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― Nem todo brasileiro fala do mesmo jeito • capít ul o 1 Neste primeiro capítulo, discutirem os algum as diferenças en tre “fala” e “es- crita” e ainda as noções de variação linguística e adequação da linguagem . Compreender o funcionamento básico da linguagem é essencial para utilizá-la adequadam ente. Além disso, é preciso aprender a norma padrão, estabelecida pelas gramáticas, pois é ela que é exigida em contextos formais, assim , apre- sen taremos alguns casos básicos que geram muita dúvida ao escrever e falar. Esperamos que você conheça passe a usar os aspectos da norma padrão nos con textos em que eles são exigidos. OBJETIVOS • Conceber fala e escrita não como modalidades opostas, mas como um continuum de diferenças; • Apreender a variação linguística e a adequação da linguagem; • Analisar as diferenças entre a norma padrão, culta e coloquial; • Conhecer alguns usos linguísticos recomendados pela norma padrão. REFLEXÃO capít ul o 1 • O professor Luís Cláudio Dallier, no livro Comunicação e Expressão, trata da variação linguística. Ele a define com o o fenômeno de um a língua que sofre variações ao longo do tem po, do espaço geográfico, do espaço ou da estrutura social, da situação ou do contexto de uso. Isso sign ifica dizer que um a língua está sujeita a reajustar-se no tem po e no espaço para satisfazer às necessidades de expressão e de com unicação, individual ou coletiva, de seus usuários. Podemos abordar a variação linguística sob diversas perspectivas. Se levar- m os em conta um a situação de comunicação qualquer, terem os alguns ele- m entos que vão apontar para variedades no modo de usar a língua. Por exem plo: • Quem fala? • Para quem fala? • Quando fala? • Como fala? • Por que fala? Essas perguntas evidenciam que nossa fala pode variar de acordo com a si- tuação ou com o contexto da com unicação, conform e as pessoas que nos ou- vem , o assunto de que estamos tratando ou a in tenção de nossa m ensagem. Outra form a de abordarm os a variação linguística é por m eio da constata- • capít ul o 1 ção de variações no uso da língua em algum as dim ensões: a) : um mesmo idiom a pode variar de um lugar para o outro. Por exemplo, o Português tem variações nas nove nações lusófonas, isto é, aquelas em que é a língua oficial ou um a das línguas oficiais: Angola, Bra- sil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Tim or Leste. É m uito falada tam bém em regiões como Macau (na China), Goa (na Índia), Galiza (na Espanha), sem con tar regiões do Para- guai, Uruguai e EUA. Às vezes, há variações também dentro do próprio país em que o Português é a língua oficial. Na escrita, que adota a norma culta, é mais un iforme, mas na fala, não! O gaúcho fala de um m odo que é só seu; o catarinense falado em Florianópolis, uma ilha, não é o m esm o do resto do litoral, nem o da região ser- rana, que é m uito m as semelhante ao m odo de falar do gaúcho. Os brasileiros que habitam o Nordeste falam com variações, que se subdividem se os falantes são baianos ou cearenses. Temos também o falar caipira, próprio do interior do estado de São Paulo. Em Minas, a palavra “trem” tem tantos usos que num dicionário do mineirês, seria um dos verbetes mais extensos. Essas variações não atrapalham , antes enriquecem a língua portuguesa, com um dia já foi enriquecida por árabes, judeus, espanhóis, índios, africanos, alem ães, franceses, italianos, poloneses etc. Por exem plo: quan tos nom es de pratos culinários são franceses ou de origem africana? Quantos nom es de rios, lagoas e m on tanhas são indígenas? Quantas danças e canções foram trazidas por im igran tes e ainda são can tadas na língua original? Quem já não ouviu a expressão “m am m a m ia”, “porca m iséria” b) a classe social dos falantes pode influenciar seu m odo de dizer as coisas. Por que acontece isso? Porque, por norm a, quem está situa- do do meio da pirâm ide social para cim a convive com quem fala de acordo com a norm a culta, uma vez que é m aior a possibilidade de acesso ao ensino e aos bens culturais (livros, bibliotecas, teatro, cinem a etc.). E quem está na base da pirâm ide social lê pouco, não vai ao cinema, não vai ao teatro. não assina jornal ou revista. Mas ainda assim sofre grande influência do rádio e da televisão, por exem plo. E, m ais recen tem en te, tam bém da in ternet. capít ul o 1 • c) : Pessoas de idades diferentes (crianças, jovens, adul- tos e idosos) podem apresen tar um modo variado de usar a língua. Veja o se- guinte exem plo: Situação: um jovem falando com seu pai ao telefone. O jovem fala: Ô velho, já faz um tem pão que sou dono do m eu nariz... Sem - pre batalhei, arrum ei um tram po, dou um duro danado! Me empresta o carango pr’eu sair com a gata hoje? O pai responde: Só se você conseguir traduzir o que disse para um a lingua- gem que eu gosto de ouvir de meu filho! d) : Em função de condicionam en tos culturais e sociais, homens e mulheres podem usar a língua ou se expressarem de form a diferen te. Vam os a um exem plo: Hom em: Cara, comprei uma cam isa m uito legal! Mulher: Men ina, com prei um a blusinha linda! Ela ficou “m aaaaravilhosa”! e) : Está relacionada com a variação h istórica no uso da língua. Veja o exem plo: : “O dr. Vital Brasil se- guiu hon tem para Sorocaba, afim de obter aguas remanciais (...) para ser exami- • capít ul o 1 nada aqui bacteriologica e ch imicamente, aver se pode servir o abastecimento de agua daquela cidade.” : “O governador do Rio, Anthony Garotinho, disse ontem que a principal cau- sa da m orte de 132 toneladas de peixes e crustáceos na Lagoa Rodrigo de Freitas (...) foi o excesso de peixes e não o lançam ento clandestino de