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RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS Todo individuo que pratica uma ação ou uma omissão, por ela responde, sendo obrigado a justifica-la perante as pessoas e a própria sociedade. No contexto do sistema CONFEA/CREAS/MUTUA, as responsabilidades dos engenheiros podem ser enquadradas nas seguintes modalidades: Responsabilidade Ético- Profissional Responsabilidade Civil Responsabilidade Criminal Responsabilidade Trabalhista Responsabilidades CIVIL CONTRATUAL SOLIDEZ E SEGURANÇA MATERIAIS DANOS A TERCEIROS TÉCNICA OBEDIÊNCIA ÀS NORMAS VIGENTES, ATENDO-SE AOS LIMITES DE SUAS ATRIBUIÇÕES CRIMINAL DESABAMENTO INCÊNDIO MEIO AMBIENTE ADMINISTRATIVA CÓDIGO DE OBRAS, DE ÁGUA E ESGOTO NORMAS TÉCNICAS REGULAMENTO PROFISSIONAL PLANO DIRETOR TRABALHISTA REGULAMENTADA POR LEIS TRABALHISTAS CONTRATO COM EMPREGADOS COMO EMPREGADOR OU PREPOSTO ÉTICA CONTRARIAR A BOA CONDUTA MORAL CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS A responsabilidade civil decorre da obrigação de reparar e/ou indenizar eventuais danos causados a outrem. Responsabilidade Civil - Há imprudência quando o agente procede precipitadamente ou sem prever integralmente os resultados de sua ação; - Há negligência, quando existe omissão voluntária de medidas necessárias à segurança e cujas consequências sejam previsíveis e cuja realização teria evitado o resultado danoso; - Há imperícia, quando ocorre inaptidão ou conhecimento insuficiente do agente para a prática de determinado ato. • Imprudência é fazer demais, negligência é fazer de menos e imperícia é fazer mal feito ou errado. É aquela que impõe a obrigação de reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiro. Requer prejuízo a terceiro, particular ou estado, de modo que a vitima poderá pedir reparação do dano, traduzida esta ou na recomposição do estado anterior, ou numa importância em dinheiro. Dano Patrimonial: dano causado ao patrimônio da vitima (ressarcir dano causado - indenização). Dano Pessoal: dano causado ao próprio individuo, isto é, que afeta a parte física da pessoa (lesão leve até morte). Dano Moral: é todo o dano causado ao patrimônio ideal do individuo. Responsabilidade pela qualidade, solidez e segurança: perfeição técnica que as construções exigem, a fim de salvaguardar a sociedade dos perigos que podem representar se realizadas fora das técnicas profissionais adequadas. Responsabilidade Civil Responsabilidade Contratual: A lei civil brasileira estabelece, como regra, a liberdade de contratar em razão e nos limites da função social do contrato. Os contratantes que são obrigados a observar os princípios da probidade e da boa fé, poderão celebrar contratos que tenham os mais diversos objetos possíveis, desde que estes não encontrem vedação legal. Responsabilidade de passível indenização; Se os atos ilícitos são ações ou omissões que afrontam as leis em sentido amplo, entendidas estas como normas que tem aplicabilidade perante toda a sociedade, as infrações às obrigações ajustadas são o que poderíamos denominar de ilícitos contratuais. Exemplo: Atraso na entrega de uma obra ou serviço. Responsabilidade Civil Responsabilidade pela solidez e segurança da construção: pelo Código Civil Brasileiro, o profissional responde pela solidez e segurança da obra durante 5 anos. Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo. Se, entretanto, a obra apresentar problemas de solidez e segurança e, através de perícias, ficar constatado erro do profissional, este será responsabilizado, independente do prazo transcorrido, conforme jurisprudência existente; Responsabilidade Civil Responsabilidade pelos materiais: a escolha dos materiais da obra é da competência do profissional. É comum fazer a especificação dos materiais em "Memorial Descritivo". Quando o material não estiver de acordo com a especificação, ou dentro dos critérios de segurança, o profissional deve rejeitá-lo, sob pena de responder por qualquer dano futuro; Responsabilidade Civil Responsabilidade por danos a terceiros: é muito comum na construção civil a constatação de danos a vizinhos, em virtude da vibração de estaqueamentos, fundações e quedas de materiais. Os danos resultantes desses incidentes devem ser reparados, pois cabe ao profissional tomar todas as providências necessárias para que seja preservada a segurança, a