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Seja bem Vindo! 
 
Curso de 
 
 AmbientalLicenciamento 
CursosOnlineSP.com.br 
 
Carga horári 60 a: hs
 
 
 
 
Conteúdo: 
 
 
 
O meio ambiente e a sociedade ........................................................................... Pág. 8 
Conceitos gerais .................................................................................................. Pág. 8 
O licenciamento ambiental como ferramenta da sustentabilidade ....................... Pág. 15 
As empresas e a preservação ambiental ............................................................. Pág. 19 
Leitura Complementar .......................................................................................... Pág. 26 
Legislação Ambiental ........................................................................................... Pág. 28 
As normas de proteção ambiental no Brasil ......................................................... Pág. 28 
A Lei 6.938/81 - Política Nacional do Meio Ambiente .......................................... Pág. 34 
Lei 9.605/98 - Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza .............................. Pág. 43 
Deliberações e resoluções Copam ...................................................................... Pág. 48 
As Licenças Ambientais ....................................................................................... Pág. 50 
O que é Licenciamento Ambiental ....................................................................... Pág. 50 
Os diferentes tipos de licenças ambientais: licença prévia (LP), licença de 
instalação (LI), licença de operação (LO)............................................................. Pág. 51 
Documentação técnica ......................................................................................... Pág. 53 
A atuação do CERH: Objetivos e finalidades ....................................................... Pág. 56 
As competências do IEF, FEAM e IGAM ............................................................. Pág. 59 
SISNAMA, CONAMA, IBAMA e o licenciamento ambiental ................................. Pág. 64 
A Resolução Nº 237/97 do CONAMA e a competência para licenciar ................. Pág. 66 
Prazos e validade para o licenciamento ............................................................... Pág. 69 
Aplicação do Licenciamento Ambiental ................................................................ Pág. 71 
Empreendimentos e atividades sujeitas ao Licenciamento Ambiental ................. Pág. 71 
Atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais ...... Pág. 73 
Critérios para uso dos Recursos Ambientais ....................................................... Pág. 76 
Educação Ambiental ............................................................................................ Pág. 78 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 – Conceitos gerais 
 
 A importância do meio ambiente 
 Desenvolvimento sustentável 
 Impacto e degradação ambiental 
 
 
Por que é importante pensar no meio ambiente? 
 
Ouvimos falar praticamente todos os dias em meio ambiente. Por que 
é importante discutir isso? Por que esse assunto está tão em evidência nos 
dias atuais? 
 
O fato é que todos nós, como organismos vivos que somos, 
precisamos de condições mínimas para viver. Necessitamos de condições 
adequadas e saudáveis no nosso dia a dia, tais como ar puro, água potável 
em quantidade suficiente para saciar a sede e para nossa higiene pessoal. 
Precisamos de um ambiente saudável, limpo e com saneamento adequado. 
Todos nós gostamos de viver numa cidade limpa e arborizada, com 
segurança e equipamentos para o lazer. Ou seja, queremos viver com 
qualidade. 
 
Antigamente o mundo considerava que os recursos do meio ambiente 
eram ilimitados. O conceito era de que podíamos usar o que quiséssemos 
do nosso mundo e que os recursos eram permanentemente renovados. A 
ciência e os fatos se encarregaram de mostrar que não é assim. Inúmeras 
espécies foram extintas, florestas foram devastadas, a poluição está 
praticamente em todos os lugares. 
 
 
 
9 
Tínhamos uma noção de mundo baseada em dois polos, ou seja: Os 
bens podiam ser divididos em dois tipos: 
 
a) Bens públicos, de uso comum do povo (ruas, praças, estradas, 
rios e mares) 
 
b) Bens privados. (Propriedades individuais). 
 
Havia ideologias envolvidas nesse conceito de dualidade: O Poder 
representado pelo Estado (partidos de esquerda: socialismo, poder 
intervencionista do Estado controlando os meios de produção e a sociedade) 
e a Iniciativa Privada (partidos de “direita”: capitalismo: liberdade ilimitada 
para a iniciativa privada, limitação do Poder Estatal: o mercado regulando os 
preços: falta de intervenção estatal). Os bens públicos foram chamados de 
Primeiro Setor e os bens privados ficaram conhecidos com Segundo Setor. 
 
Porém, no decorrer do tempo, percebeu-se que além dos bens do 
Primeiro e Segundo setores (bens públicos e privados) havia outro, de maior 
importância, acima dos interesses públicos e particulares: o bem ambiental, 
primeiro bem, patrimônio social, garantia da própria existência e de uma vida 
saudável. 
 
O homem, percebendo que os recursos naturais não eram 
inesgotáveis como se pensava, identificou a importância do Meio Ambiente e 
o considerou um outro bem, o bem ambiental. Teria que haver um equilíbrio 
entre as necessidades humanas e a preservação da natureza e se não 
houvesse essa relação de equilíbrio toda a nossa existência estaria 
ameaçada, assim como nosso planeta: a destruição ambiental atingiria o 
nível global, com o fim da vida na Terra. 
 
A conscientização da necessidade desse equilíbrio teve como 
resultado o conceito de “responsabilidade social”, segundo o qual todos na 
sociedade somos responsáveis: Estado, iniciativa privada e coletividade. 
Isso causou uma mudança social que fez surgir o chamado Terceiro Setor, 
ou seja, associações e entidades civis, também conhecidas por ONGs 
(Organizações não Governamentais). 
 
No conceito de responsabilidade social está nossa obrigação em 
relação ao meio ambiente: devemos protegê-lo para garantir nossa 
sobrevivência e o futuro das próximas gerações. 
 
Quando falamos em meio ambiente vem à nossa mente o chamado 
meio ambiente natural: ar, água, solo, fauna e flora. O homem evoluiu, 
passando a viver em sociedade, construindo cidades, alterando o habitat 
natural e mesmo vivendo em meio à natureza; criamos recursos artificiais, 
tais como energia elétrica, gás, telefonia, etc. 
 
Passamos então a conviver com o ambiente artificial, onde há a 
interferência do homem, contrapondo-se ao primeiro, que é a natureza em si 
 
 
10 
mesma. Como exemplo, podemos citar a construção de uma casa numa 
fazenda. Por mais natural que seja a paisagem, temos nela algo que não faz 
parte da natureza, ou seja, a casa em si, seu interior, é um ambiente 
artificial, embora faça parte do ambiente natural. 
 
Durante sua evolução, o homem criou e desenvolveu valores 
importantes para sua identidade cultural: música, danças, artesanato, etc. 
Cada grupo de pessoas então passou a se diferenciar das demais pelos 
seus costumes, por sua cultura. Dessa forma foi criado o que chamamos de 
meio ambiente cultural e quando pensamos num determinado país, 
identificamos suas músicas, costumes, dança, comidas, artes, etc. 
 
Também em consequência da evolução do homem, finalmente, temos 
o conceito de meio ambiente do trabalho. Vamos pensar um pouco e 
entenderemos com facilidade que onde há esforço físico e/ou intelectual 
para gerar renda e sustento existe meio ambiente do trabalho, não 
importando de que formaele é constituído: se é trabalho autônomo, avulso, 
cooperado, registrado, entre outros. 
 
A Constituição Federal de nosso país determina em um de seus 
artigos o conceito de que todos têm direito a um meio ambiente adequado 
que possa ser de uso comum e que é dever do Poder Público e de todos, a 
sua manutenção de forma a garantir não só a sobrevivência das gerações 
atuais como também as futuras gerações. 
 
 Na verdade, o chamado meio ambiente é patrimônio social de cada 
povo. Ele pertence a todos e todos têm o direito de usá-lo de forma 
responsável. Para isso é preciso que ele seja mantido e não destruído, não 
só para as pessoas que nele vivem hoje como para as que viverão no futuro. 
 
Nem mesmo o Estado pode usar o meio ambiente como quiser e 
muito menos destruí-lo sob qualquer argumento. O Estado é apenas o 
“gerente” desse patrimônio coletivo. 
 
Por esse motivo, por exemplo, uma praia não pode ser fechada e 
usada por um condomínio nem uma praça pode ser vendida. Nos dois 
exemplos a população estaria sendo impedida de usar bens ambientais que 
pertencem à coletividade. 
 
 
Desenvolvimento sustentável 
 
Uma vez que vimos a origem e conceitos dos bens ambientais, vamos 
agora examinar o chamado Desenvolvimento Sustentável. 
 
Não cabem mais nos dias de hoje os conceitos do capitalismo e 
socialismo predadores, onde o homem age de modo irresponsável, 
defendendo a todo custo o lucro (capitalismo selvagem) ou o poderio do 
 
 
11 
Estado a qualquer preço (socialismo totalitário), sem considerar a 
necessidade de manter um equilíbrio com o meio ambiente. 
 
Durante muito tempo o descontrole predador resultou na degradação 
da qualidade de vida para todas as camadas da população, com maior 
impacto nos pobres (todos sentem os efeitos da poluição, mas uma vez que 
os pobres vivem em áreas mais poluídas; as enchentes, por exemplo, 
atingem todas as cidades, mas é pior nas regiões ocupadas por populações 
mais carentes, etc.). 
 
