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60017RESUMOP PENAL IAULA7 PRISO EM FLAGRANTE PARTE 3 (1)

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Processo Penal I – Aula 7 – Prisão em Flagrante – Parte 3 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários 
e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
1 
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 Processo Penal I – Aula 7 – Prisão em Flagrante – Parte 3 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários 
e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Sumário 
1. Medidas cautelares (continuação) ............................................................................. 3 
1.1 Prisão em flagrante nas espécies de crimes ......................................................... 3 
1.1.1 Flagrante em crimes permanentes ................................................................ 3 
1.1.2 Flagrante em crimes continuados (art. 71, CP) .............................................. 3 
1.1.3 Flagrante em crimes habituais ....................................................................... 4 
1.1.4 Flagrante em crimes de ação privada e de ação pública condicionada ......... 5 
1.1.4 Flagrante em crimes de menor potencial ofensivo........................................ 7 
1.1.5 Flagrante na lei de drogas .............................................................................. 9 
1.2 Procedimento e formalidades legais .................................................................. 10 
1.2.1 Apresentação do preso e lavratura do auto de prisão em flagrante ........... 11 
1.2.1.1 Testemunhas instrumentais ou indiretas ............................................. 12 
1.2.1.2 Testemunha fedatária .......................................................................... 12 
1.2.2 Recolhimento ao cárcere ............................................................................. 12 
1.2.2.1 Remessa à autoridade com atribuição ................................................. 13 
1.2.3 Comunicação e remessa à autoridade judicial ............................................. 13 
1.2.4 Nota de culpa ............................................................................................... 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Processo Penal I – Aula 7 – Prisão em Flagrante – Parte 3 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1. Medidas cautelares (continuação) 
1.1 Prisão em flagrante nas espécies de crimes 
1.1.1 Flagrante em crimes permanentes 
Entende-se em flagrante o agente enquanto não cessar a permanência: 
 Art. 303, CPP. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito 
enquanto não cessar a permanência. 
 
Exemplo: Em crime de estelionato previdenciário, o juiz perguntou ao réu se ele estava 
recebendo o benefício ainda. O réu afirmava que sim e o juiz o prendia em flagrante, pois 
trata-se de um crime permanente e ainda não tinha cessado a permanência. 
Na visão dos Tribunais Superiores, o estelionato previdenciário para o beneficiário, ou 
seja, quem recebe o benefício, é crime permanente1. Nos crimes permanentes, enquanto não 
cessar a permanência, existe a situação de flagrante. 
Da mesma forma, no caso policial que simula a compra de droga, fingindo ser um 
usuário de drogas, não será de um crime impossível, uma vez que o crime já está consumado. 
Guardar, ter em depósito ou trazer consigo são figuras permanentes que já estavam 
consumadas antes da simulação de compra feita pelo policial. 
 
1.1.2 Flagrante em crimes continuados (art. 71, CP) 
Nos crimes continuados, a situação de flagrante deverá ser avaliada em cada um dos 
delitos per si. A continuidade delitiva é uma ficção jurídica para aplicação de pena. Trata-se de 
um concurso material de crimes, mas que o legislador optou por conferir um tratamento mais 
benéfico no art. 71, CP, ao determinar a aplicação de apenas uma pena com a exasperação de 
1/6 a 2/3. 
Art. 71, CP. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução 
e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, 
aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
 
1 Nota do monitor: O crime de estelionato previdenciário está previsto no art. 171, §3º, CP (Art. 171 - Obter, para 
si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante 
artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos 
mil réis a dez contos de réis. § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de 
entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.). O STF e o 
STJ possuem o seguinte entendimento: a) Para aquele que comete a fraude contra a Previdência e não se torna 
beneficiário da aposentadoria: o crime é instantâneo, ainda que de efeitos permanentes. b) Para o beneficiário: 
o delito continua sendo permanente, consumando-se com a cessação da permanência (ou seja, a cessação da 
obtenção da vantagem ilícita). O Min. Ayres Britto chama essa distinção de “natureza binária, ou dual, da 
infração” (HC 104880/RJ). (CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Estelionato previdenciário (art. 171, § 3º do CP): 
crime permanente ou instantâneo? Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/9cb67ffb59554ab1dabb65bcb370ddd9>) 
 Processo Penal I – Aula 7 – Prisão em Flagrante – Parte 3 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários 
e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Nos crimes continuados, há um concurso de crimes, mas, por uma opção do legislador, 
não é aplicada a regra da cumulação, ou seja, não há o somatório das penas. Há, sim, a regra 
da exasperação para beneficiar o réu. 
Cada delito tem o seu momento e, por isso, o flagrante deverá ser identificado em cada 
delito de per si e isoladamente, uma vez que a continuidade é apenas uma ficção jurídica para 
a aplicação da pena2. 
 