esgoto.” É com um ouvirm os que a fala é in form al e a escrita, form al, que a fala n ão é plan ejada e que a escrita é planejada, que a fala é repleta de “erros” e a escrita n ão, que a fala é con textualizada e a escrita, descontextualizada etc. Porém , essa visão dicotôm ica não está correta, visto que há m uitos gên eros textuais de língua falada que seguem os preceitos da norm a padrão, com o por exem - plo, um a conferên cia, as n otícias veiculadas n os grandes telejornais, um a sen tença proferida por um juiz, um discurso político bem planejado, um a m esa-redonda etc. Por outro lado, existem exem plos de escrita in form al, com o bilhetes, recados em redes sociais e outros repletos de in form alidades, com o bem explica Marcuschi (2010, p. 9): Dessa form a, Marcuschi sugere um a distinção en tre fala e escrita baseada em suas características estruturais, tais com o se evidencia no quadro a seguir:FALA ESCRITA capít ul o 1 • Sons articulados e significativos; aspec Com base na concepção discursiva e no meio de produção, Marcuschi apre- sen ta o seguinte gráfico: GÊNEROS TEXTUAIS MEIO DE PPRODUÇÃO CONCEPÇÃO DISCURSIVA DOMÍNIO A produção do dom ínio “a” −conversação espon tânea− é protótipo da orali- dade por ser um texto tipicam ente oral, visto que é sonoro e oral. A produção do domínio “b” –entrevista publicada na revista Veja –não é um protótipo nem da escrita nem da oralidade por ser um texto misto, já que é gráfico apesar de oral. • capít ul o 1 A produção do dom ínio “c” –notícia de TV –também não é um protótipo, é m is- to, uma vez que é sonoro apesar de escrito. A produção do dom ínio “d” –artigo científico− é protótipo da escrita, um a vez que é um texto tipicamente escrito, pois é gráfico e escrito. Marcuschi (201, p. 35) expressa claram ente que: “(...) assim com o a fala não apresenta propriedades in trín secas negativas, também a escrita não tem pro- priedades intrínsecas privilegiadas.” O que ocorre é quena língua falada es- pon taneam ente com pessoas com quem se tem intim idade, é com um desvios gram aticais, pausas, repetições, uso de marcadores conversacionais como “né, en tão, aí”, tom adas de turnos, apagam ento dos /r/ finais, elevação das vogais, com o “iscola”, “min inu”, dentre outras coloquialidades. Deve ficar claro que não defendemos aqui um a ou outra m odalidade, nem pregamos o uso da nor- m a coloquial, apenas ressalvo a im portância de que você, falan te do idiom a, saiba que as conversas espon tâneas comum ente distanciam -se da norma pa- drão, e que em contextos form ais, mesmo que você em pregue a língua falada, precisará usar a norm a padrão. Mas você conhece os conceitos: norma padrão, norma coloquial, norma culta etc.? A Linguística discute o conceito de “norm a” relacionando-o aos com portam en- tos linguísticos dos indivíduos e ao sistema ideal de valores. Para você, estudan- te de n ível superior, as discussões aprofundadas sobre tais conceitos podem não ser essenciais, m as é preciso conhecer a diferença en tre os termos “norm a culta e norm a padrão”, usados com o sinônim os no cotidiano. Lucchesi (2002, p. 64) explica-nos que a diz respeito às for- m as contidas e prescritas pelas gramáticas norm ativas, com o por exem plo, a recom endação para usar a m esóclise com verbos no futuro do presente do indi- cativo ou no futuro do pretérito (Dar-te-ei um prêm io se acertar a resposta! Dar- te-ia um prêm io se acertasse a resposta). Já a contém as “formas efetivamente depreendidas da fala dos segm entos plenam ente escolarizados, ou seja, dos falan tes com curso superior com pleto”. Com base nos estudos lin- guísticos feitos sobre a língua falada culta em diversas regiões do país, com o o Projeto NURC, por exem plo, é possível afirmar que nem m esm o na norm a culta, isto é, nem m esmo os falan tes escolarizados, ditos cultos, utilizam a nor- m a padrão em todos os mom entos. Todavia, é possível que os falantes cultos capít ul o 1 • não sejam mal avaliados por não usarem a mesóclise porque esta norma não é estigm atizada. Já um indivíduo que diga: “Nóis vai, nóis qué” provavelm ente, será mal avaliado e poderá sofrer preconceito linguístico porque a ausência de concordância verbal é uma varian te estigmatizada. Entre esses extrem os, há a norma coloquial, usada no dia-a-dia, nas conversas in form ais com amigos, nos bilhetes, nas redes sociais etc. É considerada uma linguagem mais descontraí- da, sem form alidades, com gírias, diminutivos afetivos, term os regionais, abre- viações, contrações etc. Nela, são com uns construções com o: “A gente qué” (ao invés da construção padrão: “Nós queremos”); “As menina adora” (ao invés da padrão: “As m eninas adoram ”), “O film e que eu assisti” (ao invés da padrão: “O film e a que eu assisti”); “Me empresta o lápis” (ao invés de: “Em preste-m e o lápis”) etc. Poderíam os apresentar um a im ensa lista com desvios da norm a padrão muito com uns na linguagem coloquial (tam bém cham ada de popular) porque a norm a padrão está mito distan te do uso que os falan tes fazem, em geral, da língua. Porém, é im portan te frisar três aspectos aqui discutidos, explí- cita ou im plicitam ente: 1) A língua varia de acordo com a situação e ouros fatores sociais com o, es- colaridade, sexo, nível social etc.; 2) Não se deve julgar, m enosprezar ou dem onstrar preconceito pelo modo como alguém ala ou escreve, pois não há uma forma linguística superior à outra; 3) Em bora não se deva julgar ou condenar alguém pelo uso linguístico que faz, você deve saber utilizar a norm a padrão nos contextos em que ela é exigida. Diante das considerações feitas, serão apresentadas, ao fim desse capítulo, algumas construções típicas da linguagem