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1 00 00 A capacidade de uso das terras é uma classificação técnica ou interpretativa baseada no conhecimento das potencialidades e limitações das terras, considerando em especial a suscetibilidade a erosão, e informando as melhores alternativas de uso das terras. O conhecimento das potencialidades e limitações dos atributos físicos de uma propriedade agrícola ou, idealmente, de uma micro bacia hidrográfica, representa a base sobre a qual se assenta o planejamento do uso da terra uma vez que estes estudos permitem uma visão espacializada sobre o ambiente a ser explorado. 00 PEQUENA BACIA HIDROGRÁFICA FOTO: NEPUT/UFV USO DA TERRA SOLOS 9 10 11 Sistema de Classes de Capacidade de Uso das Terras • Classificação das terras –Taxonômica e Técnica • Conceito “Grupamento qualitativo de tipos de solos, sem considerar a localização ou as características econômicas da terra, com o propósito de definir a máxima capacidade de uso do solo sem risco de degradá-lo.” (Lepsch, 1991) • Aplicação –Conservação do Solo • Limitações –A separação das classes requer detalhes compreendidos em levantamentos de solos com escalas maiores que 1:100.000. –Disparidades regionais de emprego de tecnologia agrícola e de capital ocasionando diferentes níveis de manejo. 2 14 Pressuposições para a classificação da capacidade de uso 3 • Terras pertencentes a uma mesma classe podem ser similares apenas no grau de limitação de uso (pode-se ter diferentes tipos de solos em uma mesma classe de capacidade de uso e cada solo pode requerer manejo diferente. As recomendações de cultivos devem ser feitas com base na unidade de capacidade de uso). • As classes de I a IV distinguem entre si pelo somatório de restrições e/ou risco de depauperamento do solo. • Os grupamentos de capacidade de uso estão sujeitos a mudanças em função de novas informações técnicas disponíveis. 4 Níveis Categóricos Classes de capacidade de uso (I a VIII): baseadas no grau de limitação de uso. Grupos de capacidade de uso (A, B e C): estabelecidos com base nos tipo de intensidade de uso das terras. 5 Subclasses de capacidade de uso (IIe, IIIe, IIIa etc.): baseadas na natureza da limitação de uso. Unidades de capacidade de uso (IIe-1, IIe-2, IIIe-1 etc.): baseadas em condições específicas que afetam o uso ou manejo da terra. Grupo A: terras passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e/ou reflorestamento e vida silvestre (compreende as classes I, II, III e IV). Grupos de capacidade de uso Grupo B: terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagens e/ou reflorestamento, e vida silvestre; culturas especiais protetoras do solo (compreende as classes V, VI e VII). 7 Grupo C: terras não adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou reflorestamentos, porém apropriadas para proteção da flora e fauna silvestres, recreação ou armazenamento de água (comporta a classe VIII). Classes de capacidade de uso Classe I – terras cultiváveis aparentemente sem problemas especiais de conservação (áreas verde-claro nos mapas de capacidade de uso). Classe II – ... problemas simples de conservação (...amarelo). 9 Classe IV – ... apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios problemas de conservação (...azul). Classe III – ... problemas complexos de conservação (...vermelho). Classe V – terras com drenagem, pedregosidade e/ou adversidades climáticas muito problemáticas para permitir cultivos; cultiváveis apenas em casos de culturas especiais (...verde escuro). Classe VI – terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento ou vida silvestre, com problemas simples de conservação, culturas permanentes protetoras do solo (...alaranjado). Classe VII – terras adaptadas somente para pastagens ou reflorestamento ou vida silvestre, com problemas complexos de conservação (...marrom). 11 Classe VIII – terras impróprias para culturas, pastagens ou reflorestamentos, podendo ser destinadas à preservação da flora e fauna silvestres ou para fins de recreação, de turismo ou de armazenamento de água (...roxo). Subclasses de capacidade de uso e: limitações pela erosão ou risco de erosão s: limitações relativas ao solo a: limitações por excesso de água c: limitações climáticas 13 Classe Profundidade (cm) Símbolo Muito profunda > 200 pr1 Profunda 100-200 pr2 Pouco profunda 50-100 pr3 Rasa < 50 pr4 Classes de profundidade efetiva 28 Unidades de Uso Textura da camada superficial Textura da camada subsuperficial Muito argilosa Argilosa Média Siltosa Arenosa Muito argilosa 1/1 1/2 1/3 1/4 1/5 Argilosa 2/1 2/2 2/3 2/4 2/5 Média 3/1 3/2 3/3 3/4 3/5 Siltosa 4/1 4/2 4/3 4/4 4/5 Arenosa 5/1 5/2 5/3 5/4 5/5 29 Textura do Solo Unidades de Uso Classe Profundidade de evidência de mosqueado (cm) Textura do perfil Símbolo Excessivamente drenada Ausente Arenosa, arenosa a média h1 Bem drenada Ausente ou >100 Argilosa, média, muito argilosa h2 Moderadamente drenada 50 a 100 - h3 Mal drenada < 50 - h4 30 Classes de Drenagem Unidades de Uso Classe Declive (%) Símbolo Plana > 2 A Suave ondulada 2 - 5 B Ondulada 5 - 10 C Colinosa 10 - 15 D Forte ondulada 15 - 45 E