 1.1.3 Flagrante em crimes habituais 
Nos crimes habituais3, há entendimento doutrinário de que não cabe prisão em 
flagrante em razão da dificuldade de aferir a habitualidade, já que a prática isolada de cada 
comportamento é atípica4. 
Normalmente, quando se identifica um crime habitual, como no caso do exercício 
ilegal da medicina, e o policial, ao se dirigir ao local, identifica um consultório montado e o 
agente se apresentando como médico, há uma situação de flagrante. Para o professor, esse é 
equivocadoo entendimento doutrinário da impossibilidade do flagrante em crimes habituais 
por conta da dificuldade em auferir a habitualidade. 
O que caracteriza a habitualidade no crime de exercício ilegal da medicina não é a mera 
reiteração da conduta. A reiteração é uma consequência e reforça a habitualidade, porém a 
habitualidade em si é caracterizada pela intenção, dolo, elemento subjetivo especial da 
intenção de profissionalismo. O exercício ilegal da medicina envolve um aspecto interno 
subjetivo, que é a intenção de profissionalismo. 
Em síntese, parte da doutrina entende que não caberia prisão em flagrante nos crimes 
habituais5 ante a dificuldade em aferir a habitualidade. Por outro lado, há quem defenda, 
assim como o professor que, evidenciado o ânimo de habitualidade, é possível caracterizar o 
flagrante6 em crimes habituais. 
 
2 Nota do monitor: Na medida em que os delitos que compõem o crime continuado guardam, em termos fáticos, 
autonomia entre si, cada um deles autoriza, de forma independente no tocante aos demais, a efetivação da 
prisão, desde que presente uma das hipóteses do art. 302, CPP. É o que se denomina de flagrante fracionado. 
(LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 4.ed. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 910) 
3 Nota do monitor: Crime habitual não se confunde com habitualidade criminosa. Enquanto no crime habitual o 
delito é único, figurando a habitualidade como elementar do tipo, na habitualidade criminosa há pluralidade de 
crimes, sendo a habitualidade uma característica do agente, e não da infração penal. (Ibid., p. 908) 
4 Nota do monitor: Tourinho Filho, por exemplo, considera que, quando a polícia prende o acusado em flagrante, 
está surpreendendo-o em um único ato e que o crime considerado habitual não se consuma com uma só ação, 
exigindo, ao contrário, pluralidade de atos, razão pela qual é impossível o flagrante nesse caso. (AVENA, 
Norberto. Processo Penal. 9.ed. São Paulo: Método, 2017, p. 649) 
5 Nota do monitor: Além do art. 282, CP, o rufianismo também é exemplo de crime habitual (art. 230, CP). 
6 Nota do monitor: No mesmo sentido, sustenta Renato Brasileiro que “não se pode estabelecer uma vedação 
absoluta à prisão em flagrante em crimes habituais. Na verdade, a possibilidade de efetivação da prisão em 
flagrante em crimes habituais deve estar diretamente ligada à comprovação, no ato, da reiteração da prática 
delituosa do agente.”. (LIMA, loc.cit.) 
 Processo Penal I – Aula 7 – Prisão em Flagrante – Parte 3 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Segundo o professor, haveria dificuldade da prisão em flagrante por crime habitual de 
exercício ilegal da medicina no primeiro atendimento. Contudo, mesmo assim, para ele, 
haveria flagrante, pois o sujeito estaria iniciando o ato executório de exercer a atividade sem 
autorização. 
 
