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Fichamento do cap. 03 de contabilidade social

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Fichamento referente ao livro A nova contabilidade social: uma introdução a macroeconomia
	Contas nacionais e macroeconomia: identidades e teoria (pp. 76 – 90). Terceiro capítulo.
	PAULANI, Leda Maria. A nova contabilidade social: uma introdução a macroeconomia. 
	“O objetivo do presente capítulo é discutir justamente qual a relação da contabilidade nacional com a macroeconomia, o substantivo a partir do qual se adjetiva essa identidade” (p. 76)
“[...] Foi, como vimos, a partir da teoria macroeconômica, que teve seu nascimento com a publicação da teoria geral, em 1936, que foram enviados todos os esforços para a construção de um sistema a partir do qual pudesse ser observada a evolução dos agregados que são de fundamental importância na avaliação da performance econômica de um país. Portanto, foi partindo da macroeconomia que se chegou às contas nacionais” (p. 76)
“Fazendo o caminho inverso, mostraremos de que maneira as contas nacionais denunciam as relações sistêmicas (derivadas da teoria keynesiana) que lhes deram origem, as quais, de uma maneira ou de outra, ainda presidem senão os desenvolvimentos teóricos contemporâneos na área de macroeconomia, seguramente as análises quanto ao crescimento, formação bruta de capital fixo, relações externas e outras tantas variáveis determinantes na análise evolutiva das economias reais” (p. 76)
“Contudo, é preciso lembrar que o objetivo maior de Keynes, ao escrever a Teoria Geral, foi contrapor-se à teoria econômica então dominante (a teoria neoclássica, de orientação marginalista). Nesta abordagem chegava-se, entre outras, à conclusão de que a economia capitalista portava uma espécie de regulador automático que impedia as crises e o desemprego. Todo o desemprego então existente era tomado como desemprego voluntário, ou seja, considerava-se que as pessoas que eventualmente não estavam trabalhando encontravam-se em tal situação porque não se dispunham a ofertar sua força de trabalho aos salários vigentes. Em outras palavras, não trabalhavam porque não queriam” (p. 77)
“[...] a maior parte do desemprego era involuntário, vale dizer, decorrente de uma demanda por força de trabalho diminuta e, assim, incapaz de empregar toda a oferta existente. Para conseguir demonstrar essa situação, Keynes teve de fazer uma verdadeira revolução nas ideias econômicas e jogar por terra vários dos postulados que constituíam a espinha dorsal da teoria então dominante” (p. 77)
“[...] não pretendemos dar conta de todos os aspectos da teoria Keynesiana, mas simplesmente mostrar a ligação entre essas duas áreas da ciência econômica – a contabilidade social e a macroeconomia, reforçando a distinção entre as identidades e as igualdades, que expressam relações de causa e efeito de natureza teórica” (p. 77)
“Y= C+ I 
Essa expressão nos indica que, em cada momento do tempo, nessa economia que ainda é fechada e não tem governo, a renda gerada é resultado da quantidade produzida de bens e serviços, ou seja, da quantidade de bens de consumo somada à quantidade produzida de bens de investimento (estoques aí incluídos). Não por acaso, o lado do débito da conta produção vai se transformar justamente no lado do crédito da conta de apropriação, indicando que este agregado constitui o somatório das remunerações pagas aos diversos fatores de produção, montante esse apropriado pelas famílias (que são proprietárias desses fatores)” (p. 78)
“Em outras palavras, estamos supondo que essa economia poderia estra operando num nível bem mais elevado de produto e renda, uma vez que dispõe de recursos (fatores de produção) para isso, mas, por alguma razão, não está se comportando assim. Para saber qual é a causa desse fenômeno, temos de descobrir o que determina C e o que determina I” (p. 79)
“[...] dado um determinado nível de renda, as famílias consomem boa parte dela, mas também poupam uma parte. Obviamente, a propensão a consumir é muito maior nas famílias de baixa renda (no limite, as famílias de renda extremamente baixa não poupam nada de sua renda, consumindo-a integralmente) e muito maior nas famílias de renda mais elevada Na média da economia, portanto, existe uma propensão ao consumo, que podemos chamar de c, onde 0<c<1. Formalmente, portanto, podemos escrever que: C= f(Y)” (p. 79)
