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Profa. Ana Carolina Barbosa Pereira Matos Resposta do Réu Forma e Requisitos da Contestação A contestação deve vir de forma escrita, salvo exceções (JEC). Os requisitos da contestação são semelhantes aos da petição inicial: o endereçamento ao juízo da causa; o nome e prenome das partes (qualificação não é necessária se corretamente já feita na inicial); o documentos indispensáveis, requerimento de provas, dedução dos fatos e fundamentos jurídicos da defesa. Resposta do Réu • A contestação pode ser indeferida se for intempestiva ou se ao réu faltar capacidade processual. Se o réu se apresenta sem advogado, não deve o juiz indeferir a contestação. Deve o Magistrado nomear um advogado dativo, que pode ser um defensor público, para ratificar a peça de defesa. Resposta do Réu O art. 337, do NCPC, enumera as preliminares, questões que devem ser apreciadas antes do enfrentamento da matéria de mérito, já que, por conta do seu acolhimento, o magistrado pode não avançar na análise do mérito. Existem duas categorias de Preliminares, as peremptórias e as dilatórias. As preliminares peremptórias são aquelas cujo acolhimento implica na extinção do processo. As dilatórias são aquelas cujo acolhimento implica em uma dilação processual. Resposta do Réu As preliminares previstas no CPC são: I. inexistência ou nulidade da citação (Invalidação de todos os atos processuais até então praticados); II. incompetência absoluta e relativa (Art. 64 e 65, do NCPC); III. incorreção do valor da causa (Art. 293, do NCPC) IV. inépcia da petição inicial (Art. 330, §1º, do NCPC); Resposta do Réu V. perempção (Art. 485, III, c/c 486, § 3º, NCPC); VI. litispendência (Art. 337, §§1º, 2º e 3º, do NCPC); VII.coisa julgada (Art. 337, §§1º, 2º e 4º, do NCPC); VIII. conexão (Art. 55, do NCPC); IX. Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X. convenção de arbitragem(Art. 337, § 5º, do NCPC); Resposta do Réu XI. Ausência de legitimidade ou de interesse processual (Art. 338 e 339, do NCPC); XII. falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar (Arts. 486, §2º, 290, 968, II, 83, ); XIII. indevida concessão do benefício da gratuidade de justiça(Art. 100 à 102, do NCPC/Lei de Assistência Judiciária (Lei nº 1.060/50). Resposta do Réu Observações Importantes: Arbitragem: Caso o procedimento arbitral tenha sido instaurado antes da propositura da ação, o juiz estatal, ao receber a alegação de convenção de arbitragem, suspenderá o processo, à espera da decisão do juízo arbitral sobre a sua própria competência. Se o procedimento arbitral não houver sido instaurado, o juiz decidirá a questão. Se o procedimento arbitral for instaurado depois do ajuizamento da demanda perante o Poder Judiciário, mas antes da decisão do juiz a respeito da questão, o processo jurisdicional estatal também deverá ser suspenso, por idêntica razão. Regra: Se há processo arbitral pendente, cabe ao juízo arbitral a definição de sua competência; se não houver, cabe ao órgão jurisdicional estatal decidir sobre a alegação de convenção de arbitragem. (Art. 33,lei de arbitr.) Resposta do Réu Observações Importantes: Ausência de legitimidade passiva: Considerando-se, outrossim, as regras dos parágrafos 1° e 2° do artigo 339, o autor, no prazo de 15 dias, pode escolher uma entre quatro distintas situações, a saber: a) recusa a indicação feita pelo réu, ficando mantido o demandado no polo passivo, por sua conta e risco; b) aceita a indicação do réu, providenciando, no prazo suplementar de 15 dias, a emenda da petição inicial para substituir o demandado. Arcará, ainda, com a sucumbência, nos termos do parágrafo único do artigo 338; Resposta do Réu c) aceita a argumentação de ilegitimatio ad causam suscitada pelo réu, mas despreza o sujeito por ele indicado. Nessa hipótese, o autor cuida de emendar a inicial, substituindo o réu originário por outra pessoa, que, em seu entender, depois dos fatos revelados pelo réu, dever responder à demanda. Aqui também o demandante deverá ser responsabilizado pela sucumbência em prol do réu originário (custas) e de seu respectivo advogado (honorários), a teor do parágrafo único do artigo 338; ou, por fim, d) aceita parcialmente a indicação do demandado, providenciando, no prazo suplementar de 15 dias, a emenda da petição para incluir, como litisconsorte passivo do réu, a pessoa por ele indicada. Resposta do Réu Nos termos do art. 339, §1º, em vez de pedir a substituição do réu, o autor pode pedir a ampliação do polo passivo da demanda, não havendo necessidade de consentimento do réu originário. O direito do réu alegar incompetência no foro do seu domicílio: Art. 340, do NCPC – Não é apenas a alegação de incompetência que é formulada perante o juízo do domicílio do réu, mas toda a contestação tem de ser apresentada neste momento. Essa contestação, em cujo bojo se alega a incompetência, é apta para adiar a audiência preliminar (Art. 340, §3º, do NCPC).No entanto, a contestação não equivale a um pedido de cancelamento da audiência, mas apenas não aceita que a audiência se realize no foro que ele, réu, alega ser incompetente. Resposta do Réu Crítica à interpretação literal do art. 337, do NCPC: Deve-se buscar a primazia do julgamento do mérito. Em regra, o réu não pede, mas impede. O réu, no entanto, pode demandar, embora com pedidos bastante peculiares. Pode o réu em sua peça de defesa pedir: a extinção do processo sem exame do mérito; a remessa dos autos ao juízo competente ou ao juízo prevento; a devolução do prazo de defesa; a improcedência do pedido do autor; à condenação do autor às verbas sucumbenciais; condenação do autor por litigância de má-fé; sua pretensão dúplice nos casos de ação dúplice, como as ações meramente declaratórias, há também pedido quando ele exerce um contradireito (havendo a ampliação do objeto litigioso pelo réu); Resposta do Réu Existe aditamento da Contestação? Pode-se aditá-la para acrescentar as defesas que podem ser alegadas após o prazo de resposta do réu e que estão previstas no art. 342, do NCPC. Interpretação da Contestação – O Art. 341, III, impõe que a Contestação deve ser interpretada de modo sistemático, ou seja, para além da sua interpretação literal. A contestação veicula uma declaração de vontade do réu e como tal deve ser interpretada, portanto, sendo à mesma aplicadas as regras constantes nos arts. 112 e 113, do CC.
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