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Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA 
Programa de Pós-graduação em Ciência Animal – PPGCA 
Disciplina: Tópicos Avançados em Microbiologia de Alimentos de Origem Animal 
Docente: Jean Berg, Alunos: Heider Ferreira, Hiagos Lima, Thiago coelho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Microrganismos indicadores em alimentos de 
origem animal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 DE MAIO DE 2014 
 
 
Microrganismos Indicadores em Alimentos de Origem Animal 
 
 
Introdução 
 
Microrganismos indicadores são grupos ou espécies de microrganismos que, 
quando presentes e um alimento, podem fornecer informações sobre a ocorrência de 
contaminação de origem fecal, sobre a provável presença de patógenos ou sobre a 
deterioração potencial do alimento, além de poderem indicar condições sanitárias 
inadequadas durante o processamento, produção ou armazenamento (FRANCO & 
LANDGRAF, 1996). 
Esses microrganismos indicadores podem ser utilizados para refletir a qualidade 
microbiológica dos alimentos em relação à vida de prateleira ou à segurança, neste 
ultimo caso, devido à presença de patógenos alimentares. Em geral, microrganismos 
indicadores são utilizados para avaliar aspectos de qualidade a sanificação dos 
alimentos. 
Alguns critérios devem ser considerados na definição de um microrganismo ou 
grupo de microrganismos indicadores: devem ser facilmente detectável, quantificado, 
claramente distinguido de outros microrganismos da microbiota do alimento; não deve 
estar presente como contaminante natural do alimento; deve estar presente quando o 
patógeno associado estiver; deve estar ausente no alimento livre do patógeno de 
interesse ou presente em quantidade mínima; taxa de crescimento equivalente às dos 
patógenos; taxa de morte paralela a dos patógenos de interesse; ter com habitat 
exclusivo o trato intestinal do homem e outros animais; deveria ocorrer em números 
muito altos nas fezes; apresentar alta resistência ao ambiente extra-enteral; deveria 
haver técnicas rápidas, simples e precisas para sua detecção e/ou contagem (DOYLE, 
BEUCHAT, MONTIVILLE, 1997). 
Segundo a ICMSF (International Commission on Microbiological Specifications 
for Foods), microrganismos indicadores podem ser agrupados em: microrganismos que 
não oferecem riscos à saúde (mesófilos, psicrotróficos, termófilos, bolores e leveduras) 
e microrganismos que oferecem um risco baixo ou indireto à saúde (coliformes totais, 
coliformes fecais enterococos, enterobactérias totais, Escherichia coli). 
 
Mesófilas 
 
As bactérias mesófilas constituem um grupo capaz de se multiplicar entre 10ºC e 
45ºC, sendo a temperatura ideal em torno de 30ºC. Esse grupo é importante porque 
inclui a maioria dos contaminantes dos alimentos de origem animal, podendo atingir 
altas contagens quando o alimento é mantido à temperatura ambiente. Segundo ICMS o 
número de microrganismos aeróbios mesófilos encontrados em um alimento tem sido 
um dos indicadores microbiológicos da qualidade dos alimentos mais comumente 
utilizados, indicando se a limpeza, a desinfecção e o controle da temperatura durante os 
processos de tratamento industrial, transporte e armazenamento foram realizados de 
forma adequada. Esta determinação permite também obter informação sobre a alteração 
incipiente dos alimentos, sua provável vida útil, a falta de controle no descongelamento 
dos alimentos ou desvios na temperatura de refrigeração estabelecida (SILVA, 2002). 
 
 
 
 
Psicrotróficos 
 
Bactérias psicrotróficas se multiplicam em baixas temperaturas, abaixo de 7ºC, 
embora a temperatura ótima de crescimento se situe entre 20 e 30ºC (Furtado, 2005). Os 
principais gêneros de bactérias psicrotróficas encontrados no leite são a Achromobacter, 
Acinetobacter, Alcaligenes, Flavobacterium e Pseudomonas (Gram-negativos) e 
Bacillus e Clostridium (Gram-positivos). Essas bactérias são eliminadas pela 
pasteurização, mas algumas enzimas produzidas pelas bactérias Gram-negativas e os 
esporos, produzidos pelas Gram-positivas, são termo-resistentes provocando reações 
bioquímicas nos constituintes do leite resultando em alterações das características 
normais do produto. Os dois grupos de enzimas mais importantes produzidos pelas 
bactérias psicrotróficas são a protease e a lípase. Elas podem atuar no leite cru, enquanto 
estocado, as bactérias psicrotróficas estão se multiplicando, e, também, no leite que foi 
pasteurizado e nos derivados lácteos, causando alterações físicas e sabores indesejáveis 
ao leite. Essas bactérias são normalmente encontradas na água e em vasilhames que não 
foram lavados adequadamente (OLIVEIRA ET AL., 2012) 
 
