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Facultativo (A) Flagrante Compulsório (B) A – O flagrante é facultativo quando um qualquer do povo efetua o flagrante, não sendo um comportamento exigido – Poderá B- O flagrante é compulsório quando o agente tem o dever de efetuar o flagrante – Deverão Art. 301 do CPP: “Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito”. O artigo 302 do CPP considera o que é flagrante delito e em seus incisos estão presente s os tipos de flagrante. Os incisos I e II caracterizam o flagrante próprio (A) e os incisos III e IV caracterizam o flagrante impróprio (B) A- Flagrante próprio/ real é quando o agente é surpreendido no instante em que esta praticando a infração B - Flagrante impróprio/ quase flagrante é quando o agente é perseguido logo após o ato ilícito em situação em que se faça presumir que ele é o ator da infração Atenção: De acordo com o artigo 290, CPP explicita o conceito de perseguição, dizendo que o acusado poderá ser preso em qualquer lugar (interestadual ou intermunicipal), podendo parar em curto período de tempo para coletar indícios ou informações sobre a localidade do réu. Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar- lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso. § 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando: a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista; b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço. Processo Penal II Juliana Amaral O inciso I do artigo 302 diz que considera-se flagrante delito quem esta cometendo a infração penal, ou seja, quem no momento da abordagem esta cometendo a infração e este é preso no ato do ilícito. O inciso II por sua vez inclui a figura daquele que acaba de cometer o crime, ou seja, aquele que cometeu o crime mas não teve sequer a chance de fugir, sendo preso após o cometimento do ilícito. O inciso III trata-se da perseguição ao acusado, quando o perseguido sai do campo de visão do perseguidor. Perceba: III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; Guilherme Nucci, em sua obra CPP comentado, pg. 634, explica que este inciso é a determinação para o que chamamos de “perseguição duradoura”, nas palavras do jurista: "pode demorar horas ou dias, desde que tenha tido início logo após a prática do crime” No inciso IV o acusado apesar de não ter em nenhum momento estado sob a visão do perseguidor é encontrado com indícios o suficiente para presumir que é o autor do fato. Exemplo: Pessoa rouba um carro azul com placa ABC1234 e horas depois uma blitz para o carro, aleatoriamente, e descobre que o mesmo advém de ilegalidade. Algumas condutas tem caráter permanente, podendo o flagrante do inciso IV ocorrer com mais facilidade o Exemplo: Art. 33 da Lei n° 11.343/06 Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: O flagrante no caso do “ter em depósito” deve ser bem observado, visto que segundo o artigo 5°, XI, CRFB/88 a casa é inviolável e sua violação indevida pode gerar a inépcia da denuncia. O inciso IV do artigo 302, CPP gera algumas discussões, pois parte da doutrina entende que por estar escrito “é encontrado” no dispositivo legal alguém deveria estar previamente procurando e a outra parte da doutrina entende que o encontro pode ser aleatório. Não se pode confundir o flagrante preparado com o flagrante forjado. Preparado (A) Flagrante Forjado (B) A – O flagrante preparado ocorre quando há a presença de um agente Flagrante esperado x forjado provocador que instiga o autor a praticar o crime – O agente provocador torna o flagrante ILEGAL. Perceba a súmula 145 do STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação Esse tipo de flagrante é ilegal, pois trata-se de hipótese de crime impossível presente no artigo 17 do Código Penal Atenção: Não é crime quando há conduta instigada pelo agente provocador, porém se essa instigação levar a outro crime pode haver o flagrante. Exemplo: Agente provocador chama Tício para vender entorpecentes (situação que não se consumaria), mas o agente descobre que Tício armazena entorpecentes em um galpão e o prende em flagrante B – O flagrante forjado ocorre quando se cria uma situação para incriminar alguém. Exemplo: Policial que implanta drogas no interior de um veículo e em seguida prende o condutor por tráfico de drogas. Atenção: Em que pese entendermos que apenas os policiais podem forjar um flagrante, grande parte da doutrina entende que situações montadas por terceiros também são consideradas ilegais. Exemplo: Maria desconfia que sua empregada doméstica esta furtando dinheiro de sua residência, então esconde uma câmera em sua sala e deixa uma nota de 50 reais sobre a mesa a fim de flagrar a empregada pegando o dinheiro. Existe também a figura do Flagrante ESPERADO que ao contrário do preparado e do forjado é válido e legal, podendo a autoridade policial saber do fato por noticia crime anônima (delatio criminis inqualificada) Exemplo: A policia recebe uma ligação anônima dizendo que no dia 5 às 17h haverá o descarregamento de objetos roubados na residência X, com essa informação a DEPOL providencia que agentes policiais aguardem esse descarregamento e após a situação se concretizar realizem a prisão em flagrante. Atenção: Nesse caso NÃO há a presença de um agente provocador. O agente disfarçado é uma novidade trazida pelo pacote anticrime (lei n° 13.964/19) que é uma nova técnica especial de investigação a ser exercida exclusivamente por policial investigativo, ou seja, civil ou federal. Esta presente nos artigos 17, §2° e 18, parágrafo único, ambos da Lei n° 10.826/13. “Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou Flagrante Esperado Agente disfarçado munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.”