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1 1. HISTÓRICO A origem da praça dos Leões se dá a partir da construção da Igreja do Rosário, por volta de 1730. A grande muralha existente entre a rua de baixo e a praça, foi construída no governo de Inácio Corrêa de Vasconcelos em 1847 devido à grande incidência de chuvas no local e assim ocasionando a erosão do solo. Com a reforma, trouxe um lugar aprazível de passeio público, pois foram levantados pilares e gradarias de ferro e foram feitas escadarias para a rua debaixo. Ao longo da segunda metade do século XIX, a cidade de Fortaleza expandiu-se e beneficiou-se com a construção de outras praças e edifícios públicos, tais como a Santa Casa de Misericórdia, a Assembleia Legislativa, o Passeio Público e a Estação Ferroviária João Felipe e o Mercado de Ferro Nesse período fica caracterizado como Belle Époque de Fortaleza e a estátua foi encomendada toda em Bronze, com 2 metros de altura tendo sido fundida nas oficinas de artes da França de La Fonderie Thiebaut Fréres . Em 1887, ela fica conhecida como Praça General Tibúrcio e em 8 de Abril de 1888, foi inaugurada a primeira estátua erigida em Fortaleza, a do general Antônio Tibúrcio Ferreira de Sousa, fundida nas oficinas de Thiebaut- Fréres, e o pedestal de mármore esculpido, em Fortaleza, pelo artista Frederico Skinner. Em 1891 foi iniciado o alinhamento da praça por sugestão do vereador José Albano. No ano seguinte houve uma revolta do colégio Militar que terminou por depor o presidente do Estado José Clarindo de Queirós e com esse evento houveram muitos tiros que atingiram a praça. O palácio que ali existia e a estátua do general Tibúrcio que caiu de pé e em 1892 foi recolocada no lugar. Na administração de Intendente Idelfonso Albano (filho de José Albano) no ano de 1914, houve uma total reforma na praça, refazendo todas as fachadas das casas da Rua General Bezerril serem recuadas. Nessa mesma época foram colocadas as estátuas dos animais e o coreto para apresentações de bandas de músicas. Também foi aberta a Rua da Assembleia (Rua São Paulo) onde existiam casas que avançavam até quase o meio da praça, o ajardinamento incluiu ainda a retirada do velho gradil de ferro, substituindo-o por uma balaustrada artística. 2 1.1. IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO Conforme anteriormente citado a origem da “Praça dos Leões” remonta aos tempos da construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário que foi construída originalmente em taipa, em 1730 por negros escravos e libertos. Somente no ano de 1755, a Igreja foi reconstruída com o uso de pedra e cal. A igreja foi construída em um tempo em que havia separação de classes sociais e raças em templos religiosos, ela era o espaço dos negros até ser denominada como igreja matriz de Fortaleza entre os anos 1821 a 1854, enquanto se reconstruía a Matriz de São José. Foram feitas reparações nos anos de 1855 e 1872, após um tempo 3 aedificação passou por um processo de restauração e foi entregue para a população em 2004. Ela foi tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- IPHAN, sendo considerada a igreja mais antiga do estado do Ceará. Conforme os relatos anteriores e por estar localizada ao lado do Palácio da Luz na “Praça dos Leões”, a Igreja do Rosário foi palco de celebrações religiosas, eleições e enterros. Em uma de suas paredes está sepultado João Facundo de Castro Menezes - o Major Facundo (1787-1841). Chefe do Partido Liberal, nomeado vice-presidente da província do Ceará durante a gestão do Brigadeiro José Joaquim Coelho (1841-1843) por quem fazia cerrada oposição, tendo sido assassinado em 1841. Durante a última reforma, no piso da Igreja do Rosário foi encontrado o maior número de sepultamentos do século XIX do Ceará, com sepulturas anônimas, sem lápide e sem identificação. Como não havia cemitérios na época, os enterros eram feitos em igrejas ou nas suas intermediações. 