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EXPRESSIONISMO E NOVAS TENDÊNCIAS
  
 Após a Segunda Guerra Mundial, como vimos, os Estados Unidos assumiram a posição central no cenário artístico, com um mercado emergente e com a afirmação do Expressionismo abstrato.
 Por esse período pareceu que a abstração, como defendia a teoria do crítico norte-americano Clement Greenberg, se apresentava como uma conclusão lógica de todo o modernismo.
 Segundo esse crítico, desde o surgimento da fotografia cada arte se direcionara para os problemas de suas próprias condições. Assim, a pintura, a partir de Manet, caminhava para afirmar sua planaridade - assim como a escultura sua espacialidade, seguindo inevitavelmente para a abstração, após deixar a tarefa de representação para a fotografia. 
Artistas em destaque:
Jackson Pollock (1912-1956), Willem De Kooning (1904-1997), Clyfford Still (1904-1980), Barnett Newman (1905-1970) e Mark Rothko (1903-1970) são os mais estudados, mas muitos outros artistas são hoje habitualmente incluídos nos estudos do grupo, como Bradley Walker Tomlin (1899-1953), Adolph Gottlieb (1903-1974), Robert Motherwell (1915-1991), Franz Kline (1910-1962) e Philip Guston (1913-1980).
Conceituado pelos críticos de arte como “pintura tipo americano”, “action painting” ou “gesture painting” (pintura de ação ou pintura gestual).
Aplicação da noção de automatismo (ideologia do grafismo com “auto descoberta”) que compatibilizava várias fontes de influência diversas, indo desde o último cubismo de Picasso ao surrealismo de Miró sobre o espaço pictórico.
Atração pela concepção junguiana (Carl Jung, psicanalista alemão contemporâneo de Freud e inicalmente seu discípulo), mais do que para a concepção freudiana de imagens “inconscientes”, “subconscientes” ou “pré-conscientes”, conciliada com um interesse por técnicas de espontaneidade, envolvidos na produção de “arquétipos”, com a mitologia arcaica, a antropologia romântica e a arte primitiva.
Abandono da tela no cavalete ou da parede, colocando uma tela muito maior no chão – mudança essa que foi motivada por considerações práticas e ideológicas, como a necessidade de “mais espaço” físico e de participação política do artista.
Técnicas da arte expressionista abstrata
Pintura de caráter violento, com resultado denso na cor e na textura, com pesquisa da pintura considerando os quatro cantos da tela. Tal pesquisa se originou na superfície da tela e na origem do movimento que o pincel tinha de traçar nela, isto é (por essa data), o ombro do pintor.
A adoção da técnica de tinta respingada e jogada, e de pincéis completamente secos, varetas e colheres de pedreiro como ferramentas, com o pintor mantendo uma posição relativamente vertical, distanciada do chão e da tela, por parte de Jackson Pollock.
O ponto de equilíbrio para esse pintor expressionista, a partir de então, passou a ser os quadris, e não, como antes, os ombros. O ritmo natural tornou-se inevitavelmente mais expansivo, envolveu movimentos mais amplos e mais demorados da mão que controla a aplicação da tinta.
A noção de “ação no caos” impregna a ideologia abstrato-expressionista, com vívidas pinturas a óleo e pastel com motivos mais orgânicos e largamente “genéticos”, sistematicamente mais “generalizados” e mais “arquetípicos” na forma, mais extremos em sua não figuração e mais expressivos e individuais na cor, baseando-se em formas agrupadas em fortes campos estruturados e associativos.
Definição do expressionismo abstrato
 Movimento de pintura norte-americana afirmado no final da década de 1940, em Nova York, influenciado pelos primeiros desenvolvimentos da arte europeia do século XX, como o Cubismo e o Surrealismo, consistindo em uma das mais extraordinárias conjunções de radicalismo técnico (“action painting” e automatismo na pintura) e de radicalismo ideológico, que marcaram um momento de verdadeira revolução na história da arte.
