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Aula 1 Nome Empresarial. Registro de Empresas. Teoria de Emresa. Livros Comérciais obrogatórios auxiliares. Sociedades Empresárias.

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Aula 01
Direito Empresarial p/ AGU - Advogado da União
Professor: Gabriel Rabelo
04622465582 - José Ronaldo de Jesus
Direito Empresarial para Advogado Geral da União - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo ʹ Aula 01 
 
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SUMÁRIO 
 
 
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 2 
ESCRITURAÇÃO E LIVROS EMPRESARIAIS .......................................................................... 3 
INTERPRETAÇÃO DOS DISPOSITIVOS ................................................................................ 6 
LIVROS EMPRESARIAIS .................................................................................................... 8 
EXIBIÇÃO DE LIVROS ...................................................................................................... 9 
LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA AS SOCIEDADES ANÔNIMAS ............................................... 11 
ANÁLISE DOS ARTIGOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ................................................. 12 
DOS PREPOSTOS .......................................................................................................... 13 
RESPONSABILIDADE PELOS ATOS DOS PREPOSTOS .......................................................... 15 
GERENTE ..................................................................................................................... 16 
CONTABILISTA ............................................................................................................. 18 
REGISTRO .................................................................................................................... 18 
EFEITOS DO REGISTRO ................................................................................................. 21 
ATOS DE REGISTRO ...................................................................................................... 21 
ÓRGÃOS DE REGISTRO E PROCESSO DECISÓRIO ............................................................. 22 
DO EMPRESÁRIO CONSIDERADO INATIVO ....................................................................... 24 
NOME EMPRESARIAL ..................................................................................................... 24 
DAS SOCIEDADES ......................................................................................................... 29 
DISPOSITIVOS DO CÓDIGO CIVIL SOBRE AS SOCIEDADES ................................................ 30 
EXCEÇÕES AO REGIME EMPRESARIAL ............................................................................. 32 
PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 966 ± PROFISSIONAIS LIBERAIS ....................................... 32 
SOCIEDADES COOPERATIVAS ......................................................................................... 33 
SOCIEDADES DE ADVOGADOS ....................................................................................... 33 
PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS QUE EXPLOREM A ATIVIDADE RURAL ................................. 33 
CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS ............................................................ 35 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ATO CONSTITUTIVO ............................................................ 35 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS .......................................... 36 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES DE ALIENAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA .... 36 
TIPOS SOCIAIS ............................................................................................................. 37 
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS .............................................................................. 37 
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ....................................................................... 39 
SOCIEDADE EM COMUM ................................................................................................. 41 
QUESTÕES COMENTADAS .............................................................................................. 45 
QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ............................................................................ 69 
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ..................................................... 76 
 
AULA 01: 2 NOME EMPRESARIAL: NATUREZA E ESPÉCIES. 3 REGISTRO 
DE EMPRESAS. 4 TEORIA DA EMPRESA 7 LIVROS COMERCIAIS 
OBRIGATÓRIOS AUXILIARES: ESPÉCIES E REQUISITOS E VALOR 
PROBANTE DOS LIVROS COMERCIAIS. 11 SOCIEDADES EMPRESÁRIAS: 
CLASSIFICAÇÃO, CARACTERÍSTICAS, DISTINÇÕES: SOCIEDADES NÃO 
PERSONIFICADAS, SOCIEDADE COMUM E EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO; 
SOCIEDADES PERSONIFICADAS, SOCIEDADE SIMPLES, EM NOME 
COLETIVO, EM COMANDITA SIMPLES, LIMITADA, ANÔNIMA, EM 
COMANDITA POR AÇÕES, COOPERATIVA E COLIGADAS ± LIQUIDAÇÃO, 
TRANSFORMAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DA CISÃO DAS 
SOCIEDADES DEPENDENTES DE AUTORIZAÇÃO. 
04622465582
04622465582 - José Ronaldo de Jesus
Direito Empresarial para Advogado Geral da União - 2015 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo ʹ Aula 01 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Olá, meus amigos. Como estão?! 
 
É com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratégia Concursos, para 
ministrar para vocês mais uma aula da disciplina de Direito Empresarial para 
o concurso de Advogado Geral da União. 
 
De acordo com o nosso cronograma, hoje veremos: 
 
AULA CONTEÚDO DATA 
Aula 1 
2 Nome empresarial: natureza e espécies. 3 
Registro de empresas. 4 Teoria da empresa 7 
Livros comerciais obrigatórios auxiliares: 
espécies e requisitos e valor probante dos livros 
comerciais. 11 Sociedades Empresárias: 
classificação, características, distinções: 
sociedades não personificadas, sociedade comum 
e em conta de participação; sociedades 
personificadas, sociedade simples, em nome 
coletivo, em comandita simples, limitada, 
anônima, em comandita por ações, cooperativa e 
coligadas ± liquidação, transformação, 
incorporação, fusão e da cisão das sociedades 
dependentes de autorização. 
10.03 
 
Vamos aos trabalhos? Temos muito assunto pela frente! 
 
Deixamos nosso e-mail, para dúvidas: 
 
gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br 
 
Quaisquer dúvidas, por favor, enviem, estamos à disposição. 
 
Forte abraço! 
 
Gabriel Rabelo 
04622465582
04622465582 - José Ronaldo de Jesus
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Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo ʹ Aula 01 
 
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ESCRITURAÇÃO E LIVROS EMPRESARIAIS 
 
Quando estudamos ciências contábeis, temos que, essencialmente, quatro são 
as técnicas contábeis de que a disciplina se utiliza para atingir a sua finalidade 
(fornecimento de informações), a saber: escrituração, elaboração das 
demonstrações contábeis, auditoria e análise de balanços. 
 
Para nós, por ora, somente interessa a escrituração, que passamos a esclarecer 
um pouco melhor. 
 
Funciona, grosso modo, mais ou menos da seguinte forma Imagine-se que eu e 
você somos administradores da sociedade GRS. Cada nota fiscal de compra de 
mercadoria, cada NF de venda, cada cheque emitido, cada compra de ativo 
imobilizado para a produção, tudo isso tem de ser controlado. Pensem vocês se 
não houvesse um controle de todos os atos e fatos que ocorrem no âmbito de 
uma empresa. O que seria desta empresa?! O que seria do mercado? E o que 
seria da economia nacional? 
 
Pois bem, todos esses eventos devem ser contabilizados. Então, no período de 
competência, colheremos todos os documentos necessários e lançaremos nos 
respectivos livros, sejam eles comerciaisou fiscais. A técnica utilizada para o 
registro dos fatos contábeis nos livros é chamada de escrituração. 
 
Então, em um primeiro momento, devemos escriturar, por meio de 
lançamentos contábeis, todas as notas fiscais e documentos que comprovem 
alteração no patrimônio da entidade. 
 
