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AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA

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CURSO DE PSICOLOGIA
 ANDREIA CARLA RIBEIRO BAYER
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA
RIO DE JANEIRO-RJ
2016
CARLOS EDUARDO DANTAS BERQUÓ
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA
.
Trabalho como pré-requisito paraobtenção de nota da disciplinaPsicologia do pensamento e da linguagem, ministrada pelo professorRichard Harrison Oliveira Couto.
RIO DE JANEIRO-RJ
2016
SUMÁRIO
– INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------- 4
– TEÓRICO VYGOTSKY ---------------------------------------------------------------------- 5
	
3) – TEÓRICO PIAGET -------------------------------------------------------------------------- 8
4) –CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE AS TEORIAS ---------------------------------- 11
5– REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA--------------------------------------------------------- 13
INTRODUÇÃO
Discorrer a respeito do processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem requer um conhecimento prévio acerca dos processos de pensamento. Isto é, exige uma compreensão a relativa à capacidade de simbolizar e da formação dos conceitos. Esses processos foram bastante estudados por autores como, por exemplo, Piaget (2007,1967) e Vygotsky (2007,1998), e embora explicitem significativas divergências entre si, um fator comum pode ser identificado em suas concepções relativas ao desenvolvimento cognitivo (pensamento e linguagem), que é a importância das ações exercidas e/ou “sofridas” por um indivíduo em relação a si mesmo e ao contexto em que vive, e o impacto de tais ações no curso do desenvolvimento de processos psicológicos básicos (atenção, memória, pensamento, linguagem), e em todo o processo do desenvolvimento humano
A linguagem é o uso organizado e combinado de palavras para fins de comunicação, principalmente, do pensamento. Para o autor, a linguagem tem caráter universal, pertence à espécie humana, o que possibilita que as pessoas sejam capazes de dominar e usar um sistema linguístico bastante complexo. A utilização da linguagem possui dois aspectos: um de produção e um de compreensão. Produzir linguagem significa partir de um pensamento que de alguma maneira é traduzido numa oração e expressado através de sons. Compreender parte da audição de sons, atrelar significado a estes sons na forma de palavras que consistem na criação de uma oração para posteriormente extrairmos significados dela. Ambos aspectos compõem o processo de aquisição da linguagem e apresentam os níveis da sintaxe, da semântica e da fonologia, que envolvem, respectivamente, as unidades de oração, a transmissão de significados e os sons da fala (Atkinson et al, 2002). Contudo, é importante salientar que a linguagem não consiste apenas na comunicação e transmissão de ideias pelas palavras, que são cruciais no desenvolvimento cognitivo, mas também na comunicação não verbal, isto é, em gestos e as ações, movimentos que expressam emoções sociais.
Teórico Lev Semenovitch Vygotsky
NTRODUÇÃO
Durante anos o homem procurou saber como era processada a linguagem e em que zona do celebro era envolvida no processamento da linguagem, a intensificação do estudo científico da língua vieram ajudar a conhecer a origem da linguagem, neste artigo faremos uma breve abordagem sobre a linguagem priorizando a aquisição da escrita, tal pesquisa tem de suma importância para os estudiosos visto que o estudo da linguagem infantil através dos tempos vem se modificando, tornando se um grande desafio para a ciência.
A - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com o passar dos tempos surgi às primeiras mudanças importantes a respeito da maneira de compreender os processos de aquisição da linguagem oral e escrita da criança, pois não havia um estudo mais profundo da linguagem infantil ocupava-se somente do léxico, isto é, da quantidade de palavras e das variedades de palavras utilizadas pela criança. A aquisição da linguagem da época era o modelo tradicional associacionista que tinha como teoria a imitação e o reforço. Segundo Saussure considera "a língua como um sistema de signos formados pela união do sentido e da imagem acústica"
Neste sentido tal argumento revela que, para ele a linguagem está globalizada em um sistema de símbolos que ele chama de signos podendo se chamar semiótica, pois é um estudo mais profundo da linguagem que serve de meio de comunicação de ideia ou sentimentos. Os elementos que constituí a linguagem são: gestos, sinais sons, símbolos ou palavras, usados para representar, ideias, significados e pensamentos. Haja vista, que somente o homem possui a capacidade de ser criativo tendo linguagem verbal.
De acordo com Geraldi (1993), "a linguagem como tema de estudo ou alvo educativo requer a consideração de seus três eixos fundamentais: a língua, a fala (ou escrita) e a interlocução possibilitando o efetivo aprendizado linguístico, indicadores indispensáveis para o avanço do homem".
A partir do autor verifica-se que a linguagem é um fator primordial da língua humana no ato da comunicação.
