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Topografia Aula 1

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TOPOGRAFIA
Prof. MSc. David Nobre
UNESA – UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
ENGENHARIA CIVIL
Nova Iguaçu - RJ
2016
AULA 1 – INTRODUÇÃO À TOPOGRAFIA
Sumário
Resumo Histórico
A Terra, seus movimentos, sua forma e dimensões
Atuação da Topografia
Representação Gráfica
Convenções Topográficas
Reflexões sobre mapa, carta e planta
Definição Básica 
Importância e aplicação 
Resumo Histórico
OS EGÍPCIOS os chamavam de “esticadores de cordas”. Quem eram estes homens? Eles pertenciam a uma antiga guilda responsável por marcar novamente os terrenos após as enchentes anuais do Nilo, para fins de tributação. Foram os precursores dos atuais topógrafos.
Hoje em dia é comum avistar topógrafos ao longo de rodovias e em construções. Talvez já se tenha perguntado: ‘O que é, exatamente, um levantamento topográfico?’
Segundo uma obra de referência, o levantamento topográfico abrange duas operações principais. São elas: “(1) fazer a medição do que já existe, registrar sua localização e usar os dados para elaborar um mapa ou descrição; ou a operação inversa, que consiste em (2) estabelecer marcos topográficos para poder marcar limites ou usá-los como base para a construção. A topografia determina ou marca a posição de pontos que ficam na superfície, abaixo da superfície ou acima dela.” — Science and Technology Illustrated (Ciência e Tecnologia Ilustrada).
Pelo visto, o primeiro terreno cujos limites foram demarcados foi o jardim do Éden. A Bíblia também indica que havia topógrafos em Israel que definiam limites e títulos de propriedade. Provérbios 22:28 diz: “Não recues algum termo existente há muito tempo, feito pelos teus antepassados.” Os romanos até mesmo tinham um Deus chamado Término, ou Termo, protetor das fronteiras e marcos divisórios, e que era representado sob a forma de um bloco de pedra.
Os aquedutos e as estradas romanas, muitos ainda em existência, dão testemunho das façanhas dos antigos romanos na área da topografia. Com instrumentos primitivos, os primeiros topógrafos obtiveram resultados impressionantes. Por volta de 200 a.C., o astrônomo, matemático e geógrafo grego Erastóstenes calculou a circunferência da Terra.
Por volta de 62 d.C., Heron de Alexandria, no livro Dioptra, demonstrou a aplicação da ciência da geometria — que significa, literalmente, “medida da terra” — à topografia. E entre 140 e 160 d.C., Cláudio Ptolomeu, seguindo o método estabelecido por Hiparco, alistou uns 8.000 lugares no mundo então conhecido, com as respectivas latitudes e longitudes.
No século 18, a família Cassini realizou, num período de quatro gerações, o primeiro levantamento topográfico nacional de cunho científico na França, produzindo La Carte de Cassini. O livro The Shape of the World (O Formato do Mundo) explica que “a França foi pioneira no campo da cartografia científica; seguida pela Grã-Bretanha, Áustria e Alemanha. No restante da Europa, levantamentos topográficos nacionais se tornaram comuns nas primeiras décadas do século dezenove”. Fora da Europa, realizou-se em 1817 o Grande Levantamento Trigonométrico da Índia, a fim de concluir a cartografia desse país. O trabalho foi conduzido por George Everest, a quem se homenageou rebatizando o monte mais alto do mundo com seu nome.
Os primeiros topógrafos trabalhavam em condições muito precárias. Os anais conhecidos como Historical Records of the Survey of India (Registros Históricos do Levantamento Topográfico da Índia) até 1861 revelam que a equipe de topógrafos era assolada por doenças tropicais e, segundo consta, apenas 1 em cada 70 retornava à Inglaterra. Outros topógrafos estavam sujeitos a ataques de animais selvagens ou passavam fome. Mesmo assim, muitos eram atraídos pelo trabalho de campo e a relativa independência proporcionada por esse trabalho.
Personalidades como Washington, Jefferson e Lincoln, que foram presidentes dos Estados Unidos, também trabalharam com topografia. Alguns chegam a dizer que o sucesso político de Lincoln se deveu, em parte, ao seu trabalho como topógrafo, que o levara a ter um contato mais de perto com o povo.
