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INTRODUÇÃO O texto a seguir tem por objetivo apresentar os resultados da pesquisa sobre a família zoológica Teiidae a partir de uma breve descrição, distribuição de suas respectivas espécies no planeta e no Brasil, origem geológica e principais características. 1 FAMÍLIA TEIIDAE 1.1 Classificação Reino: Animalia Filo: Chordata Subfilo: Vertebrada Classe: Reptilia Ordem: Squamata Subordem: Sauria 1.2 Descrição As espécies da família Teiidae apresentam escamas dorsais granulares, ventrais dispostas em fileiras regulares longitudinais e transversais, às vezes quadrangulares como, por exemplo, o calango Ameiva ameiva (Figura 1), que possui cabeça com escamas grandes e simétricas: Figura 1: Ameiva ameiva[1: Nome científico – Ameiva ameiva; espécie de lagartos do gênero Ameiva; classificação superior (Ameiva); família Teiidae; habitat: do Panamá ao Sul do Brasil (floresta amazônica, caatinga e algumas partes do cerrado) e norte da Argentina; tem presença comum em áreas alteradas pela ação do homem. Fonte: Molina, 2014.] Fonte: Molina, 2014. Ordem: Squamata Família: Teiidae Nome popular: Bico-doce Nome em inglês: Jungle runner Nome científico: Ameiva ameiva Seus hábitos alimentares constam do consumo de insetos até vegetais; é onívoro com reprodução de 2 a 6 ovos por postura, que eclodem entre 60 e 90 dias de incubação; o período de vida dos animais desta espécie é de 5 a 10 anos. Ameiva ameiva: possui um par de escamas entre a rostral e a 1ª ímpar (Figura 2); Figura 2: Tipo de escamas Fonte: BÉRNILS; COSTA, 2011, p.3. Ameiva ameiva: e escamas dorsais granulares e ventrais em fileiras regulares, às vezes quadrangulares (Figura 3). Figura 3: Tipo de escamas Fonte: BÉRNILS; COSTA, 2011, p.3. 1.3 Distribuição geográfica das espécies da família Taiidae De acordo com Santos (2007), Taiidae é uma família de Répteis Escamados e pertence à infraordem Scincomorpha, atualmente restrita ao continente americano. É encontrada no nordeste dos Estados Unidos da América (EUA) até a Argentina (Figura 4) em ampla variedade de ecossistemas: desertos, florestas tropicais e matas de altitude nos Andes. Figura 4: Distribuição Geográfica dos Lagartos da Família Teiidae Fonte: SANTOS, 2007, p.11. A família Teiidae, segundo Hsiou (2006) é considerada, em geral, um grupo monofilético e foi dividida por Boulenger, em 1885, em macroteídeos e microteídeos, com base nas escamas da região nasal. Os macroteídeos apresentam uma lâmina nasal anterior não separada pelas escamas fronto-nasais, possuem membros desenvolvidos e suas formas são de tamanho médio e grande (Figura 5). Figura 5: Teiidae Fonte: Adaptado de ESTES (1998, citado por SANTOS, 2007, p. 12). Conforme Santos (2007) a família Teiidae possui cerca de 110 espécies distribuídas em duas subfamílias e dez gêneros, além disso, destaca a morfologia das escamas como seus caracteres. Família Teiidae – gêneros: Ameiva, Aspidoscelis, Cnemidophorus, Dicrodon, Kentropyx e Teius. Nesta família, Denton e O’Neill (1995, citados por HSIOU, 2006) reconhecem três subfamílias fósseis: Chamopsiinae, cujos exemplares datam do Cretáceo Inferior, conforme Winkler et al. (1990, citados por HSIOU, 2006)), Macrocephalosaurinae e Polyglyphanodontinae, de acordo com Sulims (1975, citado por HSIOU, 2006) do Cretáceo Superior. Alifanov (1993, citado por HSIOU, 2006) salienta que essas formas fósseis foram encontradas na América do Norte e na Ásia Central até o desaparecimento do Cretáceo nesses locais, apesar de sua vasta diversidade; Família Tupinambinae – gêneros: Callopistes, Crocodilurus, Dracaena e Tupinambis. Giugliano (2009) destaca que da família Taiidae (110 espécies) atualmente, 52 (cinquenta e duas) espécies se encontram na lista vermelha (extinção) da Union internationale pour la conservation de la nature (IUCN), em português União Internacional para Conservação da Natureza. Desse total, 46 (quarenta e seis) espécies de Aspidoscelis; 4 (quatro) de Ameiva, além de Cnemidophorus vanzoi e Callopistes maculatus. No Brasil, conforme Machado; Drummond e Paglia (2008), a Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção inclui quatro espécies de Cnemidophorus: C. littoralis; C. abaetensis; C. vacariensis e C. nativo. 