Hipótese7 Caracterização Exemplo Momento do flagrante 
Crime 
habitual 
Delito único que se 
considera consumado 
a partir de várias 
condutas praticadas 
pelo agente. 
Curandeirismo. 1.ª posição: Não é 
possível o flagrante nesta 
modalidade, pois o delito 
não se perfaz a partir de 
um ato isolado. 
2.ª posição: viável o 
flagrante se, no momento 
da prática de um dos 
atos, houver prova 
inequívoca dos atos 
anteriores perpetrados 
pelo mesmo agente. 
Crime 
permanente 
Delito único, cuja 
consumação se protrai 
no tempo, perdurando 
enquanto não cessar a 
atividade do agente. 
Cárcere privado O flagrante pode ser 
efetivado a qualquer 
momento. 
Crime 
continuado 
Diversos crimes da 
mesma espécie, 
perpetrados em 
condições de tempo, 
local e forma de 
execução semelhantes 
(art. 71 do CP). 
Vários crimes de 
furto, cometidos 
pelo mesmo agente, 
em datas distintas, 
porém próximas, 
sendo todos na 
mesma cidade ou 
em suas 
proximidades. 
Cada um dos crimes 
poderá ser objeto de 
prisão em flagrante, pois 
os delitos consumam-se 
em momentos próprios e 
de forma independente 
uns dos outros. 
 
1.1.4 Flagrante em crimes de ação privada e de ação pública condicionada 
Nesses casos, assim como ocorre no inquérito policial, é necessário que haja uma 
manifestação de vontade da vítima. 
A captura, ou seja, a intervenção necessária para restabelecer a ordem jurídica pode 
acontecer. Porém, para a lavratura do auto de prisão em flagrante é necessária a manifestação 
 
7 Nota do monitor: Tabela comparativa extraída do livro AVENA, Norberto. Processo Penal. 9.ed. São Paulo: 
Método, 2017. 
 Processo Penal I – Aula 7 – Prisão em Flagrante – Parte 3 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. Não havendo, o autor da infração deverá 
ser liberado. 
Exemplo: qualquer pessoa do povo identifica uma situação em que uma pessoa está 
sendo estuprada pedindo socorro. Essa pessoa intervirá para fazer a prisão em flagrante do 
autor que está cometendo o crime ou acaba de cometer e o apresentará às autoridades. No 
tocante à formalização do flagrante, a lavratura do auto de prisão dependerá de 
representação da vítima, salvo se a vítima for menor de 18 anos ou vulnerável8, pois o crime 
de estupro é de ação penal pública condicionada a representação. 
Qualquer do povo9 pode e as autoridades devem prender quem estiver em flagrante 
delito, ou seja, intervir para restabelecer a ordem jurídica abalada. Porém, nos crimes de ação 
penal privada ou de ação penal pública incondicionada, para a formalização do flagrante e, no 
caso da ação penal pública condicionada, consequente persecução criminal, será necessária a 
manifestação de vontade da vítima ou do seu representante legal. 
A intervenção, seja das autoridades ou de qualquer do povo, para restabelecer a 
ordem jurídica abalada com a prática da infração penal é plenamente viável, conforme 
determina o art. 301, CPP. No entanto, no tocante a sua formalização, em que serão adotadas 
diligências e formalizado o auto de prisão em flagrante, será necessária, nos casos de ação 
privada ou ação penal pública condicionada, a representação da vítima ou do seu 
representante legal ou ainda, se for o caso, de requisição do Ministro da Justiça10. 
Não havendo essa manifestação, o autor do fato será liberado11. 
 