Os egípcios utilizavam técnicas de topografia para assistência nos projetos de sistemas de irrigação; construção de pirâmides e de prédios públicos; entre outras obras. Um exemplo da exatidão nos trabalhos topográficos realizados na época egípcia são as dimensões da Grande Pirâmide de Gizé, com erro de apenas 20 cm para uma base de 228 m. Supõe-se que os “esticadores-de-cordas” marcavam os lados das pirâmides com suas cordas e chegavam ao formato quadrado medindo as diagonais.
O levantamento topográfico que costumamos ver hoje em dia se subdivide em três categorias. A primeira é o levantamento cadastral para fins legais, que tem a ver com a delimitação legal do terreno. Quando é necessário lotear um terreno ou quando o governo decide definir o trajeto de novas ruas, estradas ou rodovias, os topógrafos estão a postos para fazer o loteamento e elaborar projetos com valor legal.
Outro tipo de levantamento é o planialtimétrico. Envolve medir o tamanho, o formato e a inclinação de um terreno bem como determinar com precisão a localização de estradas, muros, árvores, prédios existentes no local, instalações de água e luz, e assim por diante. Engenheiros civis, arquitetos, engenheiros estruturais e outros profissionais precisam saber a localização exata desses pontos, no terreno e nas proximidades, a fim de poder realizar seu trabalho. Essas informações lhes permitem desenvolver seus projetos concordemente e, em alguns casos, incorporar esses aspectos nas plantas.
Mesmo que desenhos, plantas, aprovações e assim por diante estejam prontos para se iniciar uma obra, ainda há a questão de exatamente onde cada coisa deve ficar. Nesse estágio em geral se avista o terceiro tipo de profissional em ação — o topógrafo para atividades de construção. Ele fornece todos os pontos importantes, linhas e marcadores de elevação para os trabalhadores na construção, a fim de assegurar que todas as instalações, estradas e outros itens estejam localizados exatamente conforme indicados nas plantas.
Levantamentos topográficos feitos em pequena escala, com extensão máxima de 19 quilômetros, são chamados de levantamentos planos. Mas os que são feitos em grande escala requerem um levantamento geodésico, pois levam em conta a curvatura da Terra. Este em geral tem a ver com o sistema de coordenadas do país, que está relacionado com as linhas de longitude e latitude. Trata-se de um trabalho realizado com extrema precisão.
Atualmente o levantamento topográfico passou a ser feito com a ajuda dos satélites especiais do sistema de posicionamento global. Munidos de aparelhos portáteis, os topógrafos podem agora localizar posições na superfície da Terra com rapidez e bastante precisão. Outros tipos de topografia que talvez sejam menos conhecidos incluem a fotogrametria — fotos do terreno tiradas com câmeras fotográficas especiais montadas em satélites, e a hidrografia — levantamentos para definir a linha da costa marítima e mapear o leito e os contornos de rios, lagos, oceanos e outros corpos de água.
Citando um exemplo, a ponte Golden Gate da Califórnia, EUA, foi inaugurada em 1937. Fez-se um novo levantamento em 1991 a fim de precisar sua localização. Se ocorrer um terremoto e a ponte se deslocar, agora é possível calcular a tensão sobre ela e tomar medidas corretivas para garantir sua estabilidade e a segurança do público. Em menor escala, uma estância de esqui em Vermont utilizou o trabalho de topógrafos para melhorar a segurança nas pistas e proporcionar padrões internacionais para a prática desse esporte.
Na China, com dados obtidos mediante levantamento por satélite, mudanças na crosta terrestre serão monitoradas visando reduzir o impacto dos terremotos sobre a população.* E é bem provável que a construção da casa onde você mora, da estrada por onde viaja, do escritório em que trabalha ou
da escola que frequenta tenha envolvido o trabalho de um topógrafo.
Vemos assim que os topógrafos desempenham um papel importante em nossa vida. Desde a época das cordas até os satélites de hoje, esses profissionais têm procurado impor uma certa lógica e organização ao nosso mundo complexo. E enquanto continuarmos a construir e a aprender sobre o mundo acima e abaixo da superfície, o trabalho deles sempre será imprescindível. Assim, a próxima vez que vir topógrafos trabalhando ao longo de uma estrada, você já saberá um pouco mais sobre essa árdua profissão.
