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LIVRO EAD PORTUGUÊS

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Nem todo brasileiro fala do mesmo jeito
• capít ul o 1
Neste primeiro capítulo, discutirem os algum as diferenças en tre “fala” e “es-
crita” e ainda as noções de variação linguística e adequação da linguagem . 
Compreender o funcionamento básico da linguagem é essencial para utilizá-la 
adequadam ente. Além disso, é preciso aprender a norma padrão, estabelecida 
pelas gramáticas, pois é ela que é exigida em contextos formais, assim , apre-
sen taremos alguns casos básicos que geram muita dúvida ao escrever e falar. 
Esperamos que você conheça passe a usar os aspectos da norma padrão nos 
con textos em que eles são exigidos.
OBJETIVOS 
• Conceber fala e escrita não como modalidades opostas, mas como um continuum de diferenças;
• Apreender a variação linguística e a adequação da linguagem;
• Analisar as diferenças entre a norma padrão, culta e coloquial;
• Conhecer alguns usos linguísticos recomendados pela norma padrão.
REFLEXÃO
capít ul o 1 •
O professor Luís Cláudio Dallier, no livro Comunicação e Expressão, trata 
da variação linguística. Ele a define com o o fenômeno de um a língua que sofre 
variações ao longo do tem po, do espaço geográfico, do espaço ou da estrutura 
social, da situação ou do contexto de uso. Isso sign ifica dizer que um a língua 
está sujeita a reajustar-se no tem po e no espaço para satisfazer às necessidades 
de expressão e de com unicação, individual ou coletiva, de seus usuários. 
Podemos abordar a variação linguística sob diversas perspectivas. Se levar-
m os em conta um a situação de comunicação qualquer, terem os alguns ele-
m entos que vão apontar para variedades no modo de usar a língua.
Por exem plo:
• Quem fala?
• Para quem fala?
• Quando fala?
• Como fala?
• Por que fala?
Essas perguntas evidenciam que nossa fala pode variar de acordo com a si-
tuação ou com o contexto da com unicação, conform e as pessoas que nos ou-
vem , o assunto de que estamos tratando ou a in tenção de nossa m ensagem.
Outra form a de abordarm os a variação linguística é por m eio da constata-
• capít ul o 1
ção de variações no uso da língua em algum as dim ensões:
a) : um mesmo idiom a pode variar de um 
lugar para o outro. 
Por exemplo, o Português tem variações nas nove nações lusófonas, isto 
é, aquelas em que é a língua oficial ou um a das línguas oficiais: Angola, Bra-
sil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São 
Tomé e Príncipe, Tim or Leste. É m uito falada tam bém em regiões como Macau 
(na China), Goa (na Índia), Galiza (na Espanha), sem con tar regiões do Para-
guai, Uruguai e EUA.
Às vezes, há variações também dentro do próprio país em que o Português 
é a língua oficial. Na escrita, que adota a norma culta, é mais un iforme, mas 
na fala, não! O gaúcho fala de um m odo que é só seu; o catarinense falado em 
Florianópolis, uma ilha, não é o m esm o do resto do litoral, nem o da região ser-
rana, que é m uito m as semelhante ao m odo de falar do gaúcho. Os brasileiros 
que habitam o Nordeste falam com variações, que se subdividem se os falantes 
são baianos ou cearenses. Temos também o falar caipira, próprio do interior 
do estado de São Paulo. Em Minas, a palavra “trem” tem tantos usos que num 
dicionário do mineirês, seria um dos verbetes mais extensos.
Essas variações não atrapalham , antes enriquecem a língua portuguesa, 
com um dia já foi enriquecida por árabes, judeus, espanhóis, índios, africanos, 
alem ães, franceses, italianos, poloneses etc. Por exem plo: quan tos nom es de 
pratos culinários são franceses ou de origem africana? Quantos nom es de rios, 
lagoas e m on tanhas são indígenas? Quantas danças e canções foram trazidas 
por im igran tes e ainda são can tadas na língua original? Quem já não ouviu a 
expressão “m am m a m ia”, “porca m iséria”
b) a classe social dos falantes pode influenciar seu m odo 
de dizer as coisas. Por que acontece isso? Porque, por norm a, quem está situa-
do do meio da pirâm ide social para cim a convive com quem fala de acordo com 
a norm a culta, uma vez que é m aior a possibilidade de acesso ao ensino e aos 
bens culturais (livros, bibliotecas, teatro, cinem a etc.). E quem está na base da 
pirâm ide social lê pouco, não vai ao cinema, não vai ao teatro. não assina jornal 
ou revista. Mas ainda assim sofre grande influência do rádio e da televisão, por 
exem plo. E, m ais recen tem en te, tam bém da in ternet.
capít ul o 1 •
c) : Pessoas de idades diferentes (crianças, jovens, adul-
tos e idosos) podem apresen tar um modo variado de usar a língua. Veja o se-
guinte exem plo:
Situação: um jovem falando com seu pai ao telefone.
O jovem fala: Ô velho, já faz um tem pão que sou dono do m eu nariz... Sem -
pre batalhei, arrum ei um tram po, dou um duro danado!
Me empresta o carango pr’eu sair com a gata hoje?
O pai responde: Só se você conseguir traduzir o que disse para um a lingua-
gem que eu gosto de ouvir de meu filho!
d) : Em função de condicionam en tos culturais e sociais, 
homens e mulheres podem usar a língua ou se expressarem de form a diferen te. 
Vam os a um exem plo:
Hom em: Cara, comprei uma cam isa m uito legal!
Mulher: Men ina, com prei um a blusinha linda! Ela ficou “m aaaaravilhosa”!
e) : Está relacionada com a variação h istórica no uso 
da língua. Veja o exem plo:
: “O dr. Vital Brasil se-
guiu hon tem para Sorocaba, afim de obter aguas remanciais (...) para ser exami-
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nada aqui bacteriologica e ch imicamente, aver se pode servir o abastecimento 
de agua daquela cidade.”
: 
“O governador do Rio, Anthony Garotinho, disse ontem que a principal cau-
sa da m orte de 132 toneladas de peixes e crustáceos na Lagoa Rodrigo de Freitas 
(...) foi o excesso de peixes e não o lançam ento clandestino de esgoto.”