O homem chegou à conclusão que, se preservar e recuperar o meio 
ambiente, poderá se beneficiar dele e utilizar de forma satisfatória os 
recursos naturais, sem que esses se esgotem. E isso tem impacto direto na 
qualidade de vida. 
 
O artigo 225 da Constituição Federal determina que cabe à 
coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as 
presentes e futuras gerações. Todos nós temos o dever de preservar o meio 
ambiente também para as futuras gerações. 
 
Como exemplo, podemos citar a fábula da “galinha dos ovos de ouro”. 
Se o dono da galinha tivesse cuidado bem dela teria diariamente, por um 
bom tempo, alguns ovos de ouro, mas sua cobiça fez com que ele a 
matasse para pegar todos os ovos que pudesse de uma só vez. 
 
A preservação da natureza é rentável sob o ponto de vista econômico, 
pois além de garantir a nossa sobrevivência, se a mantivermos, ela 
produzirá frutos para o homem e a sociedade. Será uma fonte de vida e 
recursos econômicos, ou seja, o desenvolvimento precisa ser durável e 
contínuo, ao invés de predador.. 
 
A isso chamamos Desenvolvimento Sustentável, que deve ter por 
objetivo a manutenção dos recursos naturais em benefício da sociedade. 
Para isso acontecer devemos preservar o meio ambiente e toda a sua 
diversidade. 
 
Muitos de nós não aceitaríamos abrir mão do nosso conforto pessoal, 
e de nossos eletrodomésticos, aparelhos eletroeletrônicos, energia elétrica, 
água encanada, vestuário, móveis, meios de transporte, etc. para preservar 
a natureza. 
 
Mas, se pararmos para pensar, veremos que todas essas conquistas 
comprometem, de alguma maneira, em maior ou menor escala, nossos 
recursos naturais. 
 
Observando qualquer produto ou aparelho que utilizamos podemos 
perceber o longo caminho percorrido pela matéria-prima desde as suas 
fontes naturais até a chegada do produto final às nossas mãos. Muito pouca 
 
 
12 
gente defenderia a natureza a ponto de escolher viver com os equipamentos 
e recursos de séculos atrás. 
 
Por esse motivo e principalmente para garantir nossa sobrevivência, a 
atividade industrial e comercial nas cidades tem que minimizar ao máximo o 
impacto sobre nossos recursos ambientais, ou seja, temos que ter controle 
sobre a emissão de gases poluentes, destinação dos resíduos sólidos, etc. 
 
Podemos perceber que, segundo esses princípios, há a crescente 
necessidade e, por consequência, a preocupação do setor produtivo em 
adotar uma postura empresarial que se adapte a uma forma responsável de 
atuação para evitar ou pelo menos diminuir ao máximo os danos ambientais. 
Um exemplo disso está na cultura de ataque ao desperdício, com seus três 
princípios básicos que são: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. 
Para tudo na vida existe um preço. Nesse caso não é diferente. O 
progresso, da forma como vem ocorrendo, tem colocado em risco o 
ambiente ou, em outras palavras, vem destruindo o planeta Terra e as suas 
reservas naturais. 
Especialistas no assunto afirmam que é mais fácil o mundo acabar 
devido à destruição que estamos provocando do que por uma guerra nuclear 
ou por uma invasão extraterrestre (ou outra catástrofe qualquer). Você acha 
que isso tudo é um exagero? Então vamos trocar algumas ideias. 
Adotamos hoje um modelo de crescimento econômico que criou 
enormes desequilíbrios. Se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e 
fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a 
poluição são um problema que só tem aumentado. 
Diante disso surgiu a ideia do Desenvolvimento Sustentável (DS), 
buscando equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação 
ambiental e, ainda, erradicar a pobreza no mundo. 
Diversas pessoas que trabalham nessa área dizem que a humanidade 
de hoje detém conhecimento suficiente para que seu desenvolvimento 
ocorra de uma forma sustentável, mas é preciso garantir as necessidades do 
presente sem impedir que as gerações do futuro encontrem os meios 
necessários para suprir suas próprias necessidades. 
Você está confuso com todos esses conceitos? Então calma, vamos 
por partes. 
Essa frase toda pode ser resumida em poucas e simples palavras: O 
desenvolvimento tem que acontecer equilibradamente, alinhando-se às 
limitações ecológicas do planeta, ou seja, podemos nos desenvolver sem 
destruir o ambiente, para que as gerações futuras tenham a chance de 
existir e viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da 
qualidade de vida e das condições de sobrevivência). 
 
 
13 
Será que dá para fazer isso? Será que é possível conciliar tanto 
progresso e tecnologia com um ambiente saudável? 
É certo que isso é possível e é exatamente o que propõem as 
pessoas que defendem o Desenvolvimento Sustentável (DS), que pode ser 
definido como: "Equilíbrio entre tecnologia e ambiente, sem deixar de 
considerar os diversos grupos sociais de cada país e também dos diferentes 
países na busca do equilíbrio e justiça social". 
Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser 
entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento e não 
pode ser considerada isoladamente. É aqui que entra uma questão sobre a 
qual talvez você nunca tenha pensado: qual a diferença entre crescimento e 
desenvolvimento? 
Vamos lá então. O Crescimento não conduz automaticamente à 
igualdade nem à justiça social, pois não considera nenhum outro aspecto da 
qualidade de vida a não ser acumular patrimônio e riqueza, que ficam 
concentrados nas mãos de uma minoria de pessoas. 
O Desenvolvimento, por outro lado, volta sua preocupação para a 
geração de riquezas, mas também tem o objetivo de distribuí-las de uma 
forma mais justa para que seja possível melhorar a qualidade de vida de 
toda a população, levando em conta a qualidade ambiental do planeta Terra. 
O DS tem seis aspectos prioritáriosque devem ser entendidos como 
metas: 
 A satisfação das necessidades básicas da população (educação, 
alimentação, saúde, lazer, etc.); 
 
 A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente 
de modo que elas tenham chance de viver); 
 
 A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar 
da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que 
lhe cabe para tal); 
 
 A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc.); 
 
 A elaboração de um sistema social que garanta emprego, segurança 
social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do 
preconceito e do massacre de populações oprimidas, como, por 
exemplo, os índios); 
 
 A efetivação dos programas educativos. 
 
 
 
14 
Mundialmente e mesmo no Brasil há diversas ações sendo tomadas 
na tentativa de se chegar ao DS, e duas são fundamentais. A primeira é a 
Educação. Educar as pessoas para a preservação é a maneira mais direta e 
funcional de se atingir pelo menos uma de suas metas: a participação da 
população. Isso é vital. 
A outra é a Legislação. A Lei 9.605/1998, Lei dos Crimes 
Ambientais, inovou o meio jurídico do nosso país com a preocupação 
voltada ao nosso desenvolvimento sustentável, caracterizando como crimes 
ambientais ações que implicam na destruição da flora, fauna, assim como a 
poluição. 
 
Vamos agora aprofundar um pouco a visão sobre o impacto que o 
crescimento humano causa sobre o meio ambiente. 
 
Para que você possa compreender melhor, vamos definir que Impacto 
Ambiental é toda e qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e 
biológicas do meio ambiente. Essas alterações precisam ser quantificadas, 
uma vez que são variáveis, podendo ser positivas ou negativas, grandes ou 
pequenas. 
 
Toda ação sobre o ambiente causa algum impacto e produz a 
chamada Degradação Ambiental, que é o processo de degradação do meio 
ambiente, com danos à fauna e à flora natural. 
 
A degradação é resultado da ação da poluição produzida pelo 
homem, embora, no decorrer da evolução de um ecossistema possa ocorrer 
degradação ambiental por causas naturais. Ex: tsunamis, vulcões, 
terremotos, etc. 
 
Vejamos agora alguns exemplos de atividades humanas com impacto 
ambiental: 
 
 Construção de rodovias, aeroportos, ferrovias, portos, terminais; 
 
 Instalação de gasodutos, oleodutos, minerodutos, emissários de 
esgotos; 
 
 Obras para fins de saneamento, drenagem e irrigação, transposição 
de bacias, canais de navegação, barragens hidrelétricas; 
 
 Extração de combustível fóssil como petróleo, xisto, carvão, gás 
natural;. 
 
 Extração de minério; 
 
 Projetos turísticos e urbanísticos, aterros sanitários; 
 
 Instalação de usinas de geração de eletricidade; 
 
 
15 
1.2 – O licenciamento ambiental como ferramenta da 
sustentabilidade. 
 