A Terra, seus movimentos, sua forma e dimensões
A Terra é um planeta integrante do sistema solar, que se encontra envolto em uma camada gasosa cuja espessura e características físicas ainda carecem de estudos mais aprofundados para sua exata definição.
A superfície física do globo terrestre apresenta duas porções: uma sólida, a litosfera, camada sólida e outra líquida, a hidrosfera.
Dentre os vários movimentos que a Terra está sujeita, destacam-se o de rotação e o de translação. No primeiro, a Terra gira em torno do eixo de rotação. A consequência desse movimento é o surgimento dos dias e das noites. Sob o efeito do segundo movimento, a Terra desloca-se no espaço descrevendo uma trajetória elíptica ao redor do Sol. Como resultado deste movimento e devido a inclinação da eclíptica em relação ao equador, surgem as quatro estações do ano: primavera, verão, outono e inverno.
Graças às opiniões discordantes de NEWTON e CASSINI (1620) ficou comprovado que a Terra se assemelha a um elipsóide de revolução, com o eixo menor deste paralelo ao eixo de rotação. O elipsóide de revolução é a figura gerada pela rotação de uma elipse em torno de seu eixo menor; por ser uma figura regular, simples e de fácil tratamento matemático, é esta a forma geométrica adotada pela Geodésia como superfície de referência e sobre a qual são efetuados os cálculos geodésicos. GAUSS postulou que a verdadeira forma da Terra assemelha-se à superfície livre das águas dos mares (nível médio) em equilíbrio, prolongada através dos continentes é normal em cada ponto à direção da gravidade.
Na realidade, a superfície que a Terra apresenta, com todas as suas irregularidades exteriores, é o que se denomina superfície topográfica da Terra e não tem representação matemática. Na tentativa de contornar esse problema, concebeu-se o geóide, que seria o sólido formado pela superfície do nível médio dos mares, supondo-o recobrindo toda a Terra, prolongando-se através dos continentes.
O geóide, entretanto, ainda não é uma superfície geometricamente definida. Assim, medições geodésicas precisas, realizadas no século passado e no início deste, estabeleceram como a superfície teórica que mais se aproxima da forma real da Terra a do ELIPSÓIDE DE REVOLUÇÃO, que é o sólido gerado pela rotação de uma elipse em torno do eixo dos pólos.
Atuação da Topografia
A topografia atua em áreas relativamente pequenas da superfície da Terra, de modo que sejam representadas particularidades da área, como construções, rios, vegetação, rodovias e ferrovias, relevos, limites entre terrenos e propriedades e outros detalhes de interesse em duas dimensões sobre os eixos Norte (Y) e Este (X), e representado por meio de cotas a altimetria (Z).
As escalas de redução e detalhamento normalmente usadas na confecção de plantas topográficas variam de acordo com o fim a que se destina o referido trabalho: desde 1:50 ( lê-se um para cinquenta ) e 1:100 em representações de lotes urbanos até cerca de 1:5000 para representações de propriedades rurais.
Um dos grandes desafios da cartografia é representar a Terra, que tem superfície curva (ela é um geoide), num plano. Isso é impossível de se fazer sem que ocorram deformações. E quanto maior a área representada, mais significativas são essas deformações. Como a topografia trata de áreas pequenas, o limite de atuação dela, o campo topográfico, é aquele em que seja possível desprezar o erro causado pela curvatura da Terra sem que haja prejuízo de precisão do levantamento topográfico. Esse campo depende da escala do trabalho, pois o erro de medida é limitado ao erro de reprodução e de acuidade visual (ou seja, o erro deve ser tão pequeno que se fosse considerado seria menor que o erro de produção ou reprodução da planta ou ainda menor que o limite visual do olho humano), e para um limite fixo de erro e escalas diferentes, o alcance da área a ser levantada varia. Para uma precisão de 1:200000, o campo topográfico é uma área com um raio de 23 km, o que corresponde a mais de 1600 km².
A topografia atua, por exemplo, em:
Levantamento topográfico do perímetro de área urbana e rural.
Levantamento altimétrico em áreas de interesses.
