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Direito processual Penal II AV2

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Direito processual Penal 2
Caso Concreto 1
1) Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências agrupadas em região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que perambulava pelas redondezas. Após alguns solavancos e tortura físicopsicológica, o suspeito, de apelido Alfredino, acabou por admitir a autoria de alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado mediante sevícia consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa moradora. Além de admitir a autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado Chumbinho, que foi logo localizado e indiciado no inquérito policial instaurado. A vítima do roubo, na delegacia, reconheceu os meliantes, notadamente Chumbinho como aquele que mais a agrediu, apesar de ter ele mudado o corte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. Deflagrada a ação penal, o advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o propósito de trancar a persecução criminal, ao argumento de ilicitude da prova de autoria. Solucione a questão, fundamentadamente, com referência necessária aos princípios constitucionais pertinentes.
Resposta:  O Habeas Corpus deverá ser concedido. O art. 157 do CPP diz serem inadmissíveis quaisquer provas adquiridas de forma ilícita, devendo ser em regra, desentranhadas do processo. 
A tortura para obter confissão (Tortura-prova) é crime previsto no artigo 1º, inciso I, alínea ‘a’ da Lei nº 9.455/1997 ( Lei de Tortura) e, portanto, se trata de prova ilícita e ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana do, previsto no inciso III do artigo 1º da CF.
Questão Objetiva:
 Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando-lhe sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia contra Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também presenciaram o fato. Na audiência de instrução, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro. Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentando que a legítima defesa não havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo agira em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
a) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
b) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
c) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu.
d) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a sentença. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance para dirimir dúvidas, sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada.
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 2
O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta própria estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, admitiu Maria ao Vigário que garotas de programa atendem clientes para satisfazer seus diversos desejos sexuais mediante o pagamento de entrada no valor de R$100,00 no estabelecimento, e o valor de R$500,00 para a atendente. Maria, efetivamente, responde a processo crime onde lhe foi imputada a conduta descrita no art. 229 do CP. O Ministério Público arrolou o Padre José Roberto como testemunha da acusação e pretende ouvi-lo na AIJ, já que trata-se de testemunha com alto grau de idoneidade. Pergunta-se:
1) Pode o magistrado obrigar o Padre a depor em juízo, sob pena de cometer o crime do art. 342 do CP?
Resposta: Não. O segredo sacramental da confissão é inviolável, mesmo que a pessoa revele um crime. A relação entre padre e fiel segue as determinações morais e éticas do sigilo profissional. Segundo a inteligência do art. 207 do Código de Processo Penal, são proibidas de depor as pessoas que em razão de ministério devam guardar segredo.
2) A prova produzida em juízo nesse caso seria considerada válida?
Resposta: Somente seria possível se a parte interessada desobrigar o confidente a guardar o segredo, conforme dispõe a parte final do art. 207, CPP, porém,  no tocante à confissão sacerdotal, observa-se o Código de Direito Canônico, aplicável ao ministério católico, também proíbe a revelação de qualquer conhecimento adquirido por meio de confissão.
Questão Objetiva:
(Ministério Público BA/2010) À luz do Código de Processo Penal, deve-se afirmar que:
a) A prova testemunhal não pode suprir a falta do exame de corpo de delito, ainda que tenham desaparecidos os vestígios do crime;
b) A confissão será indivisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do Juiz de Direito, fundado no exame das provas em conjunto;
c) O ofendido não deve ser comunicado da sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem;
d) As pessoas proibidas de depor em razão da profissão, poderão fazê-lo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho; neste caso, porém, não deverão prestar compromisso legal;
e) Todas as afirmativas estão incorretas.
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 3
O MP ofereceu denúncia contra Caio por, em tese, o mesmo ter subtraído o aparelho de telefone celular de Maria, na Av. Rio Branco, na altura do nº 23, pugnando pela condenação do acusado nas penas do art. 155, inciso II do CP (furto qualificado pela destreza). No entanto, ao longo da instrução probatória, nas declarações prestadas pela vítima e pelo depoimento de uma testemunha arrolada pela acusação, constatou-se que Caio teria, na ocasião dos fatos, dado um forte tapa no rosto da vítima no momento em que arrebatou o aparelho celular. Assim sendo, diante das provas colhidas na instrução probatória, o magistrado prolatou sentença condenatória contra Caio, fixando a pena de 4 anos e 6 meses, a ser cumprida em regime semi-aberto, diante da primariedade e da ausência de antecedentes criminais do acusado, como incurso no art. 157 do CP. Pergunta-se: Agiu corretamente o magistrado? Indique na resposta todos os fundamentos cabíveis ao caso.
