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Capítulo 1 
Variantes linguísticas ....................................... 122
Exercícios Propostos .................................... 126
Módulo 1
Cultura, linguagem e língua ......................... 126
Módulo 2
Variantes linguísticas ................................... 133
Capítulo 2 
Semântica ........................................................... 140
Exercícios Propostos ....................................144
Módulo 3
Semântica I .....................................................144
Módulo 4
Semântica II .................................................... 151
Capítulo 3 
Ortogra� a e acentuação grá� ca ..................... 158
Exercícios Propostos .................................... 162
Módulo 5
Ortogra� a ........................................................ ........................................................ 162
Módulo 6
Acentuação grá� ca................................................................................ 167
Gabarito dos Exercícios PropostosGabarito dos Exercícios Propostos................ 173
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Variantes linguísticas1
A língua e a linguagem refletem diretamente na formação 
cultural de um indivíduo, tendo o poder de incluí-lo ou excluí-lo 
socialmente. E a diversidade de um povo permite maior dina-
mismo e riquezas culturais.
1. Cultura, linguagem e língua
A língua portuguesa falada no Brasil não pode mais ser 
vista somente como uma herança pronta, mas sim como 
um produto histórico-social, fruto de seus usuários, os bra-
sileiros. Portanto, há uma relação direta entre linguagem e 
cultura, já que a base de trabalho passa a ser a melhoria da 
capacidade de expressão, sabendo cada vez mais e melhor 
manusear esse instrumento e produto histórico-social que é
a língua.
Todos os textos produzidos − tudo que dizemos ou escre-
vemos − apresentam uma finalidade. Essa finalidade interfe-
re no modo como se fala ou se escreve. Pode-se dizer que a 
forma do que se diz vincula-se à função desse discurso, ou 
seja, ao alvo que se deseja atingir, seja com a palavra, seja 
com a frase, a expressão, o período etc.
Constata-se que não há apenas uma língua portuguesa 
(ou qualquer outra), ou apenas uma forma de usar a língua. 
Cada situação, cada lugar, cada meio, cada interlocutor leva 
ao uso diferenciado da língua.
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A língua varia no tempo, no espaço, nas diferentes clas-
ses sociais. A história contada por uma criança ou por um 
adulto são narrativas com apresentações linguísticas dife-
rentes. Um economista que elabora um editorial e um homem 
que espera atendimento em uma fila de padaria comentam 
de forma diferente um pacote econômico do governo. A forma 
como um casal se expressava afetivamente no século XII é 
fundamentalmente diferente daquela como um casal se ex-
pressa no século XXI. Além disso, também se percebem di-
ferenças em termos de regiões e de níveis de instrução. Os 
exemplos multiplicam-se, confirmando e reiterando o fato de 
que linguagem e cultura estão indissociavelmente ligadas, o 
que faz da língua o meio e o instrumento de expressão dessa 
cultura diversa, variada e rica.
A. Cultura
Cultura s.f.
[…]
6. Antropol. Conjunto de padrões de comporta-
mento, crenças, conhecimentos, costumes etc. 
que distinguem um grupo social.
7. Forma ou etapa evolutiva das tradições e dos 
valores intelectuais, morais, espirituais (de um 
lugar ou período específico); civilização.
8. Complexo de atividades, instituições, padrões so-
ciais ligados à criação e à difusão das belas-artes, 
das ciências humanas e afins.
Cultura alternativa
Na sociedade de consumo, tendência a assumir 
atitudes, linguagens, costumes etc. que contrariam 
real ou supostamente (especialmente do ponto de 
vista da produção ou do consumo) os padrões cul-
turais estabelecidos (por exemplo, os hippies dos 
anos 1960).
Cultura de massa
1. Universo de formas culturais (por exemplo, 
música, literatura, cinema) selecionadas, inter-
pretadas e popularizadas pela indústria cultural 
e pelos meios de comunicação para dissemina-
ção junto ao maior público possível; indústria 
cultural.
2. pej. Conjunto de atitudes, linguagens, conhe-
cimentos e costumes assim induzidos, que 
tendem frequentemente à estereotipagem e à 
simplificação e buscam satisfazer indiretamente 
interesses de determinados grupos sociais; in-
dústria cultural.
3. Conjunto de conhecimentos acumulados e so-
cialmente valorizados, que constituem patrimô-
nio da sociedade.
Cultura física
Aprimoramento regular do organismo mediante 
a prática do esporte, da ginástica.
Cultura oficial
Conjunto de atitudes, linguagens, conhecimen-
tos, costumes etc., explícita ou implicitamente
difundidos e estimulados pelos meios de comu-
nicação mantidos ou estimulados pelo Estado e 
suas autoridades constituídas.
Dicionário Houaiss da língua portuguesa
O termo cultura é amplo e passa a englobar qualquer tipo 
de intervenção humana na natureza. A pintura de um quadro, 
o trabalho de um tear, a construção de um prédio ou de uma 
casa, os avanços na área da medicina, da informática ou da 
engenharia, tudo é cultura. A cultura resulta de uma criação 
social, e seus ensinamentos são transmitidos de geração a 
geração. O fato de partir de um ponto em que seu antepas-
sado parou, continuando o processo de conhecimento, seja 
ele qual for, permite que a humanidade evolua no sentido de 
aperfeiçoar e aprofundar todas as informações recebidas.
B. Linguagem
Linguagem s.f.
1. Ling. Qualquer meio sistemático de comunicar 
ideias ou sentimentos através de signos conven-
cionais, sonoros, gráficos, gestuais etc. (lingua-
gem humana).
2. Qualquer sistema de símbolos ou objetos instituí-
dos como signos; código (linguagem das cores).
3. Sistema secundário de sinais ou símbolos criado 
a partir de uma dada língua (linguagem cifrada).
4. Meio de comunicação natural próprio de uma 
espécie animal (linguagem dos golfinhos).
4.1. O meio de comunicação por meio de signos 
orais articulados, próprio da espécie humana. 
4.2. A capacidade inata da espécie humana de apren-
der a comunicar-se por meio de uma língua.
5. O mesmo que língua.
6. Emprego particular de uma língua considerada 
do ponto de vista da relação entre o modo de ex-
pressão e o seu conteúdo (linguagem ambígua).
6.1. Maneira de exprimir-se própria de um povo, de 
uma área geográfica, linguajar, falar, fala, dialeto 
(linguagem nordestina). 
6.2. Maneira de expressar-se própria de um grupo 
social, profissional ou disciplinar (linguagem 
científica, linguagem jurídica).
7. Inf. Conjunto de símbolos, palavras e regras usa-
das na construção de sentenças que expressam 
e processam instruções para computadores.
8. Lóg. Sistema formal de símbolos estabelecidos 
em função de axiomas, regras e leis que estrutu-
ram um enunciado.
[…]
Linguagem artificial
Aquela projetada especificamente para facilitar 
a comunicação em determinada área, como as lín-
guas artificiais e as linguagens científicas (lógica, da 
matemática etc.).
Linguagem corporal
Modo de se mover e de gesticular próprio de 
cada pessoa ou animal, usado para intercomunica-
ção com outras pessoas ou animais.
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Linguagem figurada
Linguagem que se caracteriza pelo emprego sis-
temático de figuras de palavras, especialmente das 
que comportam mudança de sentido, como a metá-
fora, a metonímia etc.
Linguagem natural
Aquela que surge e se desenvolve a partir de uma 
capacidade natural de uma espécie,como as línguas 
humanas e as linguagens animais.
Linguagem simbólica
Aquela que emprega símbolos, especialmente no 
sentido de tornar claras e precisas as formulações 
(da lógica, da matemática etc.).
Dicionário Houaiss da língua portuguesa
Quando se cria um novo sentido para uma palavra, desen-
volvem-se novas maneiras para expressar significados. Por isso, 
pode-se dizer que a linguagem também é uma manifestação 
cultural. A linguagem é a faculdade humana de poder comuni-
car pensamentos. Para isso, as pessoas valem-se de diferentes 
linguagens, como o uso de gestos, sinais de trânsito, símbolos 
matemáticos, lógicos ou químicos, palavras, cores, sons etc.
Com a linguagem, o ser humano acumula e transmite ex-
periências, partilha-as com seus semelhantes, assegurando, 
assim, a continuidade de seu aprendizado.
Entre os vários tipos de linguagem, destaca-se a lingua-
gem verbal – a capacidade humana de comunicar-se por 
meio de um sistema de signos vocais: a língua.
A linguagem verbal apresenta três características funda-
mentais:
1. funcionamento simbólico;
2. organização articulada;
3. produção de discursos a partir de determinados 
conteúdos.
A linguagem verbal, com sua multiplicidade de funções, 
permite participação social interativa, em um contexto socio-
cultural que viabiliza essa troca e que concretiza a linguagem 
com o elemento formador de uma comunidade.
C. Língua
Língua s.f.
[...]
5. Ling. Sistema de representação constituído por 
palavras e por regras que as combinam em fra-
ses que os indivíduos de uma comunidade lin-
guística usam como principal meio de comuni-
cação e de expressão, falado ou escrito. 
5.1. O idioma nacional.
6. O sistema abstrato de signos inter-relacionados, 
de natureza social e psíquica, obrigatório para 
todos os membros de uma comunidade linguís-
tica (Ferdinand de Saussure).
7. Estilo de expressão particular a um grupo social, 
profissional ou cultural; linguagem. 
7.1. Estilo de expressão característico de um es-
critor, uma escola, um movimento, uma épo-
ca; linguagem.
Dicionário Houaiss da língua portuguesa
Língua escrita
1. Representação de natureza visual de uma lín-
gua, mediante o emprego de um dos diversos 
sistemas de escrita existentes.