Cadastramento de imóveis.
Perfis rodoviários e de canais ou rios.
Seções transversais.
Quantitativos de volumes.
Volume de aterros.
Acompanhamento da execução de obras.
Representação Gráfica
Uma das maneiras de se representar graficamente um mapa, uma carta ou uma planta, é através da utilização de escalas, que podem ser:
a) De ampliação: quando l>L (Exemplo: 2:1)
b) Natural: quando l=L (Exemplo: 1:1)
c) De redução: quando l<L (Exemplo: 1:200)
A topografia se utiliza de escalas de redução.
O desenho topográfico é a projeção de todas as medidas obtidas no terreno sobre o plano do papel. Neste desenho, os ângulos são representados em verdadeira grandeza e as distâncias são reduzidas segundo uma razão constante. A esta razão constante denomina-se ESCALA.
Croqui é um esboço gráfico sem escala definida, que facilita a identificação de detalhes (ABNT – NBR 13133 (1994).
O valor da escala é adimensional, ou seja, não tem dimensão (unidade). Escrever 1:200 significa que uma unidade no desenho equivale a 200 unidades no terreno. Assim, 1 cm no desenho corresponde a 200 cm no terreno ou 1 milímetro do desenho corresponde a 200 milímetros no terreno.
Para maior facilidade e precisão gráfica, costuma-se utilizar as escalas decimais cujos denominadores são 100, 200, 500, 1000, etc. Por exemplo, numa escala 1:200, tem-se as seguintes relações:
Desenho Terreno
1 cm 200 cm
1 cm 2 m 
1 cm 0,002 km
Para a representação de uma área do terreno, terão que ser levadas em consideração as dimensões reais desta (em largura e comprimento), bem como, as dimensões x e y do papel onde ela será projetada. Assim, ao aplicar a relação fundamental de escala, tem-se como resultado duas escalas, uma para cada eixo. A escala escolhida para melhor representar a porção em questão deve ser aquela de maior módulo, ou seja, cuja razão seja menor.
A NBR 8196, que trata do emprego de escalas, afirma que a escala a ser adotada em um determinado desenho depende do grau de complexidade do desenho e da finalidade dessa representação.
Uma restrição é que a escala selecionada deve ser suficientemente grande para permitir uma interpretação fácil e clara das informações e representações.
A escala e o tamanho da área em questão definem o formato da folha para o desenho.
É importante ressaltar que os tamanhos de folhas mais utilizados para a representação da superfície terrestre seguem as normas da ABNT, que variam do tamanho A0 (formato básico utilizado
internacionalmente) ao tamanho A6.
Quando a área levantada e a ser projetada é bastante extensa e, se quer representar convenientemente todos os detalhes naturais e artificiais a ela pertinentes, procura-se, ao invés de reduzir a escala para que toda a área caiba numa única folha de papel, dividir esta área em partes e representar cada parte em uma folha. É o que se denomina representação parcial.
Em casos onde é necessário representar elementos com dimensões menores que as estabelecidas pela precisão da escala, podem ser utilizados símbolos.
Abaixo são mostradas algumas escalas e onde elas são aplicadas.
A escala gráfica é a representação gráfica de uma escala nominal ou numérica. 
Uma das vantagens do uso desse tipo de escala é que mesmo que haja dilatação ou retração do papel onde se desenhou, a mesma acompanhará essas variações. A escala gráfica apresenta as dimensões utilizadas no desenho independente de eventuais alterações sofridas pelo papel.
Uma escala gráfica fornece sem cálculos, o valor real das medidas executadas sobre o desenho, qualquer que tenha sido a redução ou ampliação sofrida por este.
Ex.:Supondo que a escala de uma planta seja de 1:100 e que o intervalo de representação seja de 1,0 m, a escala gráfica correspondente terá o seguinte aspecto:
Exercícios de Aplicação
1. Um desenho na escala 1:10.000, o comprimento de 2 km no terreno corresponde a quantos centímetros no papel?
2. Na escala de 1:1000, um trecho de 150 mm medido na planta, corresponde a quantos metros no terreno?
3. Um alinhamento de 5 km no terreno corresponde a 20 cm na planta. Qual a escala da planta?
4. Escolher o formato do papel para o desenho de uma área de 50 m x 80 m, na escala 1:200.
5. Supondo o papel de formato A4 (21,o cm x 29,7 cm) e a área de 50 m x 80 m, qual a escala adequada?
Exercícios de Aplicação
1. As dimensões de um terreno foram medidas em uma carta e os valores obtidos foram: 250 mm de comprimento por 175 mm de largura. Sabendo-se que a escala do desenho é de 1 :2000, qual é a área do terreno em hectares ?
