amsterdam, 1987, pp. 3-17. 
5 Diffey BL, Observed and predicted minimal erythema doses: a comparative study. Photochem Photobiol. 1994; 60: 
380-382. 
6 International Commission on Illumination, Standard Erythema Dose, Publication CIE125 — 1997.

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