 Todos os artistas mais tarde rotulados de expressionistas abstratos partilhavam a necessidade de se expressarem pelo ato imediato e espontâneo de pintar.
 O mais reconhecido pintor desse período, Jackson Pollock, afirmava que não queria ilustrar sentimentos, mas sim expressá-los, de modo espontâneo e imediato, sem uma técnica ofuscante, o que faz lembrar Van Gogh, que também queria “esquecer” a técnica e fazer com que “as pessoas se amontoassem e jurassem por tudo o que é mais sagrado que não temos técnica”. As pinturas de Pollock, em que confluem acaso e princípio, não são projetos, mas sim manifestações de vida.
Jackson Pallock e suas obras
 A obra de Jackson Pollock revela fortes referências figurativas em seu início, 
durante os anos de 1940, por direta influência do cubismo de Picasso do final dos 
anos de 1930, principalmente com “Guernica”, de 1937. Pollock somente chegou 
à abstração não figurativa na passagem dos anos de 1940 para os de 1950, 
quando a técnica da tinta respingada sobre a tela (“dripping”) se afirmou. Foi a 
consolidação do automatismo e o que melhor definiu a “pintura americana”. 
 
 O Expressionismo abstrato representa um desenvolvimento final do modernismo 
para a história da arte, baseado em uma retomada da poética surrealista, 
principalmente o uso do automatismo, aliado à revolução formal das vanguardas 
(como um inventário, uma soma de contribuições do Expressionismo, do 
Fauvismo, da influência da abstração concreta e do Cubismo). Nessa abordagem 
americana, sem o idealismo ou as metáforas das vanguardas europeias (em que 
a forma resultava por vezes de propostas claramente ideológicas), a forma 
tornou-se o próprio conteúdo. 
 A experimentação do abstracionismo linear, com movimentos líricos e dançantes 
da tinta respingada sobre telas de grandes formatos e das múltiplas camadas de 
tinta incrustadas na superfície das telas, caracterizou o trabalho de Jackson 
Pollock. Abandonar a tela no cavalete ou na parede e colocar uma tela muito 
maior no chão foi um desenvolvimento revolucionário, que supriu uma 
necessidade de Pollock também sentida por outros artistas do período. 
 Tal mudança parece ter sido motivada por considerações essencialmente 
práticas, como a necessidade de conseguir “mais espaço” expressivo. Ao 
aumentar as dimensões da tela e a área de percurso da tinta, o artista parece ter 
sido tomado por um desejo de “soltar” um pouco a pintura, criando um método 
que, após um período relativamente prolongado de trabalho em uma tela, 
resultava em uma superfície tão elaborada e densa que não permitia nenhuma 
espécie de mimese. Imitação, reprodução de aparência dos objetos do mundo.
 A adoção da técnica de tinta respingada e jogada, e da utilização de pincéis 
completamente secos, de varetas e colheres de pedreiro como ferramentas, pode 
ser também explicada, em boa parte, em termos práticos: por esses meios 
Jackson Pollock pôde manter uma posição relativamente vertical distanciada do 
chão e da tela. A postura de pintar à distância de um braço (empregada diante 
de um cavalete ou de uma parede) não pode ser mantida para uma pintura 
estendida no chão. Assim, o ponto de equilíbrio para Pollock passou a ser os 
quadris e não, como antes, os ombros. O ritmo natural do pintor revelou-se, 
então, como sendo mais expansivo, envolvendo movimentos mais amplos e mais 
demorados da mão que controlava a aplicação da tinta. Dessa forma, o artista 
passou a obter maior controle da tela. 
 Essa atitude influenciou todos os outros artistas e mesmo os críticos, que 
passaram a valorizar essa expressividade e a liberdade conquistada no processo 
de realização da tela.