Termófilos 
 
As bactérias termófilas são definidas como aquelas cuja temperatura ótima de 
crescimento situa-se entre 45 a 65ºC, e para algumas espécies consideradas como 
termófilos extremos as temperaturas de crescimento podem atingir 90ºC e o mínimo em 
torno de 35ºC (ICMSF, 1994). O leite cru normalmente contém poucas bactérias 
termófilas, embora elas possam estar presentes em número suficiente para se 
desenvolverem no leite mantido a temperaturas elevadas, acarretando grande número 
desses microrganismos no produto. Essas bactérias constituem problema no leite 
pasteurizado quando algumas porções são mantidas, por algum tempo, entre 50ºC a 
70ºC (ICMSF, 1994). 
 
Bolores e Leveduras 
 
Os fungos são microrganismos eucariotas, heterotróficos, caracteristicamente 
micelares, que se dividem em bolores e leveduras, com interesse não só do ponto de 
vista da deterioração dos alimentos, mas também pelas múltiplas utilizações industriais 
em que participam como agentes fermentativos (MOSS, 2000). 
 A grande dispersão dos bolores e leveduras no ambiente justifica a sua frequente 
aparição como contaminantes nos produtos alimentares, visto que estes, em virtude da 
sua composição, constituem um excelente meio para a fixação e reprodução de grande 
número de espécies fúngicas, cuja proliferação ocorre com facilidade por serem mais 
tolerantes a factores extremos que limitam o desenvolvimento bacteriano, como baixos 
valores de aw, pH e temperatura (ROSS & NICHOLS, 2000). 
Porém, a capacidade de desenvolvimento dos bolores a baixas temperaturas 
constitui um problema na conservação dos produtos cárneos quando estes, após o 
processamento térmico, são contaminados com esporos destes microrganismos que, 
desenvolvendo-se, vão alterar o aspecto e as características nutricionais e organolépticas 
dos produtos, abreviar a sua conservação e eventualmente contaminá-los com 
micotoxinas. São frequentes os géneros Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium 
spp. (GUERRERO & CHABELA, 2000). 
Neste tipo de produtos, para além da qualidade das matérias-primas, o controlo 
do desenvolvimento dos bolores e leveduras passarão pelos cuidados a ter com a 
 
qualidade do ar nas zonas de alto risco em que o produto permanece após o 
processamento térmico e antes de ser embalado, na utilização de embalagens adequadas, 
a vácuo ou com atmosfera modificada, visto que são aeróbios estritos, ou pelo eventual 
recurso a conservantes (GUERRERO & CHABELA, 2000). 
Na ausência de cuidados após o processamento térmico, desenvolvem-se 
geralmente leveduras pertencentes aos géneros Candida spp., Rhodotorula spp., 
Saccharomyces spp., Torulaspora spp. e Tricosporon spp., que por serem microaerófilas 
crescem em ambientes onde existem quantidades residuais de oxigénio como pode 
acontecer nas embalagens a vácuo ou em atmosfera modificada, passando nestes casos o 
seu controlo pela utilização de conservantes (GUERRERO & CHABELA,2000). 
 
Coliformes totais 
 
Este grupo é composto por bactérias da família Enterobacteriaceae, capazes de 
fermentar a lactose com produção de gás, quando incubados a 35-37ºC, por 48 horas. 
São bacilos gram-negativos e não formadores de esporos; fazem parte desse grupo 
predominantemente bactérias pertencentes aos gêneros Escherichia, Enterobacter, 
Citrobacter e Klebsiella. Destes, apenas a Escherichia coli tem como hábitat primário o 
trato intestinal do homem e animais homeotérmicos. O Citrobacter, Enterobacter e 
Klebsiella, além de serem encontrados nas fezes, também estão presentes em outros 
ambientes como na vegetação e no solo, onde persistem por tempo superior ao de 
bactérias patogênicas de origem intestinal como Samonella e Shigella. 
Conseqüentemente, a presença de coliformes totais no alimento não indica, 
necessariamente, contaminação fecal recente ou ocorrência de enteropatógenos 
(CUNHA,2006). 
 