coloquial, mas que devem ser evita- das em situações formais, quando a norm a padrão é a esperada, como em con- ferências, sem inários, redações de vestibulares, notícias, reportagens, artigos científicos, trabalhos acadêm icos, dentre outros. As discussões sobre “adequação da linguagem” e norma padrão/culta/popular ilustram a im portância do conhecimento da norm a padrão principalmente nos contextos formais das relações profissionais. É preciso dom inar as regras gramaticais, saber conjugar os verbos, usar a concordância, os pronomes, a acentuação, a pontuação, as preposições, dentre outros itens gram aticais im - • capít ul o 1 portantes tan to para um a boa redação com o para uma boa in terpretação textu- al. Na linguagem cotidiana, com etem os muitos desvios em relação ao padrão, en tretanto, quanto for usar a língua em situações formais, precisará obedecer aos preceitos do padrão. A seguir, apresentam -se algumas construções típicas da linguagem po- pular, coloquial, sobre as quais, muitos falan tes têm dúvidas. Utiliza-se “aonde” quando o verbo expressar movim ento, com o em: “Aonde você vai?”; já quando indica perm anência em um lugar, o correto é usar “onde”, com o em: “Onde você está?”. Veja outros exem plos: O político sabia bem aonde queria chegar. Orgulho-m e muito do lugar vivo. Inúmeros estudantes com etem desvios do padrão usando “há” no lugar de “a” e vice-versa. A regra é a seguin te: a) usa-se “há” quando se flexiona o verbo “haver” no presente do indicativo, para expressar “existência”, com o em : “Há muitas pessoas nesse show.” b) usa-se “há” quando se flexiona o verbo “haver” no presente do indicativo, para expressar “tempo já passado”, como em: “Há alguns anos, visitei esta cidade.” : Muitas pessoas usam a expressão “há anos atrás”, que é conside- rada pleonasmo vicioso, pois o haver já indicaria passado, sendo desnecessário usar “atrás”. Veja o seguinte exem plo: Já o uso de “A” ocorre nos seguintes casos: a) A professora explicou a m atéria. b) Ela fará o discurso daqui a 10 m inutos. Daqui a pouco, iniciarem os a reunião. Se “daqui a pouco” indica futuro...não pode ser “há”. capít ul o 1 • No cotidiano, muitas pessoas usam indistin tamente “mal e mau”, porém, “mau” é adjetivo e “m al”, advérbio. Existe um famoso m acete para não errar mais: MAL é o oposto de BEM MAU é o oposto de BOM O m acete é bom para decorar o uso, m as en tenda o m otivo, veja: a) O hom em m au ignora os outros. b) O hom em está passando m al. Nesses dois exem plos, você percebe que em “O hom em MAU”, a palavra m au se refere ao substantivo homem . Logo, trata-se de um adjetivo, que é um a classe gramatical que se flexiona em gênero, núm ero e grau: - Os hom ens m aus (flexão de número); - As mulheres más (flexão de gênero: m asc./fem.) - Os hom ens são tão maus quan to as mulheres (grau com parativo). Já no exemplo B, m al é um advérbio, por isso não pode sofrer variação. Ob- serve que se alterarm os o gênero e o núm ero de “hom em ” em “b”, “m al” não sofrerá nenhuma alteração: - Os hom ens estão passando m al. - As mulheres estão passando m al. : A palavra MAL pode ser substantivo, por exem plo: “Este é um m al ne- cessário”. Mas, nesse caso, haverá sem pre um determinante qualquer, com o o artigo UM, e pode haver plural: “Os m ales da vida são m uitos.” A palavra “m enos” tam bém é m uito usada com o advérbio para indicar “m enor grau, menor intensidade e quan tidade” e, como um advérbio, é invariável. Con- tudo, no cotidiano, as pessoas a flexionam incorretam ente em gênero e dizem: “Comi m enas comida hoje.”. Como “menos” é adverbio, é sem pre invariável e ficará sempre no singular, portan to, o correto, de acordo com o padrão é: “Comi m enos comida hoje.” • capít ul o 1 As expressões “ao encon tro de” e “de encontro a” são extrem amen te usadas por jornalistas e até em conversas cotidianas. Mas muitos a utilizam da form a in- correta! Para não errar, aten te-se às normas de uso de tais locuções: : sign ificado “estar de acordocom ”, “em direção a”, “favorá- vel a”, “para jun to de”. (está de acordo) Exemplo: Meu texto está ao encontro do que o professor solicitou. : tem significado de “contra”, “em oposição a”, “para chocar- se com”. Exemplo: Meu texto está do encontro ao que o professor solicitou. (está em desacordo) A fim de ilustrar a im portância da gramática para o sen tido, apresentam os, a seguir, uma frase de um a notícia que relata a iniciativa da prefeitura de São Paulo de oferecer moradia, trabalho rem unerado e treinamen to profissional a dependentes químicos da região conhecida com o Cracolândia. Veja como o conhecimento da língua é relevante para o sentido, pois se m udarm os apenas um a preposição, o sign ificado da frase altera-se totalm ente: “Dar trabalho e moradia aos usuários de drogas vai que a Organização das Nações Unidas (ONU) defende para com bater o vício” ( , 13 jan . de 2014, p. 11). O jornalista usou adequadam ente a locução prepositiva “ ”, transmitindo a ideia de acordo com o contexto da notícia, isto é, a ação rea- lizada pela prefeitura de São Paulo está em com o que defen- de a ONU. Entretan to, m uitas pessoas não sabem quando devem utilizar “ ou ”. Im agine se a frase tivesse sido escrita dessa form a: “Dar trabalho e moradia aos usuários de drogas vai que a Or- gan ização das Nações Unidas (ONU) defende para com bater o vício”. Usando “ ”, o sen tido da frase seria o oposto, a atitude da prefeitura de São Paulo não estaria de acordo com o que defende a ONU. Percebeu a im portância do conhecim en to da língua tan to para a interpretação com o para a redação? capít ul o 1 • ATIVIDADE nicativo; a situação exigirá o uso de um modo de falar distinto, pois os