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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
GEOGRAFIA LICENCIATURA
QUETLIN MAIARA CORRÊA DE ANDRADE
as tendências pedagógicas
Ijuí/ RS
2017
QUETLIN MAIARA CORRÊA DE ANDRADE
as tendências pedagógicas
Trabalho apresentado ao Curso GEOGRAFIA LICENCIATURA 2° SEMESTRE da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas: Filosofia da Educação e PensamentoPedagógico; Organização do Trabalho Pedagógico; Psicologia da Educação e da Aprendizagem; Seminário da Prática II.
Prof: Mari Clair Moro, Marlizete C. B. Steinle, Regina Célia Adamuz, Reinaldo B. Nishikawa.
Ijuí/RS
2017
1. Introdução
As tendências pedagógicas no Brasil foram de uma maneira geral influenciadas pelo momento cultural e político da sociedade, e graças à movimentos filosóficos e sociais que vieram à tona em suas épocas. 
Uma grande parte dos professores tem suas práticas pedagógicas voltadas para o senso comum, sejam eles influenciados pela escola em que lecionam, ou usam de modelo algum colega que tenha mais experiência. Contudo, existem profissionais com uma visão mais ampla, formada pela sua prática ou mesmo de suas convicções. 
As tendências pedagógicas adotadas na prática escolar pelo professor são vastas. Atualmente, acredita-se que há um misto de tendências para um bom andamento do fazer pedagógico. Por isso a importância de que todos os educadores repensem sua prática quantas vezes forem necessárias. 
A importância do conhecimento de cada uma por parte do professor é para que haja uma melhor percepção, identificação e aplicação das mesmas no processo de ensino aprendizagem.
O presente estudo tem como base as orientações do professor José Carlos Libâneo com sua proposta para uma reflexão sobre as tendências pedagógicas, destacando as principais tendências pedagógicas empregadas na educação brasileira em suas duas grandes linhas de pensamento pedagógico, que são: Tendências Pedagógicas Liberais e Tendências Pedagógicas Progressistas.
2. Tendências Pedagógicas Liberais
Apesar de se chamar “Liberal” essa tendência nada condiz em ser aberta e democrática, pelo contrário, é um pensamento instigado pela sociedade de classes, ou simplesmente capitalista.
De acordo com Libâneo, a Pedagogia Liberal tem como ideia principal de que a função da escola e de seus educadores é a preparação dos educandos em indivíduos que desemprenhem papéis sociais, conforme as aptidões de cada um. Esse pensamento pressupõe que o aluno deve adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do desenvolvimento da cultura individual. Conveniente a essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois, embora a escola transmita ideia de igualdade de oportunidades entre todos, não leva em conta a desigualdade de condições.
2.1. Tendência Liberal Tradicional
Essa tendência foi a primeira a ser designada no Brasil. Neste pensamento o aluno é apenas um expectador de tudo, um mero receptor de informações e conhecimentos que são passados pelo professor, que é a figura central de tudo, pois não é questionado em nada e tornando-se a única e absoluta fonte de aprendizado. Há repetição de exercícios com exigência de memorização
A Tendência Liberal Tradicional para Libâneo, define o papel da escola como fonte de preparação moral e intelectual dos alunos para assumirem sua posição na sociedade. A preocupação da escola e do professor é com a cultura, enquanto os problemas sociais pertencem à sociedade, não sendo pensados no ensino escolar. 
2.2. Tendência Liberal Renovada Progressivista
	
Também conhecida como Pragmatista, esta tendência destaca o sentido da cultura para o desenvolvimento das aptidões individuais. A escola continua, dessa maneira, a preparar o aluno para assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessidades dos mesmos ao meio social. Embora a tendência liberal tradicional tivesse como figura central o professor, na escola renovada progressivista, é defendida a ideia de que o aluno aprende participando das aulas, é passado a valorizar as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social entre outros, levando em conta os interesses do aluno. 
Nas palavras de Libâneo (1986) “aprender se torna uma atividade de descoberta, é uma autoaprendizagem, sendo o ambiente apenas um meio estimulador”. O papel da escola passa ser o de adaptar o aluno ao meio onde vive, estimulando a aprendizagem através do experimento. O professor passa a ser um facilitador da aprendizagem.
2.3. Tendência Liberal Renovada Não-diretiva
O pioneiro da implantação da escola nova no Brasil foi Anísio Teixeira. Trata-se de um ensino centrado no aluno, sendo o professor um facilitador do aprendizado, basicamente, o papel da escola é estimular o autodesenvolvimento dos alunos, pois os mesmos buscam sozinhos os conhecimentos. 
Libâneo destaca que o papel da escola nesta tendência é na formação de atitudes, e propositalmente a mesma está mais preocupada com os problemas psicológicos do indivíduo do que com funções pedagógicos ou sociais.