Coliformes fecais e Escherichia coli 
 
De acordo com FRANCO (2003) as bactérias pertencentes a este grupo 
correspondem aos coliformes totais que apresentam a capacidade de continuar 
fermentando lactose com produção de gás, quando incubadas a temperaturas de 44-
45ºC. Os critérios microbiológicos que envolvem E.coli são úteis quando é desejável 
determinar se houve contaminação fecal. Atualmente, ao invés de enumerar os 
coliformes fecais e E.coli alguns laboratórios estão preferindo enumerar as bactérias 
pertencentes à família Enterobacteriaceae como um todo, isto é, as fermentadoras e não 
fermentadoras de lactose, pois números falsos seriam obtidos ao se verificar apenas a 
presença de microrganismos fermentadores de lactose, quando a população fosse 
constituída, na sua maioria, por microrganismos não fermentadores, incluindo-se aqui as 
salmonelas lactose-negativas ou outros fermentadores tardios desses açúcares (CUNHA, 
2006). 
 
Enterococcus 
 
Essas bactérias, antes um subgrupo do gênero Streptococcus, a partir de 1984 
passaram a pertencer ao gênero Enterococcus, com 19 espécies reconhecidas 
atualmente. Antes de 1984, os Estreptococcus fecais eram chamados genericamente de 
enterococos, e consistiam de duas espécies: Streptococcus faecalis e Streptococcus 
faecium. São atualmente denominados Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. 
São relativamente resistentes ao calor e podem sobreviver as pasteurizações do leite. 
 
Algumas restrições quanto a utilização dos Enterococcus como indicadores de 
contaminação fecal dos alimentos são feitas, uma delas seria de encontrarmos em outros 
ambientes além do trato intestinal e apresentarem uma sobrevivência maior em relação 
aos enteropatógenos encontrados no solo, nos vegetais e em alimentos, principalmente 
naqueles submetidos à desidratação, ação de desinfetantes e a flutuações de temperatura 
por serem mais resistentes. Apesar das limitações do uso desses microrganismos como 
indicadores de contaminação fecal, sua presença em números elevados em alimentos 
indica práticas sanitárias inadequadas ou exposição do alimento a condições que 
permitiram a multiplicação de microrganismos indesejáveis (DOYLE et al., 1997) 
 
Análise microbiológica 
 
A análise microbiológica é fundamental para se conhecer as condições de 
higiene em que o alimento foi processado, os riscos que o alimento podem oferecer à 
saúde do consumidor e se o alimento terá ou não a vida útil pretendida; também se torna 
indispensável para verificar se os padrões de especificações microbiológicos para 
alimentos nacionais ou internacionais, estão sendo atendidos adequadamente. Essa pode 
ser qualitativa ou quantitativa, sendo utilizados muitos e variados métodos, entretanto, é 
recomendado a utilização de métodos aprovados por órgãos reguladores; os quais 
podem ser convencionais ou rápidos. O tipo de alimento analisado determina o 
procedimento a ser empregado e o propósito da análise; essa escolha também pode ser 
determinada pela suspeita de um microrganismo ser suspeito de estar causando uma 
enfermidade. Os métodos rápidos são utilizados apenas para controle, onde os 
resultados negativos prevalecem e os positivos são considerados presuntivos e 
confirmados por métodos padrões. Esses métodos podem ser por contagem em placas e 
por número mais provável (NMP). O método de contagem em placas é um método 
geral, que pode ser utilizado para contagem de grandes grupos microbianos, como 
aeróbios mesófilos, aeróbios psicrotróficos, termófilos, bolores e leveduras, variando-se 
do tipo de meio, a temperatura e o tempo de incubação. Na metodologia da contagem as 
amostras são homogeneizadas, diluídas em série, em diluente apropriado, plaqueadas 
com ou sobre um meio ágar apropriado e incubadas, após o que todas as colônias 
visíveis são contadas; o procedimento baseia-se nas premissa de que cada célula 
microbiana presente em uma amostra irá formar uma colônia separada e visível. A 
relação da contagem é feita entre o número de unidades formadoras de colônias (UFC), 
que podem tanto ser células individuais como agrupamentos característicos de certos 
microrganismos, por mililitro ou gramas de amostra. Essa metodologia é a mais 
empregada nos laboratórios de análises de alimentos, pois diferentes grupos de 
microrganismos podem ser enumerados de acordo com o meio de cultura e condições de 
incubação utilizadas. 
 