(NR). Ademais temos o Artigo 33,§1°,IV da Lei n° 11.343/06 IV – vende ou entrega drogas ou matéria prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. O agente infiltrado é diferente do agente disfarçado é uma prática usada antes do pacote anticrime que consiste na infiltração de um agente policial em um grupo criminoso de forma premeditada e planejada previamente. Segundo o jurista Juan Jose Lopez Ortega o agente infiltrado tem sua participação dividida em três momentos, sendo estes: o I) a dissimulação,que é a estratégia fundamental de esconder a real posição de agente estatal; o II) o engano, mediante o qual o agente infiltrado exerce um verdadeiro papel teatral na tessitura criminosa, com o escopo de cativar a confiança dos membros e, consectariamente, lograr êxito em obter as informações investigadas; III) a interação, haja vista o agente se envolver direta, pessoal e intensamente com o grupo criminoso. A figura do agente infiltrado esta presente nos artigos 3°, 11, 12, 13 e 14 da Lei n°12.850/2013. Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova: VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11; Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração. Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade fictícia criada, nos casos de infiltração de agentes na internet. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou identificar o agente que será infiltrado. § 1º As informações quanto à necessidade da operação de infiltração Agente infiltrado http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art14 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art14 serão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado. § 2º Os autos contendo as informações da operação de infiltração acompanharão a denúncia do Ministério Público, quando serão disponibilizados à defesa, assegurando- se a preservação da identidade do agente. § 3º Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco iminente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à autoridade judicial. Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados. Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa. Art. 14. São direitos do agente: I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada; II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das medidas de proteção a testemunhas; III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário; IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito . A ação controlada consiste em retardar uma intervenção policial ou administrativa, desde que mantida sob observação, a fim de coletar mais provas e abordar em momento mais oportuno. Presente no artigo 53 da Lei n° 11.343/06 Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios: I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes; Ação controlada http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9807.htm#art9 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9807.htm#art9 II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível. Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores. Para que haja a prisão em flagrante nos casos de ação penal pública condicionada a representação deve haver a condução de procedibilidade, ou seja, a representação da vítima. Artigos 304 a 310 do Código de Processo Penal. Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor(A) e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso.(B) Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas(C) que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto(D). (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005) A- Condutor é aquele que efetuou a prisão NÃO sendo necessariamente um policial. B- Esse documento serve para limitar a responsabilidade do condutor, ou seja, até a emissão do recibo o preso é de responsabilidade do condutor, após a emissão do recibo o preso é responsabilidade da autoridade policial. Atenção: A não emissão do termo configura mera irregularidade, não anulando o flagrante – STJ – HC n° 101540-GO, Rel. Jane Silva, j. 27.05.2008, DJe 09.06.2008). C – As testemunhas podem ser fáticas e presenciais Atenção: A falta de testemunhas NÃO impedirá o flagrante – Art. 304,§2°, CPP D – Na falta de escrivão qualquer pessoa designada (AD HOC) poderá lavrar o auto (art. 305, CPP). Perceba: Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal. O auto deverá ser assinado também pelo flagrado, estando este impossibilitado de assinar, ou se não souber, duas testemunhas que ouviram a declaração deverão assinar pelo flagrado – Art. 304.§3° do CPP. Flagrante em Ação penal pública condicionada Documentos do flagrante http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11113.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11113.htm#art1 Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.