É com um ouvirm os que a fala é in form al e a escrita, form al, que a fala n ão é 
plan ejada e que a escrita é planejada, que a fala é repleta de “erros” e a escrita 
n ão, que a fala é con textualizada e a escrita, descontextualizada etc. Porém , 
essa visão dicotôm ica não está correta, visto que há m uitos gên eros textuais 
de língua falada que seguem os preceitos da norm a padrão, com o por exem -
plo, um a conferên cia, as n otícias veiculadas n os grandes telejornais, um a 
sen tença proferida por um juiz, um discurso político bem planejado, um a 
m esa-redonda etc. Por outro lado, existem exem plos de escrita in form al, 
com o bilhetes, recados em redes sociais e outros repletos de in form alidades, 
com o bem explica Marcuschi (2010, p. 9):
Dessa form a, Marcuschi sugere um a distinção en tre fala e escrita baseada 
em suas características estruturais, tais com o se evidencia no quadro a seguir:FALA ESCRITA
capít ul o 1 •
Sons articulados e significativos; aspec
Com base na concepção discursiva e no meio de produção, Marcuschi apre-
sen ta o seguinte gráfico:
GÊNEROS TEXTUAIS MEIO DE PPRODUÇÃO CONCEPÇÃO DISCURSIVA DOMÍNIO
A produção do dom ínio “a” −conversação espon tânea− é protótipo da orali-
dade por ser um texto tipicam ente oral, visto que é sonoro e oral. A produção do 
domínio “b” –entrevista publicada na revista Veja –não é um protótipo nem da 
escrita nem da oralidade por ser um texto misto, já que é gráfico apesar de oral. 
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A produção do dom ínio “c” –notícia de TV –também não é um protótipo, é m is-
to, uma vez que é sonoro apesar de escrito. A produção do dom ínio “d” –artigo 
científico− é protótipo da escrita, um a vez que é um texto tipicamente escrito, 
pois é gráfico e escrito.
Marcuschi (201, p. 35) expressa claram ente que: “(...) assim com o a fala não 
apresenta propriedades in trín secas negativas, também a escrita não tem pro-
priedades intrínsecas privilegiadas.” O que ocorre é quena língua falada es-
pon taneam ente com pessoas com quem se tem intim idade, é com um desvios 
gram aticais, pausas, repetições, uso de marcadores conversacionais como “né, 
en tão, aí”, tom adas de turnos, apagam ento dos /r/ finais, elevação das vogais, 
com o “iscola”, “min inu”, dentre outras coloquialidades. Deve ficar claro que 
não defendemos aqui um a ou outra m odalidade, nem pregamos o uso da nor-
m a coloquial, apenas ressalvo a im portância de que você, falan te do idiom a, 
saiba que as conversas espon tâneas comum ente distanciam -se da norma pa-
drão, e que em contextos form ais, mesmo que você em pregue a língua falada, 
precisará usar a norm a padrão. Mas você conhece os conceitos: norma padrão, 
norma coloquial, norma culta etc.? 
A Linguística discute o conceito de “norm a” relacionando-o aos com portam en-
tos linguísticos dos indivíduos e ao sistema ideal de valores. Para você, estudan-
te de n ível superior, as discussões aprofundadas sobre tais conceitos podem 
não ser essenciais, m as é preciso conhecer a diferença en tre os termos “norm a 
culta e norm a padrão”, usados com o sinônim os no cotidiano.
Lucchesi (2002, p. 64) explica-nos que a diz respeito às for-
m as contidas e prescritas pelas gramáticas norm ativas, com o por exem plo, a 
recom endação para usar a m esóclise com verbos no futuro do presente do indi-
cativo ou no futuro do pretérito (Dar-te-ei um prêm io se acertar a resposta! Dar-
te-ia um prêm io se acertasse a resposta). Já a contém as “formas 
efetivamente depreendidas da fala dos segm entos plenam ente escolarizados, 
ou seja, dos falan tes com curso superior com pleto”. Com base nos estudos lin-
guísticos feitos sobre a língua falada culta em diversas regiões do país, com o 
o Projeto NURC, por exem plo, é possível afirmar que nem m esm o na norm a 
culta, isto é, nem m esmo os falan tes escolarizados, ditos cultos, utilizam a nor-
m a padrão em todos os mom entos. Todavia, é possível que os falantes cultos 
capít ul o 1 •
não sejam mal avaliados por não usarem a mesóclise porque esta norma não é 
estigm atizada. Já um indivíduo que diga: “Nóis vai, nóis qué” provavelm ente, 
será mal avaliado e poderá sofrer preconceito linguístico porque a ausência de 
concordância verbal é uma varian te estigmatizada. Entre esses extrem os, há a 
norma coloquial, usada no dia-a-dia, nas conversas in form ais com amigos, nos 
bilhetes, nas redes sociais etc. É considerada uma linguagem mais descontraí-
da, sem form alidades, com gírias, diminutivos afetivos, term os regionais, abre-
viações, contrações etc. Nela, são com uns construções com o: “A gente qué” (ao 
invés da construção padrão: “Nós queremos”); “As menina adora” (ao invés da 
padrão: “As m eninas adoram ”), “O film e que eu assisti” (ao invés da padrão: 
“O film e a que eu assisti”); “Me empresta o lápis” (ao invés de: “Em preste-m e 
o lápis”) etc. Poderíam os apresentar um a im ensa lista com desvios da norm a 
padrão muito com uns na linguagem coloquial (tam bém cham ada de popular) 
porque a norm a padrão está mito distan te do uso que os falan tes fazem, em 
geral, da língua. Porém, é im portan te frisar três aspectos aqui discutidos, explí-
cita ou im plicitam ente:
1) A língua varia de acordo com a situação e ouros fatores sociais com o, es-
colaridade, sexo, nível social etc.;
2) Não se deve julgar, m enosprezar ou dem onstrar preconceito pelo modo 
como alguém ala ou escreve, pois não há uma forma linguística superior à outra;
3) Em bora não se deva julgar ou condenar alguém pelo uso linguístico que 
faz, você deve saber utilizar a norm a padrão nos contextos em que ela é exigida.
Diante das considerações feitas, serão apresentadas, ao fim desse capítulo, 
algumas construções típicas da linguagem coloquial, mas que devem ser evita-
das em situações formais, quando a norm a padrão é a esperada, como em con-
ferências, sem inários, redações de vestibulares, notícias, reportagens, artigos 
científicos, trabalhos acadêm icos, dentre outros.
