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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA -
COMPLEXO CULTURAL ANTÁRCTICA
YASMIN NASCIMENTO GIESE
PROFESSORA VANESSA NAOMI YUASSA COLELLA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Joinville – SC
2016
YASMIN NASCIMENTO GIESE
PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA -
COMPLEXO CULTURAL ANTÁRCTICA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
curso de Arquitetura e Urbanismo da Região de
Joinville – Univille – como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e
Urbanismo, sob orientação da professora Vanessa
Naomi Yuassa Colella.
 Joinville – SC
2016
FOLHA DE APROVAÇÃO
A aluna Yasmin Nascimento Giese, regularmente matriculada na 5º série do curso de
Arquitetura e Urbanismo, apresentou e defendeu o Trabalho de Conclusão de Curso
PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA - COMPLEXO ANTÁRCTICA e obteve da
Banca Examinadora a média final ___________________________(nota por extenso), tendo
sido considerada aprovada.
Joinville, 05 de DEZEMBRO de 2016
Banca Examinadora:
Professora Vanessa Naomi Yuassa Colella
Orientadora (UNIVILLE)
Professora Paula Regina Grunberg
UNIVILLE
Professora Márcia de Oliveira Melo
UNIVILLE
Professora Jane Mery Richter Voigt
Orientadora de Classe (UNIVILLE)
RESUMO
A antiga Cia Sulina de Bebidas Antárctica, situada na cidade de Joinville, obteve
destaque em toda região pela qualidade do seu produto. Reapareceu com a proposta de
espaço cultural, obtendo destaque durante algum tempo, porém, hoje, o espaço perdeu
qualidade por conta do seu processo de degradação. Visto que foi reconhecido como bem
cultural para cidade é importante retomar a identidade cultural que esse espaço possui, com
seu entorno. O presente trabalho tem como objetivo requalificar o espaço industrial
cervejeiro elaborando um estudo preliminar de um complexo cultural, integrando o Parque
das Águas e a área verde localizada no fundo do lote, possibilitando uma área de lazer para
a população.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Sobreposição do traçado atual do centro da cidade sobre o mapa da
Colônia Dona Francisca em 1860................................................................................p.10
FIGURA 2 – Companhia Sulina de Bebidas Antárctica 
 em meados da década 1920 .....................................................................................p. 13
FIGURA 3 – Companhia Sulina de Bebidas Antárctica em meados da
 década de 1940 ........................................................................................................p. 13
FIGURA 4 – Companhia Sulina de Bebidas Antárctica em
 meados da década de 1960 ......................................................................................p. 15
FIGURA 5 – Companhia Sulina de Bebidas Antárctica
 em 2015. ....................................................................................................................p. 15
FIGURA 6 – Fábrica de armas brancas, detalhe externo (restaurado três anos após o
tombamento, porém o restauro foi apenas pontual. Em 2005, foram obtidas maiores
amplitudes. Hoje, o complexo faz parte da Floresta Nacional de
Ipanema ....................................................................................................................p. 17
FIGURA 7 – Localização de Joinville .........................................................................p. 19
FIGURA 8 – Principais acessos de Joinville. ..............................................................p. 19
FIGURA 9 – Índice de Infraestrutura Urbana Instalada. .............................................p. 20
FIGURA 10 – Espaços culturais em Joinville. ............................................................p. 20
FIGURA 11 – Zoneamento segundo a lei vigente. ....................................................p. 21
FIGURA 12 – Mapa de uso e ocupação do solo.........................................................p. 21
FIGURA 13 – Mapa da hierarquia viária .....................................................................p. 22
FIGURA 14 – Mapa de cheio e vazio. ........................................................................p. 22
FIGURA 15 – Áreas verdes. .......................................................................................p. 23
FIGURA 16 – Mapa de gabarito (segundo a lei vigente) ............................................p. 23
FIGURA 17– Mapa de gabarito (segundo a LOT). .......................................................p. 24
FIGURA 18 – Mapa de condicionantes físico-ambientais. .........................................p. 24
FIGURA 19 – Mapa de Bens Tombados. ...................................................................p. 25
FIGURA 20 – Mapa de análise das visuais. ...............................................................p. 25
FIGURA 21 – Circulação interna do Complexo Antárctica, eixo principal...................p. 26
FIGURA 22 – Visual do eixo ligando até a rua XV de Novembro...............................p. 26
FIGURA 23 – Visual do importante elemento do espaço – chaminé …....................p. 26
FIGURA 24 – Visual dos galpões utilizados pela AJOTE e anexos do MAJ. Percebe-se a
modificação na estrutura do telhado, que era com lanternim em meados dos
anos.60......................................................................................................................p. 26
FIGURA 25 – Visual de outro elemento importante. Em primeiro plano, a edificação com
característica moderna e também da chaminé aos fundos...........................................p.26
FIGURA 26 – Visual do segundo eixo ligando até a rua XV de
Novembro......................................................................................................................p. 26
FIGURA 27 – Visual feito a partir do Complexo Antárctica para
 o Parque das Águas...................................................................................................p. 27
FIGURA 28– Visual da fachada dos setores utilizados pela AJOTE e anexos 1 e
2..................................................................................................................................p. 27
FIGURA 29 - Visual do complexo obstruído pela casa de bombas...........................p. 27
FIGURA 30 - Visual da fachada. Complexo não apresenta comunicação direta com a 
rua...............................................................................................................................p. 27
FIGURA 31 - Complexo não possui comunicação direta com o pedestre e nem com a
rua .............................................................................................................................p. 27
FIGURA 32 – Vista da Praça dos Suíços...................................................................p. 27
FIGURA 33 - Visual do Parque das Águas. ................................................................p.28
FIGURA 34 - Visual do equipamento urbano
existente. .......................................................p.28
FIGURA 35- Visual do complexo, não contendo comunicação com o Parque das Águas e
viceeversa ….......................................................................................................................p.28
FIGURA 36 - Visual do local que servia de espelho d'água. ................................................p.28
FIGURA 37 - Visual local onde a água passava, formando um caminho com o espelho
d'água....................................................................................................................................p.28
FIGURA 38 – Visual do playground e da extensão do caminho da água..............................p.28FIGURA 39 - Visual do equipamento urbano existente.........................................................p.28
FIGURA 40 - Imagem da área de intervenção......................................................................p.30
FIGURA 41 - Fábrica, onde hoje funciona o Sesc Pompéia,abandonada em 
1972......................................................................................................................................p.32
FIGURA 42- Implantação Sesc Pompeia ….........................................................................p.33
FIGURA 43– Bloco principal, nº 13,14,15 na Implantação …...............................................p.34
FIGURA 44- Deck solário.....................................................................................................p.34
FIGURA 45 - Maquete Sesc Pompeia...................................................................................p.35
FIGURA 46- Elementos verticais, Sesc Pompeia..................................................................p.35
FIGURA 47- Proposta de revitalização na antiga Cervejaria antárctica................................p.36
FIGURA 48 – Implantação Instituro Schwanke ….................................................................p.36
FIGURA 49 – Planta baixa, primeiro pavimento....................................................................p.37
FIGURA 50 – Planta baixa, quarto pavimento.......................................................................p.38
FIGURA 51: Luiz Henrique Schwanke...................................................................................p.38
FIGURA 52 – Obra exposta na Bienal de São Paulo.............................................................p.38
FIGURA 53- Zoneamento.......................................................................................................p.39
FIGURA 54 – Classificação a ser utilizada …........................................................................p.40
FIGURA 55: Esquema de planta com dimensionamento mínimo entre encostos. Item A
…............................................................................................................................................p.40
FIGURA 56: Esquema de planta com dimensionamento mínimo entre séries de cadeira. Item A
…............................................................................................................................................p.40
FIGURA 57: Tipos e números de escada ….........................................................................p. 41
FIGURA 58:Ângulo visual dos espaços para P.C.R. Vista Lateral …....................................p.42
FIGURA 59:Ângulo visual dos espaços para P.C.R. Planta Baixa …....................................p.43
FIGURA 60: Vista Lateral exemplo terminal de consulta acessível.......................................p.43
FIGURA 61: Vista Lateral da largura entre estantes ….........................................................p.43
FIGURA 63 – Níveis de tombamento das edificações …......................................................p.45
FIGURA 64- Definição de áreas absorvidas no Projeto........................................................p.47
FIGURA 65: Distribuição de usos …....................................................................................p.47
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – Histórico das empresas fundadas em Joinville (1856-1945).
QUADRO 2 – Lista das cervejarias de Santa Catarina
QUADRO 3 – Diagnóstico
QUADRO 4 – Programa de Necessidades SESC
QUADRO 5 – Programa de necessidades MAC
QUADRO 6 – Programa de Necessidades
LISTA DE SIGLAS
AAPLAJ - Associação de Artistas Plásticos de Joinville.
AJOTE - Associação Joinvilense de Teatro.
AMBEV - Companhia de Bebidas das Américas.
CONURB - Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Joinville.