B Aquisição da Escrita
De acordo com Luria um dos seguidores de Vygotsky, a criança tem uma história, uma origem fora da escola. Esta história de cada indivíduo tem grande peso no desenvolvimento da escrita, e também, do ser humano como um todo, pois todos os períodos vivenciados pela criança servirão de base para a formação de um ser que se completa a cada dia.
Segundo então os fundamentos de Vygotsky, o desenvolvimento de aquisição da linguagem escrita constitui do sistema de símbolos e signos visuais, o brinquedo, o desenho, que compreende a fala e apontando este aprendizado implicações desses elementos na pratica pedagógica, representa um grande avanço no desenvolvimento da pessoa, onde começa muito antes da criança entrar na sala.
Veremos agora cada um dos processos que é fundamental para aquisição da escrita segundo o autor.
B.1 Gestos e Signos Visuais
A criança projeta gestos que podem conter a futura escrita, simples gestos, no ar e mostram que os gestos figurativos denotam simplesmente a reprodução de um signo gráfico, por outro lado, os signos são a fixação de gestos. Existem momentos em que os gestos estão ligados a origem dos signos escritos, um deles é o rabisco da criança. Elas usam a dramatização, demonstrado por gestos que deveriam mostra por desenho e o lápis apenas ajuda na representação do gesto indicativo.
B.2 - O brinquedo
Nesta segunda fase utiliza os objetos nas suas brincadeiras para denotar outros, a chave de toda função simbólica do brinquedo das crianças. Desta forma utiliza-se simbolicamente no brinquedo atividades imaginaria que gostaria de realizar de fato, mas naquele momento seria impossível. Por exemplo, o garoto transforma um cabo de vassoura em um cavalo e sai galopando.
B.3 Desenho
A terceira fase começa quando a linguagem falada já teve grande progresso, auxiliando na interpretação dos desenhos, desenham apenas na memória, não desenham o que vem, mas sim o que conhece, tem por base a linguagem verbal que é o primeiro estágio do desenvolvimento da escrita. Em seus experimentos Luria Constata que quando a criança fala e anota, na hora de lembrar, ao menos da sentença, como se não tivesse escrito, pois nessa etapa a criança não faz o mínimo de esforço de lembrar, confiando totalmente em suas anotações que se encarregariam das recordações. Em outro experimento a criança se lembra de todas as sentenças, sem esforço gráfico. A criança fixa e relembra não registra para depois ler, os rabiscos não são utilizados.
B.4 Signos
Os signos têm a finalidade de representar a nossa fala e não o mundo material. Por exemplo, quando escrevemos a palavra lua automaticamente vem em nossas mentes à imagem real dela.
Para torna a escrita objetiva a criança deve desenvolver este signo na memória para adquirir, mas conhecimentos, passandopor um de transição em que os signos primários diferenciados tornar-se-iam signos com significados próprios da criança a função psicológica do signo. O desenvolvimento interior da criança envolve a assimilação do mecanismo da escrita simbólica. 
CONSIDERAÇÕES
Esta pesquisa é de grande importância para o conhecimento das etapas que a criança percorre para adquiri a linguagem escrita segundo o qual Vygotsky defende e para que nos futuros educadores possamos refletir e adquirir mais conhecimentos
Teórico Jean William Fritz Piaget
INTRODUÇÃO
A teoria piagetiana da aquisição da linguagem centrada na capacidade cognitiva busca entender o desenvolvimento natural da criança. Tendo como base e finalidade a inteligência, que começa a se organizar por meio de uma ação lógica sobre o biológico, isto é, os atos biológicos são adaptados ao meio físico.
A – CONSTRUTIVISMO – COGNITIVISTA: LINGUAGEM VINCULADA À COGNIÇÃO
Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou epistemologia genética, isto é, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança.
Segundo Piaget, as habilidades intelectuais humanas são formadas basicamente por meio da ação, ressalta que a interação entre o organismo e o ambiente é o principal impulso para o desenvolvimento do conhecimento.
Para Piaget (1966), a linguagem faz parte de uma organização cognitiva mais geral que mergulha suas raízes na “ação e nos mecanismos sensório-motores mais profundos do que o fato linguístico”; em particular, é um dos elementos de um feixe de manifestações que repousam na função semiótica, na qual participam o jogo simbólico, a imitação diferida e a imagem mental.
Desta forma, Piaget entendia o cognitivo como uma adaptação, que organiza a função de estruturar o universo do indivíduo, relacionando o pensamento e os objetos, onde a capacidade cognitiva irá construir mentalmente as estruturas capazes de serem aplicadas às do meio. Quando tais conquistas cognitivas se unem, superando a inteligência sensória e motora, a caminho da inteligência pré-operatória de fases posteriores, surge a possibilidade de a criança adotar os símbolos públicos da comunidade mais ampla em lugar de seus significantes pessoais, ou seja, a linguagem se torna possível, já que a linguagem é entendida, por Piaget, como um sistema simbólico de representações, assim como outros aspectos da função simbólica geral.