2. O conjunto das formas e construções que ca-
racterizam o estilo dos textos que ocorrem por 
escrito (diferentemente da língua falada, cujo 
vocabulário e modo de uso são próprios de de-
terminada atividade ou de determinado grupo 
de pessoas – língua dos médicos etc.).
Língua falada
Língua empregada na modalidade falada da comu-
nicação, considerada a língua por excelência, ou seja, 
a língua viva. (É marcada por várias características 
que a diferenciam da língua escrita, como maior in-
formalidade, mais redundância e menos conservado-
rismo, com espaço para a renovação e a criatividade.)
Dicionário Houaiss da língua portuguesa
 01. Fuvest-SP 
Leia o fragmento de Morte e vida severina, de João 
Cabral de Melo Neto, e responda à questão.
Essa vida por aqui
é coisa familiar;
mas diga-me retirante,
sabe benditos rezar?
sabe cantar excelências,
defuntos encomendar?
sabe tirar ladainhas,
sabe mortos enterrar?
Nesse contexto, o verso “defuntos encomendar?” 
significa
a. ordenar a morte de alguém.
b. lavar e vestir o defunto.
c. matar alguém.
d. preparar a urna funerária.
e. orar pelo defunto.
Resolução
As excelências e as ladainhas, muito comuns na cul-
tura nordestina, são cânticos religiosos entoados no mo-
mento da encomendação (espécie de velório) do morto, 
em que se ora pela alma do defunto.
Alternativa correta: E
APRENDER SEMPRE 32 
2. Língua-padrão
É a variante de uma língua que é prestigiada pela comuni-
dade falante e que suprarregionalmente se torna o meio unifi-
cado de comunicação, usada na mídia, no ensino etc.
Estabelecendo a ponte entre linguagem e cultura, a lingua-
gem verbal realiza-se sob a forma de determinada língua. O ser 
humano dispõe de inúmeras possibilidades para efetivar o pro-
cesso da comunicação; consequentemente, cada língua corres-
ponde à expressão de uma escolha entre essas possibilidades, 
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apresentando variações significativas conforme os valores so-
ciais, regionais, da idade, da situação de comunicação etc.
Pode-se afirmar, portanto, que a língua − assim como as 
concepções religiosas, a culinária, as vestimentas − é um fato 
cultural, integra-se na cultura. Funcionando na sociedade como 
elemento disponível para a comunicação de seus integrantes, 
a língua depende da cultura e, ao mesmo tempo, tem a tarefa 
primeira de expressar todas as outras manifestações culturais.
“[…] a língua é uma parte da cultura, mas uma 
parte que se destaca do todo e com ele se conjuga 
dicotomicamente. […] a língua só existe justamente 
para esse fim; não tem finalidade em si mesma. A 
sua função é expressar a cultura para permitir a co-
municação social. […] as aquisições culturais são en-
sinadas e transmitidas em grande parte pela língua.”
Mattoso Câmara
As variantes linguísticas, manifestadas principalmente, 
mas não apenas, na linguagem falada, denunciam preferên-
cias associadas à nacionalidade, aos regionalismos, à ocasião 
ou situação, à idade, à escolaridade, ao grupo social de que se 
faz parte, à profissão que se exerce. Observe os exemplos.
A. Vou dar um rolê. (jovem) 
Vou dar uma volta. (adulto)
B. Parar no farol ou semáforo (em São Paulo) 
Parar no sinaleiro (no Rio de Janeiro)
C. A gente precisa se ver mais vezes. (informal, para 
um amigo)
Espero vê-lo em breve. (formal, para pessoa de quem 
não se é íntimo)
D. Ficar na fila do trem. (no Brasil) 
Pegar a bicha para o comboio. (em Portugal)
E. O paciente foi a óbito. (médico)
O doente morreu. (leigo)
F. O ladrão fugiu. (nas ruas)
O elemento se evadiu do local do crime. (nas delegacias)
Observe a questão do Enem, com a letra de música de An-
tônio de Barros, abordando o conceito de variação linguística.
Óia eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo pra xaxar
Vou mostrar pr’esses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar.
Vem cá morena linda
Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raqué
Diz que tou aqui com alegria.
Disponível em: <www.luizluagonzaga.mus.br>. Acesso em: maio 2013.
A letra da canção manifesta aspectos do repertório lin-
guístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma for-
ma do falar popular regional é:
a. “Isso é um desaforo”.
b. “Diz que eu tou aqui com alegria”.
c. “Vou mostrar pr’esses cabras”.
d. “Vai, chama Maria, chama Luzia”.
e. “Vem cá, morena linda, vestida de chita”.
Essa questão trata da competência de “compreender e usar 
a língua portuguesa como língua materna, geradora de significa-
ção e integradora da organização do mundo e da própria identi-
dade”, tendo como referência a habilidade de: “identificar, em 
textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singula-
rizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro”. 
É possível observar que o texto, apesar de apresentar aspectos 
da linguagem oral, tais como “óia” (olha), “Diz que tou” (Diga que 
estou), traz também o vocabulário regional, identificado nos ver-
sos”Vou mostrar pr’esses cabras”, em que “cabras” – típico do 
falar de algumas localidades do Nordeste – substitui “homens” 
ou "pessoas". A resposta correta é, portanto, a alternativa C.
GL
OB
O
FI
LM
ES
Conheça o filme O 
auto da compadecida, 
produção brasileira de 
2010, dirigida por Guel 
Arraes, uma adaptação 
da peça teatral do autor 
Ariano Suassuna, que 
apresenta uma grande 
riqueza linguística.
01. Fuvest-SP
Leia a frase e responda à questão.
“Você pode dar um rolê de bike, lapidar o esti-
lo a bordo deum skate, curtir o sol tropical, levar 
sua gata para surfar.”
Considerando-se a variedade linguística que se pre-
tendeu reproduzir nessa frase, é correto afirmar que a ex-
pressão proveniente da variedade diversa é
a. “dar um rolê de bike”.
b. “lapidar o estilo”.
c. “a bordo de um skate”.
d. “curtir o sol tropical”.
e. “levar sua gata para surfar”.
Resolução
A alternativa B é a única em que se utilizou a variante-pa-
drão da língua. Nas demais, encontramos exemplos de va-
riante popular característica de grupos mais jovens de deter-
minado segmento socioeconômico da população paulistana.
APRENDER SEMPRE 33
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 Módulo 1
Cultura, linguagem e língua 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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Leia com atenção Capítulo 1 – Tópicos 1 e 2
Ex
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cí
ci
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Série branca 01 03 04 05 11 13 14 15
Série amarela 04 05 06 08 09 11 12 13
Série roxa 06 08 09 14 16 18 19 20
Foco Enem 04 08 09 10 11 14 15 18
https://coc.pear.sn/26Rw
oM
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01. UFT-TO 
 Leia a sequência de tirinhas e responda à questão.
Assinale a alternativa incorreta.
a. A expressão “rabo preso”, literalmente representada 
na primeira tirinha, compreende a ideia de estar com-
prometido ilicitamente. 
b. Na segunda tirinha, o apresentador faz uso irônico da 
palavra solidários.
c. Na sequência de tirinhas, os políticos são adjetivados 
de trapezistas, mágicos e palhaços.
d. A sequência de tirinhas intenciona modificar o com-
portamento do eleitor.
e. A sequência de tirinhas pode também vir a modificar o 
comportamento dos políticos.
02. UNIFESP
Leia a tira e responda à questão.
Está vendo este
peixe, Garfield?
Este é o último
peixe que eu
compro.
Entende o que
eu quero
dizer?
Folha de S.Paulo, 30 set. 2014. Adaptado.
Considerando-se a situação de comunicação entre Gar-
field e seu dono, a frase, em linguagem coloquial, que preen-
che o balão do último quadrinho é: 
a. Tenho de saboreá-lo bem?
b. Devo saborear a ele muito bem?
c. Convém que eu o saboreie bem?
d. Saboreá-lo-ei muito bem?
e. Eu tenho de saborear bem ele?
03. Enem 
Leia a tira e responda à questão.
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De acordo com a história em quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmar que a postura de Hagar:
a. valoriza a existência da diversidade social e de culturas e as várias representações e explicações desse universo.
b. desvaloriza a existência da diversidade social e as várias culturas e determina uma única explicação para esse universo.
c. valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de várias visões de mundo.
d. valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a visão de mundo de navegantes e não navegantes.
e. desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes.
04. Unicamp-SP C1-H3
Leia o infográfico, publicado em Planeta sustentável, e responda à questão.
Planeta sustentável
Disponível em: <planetasustentavel.abril.com.br/infográficos/#content>. Acesso em: out. 2013. Adaptado.
a. Os infográficos apresentam informações de forma sintética, utilizando imagens, cores, organização gráfica etc. Indique 
dois exemplos, do infográfico reproduzido acima, em que a informação é apresentada por meio de linguagem não verbal.
b. Considerando o veículo em que foi publicado, a revista Planeta sustentável, qual é a finalidade desse infográfico?
05. UEPA
Leia os textos e responda à questão.
Texto 1
“Já que podemos ‘traduzir’ símbolos de uma forma para outra e separar e combinar diferentes formas e níveis 
seguindo princípios gerais de coerência, é enorme a quantidade de informação simbólica que pode ser gerada.”
Texto 2
Disponível em: <http://br.images.search.yahoo.com/search/images?_adv_prop=image&fr=yfp-t-707&va=charges>. Acesso em: set. 2013.