Por exemplo, a lei que disciplina as sociedades por ações (Lei 6.404/76) 
prescreve: 
 
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, 
com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei (a própria 
6.404) e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar 
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações 
patrimoniais segundo o regime de competência. 
 
De igual sorte, o Código Civil de 2002 traz alguns artigos que correspondem ao 
assunto. Senão vejamos. 
Capítulo IV - Da Escrituração 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um 
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e 
a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
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§ 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a 
critério dos interessados. 
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se 
refere o art. 970. 
 
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, 
que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou 
eletrônica. 
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para 
o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. 
 
Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o 
caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro 
Público de Empresas Mercantis. 
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o 
empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não 
obrigatórios. 
 
Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a 
responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver 
na localidade. 
 
Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e 
em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em 
branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as 
margens. 
Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, 
que constem de livro próprio, regularmente autenticado. 
 
Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização 
do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as 
operações relativas ao exercício da empresa. 
§ 1o Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam 
o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam 
numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados 
livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e 
conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação. 
§ 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado 
econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis 
legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária. 
 
Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de 
fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes 
Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas 
para aquele. 
 
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Art. 1.186. O livro Balancetes Diários e Balanços será escriturado de modo que 
registre: 
I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo 
saldo, em forma de balancetes diários; 
II - o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento do 
exercício. 
 
Art. 1.187. Na coleta dos elementos para o inventário serão observados os 
critérios de avaliação a seguir determinados: 
I - os bens destinados à exploração da atividade serão avaliados pelo custo de 
aquisição, devendo, na avaliação dos que se desgastam ou depreciam com o 
uso, pela ação do tempo ou outros fatores, atender-se à desvalorização 
respectiva, criando-se fundos de amortização para assegurar-lhes a substituição 
ou a conservação do valor; 
II - os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, ou que 
constituem produtos ou artigos da indústria ou comércio da empresa, podem 
ser estimados pelo custo de aquisição ou de fabricação, ou pelo preço corrente, 
sempre que este for inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou 
venal estiver acima do valor do custo de aquisição, ou fabricação, e os bens 
forem avaliados pelo preço corrente, a diferença entre este e o preço de custo 
não será levada em conta para a distribuição de lucros, nem para as 
percentagens referentes a fundos de reserva; 
III - o valor das ações e dos títulos de renda fixa pode ser determinado com 
base na respectiva cotação da Bolsa de Valores; os não cotados e as 
participações não acionárias serão considerados pelo seu valor de aquisição; 
IV - os créditos serão considerados de conformidade com o presumível valor de 
realização, não se levando em conta os prescritos ou de difícil liqüidação, salvo 
se houver, quanto aos últimos, previsão equivalente. 
 
Parágrafo único. Entre os valores do ativo podem figurar, desde que se preceda, 
anualmente, à sua amortização: 
I - as despesas de instalação da sociedade, até o limite correspondente a dez 
por cento do capital social; 
II - os juros pagos aos acionistas da sociedade anônima, no período 
antecedente ao início das operações sociais, à taxa não superior a doze por 
cento ao ano, fixada no estatuto; 
III - a quantia efetivamente paga a título de aviamento de estabelecimento 
adquirido pelo empresário ou sociedade. 
 
Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a 
situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as 
disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo. 
Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que acompanharão o 
balanço patrimonial, em caso de sociedades coligadas. 
 
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Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de 
lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e 
débito, na forma da lei especial. 
 
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou 
tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para 
verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em 
seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei. 
 
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de 
escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, 
comunhãoou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em 
caso de falência. 
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a 
requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de 
ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade 
empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles 
se extrair o que interessar à questão. 
§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, perante o 
respectivo juiz. 
 
Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros, nos casos do artigo 
antecedente, serão apreendidos judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á como 
verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos livros. 
Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova 
documental em contrário. 
 
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, 
em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício 
da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas 
leis especiais. 
 
Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar 
em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis 
concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência 
no tocante aos atos neles consignados. 
 
Art. 1.195. As disposições deste Capítulo aplicam-se às sucursais, filiais ou 
agências, no Brasil, do empresário ou sociedade com sede em país estrangeiro. 
 
INTERPRETAÇÃO DOS DISPOSITIVOS 
 
Passemos agora a analisar os dispositivos para fins de prova. 
 
Como dissemos acima, em um primeiro momento, devemos escriturar, por 
meio de lançamentos contábeis, todas as notas fiscais e documentos que 
comprovem alteração no patrimônio da entidade. 
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Neste sentido estabelece o Código Civil: 
 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um 
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e 
a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
 
Esta escrituração, nos ditames do artigo 1.182, deve ser feita por contabilista 
legalmente habilitado. Aqui, duas exceções devem ser feitas. 
 
1) O artigo fala em contabilista, expressão que abrange tanto o bacharel em 
ciências contábeis como o técnico em contabilidade, desde que regularmente 
habilitados. 
2) Há que se fazer uma exceção. Caso não haja contabilista na localidade, a 
escrituração deve ser feita pelo próprio empresário ou por outro auxiliar. 
 
Ainda, segundo o artigo 1.183, a escrituração será feita em idioma e moeda 
corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e 
ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou 
transportes para as margens, sendo permitido o uso de código de números ou 
de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado. 
 
Na mesma linha, o art. 1.194 estabelece que o empresário e a sociedade 
empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, 
correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não 
ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados. 
 
Cuidado: algumas questões costumam asseverar que empresário e 
sociedade empresária devem conservar documentos de escrituração 
pelo prazo de cinco anos. Tal afirmação está incorreta. Por exemplo. O 
direito tributário tem seu regulamento geral previsto no Código 
Tributário Nacional. Nesta lei, sobre a prescrição e a decadência de 
tributos encontramos as seguintes afirmações: 
 
Decadência 
 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-
se após 5 (cinco) anos, contados: 
 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia 
ter sido efetuado; 
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício 
formal, o lançamento anteriormente efetuado. 
 
Prescrição 
 
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Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco 
anos, contados da data da sua constituição definitiva. 
 
Portanto, se a Fazenda tem um tributo relativo a janeiro de 2008 para cobrar e 
o lança em outubro de 2012, deixará de incorrer em prazo decadencial (que 
conta para o lançamento do tributo) e passará a se sujeitar ao prazo 
prescricional (de mais cinco anos). Logo, por todo este prazo deverá o 
contribuinte guardar os livros. 
 
O artigo 1.179, §2º prescreve que: 
 
§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se 
refere o art. 970. 
 
E quem seria este pequeno empresário que está dispensado da escrituração?! A 
resposta pode ser encontrada na Lei Complementar n. 123/2006. 
 
Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do 
disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
(Código Civil), o empresário individual caracterizado como microempresa na 
forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta anual até o limite 
previsto no § 1º do art. 18-A. 
 