8 Nota do monitor: De acordo com o art. 225, caput, CP, a regra para os crimes sexuais é a ação penal pública 
condicionada à representação. Porém, nos casos de estupro qualificado pela idade da vítima (art. 213, §1º, CP) 
ou o praticado contra pessoa vulnerável, estabelece o parágrafo único do referido dispositivo que a ação penal 
será pública incondicionada. Da mesma forma, se a vítima tiver menos de quatorze anos, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tiver o necessário discernimento para a prática do ato ou, por qualquer outra causa, não 
puder oferecer resistência, será tipificado o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A, CP), cuja ação penal 
também é pública incondicionada. 
9 Nota do monitor: Trata-se de um exercício regular de direito “pro magistratu”. “Entende-se por exercício regular 
de direito pro magistratu as ações do cidadão que são permitidas e incentivadas pelo ordenamento jurídico, noscasos em que o Estado não pode fazer-se presente para tutelar um bem jurídico ou preservar a ordem pública. 
(...) O exemplo mais citado pela doutrina é a possibilidade de qualquer pessoa do povo prender quem quer que 
seja encontrado em flagrante delito (art. 301 do CPP) (RODRIGUES, 2012, p. 113).” (Biffe Junior, João; Leitão 
Junior, Joaquim. Concursos públicos: terminologias e teorias inusitadas. São Paulo: Método, 2017, p. 80-81) 
10 Nota do monitor: Se a vítima não puder imediatamente ir à delegacia para se manifestar, por ter sido conduzida 
ao hospital ou por qualquer motivo relevante, poderá fazê-lo no prazo da entrega da nota de culpa (24 horas). 
Não há necessidade de qualquer formalismo nessa manifestação de vontade, bastando estar evidenciada a 
intenção da vítima de que o autor do delito seja responsabilizado criminalmente. Assim, caso a vítima tenha 
comunicado o fato à autoridade policial e presenciado a lavratura do auto de prisão em flagrante, tem-se como 
demonstrado inequivocamente o seu interesse em que se promova a responsabilização penal do agente. (LIMA, 
Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 4.ed. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 909) 
11 Nota do monitor: Caso a vítima não emita autorização, deve a autoridade policial liberar o ofensor, sem 
nenhuma formalidade, documentando o ocorrido em boletim de ocorrência, para efeitos de praxe. (LIMA, loc. 
cit) 
 Processo Penal I – Aula 7 – Prisão em Flagrante – Parte 3 
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1.1.4 Flagrante em crimes de menor potencial ofensivo 
Ao autor do fato que, após a lavratura do termo circunstanciado, for imediatamente 
encaminhado ao juizado ou assumir compromisso de comparecer12, não se imporá a prisão 
em flagrante, nem se exigirá fiança. 
Art. 69, Lei 9.099/95. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará 
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e 
a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente 
encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá 
prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá 
determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de 
convivência com a vítima. 
 
As infrações de menor potencial ofensivo têm relevância penal. Assim, lavrado o termo 
circunstanciado, o autor do fato será levado ao juizado especial criminal ou, caso não haja 
disponibilidade para esse encaminhamento imediato, ele assumirá o compromisso de 
comparecer quando for intimado. 
Se ele for imediatamente encaminhado ou se comprometer a comparecer quando 
intimado a tanto, não se imporá a custódia cautelar a título de flagrante, pois a infração é de 
menor potencial ofensivo e poderá encerrar em composição civil dos danos, transação penal 
ou outra alternativa, evitando a ação penal e até mesmo a condenação a pena privativa de 
liberdade. 
Além de desnecessária a manutenção de uma custódia cautelar nesse caso, também 
não será exigida a fiança13. Portanto, o autor do fato será colocado em liberdade, não se 
imporá a prisão em flagrante e também não se exigirá a fiança. O termo circunstanciado 
substituirá o auto de prisão em flagrante. 
Por outro lado, caso ele se recuse a assinar o termo circunstanciado, será exigida 
fiança. Duas testemunhas instrumentais presenciarão a recusa dele em assinar o termo de 
compromisso e o delegado arbitrará fiança. Se, ainda assim, ele se recusar a pagar a fiança, 
será necessária a comunicação ao juízo para audiência de custódia, já que ele não quis se 
enquadrar no sistema proposto pelo art. 69, Lei 9.099/95. 
 