2. Determinar qual a escala de uma carta sabendo-se que distâncias homólogas na carta e no terreno são, respectivamente, 225 mm e 4,5 km.
3. Se a avaliação de uma área resultou em 2575 cm² na escala 1:500, a quantos hectares corresponderá esta mesma área, no terreno?
Convenções Topográficas
A execução de levantamento topográfico é regido pela NBR 13133
Reflexões sobre mapa, carta e planta
Geralmente, mapas e cartas são representações gráficas de uma área suficientemente extensa para que a curvatura da Terra não possa ser desprezada. Ou seja, a diferença entre eles é estabelecida em função da escala em que estes mapas foram construídos, pois, cada um deste é uma representação da superfície terrestre com pouca riqueza de detalhes, como é o caso do mapa e consequentemente com um número de detalhes bem maior nas plantas.
O mapa é uma representação gráfica em geral numa superfície plana e em determinada escala, com representação de acidentes físicos e culturais da superfície da terra.
Características dos mapas:
- Representação plana;
- Geralmente contém poucos detalhes;
- Área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc).
- Destinado a fins temáticos, culturais ou ilustrativos.
Ex: Mapas do Brasil, mapa da Região Norte, mapas das bacias, mapas dos planaltos, mapas das chapadas, etc.
Figura 1 – Mapa da Região Norte
Fonte: www.redebrasileira.com/mapas/regioes/norte.asp
A carta é uma representação dos aspectos naturais e artificiais da terra, destinada a fins práticos de atividades humanas, permitindo a avaliação de distâncias, direções e a localização plena, geralmente em média ou grande escala, de uma superfície da terra, subdivididas em folhas (cartas) sistemáticas obedecendo a um plano.
Características das cartas: 
- Representação plana;
- Desdobramento em folhas articuladas de maneira sistemáticas;
- Destinada à avaliação precisa de direções, distâncias e localizações de pontos, áreas e detalhes.
Ex: cartas do Estado do Pará de 1:1000.000
Figura 2 – Carta cartográfica.
Fonte: www.dct.uminho.pt/.../pitoes/paragem1/topo.html
A planta entende-se como sendo uma representação aérea pequena, nas quais a curvatura da terra não precisa ser considerada, onde é grande e, portanto, facilita o número e a clareza dos detalhes representados.
Característica da planta:
- Normalmente as plantas são cadastrais ou topográficas;
- Não se utiliza projeção cartográfica em sua confecção.
Ex: Plantas cadastrais ou topográficas.
Figura 3 – Planta da cidade Poço da Panela
Fonte: revistaurbanismo.uchile.cl/CDA/urb_simple/0,1...
Ler mapas significa dominar o sistema de linguagem cartográfica. Não é apenas localizar um elemento cartográfico ou qualquer fenômeno. Os mapas representam partes ou todo o mundo. Com eles podemos enxergar aspectos do mundo que não conseguiríamos ver pela nossa experiência direta.
Segundo Almeida (1991), ler um mapa não é apenas localizar um rio, uma cidade, estrada ou qualquer outro fenômeno. É um processo que começa com a decodificação que envolve algumas etapas metodológicas as quais devem ser respeitadas para que a leitura seja eficaz, ALMEIDA e PASSINI (1991).
São várias a formas metodológicas empregadas para o começo da decodificação dos mapas. 
Os 4 momentos servirão de base para uma interpretação, compreensão e leitura eficazes dos mapas. 
1º Momento – Compreensão do título e a legenda.
2º Momento – Entendimento das escalas.
3º Momento – Observação atenta do mapa a fim de criar uma setorização para a decodificação /descrição.
4º Momento – Decodificação do mapa.