falantes encon • capít ul o 1 descontextualizada. A fala não é planejada e a escrita é; a fala não é normatizada e a escrita sim; a fala é pouco elaborada e a escrita é complexa. capít ul o 1 • a) Diatópica, apenas; b) Diastrática e diafásica; c) Diafásica, apenas; I. Norma culta; II. Norma padrão; III. Gramática Normativa; IV. Prescrição; ( ) Norma estabelecida pela tradição gramatical; prestígio social. • capít ul o 1 ( ) Pilar da norma padrão; deve ser trabalhada na universidade, pois é esperado que a) (I); (II); (III); (IV); (V); b) (V); (IV); (III); (II); (I); c) (I); (IV); (II); (V); (III); d) (II); (IV); (I); (V); (III); e) (II); (III); (I); (V); (IV). REFLEXÃO a sua capacidade linguística. (LEITE, Y.; CALLOU, D. 2002, p. 7-8) capít ul o 1 • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEZERRA, M. A.; SOUTO MAIOR, A. C.; BARROS, A. C. S. A gíria: do registro coloquial ao LEITE, Y.; CALLOU, D. Como falam os brasileiros. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2002. No próxim o capítulo, apresen tarem os algumas prescrições da norma padrão. As recom endações apontadas referem-se a algum as noções básicas de sin taxe, tais como a regência nom inal e verbal; verbos transitivos e intransitivos e con- cordância verbal e nom inal. Vam os despertar a curiosidade e aprender? • capít ul o 1 ANOTAÇÕES Noções básicas de sintaxe: regência e concordância • capít ul o 2 OBJETIVOS • Apresentar o conceito de sintaxe; • Ensinar a transitividade de alguns verbos; • Listar algumas regras de regência verbal e nominal e suas implicações semânticas; • coloquial; • REFLEXÃO capít ul o 2 • • capít ul o 2 capít ul o 2 • Verbos in transitivos expressam um a ideia com pleta, e por isso, não preci- sam de com plem ento. • capít ul o 2 ATENÇÃO ATENÇÃO capít ul o 2 • • capít ul o 2 capít ul o 2 • • capít ul o 2 ATENÇÃO ATENÇÃO capít ul o 2 • • capít ul o 2 capít ul o 2 • ATENÇÃO • capít ul o 2 capít ul o 2 • • capít ul o 2 capít ul o 2 • • capít ul o 2 Esse princípio opera por m eio da interação e da tensão de im pulsos con trá- rios, de tal modo que as línguas exibem inovações mantendo-se, contudo, coesas: de um lado, o impulso à variação e possivelm ente à m udança; de outro, o im pulso à convergência, base para a noção de comunidade lin - guística, caracterizada por padrões estruturais e estilísticos (2003, p.12).. capít ul o 2 • • capít ul o 2 Consiste a concordância em dar a certas palavras flexionáveis as form as de gênero, núm ero ou pessoa correspondentes à palavra que no discurso se referem (...) A concordância não é, como parece à primeira vista, um a necessidade imperiosamente ditada pela lógica. Repetir num termo deter- minante ou inform ativo o gênero ou pessoa já m arcados no term o deter- minado de que se fala, é an tes de tudo uma redundância. (ALI, 1965, p.279 apud GAMEIRO, 2005, p.65). capít ul o 2 • CONCEITO com o verbo na terceira pessoa (ex.: você foi indelicado; vocês tenham juízo)”"você", in Dicio • capít ul o 2 capít ul o 2 • ATENÇÃO • capít ul o 2 capít ul o 2 • ATENÇÃO • capít ul o 2 capít ul o 2 • • capít ul o 2 capít ul o 2 • • capít ul o 2 capít ul o 2 • ATIVIDADE • capít ul o 2 REFLEXÃO LEITURA capít ul o 2 • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • capít ul o 2 ANOTAÇÕES Usos da língua: pontuação, acentuação e ortografia. • capít ul o 3 OBJETIVOS • • Apresentar as principais regras do novo acordo ortográfico; • Observar como o uso da vírgula confere clareza e está ligado à ordem SVC; • REFLEXÃO capít ul o 3 • (1) Logo após a reeleição, , que durante a campanha eleitoral, havia negado a alta de tarifas , velhos vilões dos cidadãos. Produção Textual I. Ribeirão Preto, Estácio, 2015. • capít ul o 3 Depen dendo do verbo, o leitor ain da pode ansiar por um com plem ento: “No com eço da noite, com as janelas fechadas, sem um ún ico som na sala, en tre m óveis cobertos de pó, ” (ibidem ). capít ul o 3 • Ficou claro que a estrutura SVC pode variar em função de o verbo ser tran- sitivo (exigir com plem ento) ou in transitivo (não exigir com plem ento) e que a esse padrão fixo, podem ser acrescidas outras ideias expandindo os períodos, conforme destaca a autora: (eu) Utilizo qualquer tipo de com putador. (eu) Utilizo, , qualquer tipo de com putador. Esta notícia interessa a todos. Esta notícia interessa a todos, . O vencedor da prova dedicou a vitória aos filhos. O vencedor da prova, muito em ocionado, dedicou a vitória aos filhos. (SAUTCHUK, 2011, p. 24). • capít ul o 3 capít ul o 3 • • capít ul o 3 “Governo de SP ajuda a empresas para solucionar crise da água”. Sujeito verbo com plem ento (Disponível em :< ATENÇÃO capít ul o 3 • • capít ul o 3 capít ul o 3 • ATENÇÃO • capít ul o 3 isto e, a sa ber, por exemplo, ou melhor, ou a ntes, capít ul o 3 • porem, contudo, pois, entre- tanto, porta nto • capít ul o 3 Tiradentes Vila Rica Mar lia de Dirceu capít ul o 3 • • capít ul o 3 capít ul o 3 • • capít ul o 3 capít ul o 3 • Comunicação e expressão. Ribeirão Preto: Uniseb, 2011, p. 150- 165. • capít ul o 3 CONEXÃO COMO ERA NOVA REGRA COMO SERÁ As letras K, W, Y fazem parte do alfabeto capít ul o 3 • • capít ul o 3 capít ul o 3 • • capít ul o 3 capít ul o 3 • COMO ERA NOVA REGRA COMO SERÁ • capít ul o 3 capít ul o 3 • • capít ul o 3 capít ul o 3 • • capít ul o 3 jingle da , de, Comunicação e expressão. Ribeirão Preto: Uniseb, 2011, p. 161 capít ul o 3 • as as de pa ra entre • capít ul o 3 aquele aquela aquilo emoticons Vc quer tuitar? Eu axo q seria legalixcrever sobre a vida! capít ul o 3 • INTERNETÊS TRADUÇÃO • capít ul o 3 INTERNETÊS TRADUÇÃO s capít ul o 3 • CURIOSIDADE • capít ul o 3 capít ul o 3 • • capít ul o 3 funcional, estabelecendo mecanismos de informação e