saúde e o sossego de terceiros. Cumpre destacar que os prejuízos causados são de responsabilidade do profissional e do proprietário, solidariamente, podendo o lesado acionar tanto um como o outro. São da Natureza Civil: - Ações de improbidade administrativa - Condenação a pagamento de multa pelo TCU - Ações de reparação de dano Responsabilidade Civil Na responsabilidade civil objetiva, basta a relação entre causa e efeito do dano e o agente causador. Quando existe essa relação direta, o agente é responsabilizado sem necessidade de se provar a culpa. "A queda de um muro de contenção de uma obra sobre uma edificação vizinha é responsabilidade direta da construtora e não cabem recursos". Já a responsabilidade civil subjetiva, que ocorre na maioria dos processos, depende de investigações e análise dos projetos e dos processos executivos da obra. Se constatados erros de cálculo, a responsabilidade é do projetista. Se constatados erros na execução, a responsabilidade é do construtor. Quando o projetista não especifica bem os projetos que serão entregues a construtora, dá margens a subjetividades que podem acarretar condenações. Responsabilidade Civil RESPONSABILIDADE PENAL OU CRIMINAL Pode resultar em penas de reclusão dependendo da gravidade das ações cometidas pelo profissional. Decorre de fatos considerados crimes. Merecem destaque: Desabamento - queda de construção por culpa humana; Desmoronamento – resultante de causas da natureza; Incêndio - quando provocado por sobrecarga elétrica; Intoxicação ou morte por agrotóxico - pelo uso indiscriminado de inseticidas na lavoura sem a devida orientação e equipamento; Contaminação - provocada por vazamentos de elementos radioativos e outros. Responsabilidade Penal ou Criminal DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA DOS CRIMES DE PERIGO COMUM Incêndio - Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. Inundação - Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa. Perigo de inundação - Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Responsabilidade Penal ou Criminal Desabamento ou desmoronamento - Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Modalidade culposa - Parágrafo único - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano. Responsabilidade Penal ou Criminal •Reclusão: admite o regime inicial fechado. •Detenção: não admite o regime inicial fechado. São de naturezapenal: Crime de Peculato: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Crime de Falsidade Ideológica Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Responsabilidade Penal ou Criminal Crime de Corrupção passiva e ativa: Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. Corrupção ativa: Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. O Código Penal trata também da violação do direito autoral. Que pode ser aplicado nos projetos de engenharia e arquitetura. Responsabilidade Penal ou Criminal RESPONSABILIDADE TRABALHISTA Ocorrer em função das relações contratuais ou legais assumidas com empregados utilizados na obra ou serviço, estendendo-se a obrigações acidentárias e previdenciárias. A matéria é regulada pelas Leis Trabalhistas em vigor. Resulta das relações com os empregados e trabalhadores que compreendem: direito ao trabalho, remuneração, férias, descanso semanal e indenizações, inclusive, aquelas resultantes de acidentes que prejudicam a integridade física do trabalhador. O profissional só assume esse tipo de responsabilidade quando contratar empregados, pessoalmente ou através de seu representante ou representante de sua empresa. Nas obras de serviços contratados por administração o profissional estará isento desta responsabilidade, desde que o proprietário assuma o encargo da contratação dos operários. Responsabilidade Trabalhista RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA Quando o engenheiro é servidor público e está submetido ao regime profissional estatutário. Nesse particular, se de seus atos profissionais resultar alguma infração aos dispositivos legais estatutários (lei específica dos servidores), poderá ser submetido a Processo Administrativo Disciplinar. Resulta também das restrições impostas pelos órgãos públicos, através do Código de Obras, Código de Água e Esgoto, Normas Técnicas, Regulamento Profissional, Plano Diretor e outros. Essas normas legais impõem condições e criam