As informações contidas nos mapas são transmitidas através de uma linguagem que utiliza um sistema de signos (legendas), redução (escala) e Projeção. Ler significa decodificar e, portanto, representar mentalmente sua mensagem (CASTROGIOVANNI, 1998, p.34).
1º Momento:
A leitura de um mapa se inicia na identificação do lugar e do tema representado, que é compreendido pelo título e da legenda ou convenções cartográficas. Segundo (Castrogiovanni, 1998. p34), a compreensão do título é o primeiro passo. Tem-se que saber o espaço representado, seus espaços e limites, suas informações. O Título identificará o espaço representado.
Figura 5 – Título de mapa IBGE
Fonte: IBGE, 1981
A legenda é fundamental, pois irá proporcionar a decodificação, relacionamento os significantes (símbolos) e os significados (mensagem) dos signos representados. É necessário uma leitura atenta dos significantes (símbolos)/significados (mensagem) espalhados no mapa e a reflexão sobre a distribuição e a organização de como são registrados (Castrogiovanni, 1998).
A legenda é fundamental, pois irá proporcionar a decodificação, relacionamento os significantes (símbolos) e os significados (mensagem) dos signos representados. É necessário uma leitura atenta dos significantes (símbolos)/significados (mensagem) espalhados no mapa e a reflexão sobre a distribuição e a organização de como são registrados (Castrogiovanni, 1998).
A Legenda também pode ser denominada de convenções cartográficas ou generalizações, mas, sua principal função é nos mostra o que as cores, símbolos, traços ou textura usados no mapa significam e dá outras informações sobre o tema que está representado.
Nos mapas há várias formas de organização de legendas. Os sinais gráficos que devem ser observados são as formas ou generalizações (tipos de desenhos ou traços), as cores (se são diferentes ou são tonalidades da mesma cor) e os tamanhos. Os sinais gráficos podem representar significados diferentes.
Na Legenda dos mapas em gerais existem sinais utilizados para representar Igrejas, Escolas, Campos de emergência e outros elementos. Existem também os elementos lineares como os das rodovias, ferrovias, estradas, os limites Estaduais e etc...
Nesta legenda, as vias de circulação variam nas formas (linhas contínuas, linhas tracejadas) e nas linhas com cores indicando informações diferentes (têm qualidades distintas)
Veja os exemplos a seguir:
Figura 6 – Legendas do mapa.
Fonte: IBGE, 1981.
2º Momento: 
A escala é o segundo momento, pois, possibilita o cálculo das distâncias e, portanto,
uma série de confrontações e interpretações. Através do conhecimento da escala você aprenderá a relação entre a medida na carta e sua correspondente no terreno.
O globo é uma miniatura da terra. Esta diminuição foi proporcionada pela escala, que indica a redução do real em relação á representação, mapa ou globo. Por exemplo, o globo na escala de 1: 30.000.000 (lê-se um para trinta milhões) é representação da terra trinta milhões vezes menor.
Ou seja, escala é a relação constante que existe entre as distâncias lineares medidas sobre o mapa e as distâncias lineares correspondentes, medidas sobre o terreno, (FERNAND, 1917).
Podemos encontrar mapas em escalas variadas. Quando maiores forem os números encontrados na escala, maior será a redução da Terra e, portanto, menos detalhes são mapeados.
Existem dois tipos de escalas presente em um mapa, a saber:
1. Escala numérica; e
2. Escala gráfica.
1. A escala numérica: é normalmente e expressa por uma fração cujo numerador é a medida no mapa (distância gráfica) e o denominador é a medida correspondente no terreno (distância real).
Ex: olhando um mapa você observa impresso à seguinte fração: 1/50.000 ou 1:50.000. Isso significa que representação do real esta no mapa representado cinqüenta mil vezes menor.
2.A escala gráfica: é um ábaco formado por uma linha graduada, dividida em partes iguais, cada uma delas representando a unidade de comprimento escolhida para o terreno ou um dos seus múltiplos.
Segundo Fernand (1917), ela é solidaria com o mapa, ela permite efetuar medidas diretas sem receio de perturbações que o papel poderia sofrer, nem dos aumentos ou reduções que o traçado original poderia suportar.