Art. 18-A, § 1º Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se MEI o 
empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-
calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo 
Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista 
neste artigo. 
 
LIVROS EMPRESARIAIS 
 
De acordo com o Código Civil, os números e as espécies de livros que o 
empresário vai adotar, em regra, ficam a seu critério. Todavia, pode 
haver disposição especial de lei em contrário, que ordene a escrituração de 
livros específicos, como o faz, por exemplo, a legislação fiscal, que exige a 
escrituração de livros como registro de entradas de mercadoria, registros de 
saída, entre outros. 
 
Ademais, o código civil obriga a todos os empresários que escriturem o 
livro diário, como vemos a seguir: 
 
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, 
que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou 
eletrônica. 
 
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Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para 
o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. 
 
No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do 
documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as 
operações relativas ao exercício da empresa (CC, art. 1.184). 
 
Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o 
período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam 
numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados 
livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e 
conservados os documentos que permitama sua perfeita verificação (CC, art. 
1.184. § 1o). 
 
E mais. Vejam acima que o artigo 1.179 obriga ao levantamento do balanço 
patrimonial e da demonstração do resultado do exercício. Estes lançamentos 
são feitos no diário, dentro dele. 
 
Art. 1.184, § 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado 
econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis 
legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária. 
 
O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real 
da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das 
leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo (CC, art. 1.188). 
 
O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e 
perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, 
na forma da lei especial (CC, art. 1.189). 
 
Deve-se salientar, ainda, que os livros devem ser autenticados no registro 
competente, autenticação que se dará antes de pô-los em uso. 
 
Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o 
caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro 
Público de Empresas Mercantis. 
 
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o 
empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não 
obrigatórios. 
 
EXIBIÇÃO DE LIVROS 
 
Inicialmente, deve-se absorver que o Código Civil prega que os livros podem 
fazer prova quer a favor quer contra o empresário. Todavia, para fazer prova a 
favor não pode estar eivado de vício, seja ele extrínseco ou intrínseco. 
 
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Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as 
pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício 
extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios. 
 
Os livros empresariais representam a vida econômica do empresário. Ali são 
encontradas informações valiosas sobre o andamento e a gestão do negócio. 
Pois bem, estes livros são resguardados por sigilo. O Código Civil confere 
proteção à escrituração através do seguinte dispositivo: 
 
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou 
tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para 
verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em 
seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei. 
 
9HMDP� TXH� R� SUySULR� DUWLJR� VH� LQLFLD� FRP� D� UHGDomR� ³UHVVDOYDGRV� RV� FDVRV�
SUHYLVWRV�HP�OHL´��R�TXH�SHUPLWH�LQIHULU�TXH�R�sigilo empresarial não é direito 
absoluto. 
 
Exemplifique-se. O Código Tributário Nacional, em seu artigo 195, dispõe: 
 
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer 
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar 
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou 
fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de 
exibi-los. 
 
No mesmo sentido foi o Código Civil: 
 
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, 
em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício 
da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas 
leis especiais. 
 
Assim, o sigilo empresarial não é válido frente às autoridades tributárias, 
quando no exercício da fiscalização. 
 
É possível também que os livros sejam exibidos judicialmente. A exibição em 
juízo poderá ser total ou parcial. Senão vejamos. 
 
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de 
escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, 
comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em 
caso de falência. 
 
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a 
requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de 
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ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade 
empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles 
se extrair o que interessar à questão. 
 
§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, perante o 
respectivo juiz. 
 
O Código de Processo civil ainda propõe que: 
 
Art. 381. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos 
livros comerciais e dos documentos do arquivo: 
 
I - na liquidação de sociedade; 
II - na sucessão por morte de sócio; 
III - quando e como determinar a lei. 
 
Art. 382. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e 
documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como 
reproduções autenticadas. 
 
Entendamos os artigos em epígrafe. 
 
A exibição total somente pode ser determinada pelo juiz, a requerimento da 
parte, e em algumas ações (art. 1.191). O próprio Código cita os casos em que 
é possível a exibição total: 
 
1) sucessão; 
2) comunhão/ sociedade; 
3) administração; 
4) falência/liquidação; 
5) quando a lei determinar. 
 
Todavia, a exibição parcial pode ser feita de ofício ou a requerimento da parte, 
em qualquer ação judicial, quando necessário ou útil à solução da lide (CC, art. 
1.191, parágrafo primeiro). 
 
Exibição Quem pode requerer? Quando? 
Integral Parte Questões relativas à sucessão, comunhão, 
sociedade, administração, falência, liquidação 
Parcial Parte ou de ofício (juiz) Qualquer processo 
 
LIVROS OBRIGATÓRIOS PARA AS SOCIEDADES ANÔNIMAS 
 
Segundo a Lei 6.404, artigo 100, a companhia deve ter, além dos livros 
obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas 
formalidades legais: 
 
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I - o livro de Registro de Ações Nominativas. 
II - o livro de "Transferência de Ações Nominativas". 
III - o livro de "Registro de Partes Beneficiárias Nominativas" e o de 
"Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas". 
IV - o livro de Atas das Assembléias Gerais. 
V - o livro de Presença dos Acionistas. 
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e 
de Atas das Reuniões de Diretoria. 
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal. 
 
ANÁLISE DOS ARTIGOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 
Art. 378. Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao 
comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, 
que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. 
 
Imagine-se que por meio da análise do fluxo de caixa de determinada empresa, 
feita em seus livros contábeis, um Agente Fiscal de Rendas descubra um grande 
valor de omissão de receita. Partindo-se dessa premissa, ele faz um lançamento 
de ofício, cobrando ICMS e multas correspondentes a tal omissão. 
 
A cobrança foi ajuizada e o valor será executado a favor do erário. Os livros 
comerciais utilizados pelo auditor provam contra a empresa. Todavia, pode o 
comerciante provar,por meio de outras formas permitidas em direito, 
que os lançamentos realizados no livro estão equivocados. Pode, por exemplo, 
demonstrar, com todas as notas fiscais relacionadas, que houve pagamento 
correto do ICMS relativo àquele fato e que, não obstante a escrituração 
estivesse errada, o imposto sobre circulação de mercadorias foi corretamente 
apropriado e pago. 
 
Art. 379. Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, 
provam também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes. 
 
Suponha-se que A vende determinada mercadoria para B. O vendedor (A) alega 
em juízo, porém, não ter recebido o valor do comprador (B). Nesta hipótese, se 
B houver escriturado regularmente a entrada da mercadoria, se tiver feito o 
apropriado lançamento em seus livros diário e razão, se houver algum registro 
no Livro de Registro de Inventário, e, também, se puder fazer a comprovação 
por meio da quitação bancária correspondente, podemos dizer que os livros 
comerciais farão prova a favor de B. 
 