A.1 – O SUJEITO E O AMBIENTE
Nos estudos sobre aquisição da linguagem, destaca-se o interesse em saber como a criança aprende a língua em que dominará para se comunicar com o meio em que vive.
Piaget ressalta que o indivíduo aprende do individual para o coletivo, por isso é importante a relação do sujeito com ambiente, pois segundo a sua teoria a aquisição e o desenvolvimento da linguagem são processos derivados do desenvolvimento do raciocínio na criança. Propõe-se que o sujeito constrói estruturas com base na experiência com o mundo físico, ao interagir e ao reagir biologicamente a ele, no momento dessa interação.
A teoria piagetiana tem como base a interação do sujeito com mundo, portanto o sujeito cognoscente constrói o real por meio da ação, relacionando-se ao objeto, espaço, tempo e causalidade. Assim, a criança constitui sua inteligência através de sua interação com mundo, com esquemas mentais que possibilitam apreender a realidade.
Portanto, Piaget fala que todo o conhecimento começa por uma assimilação pelas estruturas e esquemas do sujeito dos dados que recebe do exterior. Estas estruturas e esquemas são os meios que permitem o conhecimento. Tal assimilação implica, por sua vez, a sua modificação. A acomodação consiste na modificação destas estruturas ou esquemas para se adaptarem aos novos dados que emergem da interação com o meio.
A inteligência surge então como o conjunto das estruturas e esquemas de que um organismo dispõe em cada fase do seu desenvolvimento. Assim, a adaptação do organismo constitui a expressão do equilíbrio atingido entre a assimilação e a adaptação. Filgueiras (2002) concorda com Piaget e diz: “é que a fim de acomodar é necessário que o sujeito antes se desequilibre estruturalmente, enquanto conjunto de esquemas, para se equilibrar novamente”. Tal equilíbrio somente se dá a partir do processo de assimilação-acomodação por meio da interação.
A.2 – A LINGUAGEM COMO FERRAMENTA
Os estudos de Piaget, por sua vez, foram desenvolvidos tendo em vista a interação. Nessa interação, fatores internos e externos se inter-relacionam continuamente, formando uma complexa combinação de influências. Desta forma Piaget discorda das teorias inatistas, por desprezarem o papel do ambiente, e das concepções ambientalistas porque ignoram fatores maturacionais.
A comunicação, de um modo geral, é um processo evolutivo. O papel da linguagem no desenvolvimento cognitivo tem sido discutido por diferentes teóricos. As propostas cognitivistas contemplam, em geral, uma abordagem racionalista, isto é, pressupõe alguma capacidade inata.
Dentro das linhas cognitivistas, o interacionismo ou construtivismo entende a linguagem como uma forma de representação, porque permite ao sujeito evocar verbalmente objetos e acontecimentos ausentes, desta forma, as crianças constroem a linguagem, sendo esta considerada um instrumento. Um dos fatores indispensáveis para o surgimento da representação é a constância objetal, pela qual a criança consegue representar objetos ausentes. Esta proposta valoriza o aspecto motor, uma vez que pressupõe o surgimento do simbolismo após a passagem pelos estágios do período Sensório-Motor.
O surgimento da linguagem parece apresentar estreitas relações com os aspectos cognitivos. A teoria piagetiana sugere que o desenvolvimento linguístico depende do desenvolvimento da inteligência, sendo considerada uma forma de representação desta última. Para o teórico, o desenvolvimento cognitivo que irá possibilitar o nascimento do simbolismo.
A função simbólica irá aparecer num conjunto de atividades essencialmente sensório-motoras. O autor considera estas como condutas de transição ou pré-simbólicas e correspondem ao uso convencional dos objetos, aos esquemas simbólicos e ao esboço de aplicação de ações em outros objetos. Ainda que esteja relacionada aos comportamentos que vão além do domínio sensório-motor, estão voltadas de forma significativa na atividade do infante e não chegam ainda a representar por meio de símbolos propriamente ditos, ou seja, os objetos ou acontecimentos ausentes. Neste período ainda pode-se dizer, de acordo com a concepção piagetiana, que existe uma pré-linguagem.
Em uma determinada etapa do desenvolvimento infantil, observam-se alguns comportamentos que poderiam ser identificados como uma simples brincadeira. No entanto, trata-se do jogo de faz-de-conta, um brincar ou jogar simbólicos.
CONCLUSÃO
A teoria piagetiana de aquisição da linguagem ressalta que todo ser humano passa a desenvolver suas habilidades a partir da interação, e o ambiente é o principal impulso para desenvolver o conhecimento da criança. Afirmando assim que a aprendizagem acontece através do que ela aprecia ao seu redor. Contudo para uma boa aprendizagem é evidente que devemos estimulá-la.