“Essas variáveis são a preferência pela liquidez (ou preferência pela segurança que o dinheiro traz e que, segundo o economista inglês, está na base da determinação da taxa de juros da economia) e as expectativas quanto ao rendimento futuro esperado dos bens de capital – que determinam aquilo que Keynes chama de eficiência marginal de capital (EmgK). Assim, se chamarmos a taxa de juros de r, podemos escrever que: I= f(r, EmgK)” (p. 79 - 80)
“Se retomarmos a expressão 3.4, perceberemos facilmente que podemos reordenar seus termos do seguinte modo: Y= (1-c)= Ca + I e, logo,
Y= Ca+I/(1-c)
Keynes chamou o termo 1/(1-c) de multiplicador. Ele indica a magnitude do aumento no nível de renda em decorrência seja de um aumento em Ca, seja de um aumento em I. ele indica também que, quanto maior for a propensão da economia a consumir maior é o feito multiplicador de uma elevação em Ca ou I” (p. 80)
“É importante perceber, em todo esse raciocínio, a manutenção da identidade entre produto e renda, ao mesmo tempo em que ele também nos permite identificar os determinantes no nível de renda no qual opera a economia. É por conta deste último elemento que, a partir da equação apresentada na expressão 3.2, pudemos substituir o sinal indicador de identidade pelo sinal de igualdade” (p. 81)
“Se tomarmos agora a conta do produto em sua versão final e, portanto, considerarmos uma economia aberta e com governo, chegaremos a outras conclusões importantes sobre essa questão. [...] Como se percebe, a contra traz agora, do lado do débito, a oferta total de bens e serviços e, do lado do crédito, a demanda. Se passarmos a rubrica importações para o lado do crédito com o sinal negativo, encontraremos a expressão 3.7: Y= C+I+G+(X-M)” (p. 81 - 82)
“Assim, um efeito multiplicador (devidamente modificado pela introdução do governo, particularmente por sua capacidade de tributar) também vai atuar sobre os possíveis aumentos, seja nos gastos do governo, seja nas exportações líquidas das importações” (p. 82)
“Uma forma bastante sugestiva de compreender esse processo é pensar num mecanismo de estímulos que estão permanentemente influenciando o nível de renda e de produto. Se há um aumento na parcela autônoma do consumo, o no investimento, ou nos gastos do governo, ou ainda na demanda externa pelos bens e serviços que a economia em questão produz, qualquer um desses aumentos vai estimular a produção e elevar o nível da renda na magnitude determinada pelo multiplicador” (p. 82)
“A expressão 3.7 mostra-nos ainda, a importância que acabou sendo atribuída ao governo por conta das considerações de Keynes quanto aos determinantes do nível de renda. Se um aumento no nível de renda e produto em que opera a economia pode ser proveniente de uma elevação nos gastos do governo, então cabe a este um importante papel, além daqueles normalmente consagrados. Em determinados momentos em que o investimento insista em manter-se deprimido e em que os estímulos advindos de fora da economia não sejam suficientes para evitar o desemprego, só o governo tem condição de retirar a economia de tal situação” (p. 83)
“Tais considerações, bem como o novo papel que ganha o governo a partir delas, deram origem, no mundo acadêmico, ao que se chamou consenso keynesiano, e no funcionamento prático do capitalismo, particularmente nas economias centrais, a um período cerca de 30 anos (do pós-guerra até meados da década de 1970) em que o Estado efetivamente assumiu esse papel” (p.83)
“Na relação entre macroeconomia e contabilidade social, o que de fato ocorreu foi que, partindo de sua preocupação de construir uma teoria da demanda como um todo que, segundo Keynes, faltava à teoria econômica de então, o trabalho teórico deste grandeeconomista britânico permitiu descobrir a existência ex-post da identidade entre produto e, renda e dispêndio (demanda agregada). [...] Por isso as óticas de mensuração do produto é justamente a ótica da demanda (dispêndio), a qual mostra a composição do PIB a partir das categorias de demanda como estipulado na equação Y= C+I+G+(X-M)” (p. 83-84)
“[...] A relação entre contabilidade social e macroeconomia e, daí, a distinção entre igualdades (=) em geral derivadas de proposições teóricas que estabelecem relações de causa e efeito, e identidades, que expressam as diferentes óticas por meio das quais se pode enxergar e mensurar os agregados econômicos” (p. 85)
