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Trabalho de Pesquisa e Prática na Educação 7


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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PEDAGOGIA
MILLAINE MARQUES DE MACENA ALVARENGA
A INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO AMBIENTE ESCOLAR
RIO DE JANEIRO
2017
MILLAINE MARQUES DE MACENA ALVARENGA
A INCLUSÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NO AMBIENTE ESCOLAR
Projeto de Pesquisa apresentado como exigência da disciplina Pesquisa e Prática de Educação VII
Orientador: LEILA MARIA FREIRE RIBEIRO
RIO DE JANEIRO
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................01
1.1.APRESENTAÇÃO DO TEMA.................................................................01
1.2.QUESTÕES NORTEADORAS ..............................................................02
1.3.OBJETIVOS...........................................................................................02
1.4.JUSTIFICATIVA.....................................................................................03
1.5.PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS..............................................03
2. A PARALISIA CEREBRAL.....................................................................06
3. EDUCAÇÃO E INCLUSÃO.....................................................................10
3.1. EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS...............................................10
 3.2. O PROFESSOR FRENTE AO ASSUNTO............................................11
 4. REFERÊNCIAS.......................................................................................
INTRODUÇÃO
	No meio educacional, cada vez mais se escuta casos sobre a inclusão e a falta de capacitação das pessoas que trabalham nessa área. Este estudo trata a importância de conhecimentos sobre como o profissional da educação pode trabalhar diante da carência de atendimento ao aluno com paralisia cerebral, assim como tantas outras indagações referentes ao assunto.
	Os próximos capítulos deste trabalho estão organizados da seguinte forma:
No capítulo 2, primeiramente foi feita uma definição do que é paralisia cerebral, e em seguida uma revisão de alguns princípios básicos, importantes para o melhor entendimento e explicação do assunto. 
	 O capítulo 3 falou sobre a questão da educação e inclusão dos alunos com paralisia cerebral, baseado segundo o que estabelece a lei Brasileira, assim como, também apontou a importância do professor entenderas características da paralisia cerebral para ajudar as crianças a desenvolverem melhor suas capacidades.
	
APRESENTAÇÃO DO TEMA
	Os problemas encontrados por alunos com paralisia cerebral no andamento escolar são vários, entre eles: as complicações internas como dificuldades na coordenação motora ou de aprendizagem, quando a paralisia cerebral é mais forte e as complicações externas, como locomoção e dependência física, que colaboram com a falta de alguns alunos na sala de aula, além de outros fatores como a pouca formação dos professores, ou profissionais praticando trabalhos que não correspondem com sua formação. Todas essas incoerências são fatores complicadores que colaboram para as dificuldades no processo de aprendizagem destes alunos.
	O tema "A inclusão de alunos com Paralisia Cerebral no ambiente escolar" é de grande importância dentro do meio educacional, apesar dos diversos estudos sobre este assunto, ainda existem muitas questões que precisam ser questionadas e contestadas.
	Como o professor pode auxiliar num melhor desempenho na inclusão de alunos com Paralisia Cerebral?
QUESTÕES NORTEADORAS ( O PROBLEMA)
Sabendo que o sistema de inclusão escolar é uma questão que surte muita polêmica, ainda mais se tratando de pessoas com paralisia cerebral, surgiram algumas questões norteadoras para esta pesquisa. 
O que é paralisia cerebral e os seus tipos?
Qual é o papel e preparo mais adequado do professor para lidar com alunos com PC?
Como se dá o processo de educação escolar inclusiva com esses alunos?
Quais fatores afetam o processo de ensino aprendizagem dos alunos com paralisia cerebral?
1.3. OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Este estudo tem por objetivo de analisar o cotidiano escolar do aluno com Paralisia Cerebral para entender o processo de ensino aprendizagem desses alunos.
1.3.2 Objetivos Específicos
Definir a paralisia cerebral;
Identificar o papel do professor e os métodos de ensino aplicados ao aluno;
Descrever o processo de inclusão escolar desses alunos;
Apontar os fatores que afetam o processo de ensino aprendizagem desses alunos.
JUSTIFICATIVA
Levando em conta que quantitativo de pessoas com paralisia cerebral vem crescendo a cada dia que passa, é preciso que se reflita a respeito do cotidiano escolar desses alunos e como se dá o seguimento de aprendizagem dos mesmos nas escolas regulares.