DEFENDER - Defesa Civil do Patrimônio Histórico.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
IPPUJ – Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável 
de Joinville.
LOT - Lei de Ordenamento Territorial
OGU – Orçamento Geral da União
PBU - Plano Básico Urbanístico.
PDDI – Plano Diretor do Distrito Industrial.
RCU – Reabilitação de Centros Urbanos
SANTUR - Secretaria de Turismo do Estado de Santa Catarina.
SIMGEO - Sistema de Informações Municipais Georreferenciadas.
SEPROT - Secretaria de Proteção Civil de Joinville
TICCIH - The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................7
1. PROBLEMÁTICA..................................................................................................................7
2. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................................7
3. OBJETIVOS...........................................................................................................................8
3.1 Geral ........................................................................................................................8
3.2 Objetivos específicos.............................................................................................8
4. ASPECTOS HISTÓRICOS...............................................................................................8
4.1 Área central e seu processo de degradação........................................................8
4.2 Histórico do crescimento urbano da cidade de 
Joinville e os ciclos econômicos ...............................................................................9
4.3 Histórico das indústrias cervejeiras de 
Joinville e do estado de Santa Catarina....................................................................11
4.4 Cervejarias catarinenses atuais......................................................................... 11
4.5 A Companhia Sulina de Bebidas Antárctica.......................................................11
4.5.1 O uso atual da Companhia Sulina de Bebidas Antárctica..................14
4.5.2 Tombamento da Companhia Sulina de Bebidas Antárctica................14
5. METODOLOGIA.................................................................................................................15
5.1 Conceituação teórica............................................................................................15
5.2 Análises..................................................................................................................15
5.1.1 Requalificação urbana............................................................................16
5.1.2 Memória....................................................................................................16
5.1.3 Patrimônio cultural..................................................................................17
5.1.4 Sustentabilidade......................................................................................18
5.2.1 Análise macro..........................................................................................19
5.2.2 Análise micro...........................................................................................21
6. DIRETRIZES..............................................................................................................29
7.Análises de Correlatos..............................................................................................28
7.1 SESC POMPEIA.......................................................................................................28
7.1.1 Relação antigo e novo................................................................................30
7.1.2 Análise dos Correlatos..............................................................................317.2 Proposta do Museu de Arte Contemporânea.......................................................32
7.2.1 Sobre o artista Schwanke..........................................................................34
7.2.2 Análise dos Correlatos..............................................................................35
8. Legislação..................................................................................................................35
8.1 Legislação Municipal.................................................................................35
8.2 Legislação Bombeiro Militar de Santa Catarina........................................36
8.3 NBR9050........................................................................................................38
9. Aspectos relativos ao desenvolvimento do projeto.............................................40
9.1 Usos atuais..................................................................................................41
9.2 Aspectos Patrimônio Histórico..................................................................41
9.3 Sustentabilidade – aspectos Socioeconômicos e Ambientais................41
10. Proposta De intervenção – Memorial Descritivo.................................................42
10.1 Público alvo................................................................................................43
10.2 Partido arquitetônico.................................................................................43
10.3 Disposição Espacial …..............................................................................43
10.4 Programa de necessidades.......................................................................44
10.5 Sistema estrutural e materiais empregados............................................45
11.CONCLUSÃO.............................................................................................................45
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...................................................................................46
APENDICES..................................................................................................................49
APÊNDICE A – Mapa De Levantamento Histórico E Conservação Dos Edificios..49
APÊNDICE B - uadro De Levantamento Histórico E Conservação Dos Edificios..49
INTRODUÇÃO
Diante de um contexto de reabilitação urbana, através da requalificação de um espaço
industrial e do resgate de sua história e identidade cultural, com base nos preceitos de
sustentabilidade - social, econômico e ambiental - este trabalho tem como objetivo elaborar
um estudo preliminar de um complexo cultural. O objetivo é retomar a identidade cultural da
população de Joinville e região relacionada à cerveja, compondo assim a função inicial do
local de intervenção - a cultura da cerveja - e a atual - a arte, associando ao aspecto
econômico, que levará o espaço tanto a ter comercialização de obras de arte, quanto à
degustação e venda de cervejas produzidas pela cidade de Joinville e região. 
1. PROBLEMÁTICA
A cidade de Joinville tem população estimada em 562.151 habitantes, segundo dados
do IBGE (2015). O desenvolvimento do núcleo inicial da cidade ocorreu devido a
estratégias do governo imperial em introduzir a chamada imigração espontânea, e com o
comércio da erva-mate, por meio de comerciantes oriundos da cidade de Morretes (PR).
Em 1873, a conclusão da estrada Dona Francisca propiciou a instalação de engenhos, bem
como novos núcleos e novos mercados, facilitando assim a comunicação com o estado do
Paraná. Outra questão importante é a sua proximidade com São Francisco do Sul. Segundo
FICKER (2008), a madeira cortada era levada, por meio de barcos, para São Francisco do
Sul e, então, exportada para o estado do Rio de Janeiro.
As primeiras indústrias de Joinville foram fundadas no início do século XX, às
margens do Rio Cachoeira , área central do município, devido à facilidade de escoação de
sua produção para São Francisco do Sul. Conforme o Plano Básico Urbanístico –
PBU/1965, já havia o diagnóstico da necessidade do remanejamento das indústrias para
fora da área central. O processo de crescimento da cidade de Joinville ocorreu devido à
industrialização, acarretando na realocação dessas áreas industriais para as áreas
periféricas, devido aos problemas urbanos de incompatibilidade de uso do solo. (ruído,
trânsito, poluição e outros).
A conclusão da construção da BR-101 (1973), considerado um eixo importante de
interligação entre o Sul e Norte do Brasil, fez com que a ideia de realocação das indústrias
aparecesse novamente, acarretando na criação de uma zona industrial ao longo da BR-101,
com a Lei 675/75. O alerta dos planejadores urbanísticos para ocupar os terrenos localizados
ao longo da BR-101 fez com que houvesse alta valorização dos terrenos, dificultando a
ocupação industrial nessa região inicialmente. Baseado nessas questões, o Plano Diretor do
Sistema de Transportes Urbano (PLADSTU/72) recomendou a instalação da zona industrial na
região Norte da cidade, que obtinha condicionantes físicos melhores e havia uma tendência de
novos loteamentos nessa direção, além da ocupação espontânea de uso industrial para a
região. Esse deslocamento aconteceu também pela busca de locais mais adequados e mais
baratos, sendo necessária a realização de legislações municipais que contemplassem essa
nova demanda, como o PDDI – Plano Diretor do Distrito Industrial (1975) e a lei 1410/75,
regulamentando a implantação da Zona Industrial Norte. (HOENICKE 2007)
O desenvolvimento industrial atraiu a população rural para a cidade, acarretando em um
notório déficit de infraestrutura e serviços públicos, como escassa pavimentação, falta de
rede de esgoto, além da quantidade insuficiente de equipamentos de recreação decorrente
do crescimento desordenado. Ao longo do tempo, esse núcleo inicial, símbolo de pujança
econômica, iniciou um processo de decadência devido à realocação das indústrias para a
zona Norte ou para outras cidades, transformando-se em áreas hoje abandonadas ou
subutilizadas, causando degradação do tecido urbano e servindo de refúgio para mendigos à
marginalidade dos tempos atuais. São apenas relembradas por sentimento de perda diante
da demolição ou do estado de abandono desses antigos prédios.
2 JUSTIFICATIVA
As áreas degradadas dos antigos espaços industriais, geralmente, apresentam
generosas construções que podem ser reabilitadas para o uso de novas atividades
econômicas, já que muitos desses espaços industriais remetem a importantes laços de
identidade cultural local, seja pela classe trabalhadora ou pela população. Berger (2006,
apud JARDIM, 2012 p. 72), ao discorrer sobre o processo de industrialização, constata que o
processo de deslocamento das indústrias para o subúrbio representa um ganho para a
cidade. Esse benefício está atrelado à utilização desses espaços para outros usos devido à
presença da infraestrutura urbana nas áreas centrais.
O objeto de pesquisa é a antiga Cia Sulina de Bebidas Antárctica, localizada em área
estratégica de Joinville, na rua XV de Novembro, uma das principais vias de acesso da
cidade e próxima à área central. A área é dotada de infraestrutura urbana, como
pavimentação, água, luz, transporte público e esgoto. Devido a sua posição estratégica
urbana é alvo de especulação imobiliária e apresenta alto valor agregado no uso do solo.
Além disso, estão presentes nessas áreas edificações de interesse patrimonial.
A cultura da produção da cerveja artesanal é cultivada até os dias atuais, sendo que a
produção artesanal vai de encontro ao processo de industrialização instalado na cidadede
Joinville. Berens (2011, apud JARDIM, 2012 p. 70) coloca que, apesar desses espaços
industriais terem se tornado obsoletos, no aspecto de sua função original, estes ambientes
são, de fato, possuidores de elementos impregnados de significado e não se pode ignorar o
papel de testemunhas de outras épocas que eles exercem.