“Comecemos lembrando entre os agregados medidos internamente e aqueles medidos nacionalmente. Como já vimos, os agregados mensurados do ponto de vista interno medem o valor total produzido no território do país, independentemente da origem dos fatores responsáveis por essa produção, enquanto os agregados mensurados do ponto de vista nacional consideram o valor adicionado gerado por fatores de produção de propriedade residentes, independentemente do território onde esse valor é gerado” (p. 85)
“Assim, falamos em Produto Interno (bruto ou líquido, a preços de mercado ou a custo de fatores), mas em Renda Nacional (bruta ou líquida, a preços de mercado ou a custo de fatores). O primeiro agregado reflete o produto total produzido no território do país, independentemente da origem dos fatores de produção responsáveis por ele. O segundo considera o valor adicionado gerado por fators de produção de propriedade de residentes, independentemente do território onde esse valor é gerado” (p. 86)
“É a partir do conceito de RNB que se chega, nas contas nacionais, ao conceito de Renda Nacional Disponível Bruta (ou RDB) que, como vimos no capítulo anterior, é o nome que toma a antiga Conta de Apropriação na versão do sistema brasileiro vigente até 1996, composto por 4 contas. Como veremos adiante, o conceito de RDB é importante porque é a partir dele que se pode determinar a poupança bruta da economia, ou poupança doméstica (SD), como também é conhecida. Esse agregado indica o valor da poupança bruta (considerando-se por aí, portanto, também a formação de capital fixo necessária para repor o desgaste do estoque de capital) feita pela economia como um todo, ou seja, incluindo-se o governo, num determinado período de tempo” (p. 86)
“A identidade 3 indica que o PIB de um país pode ser visto como a soma da Renda Nacional Disponível Bruta mais a renda líquida enviada ao exterior, deduzidas dessa soma as Transferências Unilaterais Correntes Líquidas Recebidas (TUR). Está claro que se a renda recebida do exterior for maior que a renda enviada, esse líquido será negativo, indicando que o agregado Renda Nacional alcançou um valor maior que o agregado Produto Interno, o que tende a acontece, como já adiantamos, com os países mais desenvolvidos e que são exportadores de capital. Analogamente, se as transferências unilaterais enviadas alcançarem um valor maior que do que as transferências recebidas, o sinal da variável TUR deverá ser positivo e não negativo” (p. 87)
“O governo, contudo, apesar de estar aí implícito, ainda não apareceu explicitamente. Para que ele apareça, é preciso lembrar que a RDB, pode ser dividida em renda do setor privado e renda do governo ou renda líquida do governo (RLG), a qual é composta pela soma dos impostos diretos e indiretos e das outras receitas correntes do governo, deduzidas as transferências (recursos pagos diretamente às famílias sob a forma de assistência e previdência, bem como os juros da dívida pública) e os subsídios concedidos às empresas, sendo assim, podemos escrever: RLG= receita total do governo – (transferências + subsídios) e portanto, RDB = RPD +RLG ou RPD=RDB – RLG, RPD= Renda Privada Disponível ” (p. 87)
“A identidade 6 foi escrita também no formato 6A propositalmente. Isso porque a expressão RLG – G significa exatamente a poupança do governo (Sg), enquanto o termo S significa agora apenas a poupança privada. A identidade 6, portanto, reproduz a identidade básica entre investimento e poupança modificada pela presença do governo. Portanto, ainda sobre a identidade 6 podemos escrever: Sg= RLG - G” (p. 88)
“A identidade 7, em seu formato 7C, reescreve, para uma economia aberta e com governo, a identidade básica entre investimento e poupança. Ela nos diz que a poupança necessária para suportar o investimento bruto feito pela economia como um todo (governo incluído) vem de três fontes possíveis: do setor privado (S), do governo (Sg) e do setor externo (SE). Evidentemente, qualquer uma delas pode ser negativa. Se, por exemplo, a poupança do governo for negativa, isso significa que, no período em questão, foi a poupança privada e eventualmente também a poupança externa que possibilitaram a realização do período do referido investimento.” (p. 89 – 90)

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