Art. 380. A escrituração contábil é indivisível: se dos fatos que resultam dos 
lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são 
contrários, ambos serão considerados em conjunto como unidade. 
 
Voltemos ao exemplo da omissão de caixa constatada pelo Agente Fiscal de 
Rendas em uma auditoria dos livros contábeis. Se o Fisco pôde constatar que 
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determinada quantidade de tributos é devida e o empresário consegue, com 
base nestes mesmos livros, provar que não é, a análise será levada à lide como 
uma unidade. Ou seja, há que se fazer a análise em conjunto, não se 
considerando apenas o que alega o fisco, tampouco o que diz o empresário. 
 
DOS PREPOSTOS 
 
O que é um preposto? Nada mais é do que o representante da empresa que 
conhece os fatos e tem a capacidade de argumentar, defender ou esclarecer os 
assuntos por ela tratados. O Código Civil trouxe como prepostos o gerente, o 
contabilista e outros auxiliares. O assunto está previsto nos artigos 1.169 a 
1.178 do CC. 
 
O preposto não é qualquer auxiliar dependente do empresário, ou seja, nem 
todos os empregados do empresário são prepostos. O que caracteriza a 
preposição é o poder de representação. O preposto substitui o preponente em 
determinados atos, seja na organização interna da empresa, seja nas relações 
externas com terceiros. 
 
Importa dizer que os resultados das ações dos prepostos devem ser revertidos 
para o empresário, sendo vedada a negociação em interesse próprio, sob pena 
de demissão por justa causa nos termos do artigo 482, c, da Consolidação das 
Leis do Trabalho. 
 
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo 
empregador: 
 
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do 
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual 
trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; 
 
Vejamos os artigos do Código Civil que tratam a respeito dos prepostos. Em 
seguida, explicaremos o que há de mais salutar. Mas, desde já, diria que a 
importância deste tópico no concurso não é das maiores. As questões que caem 
(e quando caem) costumam tão-somente exigir o texto legal. 
 
Capítulo III - Dos Prepostos 
 
Seção I - Disposições Gerais 
 
Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no 
desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do 
substituto e pelas obrigações por ele contraídas. 
 
Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por 
conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de 
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operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por 
perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação. 
 
Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou valores ao 
preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu sem protesto, salvo nos 
casos em que haja prazo para reclamação. 
 
Seção II - Do Gerente 
 
Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no exercício da 
empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência. 
 
Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente 
autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe 
foram outorgados. 
 
Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-se solidários os 
poderes conferidos a dois ou mais gerentes. 
 
Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para serem opostas a 
terceiros, dependem do arquivamento e averbação do instrumento no Registro 
Público de Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa 
que tratou com o gerente. 
 
Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, deve a 
modificação ou revogação do mandato ser arquivada e averbada no Registro 
Público de Empresas Mercantis. 
 
Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique 
em seu próprio nome, mas à conta daquele. 
 
Art. 1.176. O gerente pode estar em juízo em nome do preponente, pelas 
obrigações resultantes do exercício da sua função. 
 
Seção III - Do contabilista e outros auxiliares 
 
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por 
qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se 
houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. 
 
Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente 
responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante 
terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. 
 
Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer 
prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da 
empresa, ainda que não autorizados por escrito. 
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Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, 
somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, 
cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. 
 
Os empregados podem ser prepostos ou pessoas que com ele tenham vínculo, 
como os funcionários autônomos. 
 
Havendo relação de preposição entre empresário e determinada pessoa, essa 
relação é pessoal, ou seja, deve ser exercida diretamente pelo preposto. O 
preposto deverá agir com o maior zelo possível. Se agir contrariamente, 
delegando atribuição que lhe foram cometidas, responde o preposto 
pessoalmente, exceto se houver autorização para a substituição. Assim dispôs o 
artigo 1.169. 
 
Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no 
desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do 
substituto e pelas obrigações por ele contraídas. 
 
No mesmo sentido, imaginem se Augusto, empresário, confia a seu gerente o 
exercício de decidir sobre a venda de mercadorias da empresa. O cliente X 
chega a comprar e o gerente diz:- Tenho a mercadoria de Augusto pra 
negociar, contudo, posso lhe oferecer a mercadoria Y, de minha propriedade, 
por um preço muito melhor. Não seria ético e probo por parte do gerente que 
promovesse tais atos. Por isso, o Código Civil diz: 
 
Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode negociar por 
conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de 
operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por 
perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação. 
 
Vejam que, havendo autorização, não há ilicitude. 
 
O artigo 1.171, por seu turno, prega que se terceiros entregarem papéis, bens 
ou valores, ao preposto considera-se que a entrega foi feita também ao 
preponente, se não reclamar (protestar) o empresário ou preposto. Ressalve-
se, contudo, o caso em que haja prazo para reclamação. 
 
RESPONSABILIDADE PELOS ATOS DOS PREPOSTOS 
 
Com espeque no Código Civil: 
 
Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer 
prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da 
empresa, ainda que não autorizados por escrito. 
 
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Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, 
somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, 
cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. 
 
A responsabilidade do preponente por atos do preposto difere caso o ato seja 
praticado dentro ou fora do estabelecimento. Senão vejamos. 
 
O preponente é responsável pelo ato praticado dentro de estabelecimento que 
seja relativo à atividade da empresa, mesmo que o preposto não seja 
autorizado por escrito. 
 
Todavia, para atos praticados fora do estabelecimento a responsabilidade só se 
dará no limite do poder conferido por escrito. 
 
A FEPESE cobrou este ponto, no concurso para Auditor Fiscal Tributário de 
Florianópolis, em 2014, com a seguinte assertiva (item incorreto): A 
responsabilidade dos preponentes pelos atos de quaisquer prepostos, praticados 
nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, é limitada aos 
atos autorizados por escrito. 
 
Exemplificando. O fato de João (preposto) conceder em determinada operação 
dentro do estabelecimento um desconto de 50%, mesmo não estando 
autorizado para tanto, acarreta a responsabilidade (prejuízo, neste caso) para o 
preponente, que deverá responder por tanto. 
 
Neste caso, resta perquirir, ainda, se a atitude do preposto foi com dolo ou 
culpa, pois, de acordo com a Lei: 
 
Art. 1.177, parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são 
pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, 
perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. 
 
Assim, tendo João praticado o ato com negligência, imprudência ou imperícia, o 
que caracterizará a culpa, responderá ele pessoalmente frente ao 
empresário. Não haverá responsabilidade perante terceiros. 
 
Ao revés, agindo com dolo, se, por exemplo, ele tivesse tido tal conduta para 
beneficiar terceiro e levar o preponente à ruína, passaria a responder 
solidariamente com o preponente perante terceiros. 
 