 Já vimos que a sustentabilidade é o maior desafio para a humanidade 
em nosso século. Na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente (Rio-92) 
quase 200 países, ao assinarem a “Agenda 21”, firmaram um compromisso 
de busca coletiva por um mundo sustentável do ponto de vista ecológico e 
socioeconômico. 
Ao assumir esse compromisso, ainda que muito poucas ações 
concretas tenham ocorrido, os países que assinaram a “Agenda 21” se 
comprometeram com o Desenvolvimento Sustentável. 
Podemos entender o Desenvolvimento Sustentável como a forma de 
desenvolvimento que “atende às necessidades das presentes gerações sem 
prejudicar o atendimento das necessidades das gerações futuras”, mas isso 
deve ser ao mesmo tempo ecologicamente equilibrado, economicamente 
viável e socialmente justo. 
 Muitos de nós pensamos que esse objetivo é muito bonito, mas 
inatingível, já que para acontecer é necessária uma mudança de 
comportamentos em toda a sociedade, pois está diretamente associado aos 
nossos usos e costumes, a como trabalhamos, produzimos, vivemos nossas 
vidas, e também tem a ver com o modo como os países e instituições 
posicionam-se politicamente. 
Hoje, no entanto, a sociedade em geral começa a fazer pressões via 
consumidores e organizações não governamentais por um Desenvolvimento 
Sustentável. Essas pressões são feitas sobre governos, instituições e 
segmentos de produção. 
Como resultado, têm surgido modelos de desenvolvimento e sistemas 
de gestão que buscam equilibrar o desenvolvimento econômico e social com 
a preservação ao meio ambiente. 
Esses três componentes formam o Triângulo da Sustentabilidade, 
conforme segue: 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 Econômico Planeta Ambiental 
 
 
 Social 
 
 
Falando agora do sistema de licenciamento ambiental brasileiro, 
podemos perceber que ele é fundamental para a consolidação do 
Desenvolvimento Sustentável em nosso país que, por sua vez, contribui para 
o Desenvolvimento Sustentável do planeta. 
 
Todos nós sabemos que o tema meio ambiente tem cada vez mais 
destaque na mídia, principalmente via propostas políticas e ideológicas. 
Diversos candidatos, nas eleições presidenciais de 2010, destacaram sua 
preocupação com a questão ambiental, até porque esse assunto tem 
sempre uma grande repercussão na sociedade em níveis nacional e 
internacional. 
 
Há muito a fazer, principalmente quanto aos obstáculos colocados ao 
Desenvolvimento Sustentável, tais como indefinições quanto à competência 
das diversas entidades públicas e visões distorcidas relativas à 
interpretações da Constituição com relação à sustentabilidade e equilíbrio 
ambiental. Isso nos leva à conclusão de que o sistema de licenciamento 
ambiental precisa ser revisto e aperfeiçoado para que seja mais 
transparente, ágil e eficaz. 
 
Como primeira atitude para a implementação eficaz do licenciamento 
ambiental no Estado brasileiro, é preciso definir o conceito de licenciamento 
ambiental como base para o Desenvolvimento Econômico e Social e como 
ferramenta para tornar possíveis os investimentos em nosso país. 
 
 Se adotarmos uma nova atitude com base nesse conceito, e falamos 
aqui em atitude envolvendo o ponto de vista cultural e ideológico, 
poderíamos consolidar os fundamentos legais da Ordem Econômica e 
Social. Dessa forma, a Administração Pública e o Setor Produtivo passariam 
a investir recursos humanos e materiais no sistema de licenciamento 
ambiental, que assim deixaria de ser considerado um obstáculo aos 
investimentos. 
 
 
17 
Além da mudança de atitude como a que citamos, é importante 
incorporar às nossas políticas públicas a Avaliação Ambiental com foco 
estratégico, de forma a evitar que o licenciamento de grandes projetos e 
programas de infraestrutura seja conduzido sem os devidos critérios pela 
Administração Pública, ocasionando perda de tempo e investimentos. 
 
Outro grande obstáculo à própria manutenção do licenciamento 
ambiental brasileiro é a demora dos órgãos licenciadores na análise dos 
pedidos de licença. 
 
Não que esses órgãos não tenham capacidade para isso, mas 
enfrentam problemas com os poucos recursos humanos capacitados de que 
dispõem e os insuficientes recursos financeiros. É isso que resulta em 
atrasos na análise dos pedidos, que se avolumam dia após dia. 
 
Para resolver esse problema, uma saída seria criar um quadro de 
consultores independentes legalizados. Os empreendedores interessados 
poderiam pedir a esses consultores um exame prévio de seus projetos de 
forma a identificar falhas e recomendar as soluções técnicas adequadas 
para evitar ou minimizar possíveis impactos ambientais negativos. 
 
Esses consultores independentes legalizados e pagos pelos 
interessados, poderiam analisar os estudosde impacto ambiental a serem 
apresentados ao órgão público encarregado do licenciamento, aliviando, 
assim, a burocracia estatal, sem ocorrer perda de eficiência ou demora no 
processo de autorização. 
 
Isso não substituiria a análise pública do licenciamento, mas facilitaria 
muito a análise de técnicos governamentais. Esses técnicos teriam sempre a 
autoridade para homologar e incorporar aos seus pareceres as conclusões 
dos consultores particulares. Seriam poupados do grande volume de 
trabalho braçal de levantar dados e fazer sua análise. 
 
Haveria considerável redução de custos para o estado, uma vez que 
seriam evitados gastos com pessoal destinado a essas atividades-meio, 
despesas com vistorias e inspeções de campo. 
 
 Outro “gargalo” está na insuficiente e confusa regulamentação dos 
trabalhos de licenciamento, especialmente no que se refere às diversas 
competências e critérios, tanto em nível federal quanto setorial dos 
integrantes do SISNAMA. 
 
 Esse problema poderia ser reduzido com o aperfeiçoamento da 
Resolução CONAMA n° 237/97 pelo Executivo Federal, ao mesmo tempo 
em que se faria a revisão e consolidação da Legislação ambiental pelo 
Congresso Nacional. 
 
 A Resolução CONAMA 237/97 instituiu regras que deveriam constar 
em qualquer norma legal da Administração Pública, tais como os prazos de 
 
 
18 
vigência das licenças prévias, de instalação e operação, o prazo para 
revisão e renovação e os prazos de análise das solicitações de projetos e de 
cumprimento dos ajustes recomendados. 
 
 Mas, desde sua entrada em vigor, a Resolução 237/97 tem sofrido 
questionamentos quanto à sua constitucionalidade, sendo esse o motivo 
pelo qual precisa ser revista o mais cedo possível. 
 
 O que ocorreu nos últimos tempos foi o desmembramento dos órgãos 
do SISNAMA e a falta de padronização de procedimentos, o que, sem 
dúvida, ocasionou muitos danos. 
 
Para solucionar essa situação é necessário criar um Grupo ou 
Comissão de Trabalho com apoio governamental, que faça o reexame de 
todo esse modelo e proponha um modelo mais ágil e eficaz. 
 
Esse grupo de trabalho poderia ser formado por juristas, 
representantes de segmentos da indústria, técnicos e procuradores ligados 
aos órgãos estaduais, ao IBAMA e ao próprio Ministério do Meio Ambiente. 
 
Caberia a esse grupo propor e detalhar as normas gerais importantes, 
em especial, normas voltadas a definir limites de impacto para 
empreendimentos estratégicos e de interesse nacional, que sejam 
licenciados pelo organismo federal e outros que devam ser licenciados pelos 
estados e municípios. 
 
Por outro lado, se a situação ainda é confusa, foi um grande avanço 
para a causa da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável o 
fato da Constituição de 1988 e das leis decorrentes terem definido que a 
defesa do meio ambiente caberia ao Ministério Público, possibilitando sua 
ação como instrumento da ação civil pública. 
 
Por isso, é urgente implantar ações entre o Ministério Público e a 
Administração Pública, buscando melhor eficiência para garantir o interesse 
público, a Ordem Econômica e Social, a defesa ambiental e os princípios 
assegurados aos cidadãos. 
 
Os pontos críticos que geram conflitos envolvendo Ministério Público 
e Administração devem-se à comunicação inadequada, muita burocracia na 
troca de informações, diferentes ideologias e, frequentemente, 
desconhecimento de como realmente funciona o licenciamento. 
 
O licenciamento não significa cumprir uma rotina burocrática, cheia de 
formulários e papéis. É um instrumento de mediação de conflitos, um meio 
para que se mantenha o constante diálogo entre instituições setoriais, 
sociedade civil e órgãos públicos. Por isso, não tem cabimento considerar o 
licenciamento motivo de discórdia entre entidades. 
 
 
 
19 
É fundamental para a sociedade e para o país o incremento da 
comunicação entre os diversos órgãos responsáveis pela preservação do 
meio ambiente e pela inclusão de formas de solucionar conflitos ambientais 
usando recursos como a mediação e arbitragem para não ter que recorrer ao 
judiciário, com toda a lentidão que isso acarreta. 
 
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento 
Sustentável, que reúne os 60 principais grupos econômicos do país, em 
artigo publicado na imprensa (Jornal O Estado de São Paulo) destaca que 
“ao mesmo tempo em que o país se conscientiza da necessidade de fazer 
face à situação de seus 50 milhões de miseráveis e cria programas como o 
Fome Zero, o emperramento dos sistemas de licenciamento induz à fome.” 
 
Para se ter uma ideia do problema, em alguns estados a burocracia 
para se obter uma licença ambiental é tanta que isso pode levar anos. Isso 
faz com que em muitos casos as pessoas interessadas em empreender 
desistam ou mudem seu interesse para outros locais ou até procurem outro 
país. 
 