De acordo com a Associação de Assistência à Criança Deficiente, grande parte dos casos acompanhados, são de paralisia cerebral, um grande número que conseqüentemente deveria levar à reformulação de um quadro com um maior número de profissionais. Por isso a importância desta pesquisa em prestar esclarecimentos sobre a função do professor diante à inclusão e ao seu preparo mais adequado para lidar com alunos com paralisia cerebral nas escolas regulares. 
Há muito tempo que professores se deparam com crianças
com paralisia cerebral, sendo isso, muitas vezes causas de angustia por não saber como desenvolver o trabalho, como criar atividades e incentivar a aprendizagem dos alunos.	
A pesquisa trata de um tema de grande modernidade, pois as políticas de inclusão educacional só vieram com a efetivação do Decreto Lei 9.394 (BRASIL, 1996). A inclusão de alunos com necessidades especiais educacionais em rede regular de ensino virou para o Estado, uma obrigação.
 A leitura bibliográfica de natureza investigativa, busca, entre vários autores locais, nacionais, recursos teóricos e resultados de pesquisas históricas e atuais sobre a inclusão escolar, juntando então, as principais ideias e palpites a este respeito. Neste sentido, este estudo justifica-se considerando as lacunas encontradas sobre o assunto e a necessidade de um maior aprofundamento no tema.
1.5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Trata-se de uma pesquisa exploratória direta, pois foi utilizada para coleta de dados, uma entrevista direcionada a professoras. E indireta através de um levantamento bibliográfico sobre o tema a inclusão do aluno com paralisia cerebral no ambiente escolar. O método de pesquisa utilizado foi o descritivo de natureza qualitativa.
	Segundo Rudio (1996), a pesquisa descritiva está interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los, sem que o pesquisador interfira neles. Segundo Andrade (2006), a pesquisa exploratória, sobretudo quando bibliográfica, proporciona maiores informações sobre determinado assunto. Como pesquisa bibliográfica, parte-se de material já publicado, ou seja, consulta de fontes diversas de informações escritas, para coletar dados gerais ou específicos a respeito de um tema. 
As fontes que serão utilizadas para o recolhimento de dados foram pesquisa de informações em livros, normas jurídicas, sites e trabalhos acadêmicos sobre o tema; assim como análise de notícias e questionário contendo questões abertas que visam sobre: definição do que é paralisia cerebral, o preparo e papel do professor, o processo de inclusão escolar para alunos com paralisia cerebral, fatores que afetam o processo de ensino- aprendizagem.; e utilizado, ainda, a observação livre, visando complementar e enriquecer as informações coletadas através das entrevistas.
Os resultados serão analisados qualitativamente com base no referencial apresentado.
	Através dos materiais consultados, irá levantar alguns dos recursos adaptativos que podem ser utilizados na inclusão de alunos com necessidades especiais na sala de aula regular e reconhecer os benefícios que esses recursos trazem ao serem usados principalmente na comunicaçãoe desempenho de atividade pelo aluno.
	Assim será possível ajudar numa melhor execução na inclusão de alunos com Paralisia Cerebral, tornando-o uma pessoa atuante na escola, e fazendo com que sua inclusão seja satisfatória e real,indo de acordo com os objetivos propostos pela legislação brasileira nas Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001) resultante da Declaração Mundial de Educação para Todos (FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA, 1990) e a Declaração de Salamanca (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 1994), onde discorre sobre a criação de uma sociedade sem barreiras físicas e sociais, onde os alunos com necessidades educacionais especiais tenham direito pleno a educação, para que a pessoa com necessidades especiais possa exercer seus direitos de liberdade e igualdade, tornando-o um cidadão ativo e respeitado no meio social em que vive.
A PARALISIA CEREBRAL
A paralisia cerebral é “tida como uma incapacidade neurológica causada por uma lesão nos centros motores do cérebro”. (LIMONGI, 1998, p. 39). A lesão no cérebro não provoca somente uma perda de controle muscular funcional, mas também acarreta alterações no sistema sensorial da pessoa. Essas modificações devem acontecer até os dois anos de idade, que é a fase mais importante da idade madura neurológica, na qual, também, ocorrem as principais aprendizagens motoras e sensoriais. Considera-se que a lesão no cérebro não é progressiva.
“Os primeiros sintomas são geralmente os de uma parada ou retardo, com retenção das sinergias primitivas e totais da primeira infância”. (Crothers e Paine, 1959; Paine, 1960, 1964; Paine e Oppé, 1966 apud BOBATH, [19––], p. 74).