Com base nos textos, pode-se afirmar que 
a. a imagem esclarece o sentido da mensagem, sem necessidade da informação escrita.
b. a imagem e a escrita não transmitem informações simbólicas.
c. a imagem e a escrita fomentam o sentido da mensagem.
d. a informação não se expressa por meio de diferentes linguagens.
e. a informação escrita não depende da imagem.
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06. Enem 
Leia os textos e responda à questão.
Texto 1
Folha de S.Paulo
Texto 2
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Alberto Caeiro
A tira e o fragmento do poema expressam, com linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a compreensão que te-
mos do mundo é condicionada, essencialmente
a. pelo alcance de cada cultura.
b. pela capacidade visual do observador.
c. pelo senso de humor de cada um.
d. pela idade do observador.
e. pela altura do ponto de observação.
07. Sistema COC
Podemos dizer que todo sistema de sinais, também chamados de signos, utilizado como meio de comunicação entre os 
indivíduos, é definido como linguagem. Assim, sobre as linguagens, também podemos afirmar que
a. desempenham função de codificação, estruturação e consolidação de informações e conhecimentos.
b. seu uso deve ser específico a cada mensagem, não podendo ser utilizados diferentes tipos de linguagem em uma mes-
ma mensagem/interação.
c. para transmissão de determinado sentido ou significado, devemos usar sempre a linguagem verbal.
d. são independentes de convenções sociais.
e. nem toda linguagem pode ser considerada um sistema de troca de informações, pois há linguagens individuais.
08. Fuvest-SP C8-H25
Leia o trecho de Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e responda à questão.
Todo barbeiro é tagarela, e principalmente quando tem pouco que fazer; começou portanto a puxar conver-
sa com o freguês. Foi a sua salvação e fortuna.
O navio a que o marujo pertencia viajava para a Costa e ocupava-se no comércio de negros; era um dos com-
boios que traziam fornecimento para o Valongo, e estava pronto a largar.
— Ó mestre! — disse o marujo no meio da conversa —, você também não é sangrador?
— Sim, eu também sangro...
— Pois olhe, você estava bem bom, se quisesse ir conosco... para curar a gente a bordo; morre-se ali que é 
uma praga.
— Homem, eu da cirurgia não entendo muito...
— Pois já não disse que sabe também sangrar?
— Sim...
— Então já sabe até demais.
No dia seguinte saiu o nosso homem pela barra fora: a fortuna tinha-lhe dado o meio, cumpria sabê-lo apro-
veitar; de oficial de barbeiro dava um salto mortal a médico de navio negreiro; restava unicamente saber fazer 
render a nova posição. Isso ficou por sua conta.
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Por um feliz acaso logo nos primeiros dias de via-
gem adoeceram dois marinheiros; chamou-se o mé-
dico; ele fez tudo o que sabia... sangrou os doentes, e 
em pouco tempo estavam bons, perfeitos. Com isto 
ganhou imensa reputação, e começou a ser estimado.
Chegaram com feliz viagem ao seu destino; to-
maram o seu carregamento de gente, e voltaram 
para o Rio. Graças à lanceta do nosso homem, 
nem um só negro morreu, o que muito contribuiu 
para aumentar-lhe a sólida reputação de entende-
dor do riscado.
A linguagem de cunho popular que está presente tanto 
na fala das personagens quanto no discurso do narrador está 
mais bem exemplificada em
a. “quando tem pouco que fazer”; “cumpria sabê-lo 
aproveitar”.
b. “Foi a sua salvação”; “a queo marujo pertencia”.
c. “saber fazer render a nova posição”; “Chegaram com 
feliz viagem ao seu destino”.
d. “puxar conversa”; “entendedor do riscado”.
e. “adoeceram dois marinheiros”; “sólida reputação”.
09. Enem 
Leia o fragmento de texto e responda à questão.
Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo 
na escrita, que, a depender do estrato social e do ní-
vel de escolaridade do falante, são, sem dúvida, pre-
visíveis. Ocorrem até mesmo em falantes que domi-
nam a variedade-padrão, pois, na verdade, revelam 
tendências existentes na língua em seu processo de 
mudança que não podem ser bloqueadas em nome 
de um “ideal linguístico” que estaria representado 
pelas regras da gramática normativa. Usos como ter 
por haver em construções existenciais (tem muitos 
livros na estante), o do pronome objeto na posição 
de sujeito (para mim fazer o trabalho), a não concor-
dância das passivas com se (aluga-se casas) são in-
dícios da existência, não de uma norma única, mas 
de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma 
vez, norma como conjunto de hábitos linguísticos, 
sem implicação de juízo de valor.
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. 
(orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007.
Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da 
multiplicidade do discurso, verifica-se que
a. estudantes que não conhecem as diferenças entre 
língua escrita e língua falada empregam, indistinta-
mente, usos aceitos na conversa com amigos quando 
vão elaborar um texto escrito.
b. falantes que dominam a variedade-padrão do por-
tuguês do Brasil demonstram usos que confirmam 
a diferença entre a norma idealizada e a efetiva-
mente praticada, mesmo por falantes mais esco-
larizados.
c. moradores de diversas regiões do país que enfren-
tam dificuldades ao se expressar na escrita revelam a 
constante modificação das regras de emprego de pro-
nomes e os casos especiais de concordância.
d. pessoas que se julgam no direito de contrariar a gra-
mática ensinada na escola gostam de apresentar 
usos não aceitos socialmente para esconderem seu 
desconhecimento da norma-padrão.
e. usuários que desvendam os mistérios e sutilezas 
da língua portuguesa empregam formas do verbo ter 
quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo 
haver, contrariando as regras gramaticais.
10. Fuvest-SP 
Leia o trecho de uma entrevista concedida pelo ex-minis-
tro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, e respon-
da à questão.
Entrevistador: O protagonismo do STF dos 
últimos tempos tem usurpado as funções do Con-
gresso? 
Entrevistado: Temos uma Constituição muito 
boa, mas excessivamente detalhista, com um nú-
mero imenso de dispositivos e, por isso, suscetível 
a fomentar interpretações e toda sorte de litígios. 
Também temos um sistema de jurisdição constitu-
cional, talvez único no mundo, com um rol enorme 
de agentes e instituições dotadas da prerrogativa ou 
de competência para trazer questões ao Supremo. É 
um leque considerável de interesses, de visões, que 
acaba causando a intervenção do STF nas mais di-
versas questões, nas mais diferentes áreas, inclusive 
dando margem a esse tipo de acusação. Nossas de-
cisões não deveriam passar de duzentas, trezentas 
por ano. Hoje, são analisados cinquenta mil, sessen-
ta mil processos. É uma insanidade. 
Veja, 15 jun. 2011.
No trecho “dotadas da prerrogativa ou de competência”, 
a presença de artigo antes do primeiro substantivo e a sua 
ausência antes do segundo fazem com que o sentido de cada 
um desses substantivos seja, respectivamente,
a. figurado e próprio.
b. abstrato e concreto.
c. específico e genérico.
d. técnico e comum.
e. lato e estrito.
Leia o texto e responda às questões 11 e 12.
O “pobrema” é nosso
Segundo Eliana Marquez Fonseca Fernandes, 
professora de Língua Portuguesa da Faculdade de 
Letras da Universidade Federal de Goiás, em se tra-
tando de linguagem, não se pode falar em erro ou 
acerto, mas desvios à norma padrão. “O importan-
te é estabelecer a comunicação. Para isso, usamos 
a língua em vários níveis, desde o supercuidado ou 
formal até o não cuidado ou não formal.”
“A gramática tradicional diz que, quando se fala 
‘nóis vai, nóis foi’, isso não é português. Mas é sim. 
Em outro nível. Estudos mais recentes na área di-
zem que tais formas de expressão são corretas. 
Censurar ou debochar de quem faz uso delas é dis-
criminação linguística.”
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Para a professora, o domínio da norma culta não 
deve ser exigido da população de modo geral, prin-
cipalmente de pessoas que têm baixo grau de esco-
laridade. “Quem tem obrigação de saber o português 
formal, falar e escrever de acordo com as regras são 
os professores, os jornalistas, os acadêmicos”, diz.
Diário da manhã, Goiânia, 5 maio 2004. Adaptado.
11. UNIFESP C8-H26
O texto expõe pontos de vista diferentes sobre a concep-
ção de língua e de seu uso.
a. Explique o ponto de vista da professora Eliana e da 
gramática tradicional, conforme apresentados.
b. A professora Eliana afirma que censurar ou debochar 
de quem faz uso de formas não padrão é discrimina-
ção linguística. Todavia, em sua fala, pode-se entrever 
certa discriminação linguística. Transcreva o trecho 
em que isso ocorre e explique por quê.
12. UNIFESP
O texto discute a questão da língua em sua função comu-
nicativa, contrapondo usos mais informais a usos formais.
a. “A gente sabe que tem gente que escorrega no portu-
guês”. Indique em que nível de linguagem está a frase 
e justifique sua resposta.
b. Reescreva a frase em duas versões: uma informal e 
outra formal.
13. UFF-RJ
Leia a charge e faça o que se pede.
 É, Gabriel! Depois que
 engatam uma conversa não
há quem faça elas pararem...
 Ora, ...elas quem?!!
 Ela e as minhas
 outras costelas...
A charge pode dialogar com outros textos (verbais ou não ver-
bais), criando novos significados, por meio da da intertextualidade.
a. Identifique o texto que circula em nossa cultura e que 
serve de base à intertextualidade com a charge.
b. Nomeie dois elementos da linguagem não verbal que 
sejam exemplos dessa intertextualidade.
c. Retire dois elementos da linguagem verbal que tam-
bém sejam exemplos dessa intertextualidade.
d. Identifique, pelo contexto, a referência para o prono-
me pessoal ela.
14. UFG-GO C8-H25
Leia o texto e responda à questão.