É claro que isso causa limitação dos empregos e renda, sem as quais 
nenhum programa de combate à miséria tem sustentação. É necessário, 
portanto, tornar o processo de licenciamento mais ágil e eficaz, promovendo 
o envolvimento de todas as partes. Sem isso, o país perde muito de sua 
sustentabilidade. 
 
 
1.3 – As empresas e a preservação ambiental. 
 
Para que possamos entender a posição das empresas quanto à 
questão ambiental é interessante discutirmos como essa relação tem 
evoluído ao longo do tempo, até chegarmos aos dias atuais. 
 
Há, na verdade, a questão de como se atender às necessidades de 
uma população mundial em constante crescimento e de como isso impacta 
sobre o meio ambiente. Hoje, sabemos que há um limite para a degradação 
ambiental. Esse limite, uma vez ultrapassado, certamente ameaça a própria 
sobrevivência da sociedade e da espécie humana. Temos, portanto, um 
conflito a resolver. 
 
O conflito entre o objetivo das empresas e o ponto de vista da 
preservação é antigo. Todos nós sabemos que hoje o mundo enfrenta 
limitações de recursos e sofre com a deterioração do meio ambiente e, mais 
do que isso, com a ação de toda a mídia mundial criando muita pressão para 
a urgência de uma agenda política e empresarial voltada para o resgate do 
meio ambiente. 
 
 Fazer com que o tema preservação do meio ambiente faça parte do 
processo de produção, ou seja, incluir na esfera econômica a questão 
ambiental, pode significar uma tentativa de dar mais força aos interesses 
 
 
20 
tanto das organizações quanto da sobrevivência do homem, fazendo com 
que a questão ambiental passe a fazer parte dos processos de decisão das 
atividades econômicas. Isso é feito de forma a apresentar um claro 
alinhamento das estratégias de desenvolvimento sustentado com a 
estratégia das organizações quanto à sua própria sobrevivência e a 
preservação dos lucros. 
 
Discutir o quanto é difícil conciliar preservação ambiental e os 
objetivos de desenvolvimento não é algo recente. Na verdade, teve início no 
século XV, período das grandes conquistas e colonizações mundiais. 
 
Temos como exemplo a criação de parques nacionais nos Estados 
Unidos e a proibição de caça a diversas espécies animais em pleno Século 
XIX. No entanto, o nascimento da discussão ambiental no plano mundial 
tornou-se mais evidente à medida que graves acidentes ecológicos, 
principalmente a partir de 1940, ganhavam crescente destaque mundial, 
causando grandes repercussões na sociedade e levando ao surgimento de 
um maior número de pessoas preocupadas e envolvidas na luta pela 
preservação ambiental. 
 
Dentre essas pessoas podemos incluir estudiosos, especialistas, 
estudantes, empresários, políticos, entidades de classe, cada qual articulado 
segundo a sua percepção e interesse pela causa ambiental. 
 
O modelo de desenvolvimento econômico atual, baseadona 
exploração dos recursos naturais, que caracterizou a forma de atuação 
industrial do século 
XX vem cumprindo a sua função de realização das necessidades e das 
expectativas de consumo da sociedade. 
 
As empresas em grande parte do mundo e independente do sistema 
político e social no qual se inserem, de forma geral e em diferentes graus 
poluem e exploram o meio ambiente sem a devida reposição, incentivando o 
desperdício de energia e de materiais em nome do mercado. Isso já aponta 
sinais de graves desequilíbrios advindos dessa expansão industrial. 
 
Ao se constatar a possibilidade real da degradação desse complexo 
vital, o ecossistema chamado Terra torna-se fundamental para as 
organizações incorporarem a questão da preservação ambiental em suas 
políticas. 
 
Desse modo o discurso de grandes corporações internacionais é feito 
de forma coerente entre discurso e prática: Querem preservar o meio 
ambiente como forma de potencializar os interesses tanto do capital quanto 
da sobrevivência do homem. Pois, sem o homem, as empresas se 
extinguem. 
 
 
 
 
 
21 
A questão ambiental. 
 
Considerar o meio ambiente como parte integrante da sociedade é 
uma ideia que começa a surgir partir da década de 50. Nessa época, apenas 
cinco anos depois do fim da II Guerra Mundial, havia forte discussão sobre 
crescimento econômico e já se falava de sua relação com o meio ambiente e 
com estratégias de desenvolvimento. 
 
Essa discussão abriu espaço para que se desse atenção à questão 
referente à ética na escolha das estratégias alternativas para esse 
desenvolvimento, que é baseado em um sistema de valores da sociedade e 
na responsabilidade. 
 
O foco da conscientização ambiental nos fins da década de 60, além 
do choque do petróleo, no início dos anos 70, foi determinante para a 
consideração de questões relacionadas aos recursos naturais, à energia e 
ao ambiente em geral nos campos econômico, social e político – o que pode 
ser chamado simplesmente de questão ambiental. 
 
A questão ambiental pode ser abordada sob três pontos de vista que 
irão ligar o problema ambiental ao crescimento econômico: o ponto de vista 
do desenvolvimento, a abordagem neoclássica e a economia ecológica. 
 
As novas abordagens podem responder, ou ao menos tentar explicar, 
o próprio desenvolvimento histórico capitalista e a relação entre o homem e 
o meio ambiente, que como sabemos, não é simples. 
 
Cada uma das abordagens dos três pontos de vista ambientais 
apresenta motivos diferentes que ligam a questão ambiental ao crescimento 
econômico e que estão associadas a diferentes momentos históricos. 
 
Vamos a eles então: 
 
 
a) O ponto de vista do desenvolvimento: na década de 60 e início dos 
anos 70, começaram os questionamentos relacionando crescimento 
econômico e meio ambiente; 
 
 
b) a abordagem neoclássica: ganha espaço nos anos 70 e 80, coincidindo 
com as reivindicações da sociedade e das classes ambientalistas pelo 
pagamento de indenizações pelos efeitos sobre o meio ambiente de danos 
causados pelas empresas, surgindo, então, a questão de se dar valor ao 
ambiente, ou seja, quantificar a relação custo/benefício. 
 
 
c) a economia ecológica: surge no final da década de 80 e no início da de 
90, tocando em valores fundamentais para a existência do homem, visando 
 
 
22 
seu crescimento, ampliando o conceito de que ele faz parte da natureza e da 
relação das diversas ciências com o meio ambiente. 
 
Segundo esses três pontos de vista, ao longo do tempo podemos 
perceber que a questão ambiental vem sendo tratada em direta relação com 
os problemas apresentados em cada período histórico. 
 
E nos dias atuais? O tema meio ambiente evolui ao longo do tempo, 
como já vimos. Podemos dizer que a questão de preservação do meio 
ambiente é hoje realmente assunto de preocupação global, com 
desdobramentos políticos internacionais. Dessa forma, a crise de energia, 
aquecimento global, fome, produção e distribuição de alimentos, na verdade 
não são questões separadas. Estão todas interligadas. 
 
São temas que têm claras ligações com política, estratégia 
internacional, etc. Um exemplo disso é o interesse internacional pela 
Amazônia, sendo que muitos países hoje a consideram patrimônio global. 
 
Um grupo de indústrias chamado Clube de Roma reconheceu essa 
interligação de crises e criou o nome “Problemática Global” para se referir 
aos complicados problemas globais e às ligações sempre em mudança 
existentes entre eles: É importante entender que não são apenas problemas 
ligados a diferentes aspectos, mas eles estão sempre mudando “à medida 
que os cenários onde ocorrem também estão mudando”. 
 
Fica claro que uma série de problemas, não apenas vinculados à 
questão ambiental, engloba o mundo todo. 
 
Com relação à problemática ambiental, a dinâmica econômico-
industrial, visando garantir o progresso econômico, baseava-se na 
exploração dos recursos naturais e na poluição do meio ambiente. 
 
Até tempos recentes, para se garantir o progresso econômico e 
industrial compatível com os índices de crescimento da população, pensava-
se que a saída era a exploração indiscriminada dos recursos do meio 
ambiente. Achava-se que, se não fosse assim, a própria sobrevivência 
humana poderia estar comprometida. 
 
Sabemos que, de diversas formas a indústria e seus produtos têm 
impactos sobre a base de recursos naturais através da exploração e 
extração de matérias-primas, sua transformação em produtos, consumo de 
energia, formação de resíduos, uso e eliminação dos produtos pelos 
consumidores. 
 
Esses impactos podem ser positivos, melhorando a qualidade de um 
recurso ou ampliando seus usos; ou podem ser negativos, devido à poluição 
causada pelo processo e pelo produto, ou ainda ao esgotamento ou 
deterioração do meio ambiente. 
 
 
 
23 
Com a Globalização, a preocupação com o meio ambiente tornou-se 
mundial. É nesse cenário que surge a ideia de sustentabilidade. O 
pensamento do desenvolvimento sustentável tem como base a ideia de 
equilibrar as necessidades econômicas com necessidades não apenas do 
meio ambiente, mas questões sociais também, que devem envolver 
governos, sociedade, empresas e ONGs. 
 