2.4. Tendência Liberal Tecnicista
Também conhecida como corrente teórica Behaviorista e tendo como “pai” B.F.Skinner. Neste método de ensino o aluno é visto com passividade, ou seja, o professor deve “depositar” conhecimentos nos alunos, e os mesmos devem acumulá-los em suas mentes por meio de associações de aprendizagem.
Segundo Libâneo, esse modelo de escola é uma maneira de preservar a ordem social, no caso o capitalismo, pois usa do artifício da ciência da mudança de comportamento de Skinner quando o mesmo “treinou” seus ratos em seu laboratório para que os mesmos memorizassem qual comportamento teriam de ter ou fazer para serem alimentados.
O principal interesse da Escola Liberal Tecnicista é, em vista de tudo isso, originar trabalhadores competentes para o mercado, não se preocupando com as mudanças sociais. O professor é o elo entre a verdade científica e o aluno.
Os conteúdos de ensino são por princípios científicos. Os métodos de ensino são através de procedimentos que assegurem a transmissão e recepção de informações. 
3. Tendências Pedagógicas Progressistas
Conforme a explicação de Libâneo, as pedagogias progressistas partem de uma análise crítica das realidades sociais. É uma tendência que não concorda com as implantações do capitalismo, pois sustenta as finalidades sociopolíticas da educação.
A partir da popularidade da análise de Karl Marx sobre a sociedade foi possibilitado o desenvolvimento da Tendência Progressista dividida em três correntes: Tendência Progressista Libertadora; Tendência Progressista Libertária; Tendência Progressista Crítico Social dos Conteúdos
3.1. Tendência Progressista Libertadora
Essa tendência, também é conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, pois é vincula à luta e organização de classe do oprimido. O mais importante nesta tenência é de que o oprimido tenha essa consciência, ou seja, de que ele é oprimido socialmente e tenha conhecimento da realidade em que vive. 
Através dessa percepção, se inicia a busca pela transformação social, e a elaboração de uma consciência crítica juntamente com uma organização de classe. O professor mantém o foco em discussões com temas políticas e sociais, atuando juntamente com os alunos.
Para Libâneo, o aprender nesta tendência é um ato de conhecimento da própria realidade, e só ganha sentido se o indivíduo perceber com criticidade esta realidade. O conhecimento que o educando transfere representa uma resposta à situação de opressão a que se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica.
3.2. Tendência Progressista Libertária
A Tendência Progressista Libertária Tem como foco a transformação da personalidade do indivíduo. Para esta tendência, somente o que o aluno vive terá relevância e será incorporado pelo mesmo para posteriormenteutilizar em novas práticas. 
O professor é visto como um conselheiro de seus alunos, pois os conteúdos disponibilizados não são exigidos pelos alunos, pois enfoca a livre expressão, cultura e estética.
Segundo Libâneo, esta tendência caracteriza-se pela autogestão pedagógica, pelo processo de aprendizagem grupal, pois é uma educação tida como popular, não formal.
3.3. Tendência Progressista Crítico Social dos Conteúdos
Ficou conhecida no Brasil no final dos anos 70, prioriza confrontar os conteúdos com as realidades sociais vividas pelos alunos, levando em conta os acontecimentos históricos para tal realidade.
O professor é considerado mediador entre conhecimento científicos e a realidade dos alunos. O ensino/aprendizagem é centralizado no aluno. O conhecimento adquirido é construído pela experiência pessoal e subjetiva do indivíduo.
O foco principal da escola é a preparação do aluno para o mundo adulto, com participação ativa na democratização da sociedade; por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, e garantir a criticidade do conhecimento científico. É adepta do método dialético, esse que é visto como o responsável pelo confronto entre as experiências pessoais e o conteúdo transmitido na escola. O educando participa com suas experiências e o professor com sua visão da realidade. 
4. Considerações Finais
O entendimento das tendências pedagógicas pelos professores, proporciona aos mesmos o entendimento da dimensão política e social existentes nas pedagogias seguidas nas escolas e universidades, pois sua atuação em sala de aula é o resultado dessas opções. 
A percepção é de que é inexistente uma postura pedagógica neutra. Todas as instituições de ensino estão comprometidas com uma ou outra ideologia, a do dominante ou a do dominado. Em vista disso, é fundamental a vigilância e atenção dos professores, para que saibam escolher corretamente a tendência que mais se adapta e não terminem sem saber a serviço de quem querem estar desenvolvendo o ensino e a aprendizagem. 
Isto posto, é entendido também a necessidade da percepção de que é preciso entender o passado para poder interferir no presente e modificar o futuro.
5. Referências Bibliográficas
GASPARINI, João Luiz; SANTOS, Nilva de Oliveira Brito dos. O TRABALHO EDUCATIVO: CONTRIBUIÇÃO DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL E DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICO. Campinas, 2007. 
 
LIBÂNEO, José Carlos. DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA: A PEDAGOGIA CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS. 4 Ed. São Paulo: Loyola, 1986.