Ninguém aí do poder em Brasília manja de mar-
xismo e semiologia. Fala-se na necessidade de elimi-
nar a herança feagaceana (que, aliás, não é maldita, 
é sinistra), mas não da ruptura linguística com essa 
herança, ou seja, o PT reproduz a mesma linguagem 
feia e inestética do PSDB.
“Custo Brasil” é de matar!
A “flexibilização laboral” designa desemprego. 
Carteira de trabalho é luxo. Se a polícia der uma blitz 
e pedir carteira de trabalho, 40 por cento da popula-
ção vai em cana.
A linguagem revela a ideologia e governa os ho-
mens. Prova é que nunca até hoje existiu político mudo. 
Ao contrário, político é falastrão, fala qualquer coisa, 
fala pelos cotovelos. Não é senão por isso que o enig-
mático ministro José Dirceu prestigia no Paraná o co-
mediante Ratinho, cujo gogó midiático agrada aos ou-
vidos da plebe boçalizada que não frequentou os Cieps.
VASCONCELLOS, Gilberto F. O Richelieu do Ratinho e a herança linguística 
tucana. Caros amigos. São Paulo: Casa Amarela, n. 61, jul. 2003.
Considerando a variedade linguística do texto, tem-se que
a. o uso do verbo manjar, em “manja de marxismo e se-
miologia”, denota apropriação de termo exclusivo de 
grupo social estigmatizado.
b. a expressão “herança feagaceana” é um empréstimo 
linguístico que significa o conjunto da política social 
empreendida pelo ex-presidente FHC.
c. a expressão “em cana”, em “40 por cento da popula-
ção vai em cana”, é uma variedade regional, emprega-
da com sentidopejorativo.
d. a expressão “gogó midiático” é um exemplo de que 
o autor, no seu raciocínio, combina registro coloquial 
com registro formal.
e. a palavra blitz é um neologismo, consolidado no portu-
guês, que integra o léxico ativo de segmentos sociais 
marginalizados.
15. Unicamp-SP
Você habitualmente usa e reconhece vários níveis de 
linguagem, associados a diferentes falantes, estilos ou con-
textos. Você sabe também que às vezes o falante utiliza um 
estilo que não é o seu, para produzir efeitos específicos, que 
é o que faz o maestro Júlio Medaglia na carta a seguir.
Massa!
“Pô Erundina, massa! Agora que o maneiro Cazu-
za virou nome num pedaço aqui na Sampa, quem 
sabe tu te anima e acha aí um point pra botá o nome 
de Magdalena Tagliaferro, Cláudio Santoro, Jaques 
Klein, Edoardo de Guarnieri, Guiomar Novaes, João 
de Souza Lima, Armando Belardi e Radamés Gnat-
tali. Esses caras não foi cruner de banda a la ‘Troglo
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ditas do Sucesso’, mas se a tua moçada não manjar 
quem eles foi dá um look aí na Enciclopédia Britâ-
nica ou no Groves International e tu vai sacá que o 
astral do século 20 musical deve muito a eles.”
Júlio Medaglia, di-jei do Teatro Municipal do Rio 
de Janeiro (São Paulo, SP)
Painel do leitor, Folha de S. Paulo, 4 out. 1990.
a. Que grupo social pode ser identificado por este estilo? 
Transcreva as marcas linguísticas características des-
se grupo, presentes no texto.
b. Em que campo da cultura deram contribuição impor-
tante os nomes mencionados na carta e que passa-
gem(ns) do texto permite(m) afirmar isso?
c. O texto contém uma crítica implícita. Qual é e a quem 
é dirigida?
16. Sistema COC
Leia o texto e responda à questão.
O menino Kaspar Hauser apareceu pela primeira 
vez numa praça de Nuremberg, em maio de 1828. 
Era um estranho: ninguém sabia quem era ou de 
onde vinha. Trazia uma carta de apresentação anô-
nima para o capitão da cavalaria local, contando que 
fora criado sem nenhum contato humano, em um 
porão, desde o nascimento até aquela idade (pro-
vavelmente 15 ou 16 anos) e pedindo que fizessem 
dele um cavaleiro, como fora seu pai.
Ficou-se sabendo mais tarde (quando K. Hauser 
aprendeu a falar) que uma pessoa, que ele não co-
nheceu, tratava dele enquanto esteve isolado, dei-
xando-lhe alimentos enquanto ele dormia.
Acolhido na casa de um professor que se ocupou 
de iniciar sua socialização, foi assassinado em 1833 
(o filme de Werner Herzog sugere que K. Hauser foi 
assassinado pelo próprio pai).
Quando apareceu em Nuremberg, o garoto não 
entendia nada do que lhe diziam; sabia falar apenas 
uma frase: “Quero ser cavaleiro.” e não sabia andar 
direito. Parecia um menino dentro de um corpo ado-
lescente. Seu comportamento estranho para os pa-
drões socioculturais causava um misto de espanto 
e interesse. Era visto como um “garoto selvagem”, 
apesar de demonstrar ser dócil, simples e gentil. 
Possuía algumas habilidades peculiares interessan-
tes, descritas tanto no filme de Herzog quanto na 
obra de Masson: conseguia enxergar muito longe, 
no escuro, e sabia tratar os animais, principalmente 
os pássaros. Ao mesmo tempo tinha medo de ga-
linhas e fugia delas aterrorizado. Numa das cenas, 
atraído pela chama de uma vela, coloca seu dedo no 
fogo e, ao sentir dor, aprende que a chama queima.
SABOYA, Maria Clara Lopes. O enigma de Kaspar Hauser (1812-
1833): uma abordagem psicossocial. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?pid=s0103-65642001000200007&script=sci_
arttextt>. Acesso em: ago. 2015. Adaptado.
Com base no texto e em seu conhecimento do assunto, 
considere as afirmações sobre linguagem e assinale a alter-
nativa correta.
I. Não é natural nem inata, mas social.
II. Todo homem nasce apto a comunicar-se; a linguagem 
é, portanto, biológica.
III. Permite ao homem concretizar e transmitir suas ideias 
e seus pensamentos.
IV. Não interfere no progresso humano.
a. Somente I e III estão corretas.
b. Somente I está correta.
c. Somente II está correta.
d. Somente III está correta.
e. Somente II e IV estão corretas.
17. Enem 
Leia o fragmento de Romanceiro da Inconfidência, de Ce-
cília Meireles, e responda à questão.
Ai, palavras, ai, palavras
Que estranha potência a vossa!
Todo o sentido da vida
Principia a vossa porta:
O mel do amor cristaliza
Seu perfume em vossa rosa;
Sois o sonho e sois a audácia,
Calúnia, fúria, derrota...
A liberdade das almas,
ai! Com letras se elabora...
e dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil, como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mi-
neira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla 
sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem. Com 
relação a esse tema, assinale a alternativa correta.
a. A força e a resistência humanas superam os danos 
provocados pelo poder corrosivo das palavras.
b. As relações humanas, em suas múltiplas esferas, 
têm seu equilíbrio vinculado aos significados das 
palavras.
c. O significado dos nomes não expressa de forma justa 
e completa a grandeza da luta do homem pela vida.
d. Renovando o significado das palavras, o tempo 
permite às gerações perpetuar seus valores e 
suas crenças.
e. Como produto da criatividade humana, a linguagem 
tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos.
18. Sistema COC
Considere as afirmações, marque V para verdadeiro, F 
para falso e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Pode-se afirmar que existe uma íntima relação entre 
língua e cultura, já que uma depende da outra.
( ) A língua portuguesa só pode ser vista como uma he-
rança pronta por tratar-se de um produto histórico-
social, fruto de seus usuários, os brasileiros.
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( ) Variantes linguísticas são formas de expressão ad-
mitidas na língua como alternativas de outras, com o 
mesmo valor e função.
( ) A língua varia no tempo, no espaço, nas classes 
sociais, no âmbito profissional e entre as faixas 
etárias.
( ) Cada situação, cada lugar, cada meio, cada interlocu-
tor, todos esses elementos são variáveis que levam 
ao uso diferenciado da língua; é por isso que pode-
mos afirmar que variantes linguísticas existem ape-
nas no Brasil rural.
( ) A função da língua é ser expressão da cultura, permi-
tindo a comunicação social.
a. F – F – F – V – F – V
b. V – F – V – F – V – F
c. V – V – V – F – F – V
d. V – V – V – V – F – F
e. V – F – V – V – F – V
19. Enem 
Leia o texto de Zuenir Ventura e responda à questão.
Uma tuiteratura?
As novidades sobre o Twitter já não cabem em 
140 toques. Informações vindas dos EUA dão conta 
de que a marca de 100 milhões de adeptos acaba de 
ser alcançada e que a biblioteca do Congresso, um dos 
principais templos da palavra impressa, vai guardar 
em seu arquivo todos os tweets, ou seja, as mensa-
gens do microblog. No Brasil, o fenômeno não chega 
a tanto, mas já somos o segundo país com o maior 
número de tuiteiros. Também aqui o Twitter está sen-
do aceito em territórios antes exclusivos do papel. A 
própria Academia Brasileira de Letras abriu um con-
curso de microcontos para textos com apenas 140 ca-
racteres. Também se fala das possibilidades literárias 
desse meio que se caracteriza pela concisão. Já há até 
um neologismo, “tuiteratura”, para indicar os “enun-
ciados telegráficos com criações originais, citações ou 
resumos de obras impressas”. Por ora, pergunto como 
se estivesse tuitando: querer fazer literatura com pala-
vras de menos não é pretensão demais?
O Globo. 17 abr. 2010. Adaptado.