1.4 Diversidade A diversidade de lagartos da família Teiidae, em território brasileiro compreende 34 (trinta e quatro) espécies, conforme Bernarde (2012) dos gêneros: Ameiva, Ameivula, Cnemidophorus, Contomastix, Crocodilurus, Dracaena, Kentropyx, Salvator, Teius e Tupinambis. Ameiva, Cnemidophorus, Teius e Tupinambis são lagartos diurnos de hábitos terrícolas; Kentropyx (Figura 6) é subarborícola; Crocodilurus e Dracaena são semiaquáticos e ovíparos, se alimentam de artrópodes, apesar de algumas espécies serem onívoras. 1.5 Diversidade de lagartos (família Teiidae) no Brasil Entre os exemplares, Bernarde (2012) apresenta: Na Amazônia são conhecidos pelo nome popular calangos-verdes (Ameiva-ameiva), jacareranas (Crocodilurus amazonicus) e jacuruxis (Dracaena guianensis); No Pantanal, as víboras (D. paraguayensis); Por todo o Brasil, os teiús, tejus, tejus-açus ou simplesmente lagartos (Tupinambis – Figura 7 e Salvator merianae – Figuras 8 e 9);[2: Ovíparo, da família dos Teiidae Ovíparos no Brasil é considerado o lagarto mais comum em cativeiro por ser dócil quando em contato com as pessoas desde filhote. Chega a atingir 2 (dois) metros de comprimento; possui cabeça comprida e pontiaguda; suas mandíbulas são fortes e providas de significativa quantidade de dentes pequenos e pontiagudos; sua língua é cor-de-rosa, comprida e bífida; a cauda é longa e arredondada; coloração geral negra com manchas amareladas ou brancas sobre a cabeça e membros; a região gular e face ventral são brancas com manchas negras; nos filhotes a coloração esverdeada vai desaparecendo com o desenvolvimento dos animais. Fonte: Bernarde, 2012. ] Bernarde (2012) afirma que o teiú (Salvator merianae), lagarto generalista e onívoro é considerado um disseminador potencial de sementes, além de consumir alguns fungos para se alimentar. Figura 6: Calango (Kentropyx pelviceps) Fonte: Bernarde, 2012. Figura 7: Lagarto-teju (Tupinambis teguixin). Fonte: Bernarde, 2012. Figura 8: Lagarto-teju (Salvator merianae) – juvenil Fonte: Bernarde, 2012. Figura 9: Lagarto-teju (Salvator merianae) - adulto. Fonte: Bernarde, 2012. CONSIDERAÇÕES FINAIS Compreende-se a partir desta pesquisa que todos os gêneros atuais de Teiidae, exceto Aspidoscelis, surgiram por isolamento na América do Sul, enquanto a maioria dos gêneros de Teiidae se originou durante o Eoceno; os Cnemidophorus tiveram origem na América do Sul e, mais tarde algumas populações dispersaram para a América Central no Mioceno. Apesar da abundância das espécies da família Teiidae muitas delas estão em fase de extinção. Contudo, é importante reconhecer a necessidade de novos estudos e pesquisas nesta área para aprofundar o conhecimento acerca dessas espécies. REFERÊNCIAS BERNARDE, P. S. Anfíbios e Répteis - Introdução ao estudo da herpetofauna brasileira. 2012. Anolis Books, Curitiba, 320 p. BÉRNILS, R. S.; H. C. COSTA (org.). Brazilian reptiles: List of species. 2011. Accessible at http://www.sbherpetologia.org.br/. Sociedade Brasileira de Herpetologia. Captured on September 6, 2012. Disponível em: <http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Zoologia/VirginiaSanchesUieda/13_pratica.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2016. GIUGLIANO, L. G. Filogenia e evolução de Teiidae (Squamata: Reptilia) com ênfase em Cnemidophorus. 2009. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/4579/1/2009_LilianGimenesGiugliano.pdf> Acesso em: 12 jun. 2016. HSIOU, A. S. Primeiro registro de Teiidae (Squamata, Lacertilia) para o pleistoceno superior do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Porto Alegre, 2006. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/6175/000526322.pdf?sequence=1>.Acesso em: 02 mai. 2016. MACHADO, A. B. M.; DRUMMOND, G. M.; PAGLIA, A. P. Livro Vermelho da Fauna Brasileira ameaçada de Extinção. Biodiversidade 19. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Biodiversidade e Florestas Departamento de Conservação da Biodiversidade, 2008. MOLINA, F. de B. Animais-répteis: Bico-doce. São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.zoologico.sp.gov.br/repteis/bicodoce.htm>. Acesso em: 12 mai. 2016. SANTOS, R. M. L. dos. Estudos evolutivos em espécies de lagartos. 2007. Disponível em: <file:///E:/Rodrigo_M_Lima_Santos_parcial.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2016.
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