De dois prepostos cuidou o Código Civil pormenorizadamente. São eles: gerente 
e contabilista. 
 
GERENTE 
 
O gerente é o principal preposto da empresa, a quem incumbe a administração 
da atividade. Quando a lei não exigir poderes especiais, considera-se o gerente 
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autorizado a praticar todos os atos necessários ao exercício dos poderes que lhe 
foram outorgados (CC, art. 1.173). 
 
Assim, poderá o gerente realizar a venda de mercadorias, contratação de 
serviços. Contudo, se, por exemplo, é necessária a assinatura de sócio para 
assinatura de um auto de infração lavrado por determinado Fisco, não poderá o 
gerente praticar tal ato, já que é vedado por lei. 
 
Tal importância dá o Código Civil ao gerente que o permite estar em juízo em 
nome do preponente, desde que para responder por obrigações que tenham 
nexo com o exercício de sua função (CC, art. 1.176). 
 
Mas, professor, e se houver mais de um gerente (o que é plenamente 
possível)? Bem, neste caso, o CC diz que: 
 
Art. 1.173, parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-se 
solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes. 
 
Ou seja, se não for expressamente feita uma divisão de competências, todos os 
gerentes poderão praticar os mais diversos atos relativos ao empresariado. 
 
Por fim, como não poderia deixar de saber, temos de saber como se dá a 
responsabilidade do gerente pelos atos que praticar. Tais indagações podem ser 
respondidas pelos artigos 1.174 e 1.175 do Código Civil. 
 
Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para serem opostas a 
terceiros, dependem do arquivamento e averbação do instrumento no Registro 
Público de Empresas Mercantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa 
que tratou com o gerente. 
 
Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, deve a 
modificação ou revogação do mandato ser arquivada e averbada no Registro 
Público de Empresas Mercantis. 
 
Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que este pratique 
em seu próprio nome, mas à conta daquele. 
 
Pois bem. O preponente, então, responde com o gerente pelos atos que o 
gerente praticar, em nome do empresário. Contudo, caso haja limitação nos 
poderes do gerente, estas limitações poderão ser opostas a terceiros, desde 
que estejam devidamente averbadas na Junta Comercial. 
 
Entrementes, se não estiver a limitação registrada e o preponente tiver meios 
de provar que o terceiro quando contratou conhecia desta limitação do gerente, 
se eximirá o empresário de responder. 
 
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CONTABILISTA 
 
Dissemos que o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir 
um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração 
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e 
a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico (CC, 
art. 1.179). 
 
Essa escrituração deve ser feita por contabilista (contador ou técnico em 
contabilidade), salvo se nenhum houver na localidade. 
 
De acordo com o Código Civil: 
 
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por 
qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se 
houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. 
 
REGISTRO 
 
Vamos direto ao Código Civil. 
 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro 
Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade 
simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às 
normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos 
tipos de sociedade empresária. 
 
Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo 
antecedente será requeridopela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão 
ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado. 
 
§ 1o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo 
de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos. 
 
§ 2o Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro somente 
produzirá efeito a partir da data de sua concessão. 
 
§ 3o As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por perdas e 
danos, em caso de omissão ou demora. 
 
Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regularidade das 
publicações determinadas em lei, de acordo com o disposto nos parágrafos 
deste artigo. 
 
§ 1o Salvo exceção expressa, as publicações ordenadas neste Livro serão feitas 
no órgão oficial da União ou do Estado, conforme o local da sede do empresário 
ou da sociedade, e em jornal de grande circulação. 
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§ 2o As publicações das sociedades estrangeiras serão feitas nos órgãos oficiais 
da União e do Estado onde tiverem sucursais, filiais ou agências. 
 
§ 3o O anúncio de convocação da assembléia de sócios será publicado por três 
vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a da 
realização da assembléia, o prazo mínimo de oito dias, para a primeira 
convocação, e de cinco dias, para as posteriores. 
 
Art. 1.153. Cumpre à autoridade competente, antes de efetivar o registro, 
verificar a autenticidade e a legitimidade do signatário do requerimento, bem 
como fiscalizar a observância das prescrições legais concernentes ao ato ou aos 
documentos apresentados. 
 
Parágrafo único. Das irregularidades encontradas deve ser notificado o 
requerente, que, se for o caso, poderá saná-las, obedecendo às formalidades da 
lei. 
 
Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições especiais da lei, não 
pode, antes do cumprimento das respectivas formalidades, ser oposto a 
terceiro, salvo prova de que este o conhecia. 
 
Parágrafo único. O terceiro não pode alegar ignorância, desde que cumpridas as 
referidas formalidades. 
 
Indubitavelmente, o artigo mais cobrado sobre registro em prova é o artigo 
1.150, que deve ser interpretado harmonicamente com o artigo 985. 
 
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no 
registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos. 
 
A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio 
e na forma da lei, dos seus atos constitutivos. O simples fato de uma 
sociedade ser constituída e iniciar as suas atividades não lhe confere 
personalidade jurídica. Para tanto é necessário o registro de seus atos 
constitutivos no órgão competente. 
 
Assim, pode ocorrer de um empresário constituir seu negócio e iniciar suas 
atividades sem que tenha feito requerimento de seu registro ao órgão 
competente, quando estará em situação irregular, regendo-se pelas regras 
relativas à sociedade em comum (vista à frente). Portanto, se cair na sua 
prova, é errado asseverar que a personalidade jurídica se inicia com a 
constituição e início das atividades da empresa. Ok? 
 
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Também é importante: 
 
 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao 
registro público de empresas mercantis a cargo das juntas comerciais, 
e a sociedade simples ao registro civil das pessoas jurídicas, o qual 
deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples 
adotar um dos tipos de sociedade empresária. 
 
O entendimento desse artigo 1.150 é o que se segue: 
 
 
Esse tema foi objeto de cobrança no concurso para Fiscal de Rendas do Estado 
do Rio de Janeiro (FGV/2008-���GD� VHJXLQWH� IRUPD�� ³2V�DWRV� FRQVWLWXWLYRV�GD�
VRFLHGDGH�VmR�VHPSUH�DUTXLYDGRV�QD�-XQWD�&RPHUFLDO´�� 
 
Fácil perceber agora que o gabarito da questão é falso, porquanto as sociedades 
simples registram-se no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
 
Se a sociedade simples obedecer ao regime próprio que lhe fora previsto no 
Código Civil (o regime próprio das sociedades simples), o registro será nos 
moldes estabelecidos para os Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
 
Caso a sociedade simples opte por uma das outras formas que lhe são possíveis 
(sociedade limitada, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita 
simples), o Registro Civil obedecerá aos ritos previstos para inscrição dessas 
sociedades na Junta Comercial. O registro, todavia, continua sendo feito do 
registro civil. 
 