4 1.2. MONUMENTOS DA PRAÇA DOS LEÕES General Tibúrcio Cavalcante A estátua possui 2 metros de altura e ficava sobre um pedestal retangular em mármore de 2,50 cm e era cercado por gradil de ferro dourado delimitando o espaço entre o homenageado e o público. Atualmente existe um belo jardim que nos faz esquecer que embaixo repousam os restos mortais do general que foram depositados no mausoléu criado em 1952. O projeto do monumento foi reproduzido no jornal Libertador, que por sua vez simpatizava com à criação da obra. Tendo a reprodução como referência percebemos algumas transformações do monumento em relação ao projeto original. Nessa época o militar estava apoiado em sua espada, elemento ausente na atual obra, não podendo afirmar com precisão se esta ausência se dá através da falta no projeto final ou se é consequência de vandalismo. Mas entre as duas evidência tende-se a acreditar na primeira, pois não há vestígios de depredação na perna 5 esquerda, membro onde deveria estar a espada, como também o estado de conservação do monumento torna-se satisfatório, pois não existe sinal de pichações na estátua. A obra também foi posicionada de forma estratégica, pois nas proximidades da praça existiam vários equipamentos políticos. Raquel de Queiroz A estátua Raquel de Queiroz chama a atenção de quem passa pela praça. É muito comum alguém passar para fotografá-la e, até mesmo presenteá-la com flores existentes no local. O contato físico e sucesso da obra deve-se a ausência de um pedestal ou qualquer outro suporte de mediação entre a obra e o espectador. Além disso, a imagem da escritora cearense está mais viva na memória das pessoas do que os feitos do general. 6 2.0 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO (PRAÇA DOS LEÕES) CANTEIROS 3 – LATERAIS RETOS (COM PINTURAS DESGASTADAS) 8 – ENVOLTA DO MAUSOLÉU, SENDO 1 COM CORETO (ALGUNS CANTEIROS MUITO SUJOS) 1- CENTRAL COM O MAUSOLÉU ESCADARIAS LATERAL – 10 DEGRAUS, H= 18 cm PRINCIPAL – 4 DEGRAUS, 1 PATAMAR, 2 ESCADAS LATERAIS 16 DEGRAUS CADA, H= 16 cm. CORETO 1 – (NO CANTEIRO ENVOLTA DO MAUSOLÉU) ESTATUAS 1– GENERAL TIBÚRCIO (NO CANTEIRO CENTRAL) 1- RAQUEL DE QUEIROZ (NO BANCO SENTADA) 1 – CUPIDO (NO CANTEIRO ENVOLTA DO MAUSOLÉU) LEÕES 1 – LATERAL 1- EM FRENTE A ESCADA PRINCIPAL 1 – ATRAS DO LADO DO CORETO PORTICOS 8 – ENVOLTO DO MAUSOLÉU (NO CANTEIRO CENTRAL) SENDO 1 QUEBRADO 7 POSTES 10 – H =1,40cm (EM CIMA DA MURETA), ALGUNS POSSUEM FERRUGEM 20 – H=2,50cm (NO INTERIOR DA PRAÇA) 14 – H=3,5cm (LATERAL DA PRAÇA) FRADINHO “Bolas que impedem passagem de carros” 2 – (AO LADO DO MUSEU DO CEARÁ) CORRENTE “Impedem passagem de carros” 1 – COM DOIS APOIOS (AO LADO DO MUSEU DO CEARÁ) BANCOS 1 – COM DOIS LADOS 17- LATERAIS SEM ENCOSTO H=48cm, L=28cm, C= 2,2cm 18 – INTERNOS SEM ENCOSTO H=48cm, L=28cm, C= 2,2cm 1 – COM ESTATUA DE RAQUEL DE QUEIROZ, COM ENCOSTO 1 – IGUAL AO DA ESTATUA DE RAQUEL DE QUEIROZ, MAS COM COR DIFERENTE (VERDE) VASOS 1 – DIFERENTE EM CIMA DA MURETA AO LADO DA ESCADARIA LATERAL 2 – PEQUENOS NA ENTRADA DO MAUSOLÉU, SENDO 1 QUEBRADO 9 – EM CIMA DA MURETA, (FALTA 3 VASOS) 1 – EM CIMA DA MURETA INTERNA, ESTA QUEBRADO VEGETAÇÃO 10 – JACARANDÁ 8 1 – CORTADA 17 – NÃO IDENTIFICADAS 4 – PALMEIRAS IMPERIAIS 1 – PALMEIRA PISO PISO INTERIOR, PEDRA PORTUGUESA (ALGUMAS PARTES CRESCENDO VEGETAÇÃO“CAPIM” E ALGUNS SOLTOS) PISO EXTERNO, PASSEIO (PISO FUNDO, E ALGUNS QUEBRADOS) QUICHE DE GUARDA MUNICIPAL 1 – (AO LADO DA IGREJA) 2.1 CONCLUSÃO A praça se encontra suja, com falta de manutenção. Necessitando poda da vegetação existente, manutenção de bancos, esculturas e estátuas (leões, General Tibúrcio, Cupido e Raquel de Queiroz), que se encontram com pátina, os leões com ferrugem. Alguns vasos quebrados e faltando. Paredes e balaústre com umidade, paredes e muretas com rachaduras. Pisos desgastados e sujos, alguns com vegetação daninha, alguns soltos, nos trechos de passeio existem alguns pisos quebrados e fundos. 