Com isso espera-se fazer com que o desenvolvimento tecnológico e 
da produção não acabe com os recursos naturais, nem destrua o meio 
ambiente, impedindo a existência da sociedade e de gerações futuras. 
 
A história da economia aponta que, a partir dos anos 50, teve início o 
avanço tecnológico e, os anos 80 e 90, se caracterizaram por grande 
expansão de consumo de bens duráveis. Hoje, sentimos as consequências 
ambientais causada por essa aceleração. 
 
Da década de 70 em diante a privacidade das organizações para 
fazer o que queriam começou a mudar. O mundo externo passou a 
intrometer-se de forma indireta, mas também com mais força, nos 
laboratórios e salas de conferências. Descobriu-se que a tecnologia baseada 
na ciência, tendo o seu poder multiplicado pela explosão econômica global, 
estava a ponto de causar mudanças irreversíveis no planeta Terra como 
meio ambiente para a vida. 
 
 No início da década de 90, a existência de grandes “buracos de 
ozônio” na atmosfera chegava ao conhecimento de leigos e a única questão 
era saber com que rapidez ia prosseguir o esgotamento da camada de 
ozônio, bem como quando ultrapassaria a capacidade do planeta de se 
recuperar. 
 
 O aumento crescente da temperatura do planeta em consequência de 
gases produzidos pelo homem tornou-se uma preocupação de políticos e 
cientistas já na década de 80. 
 
Como já vimos, a preocupação com o meio ambiente, apoiada pelo 
conceito de sustentabilidade procura garantir o progresso material e bem-
estar social, preservando os recursos naturais que são patrimônios naturaisda humanidade para as futuras gerações. 
 
Isso implica em fazer com que os recursos não sejam esgotados pela 
produção, impondo limites com relação ao crescimento. Deve ser adotada 
uma forma de gerenciamento que considere que existem limites físicos 
naturais a serem respeitados. Se ultrapassarmos esses limites tendo por 
meta apenas o lucro e o ganho, fatalmente haverá a destruição da natureza 
de forma irreversível e, por consequência, a destruição da humanidade. 
 
Entretanto, visando resguardar seus interesses econômicos, as 
organizações criam formas de preservar o meio ambiente e acabam por 
trazer benefícios à sociedade, bem como evitam possíveis questionamentos 
 
 
24 
que possam surgir quanto aos impactos ao meio ambiente resultantes da 
aceleração da atividade industrial nos últimos anos. 
 
O fato de a questão ambiental introduzir-se nos debates políticos e 
econômicos resultou no surgimento do conceito do desenvolvimento 
sustentável, vinculado à “utilização racional” dos recursos naturais, 
passando a ser incorporado definitivamente no discurso econômico do meio 
corporativo, como forma de socializar a responsabilidade pela destruição dos 
ecossistemas 
naturais. 
 
Considerando isso, resta o problema de saber identificar quando 
existe um verdadeiro interesse das indústrias pela conservação do meio 
ambiente, ou quando existe uma tentativa de neutralizar o problema, usando 
a ecologia apenas como marketing. 
 
Sabemos que, para sobreviver, as empresas estão em permanente 
processo de competitividade e a concorrência para ganhar mercado as 
estimula a adotar tecnologias mais limpas, fazer o controle do desperdício, a 
reciclagem de materiais, obter certificações ambientais como a série ISO 
14000, tudo isso divulgado amplamente no mercado. 
 
A finalidade dessas estratégias do chamado “marketing verde” é gerar 
uma boa imagem no mercado, ampliando espaço para que os seus produtos 
e serviços sejam bem aceitos. 
 
Empresas dos setores químicos, de petróleo e farmacêutico, nos quais os 
acidentes ecológicos são mais frequentes, foram as primeiras a incorporar o 
meio ambiente nos seus programas institucionais. 
 
Outro interesse ligado ao meio ambiente por parte das empresas 
transnacionais refere-se ao controle dos bancos genéticos (germoplasmas) 
encontrados nas florestas tropicais e em diversas outras formações vegetais 
nos países do terceiro mundo. 
 
Esses bancos genéticos são matérias-primas fundamentais para a 
indústria farmacêutica para o século XXI, em que a tecnologia, seja na 
informática, na eletrônica, na robótica ou na biologia, será o alicerce das 
inovações. 
 
As organizações que atuam na área farmacêutica, por exemplo, 
buscando alinhar a conservação do meio ambiente com a maior valorização 
do seu capital, montam parcerias com organizações não governamentais, 
fundações de pesquisa e proteção ambiental, associações, programas de 
preservação de parques ecológicos, florestas, etc., transferindo recursos 
financeiros que promovam os objetivos dessas entidades, mas que 
divulguem a imagem das empresas como grandes patrocinadoras e 
mentoras dessas atividades. 
 
 
 
25 
Por esse motivo, há grande preocupação por parte de países que 
detêm reservas florestais, como é o caso do Brasil, com a chamada Pirataria 
Verde, ou seja, com organizações não governamentais que atuam em nosso 
território e que podem ter interesses não revelados nos recursos naturais. 
 
A questão é se o discurso das empresas e a prática são coerentes. 
Faz parte da estratégia das empresas incluir um espaço para as suas 
atividades ecológicas (reflorestamento, ajuda a entidades de preservação) e 
seus relatórios anuais (Annual Report), que são enviados para os acionistas 
e para os meios de comunicação em geral. Isso para garantir um meio 
eficiente de relações públicas, sempre focando sua competitividade. 
 
Percebemos então, que as ações das empresas em promover, pelos 
seus discursos, a conservação do meio ambiente têm por interesse 
apresentarem-se ao consumidor como instituições legalmente, socialmente e 
ecologicamente corretas. 
 
No entanto, apesar do envolvimento das empresas em relação ao 
meio ambiente, ficam ainda algumas perguntas que merecem maior 
atenção. São elas: Como separar o discurso da prática da empresa em 
relação à preocupação ambiental? Qual o tamanho do espaço entre a 
riqueza do discurso e a ação? 
 
 Para que possamos separar o “joio do trigo” e identificar eventuais 
distorções entre o discurso e a prática, ou seja, se há de fato o interesse por 
parte da empresa em preservar o meio ambiente de forma sustentável ou se 
o discurso é uma estratégica apenas para garantir interesses econômicos, o 
caminho é o “estudo de caso” de cada empresa e a divulgação também via 
meios de comunicação e cobrança sobre eventuais distorções. 
 
Essa prática vem sendo adotada por ONGs e outras organizações 
realmente comprometidas com a questão ambiental. Isso faz com que as 
empresas, ao se interessarem pelas questões ambientais e se sentirem 
fiscalizadas passem a incorporar a preservação e uso responsável do meio 
ambiente em seus planejamentos, em seus objetivos e até mesmo em suas 
filosofias corporativas, o que significa adotar uma postura ecologicamente 
responsável. 
 
Promover pela educação e conscientização uma mudança social e 
política que venha tratar como prioridade a preservação do meio ambiente, 
ainda pode parecer uma utopia para muitos. Há muita resistência por parte 
de governos e de grandes corporações, mas a cada dia cresce a pressão da 
sociedade por mudanças, pois é a própria sociedade que sofre as 
consequências da piora da qualidade de vida. 
 
 
 
 
 
 
26 
 1.4 – Leitura Complementar 
 
Camada De Ozônio: A Guerra Continua 
(Artigo submetido à FOLHA DE S.PAULO, em 2 de fevereiro de 2000) 
A destruição da Camada de Ozônio é um dos mais severos problemas 
ambientais da nossa era, e durante algum tempo foi muito citada na imprensa. 
Sua destruição ainda que parcial, diminui a resistência natural que oferece à 
passagem dos raios solares nocivos à saúde de homens, animais e plantas. As 
consequências mais citadas seriam o câncer de pele, problemas oculares, 
diminuição da capacidade imunológica, etc. O problema surgiu nos anos 30, 
quando algumas substâncias foram produzidas artificialmente em laboratório, 
principalmente para as aplicações em refrigeração. Descobriu-se mais tarde que 
estas atacam a camada de ozônio, com a tendência de reduzí-la globalmente, e 
com um efeito devastador que acontece localmente na Antártica, conhecido 
como o buraco de ozônio da Antártica, aumentando assim a penetração dos 
raios ultravioleta indesejáveis. 
Nos anos 80 iniciou-se uma verdadeira guerra para preservação da camada de 
ozônio, e uma de suas maiores vitórias foi a assinatura do Protocolo de Montreal, 
há mais de 10 anos. Por este tratado, assinado em 1987 por vários países, todas 
as substâncias conhecidas por CFC (clorofluorcarbonetos), responsáveis pela 
destruição do ozônio, não seriam mais produzidas em massa. 
O trabalho mundial que se realiza para salvar a camada de ozônio continua. 
Trata-se de uma verdadeira guerra, onde se ganha batalha por batalha (e às 
vezes se perde uma, como por exemplo, a não assinatura do Protocolo por 
alguns países). Recentemente, mais uma vez, representantes de 129 governos 
se reuniram para discutir aspectos ligados à questão da proteção da camada de 
ozônio. 
A reunião de Pequim aconteceu de 29 de novembro a 3 de dezembro de 1999. 
Seu objetivo foi mais uma vez verificar os progressos que estão sendo feitos no 
sentido de eliminar as substâncias que destroem a camada de ozônio. Ficou 
mais uma vez constatado que apesar de alguns avanços importantes, nem todos 
os países tem conseguido satisfazeras metas traçadas em reuniões anteriores. 
Por isto foi decidido que serão gastos nos anos de 2000 a 2002, a quantia de US 
$ 475,7 milhões para ajudar as indústrias de países em desenvolvimento a se 
adaptar a estes objetivos. 
O grande problema é que muitas das pequenas indústrias que produziam e ainda 
produzem substâncias "proibidas" não tem tido capacidade financeira de se 
adaptar aos ditames do Protocolo de Montreal, que prevê o congelamento da 
emissão dos CFCs, a partir de 1 de julho de 2000, nos níveis registrados entre 
1995 e 1997. A eliminação total está prevista para 2010, e o nível de 50% está 
previsto, numa etapa intermediária, para 2005. 
A maior vitória nesta guerra foi conquistada em 1987, quando a maioria dos 
países desenvolvidos parou de fabricar os CFCs. Para não prejudicar os países 
em desenvolvimento, foi lhes concedido ainda um tempo adicional para se 
adaptar às novas exigências. Assim é que, 84% da emissão de CFCs já foi 
eliminada, uma conquista extraordinária. A guerra, porém, ainda não está ganha. 
 