As novas tecnologias estão presentes na sociedade 
moderna, transformando a comunicação por meio de ino-vadoras linguagens. O texto mostra que o Twitter tem sido 
acessado por um número cada vez maior de internautas e 
já se insere até na literatura. Nesse contexto de inovações 
linguísticas, a linguagem do Twitter apresenta como carac-
terística relevante
a. a concisão relativa ao texto ao adotar como regra o uso 
de uma quantidade predefinida de toques.
b. a frequência de neologismos criados com a finalidade 
de tornar a mensagem mais popular.
c. o uso de expressões exclusivas da nova forma literá-
ria para substituir palavras usuais do português.
d. o emprego de palavras pouco usuais no dia a dia para 
reafirmar a originalidade e o espírito crítico dos usuá-
rios desse tipo de rede social.
e. o uso de palavras e expressões próprias da mídia ele-
trônica para restringir a participação de usuários.
20. Sistema COC
Leia o texto e responda à questão.
Código virtual
A linguagem dos chats não é tão absurda quanto pare-
ce, desde que seja usada na hora e no lugar certo
Para a geração que cresceu em frente ao com-
putador, escrever por códigos é tão natural quanto 
falar. Abreviações como vc (você) e pq (porque) são 
usadas dezenas de vezes enquanto os internautas 
batem papo.
As abreviações assustam os puristas do idioma. 
E até entre os viciados em Internet há quem abo-
mine esse linguajar. Um grupo de fóruns PCs, uma 
comunidade de discussão virtual, lançou a campa-
nha “Eu sei escrever”, a fim de moralizar a língua 
portuguesa. A turma tem uma comunidade no Or-
kut destinada a combater o que ela chama de “anal-
fabetismo virtual”.
O teor do enunciado contido no subtítulo do texto está 
corretamente apontado em qual das alternativas?
a. Admite de modo irrestrito o uso de abreviações.
b. Combate veementemente o uso de abreviações.
c. É neutro quanto ao uso de abreviações.
d. Admite o uso contextualizado de abreviações.
e. Nega a existência do uso de abreviações.
Veja o gabarito desses exercícios propostos na página 173.
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 Módulo 2
Variantes linguísticas 
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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Leia com atenção Capítulo 1 – Tópico 1
Ex
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Série branca 21 23 24 25 26 28 30 31
Série amarela 24 25 26 27 28 31 32 35
Série roxa 26 28 30 34 36 37 38 39
Foco Enem 24 28 29 30 31 34 35 38
Leia a tira e responda às questões 21 e 22.
DJOTA. Só dando gizada. Corrreio popular, Campinas, 12 ago. 2003.
https://coc.pear.sn/InBIRw
Z
21. UFTM-MG 
Considere as afirmações e assinale a alternativa correta.
I. Pode-se identificar, no último quadrinho, a fala de um 
nordestino, exemplo de variedade linguística regional.
II. É apresentada uma visão estereotipada de uma 
fala que suprime, quase sempre, as sílabas finais 
das palavras.
III. A fala no último quadrinho retoma o exemplo dado no 
primeiro quadrinho, tornando-se mais inteligível.
IV. O produtor da tira usou seu conhecimento das varie-
dades linguísticas existentes entre as regiões do país 
para produzir efeitos de humor.
a. Somente I, II e III estão corretas.
b. Somente II, III e IV estão corretas.
c. Somente I, III e IV estão corretas.
d. Somente II e IV estão corretas.
e. I, II, III e IV estão corretas.
22. UFTM-MG 
A tira exemplifica o uso de variedades linguísticas. Sobre va-
riedades e registros de linguagem, assinale a afirmativa incorreta.
a. Preconceito linguístico é o julgamento negativo dos fa-
lantes em função da variedade linguística que utilizam.
b. A maior ou menor proximidade entre os falantes faz 
com que usem variedades mais ou menos formais, 
denominadas registros de linguagem.
c. Diferenças significativas nos aspectos fonológicos e 
morfossintáticos da língua marcam as variedades so-
ciais, seja devido à escolaridade, à faixa etária, ao sexo.
d. Norma culta ou padrão é a denominação dada à va-
riedade linguística dos membros da classe social de 
maior prestígio, que deve ser utilizada por todos da 
mesma comunidade.
e. Gíria ou jargão é uma forma de linguagem baseada em 
vocabulário criado por um grupo social e serve de em-
blema para os membros do grupo, distinguindo-os dos 
demais falantes da língua.
23. Enem 
Leia o texto e responda à questão.
Entrevista com Marcos Bagno
Pode parecer inacreditável, mas muitas das pres-
crições da pedagogia tradicional da língua até hoje 
se baseiam nos usos que os escritores portugueses 
do século XIX faziam da língua. Se tantas pessoas 
condenam, por exemplo, o uso do verbo “ter” no lu-
gar do verbo “haver”, como em “hoje tem feijoada”, 
é simplesmente porque os portugueses, em dado 
momento da história de sua língua, deixaram de fa-
zer esse uso existencial do verbo “ter”. 
No entanto, temos registros escritos da época 
medieval em que aparecem centenas desses usos. 
Se nós, brasileiros, assim como os falantes africanos 
de português, usamos até hoje o verbo “ter” como 
existencial é porque recebemos esses usos de nos-
sos ex-colonizadores. Não faz sentido imaginar que 
brasileiros, angolanos e moçambicanos decidiram se 
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juntar para “errar” na mesma coisa. E assim acon-
tece com muitas outras coisas: regências verbais, 
colocação pronominal, concordâncias nominais e 
verbais etc. Temos uma língua própria, mas ainda 
somos obrigados a seguir uma gramática normativa 
de outra língua diferente. Às vésperas de comemo-
rarmos nosso bicentenário de independência, não 
faz sentido continuar rejeitando o que é nosso para 
só aceitar o que vem de fora. 
Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões 
de brasileiros para só considerar certo o que é usado 
por menos de dez milhões de portugueses. Só na ci-
dade de São Paulo temos mais falantes de português 
que em toda a Europa!
Informativo Parábola Editorial, s/d. 
Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísti-
cas coloquiais e faz uso da norma padrão em toda a extensão 
do texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que ele
a. adapta o nível de linguagem à situação comunicativa, 
uma vez que o gênero entrevista requer o uso da nor-
ma padrão.
b. apresenta argumentos carentes de comprovação 
científica e, por isso, defende um ponto de vista difícil 
de ser verificado na materialidade do texto.
c. propõe que o padrão normativo deve ser usado 
por falantes escolarizados como ele, enquanto a 
norma coloquial deve ser usada por falantes não 
escolarizados.
d. acredita que a língua genuinamente brasileira está em 
construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidia-
no a gramática normativa do português europeu.
e. defende que a quantidade de falantes do português 
brasileiro ainda é insuficiente para acabar com a he-
gemonia do antigo colonizador.
Leia o texto e responda às questões 24 e 25.
Todas as variedades linguísticas são estrutura-
das, e correspondem a sistemas e subsistemas ade-
quados às necessidades de seus usuários. Mas o fato 
de estar a língua fortemente ligada à estrutura social 
e aos sistemas de valores da sociedade conduz a 
uma avaliação distinta das características das suas 
diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. 
A língua-padrão, por exemplo, embora seja uma en-
tre as muitas variedades de um idioma, é sempre a 
mais prestigiosa, porque atua como modelo, como 
norma, como ideal linguístico de uma comunidade. 
Do valor normativo decorre a sua função coercitiva 
sobre as outras variedades, com o que se torna uma 
ponderável força contrária à variação.
Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.
24. Fuvest-SP C8-H25
Depreende-se do texto que uma determinada língua é um
a. conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais 
uma alcança maior valor social e passa a ser conside-
rada exemplar.
b. sistema de signos estruturado segundo as normas 
instituídas pelogrupo de maior prestígio social.
c. conjunto de variedades linguísticas cuja proliferação 
é vedada pela norma culta.
d. complexo de sistemas e subsistemas cujo funciona-
mento é prejudicado pela heterogeneidade social.
e. conjunto de modalidades linguísticas, dentre as quais 
algumas são dotadas de normas e outras não o são.
25. Fuvest-SP
De acordo com o texto, em relação às demais variedades 
do idioma, a língua-padrão se comporta de modo
a. inovador.
b. restritivo.
c. transigente.
d. neutro.
e. aleatório.
26. Enem 
Leia o fragmento de texto de Rubem Alves e responda 
à questão.
Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles mui-
to sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por 
alguns anos ele sistematicamente me enviava missi-
vas eruditas com precisas informações sobre as re-
gras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a 
grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo 
sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num 
desses meus badulaques. Acontece que eu, acostu-
mado a conversar com a gente das Minas Gerais, fa-
lei em “varreção” – do verbo “varrer”. De fato, trata-
-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me 
valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino 
da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um 
xerox da página 827 do dicionário, aquela que tem, 
no topo, a fotografia de uma “varroa” (sic!) (você não 
sabe o que é uma “varroa”?) para corrigir-me do meu 
erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” 
e não “varreção”. Mas estou com medo de que os 
mineiros da roça façam troça de mim porque nun-
ca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim 
não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página 
do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para 
eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. 
E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala 
“varreção” quando não “barreção”. O que me dei-
xa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha 
dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se 
é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, 
mas reclama sempre que o prato está rachado.
De acordo com o texto, após receber a carta de um amigo 
“que se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do 
dicionário” sinalizando um erro de grafia, o autor reconhece
a. a supremacia das formas da língua em relação ao seu 
conteúdo.
b. a necessidade da norma padrão em situações formais 
de comunicação escrita.
c. a obrigatoriedade da norma culta da língua, para a ga-
rantia de uma comunicação efetiva.
d. a importância da variedade culta da língua, para a pre-
servação da identidade cultural de um povo.
e. a necessidade do dicionário como guia de adequação 
linguística em contextos informais privados.