Assim, José e Alfredo, médicos, formam uma sociedade simples pura, que 
obedecerá às regras próprias deste tipo societário previstas no Código Civil. 
/RJR��R�UHJLVWUR�p�IHLWR�QR�&DUWyULR�&LYLO��GD�³IRUPD�FRPXP´��FRPR�p�IHLWR�SDUD�
todas as outras sociedades simples. 
 
Imagine-se agora que José e Alfredo formam uma sociedade simples, adotando 
a forma de sociedade limitada. O registro será feito seguindo todas as regras 
previstas para as sociedades limitadas (as LTDAs que são sociedades 
empresárias se registram na Junta Comercial), contudo, continuará sendo feito 
no Registro Civil. 
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O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo antecedente será 
requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo 
sócio ou qualquer interessado (CC, art. 1.151). 
 
Outro aspecto importante é que segundo o artigo 1.151, parágrafo primeiro, os 
documentos devem ser apresentados à Junta Comercial no prazo de 30 DIAS. 
Sendo feito no prazo, o registro retroage à data da origem. Entretanto, caso o 
registro seja feito após o prazo previsto, o efeito do registro surtirá apenas após 
a data da concessão (CC, art. 1.151, §2º). 
 
Quando obrigatório o registro, as pessoas que forem responsáveis por efetuá-lo 
e retardarem injustificadamente responderão por perdas e danos (CC, art. 
1.151, §3º). 
 
A FCC explorou este assunto do seguinte modo: 
 
(FCC/OAB SP/2006) Os efeitos do arquivamento de documentos no registro de 
comércio operam-se apenas na data da publicação do seu extrato. 
 
O item está incorreto. O registro é obrigação legal imposta a todo e qualquer 
empresário (CC, art. 967). O ato deve ser feito até 30 dias após a assinatura do 
respectivo documento (Lei 8.934/94, art. 36). Se assim feito, considera-se o 
ato eficaz, perante terceiros, desde sua origem ± efeito ex tunc. Ao revés, em 
se levando o ato a registro fora do prazo previsto de 30 dias, considera-se 
eficaz apenas a partir do momento em que houver deferimento ± efeito ex 
nunc. 
 
Por fim, é importante saber que decai em três anos o direito de anular a 
constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato 
respectivo, contado o prazo da publicação da sua inscrição no registro (CC, 
artigo 45, par. único). 
 
EFEITOS DO REGISTRO 
 
O registro dos empresários possui natureza declaratória, isto é, serve para 
declarar que ele está cumprindo os requisitos que lhe foram exigidos, 
atestando-se sua regularidade no âmbito do direito mercantil. Relembre-se, 
porém, que para osrurais a inscrição tem natureza constitutiva. 
 
ATOS DE REGISTRO 
 
Já se falou aqui também que, como dispõe o artigo 967 do Código Civil, é 
obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas 
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
 
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Mas, onde é feito esse registro? Esse registro é feito na Junta Comercial. É ela 
quem executa os atos de registro (a saber, matrícula, arquivamento e 
autenticação) dos empresários individuais e sociedades empresárias. 
Tratemos das três espécies de registro. 
 
A matrícula é nada mais do que o registro de leiloeiros, tradutores públicos, 
intérpretes, trapicheiros e administradores de armazéns gerais. 
 
O arquivamento trata basicamente dos documentos relativos à constituição, 
alteração, dissolução e extinção de empresários individuais e sociedades 
empresárias, como contrato social, atas de reunião, atas de alteração 
contratual, entre outros. 
 
Por seu turno, a autenticação é o registro da escrituração realizada pelos 
empresários e sociedades empresárias. 
 
É exatamente este o modo como cobram na prova! Para provar, vejam como a 
FCC cobrou o assunto ± item correto: 
 
(FCC/OAB SP/2006) A profissão de leiloeiro será exercida mediante matrícula 
concedida pelas Juntas Comerciais. 
 
ÓRGÃOS DE REGISTRO E PROCESSO DECISÓRIO 
 
Segundo a Lei 8.934/94: 
 
Art. 3º Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades 
Afins serão exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, 
harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas 
Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes órgãos: 
 
I - o Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão central Sinrem, 
com funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano 
técnico; e supletiva, no plano administrativo; 
II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e 
administradora dos serviços de registro. 
 
Assim, com fulcro na Lei, temos, no topo da estrutura, o Sistema Nacional de 
Registro de Empresas Mercantis ± SINREM. O SINREM é ligado ao Ministério 
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 
 
Abaixo, o DNRC tem funções supervisora, orientadora, coordenadora e 
normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo. 
 
Já as Juntas executam os atos de registro. 
 
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Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e 
jurisdição na área da circunscrição territorial respectiva (Lei 8.934/94, art. 5º). 
 
E mais. 
 
Art. 6º As juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da 
unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicamente, ao DNRC, nos termos 
desta lei. 
 
Com efeito, grave-se. Tecnicamente, as Juntas são subordinadas aos DNRC. Já 
administrativamente, a subordinação se dá à própria unidade federada. 
 
De acordo com a lei: 
 
Art. 32. O registro compreende: 
 
I - a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e 
intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais; 
 
II - O arquivamento: 
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de 
firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; 
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 
6.404, de 15 de dezembro de 1976; 
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a 
funcionar no Brasil; 
d) das declarações de microempresa; 
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao 
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que 
possam interessar ao empresário e às empresas mercantis; 
 
III - a autenticação dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis 
registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria. 
 
Os documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser apresentados a 
arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, a 
cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o 
arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder (Lei 
8.934/94, art. 36). 
 
Estão sujeitos ao regime de decisão colegiada pelas juntas comerciais, na forma 
da lei (art. 41): 
 
I - o arquivamento: 
 
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a) dos atos de constituição de sociedades anônimas, bem como das atas de 
assembléias gerais e demais atos, relativos a essas sociedades, sujeitos ao 
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
b) dos atos referentes à transformação, incorporação, fusão e cisão de 
empresas mercantis; 
c) dos atos de constituição e alterações de consórcio e de grupo de sociedades, 
conforme previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976; 
 
II - o julgamento do recurso previsto na lei de Registro Público. 
 
Ainda, de acordo com o texto legal: 
 
Art. 42. Os atos próprios do Registro Público de Empresas Mercantis e 
Atividades Afins, não previstos no artigo anterior, serão objeto de decisão 
singular proferida pelo presidente da junta comercial, por vogal ou servidor que 
possua comprovados conhecimentos de Direito Comercial e de Registro de 
Empresas Mercantis. 
 
Portanto, a regra é a decisão singular nos atos de registro, proferida pela 
Presidente da Junta, por vogal ou servidor que possua comprovados 
conhecimentos de Direito Comercial e de Registro de Empresas Mercantis.. 
 