12 Nota do monitor: “Esse compromisso de comparecimento ao Juizado deve ser documentado mediante termo, 
assinado pelo interessado, e dele deve constar a possibilidade de se fazer acompanhar de advogado, com a 
advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á nomeado defensor público (Lei nº 9.099/95, art. 68).”. (Ibid., p. 1424) 
13 O delegado poderá arbitrar fiança quando a pena máxima não é superior a quatro anos (Art. 322, CPP. A 
autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade 
máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, 
que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.) 
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Em caso de violência doméstica, a parte final do art. 69, parágrafo único14, Lei 
9.099/95, autoriza o juiz a determinar, como medida de cautela, o afastamento do agressor 
do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima para evitar a reiteração da violência 
doméstica. 
A violência doméstica não ocorre somente contra a mulher15. A medida cautelar, nos 
casos de violência doméstica, não se confunde com custódia cautelar. Nesse caso, o juiz 
 
14 Nota do monitor: Renato Brasileiro sustenta que a parte final do art. 69, parágrafo único, Lei 9.099/95 foi 
tacitamente revogada pela Lei 12.403/11, que alterou o limite máximo da pena de lesão corporal leve qualificada 
pela violência doméstica, deixando de ser infração de menor potencial ofensivo. “Isso, no entanto, não significa 
dizer que não será possível a determinação do afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. 
Afinal, com a entrada em vigor da Lei nº 12.403/11, houve a inserção no CPP de medidas cautelares diversas da 
prisão, dentre elas a proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas 
infrações (art. 319, II) e a proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante (art. 319, III). Destarte, presentes o 
fumus comissi delicti e o periculum libertatis, afigura-se plenamente possível a imposição de tais medidas.” 
(LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 4.ed. Salvador: Juspodivum, 2016, p. 1424) 
15 Nota do monitor: Apesar da Lei Maria da Penha ser destinada à proteção da mulher, o art. 129, §9º, CP visa 
tutelar as demais desigualdades encontradas nas relações domésticas. “Assim, não há irregularidade em aplicar 
a qualificadora de violência doméstica às lesões corporais contra homem. Contudo, vale ressaltar que os 
institutos peculiares da Lei Maria da Penha só se aplicam quando a vítima for mulher. No caso concreto julgado 
pelo STJ, o filho empurrou seu pai que, com a queda, sofreu lesões corporais (art. 129, § 9º). STJ. 5ª Turma. RHC 
27622-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 7/8/2012.” (CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Qualificadora do § 
9º do art. 129 do CP aplica-se também quando a vítima for homem. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível 
em: 
Captura do indivíduo e 
apresentação à 
autoridade policial
O agente não concorda em 
comparecer ao Juizado e se recusa a 
assinar o termo de compromisso de 
comparecimento.
A autoridade policial fará a lavraturado auto de prisão em flagrante, 
cumprindo as demais formalidades 
do art. 304, CPP, e seguintes.
O agente concorda em 
comparecer ao Juizado 
Especial Criminal
A autoridade policial lavra o 
Termo Circunstanciado e 
encaminha o agente ao 
Juizado
A autoridade policial lavra o 
Termo Circunstanciado a ser 
subscrito pelo agente, que se 
compromete a comparecer 
ao Juizado.
Não será lavrado o auto 
de prisão em flagrante e 
também não será exigida 
fiança. O agente será 
liberado. 
Concessão da liberdade 
provisória com fiança 
arbitrada pelo próprio 
delegado. 
Preso em flagrante, 
nos termos do art. 
304, CPP, e 
seguintes 
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de evitar a reiteração da violência doméstica. 
 
1.1.5 Flagrante na lei de drogas 
Art. 48, §2º, Lei 11.343/06 (Lei de Drogas). Tratando-se da conduta prevista no art. 28 
desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente 
encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele 
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos 
exames e perícias necessários. 
 
Enquanto o art. 2816, Lei 11.343/06 não for declarado inconstitucional, não se imporá 
a prisão em flagrante do agente pelo porte de drogas para consumo pessoal, devendo ele ser 
apresentado diretamente ao juizado ou assumir o compromisso de que comparecerá. 
Ainda que ausente a autoridade judicial, o art. 48, §3º, Lei 11.343/06, autoriza a 
autoridade policial, ou seja, o delegado, a adotar as providências necessárias, vedada a 
detenção do agente. 
Art. 48, § 3º, Lei 11.343/06. Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no 
§ 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se 
encontrar, vedada a detenção do agente. 
 