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27. Sistema COC
Leia o texto, observe os termos destacados e responda 
à questão.
Partilho com a imensa maioria dos meus compa-
triotas o mau hábito de deixar para amanhã o que 
podemos fazer hoje, em que nos viciamos ainda ca-
traios (pagando com pingas nas cuecas o pecado 
de deixar para a última a ida à casa de banho) e 
depois transportamos pela vida fora, estudando só 
nas vésperas dos exames e fazendo noitadas para 
cumprir os prazos.
Disponível em: <http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_
id=2023195&opiniao=Jorge%20Fiel>. Acesso em: out. 2011.
Vocabulário
Catraios: criança
Pingas: pingos
Casa de banho: banheiro
Com base na leitura do excerto apresentado, inferimos 
tratar-se de uma variante linguística que denota, sobretudo 
nos termos sublinhados e na sintaxe
a. nacionalidade portuguesa.
b. baixa escolaridade.
c. nacionalidade brasileira.
d. atividade profissional ligada à economia.
e. faixa etária jovem.
28. UFG-GO C8-H26
Leia o texto e responda à questão.
Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá
— Fío, fais um zoio de boi lá fora pra nois.
O menino saiu do rancho com um baixeiro na ca-
beça, e no terreiro, debaixo da chuva miúda e conti-
nuada, enfincou o calcanhar na lama, rodou sobre ele o 
pé, riscando com o dedão uma circunferência no chão 
mole – outra e mais outra. Três círculos entrelaçados, 
cujos centros formavam um triângulo equilátero.
Isto era simpatia para fazer estiar. E o menino voltou:
— Pronto, vó.
TELLES, Gilberto Mendonça (Org.). Os melhores contos 
de Bernardo Élis. São Paulo: Global, 2001.
Quanto às modalidades de uso da língua, pode-se obser-
var, no trecho apresentado
a. o preconceito linguístico do autor contra as pessoas 
menos escolarizadas.
b. o exemplo de um falar errado e desprovido de regras.
c. a diferença entre o falar rural e a escrita padrão culta.
d. a manutenção de traços da escrita arcaica favorecida 
pela temática do texto.
e. o predomínio de traços da fala rural na voz do narrador.
29. Enem 
Leia o texto e responda à questão.
Embora particularidades na produção media-
da pela tecnologia aproximem a escrita da ora-
lidade, isso não significa que as pessoas estejam 
escrevendo errado. Muitos buscam, tão somente, 
adaptar o uso da linguagem ao suporte utilizado: 
“O contexto é que define o registro de língua. Se 
existe um limite de espaço, naturalmente, o sujei-
to irá usar mais abreviaturas, como faria no papel”, 
afirma um professor do Departamento de Lingua-
gem e Tecnologia do Cefet-MG. Da mesma forma, é 
preciso considerar a capacidade do destinatário de 
interpretar corretamente a mensagem emitida. No 
entendimento do pesquisador, a escola, às vezes, 
insiste em ensinar um registro utilizado apenas em 
contextos específicos, o que acaba por desestimular 
o aluno, que não vê sentido em empregar tal mo-
delo em outras situações. Independentemente dos 
aparatos tecnológicos da atualidade, o emprego so-
cial da língua revela-se muito mais significativo do 
que seu uso escolar, conforme ressalta a diretora de 
Divulgação Científica da UFMG: “A dinâmica da lín-
gua oral é sempre presente. Não falamos ou escre-
vemos da mesma forma que nossos avós”. Some-se 
a isso o fato de os jovens se revelarem os principais 
usuários das novas tecnologias, por meio das quais 
conseguem se comunicar com facilidade. A profes-
sora ressalta, porém, que as pessoas precisam ter 
discernimento quanto às distintas situações, a fim 
de dominar outros códigos.
SILVA JR., M. G.; FONSECA. V. Revista Minas Faz 
Ciência, n. 51, set.-nov. 2012. Adaptado.
Na esteira do desenvolvimento das tecnologias de infor-
mação e de comunicação, usos particulares da escrita foram 
surgindo. Diante dessa nova realidade, segundo o texto, cabe 
à escola levar o aluno a
a. interagir por meio da linguagem formal no contexto digital.
b. buscar alternativas para estabelecer melhores conta-
tos on-line.
c. adotar o uso de uma mesma norma nos diferentes su-
portes tecnológicos.
d. desenvolver habilidades para compreender os textos 
postados na web.
e. perceber as especificidades das linguagens em dife-
rentes ambientes digitais.
30. UNIFESP 
Leia o texto de Lima Barreto e responda à questão.
Quase doutor
A nossa instrução pública cada vez que é refor-
mada, reserva para o observador surpresas admirá-
veis. Não há oito dias, fui apresentado a um moço, aí 
dos seus vinte e poucos anos, bem-posto em roupas, 
anéis, gravatas, bengalas etc. O meu amigo Seráfico 
Falcote, estudante, disse-me o amigo comum que 
nos pôs em relações mútuas.
O Senhor Falcote logo nos convidou a tomar 
qualquer coisa e fomos os três a uma confeitaria. Ao 
sentar-se, assim falou o anfitrião:
— Caxero traz aí quarqué cosa de bebê e comê.
Pensei de mim para mim: esse moço foi criado 
na roça, por isso adquiriu esse modo feio de falar. 
Vieram as bebidas e ele disse ao nosso amigo:
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— Não sabe Cunugunde: o veio tá i.
O nosso amigo comum respondeu:
— Deves então andarbem de dinheiros.
— Quá ele tá i nós não arranja nada. Quando 
escrevo é aquela certeza. De boca, não se cava... O 
veio óia, oia e dá o fora.
[...]
Esse estudante era a coisa mais preciosa que ti-
nha encontrado na minha vida. Como era ilustrado! 
Como falava bem! Que magnífico deputado não iria 
dar? Um figurão para o partido da Rapadura.
O nosso amigo indagou dele em certo momento:
— Quando te formas?
— No ano que vem.
Caí das nuvens. Este homem já tinha passado 
tantos exames e falava daquela forma e tinha tão 
firmes conhecimentos!
O nosso amigo indagou ainda:
— Tens tido boas notas?
— Tudo. Espero tirá a medaia.
a. Tendo em vista o conceito contemporâneo de va-
riação linguística, que ensina a considerar de ma-
neira equânime as diferentes formas do discurso, 
avalie a atitude do narrador em relação à persona-
gem Falcote, expressa na seguinte frase: “... esse 
moço foi criado na roça, por isso adquiriu esse 
modo feio de falar.”.
b. Reescreva na norma-padrão o trecho “Caxero traz aí 
quarqué cosa de bebê e comê.” e em seguida transcre-
va um trecho da crônica em que se manifesta a atitude 
irônica do narrador.
31. UFSC C5-H15
Leia as citações e responda à questão.
“Mas muito lhe será perdoado, à TV, pela sua aju-
da aos doentes, aos velhos, aos solitários.”
BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de 
Janeiro/São Paulo: Editora Record, 2004.
“Sinhô e Sinhá num mêis ou dois mêis se há 
de casá!”
LIMA, Jorge de. Novos poemas. Rio de Janeiro: 
Lacerda Editores, 1997.
“... eu osvi falá que os bugre ero uns bicho brabo...”
CASCAES, Franklin. O fantástico na Ilha de Santa 
Catarina. Florianópolis: Editora da UFSC, 2004.
“—... morreu segunda que passou de uma ane-
mia nos rim...”
MACHADO, A. de A. Brás, Bexiga e Barra Funda. 
São Paulo: Editora Martin Claret, 2004.
Levando em conta as diferentes formas linguísticas utili-
zadas pelos autores na composição de suas obras, comente 
sobre a linguagem usada como recurso na construção dos 
textos. Para tanto, considere as duas proposições a seguir
a. variação linguística versus erro linguístico;
b. funções da linguagem na literatura.
32. Fuvest-SP 
Leia o texto de Maria Alice Rezende de Carvalho e respon-
da à questão.
Cidadania e direitos
Na mídia em geral, nos discursos, em mensagens 
publicitárias, na fala de diferentes atores sociais, en-
fim, nos diversos contextos em que a comunicação 
se faz presente, deparamo-nos repetidas vezes com a 
palavra cidadania. Esse largo uso, porém, não torna 
seu significado evidente. Ao contrário, o fato de ad-
mitir vários empregos deprecia seu valor conceitual, 
isto é, sua capacidade de nos fazer compreender certa 
ordem de eventos. Assim, pode-se dizer que, contem-
poraneamente, a palavra cidadania atende bastante 
bem a um dos usos possíveis da linguagem, a comu-
nicação, mas caminha em sentido inverso quando se 
trata da cognição, do uso cognitivo da linguagem. Por 
que, então, a palavra cidadania é constantemente 
evocada, se o seu significado é tão pouco esclarecido?
a. Segundo o texto, em que consistem o uso comunica-
tivo e o “uso cognitivo” da linguagem? Explique resu-
midamente.
b. Responda sucintamente à pergunta que encerra o 
texto: “Por que, então, a palavra cidadania é constan-
temente evocada, se o seu significado é tão pouco 
esclarecido?”
33. UFMG 
Leia os fragmentos de textos, que tratam da aprovação 
pelo MEC do livro Por uma vida melhor e discutem questões re-
lacionadas ao ensino da língua materna, e responda à questão.