A paralisia cerebral pode surgir nas fases pré, peri ou pós- natal. Na fase pré-natal, os riscos mais freqüentes estão relacionados às doenças infecciosas da mãe, como a rubéola e a toxoplasmose. Na fase peri-natal, o risco maior está na complicação do parto, com a anóxia cerebral, prematuridade e a asfixia por obstrução do cordão umbilical. E, os riscos na fase pós-natal se dão com as infecções no sistema nervoso central, como as meningites, as encefalites e os traumatismos crânio encefálicos causados por acidentes graves (MELO, 2008).
A incidência de crianças nascidas vivas com paralisia cerebral nos países desenvolvidos, considerando todos os possíveis níveis de comprometimento, pode estar na ordem de 7 casos em cada mil nascidas. No Brasil, esses valores podem ser bem maiores, já que é difícil obter uma estimativa, levando em conta que o Brasil é um país em desenvolvimento e a precariedade da nutrição infantil e materna, igualmente os cuidados dispensados à gestante e ao recém-nascido associados à qualidade ruim do atendimento no sistema de saúde, são condições que possibilitam o aparecimento de problemas crônicos como é o caso da paralisia cerebral (MELO, 2008).
A criança com Paralisia Cerebral possui um atraso de desenvolvimento neuropsicomotor, isto é, por uma lesão no sistema nervoso central pode ocorrer um comprometimento na área motora, sensorial e/ou cognitiva, implicando em alterações ao nível de tônus muscular, qualidade de movimento, percepções e capacidade de apreender e interpretar os estímulos ambientais, e muitas vezes as seqüelas da Paralisia Cerebral tornam-se agravadas pelas dificuldades que essas crianças apresentam em explorar o meio e em se comunicar com o mundo externo (ALVES DE OLIVEIRA; PINTO, 2004).
Os tipos de paralisia cerebral são classificados de acordo com suas alterações motoras e sensoriais causadas pelas lesões que podem ser extensas ou não no cérebro. De acordo com as áreas atingidas é que se dá a classificação, como: a área piramidal – do tipo espástica; a área extrapiramidal – do tipo atetóse; a área cerebelar – do tipo ataxia. (LIMONGI, 1998).
Melo (2008), cita o tipo de paralisia cerebral mista, como sendo uma condição que se evidência em quadros motores associados, decorrentes de lesões nas áreas extrapiramidais e piramidais.
O tipo espástico é o mais freqüente na população, acontece em decorrência de uma lesão no sistema piramidal com a característica do aumento do tônus muscular (hipertonia), paresia (diminuição da força muscular), hiperreflexia (é exacerbação da atividade reflexa). O aumento da espasticidade dificulta os movimentos, tornando-os lentos, como ocorre, por exemplo, uma situação de ameaça ou até mesmo de surpresa frente a perguntas difíceis (MELO, 2008).
O tipo atáxica é muito raro, surge em decorrência de uma lesão no sistemacerebelar, responsável pela execução e regulação dos movimentos voluntários do corpo, pela manutenção das posturas com exatidão, resultantes da harmonia das ações musculares, permitindo a execução de atos motores coordenados. (MELO, 2008).
Todas as pessoas com ataxias têm um tono postural baixo combinado com distúrbios da inervação recíproca. (BOBATH, [19––]). O tipo atetoíde ou atetósica é resultante de lesão no sistema extrapiramidal responsável pela regulação da postura e do tônus, e pelos movimentos automáticos. Esse tipo mostra o tono postural básico que se encontra abaixo do normal. (BOBATH, [19––];MELO, 2008).
De acordo com Melo (2008), a intervenção de profissionais em uma criança com paralisia cerebral deve:
Ser instituída o mais cedo possível, dentro de uma abordagem interdisciplinar, ou seja, envolvendo profissionais de diferentes áreas (médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, educador físico, pedagogo, assistente social, entre outros), tendo em vista a diversidade de problemas que podem estar presentes em graus diferenciados de comprometimentos. (p.66-67).
Muitos transtornos podem estar ligados à paralisia cerebral, como a epilepsia, alterações visuais, deficiência auditiva e o retardo mental. O retardo mental pode estar ligado, mas não é a regra, ou seja, geralmente pessoas com paralisia cerebral não têm qualquer complicação cognitiva para aprendizagem. Então, por que se vê pouca quantidade de alunos com paralisia cerebral nas escolas? Para responder a esta pergunta é preciso se atentar para a educação das pessoas com deficiência.
