Buscar

ECA AULA - 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ECA AULA – 3
Direito à Convivência Familiar e Comunitária e os Procedimentos de Colocação em Família Substituta; de Perda e Suspensão do Poder Familiar; de Destituição da Tutela; e da Habilitação de Pretendentes à Adoção 
Introdução
Dentro da sistemática dos direitos fundamentais, o legislador tratou do direito à convivência familiar de forma abrangente, procurando estabelecer regras que norteiam o cuidado à criança e ao adolescente. Sendo assim, serão estudados direitos e deveres de todos os envolvidos com o propósito de assegurá-lo.
Nesta aula, daremos continuidade ao estudo dos Direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, analisando o Direito à Convivência Familiar e as várias modalidades de família. Também serão analisadas as formas de colocação em família substituta: guarda, tutela e adoção.
Direito à Convivência Familiar e Comunitária
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que toda criança e adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
A regra, pelo artigo 19 do ECA, é a família natural ou extensa/ampliada; e a exceção, a família substituta. E, para garantir esta convivência, o ECA sofreu alteração recente pela Lei 12962/14, que passa a estabelecer, no parágrafo 4º, do artigo 19, que será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe e o pai privado da liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.
Família natural: Formada pelos pais ou qualquer deles com seus descendentes.
Extensa/Ampliada: Formada pela criança ou adolescente com parente próximo, com o qual ela conviva e tenha afinidade e afetividade.
	Também passou a ter nova redação. A criança ou o adolescente deve ser mantido em sua família de origem, em regra. Desta forma, a condenação criminal do pai ou da mãe não implicará na destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. Um exemplo que podemos citar é o crime de estupro de vulnerável praticado contra o próprio filho.
	Esse artigo restringiu qualquer discriminação relativa à filiação. Sendo assim, aboliu-se o termo filiação ilegítima, igualando-se os direitos de todos os filhos. O mesmo preceito está no artigo 1.596, do Código Civil, e na Constituição Federal, no §6º do artigo 227.
	Assim, nos procedimentos da Justiça da Infância e da Juventude, a preferência é sempre a permanência da criança e do adolescente junto a seus genitores biológicos ou parentes próximos (ou pessoa com quem já conviva), e somente após a verificação técnico-jurídica de que estes não possuem condições de criá-los, é que se inicia a colocação em lar substituto.
	
Artigo 1.596, do Código Civil: Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Constituição Federal, no §6º do artigo 227: § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Os artigos que dispõem acerca do direito à filiação não foram alterados, pois já se encontravam em total sintonia com as previsões constitucionais, que estabelecem igualdade na filiação, com proibição de discriminação entre filhos naturais e adotivos, proibindo também a nomenclatura “filhos ilegítimos”. Assim:
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
Entendendo o cenário...
A Lei 12.010/09, que trouxe alterações ao Estatuto da Criança e do Adolescente, reconhece duas formas de acolhimento da criança e do adolescente, quando estes não puderem permanecer junto à sua família natural ou extensa/ampliada, que são:
ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL
Esta forma se refere ao antigo abrigamento (artigo 90, IV, ECA) por instituições voltadas à proteção temporária da criança e do adolescente, e que não se confunde com privação de liberdade destes. A permanência da criança e do adolescente, neste programa de acolhimento, não se prolongará por mais de dois anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.
ACOLHIMENTO FAMILIAR
Esta forma se refere a um programa a famílias dispostas a receber e proteger crianças e adolescentes que não possam permanecer junto a suas famílias de origem. Elas são cadastradas para esta finalidade e, surgindo a necessidade, serão a família acolhedora destas crianças e destes adolescentes. Este programa prevalece sobre o acolhimento institucional, sempre que possível, e conta com o acompanhamento de profissionais como assistentes sociais e psicólogos.
Estas duas formas de acolhimento possuem como características comuns:
Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
Para a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda, o Ministério Público então ingressará com a ação (art. 136, XI e par. Único, ECA).