Foi em Joinville onde nasceu a primeira cervejaria do estado, em 1852, e até os dias
atuais essa cultura é perpetuada através da produção de cerveja artesanal e da realização
da Festa da Cerveja de Joinville (BIERVILLE), que foi realizada em 2015 no Complexo
Expoville.
3. OBJETIVOS
O presente trabalho trata da proposta de requalificação de um espaço industrial que tem
como objetivo geral, transformar o espaço da Companhia Sulina de Bebidas Antártica em um
Complexo cultural atrelando seus usos atuais a novos. Associando o estudo ao contexto
exposto, seus objetivos específicos são:
a) Coletar os dados históricos da Antiga Companhia Sulina de Bebidas Antárctica e a
influência da Cervejaria Artesanal em Joinville e região.
b) Levantar dados referentes ao: 1) contexto econômico e histórico do crescimento industrial
em Joinville. 2) O processo de desindustrialização e degradação de áreas centrais no Brasil e
no municipio.
c) Compreender o conceito do processo de requalificação urbana no Brasil, e questões
relativas ao patrimônio cultural e industrial relacionando-os ao conceito de memória.
d) Estudar o conceito de sustentabilidade no planejamento urbano, tornando-o a matriz dos
conceitos utilizados e apresentados acima, tal conceito traz o caráter : ambiental, social e
econômico e cultural.
e) Realizar estudo macro, micro e local através da elaboração de mapas, buscando analisar o
local de forma ampla, obtendo informações para realização do quadro das diretrizes
urbanísticas.
f) Estudar a legislação vigentes.
g) Realizar análise dos correlatos, para então fazer o quadro comparativo dando suporte para
o programa de necessidades.
h) Realizar a proposta do Complexo Antárctica, integrando espaços e usos. 
4. Aspectos Históricos
4.1 Área central e seu processo de degradação
A cidade se inicia com uma concentração urbana, a partir do qual se formam novos
espaços. De acordo com Villaça (2001), todas as aglomerações socioespaciais humanas
desenvolvem um centro principal. “Não existe realidade urbana sem um centro; comercial,
simbólico, de informações, de decisão, etc” (LEFEBVRE, 1972, apud VILLAÇA, 2001, p.
237).
No entanto, para Castells;
O centro é o espaço que permite, além das características de sua ocupação,
uma coordenação das atividades urbanas, uma identificação simbólica e
ordenada destas atividades e, daí a criação das condições necessárias à
comunicação. (CASTELLS 2000, p. 311)
Apesar de conter grande simbolismo, o centro passa por esse processo de
degradação. Del Rio (1990) comenta sobre o esvaziamento dos centros urbanos,
afirmando que:
[…] não era causado pelas características físico-ambientais das áreas, mas,
de um lado, pelas próprias políticas regionais vigentes e de outro, pelos novos
modos de vida e paradigmas buscados pela classe média, insuflados pela
sociedade de consumo.
[…] como consequência, as áreas centrais se deterioraram física, econômica e
socialmente; os grupos mais abastados se instalariam em suas novas casas
de subúrbio, o comércio e as atividades culturais perseguiriam seu mercado,
mudando para os subúrbios, os imóveis das áreas centrais passariam a
apresentar alto índice de deterioro e abandono, os grupos menos favorecidos
herdariam estas condições e os cortiços e guetos se formariam (DEL RIO
1990, p. 20).
De acordo com Vargas e Castilho (2006, p.3), os conceitos de deterioração e
degradação estão, geralmente, associados à perda de função, comprometimento da
estrutura física ou decréscimo no valor de comercialização do mercado. O capital imobiliário
corresponde à parcela de interesses em busca de novos produtos, áreas de melhores
acessos, além da imagem indicando atualidade, fazendo com que o centro tradicional perca
importância (GADENS, 2010).
Segundo Campos e Pereira (2007, p.3 apud GADENS, 2010);
A aparente incongruência de uma cidade que abdica de seu centro,
desperdiçando o investimento historicamente concentrado na região, só pode
ser explicada pela presença de um modelo de crescimento ao mesmo tempo
intensivo e autofágico, motivado pelo processo imobiliário e alimentado
sistematicamente por políticas públicas.
Portanto, a partir do momento em que a configuração urbana do centro não se encontra
adequada às necessidades da expansão capitalista, ocorre o processo de descentralização
em busca de áreas que atendam essa necessidade, criando-se os subcentros (GOMES,
2006, p. 4 apud GADENS, 2010). Outro fator foi a dinamização dos meios de locomoção,
tendo uma maior dispersão da população. Em Joinville, isto ocorreu segundo Santana (1998,
p. 66);
[…] em meados da década de 80, tendo também o aparecimento da formação
de pequenos centros comerciais nos bairros concentrando algumas filiais de
lojas de departamento que, anteriormente, só existiam no centro da cidade.
Isso revela uma modificação nos padrões de deslocamento e consumo da
cidade.
Santana (1998) afirma que “o crescimento da cidade de Joinville, em termos espaciais,
está diretamente vinculado à expansão da base econômica – industrial”. Com o aumento
populacional, a cidade se expandiu rapidamente e desordenadamente, acarretando no
esvaziamento das áreas centrais, principalmente pela perda de números de habitantes, pois
a população de maior renda migrou para outras regiões, preferindo moradia em condomínios
fechados. Por outro lado, a quantidade de mão de obra crescente e o alto custo das
moradias nas regiões centrais – onde havia infraestrutura adequada – é que fez crescer as
regiões periféricas. Reforçando este resultado, Villaça (1998, p. 277) descreve que “o
processo popularmente chamado de decadência ou deterioração do centro consiste no seu
abandono por parte das camadas de alta renda e sua tomada pelas camadas populares” .
Esse processo de degradação pode ser visto em várias cidades, de diferentes formas. Um
exemplo disto é São Luís.
O Bairro do Desterro localiza-se numa circunscrição geográfica bem acima do
nível do mar que foi desenhada acompanhando o desenvolvimento urbano de
São Luís. O bairro é composto de ruas estreitas e, por vários séculos, abrigou
um porto com funções comerciais.
A partir de meados do século 20, com a expansão da cidade para a periferia,
paralelo ao fim do porto, o bairro passou a vivenciar um processo de
isolamento, sendo estigmatizado como reduto da marginalidade. (RCU, 2006,
p. 59)
4.2 Histórico do crescimento urbano da cidade de Joinville e os ciclos 
econômicos
A cidade de Joinville teve como gênese o dote de casamento do Príncipe de Joinville
com a filha de Dom Pedro, Francisca Carolina, iniciando a colonização no ano de 1851,
com a chegada dos imigrantes europeus até a denominada Colônia Dona Francisca. As
embarcações atracavam às margens do Ribeirão Matias, iniciando a abertura das primeiras
vias: rua do Porto (atual Nove de Março) e Caminho do Meio (atual XV de Novembro).
Segundo Ficker (2008, p. 82), além das dificuldades financeiras, a maior de todas
seria desbravar as terras lodosas da pequena colônia e também a diferença de
nacionalidade e a dificuldade linguística. Os colonos foram separados em três grupos (ver
figura 1):
Os suíços na direção Oeste, seguindo o traço da Picada Jurapé (Schweizer-
Pikade ou rua do Meio– hoje, rua XV de Novembro) a partir da rua Dr. João
Colin. Os noruegueses na direção Norte (Nordtrasse – hoje, rua Dr. João
Colin). Os alemães na direção Sul-Oeste, acompanhando no início do Ribeirão
Matias (Deutsche pikade ou Matthias-strasse – hoje, Visconde de Taunay).
Figura. 1 – Sobreposição do traçado atual do centro da cidade sobre o mapa da Colônia 
Dona Francisca em 1860.
Fonte: base do Arquivo Histórico de Joinville, apud LOPES, 2011, p. 85
Através do traçado das vias é possível verificar as diferentes proporções dos
loteamentos e, consequentemente, a dimensão das quadras. A área do centro apresenta
lotes e quadras menores, sendo utilizadas para o uso comercial, de serviços e pequenas
manufaturas. Já nas áreas mais distantes do centro, a característica predominante era de
lotes rurais para a agricultura e para a criação de animais.
Podemos observar na Figura 1 o início da construção da Estrada Dona Francisca e o
desenvolvimento do núcleo inicial através da abertura das vias, como a rua da Olaria (atual
rua do Príncipe), onde surgiu o primeiro empreendimento da Colônia, uma pequena olaria –
motivo pelo qual a rua ganhou este nome. Também podem ser vistas as ruas Abdon Batista e
Ministro Calógeras, a Av. Cel. Procópio Gomes e o início da estrada Santa Catarina (atual Av.
Getúlio Vargas e rua Santa Catarina). 