DO EMPRESÁRIO CONSIDERADO INATIVO 
 
Segundo o artigo 60 da Lei 8.934/94, a firma individual ou a sociedade que não 
proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá 
comunicar à junta comercial que deseja manter-se em funcionamento. 
 
Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, 
promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda 
automática da proteção ao nome empresarial (Lei 8.934/1994, art. 60, 
parágrafo primeiro). 
 
 
NOME EMPRESARIAL 
 
Antes de qualquer coisa, temos de nos perguntar do que se trata este instituto. 
 
A definição é estatuída pelo próprio Código Civil, que diz: 
 
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, 
de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. 
 
O nome empresarial está para o empresário e sociedade empresária tal como o 
nome civil está para nós, pessoas naturais. 
 
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Enquanto eu, como pessoa física, contraio obrigações e direitos pelo nome de 
Gabriel Rabelo da Silva, a sociedade empresária Petróleo Brasileiro S.A o faz 
por esta denominação. 
 
O empresário individual tem um nome empresarial que pode ou não coincidir 
com o nome civil. Por seu turno, a sociedade empresárianão tem outro nome 
que não o empresarial. 
 
Existem, como dito acima, dois tipos de nome empresarial: a firma e a 
denominação. 
 
Atenção: é comum que no cotidiano, na linguagem coloquial, adotemos a 
expressão firma como sinônimo de empresa, comércio. Todavia, esta é uma 
imprecisão terminológica. Juridicamente falando, a firma é uma espécie de 
nome empresarial. 
 
Falemos um pouco sobre as espécies de nome empresarial. 
 
A firma tem por base nome civil. Esse nome civil pode ser do empresário 
individual (quando o empresário exerce atividade sozinho) ou dos sócios de 
uma sociedade empresária. 
 
Portanto, na composição, no núcleo deste tipo de nome empresarial sempre 
haverá um ou mais nomes civis. 
 
Exemplo: Gabriel Rabelo da Silva. 
 
A denominação, por seu turno, tem de designar o objeto da empresa, 
adotando como núcleo um nome civil ou outra expressão linguística. 
 
Exemplo: Petróleo Brasileiro S.A. 
 
No que diz respeito à função, deve-se anotar que a firma serve, além de 
elemento de identificação, também como assinatura para o empresário, 
ao passo que a denominação é somente elemento de identificação. 
 
Para cada tipo de empresário e sociedade empresária há uma regra específica 
para a formação do nome empresarial. Senão vejamos. 
 
O empresário individual somente poderá adotar a firma, baseado no nome 
civil. Ademais, poderá ser de modo extenso ou abreviado, aditando-lhe, se 
quiser, o ramo de atividade a que se dedica. 
 
Estas são as determinações do Código Civil: 
 
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Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo 
ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa 
ou do gênero de atividade. 
 
3RU� H[HPSOR�� ³*DEULHO� 5DEHOR� GD� 6LOYD´�� ³*�� 5�� 6LOYD´�� ³5DEHOR� GD� 6LOYD´��
³*DEULHO�5DEHOR��0HUFDGR´� 
 
O empresário individual de responsabilidade limitada, por sua vez, 
poderá operar sob firma ou denominação. 
 
Art. 980-A. par. 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da 
expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual 
de responsabilidade limitada. 
 
Feitas as considerações sobre os empresários individuais, falemos sobre os 
diversos tipos societários. 
 
Tendo em vista a responsabilidade ilimitada de seus sócios, a sociedade em 
nome coletivo somente poderá utilizar a firma ou razão social. 
 
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada 
operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, 
bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" 
ou sua abreviatura. 
 
Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações 
contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma 
da sociedade de que trata este artigo. 
 
Se forem sócios de uma sociedade em nome coletivo Gabriel Rabelo da Silva, 
/XFLDQR�6LOYD�5RVD�H�-RDQD�$QJpOLFD��R�QRPH�HPSUHVDULDO�GHYHUi�VHU��³*DEULHO�
5DEHOR� GD� 6LOYD�� /XFLDQR� 6LOYD� 5RVD� H� -RDQD� $QJpOLFD´�� ³5DEHOR�� 5RVD� H�
$QJpOLFD��5HVWDXUDQWH´��³*DEULHO�5DEHOR�GD�6LOYD�	�&LD´��HWF�� 
 
A sociedade em comandita simples também deverá se utilizar de firma, haja 
vista que os sócios comanditados possuem responsabilidade ilimitada pelas 
obrigações sociais. Como os comanditários possuem responsabilidade limitada, 
não podem constar do nome social. Com efeito, deve ser utilizada a expressão 
³H�FRPSDQKLD´�� 
 
Segundo a IN 116/2011, do DNRC: 
 
Art. 5º Observado o princípio da veracidade: 
 
b) da sociedade em comandita simples deverá conter o nome de pelo menos 
um dos sócios comanditados, com o aditivo "e companhia", por extenso ou 
abreviado; 
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No nosso exemplo, sendo comanditados Gabriel Rabelo e Luciano Silva e 
FRPDQGLWiULD�-RDQD�$QJpOLFD��R�QRPH�HPSUHVDULDO�SRGHUi�VHU��³*DEULHO�5DEHOR��
/XFLDQR�6LOYD�	�&LD´��³*DEULHO�5DEHOR�	�&LD´��³5DEHOR��6LOYD�	�&LD´�� 
 
A sociedade em conta de participação não só não tem nome empresarial, 
como está proibida de adotá-lo. 
 
A sociedade limitada pode optar pela adoção de firma ou denominação. 
 
Segundo o Código Civil: 
 
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas 
pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. 
 
§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que 
pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. 
§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela 
figurar o nome de um ou mais sócios. 
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e 
ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação 
da sociedade. 
 
Portanto, reitere-se, a sociedade limitada pode adotar a firma ou denominação, 
integrando-se, obrigatoriamente, D�SDODYUD� ³OLPLWDGD´�RX�VXD�DEUHYLDWXUD�DR�
final. A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e 
ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação 
da sociedade (CC, art. 1.158, parágrafo 3º). 
 
Caso a sociedade limitada opte pela firma poderá designar o ramo da atividade. 
Caso utilize a denominação, esta indicação é obrigatória. 
 
([HPSOR��³*DEULHO�	�6LOYD��/WGD´��³5DEHOR�	�5RVD��3DGDULD�/LPLWDGD´�� 
 
Segundo a IN 116/2011 do DNRC: 
 
Art. 5º Observado o princípio da veracidade: 
 
II - a firma: 
 
d) da sociedade limitada, se não individualizar todos os sócios, deverá conter o 
nome de pelo menos um deles, acrescido do aditivo "e companhia" e da palavra 
"limitada", por extenso ou abreviados; 
 
III - a denominação é formada com palavras de uso comum ou vulgar na língua 
nacional ou estrangeira e ou com expressões de fantasia, com a indicação do 
objeto da sociedade, sendo que: 
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a) na sociedade limitada, deverá ser seguida da palavra "limitada", por extenso 
ou abreviada; 
 
A sociedade anônima deve adotar denominação. 
 