Veda-se a detenção do agente, pois não há pena privativa de liberdade cominada. 
Logo, ainda que o agente não assuma o compromisso de comparecer, diferentemente das 
demais infrações de menor potencial ofensivo, não será possível mantê-lo em custódia 
tampouco exigir-lhe fiança. Ele deverá, necessariamente, ser colocado em liberdade, 
conforme determina o art. 48, §4º, Lei 11.343/06: 
Art. 48, § 4º, Lei 11.343/06. Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste artigo, 
o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de 
polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado. 
 
O art. 48, em seus parágrafos 2º, 3º e 4º, reforça a não imposição de prisão em 
flagrante, não exigência de fiança e a vedação à detenção, devendo o agente ser liberado, 
para lembrar que, como não há pena privativa de liberdade no art. 28, Lei 11.343/06, não se 
impõe qualquer medida cautelar17. 
 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b51a15f382ac914391a58850ab343b00>) 
16 Nota do monitor: Através do RE 635.659, questiona-se no STF a constitucionalidade da tipificação do porte de 
drogas para uso pessoal no art. 28 da Lei 11.343/06, sob o argumento de que viola o direito à intimidade. O caso 
concreto envolve a posse de maconha, mas há outras drogas que também deverão ser consideradas na opinião 
do professor. 
17 Art. 283, §1º, CPP. As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, 
cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade. 
 Processo Penal I – Aula 7 – Prisão em Flagrante – Parte 3 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários 
e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1.2 Procedimento e formalidades legais 
A sequência de atos que podem ser realizados por ocasião da lavratura e formalização 
do flagrante: a) captura do agente; b) Condução coercitiva; c) Lavratura do auto; d) 
Recolhimento ao cárcere; e) Providências para a lavratura do auto de prisão em flagrante; f) 
Comunicação à família ou a outra pessoa indicada pelo preso; e g) Encaminhamento ao juiz 
competente. 
A primeira fase do flagrante é a captura do agente, quando há a intervenção para o 
restabelecimento da ordem jurídica que foi afetada. Apreende-se o autor do fato, que, logo a 
seguir, será conduzido coercitivamente à autoridade competente. Essa condução coercitiva 
pode ser feita por qualquer do povo ou pela polícia militar ou civil. 
O autor do fato será apresentado à autoridade competente, que lavrará o auto de 
prisão em flagrante18 depois de adotadas as providências elencadas no art. 30419, CPP. 
Se das respostas obtidas, resultarem suspeitas contra o acusado, a autoridade policial 
mandará recolhê-lo à prisão, nos termos do art. 304, §1º20, CPP. Para a lavratura do auto de 
prisão em flagrante, serão adotadas diligências como a requisição de perícias, entrega de nota 
de culpa, etc. 
O preso terá direito a comunicar sua prisão à família ou a outra pessoa que indicar. 
Trata-se de uma garantia constitucional do preso, expressa no art. 5º, LXIII21, 2ª parte, CF/88. 
 
18 Nota do monitor: “Cuida-se, o auto de prisão em flagrante delito, de instrumento em que estão documentados 
os fatos que revelam a legalidade e a regularidade da restrição excepcional do direito de liberdade, funcionando, 
ademais, como uma das modalidades de notitia criminis (de cognição coercitiva), e, portanto, com peça inicial 
do inquérito policial. Todas as formalidades legais devem ser observadas quando de sua lavratura, seja no 
tocante à efetivação dos direitos constitucionais do preso em flagrante, seja em relação à documentação que 
deve ser feita, sob pena de a prisão ser considerada ilegal, do que deriva seu relaxamento. (...) No caso de crime 
relacionado a drogas, a lavratura do auto de prisão em flagrante está condicionada à presença de laudo de 
constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea 
(Lei nº 11.343/06, art. 50, §1º).” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 4.ed. Salvador: 
Juspodivm, 2016, p. 911) 
19 Art. 304, CPP. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá o condutor e colherá, desde logo, sua 
assinatura, entregando a este a cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das 
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, 
após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. 
20 Art. 304, § 1º, CPP. Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará 
recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou 
processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. 
21 Nota do monitor: O inciso LXIII versa sobre a comunicação ao preso sobre seus direitos, inclusive o de 
permanecer calado. “Art. 5º, LXIII, CF/88. O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado”. O inciso LXII versa 
especificamente sobre o direito de comunicação da prisãoà família do preso ou outra pessoa por ele indicada: 
“Art. 5º, , LXII, CF/88 - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente 
ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;” 
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Por fim, a parte administrativa da prisão em flagrante será encerrada com o 
encaminhamento do preso em flagrante ao juiz competente, que realizará a audiência de 
custódia e adotará uma das medidas previstas no art. 31022, CPP. 
A prisão em flagrante é preponderantemente administrativa. Após a lavratura do auto 
de prisão em flagrante, com a comunicação e encaminhamento do preso ao juiz competente, 
a prisão em flagrante passará à fase judicial, com a audiência de custódia ou de apresentação 
do preso. 
 