responsabilidades ao profissional, cabendo a ele, portanto, o cumprimento das leis específicas à sua atividade. Responsabilidade Administrativa RESPONSABILIDADE TECNICA Os profissionais que executam atividades específicas das áreas tecnológicas devem assumir a responsabilidade técnica por todo trabalho que realizam. Apenas como exemplos: - Um arquiteto que elabora o projeto de uma casa será o responsável técnico pelo projeto; - O engenheiro civil que executa a construção desta mesma casa será o responsável técnico pela construção; - Um engenheiro agrônomo que projeta determinado cultivo especial de feijão será o responsável técnico desse cultivo. Responsabilidade Técnica ou Ético-Profissional O descumprimento da legislação ou o exercício inadequado da profissão podem resultar em um processo ético-disciplinar. As penalidades serão aplicadas sobre a pessoa física e podem variar em função da gravidade ou reincidência da falta. São elas: - Advertência reservada - Censura pública - Multa - Suspensão temporária do exercício profissional - Cancelamento definitivo do registro. Responsabilidade Técnica ou Ético-Profissional O que é CREA/CONFEA? Confea: NORMATIZA a fiscalização do exercício profissional e JULGA os processos em última instância. Creas: FISCALIZAM, com base nas normas e orientações emanadas do Confea, bem como o constante em leis e decretos, o exercício profissional e JULGAM em 1ª e 2ª instâncias. Objetivo precípuo do Sistema : Preservar o cumprimento ético e garantir a efetiva participação de profissional habilitado nas obras e serviços, visando a defesa da sociedade. Crea-SP é a sigla que identifica o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo - o maior Conselho de Fiscalização de Exercício Profissional da América Latina e provavelmente um dos maiores do mundo. O Crea-SP é responsável pela fiscalização de atividades profissionais nas áreas da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia, além das atividades dos Tecnólogos e das várias modalidades de Técnicos Industriais de nível médio. CREA - SP Exercício do CREA SP • Fiscaliza; • Controla; • Orienta e aprimora o exercício e as atividades profissionais Agentes Fiscais do Crea-SP, lotados em doze Regiões Administrativas distribuídas no Estado CREA - SP Os Agentes Fiscais do Crea realizam pesquisas internas e externas, além das diligências de rotina pelas ruas das cidades onde atuam. As diligências de rotina se constituem em visitas dos Agentes Fiscais a obras, de empresas privadas ou de órgãos públicos, para verificação da responsabilidade técnica pelos serviços executados nas áreas de Engenharia, Agronomia e afins. Quando a obra não conta com responsável técnico, ou quando o "responsável técnico" identificado é um leigo, o Crea-SP parte para uma ação mais objetiva: o Agente Fiscal, constatando realmente a irregularidade, procede à lavratura da Notificação e, quando necessário, do Auto de Infração. Quando este Auto não é atendido dentro das exigências da Lei, o Crea-SP gera um processo administrativo, conforme a tipificação pertinente à atividade e/ou irregularidade encontrada. Como se processa a fiscalização do Conselho? MÚTUA A Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais dos Creas – é uma sociedade civil sem fins lucrativos criada pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), pela resolução nº 252 de 17 de dezembro de 1977, conforme autorização legal contida no artigo 4º da Lei 6.496 de 7 de dezembro de 1977. O principal objetivo da Mútua é oferecer a seus associados planos de benefícios sociais, previdenciários e assistenciais, de acordo com sua disponibilidade financeira, respeitando o seu equilíbrio econômico- financeiro. Todos os profissionais com registro nos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Creas) – desde que atendam às condições estabelecidas em seu regimento -, além de empregados dos Creas, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) e da Mútua. QUEM PODE SE ASSOCIAR A MUTUA? ALGUNS BENEFÍCIOS DA MUTUA ALGUNS BENEFÍCIOS DA MUTUA Infrações: Atuação de leigo – Falta de RT (Multa) Acobertamento (Multa, advertência reservada, censura pública, podendo levar a suspensão e cancelamento do registro) Exercício profissional de empresa sem registro (Multa) Ausência de responsável técnico pela obra, empreendimento ou pessoa jurídica (Multa) Código de Ética (Advertência, censura pública, suspensão) Art. 75 (cancelamento do registro) Falta de ART (Multa, advertência reservada, censura pública) Fiscalização – Principais Infrações e Penalidades: • Art. 75. O cancelamento do registro será efetuado por má conduta pública e escândalos praticados pelo profissional ou sua condenação definitiva por crime consideradoinfamante. Lei 5.194, de 1966 Estrutura do Crea-SP: - Estrutura Básica: responsável pela criação de condições para o desempenho integrado e sistemático das finalidades do Conselho Regional, sendo composta por órgãos de caráter decisório ou executivo, compreendendo: Plenário, Câmaras Especializadas, Presidência, Diretoria e Inspetorias; - Estrutura de suporte: responsável pelo apoio aos órgãos da Estrutura Básica nos limites de sua competência específica, sendo composta por órgãos de caráter permanente, especial ou temporário compreendendo: Comissões Permanentes, Comissões Especiais, Grupos de Trabalho e Órgãos Consultivos; - Estrutura auxiliar: responsável pelos serviços administrativos, financeiros, jurídicos e técnicos, tem por finalidade prover apoio para o funcionamento da Estrutura Básica e da Estrutura de Suporte, para a fiscalização do exercício profissional e para a gestão do Conselho Regional. A Estrutura Auxiliar é coordenada, orientada e supervisionada pelas Secretarias e pelo Gabinete da Presidência, e seus serviços são executados pelas Superintendências, responsáveis pela gestão das respectivas áreas de atuação. CREA - SP Qualificação Profissional O exercício das atividades inerentes a profissão, é assegurado pela legislação vigente, todos os direitos pertinentes a ela juridicamente. Quem exercer ilegalmente, é passível de sanções penais e civis, estabelecidas por lei. É bom lembrar, que os direitos assegurados, tem deveres e obrigações de ordem LEGAL e ÉTICA Atribuição Profissional Por se tratar de atividades que envolvem questões de segurança pública, as profissões de Engenharia, Engenharia Operacional, Tecnólogos e Técnicos, são regulamentadas pelos governos, no que se refere as atribuições profissionais e nos termos de responsabilidade técnica e civil das suas obras e/ou projetos. ART A Lei n° 6.496, de 7 de dezembro de 1977, que instituiu a Anotação de Responsabilidade Técnica-ART, estabelece que todos os contratos referentes à execução de serviços ou obras de Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia ou Meteorologia deverão ser objeto de anotação no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – Crea. Conforme estabelece a Resolução nº 1.025, de 2009, do Confea, fica sujeito à anotação de responsabilidade técnica no Crea em cuja circunscrição for exercida a respectiva atividade: • todo contrato referente à execução de obras ou prestação de serviços relativos às profissões vinculadas à Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia ou Meteorologia; e • todo vínculo de profissional com pessoa jurídica para o desempenho de cargo ou função que envolva atividades para as quais sejam necessários habilitação legal e conhecimentos técnicos nas profissões retromencionadas. A anotação é feita por meio do formulário eletrônico, disponível no sítio do Crea na Internet. Nele são declarados os principais dados do contrato firmado entre o profissional e seu cliente (no caso de profissional autônomo), ou ainda entre o contratado e o contratante (no caso de profissional com vínculo empregatício). ART A Lei 5.194 A lei que regulamenta a profissão dos engenheiros, arquitetos e agrônomos é a Lei Nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e mais as Resoluções do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Atualmente a Arquitetura não faz parte da grade profissional de atuação do CONFEA. A criação de um conselho profissional próprio para arquitetos e urbanistas é uma discussão antiga. Em dezembro de 2010, surgiu o CAU, Conselho de Arquitetura e Urbanismo, como autarquia que orienta, fiscaliza e regula a profissão de arquiteto e urbanista. O conselho começou a funcionar em 19 de dezembro de 2011, quando a diretoria eleita em outubro tomou posse. Segundo Menezes, o CAU é fruto de uma luta antiga dos arquitetos. “A ideia de criação de um conselho próprio é uma luta dos arquitetos há mais de 50 anos, que objetiva não só o fortalecimento da profissão, mas também a boa prestação de serviço à