Resposta: Não, pois trata-se o caso concreto de Mutatio Libelli, uma vez que a denúncia trouxe determinados fatos, os quais foram objetos de ataque da defesa. No final da instrução probatória se verifica a mudança da narrativa ao qual o defensor não teve oportunidade de se manifestar. Logo, considerando que o réu se defende dos fatos, seria  necessária a formação de novo contraditório, do contrário, fica cerceada a ampla defesa.
O mutattio libelli exige a emenda da denúncia e a abertura de prazo de 5 dias para manifestação da defesa, para que, querendo, requeira novas provas e depoimentos pessoais.
Questão Objetiva:
Quanto aos atos jurisdicionais penais, assinale a alternativa correta:
a) As decisões interlocutórias simples são aquelas que encerram a relação processual sem julgamento do mérito ou, então, põem termo a uma etapa do procedimento. São exemplos desse tipo de decisão a que recebe a denúncia ou queixa ou rejeita pedido de prisão preventiva;
b) As decisões interlocutórias mistas não se equiparam as decisões interlocutórias simples, pois as primeiras servem para solucionarquestões controvertidas e que digam respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relação processual. Enquanto que as decisões interlocutórias simples trancam a relação processual sem julgar o meritum causae;
c) A decisão que não recebe a denúncia é terminativa de mérito, por isso não pode ser considerada decisão interlocutória mista;
d) As decisões interlocutórias simples servem para solucionar questão controvertida e que diz respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relação processual; as interlocutórias mistas, por sua vez, apresentam um plus em relação àquelas: elas trancam a relação processual sem julgar o meritum causae.
2- A foi denunciado pela prática de furto, tendo a denúncia narrado que ele abordou a vítima e, após desferir-lheum empurrão, subtraiu para si a bolsa que ela carregava. Nesse caso:
(a) o juiz não poderá condenar o réu pelo roubo, por ser a pena desse crime mais grave que a do furto;
(b) como o fato foi classificado erroneamente, o juiz poderá condenar o réu por roubo, devendo, antes, proceder ao seu interrogatório;
(c) o juiz poderá dar aos fatos classificação jurídica diversa, condenando o réu pela praticado do roubo;
(d) o juiz poderá dar ao fato classificação jurídica diversa da que constou da denúncia, dando ao Ministério Público e à Defesa oportunidade para se manifestarem e arrolarem testemunhas.
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 4
Huguinho, Zezinho e Luizinho praticaram um roubo na Agência do Banco do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. Os três comparsas, ao se evadirem do local, seguiram em direções diferentes. Luizinho foi alcançado pela polícia e preso em flagrante e encontra-se preso no Complexo de Bangu, na cidade do Rio. Os outros dois conseguiram escapar. Huguinho, para não ser encontrado vive se ocultando e Zezinho encontra-se em local incerto e não sabido. Ao receber a denúncia, o juiz da 10ª vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro, determinou, diante da situação descrita, que fosse realizada a citação por edital, de acordo com o art. 363, § 1º, CPP dos três acusados. Foi correta a decisão do magistrado? Justifique sua resposta.
Resposta: Não. Luizinho, nos termos do artigo 360, CPP, deveria ter sido citado pessoalmente, pois encontra-se preso. 
Com relação aos outros comparsas, o edital seria o meio eficaz segundo a inteligência do artigo 363, § 1º, CPP.
Questão Objetiva:
Com relação ao tema CITAÇÕES, assinale a alternativa incorreta:
a) No processo penal, o réu que se oculta para não ser citado poderá ser citado por hora certa, na forma estabelecida no Código de Processo Civil;
b) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citação far-se-á por carta ou qualquer meio hábil de comunicação;
c) Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional;
d) O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado;
e) A citação do militar dar-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço, respeitando assim à hierarquia militar bem como a inviolabilidade do quartel.