 
27 
A Índia e a China são hoje ainda os maiores produtores e consumidores de 
CFCs. 
A redução da camada de ozônio pode ser medida através do tamanho do buraco 
de ozônio da Antártica. Trata-se de uma região onde os efeitos destruidores dos 
CFCs são aumentados, pelas condições climáticas do Polo Sul. Assim é que 
estamos numa época em que o tamanho do buraco é o maior já registrado. 
Apesar da vitória alcançada em 87, os problemas ainda não estão totalmente 
resolvidos para a camada de ozônio, e o motivo é que não existe ainda um 
substituto ideal para repor o CFC. Hoje utiliza-se maciçamente substâncias 
conhecidas por HCFC, isto é, um CFC melhorado ecologicamente, mas que 
ainda tem em sua molécula um átomo de cloro, que mais cedo ou mais tarde, vai 
também atacar a camada de ozônio. Em outras palavras, a situação está 
teoricamente melhor, mas ainda não está resolvida. A guerra não está ganha 
ainda. 
Não se pode esquecer que a camada de ozônio reage muito lentamente aos 
estímulos externos. O exemplo citado acima ilustra bem o que se afirma. A partir 
de 87 foi quase eliminada a emissão de novas quantidades de CFC para a 
atmosfera, mas hoje ainda temos um buraco de ozônio na Antártica que está 
próximo ao seu tamanho máximo. Os cientistas dizem para explicar isto que a 
camada tem constante de tempo muito longa. A constante de tempo da camada 
de ozônio é muito grande, isto é, ela só vai reagir a um estímulo após dezenas 
de anos. A prova é que, há mais de 13 anos após a principal vitória na 
eliminação da emissão de CFCs, o buraco na camada de ozônio ainda continua 
próximo ao seu máximo. 
Em 1998 o tamanho do buraco de ozônio da Antártica foi o maior já registrado, 
com 27 milhões de quilômetros quadrados, ou seja, mais de 3 vezes o tamanho 
do Brasil. Parece que estamos ainda muito longe de um resultado realmente 
positivo no sentido da recuperação da camada de ozônio, não só na Antártica, 
mas também em todo o mundo. O Brasil tem participado deste trabalho de 
avaliação contínua da camada de ozônio não só sobre o Brasil, mas também na 
Antártica, onde manteve em 1999 uma equipe na base Comandante Ferraz, para 
medir a camada de ozônio usando balões de pesquisa. 
Por tudo isto, continua o monitoramento da camada de ozônio em todo o mundo, 
a partir da superfície terrestre, de satélites, de aeronaves, usando as técnicas 
mais diversas. Não podemos esquecer que a guerra ainda levará muitos anos, 
até que finalmente, poderemos de fato não mais nos preocupar com radiação 
ultravioleta danosa aos seres vivos, quando a camada de ozônio estiver 
recuperada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
2.1 – As normas de proteção ambiental no Brasil. 
 
Vimos na Unidade 1 que as crescentes pressões da sociedade e o 
avanço da consciência ambientalista, que ganham mais força em função dos 
impactos ecológicos, com consequências econômicas e sociais face à 
implantação dos mais diferentes tipos de empreendimentos geraram, em 
alguns países, ações para a adoção de práticas adequadas de 
gerenciamento ambiental. 
 
Com a Conferência Mundial de Meio Ambiente, realizada no período de 
5 a 16 de junho de 1972, em Estocolmo, as ações de desenvolvimento no 
Brasil foram, aos poucos, incorporando uma visão ambientalista que resultou 
na implantação de uma legislação que reflete políticas e princípios, 
estabelecendo as linhas básicas do licenciamento ambiental. 
 
A legislação ambiental no Brasil, tomou por base o princípio do 
poluidor-pagador do direito francês, que é uma obrigação legal prévia à 
instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente 
poluidora ou degradadora do meio ambiente. Ao adotar esse princípio, foi 
possível ligar com foco no curto, médio e longo prazos as preocupações 
ambientais com as estratégias de desenvolvimento social e econômico. 
 
 
29 
Como primeiro passo para um processo de aprimoramento e 
regulamentação do licenciamento, em 1986 o CONAMA estabeleceu 
diretrizes gerais para apresentação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA - 
e para o Relatório de Impacto Ambiental – RIMA -, nos processos de 
licenciamento ambiental, definindo ainda critérios para sua aplicação 
(Resolução CONAMA n° 001/ 86). 
 
O EIA não é o único estudo ambiental considerado no processo de 
licenciamento, mas é importante para as decisões voltadas à implementação 
de projetos. Esse estudo deve ser apresentado na fase de planejamento, 
pesquisa e levantamentos da atividade e tem por objetivo verificar se a 
localização do empreendimento é viável do ponto de vista ambiental. 
 
Buscando aperfeiçoar o Sistema de Licenciamento Ambiental, o 
CONAMA aprovou em 22 de dezembro de 1997 a Resolução no 237. Esta 
Resolução, definida no CONAMA por um grupo de trabalho composto por 
representantes de todos os setores envolvidos no licenciamento ambiental, 
tem como objetivo básico a regulamentação das competências do 
licenciamento ambiental, o estabelecimento de procedimentos nas suas 
fases, dos prazos de análise e manifestação do licenciador e o prazo de 
validade para cada licença. 
 
Com o fim da última crise econômica, nosso país retomou o 
desenvolvimento. Houve em consequência o crescimento da importância do 
licenciamento, uma vez que aumentaram muito os pedidos para implantação 
de empresas e serviços. Havia a necessidade de enquadrar os novos 
empreendimentos em modelos de gestão ambiental, sem o que não é 
possível receber as licenças necessárias à sua localização, instalação e 
operação. 
 
O Governo Federal tem dado muita importância à política de 
desenvolvimento, principalmente da infraestrutura. Há uma demanda muito 
grande de obras para capacitar o país a suportar seu desenvolvimento 
futuro. Dessa forma, são inúmeros os projetos envolvendo hidrelétricas, 
hidrovias, gasodutos, portos, aeroportos, obras de saneamento, etc. E todas 
elas deverão cumprir a legislação atual. 
 
No que se refere ao setor energético, observa-se um incremento 
acentuado de usinas hidrelétricas e termelétricas, com o objetivo de suprir a 
demanda de energia no país. Ressalta-se, também, o incremento na 
interligação dos sistemas elétricos Norte/Nordeste e Sul/Sudeste/Centro 
Oeste, em substituição à implementação de obras de geração de energia. 
 
Também nos últimos anos nosso país tem se constituído no alvo 
preferencial para que empresas invistam e ampliem suas atividades. Muitas 
empresas querem participar do crescimento econômico, o que tem 
ocasionado um aumento significativo de atividades relacionadas ao 
licenciamento ambiental. 
 
 
 
30 
Destaca-se que o governo, através de seus Ministérios, vem 
desenvolvendo projetos que requerem licenciamento, como no caso do 
Ministério dos Transportes, com os Corredores de Transportes Multimodais 
(Hidrovias– Ferrovias - Rodovias) e, também, o Ministério do Planejamento 
e Orçamento - MPO, com a Transposição de Águas do Rio São Francisco 
para o Semi-Árido Nordestino e obras de saneamento em todo país. 
 
 
A legislação ambiental brasileira é considerada uma das mais 
completas do mundo. Temos hoje 17 leis ambientais. 
 
O problema é quanto ao cumprimento adequado dessas leis, mas, 
apesar de não serem cumpridas de maneira adequada, elas são 
importantes, pois podem garantir a preservação do patrimônio ambiental do 
nosso país. 
 
Vejamos quais são essas leis: 
 
 
1 - Lei da Ação Civil Pública - número 7.347 de 24/07/1985. 
 