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE AS TEORIAS
Após toda essa explanação referente ao processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem nas perspectivas de Piaget, Vygotsky, interessa ressaltar o ponto de convergência entre esses autores, o que não significa, entretanto, desconsiderar os demais aspectos de suas teorias, os quais são imprescindíveis para a convergência aqui em destaque. É importante lembrar que para Piaget (1967; 2007) a base da inteligência e para o exercício da atividade da função simbólica, o período do estágio sensório-motor é de suma importância visto que nesse momento um indivíduo executa ações sobre o meio que traduzem motivo em necessidade, a qual é expressa atravésde novas ações num constante processo de reajustamento e equilibração que se torna cada vez mais complexo. Isso é o que vai possibilitar o aparecimento da linguagem e tornar as estruturas de pensamento cada vez mais refinadas. 
Vygotsky (1998; 2007) ainda que tenha feito claras críticas às construções de Piaget, sobretudo no que concerne ao método de investigação, também aponta a importância das ações no curso do desenvolvimento da linguagem, porque, segundo ele, o uso de instrumentos (ação, percepção tátil e visual) está diretamente relacionado (ou condicionado) ao funcionamento da fala, os quais se associam e dão origem a novos e complexos comportamentos. Desta forma, diante do que foi exposto nessa breve discussão das perspectivas de cada autor, é interessante considerar e enfatizar que para Piaget, Vygotsky as ações possuem papel essencial para aquisição e desenvolvimento da linguagem, sobretudo por elas constituírem-se fundamentalmente por emoções e afetividade decorrentes e/ou proporcionadas pelas e desde as primeiras interações e experiências de um indivíduo com outros indivíduos (geralmente por seus cuidadores) e com o mundo em que vive ao longo de todo seu desenvolvimento, já que é pela emoção (identificada em si mesmo, em outros indivíduos e até em animais), que o homem constrói sua história, a qual promove mudanças no próprio corpo e no curso das ações desempenhadas, e cuja expressão se dá na e através da linguagem, o recurso psíquico tipicamente humano por meio do qual as experiências das relações estabelecidas são organizadas.
Conforme colocado, Piaget (1967) parte do pressuposto de que a linguagem tem origem a partir do estágio sensório-motor, quando a função simbólica passa a exercer sua atividade: dar ao sujeito, à criança a capacidade de representação de objetos, ações e palavras. Através de uma concepção de desenvolvimento baseada na gênese do conhecimento, esse autor assegurou que a origem do pensamento antecede à linguagem com suas funções, formas e características. Por esta razão, a aquisição da linguagem só é possível quando as condutas sensório-motoras passam às ações conceitualizadas por meio da socialização e dos progressos da inteligência pré-verbal com a interiorização da imitação na forma de representação. Em oposição a Piaget, Vygotsky (1998) não possui uma concepção em que cada um desses processos (pensamento e linguagem) anteceda um ao outro. Para Vygotsky (1998), há um elo que os conecta e que os faz influenciarem-se mutuamente, que é a palavra. Referente à origem da linguagem esse autor a explicita através dos estudos da formação dos conceitos, dos tipos de fala, inclusive em comparação com a compreensão de Piaget acerca da fala egocêntrica e sua função. Enquanto para Piaget ela é uma expressão direta do pensamento egocêntrico, que não se adéqua ao pensamento adulto, isto é, um tipo de pensamento intermediário ao autismo primitivo de pensamento e à socialização; para Vygotsky ela consiste num fenômeno de transição de funções interpsíquicas para as intrapsíquicas, que abarca toda a atividade social da criança e constitui um parâmetro de desenvolvimento comum às demais estruturas e funções psicológicas superiores. Dito de outro modo, a fala egocêntrica para Vygotsky engloba aspectos subjetivos (por possuir uma função específica, a de fala interior) e objetivos (em razão de funcionar apenas em situações sociais), os quais a faz representar uma transição da fala para os outros à fala para si mesmo.
Referências Bibliográficas
VYGOSTSKY, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1988.
SOUZA, Débora de Hollanda. As crianças e o mundo das palavras: considerações sobre a pesquisa em desenvolvimento lexical. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2008, vol.21, n.2. ISSN 0102-7972.Acessado no scielo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102 -44501999000300014
INHELDER, B. Linguagem e conhecimento no quadro construtivista. In: PIATELLI-PALMARINI, M. (Org.). Teorias da linguagem, teorias da aprendizagem: o debate entre Jean Piaget e Noam Chomsky. São Paulo: Cultrix: Editora da USP, 1983.
FIORIN, José Luiz (org.). Introdução Linguística: I. Objetos Teóricos. 5ª ed., 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008.

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