Interpretação histórica do Expressionismo Abstrato
 Se o figurativismo e a representação tornaram-se antíteses da vanguarda modernista nas artes visuais, o Expressionismo abstrato ou formalismo foi apregoado por Clement Greenberg como representando o “triunfo da arte americana”.
 Após 1945, Greenbergelaborou uma teoria da prática modernista na defesa de um grupo de artistas de Nova York nos anos de 1940 e 1950, a qual foi denominada “Escola de Nova York”, que incluía, particularmente, Pollock, Rothko, Newman e De Konning. O chamado “triunfo” da arte americana refere-se ao fato de Greenberg considerar a arte que estava sendo produzida nos Estados Unidos superior àquela realizada na Europa no mesmo período, indicando a supremacia econômica e política norte-americana após a Segunda Guerra Mundial. Tal “triunfo” estético da arte americana na Europa se manifestou, em 1958 e 1959, com a exibição, em oito capitais europeias, da mostra “Nova Pintura Americana”, organizada pelo Museu de Arte Moderna americano (MoMA), com curadoria de Clement Greenberg.
 Durante boa parte da década de 1940, De Kooning e Pollock pareciam ter sido, entre os expressionistas abstratos, as figuras em torno das quais a maioria dos críticos e dos artistas mais jovens se orientou. A geração de De Kooning e Pollock incorporou, em sua linguagem visual, o emprego de uma palheta agressiva, conjugando aos traços geométricos e aleatórios da “pintura automática” um empaste pesado e grosseiro de pigmentos superpostos.
O “modo de pintar” americano podia ser definido como aquele que rompeu definitivamente com a pintura de cavalete e elegeu como suporte a parede ou o chão, levando o artista a estar literalmente “na” ou dentro dos quatro lados da pintura. Assemelhando-se ao método empregado por pintores de areia – principalmente pelos índios Navajo do oeste norte-americano –, tal pintura se afastou de seus instrumentos habituais e exclusivos como o cavalete, a palheta, os pincéis, e se aproximou do emprego de novos pigmentos, como o pesado empaste feito de areia, vidro moído e cinza vulcânica.
Jackson Pollock parece ter se entusiasmado pela arte de matizes vivos dos índios americanos e pela sua pintura-escrita, depois pela expressividade monumental dos muralistas e revolucionários mexicanos Rivera, Orozco e Siqueiros.
As Influências nas obras de Pallock
 O Surrealismo, pelo menos na versão de Miró, e a fase quase-surrealista da obra 
de Picasso deixaram também as suas marcas na abordagem de Pollock. A pintura 
de Pollock foi uma arte de expressão dramática. Mesmo quando ainda eram 
visíveis elementos formais cubistas e o artista mantinha em vista uma 
composição em plano ornamental, percebe-se que o artista tentava 
arrebatadamente expressar o seu mais profundo eu, descobrir signos pictóricos 
para um sentido da vida que oscilava entre a exuberância e a ansiedade. No 
lugar dos antigos mitos, encontram-se símbolos arquétipos da psicanálise de C. 
G. Jung. A busca obsessiva da verdadeira originalidade, no seio de um ambiente 
ultracivilizado, aperfeiçoado e disciplinado, pareceu ter conduzido Jackson 
Pollock, em 1947, a uma decisão de grande importância. Esse artista decidiu 
utilizar um método por meio do qual conseguia dar forma à sua mais profunda 
natureza, sem recorrer ao desenho consciente. Tal como vira o muralista 
mexicano Siqueiros fazer, Pollock estendia uma tela no chão e deixava que a 
tinta pingasse do pincel ou diretamente da lata sobre ela. Nasceu o princípio do 
“dripping” (gotejamento), permitindo a transmissão direta do pensamento e do 
gesto do artista para a pintura por meio daquilo que Max Ernst chamou de 
“acaso controlado”. O próprio Pollock explicou que o fato de trabalhar no chão 
lhe dava a impressão de se encontrar mais próximo da pintura, de fazer mais 
parte dela. Dessa forma, o artista podia andar à sua volta, trabalhar nela a partir 
dos quatro cantos e, literalmente, “estar dentro das pinturas”. Com uma 
concentração imensa, uma observação precisa dos trilhos de tinta e uma série de 
rápidas decisões, emergia a “teia de tinta” que acabou por ser a impressão 
digital de Pollock. Muitas de suas pinturas foram feitas em uma espécie de 
transe. 