persuasão; (b) criar clima favorável realidade; [...] No âmbito das emoções, as comunicações internas têm um grande serviço a ATIVIDADE capít ul o 3 • REFLEXÃO LEITURA • capít ul o 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A estrutura do parágrafo, a coesão e a coerência • capít ul o 4 OBJETIVOS • Analisar a estrutura do parágrafo; • Observar como se constrói um tópico; • Depreender o conceito e os mecanismos de coesão; • REFLEXÃO capít ul o 4 • REFLEXÃO Aqui vale relembrar a diferença entre frase, oração e período. • capít ul o 4 observe, a seguir, um exem plo de parágrafo iniciado por “declaração in icial”, que o autor reproduz. capít ul o 4 • para desencadear ou encadear; o delírio fascista ou o torpor marxista são expressões pouco diferentes do mesmo império da vontade. À realidade substitui-se o dinamismo; à inteligência substitui-se o gesto e o grito; e na mesma linha desse dinamismo estão O parágrafo de Corção, apresentado por Garcia, começa com um a “ ” (afirmação ou negação de algo seguida de uma justificativa ou fun- damentação: argum entos, com o exemplos, analogias, confrontos, restrições, etc.). A declaração in icial sucinta feita por Corção é “Vivemos num a época de ím petos”, fundam entada por exemplos e pormenores: “o delírio fascista ou o torpor m arxista, im pério da vontade, dinamism o, gesto, grito, imprecações” (termos que sugerem a ideia de “ímpeto”) (GARCIA, 2010, p. 225). A declaração inicial, destaca Garcia, pode aparecer de forma negativa, se- guida de contestação ou confirm ação, com o, por exemplo: “Não há sofrimento m ais confrangente que o da privação da justiça”. apesenta-se um conceito, assunto, problema explicando-o de forma didática, denotativa ou cien tifica; trata-se de um m étodo preferencial- m ente didático, com o ocorre em: de form a clara, concisa e objetiva, apresenta o tópico frasal dis- criminando as ideias: • capít ul o 4 capít ul o 4 • • capít ul o 4 (desinências) que indicam as pessoas verbais expressas entre parênteses: Falo (eu); Falas (tu); Fala (ele); falamos (nós); falastes (vós); eles falam (eles) capít ul o 4 • CONEXÃO • capít ul o 4 capít ul o 4 • • capít ul o 4 capít ul o 4 • • capít ul o 4 capít ul o 4 • • capít ul o 4 Vampiros covardes capít ul o 4 • • capít ul o 4 capít ul o 4 • rogai, estais. isso , maquiagem, batom, • capít ul o 4 ate, mesmo, ate mesmo, inclusive, nem mesmo ao menos, pelo menos, no m nimo; e, tambem, ainda, nem, nao so...mas tambem, tanto...como, alem de, alem disso, a par de, alias... portanto, logo, por conseguinte, pois, em decorrencia, consequentemente ou, entao, quer...quer, seja ...seja . mais que, menos que, tao...como. porque, que, ja que, pois. mas, porem, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora , a inda que, posto que, apesar de que. ja , a inda, agora . car, começar a , passar a , deixar de, conti- nuar, permanecer, tornar. capít ul o 4 • Produção textual I. Estácio: Ribeirão Preto, 2015. • capít ul o 4 ATIVIDADE seu texto. ( ); capít ul o 4 • LEITURA REFLEXÃO • capít ul o 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LEITURA E SIGNIFICAÇÃO • capít ul o 5 Inúmeras pesquisas divulgam, de maneira estrondosa, m anchetes inusitadas com o: “O brasileiro não sabe ler”, por exem plo. Muitos espan tam -se com títu- los com o esse, pois sabem que o analfabetismo no país diminuiu, en tretanto, saber ler não sign ifica compreender o texto. Muitos leem , m as não en tendem o que leram . Para que a leitura seja sign ificativa, além do conhecim ento da lín - gua, é preciso conhecimento de m undo, conhecim ento dos processos de cria- ção dos diferentes gêneros textuais, das figuras de linguagem , da conotação e denotação, assun tos que explorarem os nesse capítulo. OBJETIVOS • Ampliar a noção de texto; • Observar as características do texto não verbal; • Diferenciar a denotação da conotação; • Analisar as diferenças entre o texto literário x não literário; • REFLEXÃO Quem nunca se comunicou sem falar, usando apenas gestos e olhares? Acre- dito que quase todos. Portan to, quem respondeu afirmativam en te, já fez uso da linguagem não verbal, definida como apropriação de imagens, figuras, co- res desenhos, sím bolos, dança, tom de voz, postura corporal, pintura, m úsica, capít ul o 5 • m ímica, escultura e gestos usados com o meios de com unicação. Até m esmos os anim ais com unicam-se por m eio de gestos e atitudes, os cachorros, por exemplo, ao balançarem a cauda de alegria, ao em itirem um olhar conquista- dor, ao abaixarem a cabeça de tris- teza e dor, estão se comunicando por meio da linguagem não-verbal e surpreendendo seus donos. Compreender a diferença en tre um texto literário e não literário é essencial não apenas para in terpretação, como também para a produção textual. Pode con tri- buir até m esmo para despertar o gosto e o prazer pela leitura. Olhares, gestos, imagens, cores e símbolos, ao transmitirem mensagens, constituem linguagem não verbal A linguagem não verbal facilita e dinamiza a comunicação. • capít ul o 5 FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA FUNÇÃO EXPRESSIVA OU EMOTIVA FUNÇÃO CONATIVA OU APELATIVA FUNÇÃO FÁTICA capít ul o 5 • A Criança (Fernando Pessoa) CONCEITO • capít ul o 5 Não existem, segundo Platão e Fiorin (2006), temas exclusivos da literatura “nem avessos ao seu dom ínio”, por isso, tal critério não deve ser usado com o único elem ento de distinção. No entan to, sabemos que alguns tem as, com o o am or, a paixão, o ódio, enfim , os sen tim en tos hum anos, são m ais abordados com frequência na literatura e de um a form a m ais poética. Isso não impede que sejam abordados de form a utilitária em pesquisas, estudos etc. A maioria dos textos