Lei de interesses difusos, trata da ação civil pública de 
responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e 
ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico. 
 
 
2 - Lei dos Agrotóxicos - número 7.802 de 10/07/1989. 
 
A lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até 
sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino 
das embalagens. 
 
Exigências impostas: 
 
- obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de 
agrotóxicos ao consumidor. 
 
- registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde. 
 
- registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis – IBAMA 
 
- o descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão. 
 
 
3 - Lei da Área de Proteção Ambiental - número 6.902 de 27/04/1981. 
 
Lei que criou as "Estações Ecológicas", áreas representativas de 
ecossistemas brasileiros, sendo que 90% delas devem permanecer 
 
 
31 
intocadas e 10 % podem sofrer alterações para fins científicos. Foram 
criadas também as "Áreas de Proteção Ambiental" ou APAS, áreas que 
podem conter propriedades privadas e onde o poder público limita as 
atividades econômicas para fins de proteção ambiental. 
 
 
4 - Lei das Atividades Nucleares - número 6.453 de 17/10/1977. 
 
Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a 
responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades 
nucleares. 
 
Determina que, se houver um acidente nuclear, a instituição 
autorizada a operar a instalação tem a responsabilidade civil pelo dano, 
independente da existência de culpa. Em caso de acidente nuclear não 
relacionado a qualquer operador, os danos serão assumidos pela União. 
 
 Esta lei classifica como crime produzir, processar, fornecer, usar, 
importar ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar 
ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou 
deixar de seguir normas de segurança relativas à instalação nuclear. 
 
 
5 - Lei de Crimes Ambientais - número 9.605 de 12/02/1998. 
 
Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às 
infrações e punições. A pessoa jurídica, autora ou coautora da infração 
ambiental pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa se ela 
tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. 
 
A punição pode ser extinta caso se comprove a recuperação do dano 
ambiental. As multas variam de R$ 50,00 a R$ 50 milhões de reais. 
 
Para saber mais: www.ibama.gov.br. 
 
 
6 – Lei da Engenharia Genética – número 8.974 de 05/01/1995. 
 
Esta lei estabelece normas para aplicação da engenharia genética, 
desde o cultivo, manipulação e transporte de organismos modificados 
(OGM), até sua comercialização, consumo e liberação no meio ambiente. 
 
A autorização e fiscalização do funcionamento das atividades na área 
e da entrada de qualquer produto geneticamente modificado no país são de 
responsabilidade dos Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde e da 
Agricultura. 
 
Toda entidade que usar técnicas de engenharia genética é obrigada a 
criar sua Comissão Interna de Biossegurança, que deverá, entre outras 
 
 
32 
obrigações, informar aos trabalhadores e à comunidade sobre questões 
relacionadas à saúde e segurança nessa atividade. 
 
 
7 – Lei da Exploração Mineral – numero 7.805 de 18/07/1989. 
 
Essa lei regulamenta as atividades garimpeiras. Para essas atividades 
é obrigatória a licença ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão 
ambiental competente. 
 
Os trabalhos de pesquisa ou lavra que causarem danos ao meio 
ambiente são passíveis de suspensão, sendo o titular da autorização de 
exploração dos minérios responsável pelos danos ambientais. A atividade 
garimpeira executada sem permissão ou licenciamento é crime. 
 
Para saber mais: www.dnpm.gov.br. 
 
 
8 – Lei da Fauna Silvestre – número 5.197 de 03/01/1967. 
 
A lei classifica como crime o uso, perseguição, captura de animais 
silvestres, caça profissional, comércio de espécies da fauna silvestre e 
produtos derivados de sua caça, além de proibir a introdução de espécie 
exótica (importada) e a caça amadorística sem autorização do IBAMA. 
 
Criminaliza também a exportação de peles e couros de anfíbios e 
répteis em bruto. 
 
 
 
 
9 – Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965. 
 
Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de 
preservação permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória) 
uma faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios, de lagos e de 
reservatórios, além de topos de morro, encostas com declividade superior a 
45 graus e locais acima de 1.800 metros de altitude. 
 
Também exige que propriedades rurais da região Sudeste do país 
preservem 20% da cobertura arbórea, devendo tal reserva ser averbada em 
cartório de registro de imóveis. 
 
 
10 – Lei do Gerenciamento Costeiro – número 7.661 de 16/05/1988. 
 
Define as diretrizes para criar o Plano Nacional de Gerenciamento 
Costeiro, ou seja, define o que é zona costeira como espaço geográfico da 
?
 
 
33 
interação do ar, do mar e da terra, incluindo os recursos naturais e 
abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre. 
 
Permite aos estados e municípios costeiros instituírem seus próprios 
planos de gerenciamento costeiro, desde que prevaleçam as normas mais 
restritivas. Esse gerenciamento costeiro deve obedecer às normas do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). 
 
 
11 – Lei da criação do IBAMA – número 7.735 de 22/02/1989. 
 
Criou o IBAMA, incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente 
e as agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e 
borracha. 
 
Ao IBAMA compete executar a política nacional do meio ambiente, 
atuando para conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos 
recursos naturais. 
 
 
12 – Lei do Parcelamento do Solo Urbano – número 6.766 de 
19/12/1979. 
 
Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas 
de preservação ecológicas, naquelas onde a poluição representa perigo à 
saúde e em terrenos alagadiços. 
 
 
13 – Lei Patrimônio Cultural - Decreto-lei número 25 de 30/11/1937. 
 
Lei que organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional, incluindo como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico, 
arqueológico, os monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor 
notável pela natureza ou a partir de uma intervenção humana. 
 
A partir do tombamento de um destes bens, ficam proibidas sua 
demolição, destruição ou mutilação sem prévia autorização do Serviço de 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, SPHAN. 
 
 
 
14 – Lei da Política Agrícola - número 8.171 de 17/01/1991. 
 
Coloca a proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como um 
de seus instrumentos. 
 
Define que o poder público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional 
do solo, da água, da fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos 
para ordenar a ocupação de diversas atividades produtivas, desenvolver 
 
 
34 
programas deeducação ambiental, fomentar a produção de mudas de 
espécies nativas, entre outros. 
 
 
15 – Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997. 
 
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema 
Nacional de Recursos Hídricos. 
 
Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor 
econômico, que pode ter usos múltiplos (consumo humano, produção de 
energia, transporte, lançamento de esgotos). 
 
A lei prevê também a criação do Sistema Nacional de Informação 
sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento, armazenamento e 
recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes 
em sua gestão. 
 
 
16 – Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição – 
número 6.803 de 02/07/1980. 
 
Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e 
padrões ambientais para a instalação e licenciamento das indústrias, 
exigindo o Estudo de Impacto Ambiental. 
 
 
17 – Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – número 6.938 de 
17/01/1981. 
 
É a lei ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado a 
indenizar por danos ambientais que causar, independentemente da culpa. 
 
O Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por 
danos ao meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou 
indenizar prejuízos causados. 
 
Essa lei criou a obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios 
de Impacto Ambiental (EIA-RIMA). 
 
 
 
2.2 – A Lei 6.938/81 - Política Nacional do Meio Ambiente. 
 
Considerando a importância da Lei 6.938/81, uma vez que trata da 
Política Nacional de Meio Ambiente, vamos dar a ela enfoque preferencial 
neste curso. 
 
 
 
35 
 Nosso país passou a ter Política Nacional do Meio Ambiente com a lei 
nº 6.938/81 que pode ser considerada um marco legal para todas as 
políticas públicas de meio ambiente a serem desenvolvidas pelos órgãos 
estaduais. 
 
 Antes dessa lei cada Estado ou Município tinha autonomia para definir 
suas políticas em relação ao meio ambiente, mas na prática, poucos 
demonstravam interesse na preservação ambiental. 
 A partir da implantação dessa lei começou a ocorrer uma integração e 
um alinhamento dessas políticas, tendo como metas os objetivos e as 
diretrizes estabelecidas na referida lei pela União. 
 Um aspecto importante disso foi a criação do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente, um sistema de coordenação de políticas públicas de meio 
ambiente envolvendo os três níveis da federação, que tem como objetivo 
consolidar a Política Nacional do Meio Ambiente. 
 
Política Nacional do Meio Ambiente. 
 A Lei nº 6.938/81 é a mais relevante norma ambiental depois da 
Constituição Federal de 1988, na qual foi mantida. Traçou toda a sistemática 
das políticas públicas brasileiras para o meio ambiente. 
 Essa lei definiu conceitos básicos como os de meio ambiente, de 
degradação e de poluição e determinou objetivos, diretrizes e instrumentos, 
além de definir responsabilidades. 
Também definiu que a política ambiental é a organização da gestão 
por parte do governo quanto aos recursos ambientais. 
Determina também critérios econômicos para incentivar ações 
produtivas que respeitem adequadamente o meio ambiente, bem como as 
penalidades para o não cumprimento das normas definidas. 
 
Objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente 
 O principal objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente é fazer com 
que o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado seja de 
fato respeitado. 
Esse é um princípio contido no caput do art. 225 da Constituição 
Federal. Por meio ambiente ecologicamente equilibrado se entende a 
qualidade ambiental favorável a manter a vida das gerações atuais e futuras. 
 