(A) A – Alguns juristas entendem que caso não haja a comunicação a família do preso ou à pessoa por ele indicada poderá ter relaxamento da prisão ou substituição da preventiva por liberdade provisória com cautelares O parágrafo primeiro dispõe que a prisão deve ser comunicada a juiz competente em 24 horas, recebendo a defensoria pública cópia integral do ato O parágrafo segundo dispõe sobre a assinatura da nota de culpa que é um documento que explicita o motivo da prisão. Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizero preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto. Neste dispositivo NÃO há condutor, somente autoridade que dá voz de prisão. Exemplo: Caso de flagrante de desacato Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo Atenção: Não havendo delegado AD HOC o preso será conduzido ao local mais próximo. Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante Por fim o artigo 310 do CPP dispõe sobre a audiência de custodia no prazo Maximo de 24 horas a fim de decidir sobre a prisão, podendo acarretar em: Conversão do flagrante em prisão preventiva, relaxamento da prisão, liberdade provisória com ou sem fiança. Além de verificar a legalidade da prisão. Atenção: Transcorridas às 24h a não realização da audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão. A prisão preventiva é cautelar de natureza processual, decretada pelo juiz durante o inquérito policial ou processo criminal e antes do transito em julgado, sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os motivos autorizadores. Pressupostos: Prisão preventiva Fum”Fumus bonis júris” Indicio de autoria (comissi delicti) Prova materialidade “Periculum in mora” Ab initio (periculum libertatis) O indicio da autoria + Prova de materialidade indicam a justa causa , que é uma das condições da ação Ab initio esta presente no artigo 312, CPP. Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública(A), da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. A – Ordem pública não pode se confundir com clamor social. Atenção: O promotor de justiça não pode pedir a prisão preventiva sem que haja o oferecimento da denuncia. Ou seja, para que seja decretada a prisão preventiva são necessários três requisitos: fumaça do cometimento do crime (a materialidade e indício de autoria) + perigo na liberdade do agente (um dos fundamentos trazidos na parte final no artigo 312, CPP) + cabimento (hipóteses descritas no artigo 313, CPP Segundo o artigo 311, CPP a prisão preventiva poderá ser decretada em qualquer fase da investigação criminal. Perceba: Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. A primeira hipótese é a garantia da ordem pública, ou seja, a tranquilidade e a paz social, analisando a gravidade concreta (e não abstrata) do crime. A segunda hipótese é a da conveniência da instrução criminal, para assegurar a instrução probatória. Atenção: Instrução criminal é parte do procedimento onde se produzem as provas (exemplo dessa hipótese seria quando o denunciado começa a destruir provas). Após a sentença isso também é possível. A terceira hipótese é a garantia da aplicação da lei penal, ou seja, quando se verifica que o acusado fugiu na hora da prisão ou esta tentando fugir, a prisão preventiva então garante a aplicação da pena caso condenado. A quarta hipótese é a de garantia da ordem econômica que é uma vertente da Hipóteses autorizadoras ordem pública atrelada aos crimes contra a ordem. A fundamentação da prisão preventiva se encontra no artigo 315, CPP. Perceba: Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Existe também o posicionamento do STJ que diz que deve-se fundamentar de forma EXPRESSA o decreto de prisão preventiva. Não podendo utilizar fundamentação per relationem. Não há prazo determinado definido por lei durando enquanto estiverem presentes os pressupostos de validade. A jurisprudência, em garantia à Duração Razoável do Processo, estabelece prazo de 86 dias (segundo Pacelli), sob pena de verificação de um Constrangimento Ilegal perpetrado pelo Estado. Durante toda a persecução penal, pode ser decretada a Prisão preventiva, inclusive na própria sentença. 1)Acerca das prisões em flagrante, preventiva e temporária, julgue o item a seguir. Considere a seguinte situação hipotética. Após consumir, por inteiro, um cigarro contendo substância entorpecente, um indivíduo foi preso por policiais e levado à delegacia mais próxima. Nessa situação, deverá ser lavrado auto de prisão em flagrante pela prática do crime de porte de drogas. Certo ou Errado? R. Errado 2) Acerca das prisões em flagrante, preventiva e temporária, julgue o item a seguir. Considere a seguinte situação hipotética. Um fiscal exigiu a entrega de certa quantia em dinheiro para não cobrar imposto devido. A vítima concordou e se comprometeu a entregar a quantia em um lugar determinado. Entretanto, a vítima informou o acordo à polícia, que prendeu o funcionário público na hora da entrega da referida quantia. Nessa situação, está caracterizado o flagrante provocado. R. Nessa situação não há flagrante, pois o momento da entrega do dinheiro seria o exaurimento, ou seja, o crime já estava consumado (Art.316,CP) Fundamentação Prazo Questões 3) No que concerne às prisões em flagrante e preventiva, julgue o item que se segue. Não será nulo o auto de prisão em flagrante lavrado por autoridade policial de circunscrição diversa daquela na qual se der a prisão do autor da infração penal. Certo ou Errado? R. Certo 4) Um funcionário público solicitou à sua filha, maior de dezoito anos de idade e interditada, por ser portadora de doença mental, que praticasse com ele sexo anal. Ao adentrar na residência e presenciar a cópula anal, o tio da ofendida deu voz de prisão ao funcionário público, encaminhando-o à delegacia de polícia do município. A respeito dessa situação hipotética, julgue o item subseqüente. Por ter ocorrido flagrante próprio, qualquer pessoa poderia efetuar a prisão do agente. R. Sim, tendo em vista que o artigo 302, CPP dispõe que QUALQUER PESSOA poderá efetuar a prisão. 