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Plano De Aula 4

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Plano de Aula: APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 
Título 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
4 
Tema 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
Objetivos 
· Analisar, através do estudo da teoria da constituição, as espécies de normas 
constitucionais; 
· Compreender, através dos diversos critérios doutrinários de classificação, a eficácia, 
vigência e aplicabilidade das normas constitucionais. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Planos das Normas Constitucionais 
1.1. Existência, validade, eficácia, efetividade e eficiência 
2. Estrutura Didática da Constituição Brasileira 
2.1 Preâmbulo da Constituição: natureza jurídica, características e aplicabilidade 
2.2 Texto Principal: a Constituição em si 
2.3 ADCT 
3. Classificação de José Afonso da Silva 
3.1. Normas constitucionais de eficácia plena 
3.2. Normas constitucionais de eficácia contida 
3.3. Normas constitucionais de eficácia limitada 
3.4. princípio institutivo 
3.5. princípio programático 
4. Outros critérios classificatórios 
4.1 Maria Helena Diniz 
4.1.1 Normas constitucionais de eficácia absoluta 
4.1.2. Normas constitucionais de eficácia plena 
4.1.3. Normas constitucionais de eficácia relativa restringível 
4.1.4. Normas constitucionais de eficácia relativa complementável ou dependentes de complementação 
4.2 Luís Roberto Barroso 
4.2.1 Normas de Organização 
4.2.2 Normas Definidoras de Direito 
4.2.3 Normas Programáticas 
5. A Constitucionalização Simbólica 
Aplicação Prática Teórica 
Consoante o Art. 5º, iniciso XLV, da Constituição da República Federativa do Brasil, ? nenhuma pena 
passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até 
o limite do valor do patrimônio transferido?. 
Com os olhos voltados à classificação das normas constitucionais, é correto afirmar que a 
interpretação desse comando normativo dá origem a uma norma constitucional de eficácia plena e 
aplicabilidade limitada. Julgue e fundamente. (FGV ? adaptada) 
Procedimentos de Ensino 
Aula expositiva, debate e discussão dirigida com base no capítulo 4 do 
livro Direito Constitucional Esquematizado de Pedro LENZA presente no 
material de apoio discente, de forma a auxiliar a resolução do caso concreto. 
Aplicação da metodologia do caso concreto com resolução do exercício 
estabelecido no item avaliação, bem como exemplos, exercícios e estudo de 
casos escolhidos pelo professor, privilegiando sempre que possível as 
especificidades regionais. 
O intuito nesta aula é estimular a compreensão da categoria: poder 
constituinte. Vale lembrar que tais questões estão devidamente desenvolvidas 
no material de apoio do aluno. 
 
Teoria do Poder Constituinte 
 
Conceito 
 
A idéia de poder constituinte surge no século XVIII com o teórico Emmanuel 
Sieyés, contemporânea a idéia de constituição escrita. O poder constituinte 
incorpora a vontade política, sendo o fundamento de legitimidade manifestado 
no documento Constituição para a configuração e finalidades do Estado, e 
como tal, da estrutura de seu ordenamento jurídico. Em poucas palavras, ele é 
o poder que elabora, em ocasiões excepcionais, as normas jurídicas de valor 
constitucional. 
 
Titularidade do Poder Constituinte (a questão da legitimidade). 
 
O que se pretende com o estudo da titularidade do poder constituinte é 
conhecer quem é o detentor do poder soberano no Estado. Quem é legítimo 
para fazer a constituição? 
Mas o que é legitimidade? Legitimidade refere-se a todo comando que se 
reconhece como não arbitrário. Por exemplo: se você vive em uma democracia 
e acredita que o povo é o detentor do poder soberano, você cumpre as ordens 
daquele que foi eleito para representá-lo porque este poder foi deferido ao 
representante por seu livre arbítrio, ou seja, esse comando é válido porque 
teria emanado de um poder que você reconhece como legítimo e não como um 
poder imposto a força. 
Sendo assim, se vivemos em uma democracia o titular do poder soberano será 
o povo, enquanto o agente desse poder constituinte será a Assembléia 
Nacional Constituinte eleita para os fins de fazer a Constituição em nome do 
povo. Caso vivêssemos em uma Monarquia, o detentor do poder soberano 
seria o Rei e como tal, o legitimado do poder constituinte. 
 
Espécies de Poder Constituinte 
 
Ainda que teoricamente só exista um poder constituinte, esta afirmação 
encontra dificuldade de se sustentar, visto que encontramos no exercício deste 
poder duas manifestações distintas. Uma caracterizada por ser um poder 
inicial (não se funda em outro poder), ilimitado (não encontra limites do direito 
positivo), incondicionada (sua manifestação não é pré-fixada), conhecida 
como poder constituinte originário ou de fato. A outra caracterizada por ser 
fruto da rigidez constitucional, ou seja, submetida a um processo legislativo 
mais dificultoso para alteração das normas constitucionais. 
Em nossa Constituição esse processo e manifestação desse poder encontra-se 
no art. 60, subordinada as limitações circunstanciais, formais e materiais (art. 
60, §1º,2º e 3º, CRFB/88), impostas pelo poder constituinte originário e 
condicionada a sua manifestação. Este poder é conhecido como poder 
constituinte derivado ou reformador ou de direito. 
Se o poder constituinte originário optar ainda por criar um Estado Federal 
vislumbra-se o surgimento do poder constituinte derivado decorrente[1]. 
Este poder por ser derivado do originário possui as características de ser 
secundário, subordinado e condicionado, podendo ser definido como a 
autorização de autonomia aos Estados-Membros para se auto-organizarem 
através de suas Constituições Estaduais, como também para reformá-las. 
Quanto aos Municípios, a uma discussão doutrinária se eles seriam ou não 
auto-organizados por um poder constituinte derivado decorrente municipal. 
Prevalece o posição de que não. Eles se organizariam por Leis Orgânicas 
submetidas às Constituições Estaduais e à Constituição Federal. 
 
 
 
[1] Este poder em nossa constituição encontra- se no art. 25. 
Recursos Físicos 
x Quadro e pincel; 
x Retroprojetor; 
x Data show; 
x Leitura de textos; 
x Constituição Federal; 
x Jurisprudência. 
Avaliação 
O professor deverá orientar a resposta no sentido de estar a afirmativa errada, pois normas 
constitucionais de eficácia contida são aquelas em que o legislador constituinte regulou suficientemente 
os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte da 
competência discricionária do Poder Público, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos 
gerais nelas enunciados. As normas de eficácia contida são, ass im, normas constitucionais dotadas 
de aplicabilidade direta, imediata, mas não integral, porque sujeitas a restrições que limitem sua eficácia e 
aplicabilidade. Essas restrições poderão ser impostas: 
a) pelo legislador infraconstitucional (e.g., art. 5.0, incisos VIII e XIII); 
b) por outras normas constitucionais (e.g., arts. 136 a 141, que, diante do estado 
de defesa e estado de sítio, impõem restrições aos direitos fundamentais); 
c) como decorrência do uso, na própria norma cor_stitucional, de conceitos é tico- juridicos consagrados, 
que comportam um variável grau de indeterminação, tais como ordem pública, segurança nacional, 
integridade nacional, bons costumes, necessidade cu utilidade pública, perigo público iminente (ao fixar 
esses conceitos, o Poder Público poderá limitar o alcance de normas constitucionais, como é o caso do 
art. 5.0 , incisos XXIV e X...'CV: que impõem restriçõesao direito de propriedade, estabelecido no inciso 
XXII do mesmo artigo). 
Considerações Adicionais

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