 Os resultados revelaram uma incrível densidade e uma lógica por vezes 
desconcertante. O fator crucial era a capacidade que o artista tinha para 
combinar espontaneidade com um sentido da forma, mesmo empregando meios 
extremamente robustos em enormes formatos. Tal capacidade singular estava 
tão patente nas obras luminosamente coloridas, cujas superfícies se 
encontravam cobertas com densas camadas e texturas, como naquelas imagens 
mais contidas em preto e branco, tanto em pequenos formatos como em telas 
monumentais. Vê-las como tal implicava uma leitura de Pollock, que o 
considerava um inovador da abstração
Fatores políticos e econômicos do expressionismo abstrato
Eclosão da 2ª Guerra Mundial: Ocasionando um imenso descrédito dos artistas em relação aos ideais utópicos de que partilhava a arte revolucionária da primeira metade do século XX. 
 Em consequência, a liberdade da prática artística tornou-se a principal doutrina.
Estabelecimento do consumo de arte: Pela evolução dos métodos de impressão e de reprodução, o que passou a permitir a produção de obras de arte em série, com museus e exposições tendo passado a atrair um público maior, nos países mais avançados.
Criação de um mercado de arte: Baseado no consumo artístico, em nível elevado, por parte de colecionadores, conhecedores e aficionados de arte moderna, ao lado de encomendas de obras de arte por parte de governos, Igrejas e comunidades e de bancos e empresas que se aperceberam dos potenciais da arte como veículo promotor de imagens.
Afirmação de uma nova arte americana: Que se contrapunha à arte europeia até então preponderante, com a afirmação de Nova York como capital da arte moderna e contemporânea, a partir de 1940-1950, e do grupo de expressionistas abstratos como expoentes da arte contemporânea.
 Richard Hamilton, “O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes?” de 1956.
Contexto histórico e antecedentes da pop art
 A pop art desenvolveu-se nos anos que testemunharam a institucionalização do 
modernismo. Isso possibilitou a seus artistas o acesso à arte de vanguarda do 
século precedente e do início do século XX, por meio dos diversos museus, 
escolas de arte e revistas de arte que consolidaram sua importância no sistema 
de arte. 
 
 O Dadá e o Surrealismo tiveram maior importância no desenvolvimento da arte 
pop. 
 O Dadá, como vimos, foi um movimento que adotava o niilismo e a estética 
antiarte como reação à Primeira Guerra Mundial. Já o Surrealismo, que se 
baseava no Dadá, queria revolucionar a consciência humana, a partir do 
reconhecimento dos impulsos básicos do inconsciente. 
Portanto, a atitude cética, permissiva, irreverente e iconoclasta do Dadá e sua 
disposição a aceitar quase tudo na esfera da arte ajudaram no desenvolvimento 
da arte pop. Também várias de suas técnicas foram adotadas pela pop art, como 
as colagens a partir de revistas e a fotomontagem (ou mesmo o ready-made, 
que rejeitou a ideia de que a arte é uma forma de artesanato). 
A arte pop tem suas raízes no Dadá e os veteranos reconheceram isso, embora 
sem grande entusiasmo, como pode ser comprovado neste trecho de uma carta 
de Marcel Duchamp para Hans Richter: “Este neoDadá, a que eles chamam 
neorrealismo, arte pop Assemblage etc., é uma saída fácil e sustenta-se do que o 
Dadá fez. Quando descobri os ready-mades pensei estar desencorajando a 
estética. No neoDadá eles tomam os meus ready-mades e recuperam a beleza 
estética neles. Joguei-lhes o porta-garrafas e o mictório na cara como um desafio 
[...] e agora eles o admiram por sua beleza estética”. 