9 3.0 MAPA DE DANOS (PRAÇA DOS LEÕES) AGENTES DE DEGRADAÇÃO – CLASSIFICAÇÃO 1- DESCOLAMENTO DE PINTURA DANOS: Rompimento, descolamento e desprendimento até a perda da película de tinta. LOCALIZAÇÃO: Paredes do entorno da praça, canteiros laterais retos, estátuas, postes, bancos e guarda-corpos; DESCRIÇÃO: O descolamento ocorre quando a tinta se sobressai do plano da parede. O rompimento da tinta é a consequência da extrema tensão sofrida pela tinta ao ser empurrada para fora da parede até se desprender do reboco; CAUSAS: A desagregação ocorre tanto por agentes de clima (vento, chuva, sol, etc.) quanto por micro-organismos que se desenvolvem por presença de umidade pluvial; ORIGEM: A presença de fungos e outros micro-organismos sobre o substrato da argamassa, que deveriam ser removidos antes da caiação, agenciam o desprendimento da tinta; NATUREZA: O clima e inadequação de procedimentos para a pintura; AGENTES: Clima e agentes biológicos; CONDUTA: Aeração das bases das alvenarias, próximas às fundações, permitindo que a umidade evapore antes de chegar à altura das manchas; remoção mecânica (raspagem e/ou lixamento) do excesso e aplicar compressas com água deionizada nas áreas afetadas para a remoção dos sais. 2- PÁTINA (CORROSÃO, OXIDAÇÃO e FERRUGEM) DANOS: Oxidação e corrosão de peças metálicas; LOCALIZAÇÃO: Estátuas e postes de ferro; DESCRIÇÃO: A corrosão é um processo de deterioração do material que produz alterações prejudiciais e indesejáveis nas peças. Sendo o produto da corrosão um elemento diferente do material original, a liga acaba perdendo suas qualidades essenciais, tais como resistência mecânica, elasticidade, ductilidade, estética, etc.; 10 CAUSAS: O aço oxida quando em contato com gases nocivos ou umidade, necessitando por isso de cuidados para prolongar sua durabilidade; ORIGEM: Escoamento de fluidos, desgaste mecânico provocado pela abrasão superficial de substâncias sólidas, líquidas ou gasosas; NATUREZA: Ocorre em locais turbulentos onde o meio corrosivo se encontra em alta velocidade aumentando o grau de oxidação das peças. É possível encontrar esse problema em locais que contenham ação direta ou indireta de salinidade (portos, pontes e embarcações); AGENTES: Gases nocivos ou umidade, chuvas e demais intempéries; CONDUTA: Para protege-las da oxidação e, portanto, da ferrugem, as obras em ferro precisam ser recobertas de pintura galvanizada anticorrosiva, zinco ou bronze. Ela pode ser diminuída também através da redução do meio agressivo e outros materiais resistentes à corrosão; 3- MANCHAS DE SUJIDADE DANOS: Manchas escuras, provenientes de sujeira; DESCRIÇÃO: São manchas escuras que se apresentam ao longo dos elementos superficiais, geralmente são saliências ou outro elemento arquitetônico que venha impedir o escoamento das águas que se precipitam e se acumulam; LOCALIZAÇÃO: Canteiros envoltos ao Mausoléu, bancos, guarda-corpos, escadas e calçadas; SINTOMA: Ocorrência de manchas mais escuras que a cor original, com a superfície podendo apresentar rupturas da camada de tinta; CAUSAS- As manchas escuras são decorrentes da umidade, que naturalmente geram o lodo, associadas aos dejetos de pequenos pássaros (pombos, pardais, etc.) e que sob a ação do Sol ressecam formando um véu escuro; ORIGEM- Quando chove, poeiras de fuligem e poluição, dejetos e excrementos de aves que escorrem e falta de manutenção periodicamente; NATUREZA- Oscilações climáticas, reações de natureza química, física e biológica; AGENTE- Umidade pluvial, poluição, e aves de pequeno porte. CONDUTA- remoção mecânica (raspagem e/ou lixamento) do material em depósito, limpeza e impermeabilização do elemento afetado. 11 4- TRINCAS E RACHADURAS DANOS: Trinca e rachaduras DESCRIÇÃO: Ocorrência de trincadura que se desenvolve obliquamente em relação ao prumo; LOCALIZAÇÃO: Guarda-corpos, vasos e meios-fios; SINTOMA: Marcas e aberturas nos elementos; CAUSAS: Esforços e ações externas, movimentação do solo, exposição ao Sol, ressecamento do material das peças; ORIGEM: Falta de manutenção, movimento natural do solo e reações do material à substâncias e esforços diversos; NATUREZA: Oscilações climáticas, oxidação e ferrugem entre outras reações de físicas e biológicas; AGENTE: Umidade pluvial, exposição ao Sol, etc.; CONDUTA: Analisar as estruturas e a consequência do seu peso próprio, agente e esforços externos aplicados sobre os elementos 5- IRREGULARIDADE NOS PASSEIOS DANOS: Desníveis no piso de pedra portuguesa, descolamento das pedras, Pedras quebradas e/ou fundas e sujeira; LOCALIZAÇÃO: Passeios internos e externos; DESCRIÇÃO: Piso em estado de degradação, por falta de manutenção e afetado por agentes externos- naturais (chuva, sol), semeadura de animais e fungos. O descolamento das pedras se dá pela falta de manutenção, má execução e encaixe de peças e tráfego indevido; CAUSAS: falta de conservação e manutenção das calçadas, 12 ORIGEM: Umidade pluvial, exposição ao Sol, deposição de sujeira vinda de outros locais através do vento e do tráfego; NATUREZA: Má execução e encaixe de peças, tráfego indevido e ausência de manutenção; AGENTES: Tráfego de pessoas, clima, chuva, ação solar, etc.; CONDUTA: Tendo em conta que se trata de pedras naturais, há cuidados que têm de ser respeitados na limpeza e manutenção da calçada portuguesa, como polimento e limpeza profunda. 6- LIXO DANOS: Degradação da imagem da praça, deposição de dejetos próximo às áreas de convivência; LOCALIZAÇÃO: Canteiros da praça e outros espaços, próximo a postes, árvores e bancos; DESCRIÇÃO: Acúmulo e deposição de dejetos e objetos em desuso em locais inapropriados; CAUSAS: Colocação indevida de lixo; ORIGEM: Falta de fiscalização, coleta e conscientização geral da população; NATUREZA: Acúmulo e deposição de dejetos trazidos pelo vento, fixados e acumulados pela chuva; AGENTES: A própria população, agentes externos e transporte indireto de resíduos; CONDUTA: Realizar limpeza diária, coleta seletiva, conscientizar a população, além de fiscalização frequente. 7- VEGETAÇÃO/GRAMA EM LOCAL INAPROPRIADO DANOS: Degradação da imagem da praça, desgaste físico de elementos; LOCALIZAÇÃO: Escadarias, guarda-corpos, vasos, postes e passeios; DESCRIÇÃO: Crescimento de vegetação em estruturas da praça (escadarias, guarda-corpos, vasos, postes e passeios); 13 CAUSAS: Brechas nos revestimentos, transporte de sementes através do vento, pássaros ou até mesmo no processo de aplicação dos revestimentos; ORIGEM: Falta de manutenção; NATUREZA: Transporte de sementes através do vento e pássaros e, posteriormente a ação da chuva e do sol que auxiliam no crescimento das vegetações; AGENTES: Agentes externos e transporte indireto de sementese afins; CONDUTA: Manutenção da praça e dos elementos afetados pelo crescimento da vegetação; 8- COPA DAS ÁRVORES DANOS: Degradação da imagem da praça e impedimento da visão para outras edificações importantes do local; LOCALIZAÇÃO: Árvores da praça; DESCRIÇÃO: Copa das árvores muito grandes, necessitando de poda; CAUSAS: Crescimento natural e/ou acelerado das espécies; ORIGEM: Falta de manutenção; NATUREZA: Crescimento natural e/ou acelerados das espécies; AGENTES: Chuva e Sol influenciam no crescimento das espécies; CONDUTA: Tem-se que executar a poda com profissionais qualificados, o período da tarde permite que as plantas tenham o período noturno para cicatrizar os cortes. Para minimizar a exposição do corte, que pode ser contaminado com fungos e bactérias resultando no adoecimento da planta, tem-se que utilizar uma camada de látex, verniz ou produto próprio para cicatrização do corte, como por exemplo, pasta de carboximetil, celulose com pó de canela e própolis, aplicada sobre a zone de corte, que dá ótimos resultados. 4.0 PROPOSTA 14 O intuito da nossa proposta é tentar resgatar ao máximo a essência original da praça. Para atingir tal objetivo, vimos a necessidade de podar árvores e recuperar a vegetação original; haver uma troca de piso do local; restaurar bancos, vasos, postes, pórticos e monumentos. Observamos também a necessidade de uma troca de pintura no local, através da prospecção existente na praça em geral, como por exemplo em muretas, mauseléu, bancos e fachadas dos edifícios ao redor. Pensamos em algo que atraía e que deixe a praça menos marginalizada, de modo que não modifique a praça e a deixe o mais original possível. Com isso, concluímos em fazer uma extensão do museu do Ceará a céu aberto, de modo que atenta a todos os tipos de necessidades, com utilização de rampas, piso tátil e guias. Podendo ter exposições que aflorem os sentidos também de portadores de deficiência visual e física.
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