5) No que concerne à prisão em flagrante, tem-se que A)não poderá ser lavrado auto de prisão em flagrante na falta de escrivão de polícia no local da sua lavratura. B)se o conduzido se recusar a assinar, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas que tenham ouvido sua leitura na presença do autuado. C)é proibido prender quem é encontrado, logo depois, com instrumento ou outro objeto que faça presumir ser ele autor do crime. D)não será lavrado auto de prisão em flagrante na falta de testemunhas oculares e da vítima do crime. 6) No que diz respeito à prisão em flagrante, tem-se que A)nos delitos de trânsito, sempre haverá prisão em flagrante. B)toda testemunha tem o dever de prender quem se encontra em flagrante delito. C)é vedada a realização de exame de corpo de delito em quemé atuado em flagrante. D)deverá atender às formalidades legais, sob pena de nulidade. 7) Uma mulher compareceu à delegacia de polícia e noticiou que acabara de ser agredida fisicamente com socos e pontapés e ameaçada de morte com uma faca por seu namorado, um advogado. A mulher afirmou, ainda, que essas agressões se repetiam havia cinco anos. Ato contínuo, os agentes policiais compareceram ao local dos fatos e lá verificaram que o autor se encontrava detido pelos vizinhos e portando a faca que havia sido usada no crime. O autor, que se encontrava em meio a uma crise nervosa, foi sedado e internado, permanecendo sob escolta policial. Consequentemente, não recolheu o valor estipulado para a fiança. Nessa situação hipotética, a autoridade policial deverá entregar ao conduzido, mediante recibo, a nota de culpa, no prazo de vinte e quatro horas após a lavratura do auto de prisão em flagrante, devendo constar dessa nota o motivo da prisão e o nome do condutor e da vítima. Certo ou errado? R. Errado 8) Em relação ao direito processual penal e suas normas e às leis penais extravagantes, julgue o item subsequente. Não caberá a prisão em flagrante do autor de crime de menor potencial ofensivo no caso de apresentação imediata ao competente juízo ou no caso em que o agente, mediante termo próprio, assuma o compromisso de comparecer perante a autoridade judiciária quando intimado. Certo ou Errado? R. Certo 9) Marcela e Pablo se conheceram em uma festa e após conversarem, Pablo a chamou para ir à casa dele. Ao chegarem à casa, Marcela, aproveitando-se da ida de Pablo ao banheiro, trancou-o lá dentro e foi embora levando consigo a carteira, o telefone celular e um computador de Pablo. Ao ouvi-lo gritar, sua vizinha entrou em contato com policiais do posto da PRF que fica próximo a sua residência, os quais se dirigiram ao local. Ao chegarem, os policiais encontraram o documento de identidade de Marcela e o documento de seu veículo. Irradiados os dados do veículo, Marcela foi abordada enquanto dirigia em uma rodovia federal, tendo sido encontrados em sua posse os itens subtraídos de Pablo. Marcela foi presa em flagrante por policiais rodoviários federais na mesma noite do acontecimento. Com base na situação hipotética precedente, julgue o item. Como Marcela já havia saído da vigilância da vítima, a prisão dela foi ilegal, pois, no momento em que foi abordada, não estava em situação de flagrância. Certo ou Errado? R. Errado 10) Reinaldo é levado à 15ª Delegacia Policial, ao argumento de que fora flagrado quando da prática do tráfico de entorpecentes (art. 33 da Lei nº 11.343/06), tendo a autoridade policial, após a lavratura do auto de prisão em flagrante, promovido o seu recolhimento à prisão, dando ciência ao juiz competente a respeito das formalidades que observara quando da prisão de Reinaldo. Não obstante todas as cautelas observadas pela autoridade policial, quando da chegada dos autos do inquérito ao Ministério Público, o Promotor de Justiça constata que a autoridade policial não teria expedido a respectiva nota de culpa, conforme determina o artigo 306, parágrafo 2º, do Código de Processo Penal. Diante de tal quadro, o Promotor de Justiça deverá: A)reconhecer a validade do auto de prisão em flagrante e oferecer denúncia em desfavor de Reinaldo, opinando pela decretação de sua prisão preventiva; B)arquivar o inquérito policial, ao argumento de que não fora expedida nota de culpa em desfavor do indiciado Reinaldo; C)oficiar à autoridade policial para que promova a expedição da nota de culpa, analisando, posteriormente, a possibilidade de arquivamento do inquérito policial; D)oferecer denúncia, opinando pelo relaxamento da prisão do indiciado, considerando que a não expedição da nota de culpa configura manifesta ilegalidade; E)opinar pela decretação da prisão temporária do indiciado Reinaldo, cabendo à autoridade policial decidir sobre a conveniência da medida constritiva de liberdade. A prisão preventiva poderá ser decretada em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, segundo o artigo 311,CPP. Perceba: Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) Ela também poderá ser decretada caso haja descumprimento de medidas cautelares impostas, segundo o artigo 312,§1°, CPP § 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4 o ). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) A prisão preventiva poderá ser decretada, sendo o artigo 313,CPP, nos seguintes casos: Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; Atenção: Dispõe o Artigo 64,I, CP: Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do Quando se decreta prisão preventiva?.. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art282. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art282. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art64i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art64i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art64i cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; Quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. Atenção: Não será admitida prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia (Art. 313,§2°, CPP) A revogação da Prisão Preventiva, segundo o artigo 316, CPP, poderá ser feita pelo juiz de ofício ou a pedido das partes nos casos da verificação de falta de motivos para continuar com ela. Decretada a prisão preventiva deverá o órgão emissor da decisão REVISAR a necessidade a cada 90 dias, ou seja, 3 meses. A prisão domiciliar ocorre quando o indiciado fica em sua residência, só podendo ausentar-se com autorização judicial, segundo o artigo 317, CPP. Hipóteses de substituição, segundo o artigo 318, CPP: o Maiores de 80 anos o Pessoa extremamente debilitado por motivo de doença grave o Gestante o Mulher com filho de até 12 anosde idade incompletos o Homem, caso seja o único responsável por filho de até 12 anos de idade incompletos. Atenção: A prisão imposta a mulher gestante, mãe/responsável por criança ou pessoa com deficiência será domiciliar EXCETO nos casos de (Art.318-A): 1. Ter cometido crime de violência ou grave ameaça contra a pessoa 2. Tenha cometido crime contra seu filho/ dependente Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: Revogação da preventiva Substituição da preventiva pela domiciliar Questões A)Maior de 70 anos. B) Imprescindível aos cuidados de pessoa menor de 7 anos de idade. C) Gestante, apenas a partir do 7º mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. D) Homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até doze anos de idade incompletos. A prisão temporária é uma espécie de prisão cautelar utilizada para apurar fatos. Segundo o Artigo 2° da Lei n° 7.960/89: Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Segundo o Artigo 1° também da Lei n° 7.960/89, caberá prisão temporária nos seguintes casos: Quando imprescindível para as investigações do inquérito policial Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: 1) Homicídio doloso; 2) Sequestro ou cárcere privado; 3) Roubo; 4) Extorsão; 5) Extorsão mediante sequestro; 6) Estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); 7) Atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); 8) Rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); 9) Epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); 10) Envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); 11) Quadrilha ou bando; 12) Genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; 13) Tráfico de drogas; 14) Crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986); 15) Crimes previstos na Lei de Terrorismo. Atenção: A Lei n°8.072/90 dispõe em seu Artigo 2°, §4° o seguinte: § 4 o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n o 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Ou seja, altera o prazo previsto no Artigo 2° da Lei 7.960/89 A liberdade provisória poderá ser concedida, com ou sem fiança, Prisão temporária Liberdade provisória http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art213. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art214 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art219 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art223 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art267%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2889.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7960.