As discussões sobre “adequação da linguagem” e norma padrão/culta/popular 
ilustram a im portância do conhecimento da norm a padrão principalmente 
nos contextos formais das relações profissionais. É preciso dom inar as regras 
gramaticais, saber conjugar os verbos, usar a concordância, os pronomes, a 
acentuação, a pontuação, as preposições, dentre outros itens gram aticais im -
• capít ul o 1
portantes tan to para um a boa redação com o para uma boa in terpretação textu-
al. Na linguagem cotidiana, com etem os muitos desvios em relação ao padrão, 
en tretanto, quanto for usar a língua em situações formais, precisará obedecer 
aos preceitos do padrão.
 A seguir, apresentam -se algumas construções típicas da linguagem po-
pular, coloquial, sobre as quais, muitos falan tes têm dúvidas.
Utiliza-se “aonde” quando o verbo expressar movim ento, com o em: “Aonde 
você vai?”; já quando indica perm anência em um lugar, o correto é usar “onde”, 
com o em: “Onde você está?”. Veja outros exem plos:
O político sabia bem aonde queria chegar.
Orgulho-m e muito do lugar vivo. 
Inúmeros estudantes com etem desvios do padrão usando “há” no lugar de “a” 
e vice-versa. A regra é a seguin te: 
a) usa-se “há” quando se flexiona o verbo “haver” no presente do indicativo, 
para expressar “existência”, com o em : “Há muitas pessoas nesse show.”
b) usa-se “há” quando se flexiona o verbo “haver” no presente do indicativo, 
para expressar “tempo já passado”, como em: “Há alguns anos, visitei esta cidade.”
: Muitas pessoas usam a expressão “há anos atrás”, que é conside-
rada pleonasmo vicioso, pois o haver já indicaria passado, sendo desnecessário 
usar “atrás”.
Veja o seguinte exem plo:
Já o uso de “A” ocorre nos seguintes casos:
a) 
A professora explicou a m atéria.
b) 
Ela fará o discurso daqui a 10 m inutos.
Daqui a pouco, iniciarem os a reunião.
 
Se “daqui a pouco” indica futuro...não pode ser “há”.
capít ul o 1 •
No cotidiano, muitas pessoas usam indistin tamente “mal e mau”, porém, “mau” 
é adjetivo e “m al”, advérbio. Existe um famoso m acete para não errar mais:
MAL é o oposto de BEM
MAU é o oposto de BOM
O m acete é bom para decorar o uso, m as en tenda o m otivo, veja:
 a) O hom em m au ignora os outros.
b) O hom em está passando m al.
Nesses dois exem plos, você percebe que em “O hom em MAU”, a palavra 
m au se refere ao substantivo homem . Logo, trata-se de um adjetivo, que é um a 
classe gramatical que se flexiona em gênero, núm ero e grau:
- Os hom ens m aus (flexão de número);
- As mulheres más (flexão de gênero: m asc./fem.)
- Os hom ens são tão maus quan to as mulheres (grau com parativo).
Já no exemplo B, m al é um advérbio, por isso não pode sofrer variação. Ob-
serve que se alterarm os o gênero e o núm ero de “hom em ” em “b”, “m al” não 
sofrerá nenhuma alteração:
- Os hom ens estão passando m al.
- As mulheres estão passando m al.
: A palavra MAL pode ser substantivo, por exem plo: “Este é um m al ne-
cessário”. Mas, nesse caso, haverá sem pre um determinante qualquer, com o o 
artigo UM, e pode haver plural: “Os m ales da vida são m uitos.”
A palavra “m enos” tam bém é m uito usada com o advérbio para indicar “m enor 
grau, menor intensidade e quan tidade” e, como um advérbio, é invariável. Con-
tudo, no cotidiano, as pessoas a flexionam incorretam ente em gênero e dizem: 
“Comi m enas comida hoje.”. Como “menos” é adverbio, é sem pre invariável 
e ficará sempre no singular, portan to, o correto, de acordo com o padrão é: 
“Comi m enos comida hoje.”
• capít ul o 1
As expressões “ao encon tro de” e “de encontro a” são extrem amen te usadas por 
jornalistas e até em conversas cotidianas. Mas muitos a utilizam da form a in-
correta! Para não errar, aten te-se às normas de uso de tais locuções:
: sign ificado “estar de acordocom ”, “em direção a”, “favorá-
vel a”, “para jun to de”. (está de acordo)
Exemplo: Meu texto está ao encontro do que o professor solicitou. 
: tem significado de “contra”, “em oposição a”, “para chocar-
se com”.
Exemplo: Meu texto está do encontro ao que o professor solicitou. (está em 
desacordo)
A fim de ilustrar a im portância da gramática para o sen tido, apresentam os, 
a seguir, uma frase de um a notícia que relata a iniciativa da prefeitura de São 
Paulo de oferecer moradia, trabalho rem unerado e treinamen to profissional 
a dependentes químicos da região conhecida com o Cracolândia. Veja como o 
conhecimento da língua é relevante para o sentido, pois se m udarm os apenas 
um a preposição, o sign ificado da frase altera-se totalm ente:
“Dar trabalho e moradia aos usuários de drogas vai que a 
Organização das Nações Unidas (ONU) defende para com bater o vício” ( , 
13 jan . de 2014, p. 11). 
O jornalista usou adequadam ente a locução prepositiva “ ”, 
transmitindo a ideia de acordo com o contexto da notícia, isto é, a ação rea-
lizada pela prefeitura de São Paulo está em com o que defen-
de a ONU. Entretan to, m uitas pessoas não sabem quando devem utilizar “
 ou ”. Im agine se a frase tivesse sido escrita dessa form a: 
“Dar trabalho e moradia aos usuários de drogas vai que a Or-
gan ização das Nações Unidas (ONU) defende para com bater o vício”. Usando 
“ ”, o sen tido da frase seria o oposto, a atitude da prefeitura de São 
Paulo não estaria de acordo com o que defende a ONU. Percebeu a im portância 
do conhecim en to da língua tan to para a interpretação com o para a redação?
capít ul o 1 •
ATIVIDADE
nicativo; a situação exigirá o uso de um modo de falar distinto, pois os falantes encon
• capít ul o 1
descontextualizada. A fala não é planejada e a escrita é; a fala não é normatizada e a 
escrita sim; a fala é pouco elaborada e a escrita é complexa. 
capít ul o 1 •
a) Diatópica, apenas;
b) Diastrática e diafásica;
c) Diafásica, apenas;
I. Norma culta;
II. Norma padrão;
III. Gramática Normativa;
IV. Prescrição;
( ) Norma estabelecida pela tradição gramatical; prestígio social.