A localização do núcleo inicial se deu pelo fácil acesso ao rio Cachoeira, que ligava a
cidade ao Porto de São Francisco e, em um primeiro momento, foi o único meio utilizado
para exportar materiais, principalmente a madeira. Com acesso carroçável pela Dona
Francisca, fazia-se a ligação com o Planalto Norte, facilitando assim o comércio da erva-
mate. Paralelamente, ocorreu o processo de industrialização, que pode ser resumido nas
palavras de Santana (1998):
O processo de industrialização de Joinville indica que ele está fortemente
calcado na iniciativa dos empresários com ascendências germânicas
vinculadas, direta ou indiretamente com a atividade comercial de importação e
exportação ou, ainda, com a representação comercial. Já os empresários de
ascendência luso-brasileira, que dominaram a atividade ervateira, dirigiram
seus ganhos para a atividade imobiliária, para o aprimoramento cultural dos
mesmos e dos seus familiares, transformando-os em estudos no Rio de
Janeiro ou na Europa e em atividades filantrópicas, como a construção do Lar
Abdon Batista (SANTANA, 1998 p. 35).
 S.Thiago afirma (1988, p. 30; apud LOPES, 2011, p. 88);
[…] o comércio joinvilense teve grande impulso, em função dos benefícios
trazidos pela construção da Estrada Dona Francisca. Ligando Joinville às
grandes reservas de ervais do planalto, proporcionou o desenvolvimento,
nesta cidade, de uma atividade altamente rendosa: a comercialização e
posteriormente a industrialização da erva-mate.
Retomando o processo de urbanização, a partir de 1860, o ciclo da erva-mate, que era
comercializado no mercado externo, fez com que regiões alagadiças – a região do atual
Mercado Municipal – fossem ocupadas. Porém, mesmo com recursos proporcionados pela
erva-mate e madeira, a ocupação era concentrada, como podemos verificar na Figura 1.
O desenvolvimento do comércio e o beneficiamento da erva-mate e da madeira
possibilitou a substituição da importação pela industrialização local, como tecido, cerveja,
caldeiras, navios, além de outros equipamentos industriais. Em 1906, segundo Lopes, (2011,
p. 88) “o ramal ferroviário, além de potencializar a produção ervateira também contribuiu no
desenvolvimento da atividade madeireira. As toras eram trazidas do Planalto Norte, serradas
em Joinville e exportadas”. As serrarias e os engenhos enviavam os seus produtos ao
mercado brasileiro (Rio de Janeiro) e exterior (Uruguai, Argentina e Chile) até a Primeira
Guerra Mundial (ROCHA, 1997).
Com a Primeira Guerra Mundial, impulsionou-se a industrialização voltada para o setor
têxtil e metalmecânico, que surgiram para atender as demandas internas. Desta forma, inicia-
se a substituição da importação de peças e maquinários advindos da Alemanha e Suíça. Já
na década de 30, no Brasil, cresceu a fundação de indústrias metalmecânicas, oriundas da
crise de 1929, que fechou o mercado internacional, abrindo portas à indústria brasileira,
ressaltando novamente o crescimento de pequenos empreendimentos em indústrias
reconhecidas, como no caso da Metalúrgica Wetzel. O processo de industrialização de
Joinville pode ser visto através do Quadro 1.
Quadro 1 – Histórico das empresas fundadas em Joinville 1856-1945
1856 Companhia Wetzel Industrial (velas e sabão)
1865 Curtume de G. Richlin (artigos de couro)
1881 Dohler S.A. Indústria e Comércio de tecidos
1906 Ferraria de Frederico Birkholz (futura Tupy)
1907 Cia Fabril Lepper (tecidos de algodão)
1910 Moinho Joinville
1910 Centauro S.A. Meias e Malhas
1913 Indústria Colin S.A.
1914 Cervejaria Thiede (futura Cia Sulina de Bebidas Antártica)
1932 Metalúrgica Wetzel
1938 Indústria e Fundição Tupy
1943 White Martins
1943 Buschle & Lepper S.A. Com. E Ind.
1945 Laboratório Catarinense
1946 Carrocerias Nielson (ônibus)
Fonte: Santana (1982, apud Rocha,1997).
4.3 Histórico das indústrias cervejeiras de Joinville e do estado de Santa 
Catarina
A primeira cervejaria do estado foi joinvilense, fundada em 1852. Os imigrantes da
família Schmalz, que saíram da Suíça em busca de trabalho, foram quem instalou a primeira
cervejaria catarinense. A família Schmalz, ao chegar à cidade de Joinville, adquiriu um lote na
Deutsche Pikade, (atual rua Visconde de Taunay). A moradia ficava ao lado do ribeirão
Mathias.Foi ali que começaram a produzir as primeiras cervejas catarinenses. Porém, como
não havia cevada e o clima era impróprio para o cultivo dela, as primeiras cervejas foram
produzidas com milho. (BEER PLACE, web).
Em um segundo momento, surgiu a Cervejaria Kuehne, em Joinville, iniciando as suas
atividades em 1858. Em 1914, a Cervejaria Thiede, também começou a produzir cerveja e
funcionou com esse nome até meados de 1942, quando, por motivos financeiros,
transformou-se em Cervejaria Catharinense, que logo se tornou a maior do estado. Por fim,
em 1948, a Antárctica adquiriu a Catharinense e dominou o mercado de cerveja nos anos 70
e 80, até encerrar as atividades cervejeiras em 2001, com a venda do imóvel para o
município de Joinville. (BEER PLACE, web).
4.4 Cervejarias catarinenses atuais
As cervejarias catarinenses cresceram e se expandiram para todo o estado, se
aprimoraram, ganharam prêmios e se tornaram conhecidas, além de serem referência para o
Brasil e o mundo. Segundo o site da Secretaria de Turismo do Estado de Santa Catarina
(SANTUR), o Vale Europeu apresenta as cervejarias, conforme Quadro 2.
Quadro 2 – Lista das cervejarias de Santa Catarina:
FONTE: Secretaria de Turismo do Estado de Santa Catarina (SANTUR)
Cidade Cervejaria
Blumenau Cervejaria Bierland
Cervejaria Eisenbahn
Cervejaria Wunder Bier
Brusque Cervejaria Zehn Bier
Gaspar Cervejaria Das Bier
Guabiruba Cervejaria Kiezen Ruw
Indaial Indaial
Forquilhinha Cervejaria Saint Bier
Lauro Müller Cervejaria Lohn Bier
Jaraguá do Sul Cervejaria Karsten
Joinville Cervejaria Volksbier
Cervejaria OPA Bier
Zeit Cervejaria
Caçador Cervejaria Patrona
Videira Cervejaria Basement
Chapecó Dalla Cervejaria
Treze Tílias Cervejaria Bierbaum
4.5 A Companhia Sulina de Bebidas Antárctica
A cervejaria surgiu do empreendimento desenvolvido por Alfred Thiede, nascido na
Prússia. Ele se estabeleceu na colônia como cervejeiro na Mittelweg (atualmenterua XV de
Novembro), local privilegiado por conta da fonte de água mineral, que foi usada por mais de
50 anos na produção de bebidas. Após a morte de Alfred, sua esposa ficou responsável pelo
negócio. Por falta de descendentes, logo depois o sobrinho assumiu a cervejaria. O fato era
que até 1925 a cervejaria existia sob o nome de Thiede, quando se transformou de cervejaria
artesanal de alta fermentação para baixa fermentação11. Essa modificação alcançou maior
produtividade, porém trouxe problemas financeiros que transformaram a “Thiede, Seyboth e
Cia” em Cervejaria Catharinense. Na Figura 2, podemos observar o espaço já com nome na
fachada, visto que essa modificação foi realizada com aporte de capital de nomes
reconhecidos na cidade de Joinville, como Henrich Douat, Eugenio Fleishcer, entre outros,
tornando-se assim a maior cervejaria do estado. Nesta época, a fábrica empregava 80
pessoas e produzia as cervejas Ouro, Pilsen, Catharinense, Sem Rival, Porter e Munchen,
além da limonada, na área de refrigerantes (QUEIROZ,2008).
1Alta Fermentação: conhecidas também como Ale, as cervejas de alta fermentação são 
fermentadas em temperaturas mais altas, entre 15ºC e 24ºC, e sua fermentação é mais rápida, 
durando entre 4 e 6 dias. Processo mais antigo de produção de cerveja, elas são normalmente mais 
encorpadas, com sabores e aromas mais complexos e mais perceptíveis. Baixa Fermentação: 
chamadas de Lagers, ao contrários das Ales, a cerveja desse grupo é fermentada em baixas 
temperaturas, entre 6ºC e 12ºC, com tempo de fermentação maior. Processo de fermentação 
inventado no século 19, é um pouco mais leve com graduação alcoólica geralmente entre 4% e 5%.
Figura 2 – Companhia Sulina de Bebidas Antárctica em meados década 1920
FONTE: Arquivo Histórico de Joinville.