 O Dadá era antiarte e foi moldado por uma situação específica (reação à guerra – 
uma negação da arte que significou uma negação da civilização que criou a 
guerra). Os artistas pop encontraram algo positivo nesses gestos de oposição, 
alguma coisa a partirda qual fosse possível construir. 
 Já o Surrealismo buscou o encontro casual para produzir novos significados. 
Combinou essas técnicas com um interesse pela fantasia e pelo desejo, que 
estão presentes no fascínio pop pelo consumo. 
 O Dadá e o Surrealismo chegaram à arte pop norte-americana por intermédio da 
obra de Jasper Johns e Robert Rauschenberg, nos anos de 1950. O primeiro 
afirmava que se interessava em “coisas vistas e não percebidas”. Já 
Rauschenberg usava materiais diversos, achados (quadrinhos, jornais, espelho, 
madeiras etc.) em suas combine painting, que foram um exemplo para ser 
seguido pelos novos artistas pop. Ambos ofereciam uma alternativa ao caminho 
do Expressionismo abstrato. Nesse sentido, a pop art foi vista como uma 
inversão de tendência, uma vitória súbita e inesperada da figuração sobre a 
pintura abstrata
 A arte pop colocou em questão a importância crescente no período pós-Guerra dos meios de comunicação de massa e sua influência nas categorias mais elevadas da cultura ocidental, que pareciam questionar as distinções culturais tradicionais que pareceram subitamente superados por uma nova estética.
 Esses artistas pop usaram anúncios em contextos diferentes do habitual, por perceberem que o acesso do público à cultura visual não se dava pelos museus e pelas galerias, mas por meio das revistas.
 O crítico britânico Lawrence Alloway defendia que uma área de cultura visual nova estava mudando o mundo moderno e desafiava as hierarquias tradicionais da expressão artística. As artes visuais precisavam então responder aos gostos do público ou se tornariam irrelevantes. A mudança tecnológica moldava diretamente a sensibilidade visual moderna. Surgia uma estética do descartável, baseada no interesse em estimular o consumo por meio da mudança estilística e da obsolescência planejada. A arte moderna ligava-se então a complexas possibilidades de expressão visual.
 Depois de anos de racionamento (durante a Guerra e prolongado por muitos anos em muitos países), o apelo dos novos produtos, suas promessas de abundância e facilidades, pareciam exóticos e atraentes, principalmente para os jovens artistas e críticos. 
 Assim, o ambiente da cultura popular e dos meios de comunicação, antes negligenciados pela principal corrente da arte modernista, representada até então principalmente pelo Expressionismo abstrato, se tornou fonte para a arte.
O surgimento do pop
 Nos Estados Unidos, que difundiram a pop art por todo o Ocidente, os artistas, a 
princípio, não se conheciam e atuavam independentemente. 
Alguns desses artistas haviam iniciado suas carreiras como artistas gestuais 
(Expressionistas abstratos), mas consideraram que os resultados não diferiam 
muito dos encontrados por Franz Kline e Willem De Kooning. Entretanto, a 
postura estética do compositor John Cage, que atentava a qualquer ruído 
insignificante ou trivial, ajudava a dirigir a atenção artística para as minúcias do 
mundo circundante e inspirava muitos jovens artistas. Muitos descendiam de 
imigrantes e tinham pouco apreço pelas hierarquias entre forma e tema 
(defendidas pelos críticos formalistas como Clement Greenberg). Por esse 
período começou também uma ampla expansão das histórias em quadrinhos e 
do cinema de Hollywood, que eram fontes da cultura visual dos novos artistas, 
assim como as diversas fontes fotográficas. 