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( ) Pilar da norma padrão; deve ser trabalhada na universidade, pois é esperado que 
a) (I); (II); (III); (IV); (V);
b) (V); (IV); (III); (II); (I);
c) (I); (IV); (II); (V); (III);
d) (II); (IV); (I); (V); (III);
e) (II); (III); (I); (V); (IV).
REFLEXÃO
a sua capacidade linguística. (LEITE, Y.; CALLOU, D. 2002, p. 7-8)
capít ul o 1 •
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEZERRA, M. A.; SOUTO MAIOR, A. C.; BARROS, A. C. S. A gíria: do registro coloquial ao 
LEITE, Y.; CALLOU, D. Como falam os brasileiros. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2002.
No próxim o capítulo, apresen tarem os algumas prescrições da norma padrão. 
As recom endações apontadas referem-se a algum as noções básicas de sin taxe, 
tais como a regência nom inal e verbal; verbos transitivos e intransitivos e con-
cordância verbal e nom inal. Vam os despertar a curiosidade e aprender?
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ANOTAÇÕES
Noções básicas de sintaxe: regência e concordância
• capít ul o 2
OBJETIVOS
• Apresentar o conceito de sintaxe;
• Ensinar a transitividade de alguns verbos;
• Listar algumas regras de regência verbal e nominal e suas implicações semânticas;
• 
coloquial;
• 
REFLEXÃO
capít ul o 2 •
• capít ul o 2
capít ul o 2 •
Verbos in transitivos expressam um a ideia com pleta, e por isso, não preci-
sam de com plem ento.
• capít ul o 2
ATENÇÃO
ATENÇÃO
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ATENÇÃO
ATENÇÃO
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capít ul o 2 •
ATENÇÃO
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capít ul o 2 •
• capít ul o 2
capít ul o 2 •
• capít ul o 2
Esse princípio opera por m eio da interação e da tensão de im pulsos con trá-
rios, de tal modo que as línguas exibem inovações mantendo-se, contudo, 
coesas: de um lado, o impulso à variação e possivelm ente à m udança; de 
outro, o im pulso à convergência, base para a noção de comunidade lin -
guística, caracterizada por padrões estruturais e estilísticos (2003, p.12)..
capít ul o 2 •
• capít ul o 2
Consiste a concordância em dar a certas palavras flexionáveis as form as 
de gênero, núm ero ou pessoa correspondentes à palavra que no discurso 
se referem (...) A concordância não é, como parece à primeira vista, um a 
necessidade imperiosamente ditada pela lógica. Repetir num termo deter-
minante ou inform ativo o gênero ou pessoa já m arcados no term o deter-
minado de que se fala, é an tes de tudo uma redundância. (ALI, 1965, p.279 
apud GAMEIRO, 2005, p.65).
capít ul o 2 •
CONCEITO
com o verbo na terceira pessoa (ex.: você foi indelicado; vocês tenham juízo)”"você", in Dicio
• capít ul o 2
capít ul o 2 •
ATENÇÃO
• capít ul o 2
capít ul o 2 •
ATENÇÃO
• capít ul o 2
capít ul o 2 •
• capít ul o 2
capít ul o 2 •
• capít ul o 2
capít ul o 2 •
ATIVIDADE
• capít ul o 2
REFLEXÃO
LEITURA
capít ul o 2 •
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• capít ul o 2
ANOTAÇÕES
Usos da língua: pontuação, acentuação e ortografia.
• capít ul o 3
OBJETIVOS
• 
• Apresentar as principais regras do novo acordo ortográfico;
• Observar como o uso da vírgula confere clareza e está ligado à ordem SVC;
• 
REFLEXÃO
capít ul o 3 •
(1) Logo após a reeleição, , que durante a campanha eleitoral, havia 
negado a alta de tarifas , velhos vilões dos cidadãos. 
Produção Textual I. Ribeirão Preto, Estácio, 2015.
• capít ul o 3
 
Depen dendo do verbo, o leitor ain da pode ansiar por um com plem ento: 
“No com eço da noite, com as janelas fechadas, sem um ún ico som na sala, 
en tre m óveis cobertos de pó, 
” (ibidem ).
capít ul o 3 •
 
Ficou claro que a estrutura SVC pode variar em função de o verbo ser tran-
sitivo (exigir com plem ento) ou in transitivo (não exigir com plem ento) e que a 
esse padrão fixo, podem ser acrescidas outras ideias expandindo os períodos, 
conforme destaca a autora:
(eu) Utilizo qualquer tipo de com putador.
(eu) Utilizo, , qualquer tipo de com putador.
Esta notícia interessa a todos.
Esta notícia interessa a todos, .
O vencedor da prova dedicou a vitória aos filhos.
O vencedor da prova, muito em ocionado, dedicou a vitória aos filhos.
(SAUTCHUK, 2011, p. 24).
• capít ul o 3
capít ul o 3 •
• capít ul o 3
 
“Governo de SP ajuda a empresas para solucionar crise da água”. 
Sujeito verbo com plem ento
(Disponível em :< 
ATENÇÃO
capít ul o 3 •
• capít ul o 3
capít ul o 3 •
ATENÇÃO
• capít ul o 3
isto e, 
a sa ber, por exemplo, ou melhor, ou a ntes,
capít ul o 3 •
porem, contudo, pois, entre-
tanto, porta nto 
• capít ul o 3
Tiradentes Vila 
Rica Mar lia de Dirceu
capít ul o 3 •
• capít ul o 3
capít ul o 3 •
• capít ul o 3
capít ul o 3 •
Comunicação e expressão. Ribeirão Preto: Uniseb, 2011, p. 150- 165.