Poder familiar
Desde o advento do novo Código Civil, a expressão “pátrio poder” foi substituída por poder familiar. Este poder é exercido em igualdade de condições pelo pai e pela mãe, representando a obrigação destes na formação e proteção dos filhos, garantindo-lhes os direitos fundamentais assegurados pela CF. O que está contido também no art. 21 do ECA. Antes da reforma promovida pela Lei 12010/09, o ECA ainda se valia da expressão “pátrio poder”, mas com o advento da referida lei, todas as expressões foram alteradas para “poder familiar”.
As obrigações decorrentes do poder familiar são a guarda, o sustento e a educação, consoante disposto no Código Civil e no artigo 22 do ECA. O descumprimento desses deveres pode ocasionar a suspensão ou até mesmo a destituição do poder familiar, além de possibilitar:
Procedimento de perda ou suspensão do poder familiar
A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e das obrigações a ele inerentes.
O procedimento está previsto no artigo 155 e seguintes do Estatuto. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.
A petição inicial deverá conter os seguintes requisitos:
Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.
A seguir, veja o procedimento de perda ou suspensãodo poder familiar:
O artigo 164 determina que “Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior”.
Família substituta — Artigos 28 a 52, ECA.
A colocação em família substituta far-se-á mediante três modalidades:
Esta sofreu recente alteração promovida pela Lei 12955/14, incluindo o parágrafo 9º, determinando que terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica.
Estas três modalidades de colocação em família substituta possuem alguns aspectos em comum:
CONSENTIMENTO DO ADOLESCENTE
O consentimento do adolescente é obrigatório e deve ser colhido em audiência para que ele seja colocado em família substituta. Quanto à criança, ela será ouvida sempre que possível e sua opinião será devidamente considerada.
GRAU DE PARENTESCO
Na apreciação do pedido, levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade e afetividade.
GRUPOS DE IRMÃOS NA MESMA FAMÍLIA
Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda, na mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
PREPARAÇÃO GRADATIVA E ACOMPANHAMENTO
A colocação em família substituta será precedida de preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional.
CRIANÇA OU ADOLESCENTE INDÍGENA E OU PROVENIENTE DE COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBO
Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:
que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal;
que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; e 
que a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.
INCOMPATIBILIDADE OU AMBIENTE FAMILIAR INADEQUADO
Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
TRANSFERÊNCIA DA CRIANÇA OU ADOLESCENTE SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não governamentais, sem autorização judicial.
COMPROMISSO DE BEM E FIELMENTE DESEMPENHAR O ENCARGO
Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.
Modalidades de família substituta
Vamos reconhecer agora as modalidades de colocação em família substituta:
Guarda
A guarda não retira o poder familiar dos pais, diferentemente da tutela, que pressupõe a perda ou a suspensão desse poder familiar. Já a adoção rompe com todos os vínculos anteriores.
Consoante o artigo 1.634 do Código Civil e artigo 22 do ECA, a guarda é dever inerente ao poder familiar, juntamente com o dever de sustento e educação, consoante os dois dispositivos em epígrafe. É inicialmente vinculada, portanto, ao poder familiar.
No entanto, em determinadas situações, pode o dever de guarda se desprender do poder familiar, sem causar a perda deste.
Nos casos de guarda como modalidade de colocação, em família substituta, será aplicável o disposto nos artigos 33 a 35 do Estatuto, que não se preocupou com a guarda atribuída aos genitores, mas somente a atribuída a terceiros.
A guarda está dividida em três espécies. Veja:
A decisão de guarda não faz coisa julgada material, nada impede a revogação dessa guarda, consoante dispõe o artigo 35 do ECA. O que prepondera é o interesse do menor, e não a pretensão dos pais ou do guardião. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento, consoante o disposto no artigo 169, parágrafo único.