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 5
Marcílio responde a processo crime com o incurso nas penas do art. 213 do CP pois, em tese, teria constrangido Lucilha, mediante emprego de arma de fogo, a manter com ele relações sexuais. O Juiz designou Audiência de Instrução e Julgamento onde ouviu primeiramente Gumercindo, testemunha arrolada pela defesa, uma vez que as testemunhas arroladas pelo MP ainda não tinham chegado ao Fórum. Posteriormente, o Magistrado ouviu as demais testemunhas da acusação e da defesa e, por fim, interrogou Marcilio. Pergunta- se: Você, Defensor Público, arguiria qual tese defensiva em favor do seu assistido Marcílio?
Resposta: As disposições do artigo 400 do Código de Processo Penal, prevê que serão inquiridas as testemunhas de acusação, as de defesa, interrogando-se, em seguida, o acusado. Deve-se respeitar a ordem estabelecida pelo procedimento legal, pois o prejuízo causado ao réu pela inversão da ordem da oitiva das testemunhas é presumido uma vez que, sendo uma testemunha de acusação ouvida no final, o acusado não poderia se contrapor a ela.
Questão Objetiva:
 
(OAB-FGV) Em processo sujeito ao rito ordinário, ao apresentar resposta escrita, o advogado requer a absolvição sumária de seu cliente e não propõe provas. O juiz, rejeitando o requerimento de absolvição sumária, designa audiência de instrução e julgamento, destinada à inquirição das testemunhas arroladas pelo Ministério Público e ao interrogatório do réu. Ao final da audiência, o advogado requer a oitiva de duas testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que sejam inquiridas. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
(A) O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser feita até o encerramento da prova de acusação.
(B) O juiz não deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audiência uma causa nulidade absoluta.
(C) O juiz só deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento da apresentação da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.
(D) O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas da defesa não ter sido feita no momento correto, em nenhuma hipótese do processo penal, o juiz deve indeferir diligências requeridas pela defesa.
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 6
Semprônio, motorista de um Uber, dirigia seu veículo pela pista de esquerda (pista de ultrapassagem), sendo certo que a sua frente estava o carro de Felizberto, septuagenário, que dirigia a aproximadamente 50 Km/h, o que impedia, na ocasião, Semprônio de fazer a ultrapassagem. Quando Felizberto parou o seu carro em um sinal de trânsito, Semprônio desceu de seu Uber e começou a desferir chutes e socos na lataria do carro do idoso. Uma viatura da PM que passava pelo local autuou Semprônio e o conduziu a sede policial onde foi lavrado termo circunstanciado, uma vez que a Autoridade Policial entendeu que ocorrera crime do art. 163, do CP. Semprônio não aceitou a proposta de transação penal oferecida pelo MP, sendo certo que o mesmo diante da recusa, ofereceu denúncia em face do mesmo. Ocorre que Semprônio ocultou-se para não ser citado e, diante disso, o Magistrado orientou o oficial de justiça a proceder à citação por hora certa, na forma do art. 362 do CPP. Pergunta-se: Agiu corretamente o Magistrado no caso em conformidade com o procedimento sumaríssimo?
Resposta: Segundo o art. 66 da Lei 9099/95, é incabível a citação por hora certa no JeCrim, pois deverá sempre pessoal e sempre que possível no próprio Juizado ou por mandado. Caso o acusado não seja encontrado para ser citado, as peças existentes deverão serem encaminhadas ao Juízo comum que adotará as providências cabíveis.
Questão Objetiva:
Sobre o procedimento dos Juizados Especiais Criminais, considere as seguintes assertivas:
I. A transação penal poderá ser ofertada em relação aos delitos cuja pena máxima não seja superior a 2 (dois) anos, e a suspensão do processo nos delitos cuja pena mínima for igual ou inferior a 1 (um) ano.
II. Segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal, admite-se a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.
III. Embora se aplique o procedimento previsto na Lei no 9.099/95 aos crimes previstos no Estatuto do Idoso nas hipóteses em que a pena máxima privativade liberdade não ultrapasse a 4 (quatro) anos, a transação penal e a suspensão do processo não lhes são aplicáveis.
