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01.12 Feira abre

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Chuvas torrenciais e altas temperaturas sempre fizeram dos meses de verão os menos profícuos para muito produtos da agricultura. Somados a isso os insumos mais caros e o alto custo do frete, tem-se como resultado preços assustadores como o da melancia, por R$ 32, o do tomate, vendido por R$ 11,99, e o da abobrinha, vendida a R$ 12,90, nas prateleiras de Mogi das Cruzes. Toda a cadeia produtiva reclama. De um lado, consumidores e feirantes relatam dificuldade para encontrar produtos de boa qualidade e preço aceitável; do outro, os agricultores ressaltam o encarecimento da produção e estimam perdas de até 50% na safra de janeiro, quando comparada à de dezembro do ano passado.
Ontem, os frequentadores da pequena feira da Vila Industrial atravessavam os dois quarteirões cobertos pelas barracas e saíam com poucas sacolas nas mãos. A dona de casa Vandair Silva dos Santos, de 56 anos, conta que teve dificuldades para encontrar pepino japonês. Quando encontrou, estava sendo vendido a R$ 8 o quilo (kg). “Eu nunca paguei mais do que R$ 2”, aponta. Ela desistiu da compra depois de já ter se espantando com os preços da cebola (R$ 3,80) e da abobrinha.
A dona de casa Marilda Aparecida José de Góes, de 48 anos, comprou 1 kg de tomate por R$ 4 na semana passada. Ontem, o produto já estava custando R$ 5. Ela tinha encontrado a abobrinha por R$ 4, mas ontem o legume estava R$ 6,80 na feira e R$ 12,90 no supermercado. “Eu comprei bem pouquinho”, ressalta.
Ela tinha ido à feira com R$ 12, mas voltou pra casa sem o repolho, o pimentão e a batata. “Não deu pra levar tudo o que eu queria. A gente tem que adequar o orçamento, senão não consegue comer”, completa.
A aposentada Maria Lina Pires dos Santos, de 64 anos, fala que o quiabo subiu de R$ 4 para R$ 7 em uma semana. Ela comprou uma batata doce por R$ 1, o mesmo valor que ela costumava pagar por 1 kg da raiz. “Só o salário que não sobe rápido assim”, comenta.
O feirante Almeida, de 58 anos, fala que abandonou, por enquanto, a brócolis, porque a hortaliça está cara e muito pequena. “Eu nem trago mais porque não consigo vender”, conta. Ele fala que a alta dos preços é um movimento já esperado para esta época do ano, mas que os legumes, em especial, subiram de forma extraordinária.
Também feirante, João Batista, de 43 anos, conta que a abobrinha nunca foi tão cara. Mesmo em época de alta no preço, o legume não passava dos R$ 4 – há duas semanas, custava R$ 3. A batata-doce e a beterraba dobraram de preço de dezembro para janeiro e já estão custando R$ 4 o quilo.
O feirante Rubens Yoshioka, de 48 anos, também diz que os preços deste início de ano são atípicos por conta da menor oferta. Na feira, o tomate estava sendo vendido a R$ 6,50 o kg, mas no supermercado chegava a R$ 11,90.
Até mesmo o preço das frutas aumentou. Na barraca da feirante Elisângela Souza, de 36 anos, o abacaxi subiu de R$ 4 para R$ 6; a bacia da maçã, de R$ 2,5 (a boa) para R$ 3 (não tão boa assim); já a melancia, que custava R$ 20 e já era considerada cara, agora sai por R$ 32.

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