 
36 
 Também pode ser considerado como objetivo da Política Nacional do 
Meio Ambiente conciliar o desenvolvimento socioeconômico do país com a 
utilização racional dos recursos ambientais, de forma a que a exploração do 
meio ambiente não comprometa as condições favoráveis à vida. 
Podemos dizer, então, que o objetivo geral da Política Nacional do 
Meio Ambiente está dividido em preservar, melhorar e recuperar o meio 
ambiente. Entende-se que preservar é procurar manter o estado natural dos 
recursos, não permitindo a ação predatória do homem. Significa deixar 
intocados os recursos ambientais. 
 Melhorar é fazer com que, por meio da intervenção humana, se 
consiga fazer com que a qualidade do meio ambiente seja sempre 
aprimorada através da gestão apropriada das espécies animais e vegetais e 
dos outros recursos ambientais. 
 Recuperar é fazer com que uma área degradada por meio da 
intervenção humana volte a ter as características ambientais originais. 
Podemos dizer que esse é o objetivo mais difícil e, em alguns casos, até 
impossível de ser alcançado em função da gravidade dos danos causados. 
É importante destacar que é mais importante condenar o causador de um 
dano ambiental a recuperar o ambiente do que punir com prisão ou simples 
multa financeira. 
 Os objetivos específicos estão disciplinados pela lei em questão de 
uma forma bastante ampla no art. 4º da Lei: 
 
Art. 4º – A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
I – à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a 
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
II – à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à 
qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
III – ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de 
normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; 
IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnológicas nacionais 
orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 
V – à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de 
dados e informações ambientais e à formação de uma consciência publica 
sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio 
ecológico; 
 
 
 
37 
VI – à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à 
utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a 
manutenção do equilíbrio ecológico propicio à vida; 
VII – à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou 
indenizar os danos causados, e ao usuário da contribuição pela utilização de 
recursos ambientais com fins econômicos. 
 Tanto o objetivo geral quanto os objetivos específicos conduzem à 
concepção de que a Política Nacional do Meio Ambiente, ao tentar 
harmonizar a defesa do meio ambiente com o desenvolvimento econômico e 
com a justiça social, tem como primeira finalidade maior a promoção do 
desenvolvimento sustentável e como última finalidade maior a efetivação do 
princípio da dignidade da pessoa humana. 
 
Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente. 
 É importante saber que os princípios da Política Nacional do Meio 
Ambiente não coincidem exatamente com os princípios do Direito Ambiental, 
embora tenham a mesma finalidade. Isso decorre da linguagem adotada, 
própria de um texto legal. Os mesmos conceitos são expressos de maneira 
diferente. 
 Após estabelecer o objetivo geral da Política Nacional do Meio 
Ambiente, o artigo 2º da Lei nº 6.938/81 define o que chama de princípios 
norteadores das ações, como segue: 
I – Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser 
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
II – Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III – Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;IV – Proteção dos ecossistemas, com a preservação das áreas 
representativas; 
V – Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente 
poluidoras; 
VI – Incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII – Acompanhamento do estado de qualidade ambiental; 
 
 
 
38 
VIII – Recuperação de áreas degradadas; 
IX – Proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X – Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação 
da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do 
meio ambiente. 
 
Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente 
Os mecanismos usados pela Administração Pública Ambiental são 
instrumentos legais com a finalidade de cumprir a Política Nacional do Meio 
Ambiente. 
 Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente estão 
elencados na Lei nº 6.938/81 em seu Art.9º. 
 
Art. 9º – São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
I – o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II – o zoneamento ambiental; 
III – a avaliação de impactos ambientais; 
IV – o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras; 
V – os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou 
absorção de tecnologia voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI – a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder 
Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção 
ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; 
VII – o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
VIII – o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa 
Ambiental; 
IX – as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das 
medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental; 
 
 
 
39 
X – a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser 
divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos 
Naturais Renováveis – IBAMA; 
XI – a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, 
obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; 
XII – o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras 
e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. 
 É importante saber que padrões de qualidade são normas definidas 
pela legislação ambiental e pelos órgãos administrativos de meio ambiente e 
se referem aos níveis permitidos de poluição do ar, da água, do solo e dos 
ruídos. 
 Os padrões de qualidade ambiental definem os valores máximos de 
lançamento na natureza de poluentes permitidos. 
 Veremos agora como é feito zoneamento dos locais e de sua definição 
quando às diversas atividades que podem neles ser desenvolvidas. 
 Nas cidades brasileiras, a definição de zoneamento urbano ou 
ambiental é quase sempre feita por meio de um Plano Diretor ou de Códigos 
Urbanísticos Municipais, embora os Estados e o Governo Federal também 
tenham competência para estabelecer algum tipo de zoneamento. 
 Entendemos por zoneamento uma delimitação de áreas em um 
determinado espaço. Com base nessa divisão são definidas as áreas 
previstas para os projetos de expansão econômica ou urbana. 
 A avaliação de impacto ambiental é um instrumento que serve para 
defender o meio ambiente. A avaliação é formada por um conjunto de 
procedimentos técnicos e administrativos que procuram analisar os 
possíveis impactos ambientais causados pela instalação ou operação de 
uma atividade. 
 Esses procedimentos servem para dar suporte à decisão de licenciar 
ou não determinado empreendimento. A finalidade é aumentar os impactos 
positivos para o meio ambiente e diminuir os impactos negativos. 
 Como processo administrativo, o licenciamento ambiental não é um 
processo simples. Ele segue os procedimentos definidos pela área 
administrativa responsável pela gestão ambiental, seja no âmbito federal, 
estadual ou municipal. 
 Existem alguns instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente que 
não estão relacionados pela Lei nº 6.938/81, mas são de grande 
importância, como é o caso do Fundo Nacional de Meio Ambiente criado 
pela Lei nº 7.797/89. 
 
 
40 
Esse fundo é importante, pois é um agente financiador de projetos 
ambientais. O funcionamento do licenciamento obedece a seguinte ordem 
quanto aos instrumentos existentes: 
 As leis estaduais e municipais podem conter também indicações de 
instrumentos para a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente, 
com as necessárias adaptações à realidade de cada entidade administrativa. 
 Esses instrumentos estão divididos em três grupos: 
- O primeiro é o dos instrumentos de intervenção ambiental, que são 
os mecanismos condicionadores das condutas e atividades relacionadas ao 
meio ambiente (incisos I, II, III, IV e VI do art. 9º da citada Lei). 
 - O segundo são as medidas tomadas pelo Poder Público, que são os 
instrumentos de controle ambiental. Sua finalidade é verificar se pessoas 
públicas ou particulares se adequaram às normas e padrões de qualidade 
ambiental e que podem ser anteriores, simultâneas ou posteriores à ação 
em questão (incisos VII, VIII, X e IV do art. 9º da lei citada). 
 - O terceiro são as medidas legais e com finalidade repressiva 
aplicáveis à pessoa física ou jurídica (inciso IX da Lei citada). 
 
O Sistema Nacional do Meio Ambiente. 
 O SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente é uma estrutura 
político-administrativa governamental aberta à participação de instituições 
não governamentais e forma a grande estrutura da gestão ambiental no 
Brasil. 
 O SISNAMA pertence ao Poder Executivo da mesma maneira que os 
demais sistemas administrativos, como o Sistema Nacional de Educação, o 
Sistema Nacional de Segurança e o Sistema Nacional de Defesa do 
Consumidor. 
 O Sistema Nacional do Meio Ambiente é formado pelo conjunto de 
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios e de fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela 
proteção e melhoria da qualidade ambiental. 
 Na sua formação, percebemos que pode ter tomado como modelo o 
National Environmental Policy Act – (Ato da Política Nacional do Meio 
Ambiente), do governo dos Estados Unidos. 
 
 
 
41 
 Lembremos que, quando nos referimos ao sistema estamos 
considerando um conjunto de partes que forma um todo. Nesse sentido, 
pensando num sistema, isso pode nos ajudar a: 
1) identificar a relação entre as partes componentes. 
2) a localização de um padrão que determina as ligações entre as 
partes. 
3) Vendo o todo percebemos uma finalidade. 
 
Objetivo e Estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente. 
O objetivo do SISNAMA é tornar realidade o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, conforme está previsto na Constituição Federal 
e nas normas nos diversos níveis governamentais do nosso país. 
 Vamos ver agora qual o objetivo e qual a estrutura do Sistema 
Nacional de Meio Ambiente. Para você que está fazendo esse curso, isso 
pode parecer burocrático, afinal estamos falando de legislação ambiental, 
mas isso é muito importante no contexto do tema em estudo. 
Nossa finalidade é fazer com que você entenda esse contexto para 
que possa transitar por ele. Você já aprendeu que a Lei da Política Nacional 
do Meio Ambiente estruturou o Sistema Nacional do Meio Ambiente, 
conforme seu Art.3º, e que ele é formado pelos seguintes órgãos: 
Art. 3º. O Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), constituído pelos 
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios

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