AULA 6 e 7 GRAMATICALIZAÇÃO e ARCAÍSMOS

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DISTINÇÕES ENTRE: LINGUAGEM x LÍNGUA x FALA
LINGUAGEM 
É tudo que serve à expressão de ideias ou sentimentos; qualquer sistema de símbolos ou códigos
LÍNGUA
É o conjunto de palavras e expressões de um povo.
A língua é necessária para que a fala seja inteligível e produza todos os seus efeitos, assim como, esta é necessária para que se comunique. 
FALA 
A fala é um ato individual de vontade e de inteligência. 
É um fenômeno físico e concreto que pode ser analisado seja diretamente, com ajuda do ouvido humano, ou com métodos e instrumentos análogos, depositada no cérebro. 
Na verdade, ela é um fenômeno fonético; a articulação da voz de origem a um seguimento fonético audível de pura sensação. 
 NÍVEIS DE CONHECIMENTOS
É difícil comunicar o que não se conhece. 
Conhecendo as características do receptor, os meios pelos quais poderá produzir ou tratar as mensagens, os canais a utilizar, as suas próprias atitudes, etc.
O emissor determina em parte, o curso da comunicação, podendo contribuir para uma maior fidelidade.
 PROCESSO COMUNICATIVO
FATORES PREPONDERANTES
Devemos levar em conta alguns fatores, no emissor e no receptor, que são preponderantes para determinação do processo comunicativo:
PESSOAIS 
MEIO SOCIAL 
MEIO CULTURAL 
STATUS E PRESTÍGIO
CRENÇAS E VALORES
COMPORTAMENTOS ÉTICOS E MORAIS
PAPEL SOCIAL
Etc.
Tudo isso determina o tipo de comportamento comunicativo adotado. 
 GRAMATICALIZAÇÃO 
 E 
 PONTUAÇÃO
A GRAMATICALIZAÇÃO é o processo pelo qual determinada palavra passa a ser usada como vocábulo gramatical, no curso da evolução da língua. 
GRAMÁTICA
É um sistema de regras, unidades e estruturas que o falante de uma língua tem programado em sua memória e que lhe permite usar sua língua. 
PONTUAÇÃO 
É o recurso que permite expressar na língua escrita um espectro de matizes rítmicas e melódicas características da língua falada, pelo uso de um conjunto sistematizado de sinais gráficos e não gráficos.
Na linguagem escrita, para substituir tais recursos, usamos os sinais de pontuação.
 
 RUMOS DA GRAMATICALIZAÇÃO
NO PORTUGUÊS ORAL DO BRASIL 
 A gramaticalização tem sido vista como a “transformação de um elemento de significação externa (palavra autônoma) em um elemento de significação interna (palavra-forma), no seu quadro morfológico”.
Tomando-os como verdadeiros acintes à norma culta “geração sem palavras”, “geração oca”, ou “recriadores inabilidosos”.
Em face da diversificação semântica e funcional que o termo/expressão: tipo (assim), vem assumindo no discurso de nossos jovens, principalmente.
O termo/expressão tipo (assim), na fala coloquial, se vem estendendo à linguagem adulta e até mesmo à escrita no “modismo”.
Assumindo traços gramaticais e pragmáticos, provavelmente por contaminação com o advérbio de modo assim, ao qual passou a se agregar, conforme ilustrado a seguir:
EXEMPLOS
eu sou um tipo de pessoa assim ... mais reserVAda...
ronaldinho é aquele TIpo de jogador assim que tá SEMpre surpreendeno a gente... 
eu mandei ele fazê uma lista de palavras... tipo essas asssim que o pessoal da informática tá usano...
... no buzu cê tem aqueles paninho tipo assim lenCInho... pra cabeça dos viajantes iguAl de aVIão ... 
eu tô pensano chegá LÁ... tipo assim DEZ horas...
cê me LEva e fica me esperano tipo assim do lado de fora...
se é pra comPRÁ::... vão comprá de uma vez tipo assim DEZ caixa...
a gente num pode esmorecê... tipo deixá tudo pra lá... 
 ARCAÍSMO 
 x 
 LATINISMO 
 x 
 ESTRANGEIRISMO
 ARCAÍSMO
Há, na língua portuguesa, várias expressões e construções sintáticas que, embora comuns no passado, deixaram de participar da norma atual. 
Elas se constituem em arcaísmos linguísticos.
Usar o arcaísmo na linguagem jurídica pode construir peças processuais desinteressantes ou cansativas 
Essas expressões - por comprometerem a clareza e atribuírem, ao texto, um tom excessivamente precioso e pedante - devem ser evitadas, sempre que possível.
 ARCAÍSMOS LÉXICOS: Palavras em desuso
Nosocômio: hospital 
Hum: um
Cincoenta: cinquenta 
Abroquelar: fundamentar
Supedâneo no artigo: com base no artigo
Peça exordial ou peça vestibular: petição inicial
Ergástulo local: cadeia pública
 
 LATINISMO
É o uso de latim nos textos jurídicos. 
Hoje, apesar de estarem em desuso, o uso nas fundamentações das peças processuais ainda é bastante vista e aceita como forma de embelezamento.
 
 BROCARDOS JURÍDICOS E EXPRESSÕES LATINAS MAIS UTILIZADAS
(Brocardo é um provérbio de um princípio jurídico)
“A quo” – juiz ou tribunal de instância inferior
“Ad quem” – juiz ou tribunal de instância superior
"Ad hoc" – substituição temporária, para isso, para tal fim, de propósito; 
“A posteriori" - pelas razões que vêm depois;  
“A priori" - pelas razões anteriores; 
“Álibi” – é a prova de que o acusado se encontrava em outro lugar no momento do crime
“Bis in idem” – duas vezes sobre a mesma coisa 
“Caput” – cabeça 
“Contra legem” – contra a lei
“Curriculum vitae” – carreira de vida
“De cujus” – falecido 
"Déficit" – saldo negativo num orçamento; 
"Honoris causa"- a título de honra; 
“Habeas corpus” – Trata-se do instituto de garantia contra a violência ou constrangimento na liberdade de locomoção. (Urge lembrar que o Habeas Corpus é uma ordem)
"ibidem" - aí mesmo (quando se faz uma citação de um livro já cita
“Idem” – o mesmo
“Ius” - direito
“Mens legem” – espírito da lei 
“Pacta Sun Servanda” – cumpram-se os contratos 
“Quota litis” – cota parte 
“Res” – coisa
“Rem” – bens
“Secundum legem” – segundo a lei
“Sui Generis” – especial 
“Sub judice” – sob julgamento 
“Ultima ratio” – ultima razão 
“ Vacatio legis” – vacância da lei 
 ESTRANGEIRISMO
Todo e qualquer emprego de palavras, expressões e construções estrangeiras em nosso idioma recebem denominação de estrangeirismo.
 
Francesismo: abajur, chefe, carnê, matinê etc...
Italianismos: ravióli, pizza, cicerone, etc...
Latinismos: index, bis, memorandum, etc...
Tupinismos: pipoca, peteca, caipira etc...
Africanismos: macumba, fuxicar, cochilar, etc...