Na criança com paralisia cerebral, pode perceber principalmente, distúrbios motores, que podem ser minimizados com uma estimulação constante. O professor que trabalha com a inclusão de alunos com lesão encefálica, precisa saber identificar as características desta criança e, assim, programar atividades com a intenção de desenvolver o máximo de suas habilidades e diminuir as características da paralisia cerebral.
EDUCAÇÃO E INCLUSÃO
Quando há uma falta ou uma alteração fisiológica, anatômica ou algo diferente na estrutura psíquica dá-se o nome de deficiência, segundo a Organização Mundial de Saúde.Portanto, diz- se que uma pessoa tem deficiência quando a mesma vive nessa condição sempre e estão sob o amparo da lei e, portanto, devem ser observados os contextos legais do qual estão inseridos.
A palavra deficiente passou a ser rejeitada por algumas instituições e cientistas sociais, pois o termo faz com que a pessoa se sinta depreciada, dando um valor negativo à expressão. E ainda há o receio de que a sociedade não respeite ou não aceite a diferença, inclusive o próprio individuo. Contudo, hoje em dia,a palavra “deficiente” está aos poucos sendo utilizada novamente, já que o termo não tem sido utilizado com significado pejorativo, e sim, de forma respeitosa e classificativa a condição do indivíduo.
A maioria das pessoas com deficiência necessita de um atendimento especializado e diferenciado, tanto para fins de estimulação motora, terapêutica ou por alguma necessidade de fisioterapia, para que possa assim desenvolver toda a sua capacidade e potencial. Superando obstáculos oriundos da situação e aceitando suas limitações.
Mesmo com as dificuldades encontradas, a inclusão vem acontecendo gradativamente. Através de uma ampla divulgação, discussão, diálogo e também através dos meios de comunicação em geral. No ambienteescolar não é diferente, mesmo com todas as dificuldades encontradas. Superando assim, anos de preconceito, discriminação e escanteio. Incitando dessa forma, questionamentos, dúvidas e anseio de mudança e pesquisa na área por parte da sociedade, inclusive no ambiente escolar. A inclusão passou a ser temas de debates, assunto de trabalhos, pesquisas, seminários etc. sendo amplamente divulgado e trabalhado no dia a dia e em sala de aula.
3.1. EDUCAÇÃO: DIREITO DE TODOS
De acordo com as leis do Brasil, as instituições de ensino precisam matricular todos os alunos, ficando a critério das escolas a melhor forma de se organizarem para atenderas crianças com necessidades educacionais especiais, sempre tendo por meta e objetivo uma educação de qualidade para todos, sem distinção.
Desde a educação infantil o atendimento escolar desses alunos deve ser realizado, tanto nas creches, EDIs (espaço de desenvolvimento infantil) e pré-escolas, oferecendo-lhes os serviços especializados sempre que se observar a necessidade, mediante uma avaliação. Tendo sempre interação e apoio da família e da comunidade.
Ao concordar com a “Declaração Mundial de Educação para Todos”e com os fatos produzidos em Salamanca (Espanha, 1994) na Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade (BRASIL, 1994), o Brasil passou a construir um sistema educacional inclusivo.
Segundo Godói (1998), o direito da inclusão é garantido por lei, e é dever do estado dar este suporte e atendimento. Contudo, cabe aqui dizer que algumas crianças com necessidades especiais necessitam de uma escola especial, principalmente no início de sua escolarização, para que sejam preparadas para a sua inclusão nas escolas regulares. 
A inclusão desses alunos especiais nas salas de aula regulares é vista de forma positiva e estimuladora, pois através desse convívio há o desenvolvimento de ambas as partes, tanto para os alunos que apresentam deficiência quanto para os normais. Esse convívio com o “diferente” e a diversidade favorece a aprendizagem, permitindo a formação de vínculos duradouros e estimulantes. A rotina do dia a dia é muito importante para o desenvolvimento da criança em geral, principalmente para aquelas com alguma necessidade especial. E esse confronto com o novo, diferente e o trabalho com a própria dificuldade e limitações faz com que essas crianças tenham todo o seu potencial utilizado. (FERNANDES, etc al. 2007) 
3.2 O PROFESSOR FRENTE AO ASSUNTO
O grande dilema do processo inclusivo é a performance do professor, pois cabe a ele focar a habilidade do aluno com necessidades educacionais e não em sua doença e limitações. Neste sentido, cabe-lhe, ainda, ajudá-la a encontrar suas capacidades. Porém, em sua maioria, os professores não se acham aptos nem preparados para desenvolver esta tarefa. 