Havia então uma sensibilidade pop no Ocidente por esse período, mais 
harmonizada com a história política e que perdurou até a conclusão dessas 
questões surgidas na década de 1960. Mas a pop art afetou então diretamente o 
curso da arte posterior em todo o mundo e reconfigurou o nosso entendimento 
do que é a cultura
O pop art na Inglaterra
 Os principais artistas e críticos pop britânicos participaram de um grupo ligado ao Institute of Contemporary Art, o Independent Group. Lá essa arte foi teorizada e discutida desde seus primórdios.
Além do já citado Richard Hamilton - “O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes”, destacaram-se Peter Blake, cujas pinturas revelam uma certa nostalgia. Ele desenhou capas de discos para bandas como The Beatles. David Hockney mostra a mitificação europeia dos Estados Unidos como local de liberdade. Outros artistas importantes são Peter Phillips, R. B. Kitaj e Allen Jones (entre outros). De um modo geral, criam hinos românticos a uma civilização meio real e meio imaginada, um paraíso de pin-ups e máquinas caça-níqueis.
Principais artistas nos EUA
 Andy Warhol é considerado o verdadeiro repórter visual da era da televisão, com suas temáticas banais e seu distanciamento frio e aparentemente implacável com que retratou, com base fotográfica, figuras da alta sociedade e produtos de consumo cotidiano do cidadão comum utilizando uma linguagem quase publicitária, conferindo à sua obra um caráter de retratista da era capitalista.
Artistas pop nos EUA
Andy Warhol, Roy Lichtenstein, George Segal, Allen Jones, Tom Wesselmann, Larry Rivers, Jim Dime, Claes Oldenburg, Robert Indiana, Robert Rosenquist.
 
Trabalho de Roy Lichtenstein 
Pinta ampliações de coisas em uma linguagem tomada das histórias em quadrinhos. Reproduz meticulosamente as retículas do processo de impressão. Faz ver pela primeira vez as rígidas convenções do estilo quadrinhos.
 Andy Warhol elimina totalmente a ideia de arte manual. “A razão por que estou pintando assim é porque quero ser uma máquina. Tudo o que eu faço, e faço como máquina, é porque é isso que eu quero fazer. Penso que seria estupendo se todo mundo fosse igual.” Apresentava um exame minucioso do banal, em uma linguagem de estereótipos. Transferia para tela imagens fotográficas por meio de estênceis. Segundo Eduard Lucy Smith, “olhamos como se fosse pela primeira vez coisas que nos são familiares, mas que foram separadas de seus contextos correntes, e refletimos sobre os significados da existência contemporânea”. Realizou filmes que criam pelo exame do banal uma identificação fria.
 Andy Warhol, “Lata Grande de Sopa Campbell, Rasgada”, 1962, acrílico sobre tela, 183 x 137 cm. 
 Considerado o “pai da arte em vídeo”, suas capacidades técnicas em eletrônica e seu conhecimento sobre a produção de imagens televisivas abstratas levaram-no a produzir uma arte que incomodou e chocou, ao mesmo tempo incorporando os princípios da arte conceitual, da performance e da arte em vídeo, em suas obras.
 Nam June Paik, “Voltaire”, 1989, escultura em vídeo, 300 x 200 x 55 cm. Galerie Beaubourg, Paris.
Reflexos da pop art no Brasil
Os artistas pop norte-americanos tinham uso mais frio no sequestro e na manipulação de imagens do que o modo como alguns artistas brasileiros trabalhavam. A “frieza modular” (usada pelas repetições de Warhol e também pelos artistas minimalistas) não foi muito utilizada aqui. Mas artistas como Nelson Leirner, Wesley Duke Lee, Cláudio Tozzi, Rubens Gerchman, Maurício Nogueira Lima e Antônio Dias, entre outros, investiram em uma aproximação “barroca”, quente, do cotidiano das metrópoles (incluindo por vezes alegorias de sua situação política).
Trabalho de Nelson Leirner

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