 
 Os números de mesófilos aeróbios 
contados indicam se a limpeza, a desinfecção e o controle da temperatura durante os 
processos de tratamento industrial, transporte e armazenamento foram realizados de 
forma adequada; também permite obter informação sobre a alteração incipiente dos 
alimentos, sua provável vida útil, a falta de controle no descongelamento dos alimentos 
ou desvios na temperatura de refrigeração. A contagem de microrganismo psicrotróficos 
e termófilos avalia o grau de deterioração de alimentos refrigerados ou daqueles 
submetidos a tratamento térmico. Segundo SILVA (2002) a análise microbiológica é 
 
fundamental para se conhecer as condições de higiene em que o alimento foi 
processado, os riscos que o alimento podem oferecer à saúde do consumidor e se o 
alimento terá ou não a vida útil pretendida; também se torna indispensável para verificar 
se os padrões de especificações microbiológicos para alimentos nacionais ou 
internacionais, estão sendo atendidos adequadamente. Essa pode ser qualitativa ou 
quantitativa, sendo utilizados muitos e variados métodos, entretanto, é recomendado a 
utilização de métodos aprovados por órgãos reguladores; os quais podem ser 
convencionais ou rápidos. O tipo de alimento analisado determina o procedimento a ser 
empregado e o propósito da análise; essa escolha também pode ser determinada pela 
suspeita de um microrganismo ser suspeito de estar causando uma enfermidade. Os 
métodos rápidos são utilizados apenas para controle, onde os resultados negativos 
prevalecem e os positivos são considerados presuntivos e confirmados por métodos 
padrões. Esses métodos podem ser por contagem em placas e por número mais provável 
(NMP). O método de contagem em placas é um método geral, que pode ser utilizado 
para contagem de grandes grupos microbianos, como aeróbios mesófilos, aeróbios 
psicrotróficos, termófilos, bolores e leveduras, variando-se do tipo de meio, a 
temperatura e o tempo de incubação. Na metodologia da contagem as amostras são 
homogeneizadas, diluídas em série, em diluente apropriado, plaqueadas com ou sobre 
um meio ágar apropriado e incubadas, após o que todas as colôniasvisíveis são 
contadas; o procedimento baseia-se na premissa de que cada célula microbiana presente 
em uma amostra irá formar uma colônia separada e visível. A relação da contagem é 
feita entre o número de unidades formadoras de colônias (UFC), que podem tanto ser 
células individuais como agrupamentos característicos de certos microrganismos, por 
mililitro ou gramas de amostra. Essa metodologia é a mais empregada nos laboratórios 
de análises de alimentos, pois diferentes grupos de microrganismos podem ser 
enumerados de acordo com o meio de cultura e condições de incubação utilizadas. 
 
Contagem de bolores e leveduras 
 
Bolores são fungos filamentosos, multicelulares, podendo estar presente no solo, 
no ar, na água e em matéria orgânica em decomposição, em quanto que as leveduras são 
fungos não filamentosos (SIQUEIRA, 1995). Esses microrganismos apresentam um 
crescimento mais lento do que as bactéria nos alimentos de baixa acidez e alta atividade 
de água, sendo por isso causa pouco provável da deterioração desses alimentos. No 
entanto em alimentos ácidos e de baixa atividade de água, o crescimento de fungos é 
maior, provocando deterioração e contaminação dos produtos destinados a alimentação. 
De acordo com Dias (2014), esses microrganismos são amplamente distribuídos 
no ambiente, podendo ser encontrados no ar e nos alimentos nos quais constituem uma 
importante fonte de contaminação. A temperatura, a taxa de ventilação, o número de 
pessoas que ocupam o ambiente, a natureza e grau de atividade desempenhada por esses 
indivíduos, bem como a matéria-prima utilizada, são fatores que favorecem o 
desenvolvimento desses fungos. 
Oliveira; Lyra e Esteves (2013), avaliando iogurtes de morango industrializados 
e comercializados no município de linhares – ES, encontraram valores na contagem de 
leveduras e bolores superiores a 103 UFC/g, valor acima do permitido pela legislação 
brasileira. Segundo os mesmos autores, a presença de leveduras e fungos filamentosos 
 
em iogurte é um indicativo de práticas sanitárias insatisfatórias na fabricação ou na 
embalagem do produto. 
Sendo assim, a presença de leveduras e bolores em um índice elevado nos 
alimentos pode fornecer várias informações, tais como, condições higiênicas deficientes 
de equipamentos, falha no processamento ou armazenamento e matéria prima com 
contaminação excessiva. A contagem de bolores e leveduras é aplicada principalmente 
para alimentos ácidos com PH menor que 4.5, alimentos desidratados e farinhas 
(SIQUEIRA, 1995). 
 