• capít ul o 3
CONEXÃO
COMO ERA NOVA REGRA COMO SERÁ
As letras K, W, Y fazem 
parte do alfabeto
capít ul o 3 •
• capít ul o 3
capít ul o 3 •
• capít ul o 3
capít ul o 3 •
COMO ERA NOVA REGRA COMO SERÁ
• capít ul o 3
capít ul o 3 •
• capít ul o 3
capít ul o 3 •
• capít ul o 3
jingle da , 
de, 
Comunicação e expressão. Ribeirão Preto: Uniseb, 2011, p. 161
capít ul o 3 •
as 
as 
de 
pa ra 
entre 
• capít ul o 3
 aquele aquela aquilo
 emoticons 
Vc quer tuitar? Eu axo q seria legalixcrever sobre a vida!
capít ul o 3 •
INTERNETÊS TRADUÇÃO
• capít ul o 3
INTERNETÊS TRADUÇÃO
s
capít ul o 3 •
CURIOSIDADE
• capít ul o 3
capít ul o 3 •
• capít ul o 3
funcional, estabelecendo mecanismos de informação e persuasão; (b) criar clima favorável 
realidade; [...] No âmbito das emoções, as comunicações internas têm um grande serviço a 
ATIVIDADE
capít ul o 3 •
REFLEXÃO
LEITURA
• capít ul o 3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A estrutura do parágrafo, a coesão e a coerência
• capít ul o 4
OBJETIVOS
• Analisar a estrutura do parágrafo;
• Observar como se constrói um tópico;
• Depreender o conceito e os mecanismos de coesão;
• 
REFLEXÃO
capít ul o 4 •
REFLEXÃO
Aqui vale relembrar a diferença entre frase, oração e período.
• capít ul o 4
 observe, a seguir, um exem plo de parágrafo iniciado 
por “declaração in icial”, que o autor reproduz.
capít ul o 4 •
para desencadear ou encadear; o delírio fascista ou o torpor marxista são expressões 
pouco diferentes do mesmo império da vontade. À realidade substitui-se o dinamismo; 
à inteligência substitui-se o gesto e o grito; e na mesma linha desse dinamismo estão 
O parágrafo de Corção, apresentado por Garcia, começa com um a “
” (afirmação ou negação de algo seguida de uma justificativa ou fun-
damentação: argum entos, com o exemplos, analogias, confrontos, restrições, 
etc.). A declaração in icial sucinta feita por Corção é “Vivemos num a época de 
ím petos”, fundam entada por exemplos e pormenores: “o delírio fascista ou o 
torpor m arxista, im pério da vontade, dinamism o, gesto, grito, imprecações” 
(termos que sugerem a ideia de “ímpeto”) (GARCIA, 2010, p. 225).
A declaração inicial, destaca Garcia, pode aparecer de forma negativa, se-
guida de contestação ou confirm ação, com o, por exemplo: “Não há sofrimento 
m ais confrangente que o da privação da justiça”. 
apesenta-se um conceito, assunto, problema explicando-o de 
forma didática, denotativa ou cien tifica; trata-se de um m étodo preferencial-
m ente didático, com o ocorre em:
de form a clara, concisa e objetiva, apresenta o tópico frasal dis-
criminando as ideias:
• capít ul o 4
capít ul o 4 •
• capít ul o 4
(desinências) que indicam as pessoas verbais expressas entre parênteses: Falo (eu); Falas (tu); Fala (ele); falamos (nós); falastes (vós); eles falam (eles)
capít ul o 4 •
CONEXÃO
• capít ul o 4
capít ul o 4 •
• capít ul o 4
capít ul o 4 •
• capít ul o 4
capít ul o 4 •
• capít ul o 4
Vampiros covardes
capít ul o 4 •
• capít ul o 4
capít ul o 4 •
rogai, estais. 
isso 
, 
maquiagem, 
batom, 
• capít ul o 4
ate, mesmo, ate mesmo, inclusive, nem mesmo 
ao menos, pelo menos, no m nimo;
e, tambem, ainda, nem, nao so...mas tambem, tanto...como, alem de, alem disso, a 
par de, alias...
portanto, logo, por conseguinte, 
pois, em decorrencia, consequentemente 
ou, entao, quer...quer, seja ...seja .
mais que, menos 
que, tao...como.
porque, que, ja que, pois.
mas, porem, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora , a inda 
que, posto que, apesar de que.
ja , 
a inda, agora .
car, começar a , passar a , deixar de, conti-
nuar, permanecer, tornar.
capít ul o 4 •
Produção textual I. Estácio: Ribeirão Preto, 2015.
• capít ul o 4
ATIVIDADE
seu texto. ( );
capít ul o 4 •
LEITURA
REFLEXÃO
• capít ul o 4
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEITURA E SIGNIFICAÇÃO
• capít ul o 5
Inúmeras pesquisas divulgam, de maneira estrondosa, m anchetes inusitadas 
com o: “O brasileiro não sabe ler”, por exem plo. Muitos espan tam -se com títu-
los com o esse, pois sabem que o analfabetismo no país diminuiu, en tretanto, 
saber ler não sign ifica compreender o texto. Muitos leem , m as não en tendem 
o que leram . Para que a leitura seja sign ificativa, além do conhecim ento da lín -
gua, é preciso conhecimento de m undo, conhecim ento dos processos de cria-
ção dos diferentes gêneros textuais, das figuras de linguagem , da conotação e 
denotação, assun tos que explorarem os nesse capítulo. 
OBJETIVOS
• Ampliar a noção de texto;
• Observar as características do texto não verbal;
• Diferenciar a denotação da conotação;
• Analisar as diferenças entre o texto literário x não literário;
• 
REFLEXÃO
Quem nunca se comunicou sem falar, usando apenas gestos e olhares? Acre-
dito que quase todos. Portan to, quem respondeu afirmativam en te, já fez uso 
da linguagem não verbal, definida como apropriação de imagens, figuras, co-
res desenhos, sím bolos, dança, tom de voz, postura corporal, pintura, m úsica, 
capít ul o 5 •
m ímica, escultura e gestos usados com o meios de com unicação. Até m esmos 
os anim ais com unicam-se por m eio de gestos e atitudes, os cachorros, por 
exemplo, ao balançarem a cauda de alegria, ao em itirem um olhar conquista-
dor, ao abaixarem a cabeça de tris-
teza e dor, estão se comunicando 
por meio da linguagem não-verbal e 
surpreendendo seus donos. 
Compreender a diferença en tre um texto literário e não literário é essencial não 
apenas para in terpretação, como também para a produção textual. Pode con tri-
buir até m esmo para despertar o gosto e o prazer pela leitura. 
Olhares, gestos, imagens, cores e símbolos, ao transmitirem mensagens, constituem linguagem não verbal
A linguagem não verbal facilita e dinamiza a comunicação.