Os efeitos da guarda são:
Dessa forma, passa o menor a figurar como dependente para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários. Alguns avós requerem a guarda dos netos, visando, exclusivamente, a fins previdenciários. Em muitos desses casos, o menor continua, inclusive, na companhia dos pais. Não existe a chamada guarda previdenciária, mas sim os efeitos previdenciários da guarda. Os benefícios são consequência e não finalidade. Além disso, tendo-se exclusivamente a finalidade de se deixarem benefícios previdenciários, importaria em uma fraude permitida pelo Poder Judiciário aos cofres públicos.
Outro argumento seria a falta de correspondência com a realidade dos fatos. A questão deve passar, ainda, pela análise da Lei 8.213/1991, em seu artigo 16, parágrafo 2º, que sofreu uma alteração em 1997, pela Lei 9.528, passando a não considerar o menor sob guarda como equiparado a filho, mas apenas o enteado e o menor tutelado.
Mesmo para aqueles que entendem como possível, a guarda para fins exclusivamente previdenciários, posicionamento que praticamente não mais se encontra na jurisprudência, o recebimento de tais benefícios deve passar pela análise da modificação da lei. O fato gerador do benefício é a morte do segurado. Dessa forma, deve-se levar em conta a lei em vigor na data da morte do beneficiário. Se anterior à alteração legal, o menor sob guarda ainda poderia receber o beneficio. Se posterior, não mais seria permitido, em virtude da nova redação do parágrafo 2º. No entanto, recentemente, o STJ vem admitindo o benefício da pensão por morte a menores sob guarda, fazendo preponderar o disposto no artigo 33, parágrafo 3º do ECA.
Quanto à visitação e alimentos
Tutela
A tutela está prevista nos artigos 36 a 38, do ECA, e 1.728 e seguintes, do Código Civil. Consiste em um encargo de caráter assistencial, que tem por objetivo suprir a falta de representação legal, substituindo assim o poder familiar, em se tratando de menor de 18 anos.
Cabe destacar que a administração dos bens do tutelado não pode prevalecer à criação e à educação deste. Esta administração é uma importante atribuição da tutela, mas não é única.
A tutela, apesar de englobar a guarda, não se confunde com ela. A tutela confere ao tutor plenos poderes de representação, em virtude da destituição ou suspensão do poder familiar ou ausência dos pais, o que não ocorre na guarda, que pode coexistir com o poder familiar.
Apesar de não coexistir com o poder familiar, a tutela não defere direito sucessório ao tutelado em caso de falecimento do tutor. Este direito permanece em relação aos pais, pois a suspensão ou a destituição do poder familiar não extingue o vínculo sucessório. O tutor possui os deveres previstos nos artigos 1.740, 1.747, 1.748 e 1.755, todos do Código Civil.
As espécies de tutela são:
Adoção
A adoção de criança e de adolescente reger-se-á sempre de acordo com o disposto no ECA (artigos 39 a 52, do ECA), e trata-se de medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa.
Quem pode adotar?
A adoção deve oferecer reais vantagens para o adotando, por tratar-se de medida excepcional; deve haver o consentimento dos pais ou do representante legal do adotando, ou destituição do poder familiar. O consentimento é dispensado se os pais foram desconhecidos ou destituídos do poder familiar. É necessário ainda o consentimento do adotando maior de 12 anos e estágio de convivência: a adoção é precedida de estágiode convivência para fins de adaptação, pelo prazo que o Juiz fixar, dependendo das peculiaridades de cada caso. Isto se dá para verificar a adaptação da criança ou adolescente naquela família, e não dos adotantes.
Para os adotantes estrangeiros residentes ou domiciliados fora do Brasil, o estágio de convivência é obrigatório, e é cumprido em território nacional, pelo prazo de 30 dias.
Atividade
Com base no que acabamos de ver, analise os casos a seguir e diga se os perfis apresentados são candidatos à adoção ou não.