Este tipo de escala está presente em todos os mapas, nas cartas, graduado a partir de uma marca zero, que indica o valor das distâncias terrestres correspondentes no mapa. Esta graduação normalmente aparece em partes iguais, podendo ainda ter o primeiro intervalo subdividido em valores menores. Este tipo de escala é prático e rápido por possibilitar calcular a distância real diretamente na escala.
Figura 7 : Escala gráfica.
Fonte: Mapa IBGE, 1984
Ex: Na escala gráfica você apenas mede com a régua, com um pedaço de papel ou com um barbante à distância e compara com a escala impressa que esta dividida em partes iguais, geralmente no final da carta. 
Essa operação possibilitará o calculo da distância entre os dois pontos selecionados.
Veja os exemplos a seguir:
3º Momento:
Observação atenta do mapa para que se possa entender a linguagem cartográfica, selecionar informações e busca nas generalizações e legendas, a fim de transpor o processo da representação para o espaço real, possibilitando a leitura do mapa.
4º Momento: Decodificação do mapa. 
Decodificar é relacionar os significantes (símbolos) e os significados (mensagem) dos signos relacionados na legenda e nem sempre é tarefa fácil, pois, muitas das vezes não são claramente expressos e de difícil mensuração. Portanto, fazer a leitura é procurar refletir sobre distribuição e organização das situações, fatos e dados representados nos mapas. 
Figura 10 - Relacionamento dos significantes e os significados.
Fonte: Adaptação Leonardo Sousa, (2010)
Estabelecer a diferença entre escala grande e escala pequena é determinar se o mapa ou carta mostram maiores ou menores detalhes da área representada.
Estes detalhes representados podem ser:
I. Naturais: elementos existentes na natureza como os rios, mares, lagos, montanhas, serras, etc.
II. Artificiais: elementos criados pelo ser humano como represas, estradas, pontes, etc.
Determinados detalhes, dependendo da escala, não permitem uma redução acentuada na representação, pois, ficariam imperceptíveis. No entanto, por sua importância, devem ser representados nos documentos cartográficos. Portanto a utilização de símbolos cartográficos permite representar de modo expressivo os diversos acidentes do terreno e objetos topográficos em geral.
Assim, o primeiro número é sempre 1 e o segundo número é diferente para cada escala. Quanto maior o segundo número, menor a escala do mapa e quanto menor o segundo número maior será a escala.
Isso acontece porque quanto menor o segundo número menor é a área e maiores são os detalhes representados no mapa e quanto maior o segundo número maior é a área representada e menores são os detalhes no mapa.
Ex: uma escala de 1/5.000.000 é menor que uma escala de 1/5000. Essa diferença é perceptível nos detalhes que serão mais representados na carta de 1/5000.
Definição Clássica
Topografia → do grego topos = lugar, local e grafo = descrição) → significa a descrição minuciosa de uma localidade (área específica). Tem relação com o homem desde o inicio da humanidade, visto a necessidade de descrever o meio em que vive.
Importância e Aplicação
A importância da TOPOGRAFIA pode ser evidenciada pelo fato de que as obras de Engenharia, Agronomia e Arquitetura se executam sobre o terreno, mediante estudos e projetos previamente elaborados, tais como:
Construção civil – Casas, prédios, etc.
Urbanismo - plano diretor de desenvolvimento de cidade, de uma região metropolitana, sistema viário, eletrificação, abastecimento de água, rede telefônica, escoamento de águas pluviais, loteamentos novos, etc;
Obas de maior vulto – barragens, pontes, rodovias, ferrovias, etc.
Agricultura – Cadastro de áreas cultivadas, projetos de cultura, drenagens, irrigação, etc.
Silvicultura – Florestamento e reflorestamento, dimensionamentos de reservas florestais, etc.
Logo, ao se projetar qualquer obra de Engenharia, Agronomia ou arquitetura, se impõe um prévio levantamento topográfico do lugar onde a mesma deverá ser implantada. Daí a grande importância que se dá a um levantamento ou medição topográfica que deve ser precisa e adaptada ao terreno.
Em ambas as etapas, do projeto e o da construção, a TOPOGRAFIA contribui com os métodos e instrumentos que permitem o adequado conhecimento do terreno, e a correta implantação da obra.
Fis-cad-2-top-8 – 3 Prova 
*

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