1.2.1 Apresentação do preso e lavratura do auto de prisão em flagrante 
O preso será apresentado à autoridade competente e serão adotadas as providências 
iniciais para a lavratura do auto de prisão em flagrante: 
Art. 304, caput, CPP. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o 
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo 
de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o 
acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, 
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o 
auto. 
 
O condutor será ouvido, sua assinatura será colhida e ele receberá um recibo de 
entrega do preso, com o dia e a hora da entrega à autoridade policial. Esse recibo é uma 
garantia para quem conduz, delimitando o momento em que o preso passou a estar sob 
custódia do Estado. 
A seguir, serão ouvidas as testemunhas. O conduzido, por sua vez, será ouvido depois 
das testemunhas, ao final. Assim como o interrogatório é o último ato da instrução23, no 
flagrante e no inquérito policial, o interrogatório deverá também ser colocado no último 
momento, apesar de não haver contraditório, garantindo-se a autodefesa24. 
 
22 Art. 310, CPP. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão 
ilegal; ou II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 
312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou III - 
conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
23 Art. 185, CPP. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será 
qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. (...) § 4º. Antes do 
interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização 
de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. 
Art. 400, CPP. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, 
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e 
pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos 
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. 
24 A defesa técnica também é assegurada, porém ela é disponível. A autodefesa sempre deverá ser assegurada, 
inclusive com o interrogatório do acusado, indiciado ou conduzido em último momento. 
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1.2.1.1 Testemunhas instrumentais ou indiretas 
São espécies de flagrante, o flagrante próprio, impróprio e o presumido. Geralmente, 
no flagrante próprio, há testemunhas, a exemplo da própria vítima. Porém, no flagrante 
impróprio e no flagrante presumido, nem sempre haverá a testemunha do fato. 
Nos flagrantes fictos, o legislador flexibilizou ainda mais a garantia ao afirmar que a 
falta de testemunhas do fato não impede a lavratura do flagrante. Nessa hipótese, serão 
utilizadas as testemunhas indiretas, que são aquelas que presenciaram a apresentação do 
preso à autoridade, conforme o art. 304, §2º, CPP. 
Art. 304, § 2º, CPP. A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em 
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas 
que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade. 
 
As testemunhas instrumentais ou indiretas não sabem nada do fato, apenas são 
importantes para a formalização do flagrante. 
 
1.2.1.2 Testemunha fedatária 
Art. 304, § 3º, CPP Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-
lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido 
sua leitura na presença deste. 
 
Se o acusado se recusar a assinar, não souber assinar ou não puder fazê-lo, duas 
testemunhas serão chamadas para ouvir a leitura na presença do preso e o assinarão25. 
 
1.2.2 Recolhimento ao cárcere 
Art. 305, §1º, CPP. Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a 
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar 
fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se 
não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. 
 
O delegado mandará recolher o acusado à prisão se, das respostas, houver fundada 
suspeita contra ele, salvo no caso de livrar-se solto ou prestar fiança. 
 