literários constituem obras ficcionais, recriando a realida- de. Já o texto não literário interpreta aspectos da realidade efetivam ente, não a recria, aborda-a com o ela é. Segun do os estudiosos, atualm en te, diz-se que os textos literários têm fun- ção estética (belo), ao passo que os n ão literários apresentam fun ção utilitá- ria (in form ar, explicar, docum entar, convencer...). No en tan to, Platão e Fiorin (2006, p.350) questionam -se: em que consiste a função estética? Na função estética, há a preocupação com o plano da expressão (sons), exem plificada pelos autores com a seguin te frase de Oswald: “E tia Gabriela sogra grasnadei- ra grasnou graves grosas de infâm ia” (apud PLATÃO E FIORIN, 2006, p.350). Neste enunciado, a form a, o plano da expressão (o trabalho com o som explo- rado pela aliteração de gr) sim boliza, represen ta o caráter enfadonho e de- sagradável da personagem . Por isso, para compreender um texto literário, é preciso fruí-lo, isto é “perceber essa recriação do con teúdo na expressão e n ão m eram ente o conteúdo; é en tender os sign ificados dos elem entos da expres- são.” (PLATÃO E FIORIN, 2006, p.351). capít ul o 5 • O texto literário seria in tangível, in tocável, dele, não poderíam os alterar um a palavra sequer ou mesm o resum i-lo. Assim , a in tangibilidade não perm ite que troquemos palavras e façamos substituições ou inversões no enunciado do li- terário, pois a form a é muito importan te, e se alterada, o texto pode perder sua beleza. Valéry, (apud PLATÃO E FIORIN, 2006, p.351) afirma que “quando se faz um resum o do texto não- literário,apreende-se o essencial; quando se resum e o literário, perde-se o essencial”. Já o texto utilitário pode ser resum ido tranquila- m ente, pois a ênfase está no conteúdo e não na forma, essencialm ente. Um a mesm a palavra pode assum ir valores sem ânticos diferen tes, tudo depen- de da in tenção do em issor e da habilidade linguística do receptor. No trabalho de construção do sign ificado, o em issor pode usar diversos recursos que estão disponíveis para assegurar um texto m ais envolven te e sign ificativo, den tre eles, estudarem os a linguagem conotativa e a denotativa, as figuras de linguagem . É da aplicação desses recursos que o texto pode ter m ais valores agregados, cons- truídos e esse en riquecimento semântico o diferencia de tantos outros textos produzidos sem maior preocupação e envolvim ento, em outras palavras, a uti- lização de tais recursos faz com que o texto tenha mais qualidade. • capít ul o 5 EXEMPLO capít ul o 5 • 1 2 3 “O SportTV vai passar a Copa em tela de cinema. Já os outros canais vão passar o maior aperto” • capít ul o 5 Agora, estudarem os algumas das mais importantes figuras de linguagem , as mais recorrentes. Elas estão divididas em três grupos: campo fonolexical, que diz respeito ao som da palavra; campo m orfossin tático, que trata das palavras na estrutura oracional e, enfim , o cam po semântico discursivo, que estuda o sig- nificado de uma palavra ou de um a oração dentro de um determ inado contexto. É a repetição de um m esm o som consonan tal. Nos poem as, acaba sendo um recurso estilístico muito utilizado, pois contribui para a in tensificação da mu- sicalidade dos versos. EXEMPLO (Disponível em: www.dominiopublico.gov.br Acesso: 01 ago. de 2010) capít ul o 5 • EXEMPLO http:/ / recantodasletras.uol.com.br/ gramatica/ 1192161 CONCEITO É a repetição de sons vocálicos em um a sequência linguística. EXEMPLO Cafe com pao • capít ul o 5 ca, com, pao, mui... COMENTÁRIO Trem de ferro É a repetição in tencional e sucessiva de finais vocabulares idênticos. EXEMPLO ente ente ente ente ente capít ul o 5 • CONCEITO http:/ / www.filologia.org.br/ revista/ artigo/ 7(19)14.htm Acesso: 01 ago de 2010) É a representação de um som ou ruído a partir de um a palavra, fonem a ou con- junto de palavras. As onom atopéias representam os ruídos, gritos, canto de an imais, sons da natureza, barulho de máquinas, o tim bre da voz hum ana e normalm ente são conhecidas universalmente. COMENTÁRIO CURIOSIDADE • capít ul o 5 http:/ / www.sobrecarga.com.br/ node/ view/ 3480 Pode ocorrer em palavras, com o em “osso”, “ovo” e “radar”, ou m ais dificilm en- te em oração ou períodos. Ele ocorre quando se pode ler de frente para trás ou de trás para frente, observe: capít ul o 5 • EXEMPLO EXEMPLO http:/ /obviousmag.org/ archives/ 2007/ 07/ palindromos_da.html# ixzz0vMczi8DY MULTIMÍDIA youtube É a reprodução de sons sem elhan tes em palavras de significados diferen tes. Em nosso cotidiano, muitas pessoas utilizam um term o inadequadam ente devido à semelhança na form a que possui com outro vocábulo. É o caso de cumprim en- to (ato de cum primen tar) e comprimento (extensão, grandeza); im inente (que • capít ul o 5 pode acontecer em breve) e em inente (alto, elevado, excelência). Na literatura, porém , estas sem elhanças na form a são exploradas com m uita criatividade. EXEMPLO É um a palavra ridícula ou obscena resultan te da união de sílabas ou de palavras vizinhas. EXEMPLO Me dê uma mão ("um mamão") Olha a boca dela! ("cadela") capít ul o 5 • CONCEITO Como as figuras de linguagens abordadas neste item apresen tam relação com a disposição das palavras e suas funções, são consideradas pertencentes à mor- fossin taxe, ou ao cam po morfossin tático, por isso, são também cham adas de figuras de construção, ou ainda figuras sin táticas. CONCEITO Lucas estuda no oitavo ano do EF. Carla ama Lucas. • capít ul o 5 É o uso de um mesm o vocábulo no fim de um verso ou frase e no in ício do enun- ciado seguin te. EXEMPLO É a repetição da mesma expressão no in ício de versos, períodos ou orações. EXEMPLO É a repetição de um m esmo vocábulo