Quais estão corretas?
a) I;
b) I e II;
c) III;
d) I e III;
e) II e III
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 7
Juninho Boca, jovem de classe média da zona sul do Rio de Janeiro, está respondendo a processo criminal como incurso nas penas do art. 33 da lei 11.343/06 pois, em tese, seria o responsável pela distribuição de cocaína em um conhecido bar em Copacabana. Realizada a AIJ, na forma do art. 56 do mesmo diploma legal, em sede de alegações finais a defesa pugnou pela nulidade do feito, uma vez que o perito que havia subscrito o laudo definitivo de constatação da substância entorpecente também havia funcionado na elaboração do laudo prévio. Pergunta-se: Assiste razão a defesa de Juninho Boca?
Resposta: Conforme o Art.50, §2º da lei 11.343/06, não assiste razão à defesa,  pois o perito que subscrever o laudo prévio não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo. Porém, a única ressalva guarda guarida quanto ao laudo definitivo que deverá ser elaborado por dois peritos oficiais, sob pena de nulidade.
Questão Objetiva:
Sobre os crimes da Lei de Drogas (Lei 11.343/06), assinale a opção INCORRETA:
A) aplica-se, subsidiariamente, as disposições do CPP e da LEP 
B) em caso de crime de porte de drogas para consumo pessoal, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser encaminhado ao Juizado Especial Criminal
C) É vedada a transação penal para aquele que oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento para juntos consumirem.
D) O inquérito policial, no caso de crime de tráfico de drogas, será concluído no prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 dias, quando estiver solto.
E) Todas as alternativas estão incorretas.
2- Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput da Lei nº 11.343/2006), em concurso material. Quando da realização da audiência de instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse interrogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada pela Lei nº 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie seria a Lei nº 11.343/2006, a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser ouvido no início da instrução. Nesse caso:
A) o juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, de acordo com o Código de Processo Penal, é o último ato a ser realizado.
B) o juiz agiu corretamente, eis que o interrogatório, em razão do princípio da especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas.
C) o juiz não agiu corretamente, pois é cabível a inversão do interrogatório, devendo ser automaticamente reconhecida a nulidade em razão da adoção de procedimento incorreto.
D) o juiz agiu corretamente, já que, independentemente do procedimento adotado, não há uma ordem a ser seguida em relação ao momento da realização do interrogatório do acusado.
E) o juiz não agiu corretamente, pois indeferiu a inversão da ordem do interrogatório sem a manifestação do membro do Ministério do Público
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 8
Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista extremamente qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal começa a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima velocidade ao automóvel. Muito assustada, Madalena pede insistentemente para Caio reduzir a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria possível controlar o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que estavam na calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada perícia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram à autoridade policial o diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de homicídio na modalidade de dolo eventual, três vezes em concurso formal. Recebida a denúncia pelo magistrado da vara criminal vinculada ao Tribunal do Júri da localidade e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de Caio, nos exatos termos da inicial.
Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debates orais, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Qual(is) argumento(s) poderia(m) ser deduzidos em favor de seu constituinte? 
Resposta:  Incompetência do juízo, uma vez que, Caio praticou homicídio culposo, pois agiu com culpa consciente, na medida na medida que, embora tenha previsto resultado, acredito que o evento não fosse ocorrer em razão de sua pericia.
b) Qual pedido deveria ser realizado? 
Resposta:  Pedido de desclassificação, da imputação para homicídio culposo e declínio da competência, conforme previsão do art. 419 CPP.
c) Caso Caio fosse pronunciado, qual recurso poderia ser interposto e a quem a peça de interposição deveria ser dirigida? 
Resposta:  Caberá recurso, em sentido estrito (art. 581, IV CPP). A petição sera endereçada ao próprio juiz que denunciou o acusado e as razões serão endereçadas ao Tribunal.
Questão Objetiva:
Assinale a alternativa correta à luz da doutrina referente ao Tribunal do Júri:
a) São princípios que informam o Tribunal do Júri: a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos e a competência exclusiva para julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
b) A natureza jurídica da sentença de pronúncia (em que o magistrado se convence da existência material do fato criminoso e de indícios suficientes de autoria) é de decisão interlocutória mista não terminativa.
c) O rito das ações de competência do Tribunal do Júri se desenvolve em duas fases: judicium causae e judicium accusacionis. O judicium accusacionis se inicia com a intimação das partes para indicação das provas que pretendem produzir e tem fim com o trânsito em julgado da decisão do Tribunal do Júri.
d) Alcançada a etapa decisória do sumário da culpa, o juiz poderá exarar quatro espécies de decisão, a saber: pronúncia, impronúncia, absolvição sumária e condenação.