25 Nota do monitor: Renato Brasileiro adverte para não confundir as testemunhas que presenciaram o fato 
delituoso tampouco as que acompanharam a apresentação do preso à autoridade com as testemunhas do art. 
304, §3º, CPP. “Essas testemunhas, denominadas de fedatárias ou instrumentárias, que não são testemunhas de 
um fato, mas sim de um ato, serão chamadas a assinar o auto quando o preso se recusar a assiná-lo, não souber 
ou não puder fazê-lo, exigindo a lei que tenham ouvido a leitura do interrogatório na presença do conduzido. A 
finalidade é confirmar que as declarações ali colhidas foram efetivamente prestadas pelo preso.” (LIMA, Renato 
Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 4.ed. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 913-914) 
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Segundo a doutrina, a expressão “Livrar-se solto” não mais existe nem tem aplicação. 
Seria o art. 283, CPP, segundo o qual, nos fatos em que não há pena privativa de liberdade 
cominada, não se pode impor custódia cautelar. 
Por outro lado, se o caso for afiançável e tiver pena máxima de até 04 (quatro) anos26, 
a autoridade policial arbitrará a fiança e o colocará em liberdade, caso o acusado efetue o 
pagamento da fiança. O juiz somente tomará conhecimento posteriormente. A autoridade 
policial tem autonomia para fixarfiança. 
 
1.2.2.1 Remessa à autoridade com atribuição 
Se o auto de prisão em flagrante foi lavrado perante um delegado que não tem 
atribuição para a investigação, ele formalizará o flagrante e encaminhará os autos à 
autoridade policial que tiver atribuição. 
Exemplo: Uso de passaporte falso. O sujeito embarca em Guarulhos para os Estados 
Unidos, onde é detectada a falsidade do visto. Ele é deportado no primeiro voo de volta ao 
Brasil, mas esse voo desembarca em Fortaleza. O delegado da polícia federal de Fortaleza vai 
adotar as providências e remeterá os autos ao delegado de São Paulo, que tem atribuição para 
isso27. 
 
1.2.3 Comunicação e remessa à autoridade judicial 
Art. 306, caput, CPP. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do 
preso ou à pessoa por ele indicada. 
 
A comunicação deverá ser imediata. A remessa deverá ocorrer em até 24 horas após a 
prisão. Na prática da esfera federal, o delegado encaminha o ofício comunicando a prisão e 
anexa o auto de prisão em flagrante, que será autuado e distribuído a um juízo criminal federal 
ou encaminhado ao juiz de plantão. 
O Ministério Público também deverá ser comunicado imediatamente, bem como a 
família ou pessoa indicada pelo preso, como um advogado ou amigo que ele queira indicar, 
por exemplo. 
Art. 306, §1º, CPP. Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será 
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não 
informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. 
 
26 Art. 322, caput, CPP. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena 
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. 
27 Súmula 200, STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte 
falso é o do lugar onde o delito se consumou. 
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O auto de prisão em flagrante formalizado deverá ser encaminhado ao juiz em até 24 
(vinte e quatro) horas. Se o autuado não informar o advogado, nesse mesmo prazo será 
encaminhada uma cópia à Defensoria Pública. 
Se o prazo de 24 (vinte e quatro) horas para encaminhamento e recebimento pelo juiz 
não for respeitado, haverá excesso de prazo e a prisão em flagrante poderá se tornar ilegal. 
Já o não encaminhamento de cópia para a Defensoria Pública não gera ilegalidade na prisão, 
sendo mera irregularidade. 
 
1.2.4 Nota de culpa 
Art. 306, §2º, CPP. No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de 
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das 
testemunhas. 
 
A falta da entrega da nota de culpa é causa de ilegalidade da prisão e acarretará o seu 
relaxamento28. A nota de culpa é uma formalidade essencial, pois é através dela que o preso 
é informado sobre quem o prendeu, o motivo da prisão, etc. 
 
28 Nota do monitor: “Esse prazo de 24 (vinte e quatro) horas é contado a partir do momento da captura, e não 
da lavratura do auto de prisão em flagrante delito. Caso o preso não saiba, não possa ou não queira assinar, duas 
testemunhas assinarão o recibo pelo preso, atestando a entrega do documento (testemunhas instrumentárias).” 
(LIMA, Renato Brasileiro. Manual de Processo Penal. 4.ed. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 918)

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