	Compreender a paralisia cerebral torna mais fácil o assistência do aluno, além de ser importante para estabelecer a mesma linguagem entre os profissionais comprometidos neste acompanhamento. Entretanto, mais considerável ainda do que saber o diagnóstico é como trabalhar diante à dificuldade para aperfeiçoar o desempenho deste aluno.
O grande desafio do professor é auxiliar a criança com paralisia cerebral a desenvolver seus potenciais. Martín e outros (2004) entendem que a paralisia cerebral é o quadro de incapacidade motora que se percebe com maior frequência no âmbito escolar, seguido de espinha bífida, doenças musculares e, em menor porcentagem as alterações esqueléticas e as malformações congênitas. Por isso mesmo afirmam que conhecer as possibilidades de mobilidade e deslocamento, saber como esta criança se desloca, se anda de forma independente, em locais externos e internos ou se usa suportes ortopédicos, são questões necessárias para possibilitar e tornar fácil o acesso e a mobilidade do aluno com paralisia cerebral dentro da escola.
 Outro ponto importante é saber como esta criança faz uso das mãos, se ela pode segurar, soltar ou arrastar um objeto, assim o professor analisa a utilização de material básico ou se é preciso a introdução de instrumentos adaptados. 
O terceiro aspecto relevante para o professor tem relação à comunicação, se a criança tem a linguagem oral, se é inteligível ou se utiliza algum código de comunicação gestual e quais são estes códigos. Questões sobre o controle dos esfíncteres e a presença de processos convulsivos também são fundamentais para estruturar os atos e planejar atividades.
A escola, portanto, deverá adequar o planejamento pensando nas
especificidades desta criança, principalmente quanto ao tempo de cada uma. O
trabalho deve ser quase individual. A criança com paralisia cerebral necessita de mais tempo de experimentação do que acriança sem lesão encefálica (GODÓI,1998).
O professor deve criar ocasiões e organizar o material pedagógico adaptando-o ao entendimento e a um melhor desfrute da criança com
paralisia cerebral. Assim, ela pode brincar, explorar seu próprio corpo e o meio em que vive, permitindo a conquista de novas habilidades motoras. 
O professor pode preparar um material diferenciado para diminuir as
complicações individuais, como, por exemplo: para trabalhar com as dificuldades motoras, o material de manuseio deve ser grande, largo e grosso; já nas dificuldades visuais todo traçado gráfico deve ser evidente e incluir o mínimo possível de detalhes além de trabalhar com os incentivos de outros conhecimentos sensoriais para suprir o problema visual; no caso dos problemas que tem relação com os processos mentais devemos adaptar todos os materiais do aluno para entendimento e realização das atividades propostas.
No inicio da alfabetização, por exemplo, os alunos que tem a capacidade de escrever, grafam com a letra bastão. Nos casos em que a coordenação motora fina é prejudicada, o trabalho pode ser feito com fichas, cubos de madeira e cartões.
A criança com paralisia cerebral necessita de estimulação na sala de aula. As crianças com paralisia cerebral precisam de instigação precoce bem focalizada, principalmente nas questões de coordenação motora, equilíbrio e movimento. Um estudo feito por Alleoni e outros (2005) verificou a colaboração da prática das habilidades motoras com estudantes dos anos finais da Educação Infantil e os iniciais do Ensino Fundamental que demonstravam atraso motor.
 Os resultados indicaram que o programa de intervenções causou melhora no desempenho das tarefas motoras realizadas. Aproximadamente aos 3 anos de idade, inicia-se a fase da socialização e na Educação Infantil a estimulação pode acontecer através de atividades lúdicas como jogos e brincadeiras, que, no dizer de Nascimento (1998), são recursos e atividades de ensino eficazes para a aprendizagem, porque o brincar faz parte da existência humana.
A criança desde o nascimento está inserida num contexto cultural e a brincadeira faz parte deste contexto. O jogo simbólico denominado por Piaget (1989) acontece quando a criança não tem compromisso com a realidade, pois atribui ao objeto qualquer função. É a representação de um objeto por outro com novos significados. 