sociedade. Um conselho separado traz para a sociedade a garantia de ter a prestação de um serviço de um profissional devidamente habilitado. A vantagem de ser uniprofissional é que é muito mais ágil no atendimento das demandas”, afirma o presidente do CAU/RJ. CAU Já para Guerreiro, essa não era uma demanda da maioria dos profissionais. “Nós não somos contra o CAU, só achamos que a mudança não deveria ser obrigatória. Muitos arquitetos nos procuram dizendo que não queriam deixar o CREA, porque é uma instituição que adquiriu grande credibilidade e enquanto o CAU ainda é uma interrogação. Quando a lei tramitou pelo Congresso, as lideranças fizeram um lobby para mudar algumas coisas da lei original, como a questão da obrigatoriedade”, afirma o presidente do CREA/ RJ. “O número atual do CREA estará na nova carteira, como uma referência, para que os profissionais não precisem mudar uma série de outros documentos. E haverá ainda o número novo, do registro no CAU. O conselho vai tomar essa providência e anunciar aos profissionais. A migração é automática de um conselho para o outro, o profissional não precisa tomar nenhuma providência para isso”. CAU Uma das mudanças que a lei sobre o novo conselho traz é que todas as atribuições dos arquitetos e urbanistas, que eram garantidas através de resolução, são agora garantidas por força de lei. “Isso significa um fortalecimento e reconhecimento da profissão no sentido de saber que existe a possibilidade de desenvolver as atribuições privativas, que são aquelas exclusivas dos arquitetos (desenvolvimento e projetos de arquitetura), e as compartilhadas (administração e execução de obras, por exemplo). Da forma como era, a profissão dos arquitetos era desvalorizada, estava criada uma área de sombreamento da atividade profissional”, afirma Menezes, que também diz não haver nenhum conflito de ordem profissional entre arquitetos e engenheiros. “Esse convívio harmônico e necessário é fundamental pelo sucesso da arquitetura e da engenharia brasileiras. Apenas estamos em conselhos diferentes”, diz. CAU Para Guerreiro, algumas dessas atribuições deviam ter sido mais discutidas antes de virarem lei. “Elas são conflituosas, não ficaram bem resolvidas porque tudo passou muito rápido pelo Congresso. Nesse momento de expansão da economia, eu acho que esses conflitos vão ser menores, porque há muita demanda de trabalho. Mas pode haver um período de ‘vacas magras’ e vai haver disputa no mercado de trabalho”, afirma. CAU A Resolução CAU/BR nº 51 retira atribuições de engenheiros e outras profissões regulamentadas? Não. No caso das atividades que constam na Resolução CONFEA nº 218/1973, como projeto de edificações, a Lei 12.378/2010 diz que “na hipótese de as normas do CAU/BR sobre o campo de atuação de arquitetos e urbanistas contradizerem normas de outro conselho profissional, a controvérsia será resolvida por meio de resolução conjunta de ambos os conselhos”. Entre os argumentos do CREA está o fato de que as próprias universidades de engenharia civil ensinam o projeto arquitetônico aos seus alunos, o que torna-os capazes de fazer esse trabalho. Os arquitetos, por outro lado, dizem que também aprendem matérias específicas do engenheiro, mas que não procuram exercê-las. CAU x CREA/CONFEA CAU Quais são as atividades privativas de arquitetos e urbanistas em processos de regularização fundiária e parcelamento do solo? O CAU/BR define como atribuição exclusiva de arquitetos o projeto urbanístico, que é definido como “atividade técnica de criação, pela qual é concebida uma intervenção no espaço urbano, podendo aplicar-se tanto ao todo como a parte do território – projeto de loteamento,projeto de regularização fundiária, projeto de sistema viário e de acessibilidade urbana”. O CREA não pode notificar ou autuar obras ou serviços em que haja um arquiteto e urbanista como responsável, se todas as atividades da obra ou serviço forem da atribuição do arquiteto e urbanista. Caso ocorra, o profissional deve informar ao CAU de seu Estado ou Distrito Federal sobre o que eventualmente esteja ocorrendo através do e-mail. Profissionais As Instituições de Ensino formam os profissionais e lhes concedem os graus ou títulos acadêmicos Os Conselhos Regionais, ao proceder o registro, lhes concedem os títulos profissionais e as atribuições Finalmente! Terminou a Graduação... Após a