A Cervejaria é reinaugurada em 1942, conforme Figura 3 que mostra a ampliação da
cervejaria. Assim, Werner Metz assume como diretor-presidente. Paralelamente, a
Companhia Antárctica Paulista expande sua rede de empresas associadas até 1973, quando
esta deixa de ser filial – Figura 4 mostra a marca ainda como filial - criando-se a Companhia
Sulina de Bebidas Antárctica, com sede em Joinville, e incorporando as unidades de Ponta
Grossa e de Curitiba. Em 1980, a companhia adquire o controle acionário da Cervejaria
Serramalte, com fábricas no Rio Grande do Sul. (QUEIROZ, 2008).
Figura. 3 – Companhia Sulina de Bebidas Antárctica em meados década de 1940
FONTE: Arquivo Histórico de Joinville.
 Em 1998, a Companhia Sulina de Bebidas Antárctica encerra suas atividades,
passando seu patrimônio a Indústria de Bebidas Antárctica Polar. Em 1999, as centenárias
Cervejaria Brahma e Companhia Antárctica se unem para criar a Companhia de Bebidas das
Américas (AMBEV). Em março de 2001, transaciona-se a venda do imóvel para o município
de Joinville, contendo construções diversas, instalações e maquinário. (QUEIROZ, 2008).
Figura. 4 – Companhia Sulina de Bebidas Antárctica em meados década de 1960
FONTE: Arquivo Histórico de Joinville.
4.5.1 O uso atual da Companhia Sulina de Bebidas Antárctica:
Em 2001, o local foi adquirido pelo Poder Público, através do plano de ocupação
desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável
de Joinville (IPPUJ), em parceria com a Fundação Cultural de Joinville. Entretanto, esse
plano não foi executado integralmente. Em 2002, a partir do Decreto 10.430, o imóvel, até
então conhecido como Complexo Cultural Antárctica, passou a se chamar Cidadela Cultural
Antárctica, tendo como administradora a Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de
Joinville (CONURB). A Cidadela Cultural Antárctica iniciou suas atividades com a instalação
da Associação Artistas Plásticos de Joinville (AAPLAJ) - anexos 01 e 02 - do Museu de Arte
de Joinville, da Associação Joinvilense de Teatro (AJOTE), de uma sala para exibição de
filmes e documentários, do Instituto Luiz Henrique Schwanke e do Museu de Arte
Contemporâneo. Além disso, contava com a Secretaria de Proteção Civil de Joinville
(SEPROT), a Defesa Civil e o Departamento Antidrogas da Secretaria de Proteção Civil. Na
Figura 5, vemos o estado físico atual (2016) da Cidadela Cultural Antártica.
Figura. 5 – Companhia Sulina de Bebidas Antárctica em 2016.
Fonte: Do autor
4.5.2 Tombamento da Companhia Sulina de Bebidas Antárctica
Para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN (web), “o tombamento
é o instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio cultural mais conhecido e pode
ser feito pela administração federal, estadual e municipal”. A Companhia Sulina de Bebidas
Antárctica foi tombada pela Prefeitura Municipal de Joinville, através do Decreto (17.016),
publicado em 2 de setembro de 2010. Segundo esse documento são discriminados os itens
tombados
[…] Pela importância histórica, a chaminé e a torre da antiga fábrica receberam
nível de preservação integral e só podem ser restaurados, nunca alterados.
Prédios e galpões ficaram com nível de preservação parcial e algumas
construções estão liberadas até para demolição, se necessário. É o caso dos
galpões onde funcionava a Escola de Panificação Suíça e que foram atingidos
pelo deslizamento do barranco. (DEFENDER, 2010, web).
 5.METODOLOGIA
5.1Conceituação teórica
A metodologia inicia-se com tema proposto no trabalho de conclusão de curso que traz
o conceito de requalificação urbana, que aborda o temas relativos ao patrimônio histórico e o
processo de desindustrialização. Além do tema relativo ao patrimônio cultural e industrial, 
também conceitualizado. O conceito de memória nos explica o que torna esses espaços 
especiais para população. Sustentabilidade traz o fechamento dos conceitos utilizados e os 
pilares do trabalho, como os aspectos ambientais, sociais, econômico e cultural.
5.2 Análises
Ocorrerá primeiramente com estudo, através de mapas, do município de Joinville. Este
estudo trará respostas relativas a infraestrutura e espaços de cultura e a inserção do
município no estado. Com isto será feito o recorte da área de Estudo que demostrará as
fragilidades e potencialidades, através de mapas tendo como objetivo realizar o quadro das
diretrizes urbanísticas para área de estudo. As diretrizes servirão para revitalização do
contexto urbano como todo e não apenas do Local escolhido, Companhia de Bebidas
Antárctica. Após será realizado o diagnóstico do local que darão subsídios para a
implantação do projeto arquitetônico.
5.1.1 Requalificação urbana
A Requalificação Urbana é uma área relativamente recente do Planejamento Urbano
que está associada ao interesse crescente pelo patrimônio histórico e ao processo de
desindustrialização das cidades.
A requalificação urbana trata-se de um fenômeno presente em grande parte das
metrópoles mundiais. O principal objetivo é transformar sítios históricos, frentes marítimas e
fluviais, considerados degradados, em áreas de entretenimento e lazer (Peixoto, 2009). Essa
intervenção tem como objetivo definir um novo uso para o patrimônio histórico edificado,
propiciando a agregação do valor simbólico do local e as novas necessidades da população
atual.
O Ministério das Cidades, no ano de 2003, elaborou o Programa de Reabilitação de
Áreas Urbanas Centrais, através do Manual de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais
(2008 p.12). Nele, diz que o “repovoamento das áreas centrais e o aproveitamento do
estoque imobiliário existente podem ser fatores importantes, tanto para reabilitar essa parte
da cidade, como para controlar a expansão da mancha urbana”. Um dos principais objetivosdo programa é garantir o uso do centro, assim como a preservação do patrimônio cultural e
ambiental, além de recuperar o estoque imobiliário subutilizado, principalmente ocupando-os
para uso residencial e reduzindo investimentos de infraestrutura urbana, baseado no
estatuto da cidade. A questão principal é a reabilitação associada ao patrimônio histórico
que, em primeiro momento, se precede das cartas patrimoniais, com alcance restrito aos
sítios históricos ou uma parcela deles. Com exceção das cidades históricas, no Programa
Reabilitação de Centros Urbanos:
[…] Na maioria dos casos os sítios históricos são reduzidos a fragmentos de
cidades expandidas, não conseguindo agregar atividades, políticas ou ações
culturais consistentes que garantissem a sustentabilidade das ações de
recuperação ao restauro eventual dos imóveis históricos. Preservar o
patrimônio histórico é valorizar a memória de uma comunidade e fortalecer os
laços de identidade entre as suas várias gerações.
[…] A manutenção da identidade dos centros históricos vem também ao
encontro da necessidade de integrá-los ao desenvolvimento da economia da
cidade, sobretudo através do turismo, mantendo a memória e o acervo
arquitetônico e assumindo o seu compromisso social com a cidade através da
reversão do processo de esvaziamento dos grandes centros. (ROLNIK &
BALBIM 2005, p. 51)
5.1.2 Memória
Para o historiador Pierre Nora (1993), a busca por locais que sejam representativos da 
história e que possam ser referências para a identidade cria o que ele chama de lugares de 
memória – na busca contemporânea de manter laços com a história. Os estudos de Pierre 
Nora e, principalmente, seus lugares de memórias são fundamentais para pensar o processo 
que tem expandido tal sentido de lugar especial a muitos lugares.
O autor trata como lugares de memória aqueles que devem dar conta de um passado
que, selecionado, remete a ritos, símbolos, fatos e que, portanto, possibilitam a construção
de laços sociais e temporais. Por meio da criação destes locais de preservação são mantidos
espaços de ritos que zelam pela identidade de um grupo mediante símbolos, pelos quais, os
participantes podem se reconhecer e se diferenciar.
Milton Santos (1994 p. 36 apud ABREU, 1998, p. 82) afirmou que o lugar é a extensão
do acontecer solidário, assim o lugar é “local” do coletivo. Portanto, a memória de um lugar,
de uma cidade, é uma memória coletiva. A memória coletiva transcende o indivíduo.
Halbwachs (1990) enfatiza o caráter familiar, grupal e social da memória. Assim os lugares,
como os edifícios fabris, tornam-se lugares de memória, a partir das relações sociais que se
formaram nesse espaço, que reunia uma quantidade considerável de pessoas, que
estabeleceram relações sociais, sendo elas boas ou ruins. Assim como a memória urbana
tem o ponto comum que é a cidade, o ponto comum dessas inúmeras memórias coletivas é a
fábrica.
Segundo Abreu (1998 p.86) “o fundamental é que nos conscientizemos que o resgate
da memória das cidades não pode se limitar à recuperação das formas materiais herdadas.
Há de se pensar também daquilo que não deixou marcas na paisagem”. A preservação,
conservação, manutenção ou revitalização devem ser feitas com intuito de resgatar os
antigos valores comunitários. “Da restituição das identidades culturais a um tratamento das
memórias coletivas, as razões de modernizar a própria ideia de conservação constituem a
lógica dessa reabilitação do sentido” (JEUDY, 1990, p .01).