no final de sucessivos enunciados. EXEMPLO É tam bém um caso de repetição, m as uma repetição que envolve redundância de sign ificado. No cotidiano, é difícil alguém que não tenha caído nas arm a- capít ul o 5 • dilhas no pleonasmo vicioso, aquele em que se repete uma ideia por força do hábito, com o ocorre em : Subir para cim a, descer pra baixo, olha pra ver, caí um tom bo, ou ainda, panorama geral e elo de ligação, dentre inúm eros outros que nem percebemos! Um dos m ais comuns é o uso de há e atrás, pois o verbo haver já indica tempo que passou, en tão, o uso de atrás é redundante, desnecessário: "Eu nasci, há dez mil anos atrás“ (Raul Seixas). EXEMPLO Quanto em visão com os da saudade via." (Alberto de Oliveira) "Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves Dias) "Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal" (Fernando Pessoa) "O cadáver de um defunto morto que já faleceu" (Roberto Gómez Bolaños) "E rir meu riso" (Vinícius de Moraes) CONEXÃO • capít ul o 5 É a om issão de um term o sintático da oração que pode ser facilm ente identifi- cado pelo contexto. EXEMPLO PRINCIPAIS CASOS DE ELIPSE: A B C D E (Disponível em: <http:/ / www.graudez.com.br/ literatura/ figling.htm> acesso em 14/ 05/ 2009) É um tipo especial de elipse, em que se om ite um term o já apresen tado an te- riorm ente. capít ul o 5 • EXEMPLO É também um tipo especial de elipse em que se om ite o conectivo (síndeto = conectivo). EXEMPLO • capít ul o 5 É o oposto do assíndeto, nela, há a repetição de um a conjunção coordenativa. EXEMPLO É a interrupção da construção iniciada, prosseguindo a frase de outra maneira, como consequência, o início antecipa e coloca em evidência uma ideia importante. EXEMPLO É a concordância de term os da oração levando em con ta a ideia e não as pala- vras em si. Ela recebe este nome, pois a concordância é com o conteúdo que a capít ul o 5 • palavra expressa e não com sua forma em si. Existem três tipos de silepse: EXEMPLO multidão gritavam • capít ul o 5 Quando se diz “ está cada dia m ais .” há um a concordância com a ideia que a palavra expressa: a cidade, por isso, o adjetivo está no fem ini- no tam bém : agitada. EXEMPLO capít ul o 5 • É a inversão da ordem sintática direta (sujeito + verbo + complem en tos). EXEMPLO “Essas vólucres amo, Lídia, rosas" - Ricardo Reis O campo semântico refere-se à sign ificação dos term os e expressões. Assim , as figuras a ela relacionadas dizem respeito ao significado dos termos. É a com paração subjetiva de dois elemen tos semelhantes em que os term os de com paração (com o, feito, assim com o, tal, tal qual,...) aparecem explícitos. Observem os exem plos que Chico Buarque nos dá: • capít ul o 5 A metáfora é uma das figuras de linguagens m ais utilizadas nos m ais diversos gêneros textuais e tam bém no cotidiano, pois expressa, com m aior ênfase, as com parações im plícitas que fazem os. EXEMPLO Disponível em: Época 26/ 07/ 2010, nº 636, p.81 capít ul o 5 • A m etáfora pode ser entendida com o um a alteração de sen tido da palavra por m eio do acréscimo de um segundo significado, com uma relação de semelhan- ça ou de in tersecção entre o sen tido que é acrescen tado e o sen tido de base, apresen tando traços semânticos com uns. • capít ul o 5 EXEMPLO quando se compara, por exem plo, a sociedade ao corpo hum ano (A saúde da econom ia brasileira não vai bem /O país ainda não saiu daUTI/A violência é um sin toma da sociedade doente na qual vivemos); quando se com para problem as ou perdas ao roubo (O roubo da dignidade desse país dificilm ente será reparado/Esta é um a socieda- de aprisionada pelo m edo); aplicada, por exemplo, a textos que se referem à res- tauração ou reformas sociais (As trincas na base govern ista aum entam a cada dia/A paz é o cim en to que unirá essa sociedade); usada, por exemplo, para comparações com atividades ligadas à faxina ou à lim peza (É preciso passar o Brasil a lim po/Ainda é possível encontrar en tulhos autoritários neste país); quando se associa um problem a capít ul o 5 • ou sua resolução a um a jorn ada (O país encon trou o cam in ho certo, deixan- do os atalhos perigosos/ Os políticos foram os prim eiros a desem barcar des- sa can oa furada); quando faz associações à privação de liberdade (As pessoas tornaram -se escravas do consumo e reféns de seus desejos); associações com a família (Este país não pode rejei- tar seus próprios filhos); associações com atividades de um pastor de ovelhas (Pre- cisam os de líderes religiosos que apascentem seus fiéis); relacionadas com os esportes (A oposição m arcou um autêntico gol con tra). A metoním ia pode ser entendida como um a alteração de sen tido da palavra ou de uma expressão por m eio do acréscimo de um segundo significado a partir de um a relação de contiguidade, inclusão, implicação, in terdependência ou coexistência. a) Continente (ou o que está fora) pelo conteúdo (ou o que está dentro): Comi dois pratos bem cheios. Duas taças já foram suficien tes para ele levantar cam- baleando; Com prei essa casa com muito suor e lágrimas; Ler Camões é algo cada vez mais raro; Não encontrei Gillette nem Cotonete; • capít ul o 5 Tomar um Porto após o alm oço era seu hábito; Estavam todos procurando um teto para m orar; Ele já não é um de nós, pois abandonou a cruz; Essa decisão não afeta a credibilidade do Juizado brasileiro. É um a metáfora desgastada, ou seja, um a com paração indireta que de tão usa- da já caiu em dom ínio popular, deixando de ser dependente da subjetividade do autor e do leitor. EXEMPLO capít ul o 5 • Sandm ann (2005, p.13) afirm a que quando “o princípio que faz com que o sign i- ficante de um signo se refira a outro objeto ou referen te tiver