Texto 1
Falando errado
Morro e não consigo ver tudo. Na quadra da vida 
em que nos encontramos, esta expressão popular 
se torna latente. O Ministério da Educação aprova 
o uso do livro Por uma vida melhor, da “Coleção Vi-
ver, Aprender”, cujo conteúdo ensina o aluno a falar 
errado. É isso mesmo! A justificativa tem uma certa 
pompa ao criar um novo apêndice linguístico, quan-
do fundamenta que o aluno do ensino fundamental 
deve aprender a usar a “norma popular da língua 
portuguesa”. Os autores da obra defendem o uso da 
“língua popular” afirmando que a “norma culta não 
leva em consideração a chamada língua viva”. Ora, 
ora! Temos, aí, tempos revolucionários, que implicam 
novas regras na comunicação e expressão. Há poucas 
semanas foi o surgimento de projeto de lei que de-
termina a extinção de palavras estrangeiras em escri-
tas oficiais e em publicidades. Agora, em documen-
to oficial – um livro aceito pelo MEC –, escreve-se 
errado para ensinar a falar errado. Assim sendo, não 
poderemos criticar a [...] a quantidade de lastimáveis 
programas no horário nobre da televisão e outras bar-
baridades perpetradas à cultura brasileira.
SANTOS, Milton. Jornal do comércio, 17 maio 2011. Disponível em: <http://
jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=62332>. Acesso em: jun. 2011.
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Texto 2
Polêmica ou ignorância?
Discussão sobre livro didático só revela 
ignorância da grande imprensa
Polêmica? Por que polêmica, meus senhores e 
minhas senhoras? Já faz mais de quinze anos que os 
livros didáticos de língua portuguesa disponíveis no 
mercado e avaliados e aprovados pelo Ministério da 
Educação abordam o tema da variação linguística e 
de seu tratamento em sala de aula. [...]
Já no governo FHC, sob a gestão do ministro 
Paulo Renato, os livros didáticos de português ava-
liados pelo MEC começavam a abordar os fenô-
menos da variação linguística, o caráter inevitavel-
mente heterogêneo de qualquer língua viva falada 
no mundo, a mudança irreprimível que transfor-
mou, tem transformado, transforma e transforma-
rá qualquer idioma usado por uma comunidade 
humana. Somente com uma abordagem assim as 
alunas e os alunos provenientes das chamadas 
“classes populares” poderão se reconhecer no ma-
terial didático e não se sentir alvo de zombaria e 
preconceito [...]
Nenhum linguista sério, brasileiro ou estrangeiro, 
jamais disse ou escreveu que os estudantes usuá-
rios de variedades linguísticas mais distantes das 
normas urbanas de prestígio deveriam permanecer 
ali, fechados em sua comunidade, em sua cultura e 
em sua língua. O que esses profissionais vêm ten-
tando fazer as pessoas entenderem é que defender 
uma coisa não significa automaticamente combater 
a outra. Defender o respeito à variedade linguística 
dos estudantes não significa que não cabe à esco-
la introduzi-los ao mundo da cultura letrada e aos 
discursos que ela aciona. Cabe à escola ensinar aos 
alunos o que eles não sabem! Parece óbvio, mas é 
preciso repetir isso a todo momento.
O mais divertido (para mim, pelo menos, talvez 
por um pouco de masoquismo) é ver os mesmos 
defensores da suposta “língua certa”, no exato 
momento em que a defendem, empregar regras 
linguísticas que a tradição normativa que eles 
acham que defendem rejeitaria imediatamente. 
Pois ontem, vendo o Jornal das Dez, da Globo-
News, ouvi da boca do sr. Carlos Monforte essa 
deliciosa pergunta: “Como é que fica então as 
concordâncias?”. Ora, sr. Monforte, eu lhe devol-
vo a pergunta: “E as concordâncias, como é que 
ficam então?
Marcos Bagno. Disponível em: <http://marcosbagno.com.
br/site/?page_id=745>. Acesso em: jun. 2011.
a. Explicite o ponto de vista defendido em cada texto e 
cite argumentos que os autores mobilizam para de-
fender sua posição.
b. No final do texto 2, o autor cita a fala de um jornalista 
como exemplo que contraria a gramática normativa. 
Identifique a regra gramatical a que se refere o autor 
e explique por que ela não foi respeitada na fala do 
jornalista citado.
c. Reescreva a frase do jornalista, de modo a adequá-la à 
norma do português padrão.
d. Explique por que o autor do texto qualifica a situação 
de emprego da frase do jornalista como “divertida”.
34. Sistema COC C8-H27
Leia o fragmento de texto e responda à questão.
Não há Português certo e errado: todas as varie-
dades são igualmenteeficazes em termos de comu-
nicação, nas situações em que são de uso esperado 
e apropriado. O que há na verdade são modalidades 
de prestígio e modalidades desprestigiadas em fun-
ção do grupo social que as utiliza.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o 
ensino de gramática no 1o e 2o graus. São Paulo: Cortez, 1996.
Mantendo o sentido original do texto, o fragmento “Não há 
Português certo e errado: todas as variedades são igualmente 
eficazes [...]” pode ser reescrito da seguinte maneira
a. “Não há Português certo e errado, no entanto, todas as 
variedades são igualmente eficazes [...]”
b. “Não há Português certo e errado ou todas as varieda-
des são igualmente eficazes [...]”
c. “Não há Português certo e errado, pois todas as varie-
dades são igualmente eficazes [...]”
d. “Não há Português certo e errado, mas todas as varie-
dades são igualmente eficazes [...]”
e. “Não há Português certo e errado, quando todas as va-
riedades são igualmente eficazes [...]”
35. Unicamp-SP
Os trechos mostram que certas construções típicas do por-
tuguês falado, consideradas incorretas pelas gramáticas norma-
tivas da língua, já estão sendo utilizadas na modalidade escrita.
• Concentre sua atenção nas matérias que você 
tem maior dificuldade.
• Uma casa, onde na frente funcionava um bar, foi 
totalmente destruída por um incêndio, na madru-
gada de ontem.
O liberal, Belém, 27 set. 1989.
a. Transcreva as marcas típicas da linguagem oral pre-
sentes nos trechos apresentados.
b. Reescreva-as de modo a adequá-las às exigências da 
gramática normativa.
36. PUC-PR 
Leia o fragmento de poema de Carlos Drummond de An-
drade e responda à questão.
Aula de português
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada das estrelas,
sabe lá o que ela quer dizer?
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Assinale a alternativa incorreta.
a. As estrofes fazem oposição entre as modalidades fa-
lada e escrita da língua.
b. Para o poeta, a modalidade escrita é mais valorizada, 
complexa e, portanto, letrada; daí a sua dificuldade em 
entendê-la.
c. As estrofes focalizam o fenômeno da variação linguís-
tica, isto é, das variedades coloquial e poética.
d. As estrofes sugerem que a língua não é homogênea 
nem uniforme sob o ponto de vista de seu uso.
e. O poeta sugere que há melhor desempenho do usuá-
rio em uma modalidade linguística que em outra.
37. Enem 
Leia os textos e responda à questão.
Texto 1
Antigamente
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua 
diante dos pais e se um se esquecia de arear os den-
tes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz 
de entrar no couro. Não devia também se esquecer 
de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater 
na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais 
velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as 
plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não 
ficava mangando na rua nem escapulia do mestre, 
mesmo que não entendesse patavina da instrução 
moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de 
botões para comparecer todo liró ao copo d’água, 
se bem que no convescote apenas lambiscasse, para 
evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipí-
cio, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia 
muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr 
as barbas de molho diante de um treteiro de topete, 
depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que 
se pudesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de janeiro: nova Aguilar, 1983.
Texto 2
Palavras do arco da velha
Expressão Significado
Cair nos braços de Morfeu Dormir
Debicar Zombar, ridicularizar
Tunda Surra
Mangar Escarnecer, caçoar
Tugir Murmurar
Liró Bem-vestido
Copo d’água
Lanche oferecido 
pelos amigos
Convescote Piquenique
Bilontra Velhaco
Treteiro de topete Tratante atrevido
Abrir o arco Fugir
FLORIN, J. L. As línguas mudam. In: revista Língua, n. 24, out. 2007. Adaptado.
No texto 1, constata-se, pelo emprego de palavras 
obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos não mais 
o são no português brasileiro atual. Esse fenômeno re-
vela que
a. a língua portuguesa de antigamente carecia de termos 
para se referir a fatos e coisas do cotidiano.
b. o português brasileiro se constitui evitando a amplia-
ção do léxico proveniente do português europeu.
c. a heterogeneidade do português leva a uma estabili-
dade do seu léxico no eixo temporal.
d. o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para 
ser reconhecido como língua independente.
e. o léxico do português representa uma realidade lin-
guística variável e diversificada.
38. Fuvest-SP 
Leia um trecho de Til, de José de Alencar, e responda 
à questão.
À direita do terreiro, adumbra-se na escuridão 
um maciço de construções, ao qual às vezes recor-
tam no azul do céu os trêmulos vislumbres das laba-
redas fustigadas pelo vento. [...]
É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que 
tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes 
com alpendrada corrida em volta, e um ou dois por-
tões que o fecham como praça d’armas. 
Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo 
chão, que ela cobriu de brasido e cinzas, dan-
çam os pretos o samba com um frenesi que toca 
o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse 
desesperado saracoteio, no qual todo o corpo es-
tremece, pula, sacode, gira, bamboleia, como se 
quisesse desgrudar-se.
Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam 
no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das 
raparigas. Os mais taludos viram cambalhotas e 
pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um 
desses corta jaca no espinhaço do pai, negro forni-
do, que não sabendo mais como desconjuntar-se, 
atirou consigo ao chão e começou de rabanar como 
um peixe em seco.
Vocabulário
Adumbra-se: delineia-se, esboça-se.