• capít ul o 5
FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA
FUNÇÃO EXPRESSIVA OU EMOTIVA
FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA
FUNÇÃO FÁTICA
capít ul o 5 •
A Criança (Fernando Pessoa)
CONCEITO
• capít ul o 5
Não existem, segundo Platão e Fiorin (2006), temas exclusivos da literatura 
“nem avessos ao seu dom ínio”, por isso, tal critério não deve ser usado com o 
único elem ento de distinção. No entan to, sabemos que alguns tem as, com o o 
am or, a paixão, o ódio, enfim , os sen tim en tos hum anos, são m ais abordados 
com frequência na literatura e de um a form a m ais poética. Isso não impede 
que sejam abordados de form a utilitária em pesquisas, estudos etc.
A maioria dos textos literários constituem obras ficcionais, recriando a realida-
de. Já o texto não literário interpreta aspectos da realidade efetivam ente, não a 
recria, aborda-a com o ela é.
Segun do os estudiosos, atualm en te, diz-se que os textos literários têm fun-
ção estética (belo), ao passo que os n ão literários apresentam fun ção utilitá-
ria (in form ar, explicar, docum entar, convencer...). No en tan to, Platão e Fiorin 
(2006, p.350) questionam -se: em que consiste a função estética? Na função 
estética, há a preocupação com o plano da expressão (sons), exem plificada 
pelos autores com a seguin te frase de Oswald: “E tia Gabriela sogra grasnadei-
ra grasnou graves grosas de infâm ia” (apud PLATÃO E FIORIN, 2006, p.350). 
Neste enunciado, a form a, o plano da expressão (o trabalho com o som explo-
rado pela aliteração de gr) sim boliza, represen ta o caráter enfadonho e de-
sagradável da personagem . Por isso, para compreender um texto literário, é 
preciso fruí-lo, isto é “perceber essa recriação do con teúdo na expressão e n ão 
m eram ente o conteúdo; é en tender os sign ificados dos elem entos da expres-
são.” (PLATÃO E FIORIN, 2006, p.351).
capít ul o 5 •
O texto literário seria in tangível, in tocável, dele, não poderíam os alterar um a 
palavra sequer ou mesm o resum i-lo. Assim , a in tangibilidade não perm ite que 
troquemos palavras e façamos substituições ou inversões no enunciado do li-
terário, pois a form a é muito importan te, e se alterada, o texto pode perder sua 
beleza. Valéry, (apud PLATÃO E FIORIN, 2006, p.351) afirma que “quando se faz 
um resum o do texto não- literário,apreende-se o essencial; quando se resum e o 
literário, perde-se o essencial”. Já o texto utilitário pode ser resum ido tranquila-
m ente, pois a ênfase está no conteúdo e não na forma, essencialm ente.
Um a mesm a palavra pode assum ir valores sem ânticos diferen tes, tudo depen-
de da in tenção do em issor e da habilidade linguística do receptor. No trabalho 
de construção do sign ificado, o em issor pode usar diversos recursos que estão 
disponíveis para assegurar um texto m ais envolven te e sign ificativo, den tre eles, 
estudarem os a linguagem conotativa e a denotativa, as figuras de linguagem . É 
da aplicação desses recursos que o texto pode ter m ais valores agregados, cons-
truídos e esse en riquecimento semântico o diferencia de tantos outros textos 
produzidos sem maior preocupação e envolvim ento, em outras palavras, a uti-
lização de tais recursos faz com que o texto tenha mais qualidade. 
• capít ul o 5
EXEMPLO
capít ul o 5 •
1
2
3
“O SportTV vai passar a Copa em tela de cinema.
Já os outros canais vão passar o maior aperto”
• capít ul o 5
Agora, estudarem os algumas das mais importantes figuras de linguagem , as 
mais recorrentes. Elas estão divididas em três grupos: campo fonolexical, que 
diz respeito ao som da palavra; campo m orfossin tático, que trata das palavras 
na estrutura oracional e, enfim , o cam po semântico discursivo, que estuda o sig-
nificado de uma palavra ou de um a oração dentro de um determ inado contexto.
É a repetição de um m esm o som consonan tal. Nos poem as, acaba sendo um 
recurso estilístico muito utilizado, pois contribui para a in tensificação da mu-
sicalidade dos versos.
EXEMPLO
(Disponível em: www.dominiopublico.gov.br Acesso: 01 ago. de 2010)
capít ul o 5 •
EXEMPLO
http:/ / recantodasletras.uol.com.br/ gramatica/ 1192161
CONCEITO
É a repetição de sons vocálicos em um a sequência linguística.
EXEMPLO
Cafe com pao
• capít ul o 5
ca, com, pao, mui...
COMENTÁRIO
Trem de 
ferro
É a repetição in tencional e sucessiva de finais vocabulares idênticos.
EXEMPLO
ente ente ente ente
ente
capít ul o 5 •
CONCEITO
http:/ / www.filologia.org.br/ revista/ artigo/ 7(19)14.htm Acesso: 01 ago de 2010)
É a representação de um som ou ruído a partir de um a palavra, fonem a ou con-
junto de palavras. As onom atopéias representam os ruídos, gritos, canto de 
an imais, sons da natureza, barulho de máquinas, o tim bre da voz hum ana e 
normalm ente são conhecidas universalmente.
COMENTÁRIO
CURIOSIDADE
• capít ul o 5
http:/ / www.sobrecarga.com.br/ node/ view/ 3480
 
Pode ocorrer em palavras, com o em “osso”, “ovo” e “radar”, ou m ais dificilm en-
te em oração ou períodos. Ele ocorre quando se pode ler de frente para trás ou 
de trás para frente, observe: 
capít ul o 5 •
EXEMPLO
EXEMPLO
http:/ /obviousmag.org/ archives/ 2007/ 07/ palindromos_da.html# ixzz0vMczi8DY
MULTIMÍDIA
youtube
É a reprodução de sons sem elhan tes em palavras de significados diferen tes. Em 
nosso cotidiano, muitas pessoas utilizam um term o inadequadam ente devido à 
semelhança na form a que possui com outro vocábulo. É o caso de cumprim en-
to (ato de cum primen tar) e comprimento (extensão, grandeza); im inente (que 
• capít ul o 5
pode acontecer em breve) e em inente (alto, elevado, excelência). Na literatura, 
porém , estas sem elhanças na form a são exploradas com m uita criatividade. 
EXEMPLO
É um a palavra ridícula ou obscena resultan te da união de sílabas ou de palavras 
vizinhas.