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 9
Antônio foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri e condenado. Após o julgamento, descobriu- se que integrou o Conselho de Sentença o jurado Marcelo, que havia participado do julgamento de Pedro, co -réu no mesmo processo, condenado por crime de roubo conexo ao delito pelo qual Antônio foi condenado. Pergunta-se: Qual a defesa que poderá ser apresentada pelo Defensor de Antônio em eventual recurso interposto? Justifique a sua resposta:
Resposta: A defesa poderá arguir a NULIDADE DO JULGAMENTO, com base no verbete 206 da sumula do STF, porque um dos jurados que havia participado do primeiro julgamento, também participou do segundo, restando violado o Art.449,I, CPP.
Questão Objetiva:
Acerca de processo e julgamento dos crimes dolosos contra a vida, assinale a assertiva CORRETA: 
a) Diante das respostas aos quesitos, os jurados condenaram o acusado por homicídio doloso qualificado. Ao proferir as sentença condenatória e fixar a pena, o magistrado não poderá reconhecer as a gravantes quenão foram objeto dos quesitos; 
b) Poderá haver recusa ao serviço do Júri, fundada em convicção religiosa, filosófica ou política ; 
c) Os jurados poderão perguntar diretamente ao ofendido e às testemunhas, sem a intermediação do Juiz Presidente do Tribunal do Júri; 
d) Em um processo onde o réu foi pronunciado por homicídio consumado e tráfico de entorpecentes, após terem os jurados afastado o dolo direto e o dolo even tual, na votação dos quesitos acerca do homicídio consumado, serão questionados sobre o delito conexo de tráfico de entorpecentes; 
e) Durante os debates, no plenário do Tribunal do Júri , aos jurados é vedado, mesmo por intermédio do juiz-presidente, pedir ao promotor de justiça que indique a folha do processo onde se encontra o depoimento da testemunha a que está fazendo referência em seu pedido de condenação.
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 10
Tício foi c ondenado à pen a privativa de liberd ade de 06 (seis) anos de reclusão por violação ao artigo 157, §2º, I e II do Código Penal. D a sentença condenatória, Tício foi intimado em 09/05/2008 (sexta -feira), oportunidade em que manifes tou o interesse de não recorrer da decisão condenatória. O ad vogado de Tício, defensor devida m ente c onstituído, fora intimado d a d ecisão c ondenatória em 08/05/20 08 (qu inta-f eira). No dia 16/05/2008, o advoga do de Tício interpôs recur so de apelação. O recurso é t empestivo ou não? Justif ique a su a resposta abo rdando as controvérsias sobr e o tema ind agado.
Resposta: O prazo para interposição dos recursos é prazo processual desconta o dia do inicio computando-se o dia do final. 
SIM É TEMPESTIVO. No caso concreto o prazo deverá ser computado a partir do dia 9 (s exta-feira), dia da ultima intimação o prazo deveria começar no dia 1 0, por ser sábado o seu inicio se dará n o dia 1 2 segunda-feira. O recurso de apelação deve ser interposto no prazo de 5 dias conforme art. 593 CPP sendo assim a interposição no dia 16 configura-se tempestiva..
Questão Objetiva:
Quantos aos recursos em geral, dispõe o Código de Process o Penal, dentre outras hipóteses, que: 
a) No caso de co ncurso de a gentes, a dec isão d o recurs o interposto por um dos réus, s e fundado em motivo de caráter exclusivam ente pessoal, a proveitará aos outros ; 
b) Excetuando-se d entre outros o da sentença q ue denegar ha beas corpus, hipót ese em que deverá ser inter posto, de ofício, pelo juiz, os r ecursos serão voluntários; 
c) Salvo a hipó tese de má -fé, a parte não será prejudicada pela interposiçã o de um recurso por outro e se o juiz , desde logo, reconhe cer a improp riedade do r ecurso interposto pela parte, m andará process á-lo de acordo com o rito do recurso cabível; 
d) A qualquer tem po, o Ministério Público poderá desistir de recurso que haj a i nterposto; 
e) Interposto por term o o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por 05 a 6 0 dias, fará conclusos os au tos ao juiz, até o quin to dia seguinte ao últim o do prazo. 