Para adequar a linguagem ao assunto, o autor lança mão 
também de um léxico popular, como atestam todas as pala-
vras listadas na alternativa 
a. saracoteio, brasido, rabanar, senzalas.
b. esperneiam, senzalas, pincham, delírio.
c. saracoteio, rabanar, cangote, pincham.
d. fazenda, rabanar, cinzas, esperneiam.
e. delírio, cambalhotas, cangote, fazenda.
39. Enem
Leia o fragmento de texto de Rachel de Queiroz e respon-
da à questão.
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao 
mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque 
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geral dos nordestinos, onipresentes, mas para con-
ferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam 
que todo nordestino fala igual; contudo as variações 
são mais numerosas que as notas de uma escala mu-
sical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, 
Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais 
variantes do que se imagina. E a gente se goza uns 
dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque 
parece impossível que um praiano de beira-mar não 
chegue sequer perto de um sertanejo de Quixera-
mobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do 
falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, 
ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de 
todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... 
Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só 
me chamava, afetuosamente, de Raquer.
O Estado de S. Paulo, 9 maio 1998.
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de 
variação linguística que se percebe no falar de pessoas de 
diferentes regiões. As características regionais exploradas no 
texto manifestam-se
a. na fonologia.
b. no uso do léxico.
c. no grau de formalidade.
d. na organização sintática.
e. na estruturação morfológica.
40. UCB-DF 
Leia o texto, considere as afirmações e marque V para 
verdadeiro e F para falso.
TEM
ALGUM LUGAR
VAGO NA
CAIXA-PRETA?
TEM
ALGUM LUGAR
VAGONA
CAIXA-PRETA?
( ) A figura é uma charge, cujo tema versa sempre sobre al-
gum acontecimento que já foi veiculado na mídia. Dessa 
forma a charge não é responsável por uma nova notícia, 
mas é uma releitura de uma notícia ou de um fato.
( ) Observando os elementos que compõem a charge, é 
 correto afirmar que ela se refere a alguma notícia sobre 
aviação. Isso é comprovado pelos elementos icônicos, 
pois nenhum elemento verbal faz referência à aviação.
( ) O verbo ter, utilizado na fala do passageiro, poderia 
ser substituído pelo verbo haver, o que configuraria o 
uso do nível formal da linguagem.
( ) A opção de reserva de um lugar na caixa-preta, que, em 
caso de sinistro com a aeronave, é um instrumento que 
pode ajudar a identificar as causas, é a responsável pelo 
humor na charge e, ao mesmo tempo, permite inferir 
que a charge foi feita depois de algum desastre aéreo.
Veja o gabarito desses exercícios propostos na página 173.
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CK 2 Semântica
Ela até o chama de “gato”. Mas essa palavra não se apli-
ca somente a um moço bonito, pois podemos usá-la também 
para designar um animal da espécie felina. As palavras têm 
múltiplos significados, que nos servem rotineiramente para 
nos expressarmos.
Semântica é a parte da gramática que estuda os aspec-
tos relacionados ao significado das palavras. Significado é o 
valor semântico que a palavra assume no contexto, na situa-
ção concreta de comunicação.
1. Relações de significação
Uma palavra pode apresentar diferentes significados, 
conforme o contexto em que se encontra. Para refletirmos 
sobre isso, é importante conhecer algumas noções básicas 
relativas à significação das palavras, como a polissemia, a 
denotação e a conotação, a sinonímia e a antonímia.
A. Polissemia
A palavra polissemia vem do grego, polysemos, e signi-
fica “que tem muitos significados”. Trata-se de uma proprie-
dade básica das unidades léxicas e um elemento estrutural 
da linguagem.
Observe o uso de uma forma do verbo ver nas frases a seguir.
• Veja o filme com atenção para, depois, fazer a si-
nopse dele.
• Por favor, me veja dois pãezinhos.
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O verbo ver é polissêmico, pois a forma verbal veja assu-
me significados distintos nas duas frases. Na primeira, o verbo 
significa “assistir a”. Na segunda, é empregado com significa-
do de “trazer”, logicamente, não se relacionando ao sentido da 
visão. Nossa compreensão dos enunciados não se deve ex-
clusivamente ao processamento das estruturas linguísticas, 
mas depende também de outros fatores ligados ao contexto 
de comunicação e ao conhecimento prévio dos falantes.
Observe agora alguns exemplos em que foi empregado o 
verbo dar, também polissêmico.
• Deu dinheiro a um necessitado. (Dar = “ceder, entre-
gar, oferecer”.)
• Deu na TV que vai chover. (Dar = “ser noticiado ou 
apresentado”.)
• Deu um pulo. (Dar = “efetuar, executar”.)
• O relógio deu onze horas. (Dar = “bater, soar”.)
• Sempre se deram mal. (Dar(-se) = "entender-se com".]
Observe como Millôr Fernandes brinca com a polissemia 
das palavras para obter humor no texto “Ministério das per-
guntas cretinas”.
A boca da noite diz nome feio?
Cabo de faca pode ser promovido a sargento?
[...]
A chapa de raio X foi muito votada?
[...]
Marmelada falsificada é marmelada?
PAULILLO, M. C. R. A. (Org.) Millôr Fernandes. São 
Paulo: Abril, 1980. (Literatura comentada)
B. Denotação e conotação
A frase: “Acabei de ver um gato”, dependendo da situação 
comunicativa, pode ter diferentes significados (no português 
atual do Brasil). Uma possível compreensão é a de que foi visto 
um animal; outra possibilidade é de que a palavra gato se refira 
a um rapaz bonito. Isso depende do contexto, do conjunto de 
circunstâncias em que se produz a mensagem: lugar, tempo e 
cultura dos falantes. A palavra gato, em seu sentido primitivo, 
corresponde ao animal. Esse é o primeiro significado agregado 
a esse vocábulo; é sua definição dada pelo dicionário, portanto 
seu sentido denotativo (sentido próprio ou denotação). 
Seu sentido conotativo (sentido expandido ou figu-
rado) pode ser, entre outras acepções, o de rapaz bonito. A 
conotação surge da experiência pessoal e subjetiva dos fa-
lantes, resultado de associações feitas por eles, ou mesmo 
da versão corrompida de alguma palavra que adquire forma 
e significado próprios. Falar sobre denotação e conotação é 
o mesmo que falar em sentido literal e sentido figurado. São 
expressões que se equivalem, respectivamente. O sentido 
próprio, ou literal, de um vocábulo é aquele interpretado “ao 
pé da letra” – expressão esta que é, por si só, figurada. No dia 
a dia, usamos muitas expressões conotativas (figuradas). 
Pense nos sentidos denotativo e conotativo de expressões 
como pegar leve, fazer a cabeça ou cara de pau.
C. Sinonímia
Palavras sinônimas apresentam sentido aproximado, 
como os pares: carro e automóvel ou remédio e medicamen-
to. Ao considerar esses exemplos, já se pode perceber que é 
muito difícil haver sinônimos perfeitos.
Palavras sinônimas são palavras com significados semelhan-
tes, mas não idênticos. Observe este exemplo: casa, lar, moradia, 
residência e domicílio. Poucas vezes se usa a palavra domicílio
no dia a dia, embora seja sinônima de casa. Em um texto, quando 
não queremos repetir várias vezes a mesma palavra, recorremos 
a seus sinônimos, cujo emprego favorecerá a articulação textual.
D. Antonímia
Estabelece-se entre duas palavras de significados opos-
tos, contrários, como gigante e anão, ou tudo e nada, e tam-
bém por meio da adição de prefixos a um mesmo radical ou da 
substituição desses prefixos, por exemplo: contente e des-
contente, lícito e ilícito, progressão e regressão.
01. Unaerp -SP 
As frases apresentam palavras ou expressões polis-
sêmicas, exceto.
a. A revista especializada elegeu-o, mais uma vez, o 
homem de visão do ano.
b. Em homenagem ao célebre naturalista inglês, as 
catorze espécies de aves das Galápagos foram 
chamadas tentilhões de Darwin.
c. O diplomata havia chegado ao encontro de cúpula 
com uma proposta de tirar o fôlego: desarmamen-
to total.
d. Por recusar-se a negociar a rendição, os analistas 
suspeitavam que o ditador iraquiano guardasse 
ainda uma carta na manga.
e. A queda de braço entre os pré-candidatos demo-
cratas promete tornar-se ainda mais acirrada na 
próxima terça-feira.
Resolução
A alternativa B não apresenta nenhuma expressão 
polissêmica. Nas demais, observam-se expressões como 
homem de visão, tirar o fôlego, carta na manga e queda 
de braço.
Alternativa correta: B
APRENDER SEMPRE 34
2. Relações gráficas e sonoras
Alguns pares de palavras podem apresentar identidade 
no plano gráfico e/ou sonoro, porém ter significados diferen-
tes. Nesse caso, são palavras homônimas, palavras homófo-
nas, palavras homógrafas ou palavras parônimas.
A. Homônimas
São homônimas as palavras idênticas gráfica e sonoramen-
te, mas com significados distintos. Trata-se de palavras de ori-
gens diferentes que passaram a ser escritas e pronunciadas da 
mesma forma em determinada língua. É o caso, por exemplo, de 
manga (fruta) que tem como homônima a palavra manga (parte 
do vestuário que cobre o braço). Não confunda palavras homôni-
mas e polissemia. Há homonímia quando duas ou mais palavras, 
que não têm relação uma com a outra, escrevem-se e se pronun-
ciam da mesma forma, com significados diferentes. Há polisse-
mia quando uma mesma palavra tem mais de um significado.
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B. Homófonas
São homófonas as palavras de mesma pronúncia (mesmo som), mas grafias diferentes, como em concerto

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