Piaget (ob. cit.) entende que dos 2 aos 6 anos de idade, a criança desenvolve o jogo simbólico que tem início individual a estímulos externos, passa pela brincadeira sócio-dramática, da imitação e, posteriormente, à representação.
 Ainda segundo Piaget (1969 apud PERES, 2004) é o período correspondente ao processo de assimilação, acomodação, adaptação quando a criança começa a tomar consciência do seu corpo de forma diferente. Ela começa a formar seu esquema corporal, sua lateralidade, sua organização perceptiva, espaço-temporal, equilíbrio e coordenação.
De acordo com Peres (ob.cit.) além do jogo simbólico, outras atividades estimulam diferentes áreas importantes para as crianças com paralisia cerebral. Brincar de bola auxilia no movimento voluntário. Ao pegar a bola a criança desenvolve o movimento de preensão, à medida que ela pega a bola e joga, trabalha com o seu lado dominante (direito/esquerdo)e está conhecendo também seu próprio corpo.
A função do professor em sala de aula é proporcionar e despertar o encorajamento, a auto-estima. É possível fazer ações que facilitem o desenvolvimento intelectual e motor das crianças com paralisia cerebral. 
É importante destacar ainda que cada criança com paralisa cerebral
possuirá um padrão motor e diferentes habilidades e dificuldades. O professor precisa investigar estas qualidades e dificuldades para trabalhar com a criança dentro destes antecedentes de acordo com o seu desenvolvimento motor independente da faixa etária. A questão mais importante, neste momento, é saber identificar quais habilidades devem ser valorizadas e quais conquistas devem ser trabalhadas.
4. REFERÊNCIAS
ALLEONI, B. N.; HATORE, R. S.; PELLEGRINI, A. M. Aprendizagem de habilidades manuais em crianças com atraso motor. Motriz – Revista de Educação Física; UNESP. Vol. 11, n. 1. Rio Claro: UNESP, 2005.
ALVES DE OLIVEIRA, A. I.; PINTO, R. F. A contribuição da tecnologia no desenvolvimento cognitivo de crianças com paralisia cerebral. 2004. 236 f. Dissertação (Mestrado em Motricidade Humana) – Universidade do Estado do Pará, Belém, 2004.
ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para curso de pós-graduação: noções práticas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
BOBATH, Karel. Uma base neurofisiológica para o tratamento da paralisia cerebral. 2a ed. São Paulo: Manole Ltda, [19 –– ].
BRAGA, L. W. Cognição e paralisia cerebral: Piaget e Vygotsky em questão. Salvador: SarahLetras, 1995.
BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades
educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
FERNANDES, Antonio C. et al. AACD - Medicina e reabilitação: princípios e
prática. São Paulo: Artes Médicas, 2007.
FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA. Declaração Mundial de Educação para Todos e Plano de Ação para Satisfazer as Necessidades Básicas de Aprendizagem. Jomtien: 1990
GODOI, A. M. de Trabalho escolar com crianças portadoras de paralisia cerebral.IN:SOUZA, A.M.C. de; FERRARETTO, I. Paralisia Cerebral: aspectos práticos.SãoPaulo: Memnon, 1998.
LIMONGI, Suelly Cecilia Olivan. Paralisia cerebral: linguagem e cognição. 2.ed. rev., ampliada, atual. São Paulo: Pró- Fono, 1998.
MARTÍN, Miguel Cardona; JÁUREGUI, Maria V. G; LÓPEZ, Maria L. S.
Incapacidade Motora: Orientações para adaptar a escola. Porto Alegre: Artmed,2004.
MELO, Francisco Ricardo Lins Vieira de. Atendimento Educacional do Aluno com Paralisia Cerebral: a ótica e a organização da Escola Regular. In: MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos (org.) Escola Inclusiva: pesquisa, reflexões e desafios. João Pessoa: Idéia, 2008.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Declaração de Salamanca e linhas de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994
NASCIMENTO, Regina C. Programa de Jogos e brincadeiras como condição de ensino para desenvolver movimentos de escrita em crianças com Paralisia Cerebral.São Carlos: UFSC, 1998. 141p. Dissertação de Mestrado, Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1998.
PERES, Regina C. N. O lúdico no desenvolvimento da criança com Paralisia Cerebral espástica. São Paulo: USP, 2004. 320p. Tese Doutorado. Faculdade de Educação. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. 17 ed. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1989.
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 1996.