EXEMPLO
Me dê uma mão ("um mamão")
Olha a boca dela! ("cadela")
capít ul o 5 •
CONCEITO
Como as figuras de linguagens abordadas neste item apresen tam relação com 
a disposição das palavras e suas funções, são consideradas pertencentes à mor-
fossin taxe, ou ao cam po morfossin tático, por isso, são também cham adas de 
figuras de construção, ou ainda figuras sin táticas.
CONCEITO
Lucas estuda no oitavo ano do EF.
Carla ama Lucas. 
• capít ul o 5
É o uso de um mesm o vocábulo no fim de um verso ou frase e no in ício do enun-
ciado seguin te.
EXEMPLO
É a repetição da mesma expressão no in ício de versos, períodos ou orações.
EXEMPLO
É a repetição de um m esmo vocábulo no final de sucessivos enunciados.
EXEMPLO
É tam bém um caso de repetição, m as uma repetição que envolve redundância 
de sign ificado. No cotidiano, é difícil alguém que não tenha caído nas arm a-
capít ul o 5 •
dilhas no pleonasmo vicioso, aquele em que se repete uma ideia por força do 
hábito, com o ocorre em : Subir para cim a, descer pra baixo, olha pra ver, caí um 
tom bo, ou ainda, panorama geral e elo de ligação, dentre inúm eros outros que 
nem percebemos! Um dos m ais comuns é o uso de há e atrás, pois o verbo haver 
já indica tempo que passou, en tão, o uso de atrás é redundante, desnecessário: 
"Eu nasci, há dez mil anos atrás“ (Raul Seixas). 
EXEMPLO
Quanto em visão com os da saudade via." (Alberto de Oliveira) 
"Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves Dias) 
"Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal" (Fernando Pessoa) 
"O cadáver de um defunto morto que já faleceu" (Roberto Gómez Bolaños) 
"E rir meu riso" (Vinícius de Moraes)
CONEXÃO
• capít ul o 5
É a om issão de um term o sintático da oração que pode ser facilm ente identifi-
cado pelo contexto.
EXEMPLO
PRINCIPAIS CASOS DE ELIPSE:
A
B
C
D
E
(Disponível em: <http:/ / www.graudez.com.br/ literatura/ figling.htm> acesso em 14/ 05/ 2009)
É um tipo especial de elipse, em que se om ite um term o já apresen tado an te-
riorm ente.
capít ul o 5 •
EXEMPLO
É também um tipo especial de elipse em que se om ite o conectivo (síndeto = 
conectivo).
EXEMPLO
• capít ul o 5
É o oposto do assíndeto, nela, há a repetição de um a conjunção coordenativa.
EXEMPLO
É a interrupção da construção iniciada, prosseguindo a frase de outra maneira, 
como consequência, o início antecipa e coloca em evidência uma ideia importante. 
EXEMPLO
É a concordância de term os da oração levando em con ta a ideia e não as pala-
vras em si. Ela recebe este nome, pois a concordância é com o conteúdo que a 
capít ul o 5 •
palavra expressa e não com sua forma em si. Existem três tipos de silepse:
EXEMPLO
multidão gritavam
 
• capít ul o 5
Quando se diz “ está cada dia m ais .” há um a concordância 
com a ideia que a palavra expressa: a cidade, por isso, o adjetivo está no fem ini-
no tam bém : agitada.
EXEMPLO
capít ul o 5 •
É a inversão da ordem sintática direta (sujeito + verbo + complem en tos).
EXEMPLO
“Essas vólucres amo, Lídia, rosas" - Ricardo Reis
O campo semântico refere-se à sign ificação dos term os e expressões. Assim , as 
figuras a ela relacionadas dizem respeito ao significado dos termos.
É a com paração subjetiva de dois elemen tos semelhantes em que os term os 
de com paração (com o, feito, assim com o, tal, tal qual,...) aparecem explícitos. 
Observem os exem plos que Chico Buarque nos dá:
• capít ul o 5
A metáfora é uma das figuras de linguagens m ais utilizadas nos m ais diversos 
gêneros textuais e tam bém no cotidiano, pois expressa, com m aior ênfase, as 
com parações im plícitas que fazem os. 
EXEMPLO
Disponível em: Época 26/ 07/ 2010, nº 636, p.81
capít ul o 5 •
A m etáfora pode ser entendida com o um a alteração de sen tido da palavra por 
m eio do acréscimo de um segundo significado, com uma relação de semelhan-
ça ou de in tersecção entre o sen tido que é acrescen tado e o sen tido de base, 
apresen tando traços semânticos com uns.
• capít ul o 5
EXEMPLO
 quando se compara, por exem plo, a sociedade ao corpo 
hum ano (A saúde da econom ia brasileira não vai bem /O país ainda não saiu daUTI/A violência é um sin toma da sociedade doente na qual vivemos);
 quando se com para problem as ou perdas ao roubo (O 
roubo da dignidade desse país dificilm ente será reparado/Esta é um a socieda-
de aprisionada pelo m edo);
 aplicada, por exemplo, a textos que se referem à res-
tauração ou reformas sociais (As trincas na base govern ista aum entam a cada 
dia/A paz é o cim en to que unirá essa sociedade);
usada, por exemplo, para comparações com atividades 
ligadas à faxina ou à lim peza (É preciso passar o Brasil a lim po/Ainda é possível 
encontrar en tulhos autoritários neste país);
 quando se associa um problem a 
capít ul o 5 •
ou sua resolução a um a jorn ada (O país encon trou o cam in ho certo, deixan-
do os atalhos perigosos/ Os políticos foram os prim eiros a desem barcar des-
sa can oa furada);
 quando faz associações à privação de liberdade (As 
pessoas tornaram -se escravas do consumo e reféns de seus desejos);
 associações com a família (Este país não pode rejei-
tar seus próprios filhos);
 associações com atividades de um pastor de ovelhas (Pre-
cisam os de líderes religiosos que apascentem seus fiéis);
 relacionadas com os esportes (A oposição m arcou um 
autêntico gol con tra).