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 11
Pedro, a lmejando a morte de J osé, contra ele efetua disparo de arma de fogo, acertando-o na região toráxica. Jos é vem a falecer, entretanto, não em razão do disparo rece bido, m as porque, c om intenção su icida, havia ingerido dose letal de ven eno m omentos antes de sofrer a agress ão, o que foi com provado durant e instrução proc essual. Ainda assim , Pedro f oi pronunciado nos term os do pre visto no artigo 12 1, caput, do Código Penal. Na condição d e Advogado de Pedro:
I Indique o recurso cabível; 
Resposta: O recurso cabível é o RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RESE) art. 581, IV CPP. 
 II O prazo de interposiçã o; 
Resposta: O prazo é de 5 dias conforme art. 586 CPP. 
III A arg umentação visando à melhoria da s ituação jurídica do defendido. Indique, ainda, para to das as resp ostas, os respectivos dispositivos legais.
Resposta: A desclassificação de crime consumado para tentado, já que a ação de Pedro não deu origem a morte de José. Trata -se de HIPÓT ESE DE CONCAUSA absolutamente independente pré-existente, conforme art.13, do CP.
Questão Objetiva:
Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, d espacho ou sentença: 
I. Que pronunciar ou im pronunciar o réu; 
II. Que julgar procede ntes as exceções, sal vo a de suspeição ; 
III. Que absolver sum ariamente o réu; 
IV. D a decisão que, adm itindo em bora o recurso, obs tar à sua expedição e seguim ento para o juízo ad quem. 
Dadas as assertiv as acima, escolha a alte rnativa CORRET A: 
a) Apenas a assertiva I está correta; 
b) Apenas a asse rtiva II está correta ; 
c) Apenas as assertivas I e IV estão corret as; 
d) Todas as assertivas estão corretas. 
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746
Caso Concreto 12.1
George f oi pronunc iado, na form a do art. 413 do CPP, pelo crim e previsto no art . 121, § 2º, II do CP p or, em tese, ter mata do a ví tima Leonidas Malta em uma briga n a s aída da boite TheNight. O processo tram itou regularm ente na primeira fase do proc edimento, com designação de AIJ para o dia 11 novembro de 2015, tendo s ido o acusado pro nunciado no dia 2 de març o de 2016. Assim , o julgamento em Plenário ocorreu efetivamente no dia 9 de dezembro de 2016. Após a oitiva das testemunhas arroladas para o julgamento em Plenário, como tese defensiva, o acusado, orientado por seu advog ado, optou por exerc er a garantia c onstitucional prevista no art. 5º, LXIII da CRF B/88. Em sede de debates orais o M P s ustentou a acusaçã o nos limites da denúncia, s endo certo que a defesa técnica sustentou a tese de legítima defesa e a ausência de provas no s autos que comprov assem o que f ora sustentado p ela acus ação. Em réplica, o ilustre m embro do Parquet apontou p ara o ac usado e sustentou para os jurados que s e o acusado fosse inocente ele não teria f icado calado durante o interrogatór io, q ue não disse nad a porque não tem argumentos próprios para se def ender e que, portanto, seria ef etivamente o responsável pe la m orte da vítima, pois, afinal, quem c ala con sente. A defesa reforçou seus argumentos de defesa em tréplica, contudo, George foi conden ado pelo Conselho de Sentença e o Juiz Preside nte fixou a reprim e nda estatal em 15 anos de reclusão em regime inicialm ente f echado por homicídio qualificado por motivo f útil (art.121, §2º, II, CP). Na con dição de advogado de Geo rge, adote a med ida cabível p ara impugnar a decisão utilizando tod os os argumentos cabíveis, e indique o ú ltimo dia do prazo .
Resposta: Caberia nulidade absoluta com base no Art. 478, II do CPP, pois a CF/88 garantiu o direito ao silêncio no Art. 5º, LXII, que não poderá ser utilizado em desfavor do réu nos debates orais em plenário no procedimento do Juri.