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto 
social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por 
extenso ou abreviadamente. 
 
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, 
ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. 
 
Exemplo: Petróleo Brasileiro S.A, Vale S.A. 
 
A sociedade em comandita por ações pode, também, adotar firma ou 
denominação. 
 
Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, 
adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão 
"comandita por ações". 
 
Outro aspecto importante: 
 
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já 
inscrito no mesmo registro. 
 
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, 
deverá acrescentar designação que o distinga. 
 
Além deste, outro dispositivo é muito cobrado em provas de concursos: 
 
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
 
Parágrafo único.O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se 
o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com 
a qualificação de sucessor. 
 
Veja-se que o nome empresarial não pode ser objeto de alienação, 
ressalvando-se a hipótese de o adquirente de estabelecimento, se o 
contrato permitir, usar o nome do alienante precedido do seu próprio, 
como sucessor. 
 
Por fim, estando o empresário em recuperação judicial, deve acrescer ao seu 
QRPH�D�H[SUHVVmR�³(P�5HFXSHUDomR�-XGLFLDO´�� 
 
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E, também, estando enquadrado como microempresário ou empresário de 
pequeno porte deve consignar a expressão ME ou EPP, conforme propõe a Lei 
Complementar 123/2006. 
 
Portanto, esquematizemos tudo o que foi dito aqui: 
 
Tipo Firma Denominação 
Empresário individual X 
Empresário individual de responsabilidade limitada X X 
Sociedade em conta de participação Não possui 
Sociedade limitada X X 
Sociedade anônima X 
Sociedade em comandita por ações X X 
Sociedade em nome coletivo X 
Sociedade em comandita simples X 
 
DAS SOCIEDADES 
 
Começaremos, agora, a falar sobre as sociedades em si. 
 
No Brasil, as pessoas jurídicas podem se encontrar sob o manto de dois regimes 
jurídicos: 
 
1) Regime jurídico de direito público: nele se encontram, quase que sempre, 
a União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Territórios e autarquias. 
2) Regime jurídico de direito privado: compreende todas as outras pessoas. 
 
A diferença entre os regimes reside justamente no tratamento jurídico que lhes 
são conferidos. As pessoas jurídicas de direito público, em virtude de zelarem 
pelo interesse coletivo, se situam quase sempre em posição de superioridade, 
de supremacia, sobre as pessoas privadas. 
 
Ao revés, as pessoas jurídicas de direito privado se respaldam no princípio da 
isonomia, inexistindo, entre elas, valoração diferenciada de seus interesses. 
 
Continuando, as pessoas jurídicas de direito privado podem se constituir sob 
duas formas: 
 
a) pessoas jurídicas de direito privado estatais: que compreende as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista; 
b) pessoas jurídicas de direito privado não-estatais: abarcando este conceito as 
fundações, associações e sociedades. 
 
Nesta esteira, distinguem-se as fundações e associações das sociedades 
pelo escopo negocial das sociedades. Portanto, ficamos assim: 
 
PJ de direito 
público 
União, Estados, DF, Município, 
Territórios e autarquias 
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As sociedades, por seu turno, podem se subdividir em simples e 
empresárias. 
 
A distinção entre uma sociedade simples e uma sociedade empresária reside em 
quê? Seria no lucro? Bem, quem acha que é isso errou. Esse é um critério 
insuficiente para separar os dois institutos. Por exemplo, por força de disposição 
legal, as sociedades de advogados são sempre sociedades simples, mas, ora, 
como um advogado viveria sem a remuneração de sua profissão? Percebam, 
pois, que não podemos separar uma sociedade simples e empresária pelo 
critério lucro, uma vez que as simples também podem possuir fins lucrativos. 
 
A diferença, então, entre uma sociedade simples e uma sociedade 
empresária reside na exploração de seu objeto de forma profissional e 
organizada, como propõe o artigo 966 do Código Civil. 
 
Sem prejuízo do exposto, as sociedades por ações (que compreendem as 
sociedades anônimas e sociedades em comanditas por ações) são sempre 
sociedades empresárias, ainda que possuam fins pios. Ao revés, as 
cooperativas são sempre sociedades simples. É este o comando do artigo 
982, par. único do CC. 
 
DISPOSITIVOS DO CÓDIGO CIVIL SOBRE AS SOCIEDADES 
 
Vejamos alguns dispositivos importantes do Código Civil para a prova. Em 
seguida, façamos as devidas explicações. 
 
TÍTULO II - Da Sociedade 
 
CAPÍTULO ÚNICO - Disposições Gerais 
 
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se 
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade 
que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a 
registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Pessoas 
jurídicas 
PJ de direito 
privado 
Estatais: Empresas púb. e SEMs 
Não estatais: Fundações, 
associações e sociedades 
Sociedades: 
simples e 
empresárias 
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Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a 
sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 
 
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos 
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de 
conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas 
que lhe são próprias. 
 
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos 
tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer 
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, 
depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade 
empresária. 
 
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no 
registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 
1.150). 
 
O artigo 9��� SUHVFUHYH� TXH� ³FHOHEUDP� FRQWUDWR� GH� VRFLHGDGH� DV� SHVVRDV� TXH�
reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício 
GH�DWLYLGDGH�HFRQ{PLFD�H�D�SDUWLOKD��HQWUH�VL��GRV�UHVXOWDGRV´�� 
 
Um primeiro aspecto importante a frisar é o que o dispositivo em comento 
aluda tanto às sociedades simples, como às empresárias. Note-se que o artigo 
fala em atividade econômica. Portanto, como já frisamos, não é este o ponto 
que discerne as sociedades simples das empresárias. 
 
Outro ponto que merece destaque é o de que a sociedade nasce do encontro da 
vontade de sócios. Este encontro é denominado affectio societatis. Esse vontade 
comum de celebração de uma avença será concretizada por um contrato social 
ou estatuto, conforme o tipo societário que se queira adotar. 
 
Ademais, vale dizer que o artigo 981 também traz outro item essencial para a 
constituição da sociedade, um pressuposto fático, qual seja, a pluralidade de 
sócios, porquanto celebram contrato de sociedades as pessoas. 
 
A doutrina diz que a unipessoalidade da sociedade somente poderá em regra 
ser incidental e temporária. Se A e B constituem uma sociedade e B, 
posteriormente, vem a óbito, a sociedade deverá ser reconstituída em um prazo 
de 180 dias, sendo que, não o fazendo, o possível caminho para a sociedade 
será o da dissolução (CC, art. 1.033, IV). 
 
A esse respeito, vejam a questão da FCC, explorado em concurso para 
magistratura (item correto): 
 
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