A memória serve como forma de conservação e divulgação da cultura.
Conservar não quer mais dizer preservar, mas restituir, reabilitar ou
reapropriar. (…) A cultura não se encontra mais na cabeça das pessoas, mas
diante delas, composta de um número enorme de signos a serem
descobertos e interpretados, ou ainda, revividos como expressão de uma
tradição incontestável. (…) Essas memórias do social, que coroam a ideia de
uma “morte do social” não correm o risco de anular a forma viva das trocas?
(…) a extensão da função social do patrimônio prenuncia novas relações
complexas entre memória e a morte. (…) Transforma o campo da memória
em teatro do conhecimento objetivo. Reapropriação das identidades culturais
e a reabilitação das memórias coletivas podem ser uma das transformações
sociais da relação entre memória e morte” (JEUDY, 1990, p. 02)
Essa relação de memória e identidade entende-se como nós nos relacionamos com o
ambiente em que vivemos, bem como nossas relações sociais. Portanto, é importante
ressaltar a importância do extramuros desses espaços fabris e há de se considerar que
nem toda memória consegue ser registrada. Abreu (1998 p. 86) comenta que muitas se
perderam no tempo, o que faz com que os vestígios do passado sejam fragmentos da
memória coletiva e alguns fragmentos especiais podem estar ligados a estruturas de
poder.
Os parques fabris vão além dos muros e das edificações. Sem dúvida, a parte mais
complexa está na dimensão do imaterial, está correlacionada ao cotidiano, ao natural,
não deixando de ressaltar a importância do espaço físico, do espaço fabril, porque ele é
uma forma de registro deste cotidiano daqueles que se dedicaram ao local. Bielschowsky
(2009 p. 10) cita que:
Se as próprias fábricas foram responsáveis pela implantação de um estilo de
vida local, quanto ao reconhecimento e incentivo dos seus operários – que se
dedicavam quase integralmente à vida na fábrica e passavam seus
conhecimentos de geração em geração –, como esquecer essa população
que, na realidade, moldou e lapidou essa realidade e construiu esse acervo
urbano?
É importante que a preservação, a conservação e a reabilitação sejam utilizados com
novos usos, podendo resgatar a memória coletiva abandonada, além de lembrar da
identidade local e reconhecer o aspecto social, não apenas de forma capenga e não
ancorada no espaço que está inserida.
5.1.3 Patrimônio cultural
Chauí (2006, p.107) cita que “a cultura é uma segunda natureza, que a educação e os
costumes acresceram a primeira natureza, isto é, uma natureza adquirida, que melhora,
aperfeiçoa e desenvolve a natureza inata de cada um”. Segundo Funari e Pelegrini
(2006.p.11), “o conceito de patrimônio, surgido no âmbito privado do direito de propriedade,
estava intimamente ligado aos pontos de vista e interesses aristocráticos”.
O patrimônio era definido por dois conceitos, individual e coletivo, (FUNARI e
PELEGRINI, 2006) o que nos remete a ideias, primeiramente relacionadas ao indivíduo, onde
o patrimônio é entendido como bens materiais que transmitimos aos nossos herdeiros, mas
com um grande significado emocional. A segunda ideia está relacionada ao coletivo “que é
sempre algo mais distante, pois é definido e determinado por outras pessoas, mesmo quando
essa coletividade nos é próxima” (FUNARI E PELEGRINI, 2006, p. 9). Conforme a sociedade
foi se transformando, o conceito de patrimônio passou a incluir diversos significados, como
visto no Brasil, pelo Decreto de 1937:
[…] que estabelece como patrimônio o conjunto de bens móveis e imóveis
existentes no País e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional
valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico IPHAN (web)
E depois ampliando seu conceito pelo Artigo 216 da Constituição 1988:
[…] conceitua patrimônio cultural como sendo os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira.IPHAN (web)
O patrimônio industrial entra a partir desse processo de democratização dos bens
culturais. Segundo Kühl (2009), iniciou-se na Inglaterra na década de 1950, porém, foi a partir
dos anos 1960 que se difundiu uma maior atenção por conta da demolição de importantes
testemunhos da arquitetura industrial. Kühl (2009) ressalta que “esses edifícios, ou inteiros
complexos, estavam (e estão) sob constante ameaça pela sua obsolescência funcional, pelo
crescimento das cidades e pela pressão especulativa”. No Brasil, deve-se citar que a primeira
fábrica a ser tombada pelo IPHAN, em 1964, foi o conjunto formado pelos remanescentes da
Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, no município de Iperó (conforme Figura. 6).
Figura. 6 – Fábrica de armas brancas, detalhe externo (restaurado três anos após o
tombamento, porém o restauro foi apenas pontual. Em 2005 foi quando se obteve maiores
amplitudes. Hoje, o complexo faz parte da Floresta Nacional de Ipanema).
Fonte: Osvaldo Cristo – Acervo Floresta Nacional de Ipanema.
 Entretanto, as comunicações nacionais e internacionais relativas ao patrimônio
industrial vêm se multiplicando através de estudos de diversos autores sobre história da
ciência, da técnica e contando com organizações dedicadas a esse fim. Exemplo disto é o
The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage (TICCIH), criado
em 1978 e que vem realizando importantes conferências, tendo elaborado uma carta sobre o
tema (Nizhny tagil) em 2003. Hoje, o Brasil possui um comitê da instituição. A carta traz como
definição de Patrimônio Industrial:
O patrimônio industrial compreende os vestígios da cultura industrial que
possuem valor histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou científico. Estes
vestígios englobam edifícios e maquinaria, oficinas, fábricas, minas e locais de
processamento e de refinação, entrepostos e armazéns, centros de produção,
transmissão e utilização de energia, meios de transporte e todas as suas
estruturas e infraestruturas (CARTA NIZHNY TAGIL,2003 p.3).
Além de falar sobre os vestígios materiais e imateriais, das implantações e as
paisagens construídas pelo processo industrial, a Carta do Patrimônio Industrial menciona
ainda a Carta de Burra e a Carta de Veneza, que frisam a importância dessas estarem
incluídas nas suas recomendações. A Carta de Nizhny Tagil, sobre o património industrial,
também trata das adaptações realizadas e a importância da preservação do bem:
iv. A adaptação de um sítio industrial a uma nova utilização como forma de se
assegurar a sua conservação é, em geral, aceitável, salvo no caso de sítios com uma
particular importância histórica. As novas utilizações devem respeitar o material específico e
os esquemas originais de circulação e de produção, sendo tanto quanto possível compatíveis
com a sua anterior utilização. É recomendável uma adaptação que evoque a sua antiga
atividade.
v. Adaptar e continuar a utilizar edifícios industriais evita o desperdício de energia e
contribui para o desenvolvimento econômico sustentado. O patrimônio industrial pode
desempenhar um papel importante na regeneração econômica de regiões deprimidas ou em
declínio. A continuidade que esta reutilização implica pode proporcionar um equilíbrio
psicológico às comunidades confrontadas com a perda súbita de uma fonte de trabalho de
muitos anos.
 Kühl (2009) cita que:
Por vezes a restauração pode comportar transformações significativas, mas é
o procedimento de análise supracitado que vai determinar os parâmetros
dentro dos quais é lícito fazê-las. Ademais, a avaliação visa também fazer com
que os usos propostos sejam compatíveis com as características da
edificação, e não que esta seja adulterada para receber um novo uso que não
respeite suas particularidades. (KÜHL, 2009, p. 56).
Além da preservação e sua restauração, é importante ressaltar que não se deve
corromper as particularidades da edificação, pois segundo Kühl (2009, p. 217):
Os bens culturais devem ser preservados e respeitados, para que possam
transmitir seus valores históricos e estéticos, memoriais e simbólicos, para o
futuro, garantindo assim que possam ser continuadamente atualizados e
interpretados, tornando-se fontes inesgotáveis de dados e sensações, além de
ser instrumentos de reflexão e adaptação à realidade, para esta e outras
gerações.
5.1.4 Sustentabilidade
Del Rio (2001) discorre sobre a necessidade de requalificação urbana de áreas portuárias
abandonadas ou subutilizadas através do reuso do patrimônio instalado, dizendo que a
requalificação do espaço e a mistura de usos representam um novo paradigma do
desenvolvimento sustentável. Del Rio (2001) descreve ainda que o modelo de revitalização é
dependente de um processo contínuo de planejamento estratégico e de ações integradas.
Segundo Rogers (2001), os espaços públicos são os principais elementos urbanos de
leitura da cidade. Eles contribuem efetivamente para a compreensão e percepção do usuário
ou transeunte com relação ao espaço urbano. Os espaços públicos com significado
propiciam o exercício do entendimento com relação ao outro e, portanto, o exercício da
tolerância. A liberdade do espaço público é importante, da mesma forma que a liberdade de
expressão. Além disso, mostra a importância dos espaços multifuncionais nas propostas de
reconstituição do tecido urbano.