RECURSO DE APELAÇÃO, com base no ar t. 593, III, alínea “a ”: “ocorrer nulidade posterior à pronúncia;”. No prazo de 5 dias, inicio dia 10/12/2016 até 14/12/2016. 
Caso Concreto 12.2
Em 20/05/2016, Cláudio foi preso em flagrante pela práticado crim e previsto n o artigo 33 da L ei 11.343/200 6. Regu larmente proc essado, ao fim da instrução crim inal o mesmo foi c ondenado com fulcro no art. 33 § 4º da referida lei, a pena bas e de 0 5 anos, q ue foi reduzida em 2/3 em razão do § 4º, sendo a pena f inal de 01 anos e 08 m eses de recl usão, em regime sem iaberto. Somente o Ministério Público rec orreu da decisão, buscando afastar a aplicação do § 4º do art. 33 da Lei 1 1.343/2006. O Tribunal de Justiça, a o julgar o referido recurso, proferiu a seguinte decisão: Nego p rovimento ao recurso e ab rando o regime prisional para o ab erto, com expe dição do alv ará d e solt ura , substituindo a pena pri vativa de liberdad e por restritivas de direitos , a ser fixada pelo juízo da execução . Diante essa situação hipotética, m encione: 
Qual foi o recurso i nterposto pelo Ministéri o Público?
Resposta: Recuso de apelação conforme Art. 593, I do CPP.
A decisão proferida pelo T ribunal de J ustiça está correta? Just ifique sua resposta.
Resposta: Sim, pois o recurso de apelação é dotada em geral de efeitos devolutivos, suspensivo e extensivo ou regressivo, sendo devolvido ao tribunal toda a materia objeto do recurso e esta devolução é regida pela proibição da Reformatio In Pejus e pela possibilidade de Reformatio In Melius. Desta forma o tribunal não poderá em recurso exclusivo de defesa piorar a situação do recorrrente, mas ao julgar recurso eclusivo da acusação poderá absolveer ou mesmo diminuir a pena do réu, o que ocorreu no caso.
Questão Objetiva:
Técio, subm etido a julgam ento pelo T ribunal do Júri de Brasília, foi cond enado, por incursão no artigo 121, § 2º, II, do C ódigo Penal (homicídio qualificado p or m otivo fútil), à pena privativa de liberdade m ínima, vale dizer, de 12 (doze) anos d e r eclusão. Com fundam ento no artigo 593, III, "d", do Código de Processo Penal, interpôs recurso de apelação para uma das Turm as Cr iminais do T ribunal de Justiça do Distrito Federa l, limitando -se a sustentar que a decisão dos jurados, no q ue concerne ao m otivo fútil, foi m anifestamente contrári a à prova dos autos. A posição prevalente é a de q ue, reconhecendo que, efetivam ente, a decisão dos jurados é manifestam ente contrária à prov a dos a utos, qu e não ampara o m otivo fútil, a T urma Criminal: 
a) Deve dar provimento ao recurso para anular o julgamento, determinando a submissão de Técio a novo julgamento pelo Tribunal do Júri. E desse novo julgamento, em que poderá Técio ser novamente condenado pelo Tribunal do Júri por homicídio qualificado por motivo fútil, não se admit irá, pelo mesmo motivo, segunda apelação; 
b) Deve dar provim ento ao recurs o para anular o julgamento, determ inando a subm issão de T écio a n ovo julgam ento pelo Tribunal do Júri. E desse novo ju lgamento, e m que poderá Técio ser novam ente cond enado pelo T ribunal do Júri por hom icídio qua lificado por motivo fútil, se adm itirá, pelo m esmo motivo, segunda a pelação; 
c) Deve dar pro vimento ao recurso para anular a se ntença condenatória do juiz pre sidente do Tribunal do Júri, det erminando que ele prof ira nova, excluído o m otivo fútil; 
d) Deve dar provimento ao rec urso, excluindo o m otivo fú til, desde logo condenando Técio por incursão no artigo 121, caput, do Código Penal, hom icídio, f ixando a pen a mínima privativa de liberdade de 6 (seis) anos de reclusã o.
Michael Amado Araújo Matricula: 201307301746

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