I. Milena tem 34 anos, é solteira, advogada e possui casa própria. Foi tutora legal de Júlia (que tem 6 anos de idade) por um período de dois anos – tempo em que prestou contas regularmente de sua administração. SIM
II. João tem 30 anos, e Marcela, 25. Eles foram tutores legais de Rafael (que tem 10 anos de idade) por um período de um ano – quando ainda estavam casados. Agora, apesar de divorciados judicialmente, desejam adotar a criança, com o acordo de que a guarda ficará com Marcela. João, por sua vez, visitará Rafael de forma periódica. SIM
Adoção Póstuma e Adoção Unilateral
Existem duas espécies de adoção previstas pelo ECA que possuem características peculiares que as afastam um pouco das regras gerais referentes a adoção:
Sentença de deferimento da Adoção
A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese de Adoção Póstuma, caso em que terá força retroativa à data do óbito. Isto é assim para possibilitar a transmissão de direitos sucessórios ao adotando.
A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, a possibilidade de determinar a modificação do prenome. Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, isto não poderá configurar uma imposição ao adotado. Será obrigatória a sua oitiva, observado o disposto nos §§ 1º e 2o, do art. 28 do ECA.
A sentença que defere a Adoção é irrevogável e nem mesmo a morte dos adotantes restabelece o poder familiar dos pais naturais.
Conhecimento sobre a origem biológica
O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 anos. Tal acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
Via de regra, para adoção, é necessário o respeito ao Cadastro Nacional de Adoção. A adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil, não cadastrado previamente, apenas poderá ser deferida:
Em casos de adoção internacional, como proceder?
Será admitida a adoção internacional de crianças e/ou adolescentes brasileiros ou domiciliados no Brasil, quando esta modalidade de família substituta for adequada ao caso concreto, e quando forem esgotadas todas as possibilidades de colocação em família brasileira.
Não deixe de ler os artigos 51 a 52D do Estatuto!
Atividade
Analise o caso a seguir:
“Um bebê, de aproximadamente 6 meses de idade, é deixado na porta da casa de Maria sem documentos. Maria o acolhe, em sua casa, e aguarda que alguém reclame a criança. Um ano se passa sem que ninguém procure pelo bebê. Maria se apega à criança e deseja adotá-la, mesmo não sendo habilitada à adoção”.
Diante desses fatos, é CORRETO afirmar que, de acordo com as regras e os princípios da legislação em vigor:
 A autoridade judiciária, tomando ciência da situação, deve determinar o afastamento da criança do convívio com Maria e entregá-la a casal cadastrado em programa de acolhimento familiar, o qual terá preferência para adotá-lo caso assim deseje.
 O Conselho Tutelar, tomando conhecimento da situação, deve determinar o imediato acolhimento institucional da criança, requisitar a lavratura de seu registro de nascimento e comunicar o caso à autoridade judiciária.
 Maria, antes de postular a adoção, deve providenciar o registro tardio da criança e, na sequência, pedir ao Conselho Tutelar a concessão, em seu favor, de termo provisório de guarda e responsabilidade da criança.
 O Ministério Público, ciente da situação, deve propor ação declaratória de infante exposto, cujo procedimento prevê a expedição de edital para ciência pública do “achamento” da criança, concedendo prazo para manifestação para eventuais interessados.
 Maria somente poderá adotar a criança quando esta última completar 3 anos, e desde que preenchidos os demais requisitos legais.
Procedimento de Colocação em Família Substituta
O procedimento de colocação em família substituta está previsto nos artigos 165 a 170 do ECA. Sendo os pais falecidos ou destituídos ou suspensos do poder familiar; ou se houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado. Caso contrário, teremos a via judicial, com o procedimento de colocação em família substituta.
Este procedimento inicia-se ou por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, após esgotados os esforços para manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa. E a petição inicial deve conter os seguintes requisitos:
Em se tratando de adoção, deverão ainda ser observados os requisitos específicos ao instituto. São eles:
Durante o procedimento, havendo o consentimento dos titulares do poder familiar, este será colhido pela autoridade judiciária competente em audiência, presente o Ministério Público, garantida a livre manifestação de vontade. E, se este consentimento foi prestado por escrito, deverá ser ratificado em audiência.