Montanhosa 45 - 75 F Escarpada > 75 G Classes de Declividade Unidades de Uso Classe Remoção do horizonte (%) Profundidade do remanescente (cm) Símbolo A B C A Ligeira 25 0 0 > 15 1 Moderada 25-75 0 0 5 - 15 2 Severa >75 Aflorando 0 < 5 3 Muito severa 100 25-75 0 4 Extremamente severa 100 75-100 Aflorando 5 Desbarrancamentos ou translocações de blocos de terra - - - 6 Erosão Laminar Unidades de Uso Profundidade dos sulcos Freqüência dos sulcos Ocasional Freqüente Muito freqüente Superficial 7 8 9 Rasa 7 8 9 Profunda 7 8 9 Voçoroca 7V 8V 9V Erosão hídrica em Sulcos Unidades de Uso Classe Presença de pedras (%) Símbolo Não pedregosa < 0,1 pd0 Moderadamente pedregosa 0,1 - 3 pd1 Pedregosa 3 - 15 pr2 Muito pedregosa 15 - 50 pr3 Extremamente pedregosa > 50 pr4 Pedregosidade Unidades de Uso Duração Freqüência Ocasionais Freqüentes Muito freqüentes Curtas i1 i4 i7 Médias i2 i5 i8 Longas i3 i6 i9 Risco de Inundação Unidades de Uso Classe Símbolo Floresta F Cerrado S Caatinga T Campo nativo C Complexo vegetacional O Terreno estéril E Pastagens P Lavoura L Horticultura H Silvicultura V Pastagem nativa Pn Pastagem melhorada Pm Pastagem cultivada Pc Capineira Px Lavoura perene Lp Lavoura temporária Lt Lavoura anual La Fruticultura Hf Olericultura ou fruticultura Ho Araucária Va Essências exóticas Vd Essências nativas Vn Pinus Vp Eucalipto Ve Classe Símbolo 36 Caracterização do Uso Atual Unidades de Uso 15 00 00 00 Classe II – ... problemas simples de conservação (amarelo). Classe IV – ... apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios problemas de conservação (...azul). Classe III – ... problemas complexos de conservação (...vermelho). Classe V – terras com drenagem, pedregosidade e/ou adversidades climáticas muito problemáticas para permitircultivos; cultiváveis apenas em casos de culturas especiais (...verde escuro). 16 Processos de Enquadramento das Terras nas Classes • Processo Sintético – Considera as características e qualidades de uma gleba como um todo » Vantagem: caracterizações específicas e adaptadas em função das condições práticas locais » Desvantagem: classes de uso criteriosamente detalhadas, dificultando generalizações. 17 Processos de Enquadramento das Terras nas Classes • Processo Paramétrico – Considera os efeitos das características individuais da terra dando-lhe pesos e combinando-os para obter a capacidade de uso. Utiliza-se um quadro chave. » Vantagem: após estabelecida a tabela, ela pode ser aplicada objetivamente. » Desvantagem: não permite considerar interações entre fatores quando os critérios diagnósticos são tomados isoladamente. 18 00 15 Limitação Classes de Capacidade de Uso Notação I II III IV V VI VII VIII Profundidade efetiva Muito profunda X X X X X X X X pr1 Profunda X X X X X X X pr2 Moderada X X X X X pr3 Rasa X X X pr4 Drenagem do perfil Excessivamente drenada X X X X X X X X h1 Bem drenada X X X X X X X X h2 Moderada X X X X X X h3 Mal drenada X X h4 19 Limitação Classes de Capacidade de Uso Notação I II III IV V VI VII VIII Pedregosidade Não pedregosa X X X X X X X X pd1 Moderada X X X X X X X pd2 Pedregosa X X X X X X pd3 Muito pedregosa X X X pd4 Extremamente pedregosa X X pd5 Riscos de inundação Muito baixa X X X X X X i1 Baixa X X X X X i2, i4 Moderada X X X X i3, i5 Alta X X X i6, i7, i8 Muito alta X i9 20 15 Limitação Classes de Capacidade de Uso Notação I II III IV V VI VII VIII Classes de declive Plano X X X X X X X X A Suave ondulado X X X X X X X B Ondulado X X X X X C Colinoso X X X X D Forte ondulado X X X E Montanhoso X X F Escarpado X G Grau de erosão laminar Ligeira X X X X X X 1 Moderada X X X X X 2 Severa X X X 3 Muito severa X X 4 Extremamente severa X 5 – 6 21 Erosão em sulcos superficiais Ocasionais X X X X X X 7 Freqüentes X X X X X 8 Mto freqüentes X X X X 9 Erosão em sulcos rasos Ocasionais X X X X X 7 Freqüentes X X X X 8 Mto freqüentes X X X 9 Erosão em sulcos profundos Ocasionais X X X X 7 Freqüentes X X X 8 Mto freqüentes X X 9 Erosão em voçorocas Ocasionais X X X 7V Freqüentes X X 8V Mto freqüentes X 9V Limitação Classes de Capacidade de Uso Notação I II III IV V VI VII VIII 22 39 Capacidade de uso das terras da microbacia do ribeirão Itambi Considerações Finais • Prejuízos da utilização das terras sem critérios; • Realidade do produtor x nível tecnológico das universidades e entidades de pesquisa. 43 Bibliografia ALVARENGA, M. I. N.; PAULA, M. B. Planejamento conservacionista em microbacias. Informe agropecuário, v. 21, n 207, p55-64, nov/dez 2000. FUJIHARA, A.K. Predição de Erosão e Capacidade de Uso do Solo numa Microbacia do Oeste Paulista com Suporte de Geoprocessamento. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, 2002. 118p. GARCIA, G. J.; ANTONELLO, S. L.; MAGALHÃES, M. G. M. Nova versão do sistema de avaliação de terras – SIAT. Eng. Agric., Jaboticabal, v 25, n2, p 516-529, maio/ago. 2005. LEPSCH, I. F. Manual para levantamento utilitário do meio físico e classificação de terras no sistema de capacidade de uso. 5º aproximação. Campinas: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1991. 175p. 44
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