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7960.htm conforme o Artigo 310, III, CPP. Ela é um direito constitucional previsto no Artigo 5°, LXVI, CRFB/88. Art. 5º, LXVI, CF -Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. Conceito: Trata-se da possibilidade de aguardar seu julgamento em liberdade, desde que se comprometa a cumprir algumas determinações legais. Essas determinações são as chamadas medidas cautelares. As medidas cautelares, ou também, medidas alternativas à prisão estão dispostas no Artigo 319, CPP e podem ser: Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; Atenção: A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Artigo 320,CPP) Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; Fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; Atenção: A fiança poderá ser cumulada com outras medidas cautelares, segundo o artigo 319,§4°, CPP Liberdade Provisória Obrigatória A Permitida B Vedada C Medidas cautelares Espécies de Liberdade provisória http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art26 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art26 A) É aquela que NÃO pode ser negada ao infração em decorrência do delito cometido Exemplo: Art. 69, parágrafo único, da Lei n° 9099/95 - Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. B) É aquela que poderá ser concedida, com a concordância do Ministério Público, na observação de inadequação de prisão preventiva. Cabe a defesa do acusado solicitar a medida. C) Atualmente ela é inconstitucional, não podendo existir Prova é o conjunto de elementos trazidos pelas partes ou designadas pelo juiz que visam contribuir para a instrução criminal a fim de convencero juiz. Isso acontece devido ao Ritual de Recognição que é a reconstrução por meio de provas, de um fato passado, de modo a criar condições para que o juiz exerça a atividade recognitiva e aplique a lei no caso concreto. Atenção: Regras jurídicas não se submetem a provas tendo em vista o Iura Novit Curia, ou seja, o tribunal conhece a lei. A prova reconstrói uma situação ocorrida no passado, e ela apenas representará uma aproximação do acontecimento, por ser a verdade real impossível de se alcançar. Segundo Aury Lopes, a prova cria uma verdade processual que terá como função persuasiva de convencer o juiz. Este princípio diz que as partes assumem consequências se fizerem, ou deixarem de fazer, algo para provar um fato ou a inexistência dele. Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. Diz que toda prova admite contraprova, ou seja, ambas as partes devem ter conhecimento. Audiatur et altera pars. Teoria geral da prova Função persuasiva da prova Princípios gerais Princípio da Auto-Responsabilidade Princípio da audiência contraditória http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1 Esse Princípio diz que não há prova que pertença a apenas uma das partes, todas as provas pertencem ao interesse da justiça. As provas não são previamente valoradas cabendo ao juiz apreciá-las. Atenção: O Tribunal do Júri é uma exceção a este princípio. Diretas (A) Provas Indiretas (B) A) A prova direta dirá respeito ao próprio fato a ser provado. Ex. Prova testemunhal, exame do corpo de delito e confissão espontânea do acusado. Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade. B) A prova indireta não se dirige ao fato que se pretende provar, mas sim para que um raciocínio se desenvolva. Ex. Indícios Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. Atenção: A prova para o juiz é sempre indireta. Aqui não há a restrição aos meios de prova, mas demonstram algumas situações em que determinado tipo de prova é necessário para que se caracterize determinado delito. Perceba: Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade. Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Princípio da aquisição ou comunhão das provas Princípio do livre convencimento motivado Classificação das provas Restrições dos meios de prova (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) As provas ilícitas são obtidas mediante violação de um direito material e ocorrem no instante da sua colheita. Ex. Interceptação sem ordem judicial; violação correspondência lacrada, gravação ambiental em residência privada; busca e apreensão sem ordem judicial. Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) As provas ilegítimas infringem normas do direito processual e ocorrem no momento em que são introduzidas no processo. Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante; b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167; c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos; d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública; e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri; a lei não permitir o julgamento à revelia; h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; k) os quesitos e as respectivas respostas; l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; m) a sentença; n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento; Provas ilícitas e ilegitimas http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1 O princípio da proporcionalidade, conhecido como critério de proporcionalidade na Alemanha e princípio da razoabilidade nos Estados Unidos traz a ideia de que nenhum princípio ou direito é absoluto, cabendo sempre a ponderação no caso concreto. Por este motivo existe a admissibilidade de provas ilícitas caso elas beneficiem o réu e se a mesma for colhida pelo próprio acusado O jurista Fernando Capez, em sua obra afirma: “A aceitação do princípio da proporcionalidade ‘pro reo’ não apresenta maiores dificuldades, pois o princípio que veda as provas obtidas por meios ilícitos não pode ser usado como um escudo destinado a perpetuar condenações injustas. Entre aceitar uma prova vedada, apresentada como único meio de comprovar a inocência de um acusado, e permitir que alguém,sem nenhuma responsabilidade pelo ato imputado, seja privado injustamente de sua liberdade, a primeira opção é, sem dúvida, a mais consentânea com o Estado Democrático de Direito e a proteção da dignidade humana”. Prova ilícita por derivação é quando a prova, apesar de ter sido colhida de forma lícita teve sua origem derivou de uma informação colhida de forma ilícita, com isso a prova acaba se tornando ilícita. Ex. Ticio contratou um hacker para invadir as mensagens de Mévio e então descobriu que Mévio era parte de um esquema de desvio de dinheiro. Sabendo disso, Tício solicita por meio de sua defesa que interceptem as mensagens de Mévio, de forma lícita e autorizada a fim de demonstrar o envolvimento de Mévio em juízo. Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008) O artigo 400, CPP, fixa a ordem do interrogatório, sendo esta benéfica a defesa e a não realização comina na ilicitude do ato. Existem outros atos que também são ilícitos que nós não temos muita gerencia sobre, eis que muitas vezes a lei dispõe sobre algo que não cumpre, por exemplo o Artigo 88 da LEP. Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular: a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana; Princípio da proporcionalidade Prova ilícita por derivação Atos ilícitos b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). Sistema acusatório: Presente no artigo 129, I da Constituição Federal: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; Sistema inquisitivo: Presente nos artigos Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; Art. 209. O juiz, quando necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. § 1 o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem. Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível. Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais. Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. Aqui há vicio da ilicitude da prova obtida por meio ilícito, violando a regra de direito material. Ex. Ticio após horas de tortura informa aonde esta enterrado um corpo. Atenção: Existe uma teoria de exceção, chamada “exceção da descoberta inevitável” que consiste na descoberta da prova derivada de forma independente da ilícita, não havendo envenenamento da prova. Ex. Ticio diz a localização de um corpo após horas de tortura, porem é evidente que o delegado chegaria a essa informação sem o ilícito. Existe também a Teoria da fonte independente que diz que quando uma prova possui duas fontes, uma lícita e outra ilícita, a prova derivada deverá ser admitida e considerada. Ex. Ticio revelou a localização de um corpo após horas de tortura, porém logo em seguida Mévio ligou para 190 Método de construção do convencimento Frutos da árvore envenenada http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11690.htm#art1 informando sobre a existência do mesmo corpo. 1) Julgue o item subsequente, em relação à prova, ao instituto da interceptação telefônica e à citação por hora certa. Conforme a teoria dos frutos da árvore envenenada, adotada pelo Código de Processo Penal, a prova ilícita produzida no processo criminal tem o condão de contaminar todas as provas dela decorrentes, devendo, entretanto, ficar evidenciado o nexo de causalidade entre elas, considerando-se válidas, ademais, as provas derivadas que possam ser obtidas por fonte independente da prova ilícita. Correto 2) A Constituição Federal de 1988, no artigo 5°, inciso LVI, prevê expressamente a inadmissibilidade da utilização no processo de provas obtidas por meios ilícitos. De acordo com as teorias adotadas pelo legislador brasileiro e recente entendimento jurisprudencial, descarta-se a ilicitude da prova na seguinte situação. A)Juca está sendo acusado de crime, porém alega que é inocente e tudo não passa de um plano vingativo elaborado por seu desafeto político. No intuito de provar sua inocência, Juca contrata investigador particular, o qual instala sistema de captação de imagem e som clandestinamente no escritório do seu desafeto. Por meio das imagens e som gravados, Juca consegue extrair conversa que prova indubitavelmente não ser ele autor do crime denunciado e faz a juntada nos autos do processo judicial. B) Um grupo de policiais civis estava executando operação contra o tráfico na cidade de Campo Grande-MS, quando suspeitou que Arnolgildo estaria filmando toda ação policial. Por esse motivo, Arnolgildo foi então abordado pelos policiais civis, os quais, sem a existência de mandado judicial, efetuaram uma busca na sua residência e localizaram 9 gramas de crack e 0,4 gramas de cocaína. Arnolgildo foi preso em flagrante pela acusação de tráfico de drogas. C) Autorizada interceptação telefônica em face de Diná Sabino de acordo com os ditames legais, ao término, é extraída prova da prática de delito por esta. No entanto, as conversas de cunho probatório são aquelas que haviam sido realizadas entre Diná Sabino e seu advogado, quando a primeira confessa a prática de crimes e requer orientação de como proceder para ser inocentada. D) Ao cumprir mandado de busca e apreensão em investigação de crime de homicídio, os policiais acessam os computadores da residência do investigado e levantam diversos dados que demonstram a coautoria do vizinho. Dessa forma, os policiais estendem informalmente o mandado judicial e cumprem a diligência, também, na residência do vizinho, em observância aresidência do vizinho, em observância ao princípio da celeridade processual. Questões E) Chegou ao conhecimento da autoridade policial que determinado caminhão estava transportando alta quantidade de drogas. Em cumprimento de mandado judicial, foram realizadas busca e apreensão do veículo, confirmando-se o fato. No decorrer do processo judicial, constatou-se que o crime havia sido descoberto no 16° dia do início de interceptação telefônica, deferida judicialmente pelo prazo inicial de 30 dias. Verificou-se, ainda, que houve pedido de prorrogação após um dia do término do prazo inicial. A fiança é uma garantia prestada para que o indiciado ou acusado cumpra suas obrigações processuais.O objetivo da fiança é garantir a presença do agente a todos os atos do processo, além de garantir a pena, indenizar a vitima e pagar custas. Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. Ex. Paguei 10 mil de fiança. Esse valor pode ser devolvido ou descontado das situações supras. Pergunta: Em caso de absolvição a restituição é integral? A fiança criminal é restituída integralmente ao Réu quando este for absolvido e a Sentença Absolutória transitar em julgado, e, de igual forma, quando houver a extinção da punibilidade do agente por qualquer uma das causas previstas no Art. 107 do Código Penal Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Fiança Momentos para conceder Qual o valor da fiança? http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627547/artigo-107-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 Atenção: No caso do parágrafo primeiro deste artigo devemos interpretar os artigos da seguinte forma: I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; - Somente o juiz II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). – Delegado ou juiz III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. – Delegado ou juiz Atenção: Os artigos 350, 327 e 328 do CPP estabelecem algumas especificidades acerca da fiança. Perceba: Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder- lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada. Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. Para arbitrar à fiança as autoridades devem levar em consideração alguns pontos, como natureza da infração, condições pessoais de fortuna e vida pregressa. Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento. Pergunta-se: Todas as infrações penais admitem fiança? Não, existem crimes que são inafiançáveis, ou seja, não admitem fiança. Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Como arbitrar a fiança? III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Atenção: A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos em que a pena privativa de liberdade não seja superior a 4 anos. Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) § 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) Atenção: Não é porque o crime é inafiançável que não será permitida a liberdade provisória. Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. Perda da fiança: Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Ex. Após o transito em julgado o indivíduo está em LINS. Incidentes relacionados à fiança Quebra da fiança: Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). V - praticar nova infração penaldolosa. Atenção: O STJ não exige condenação, muito menos transito em julgado. Consequências da quebra da fiança: Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Cassação da fiança: Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase do processo. Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito. Reforço da fiança: Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; III - quando for inovada a classificação do delito. Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada. A cadeia de custódia foi inserida pelo pacote anticrime e é relativo aos crimes não transeuntes, ou seja, que deixam vestígios. Atenção: Tanto a defesa quanto a acusação terão acesso a cadeia de custódia. Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 1º O início da cadeia de custódia dá- se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a Cadeia de custódia existência de vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). Atenção: Material latente é, por exemplo, a impressão digital. Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e natureza; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua posse; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. Deve-se respeitar a inviolabilidade. Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. Essa exumação se dará independentemente da autorização familiar. Podemos interpretar a jurisdição como o poder e dever do Estado de editar e interpretar suas próprias normas e determinar o direito aplicável aos casos concretos, com força imperativa (obrigatória). Atenção: É preponderante, mas não exclusiva do Poder Judiciário. As características são: Definitividade; Substitutividade; Investidura; Inércia; Indelegabilidade; Indeclinabiliade; Improrrogabilidade (nos limites da Lei). Exceções conexão e continência 76 e 77 do CPP. Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias Algumas considerações acerca da autópsia Jurisdição penal elementares influir na prova de outra infração. Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1 o , 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
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