Técnica do Número Mais Provável (NMP) 
 
A técnica do Número Mais Provável, também chamada de técnica dos tubos 
múltiplos, é bastante utilizada pelos laboratórios de microbiologia de alimentos para 
estimar a contagem de alguns tipos de microrganismos, como coliformes fecais, 
coliformes totais, E.coli e Staphylococcus aureus (CUNHA e SILVA, 2006). É 
considerada uma técnica de baixo custo, que permite estimar a densidade da população 
empregando-se diferentes meios de cultivo, analisando-se o crescimento celular 
microbiano através da leitura da turvação do meio e determinação de produtos 
metabólicos no meio, como gases, ácidos e álcoois (VAZZOLLER, 1995), podendo ser 
utilizada para estimar a população total ou um grupo específico de microrganismos em 
uma amostra. 
Giaj-Levra (1991) cita que o NMP é um método muito simples para quantificar 
microrganismos anaeróbios, apesar da leitura dos resultados exigir, às vezes, exames 
microscópios e análises cromatográficas de gases para complementação dos resultados. 
Na técnica do Número Mais Provável, o produto a ser analisado, após 
homogeneização, é submetido a, pelo menos, três diluições decimais seriadas. De cada 
uma dessas diluições, alíquotas iguais são transferidas para três ou para cinco tubos 
contendo o meio de cultura escolhido e um tubo coletor de gás (tubo de Durhan). Todos 
os tubos são incubados, e em seguida, os positivos são identificados. Pelo número de 
tubos positivos em cada uma das diluições empregada determina-se o Número Mais 
Provável por grama de produto, tendo como base a tabela estatística de Hoskins para 
três ou para cinco tubos. (Franco, 2003) 
 
Métodos rápidos e automatizados para enumeração de microrganismos 
indicadores 
 
Petrifilm 
 
O sistema Petrifilm é composto por um sistema de filme duplo: um filme que 
serve de base, recoberto com nutrientes desidratados e agentes geleificantes solúveis à 
frio, e um filme superior, de polietileno, que contém um indicador de cor e agentes 
geleificantes. A amostra, diluída ou não, é inoculada na superfície do filme base e o 
filme superior é sobreposto. Com o auxilio de um difusor plástico, a amostra é 
espalhada em uma área determinada. Após solidificação da substância geleificante, o 
conjunto é incubado na temperatura e tempo indicados pelo fabricante. Após a 
incubação, as colônias visíveis são enumeradas e o resultado é expresso em UFC/mL 
(NERO; BELOTI; BARROS, 2000). 
 
SimPlate 
 
 
 Osistema SimPlate foi desenvolvido pela IDEXX Lab. Inc.,Westbrook, MA, 
EUA . com o objetivo de oferecer um diagnóstico rápido e pratico na detecção de 
diversos microrganismos presentes em alimentos, fornecendo resultados em Número 
Mais Provável (NMP ) baseado na positividade de 84 cavidades de uma placa 
especialmente desenvolvida. A amostra a ser analisada é adicionada ao meio de cultura 
e a mistura é transferida para a placa de SimPlate. Após a retirada do excesso de liquido, 
a placa é invertida e incubada a 35 °C por 24h. O total de microrganismos viáveis é 
determinado pelo número de cavidades com resultado positivo que corresponde a um 
valor de NMP de UFC, conforme uma tabela de equivalência fornecida pelo fabricante 
(NERO; BELOTI; BARROS, 2000). 
 
ColiSure 
 
O sistema ColiSure foi desenvolvido para a detecção qualitativa de coliformes 
totais e E. coli em água. O meio desidratado é reconstituído em 100 ml de amostra de 
água e incubado á 35°C por 24h. A presença de coliformes é observada pela coloração 
vermelha e a presença de E. coli é identificada Pela fluorescência à luz ultravioleta 
(NERO; BELOTI; BARROS, 2000). 
 
Plaqueamento em espiral 
 
O plaqueamento em espiral é realizado por um equipamento que permite a 
automatização na semeadura de amostras de alimentos. Nesse sistema, a amostra do 
alimento, previamente homogeneizada, é depositada automaticamente, de forma 
uniforme e contínua, em quantidades decrescentes sobre uma placa com meio de cultura 
solidificado, obedecendo ao formato de um espiral de Archimedes, do centro para a 
borda da placa. Após a semeadura, a placa é incubada e as colônias crescem ao longo da 
trilha espiral formada pelo processo. De acordo com a quantidade de amostra 
dispensada, a placa é dividida em setores correlacionados com diluições, que poderão 
ser escolhidos para contagem, já que uma mesma placa apresenta diluições decimais em 
duplicata (NERO; BELOTI; BARROS, 2000). 
 
 
Referências 
 
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FRANCO, B. D. G. M. Microbiologia dos Alimentos, 2º edição – São Paulo: Editora 
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