Este consentimento é retratável até a data da publicação da sentença constitutiva da adoção, e só terá valor se for dado após o nascimento da criança.
A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convivência, a fim de que a criança ou o adolescente não fique sem representação legal até o final do procedimento. E, deferida a guarda provisória ou o estágio de convivência, a criança ou o adolescente será entregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade.
Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a suspensão do poder familiar constituir pressuposto lógico da medida principal de colocação em família substituta, será observado o procedimento contraditório previsto nos artigos 155 a 164 do ECA.
A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento de colocação em família substituta, observado o disposto no art. 35, do ECA.
Alienação parental
A alienação parental ofende o direito à convivência familiar. O psiquiatra americano Richard Gardner denominou "alienação parental" a síndrome constatada em um dos pais. Ela acontece quando:
Um dos cônjuges tenta, a qualquer preço, afastar a criança ou adolescente do convívio do outro genitor.
A síndrome geralmente se manifesta na ocorrência de separações traumáticas, em que uma das partes não consegue aceitar o sentimento de rejeição, raiva, abandono e acaba por buscar, até de forma inconsciente, o alívio de tais sentimentos pela vingança, qual seja, a de afastar o outro genitor da presença e do convívio do filho; além da nefasta criação sem a presença de um dos genitores, com os consequentes traumas que podem ser gerados psicologicamente.
A menina, por exemplo, na ausência do pai, podendo ser proveniente de um lar desajustado pode manifestar, no futuro, o que psicologicamente se conceitua como a doençade amar demais, que poderá envolvê-la em relacionamentos destrutivos. Podem ser plantadas falsas memórias em casos extremos, como abuso sexual praticado pelo genitor afastado.
Em casos extremos, o genitor afastado pode ser vítima de denunciação caluniosa, vindo a responder a inquérito e processo por supostos abusos sexuais, o que demandará uma análise psicológica criteriosa e necessariamente demorada, gerando sofrimento extremo a todos os envolvidos.
Atividades
Questão 1: Analise o caso a seguir:
Claudio é avô de Marcelo, adolescente de 13 anos de idade. Sabendo que a mãe de Marcelo é muito ausente na criação do filho, Claudio procura um advogado com a intenção de adotar o neto.
Como advogado, quais são as instruções que devem ser passadas a Claudio? 
GABARITO
O Estatuto proíbe ascendentes e irmãos de adotarem. Claudio pode exercer a guarda do neto. Caso haja possibilidade de suspensão ou destituição do poder familiar, ele poderá também exercer a tutela.
Questão 2: Paulo, com 8 anos de idade, foi colocado sob a guarda de seu tio Pedro, visto que seus pais foram presos pela prática de roubo. Cinco anos mais tarde, os pais, agora em liberdade, reaparecem e exigem de Pedro a imediata devolução do agora adolescente Paulo. Pedro, contudo, não deseja entregar seu sobrinho aos pais, pois entende que eles ainda estão envolvidos com crimes. Pedro, nessa situação:
 Deve devolver imediatamente o adolescente aos pais, que não chegaram a ser destituídos do poder familiar.
 Alega que os pais devem procurar o Conselho Tutelar, que pode revogar a guarda.
 Pode se opor à entrega do adolescente aos seus pais.
 Deve firmar um documento particular, revogando a guarda e devolvendo o adolescente aos pais.
 Alega que os pais devem procurar o Promotor de Justiça, que pode, mediante Portaria fundamentada, revogar a guarda.
Questão 3: Conforme prescreve o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a alternativa correta.
 A guarda confere ao guardião o direito de opor-se a terceiros, salvo aos pais naturais da criança ou do adolescente.
 A guarda pode ser destinada a regularizar a posse de fato da criança ou adolescente.
 Apenas para fins previdenciários, a criança ou o adolescente é considerado dependente do guardião.
 A guarda só poderá ser retirada dos pais naturais em caso de destituição do poder familiar.
 O deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros, em qualquer caso, impede o exercício de direito de visitas pelos pais naturais

Outros materiais