base na sem elhan- ça, teremos a metáfora, e, se esse princípio tiver base na relação de contiguida- de, teremos a metoním ia”. Por esta afirmação, percebemos que a metáfora e a m etoním ia são sem elhan tes, porém , esta se refere especificam ente à iden tida- de entre o signo e o referente. Assim , a m etoním ia é a substituição de um term o por outro, con tudo, a relação entre esses termos não depende da subjetividade do autor ou do leitor, m as da ligação objetiva que esses elem entos m antêm na realidade. Observe o que Sérgio (2009) afirma sobre essa proximidade entre tais figuras de linguagem : so interno, intuitivo, estritamente dependente do sujeito que realiza a substituição; ao Ex.: Ganhava a vida com o suor do rosto. Beber a m orte (m orte efeito, veneno a causa). Ex.: Bebi dois copos de cerveja. Ex.: Tom am os Champagne no Natal. Ir ao correio (correio, lugar; edifício, coisa). Ex.: Não li ainda o Saramago novo. Ler Augusto dos An jos (o livro de Augusto dos anjos) • capít ul o 5 Ex.: Não tenho um teto para m orar. Ter ótima cabeça (= in teligência, abstrato). A juventude brasileira (juventude = jovens, concreto) Comprei um Ford (Ford, inventor; em vez do invento) Não te afastes da cruz (cruz = religião). Ele é um bom garfo (pessoa com ilona) Exemplos disponíveis em : h ttp://recantodasletras.uol.com.br/teorialitera- ria/226198 (acesso: ago. de 2010) Atualm ente, inclui-se a sinédoque com o um tipo especializado de m eton í- m ia, porém , algun s gram áticos ainda a trazem com o um tipo especial, em que há a relação de extensão. Assim , é defin ida com o a substituição de um ter- m o por outro com a am pliação ou redução do sen tido usual da palavra num a relação quan titativa. EXEMPLO capít ul o 5 • É um tipo especial de m eton ímia em que ocorre o em prego de um a qualidade, de uma característica para nom ear um a pessoa. EXEMPLO É a in tensificação de um a idéia por meio de uma seqüência de palavras, sinôni- m as ou não, com efeito cumulativo. EXEMPLO É a utilização de um a linguagem mais am ena com a in tenção de abrandar um a palavra ou expressão que possam chocar o seu in terlocutor. EXEMPLO • capít ul o 5 É o uso de uma expressão que transmite exagero a um a idéia. EXEMPLO É um enunciado que pretende dizer algo contrário àquilo que sua expressão revela, para tanto torna-se fundam ental o contexto. EXEMPLO capít ul o 5 • É a aproxim ação de palavras com sentidos opostos. EXEMPLO É um a oposição simultânea, ou seja, duas características que se excluem m utu- am ente aparecem ao m esm o tem po em uma m esma frase. EXEMPLO Esta figura ocorre quando há a invocação de um leitor/ouvinte ou de seres au- sen tes, inanimados, fantásticos ou abstratos. EXEMPLO • capít ul o 5 Dá que ouçamos tua voz..." (Osório Duque Estrada) Segundo alguns gram áticos, é outro tipo especial de metáfora que consiste em aproximar em uma mesm a expressão sensações percebidas por sen tidos dife- ren tes (tato, olfato, audição, paladar e visão). EXEMPLO capít ul o 5 • Este recurso é largamente utilizado em nosso cotidiano, não somente os po- em as, mas as músicas, as propagandas e outros textos exploram esta figura. Ela pode ser defin ida como a atribuição de características ou ações hum anas a seres inanim ados ou irracionais. EXEMPLO ATIVIDADE 01. (VUNESP) No trecho: "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura de linguagem presente é chamada: 02. (PUC - SP) Nos trechos: "O pavão é um arco-íris de plumas" e "...de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira..." enquanto procedimento estilístico, temos, respectivamente: a) metáfora e polissíndeto; b) comparação e repetição; c) metonímia e aliteração; d) hipérbole e metáfora; • capít ul o 5 03. (PUC - SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja" encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem: a) prosopopeia e hipérbole; b) hipérbole e metonímia; c) perífrase e hipérbole; d) metonímia e eufemismo; 04. (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô", encon 05. a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo) b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopéia) d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração) e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia) 06. 07. capít ul o 5 • I. "Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste." II. "A moral legisla para o homem; o direito para o cidadão." III. "A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam." IV. "Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, pára, ergues a mão em viseira, firma os olhos." a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo; b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto; c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato; d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo; 08. a) "Água de fonte .......... água de oceano ............. água de pranto. (Manuel Bandeira) b) "A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia." (Chico Buarque) c) "Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então." (Clarice Lispector) d) "Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma cor." (Mário Quintana) 09. (CESGRANRIO)Na frase "O fio da idéia cresceu, engrossou e partiu-se" ocorre processo 10. (FATEC) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a mesma a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes." b) "Nasci na sala do 3° ano." c) "O bonde passa cheio de pernas." d) "O meu amor, paralisado, pula." e) "Não serei o poeta de um mundo caduco." • capít ul o 5 REFLEXÃO LEITURA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS capít ul o 5 • • capít ul o 5 ANOTAÇÕES
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