finalização da graduação, com a titulação acadêmica obtida, você deverá ser habilitado legalmente Para isso é necessário o registro nos organismos credenciados para a fiscalização e controle de trabalho. Uma vez devidamente registrado, estará apto, ou seja, habilitado e qualificado, para o exercício da profissão. O órgão responsável pela fiscalização do exercício da profissão de Engenheiro é o CREA • Os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs) encontram-se inseridos no Sistema CONFEA/CREA - Conselho Federal de Engenharia e Agronomia/Conselhos Regionais. • Esse sistema tem como compromisso principal regulamentar e fiscalizar, em todo o território nacional, as profissões das áreas da engenharia, arquitetura, agronomia, geologia, geografia e meteorologia, tanto de nível superior, quanto de nível técnico de segundo grau. Sistema CONFEA/CREA Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Confea Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia - Creas Profissões inseridas no CONFEA / CREA Engenharia Agronomia Geologia Geografia Meteorologia Tecnólogos e Técnicos Sistema Confea/Crea fundamenta-se Fiscalização Profissional Valorização Profissional Ética Profissional INSTITUIÇÕES DE ENSINO ATESTAM HABILITAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA CONSELHO PROFISSIONAL RESPONSÁVEIS PELA FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL SINDICATOS ENTIDADES DE DIREITO PÚBLICO, CRIADAS POR PROFISSIONAIS AFINS, PARA DEFESA DOS DIREITOS E PRIVILÉGIOS DE CLASSE ASSOCIAÇÕES DE CLASSE ENTIDADES DE DIREITO PRIVADO (E SEM FINS LUCRATIVOS) QUE CONGREGAM PROFISSIONAIS AFINS EM TORNO DE INTERESSES COMUNS MÚTUA DE ASSISTÊNCIA PROFISSIONAL BRAÇO ASSISTENCIAL DO SISTEMA FILIAÇÃO VOLUNTÁRIA COMPONENTES DO SISTEMA CONFEA/CREA CREA (BA)CREA (SE) CREA (AL) CREA (PE)CREA (PB) CREA (MA)CREA (TO)CREA (AP) CREA (PA)CREA (RR) CREA (AM) CREA (AC) CREA (RO) CREA (MS) CREA (GO) CREA (MT) CREA (DF) CREA (MG) CREA (ES) CREA (RS) CREA (RJ) CREA (PR) CREA (SC) CREA (RN)CREA (CE)CREA (PI) CONFEA Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CREA (SP) ENGENHARIA LEGAL Fundamentação Legal DECRETO FEDERAL Nº 23.569, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1933 - Regula o exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor. Lei Federal nº 5.194, de 24.12.1966 – Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro Agrônomo, e dá outras providências. Em complementação, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA (www.confea.org.br), baixa Resoluções para regulamentar a aplicação dos dispositivos previstos nessa Lei (artigos 24 a 54 da Lei nº 5.194). Atribuições do Engenheiro Resolução 218 de 1973 1- Supervisão, coordenação e orientação técnica; 2- Estudo, planejamento, projeto e especificação; 3- Estudo de viabilidade técnico-econômica; 4- Assistência, assessoria e consultoria; 5- Direção de obra e serviço técnico; 6- Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; 7- Desempenho de cargo e função técnica; 8- Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; 9- Elaboração de orçamento; Atribuições do Engenheiro Resolução 218 de 1973 10 - Padronização, mensuração, controle de qualidade; 11 - Execução de obra ou serviço técnico; 12 - Fiscalização de obra ou serviço técnico; 13 - Produção técnica e especializada; 14 - Condução de serviço técnico; 15 - Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; 16 - Execução de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; 17 – Operação, manutenção de equipamento ou instalação; e 18 - Execução de desenho técnico Quadro de Atividades do Engenheiro (parte 1) Explicação do quadro: Por ex.: o tecnólogo poderá exercer as atividades de 09 a 18. As atividades de 06 a 08 poderão ser exercidas, desde que sejam relacionadas as atividades de 09 a 18 Obs.: O curso de engenharia de Operações, foi extinto no Brasil em 1977. Atualmente existem menos de 15.000 engº de operação em todo a país. Quadro de Atividades do Engenheiro (parte 2) Especialização, pós-graduação e complementação do currículo – Significado de Especialização Ação de especializar, de passar a possuir conhecimentos ou habilidades em determinada área. No País, existem dois tipos de cursos de pós-graduação. São os cursos "lato sensu", como as especializações e os MBA´s, e os "stricto sensu", que são os mestrados e os doutorados. As pós-graduações "lato sensu", geralmente, têm uma menor duração e tendem a ser menos exigentes que os mestrados e doutorado. Especialização Pós-graduação é a mesma coisa que especialização? Essa é uma dúvida de longa data e tão comum que chega a acometer tanto alunos quanto professores. Qualquer curso feito depois do ensino superior (bacharelado, licenciatura ou tecnológico) é considerado “pós-graduação”. No Brasil, entretanto, o termo “pós-graduação” passou a ser adotado como referência apenas a cursos de especialização, embora ele abranja, também, mestrados, doutorados e MBAs. Especialização x Pós Graduação? Especialização: Chance de redirecionar a carreira As especializações se configuram como o primeiro degrau para os candidatos que desejam mudar de área de atuação e, assim, redirecionar a carreira. Não por acaso, tradicionalmente as especializações atraem alunos que estão mais ligados às tendências do mercado e inteirados sobre as novidades da sua indústria, prontos para fazer a diferença. MBA O termo MBA foi bastante difundido nos Estados Unidos e no Brasil somente agora começa a ficar conhecido por quem procura uma Pós-Graduação. MBA por sua vez, significa Master Business Administration. Nada mais é do que uma Pós- Graduação Lato Sensu, ou seja, que direciona para a especialização, o aperfeiçoamento em uma área profissional específica, focada no mercado de trabalho. É indicado para profissionais com pelo menos três anos de experiência profissional e com presença já consolidada na área, como no caso de gerentes, diretores e presidentes. Lato sensu X Stricto sensu As pós-graduações "lato sensu", geralmente, têm uma menor duração e tendem a ser menos exigentes que os mestrados e doutorado. Além disso, elas não precisam ter uma autorização prévia do MEC. A instituição que já oferece cursos de graduação, e é autorizada pelo ministério a funcionar, não precisa pedir permissão ao MEC para criar novos cursos. Já os cursos "stricto sensu" precisam de autorização do governo para funcionar. Cabe à Capes realizar a recomendação do curso para que ele possa funcionar. Mestrado Para funcionar, os cursos "stricto sensu" como os mestrados precisam ser recomendados pela Capes e reconhecidos pelo MEC. É essa agência do Ministério da Educação que avalia o curso e atesta sua qualidade. Os cursos precisam ter, aomenos, a nota 3. Aqueles que possuem nota 5 já são considerados com "elevado padrão de qualidade". Mas, para ter essa nota, é preciso que tenham cursos de doutorado, além do mestrado. Trabalho final de conclusão: é necessário que o estudante elabore uma dissertação ao final do curso. Titulação: ao final do curso, o aluno adquire um diploma de mestre. Duração: geralmente têm duração de dois anos. Mas é comum ser estendido até dois anos e meio. Mestrado Profissional É uma modalidade mais recente de cursos "stricto sensu". O mestrado profissional foi regulamentado em 2009. Sua principal diferença em relação ao mestrado (acadêmico) é o seu enfoque voltado à qualificação profissional do candidato. Duração: geralmente têm duração de dois anos, mas pode se estendido por mais meses. Titulação: De acordo com o Conselho Nacional de Educação (CNE) - orgão consultor do MEC -, como todo curso "stricto sensu", o diploma do mestrado profissional tem validade nacional e grau "idêntico" ao mestrado acadêmico. Além dos mestrados, o doutorado é outra modalidade de cursos "stricto sensu". Sendo assim, os normativos são semelhantes. No país, são quase 2 mil cursos voltados para a formação de doutor. Uma quantidade bem mais baixa que a de mestrados acadêmicos, mas superior a de mestrados profissionais. Trabalho final de conclusão: o candidato precisa defender uma tese "que represente trabalho de pesquisa importando em real contribuição para o conhecimento do tema", atesta a Capes. É também fundamental que o objeto de estudo tenha um enfoque inovador. Titulação: oferece o título de doutorado, ou seja, os concluintes podem, sim, ser chamados de doutores. Duração: geralmente quatro anos Doutorado O postdoc não é um curso e não dá um título, apesar do que muitos pensam. Não exige cursar disciplinas; Não exige defender uma tese; Seu foco é a pesquisa, visando resolver algum problema avançado, e gerando publicações mais amadurecidas ou tecnologia de ponta; Pós-Doutorado
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