Jan Gehl (2013, p. 17) discorre que o planejamento físico pode influenciar o padrão de uso
em regiões e áreas urbanas específicas. Atraindo para permanência no espaço, são esses
espaços que reúnem a diversidade de atividades e de pessoas da cidade, além de propiciar a
convivência de partes distintas. Jan Gehl (2013, p. 18) evidencia pontos importantes como:
 Atividades necessárias são partes integrantes, que fazem parte do dia a dia.
 Atividades opcionais são divertidas e de lazer. A qualidade da cidade é uma
condição para esse grupo.
 Atividades sociais incluem todo tipo de contato entre pessoas e ocorrem em
qualquer lugar onde existam pessoas nos espaços da cidade.
 Schussel (2004, web, SAMPAIO, 2009) relaciona a sustentabilidade urbana como uma
ligação que deve haver entre o ser humano, o meio ambiente natural e a preservação do
patrimônio histórico e cultural. Dentro desta ótica de sustentabilidade urbana, vazios urbanos
e áreas abandonadas ou subutilizadas devem ter o seu adensamento trabalhado para conter
a expansão urbana.
 Segundo Rogers, (2001 p. 167):
O conceito de cidade sustentável reconhece que a cidade precisa atender aos
nossos objetivos sociais, ambientais, políticos e culturais, bem como aos
objetivos econômicos e físicos. É um organismo dinâmico tão complexo
quanto à própria sociedade e suficientemente ágil para reagir rapidamente às
suas mudanças.
Dentro dessa premissa de sustentabilidade colocada por ROGERS, 2006, o trabalho
será pautado para obter uma proposta de intervenção urbana sustentável, trazendo os
aspectos sociais, ambientais, culturais e econômicos.
5.2.1 Análise macro:
O município de Joinville está localizado na região Sul do país, conforme pode ser
observado na Figura 7. Polo da microrregião Nordeste do estado de Santa Catarina, Joinville
é a maior cidade catarinense, sendo o 3º polo industrial da região Sul e com volume de
receitas gerado aos cofres públicos inferior apenas às capitais Porto Alegre (RS) e Curitiba
(PR).
Figura 7 – Localização de Joinville
Fonte: IPPUJ 2015
A escolha do local para o Complexo Antárctica se deve à proximidade com a BR – 101,
importante rodovia de escoamentoque leva, ao Norte, para Curitiba e São Paulo e, ao Sul,
para Florianópolis e Porto Alegre (conforme Figura 7). Na Figura 8, o ponto 4 está
localizando a BR 101, fazendo o entrelaçamento com a rua XV de Novembro.
Outra questão importante é a escolha do tema relacionado à cultura, que deve estar
localizada em via de fácil acesso .Também é importante a presença de infraestrutura, que se
pode observar na Figura 9, onde mostra o Índice de Infraestrutura Urbana Instalada - que
mede o grau de oferta dos serviços de abastecimento de água, energia elétrica, drenagem
pluvial, rede coletora de esgoto e coleta de lixo - em uma escala que varia entre 0 e 5. Neste
local, o índice é de 5, com plena oferta de todos esses equipamentos de infraestrutura.
Figura 8 – Principais acessos de Joinville
Fonte: IPPUJ 2015
Figura 9 – Índice de Infraestrutura Urbana Instalada
Fonte: IPPUJ 2015
A análise do mapa das áreas culturais (Figura 10) na cidade de Joinville demonstra carência
de espaços relacionados à cultura, além de conter poucos espaços de ensino de arte. É
nesses locais, além do museu, em que é disseminada a cultura de uma forma mais
democrática, visto que não há espaços fixos para atividades culturais na cidade.
Figura 10 – Espaços Culturais em Joinville
Fonte: IPPUJ, 2015.
A análise realizada anteriormente teve como objetivo mostrar que a região possui
infraestrutura suficiente para locação de complexo, principalmente pelo seu fácil acesso,
além de evidenciar que o município de Joinville é carente de espaços culturais. Assim,
evidenciados os itens citados acima, a seguir será realizada análise micro, que trata do
entorno urbano do Complexo Antárctica.
5.2.2. Análise micro:
Através da análise da área de estudo é possível realizar a delimitação do local de
intervenção e verificar as potencialidades e fragilidades do local que ajudaram para a
formulação de diretrizes.
Através das condicionantes legais, que oferecem suporte para as condicionantes
projetuais, o zoneamento ZCD5 (Figura 20), segundo Art. 19. da Lei 312/10, encontra-se
inserido na Zona Corredor Diversificado (ZCD), sendo permitido: usos residenciais,
comerciais e de serviços. Permitindo usos diversificados, não havendo restrições.
Figura 11 – Zoneamento segundo a lei vigente.
Legenda:
Área de estudo 
Fonte: IPPUJ, 2012
A área verde (SE5C), conforme Figura 11, destina-se ao estabelecimento de índices
urbanísticos especiais de uso e ocupação do solo para as áreas situadas acima da isoípsa
de 40m (quarenta metros) nas elevações não enquadradas como morros;
A análise dos mapas de uso e ocupação do solo (Figura 12), hierarquia viária (Figura
13) e mapa de cheio e vazios (Figura 14) apresentam como potencialidade a presença de
vias principais e secundárias ao lote, em conjunto com a presença de diversificação de
serviço. Nas vias locais, o uso predominante é residencial. 
A delimitação do local de intervenção será a soma da A01 (MAJ), A02 (Parque das Águas),
A03 (Atual Cidadela Cultural) e 04 (vazio urbano). 
Figura 12 – Mapa de uso e ocupação do solo
Fonte: autora do trabalho.
Figura 13 – Mapa Viário
Fonte: Sistema Integrado de Mobilidade (SIM)
Através da análise do mapa viário (Figura 13) é possível verificar a importância das ruas XV
de Novembro, Max Colin e Otto Boehm fazendo a interligação Oeste-Centro ou Centro–
Oeste da cidade.
No mapa de cheio e vazios (Figura 14) e no mapa de área verde (Figura 15) é
possível verificar que a área apresenta como fragilidade a baixa densidade urbana no miolo
das quadras. Existem três áreas verdes que apresentam restrição de uso e ocupação do
solo. No entanto, fora as áreas discriminadas anteriormente, é necessário repensar a
densidade dessa área devido a sua proximidade ao centro da cidade e a presença de
infraestrutura urbana.
Figura 14 – Mapa de Cheios e Vazios
Fonte: autora do trabalho.
Figura 15 – Áreas verdes
Fonte: SimGeo, adaptado pela autora.
Por último, através da análise do gabarito (Figura 16 e 17) é possível realizar a análise
da legislação vigente (Lei 312/10) e a legislação proposta (Lei de Ordenamento Territorial -
LOT). No mapa de gabarito, referente à legislação vigente, observa-se modificações de
gabaritos máximos entre 2 a 6 pavimentos para 9 e 30 metros, principalmente nas vias
principais e secundárias.
Figura 16 – Mapa de gabarito, utilizando potencial máximo, segundo lei vigente.
Fonte: IPPUJ, adaptado pela autora.
Figura 17 – Mapa de gabarito, utlizando potencial máximo, segundo LOT.
Fonte: IPPUJ, 2015, adaptado pela autora.
Ao serem realizadas as análises do entorno é possível ter uma visão mais próxima das
necessidades do local. Assim, foi realizado o apontamento de seus aspectos legais, dando
suporte para a proposta de intervenção. Demostra a baixa densidade da região que é dotada
de itens de infraestrutura urbana, necessitando apenas de modificações relacionadas à
acessibilidade, visibilidade e permeabilidade. Sua paisagem urbana não sofrerá modificações
grandes caso a LOT entre em vigor. Com base nessas análises é possível verificar as
diretrizes urbanísticas e a análise servirá de base para a proposta do Complexo Antárctica.
3.4. Análise local
A análise local tem como objetivo realizar levantamento da área de intervenção, através
da análise dos condicionantes ambientais e artificiais. Esses dados são importantes para dar
subsídio para a setorização e implantação da proposta arquitetônica.
Através da análise da Figura 18 (mapa de condicionantes físico-ambientais) é possível
verificar que o terreno apresenta maior declividade no fundo do lote, com diferença de altura
média de 40 metros. O vento predominante da cidade de Joinville é nordeste, no verão, e
sudoeste, no inverno. Sendo assim, devido à topografia íngreme no fundo do lote, a
ventilação será bloqueada pela presença do morro. O acesso ao fundo do lote é realizado
pela rua Recreativa Antártica e a insolação da área se dá pela face Leste (rua Henrique
Vogelsanger) e pela face Oeste (rua Recreativa Antártica). 
FIGURA 18 – Mapa de condicionantes físico-ambientais
 Fonte: autora do trabalho
A análise da Figura 19 evidencia a grande quantidade de bens patrimoniais na região,
principalmente nas vias principais. Na rua XV de Novembro, está localizado o antigo Hotel do
Imigrante, o Cemitério do Imigrante, o Complexo Antártica e o Museu de Arte de Joinville.