A metoním ia pode ser entendida como um a alteração de sen tido da palavra ou 
de uma expressão por m eio do acréscimo de um segundo significado a partir 
de um a relação de contiguidade, inclusão, implicação, in terdependência ou 
coexistência.
a) Continente (ou o que está fora) pelo conteúdo (ou o que está dentro): Comi 
dois pratos bem cheios. Duas taças já foram suficien tes para ele levantar cam-
baleando;
 Com prei essa casa com muito suor e lágrimas;
 Ler Camões é algo cada vez mais raro;
 Não encontrei Gillette nem Cotonete;
• capít ul o 5
Tomar um Porto após o alm oço era seu hábito;
 Estavam todos procurando um teto para m orar;
 Ele já não é um de nós, pois abandonou 
a cruz;
Essa decisão não afeta a credibilidade do Juizado 
brasileiro.
É um a metáfora desgastada, ou seja, um a com paração indireta que de tão usa-
da já caiu em dom ínio popular, deixando de ser dependente da subjetividade 
do autor e do leitor. 
EXEMPLO
 
capít ul o 5 •
Sandm ann (2005, p.13) afirm a que quando “o princípio que faz com que o sign i-
ficante de um signo se refira a outro objeto ou referen te tiver base na sem elhan-
ça, teremos a metáfora, e, se esse princípio tiver base na relação de contiguida-
de, teremos a metoním ia”. Por esta afirmação, percebemos que a metáfora e a 
m etoním ia são sem elhan tes, porém , esta se refere especificam ente à iden tida-
de entre o signo e o referente. Assim , a m etoním ia é a substituição de um term o 
por outro, con tudo, a relação entre esses termos não depende da subjetividade 
do autor ou do leitor, m as da ligação objetiva que esses elem entos m antêm na 
realidade. Observe o que Sérgio (2009) afirma sobre essa proximidade entre tais 
figuras de linguagem :
so interno, intuitivo, estritamente dependente do sujeito que realiza a substituição; ao 
Ex.: Ganhava a vida com o suor do rosto.
Beber a m orte (m orte efeito, veneno a causa). 
Ex.: Bebi dois copos de cerveja.
Ex.: Tom am os Champagne no Natal.
Ir ao correio (correio, lugar; edifício, coisa).
Ex.: Não li ainda o Saramago novo.
Ler Augusto dos An jos (o livro de Augusto dos anjos)
• capít ul o 5
Ex.: Não tenho um teto para m orar.
Ter ótima cabeça (= in teligência, abstrato).
A juventude brasileira (juventude = jovens, concreto)
Comprei um Ford (Ford, inventor; em vez do invento)
Não te afastes da cruz (cruz = religião). 
Ele é um bom garfo (pessoa com ilona)
Exemplos disponíveis em : h ttp://recantodasletras.uol.com.br/teorialitera-
ria/226198 (acesso: ago. de 2010)
Atualm ente, inclui-se a sinédoque com o um tipo especializado de m eton í-
m ia, porém , algun s gram áticos ainda a trazem com o um tipo especial, em 
que há a relação de extensão. Assim , é defin ida com o a substituição de um ter-
m o por outro com a am pliação ou redução do sen tido usual da palavra num a 
relação quan titativa. 
EXEMPLO
capít ul o 5 •
É um tipo especial de m eton ímia em que ocorre o em prego de um a qualidade, 
de uma característica para nom ear um a pessoa.
EXEMPLO
É a in tensificação de um a idéia por meio de uma seqüência de palavras, sinôni-
m as ou não, com efeito cumulativo.
EXEMPLO
É a utilização de um a linguagem mais am ena com a in tenção de abrandar um a 
palavra ou expressão que possam chocar o seu in terlocutor.
EXEMPLO
• capít ul o 5
É o uso de uma expressão que transmite exagero a um a idéia.
EXEMPLO
É um enunciado que pretende dizer algo contrário àquilo que sua expressão 
revela, para tanto torna-se fundam ental o contexto.
EXEMPLO
capít ul o 5 •
É a aproxim ação de palavras com sentidos opostos.
EXEMPLO
É um a oposição simultânea, ou seja, duas características que se excluem m utu-
am ente aparecem ao m esm o tem po em uma m esma frase.
EXEMPLO
Esta figura ocorre quando há a invocação de um leitor/ouvinte ou de seres au-
sen tes, inanimados, fantásticos ou abstratos.
EXEMPLO
• capít ul o 5
Dá que ouçamos tua voz..." (Osório Duque Estrada)
Segundo alguns gram áticos, é outro tipo especial de metáfora que consiste em 
aproximar em uma mesm a expressão sensações percebidas por sen tidos dife-
ren tes (tato, olfato, audição, paladar e visão).
EXEMPLO
capít ul o 5 •
Este recurso é largamente utilizado em nosso cotidiano, não somente os po-
em as, mas as músicas, as propagandas e outros textos exploram esta figura. 
Ela pode ser defin ida como a atribuição de características ou ações hum anas a 
seres inanim ados ou irracionais.
EXEMPLO
ATIVIDADE
01. (VUNESP) No trecho: "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o 
máximo", a figura de linguagem presente é chamada:
02. (PUC - SP) Nos trechos: "O pavão é um arco-íris de plumas" e "...de tudo que ele suscita e 
esplende e estremece e delira..." enquanto procedimento estilístico, temos, respectivamente:
a) metáfora e polissíndeto;
b) comparação e repetição;
c) metonímia e aliteração;
d) hipérbole e metáfora;
• capít ul o 5
03. (PUC - SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta 
pra lá faltava nas estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede 
e deseja" encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
a) prosopopeia e hipérbole;
b) hipérbole e metonímia;
c) perífrase e hipérbole;
d) metonímia e eufemismo;
04. (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô", encon
05.
a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo)
b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopéia)
d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração)
e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia)
06.
07.
capít ul o 5 •
I. "Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste." 
II. "A moral legisla para o homem; o direito para o cidadão."
III. "A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam."
IV. "Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, pára, ergues a mão em viseira, firma os olhos."
a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo;
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto;
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;
08. 
a) "Água de fonte .......... água de oceano ............. água de pranto. (Manuel Bandeira)
b) "A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia." (Chico Buarque)
c) "Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então." (Clarice Lispector)
d) "Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma cor." (Mário Quintana)
09. (CESGRANRIO)Na frase "O fio da idéia cresceu, engrossou e partiu-se" ocorre processo 
10. (FATEC) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a mesma 
a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."
b) "Nasci na sala do 3° ano."
c) "O bonde passa cheio de pernas."
d) "O meu amor, paralisado, pula."
e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."
• capít ul o 5
REFLEXÃO
LEITURA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
capít ul o 5 •
• capít ul o 5
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