Figura 19 – Mapa de Bens Tombados
Fonte: SimGeo, adaptado pela autora.
Figura 20 – Mapa de análise de visuais
Fonte: Google Earth, adaptado pela autora.
A análise das visuais servirá para complementar o diagnóstico do local. As figuras 21, 22 e
24 mostram a comunicação externa dos edifícios. O local não possui acesso, conforme
NBR9050. Na figura 23, temos a chaminé, importante elemento do espaço, hoje tombado
integralmente. Bem como, na figura 25, temos a edificação com elementos da arquitetura
moderna e, aos fundos, a chaminé. A proposta servirá com a premissa de valorização dos
visuais do local, como forma de proporcionar um espaço de permanência e comunicação com
seu entorno, através da retirada de elementos visuais e físicos, propiciando uma melhor
comunicação. A figura 26 mostra o segundo acesso à fábrica pela via principal. A figura 27
mostra a não comunicação do complexo com o Parque das Águas, tornando o espaço
introvertido. Já nas figuras 28 e 30 temos a falta de acessibilidade e a modificação da sua
fachada inicial, conforme comparada com a figura 4. A figura 29 evidencia a importância do
visual:a casa de bombas obstrui o visual da fábrica.
Figura 21 – Circulação interna do Complexo Antárctica, eixo principal.
Figura 22 Visual do eixo ligando até a rua XV de Novembro
Fonte: a autora Fonte: a autora
Figura 23 – Visual do importante elemento do espaço, a chaminé
Figura 24 – Visual do galpão utilizados pela AJOTE e anexos do MAJ. Percebe-se a
modificação na estrutura do telhado, que era com lanternim em meados dos anos 60.
 
Fonte: a autora Fonte: a autora
Figura 25 – Visual de outro elemento importante, em primeiro plano, a edificação com
característica moderna e também a chaminé, aos fundos.
Figura 26 – Visual do segundo eixo ligando até a rua XV de Novembro
 Fonte: a autora Fonte: a autora
Figura 27 – Visual feito a partir do Complexo Antárctica para o Parque das Águas
Figura 28 – Visual da fachada dos setores utilizados pela AJOTE e anexos 1 e 2
 Fonte: a autora Fonte: a autora
Figura 29 - Visual do complexo obstruído pela casa de bombas.
Figura 30 - Visual da fachada: complexo não apresenta comunicação direta com a rua
Fonte: a autora Fonte: a autora
Figura 31 - Complexo não possui comunicação direta com o pedestre e nem com a rua.
Figura 32 – Vista da Praça dos Suíços
Fonte: a autora Fonte: a autora
Figura 33 - Visual do Parque das Águas
Figura 34 - Visual do equipamento urbano existente
Fonte: a autora Fonte: a autora
Figura 35 - Visual do complexo, não contendo comunicação com o Parque das Águas e
vice e versa.
Figura 36 - Visual do local que servia de espelho d'água
Fonte: a autora Fonte: a autora
Figura 37 - Visual do local onde passava a água, formando um caminho com o espelho
d'água (observado na figura 36).
Figura 38 - Visual do playground e da extensão do caminho da água.
 Fonte: a autora Fonte: a autora
Figura 39 - Visual do equipamento urbano existente.
 Fonte: a autora 
Nas figuras 31 e 32, a comunicação do complexo com o pedestre é quase nula, pois além
de conter o muro como obstáculo, o espaço interno não possui acessibilidade, conforme a
NBR 9050. A região possui grande potencial, pois contempla espaços tombados, trazendo
significados para o local. A comunicação com a Praça dos Suíços e o MAJ é beneficiada ape-
nas pela faixa de pedestre. O parque adjunto ao Complexo Antárctica é desprovido de infra-
estrutura adequada e acessibilidade, conforme mostram as figuras 33, 34 e 35. A falta de ma-
nutenção acarretou no abandono do espaço, que servia como memória da água pura (figura
36 e 37) que levou o nome da Cervejaria Catarinense para Santa Catarina. As figuras 38 e 39
demostram a falta de interesse da população joinvilense em utilizar o espaço por conta da
falta de manutenção e dos equipamentos públicos. 
Através da análise local é possível constatar a falta de manutenção do espaço, que é
considerado um bem cultural, além do seu entorno, principalmente pelo Parque das Águas.
É a partir da análise local que vemos as condicionantes físicas do terreno para o projeto
arquitetônico, visando um melhor aproveitamento do conforto ambiental. A partir da próxima
etapa é que serão utilizados esses dados da análise local, servindo de base projetual.
6. Diagnóstico
Através da análise micro da área é possível realizar as diretrizes urbanísticas da área
(Quadro 03) de intervenção, demostrado na figura 40. Salientando que, para a área verde,
localizada no fundo do terreno, serão realizadas diretrizes urbanísticas, mesmo estando
delimitada como área de intervenção.
Figura 40- Imagem da área de intervenção
 Fonte: Google Earth, adaptado pela autora.
Quadro 03- Diagnóstico
Fonte: A autora
Aspectos Conflitos Potencialidades Diretrizes
 Uso do solo
Residencial
Tendência de valorização
do uso da terra, podendo gerar
gentrificação do espaço em
relação à população local
Presença de vazios
urbanos.
Potencializar os vazios urbanos para uso residencial (habitações sociais) através de instrumentos urbanísticos: consórcio
imobiliário e operações urbanas consorciadas.
Comercial e
serviço Baixo uso comercial 
Presença de serviço
nas vias principais e
secundárias
Fortalecer o uso misto para promover atividade econômica através da diversificação dos usos, potencializado o serviço e
criar incentivos para o uso comercial. 
Área verde
(Fundos do lote)
Tendencia a deslizamentos 
Possibilidade de
continuidade do parque.
Antiga área da recreativa
da Antártica
 Revitalização da área através do parque ambiental, promovendo a população local de contemplação e lazer.
Transporte
Público
O local apresenta
linha troncal que passa na
rua XV de Novembro,
realizando acesso da
população (sentido bairro
ao centro) de forma
intermediária.
Presença de
ciclofaixa
Presença de intermodalidade entre a ciclovia e o TPU (Transporte Público Urbano), através de pontos de locação e
bicicletários próximos ao terminal,além da melhora da faixa cicloviária.
Privado
Predominância de uso de
veículos automotores
particular, gerando alto fluxo e
congestionamento.
Melhorar a qualidade de TPU como alternativa de meio de locomoção.
Mobilidade e
acessibilidade
urbana
Macro
Acessibilidade Falta de sinalização
Facilidade de acesso
pela BR-101 Melhorar a sinalização viária turística da cidade
Micro
Acessibilidade
Falta de acessibilidade,
tanto nas calçadas quanto no
espaço interno
Condições físicas
para realização de
infraestrutura para
deslocamentos a pé ou de
bicicleta
Requalificar o espaço de calçada e ciclovia conforme NBR 90150/15 e Código do Contran
Neste capítulo, serão apresentados as análises de correlatos, que abordam o tema de
reabilitação de espaços, como o SESC Pompeia da arquiteta Lina Bo Bardi, que o espaço
incorporou, principalmente a identidade do usuário, devolvendo ao lugar um espaço
integrador e acolhedor. 
7. Análise de Correlatos.
7.1 SESC POMPEIA 
 FICHA TÉCNICA
 Local: Rua Clélia, 93 – Barra Funda, São Paulo - 
 Área: 23.571 m2 
 Arquiteta: Lina Bo bardi
 Ano da Obra:1986 
O SESC Pompéia é um centro de cultura e lazer, localizado na cidade de São Paulo. O
centro reúne vários usos como teatros, quadras esportivas, piscina lanchonete,
restaurantes, espaços de exposições, choperia entre vários outros espaços e serviços.
Em 1930, foi construído a Fábrica de tambores de óleo por uma empresa alemã Mauser &
Cia Ltda, a empresa já abrigou também, linha de montagem de geladeiras. Quando o
SESC comprou o imóvel, a empresa já havia fechado, na figura 41, podemos verificar
quando o espaço estava abandonado. Assim Lina Bo Bardi, ao iniciar a pesquisas para o
projeto do novo espaço, Lina descobriu que a fábrica possuía estrutura moldada por
François Hennebique, pioneiro do concreto armado.
FIGURA 41 - Fábrica, onde hoje funciona o Sesc Pompéia,abandonada em 1972. 
Fonte: Estadão,2013.
As intervenções realizadas no espaço existente será melhor compreendida a partir da 
implantação do SESC, conforme figura 42. Seu programa de necessidades é amplo, 
conforme quadro 04, podemos observar a diversificação de usos.
FIGURA 42- Implantação Sesc Pompeia
Fonte : LOEKMANWIDJAJA, ISSU
Programa:
1. Conjunto esportivo com piscina, ginásio e quadras 
2. Lanchonete, vestiários, sala de ginástica,

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