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Teoria das orbitais moleculares, TOM Ligação química Molécula de oxigênio, O2: O: 1s2 2s2 2p4 Todos os elétrons estão emparelhados. Ligação química Oxigênio é paramagnético* (atraído por um campo magnético): tem elétrons desemparelhados. A TLV não consegue explicar o paramagnetismo da molécula de oxigênio. TOM: Descreve a ligação covalente em termos de orbitais moleculares (e não orbitais atômicas), que resultam da interação das orbitais atômicas dos átomos que formam a ligação e estão associadas à molécula inteira. * O oposto é diamagnético: substância que é repelida por um campo magnético (tem elétrons emparelhados). https://www.youtube.com/watch?v=yJs5ENtilIo Ligação química Molécula de H2 Orbital molecular antiligante: σσσσ1s* Orbital molecular ligante :σσσσ1s Diagrama de energias das orbitais moleculares da molécula de H2 Numa orbital molecular sigma (ligante ou antiligante, a densidade eletrónica está concentrada simetricamente em volta do eixo internuclear dos átomos que formam a ligação química. Ligação química Em moléculas contendo elétrons em orbitais 2s, 3s, …, o diagrama das OM é semelhante ao da orbital 1s. Para elétrons em orbitais p (situações A e B): Orbital molecular antiligante: σσσσ2p* Orbital molecular ligante: σσσσ2p Situação A: Orbital molecular antiligante: pipipipi2p* Orbital molecular ligante: pipipipi2p Situação B: Ligação química Numa orbital molecular pi (ligante ou antiligante, a densidade eletrónica está concentrada simetricamente em cima e em baixo do eixo internuclear dos átomos que formam a ligação química. Ligação química As OM têm que estar dispostas por ordem crescente de energia. O preenchimento das OM com os elétrons obedece às seguintes regras: 1. O número de OM é igual ao número de OA usadas na sua formação. 2. A uma OM ligante mais estável corresponde a uma OM antiligante menos estável. 3. O preenchimento começa nas orbitais de mais baixa energia. Numa molécula estável, o no de elétrons numa OM ligante é maior que nas OM antiligantes. 4. Tal como nas OA, uma OM pode apenas acomodar 2 elétrons, com spins opostos (P. exclusão de Pauli). 5. Quando elétrons são adicionados a OM de igual energia, o arranjo mais estável corresponde ao previsto pela regra de Hund. 6. O número de elétrons nas OM é igual à soma dos elétrons dos átomos que formam a ligação. Escrita de configurações eletrónicas e estabilidade Ligação química Moléculas de H2 +, H2, He2 + e He2 OM ligantes e antiligantes nas moléculas H2 +, H2, He2 + e He2 Ordem de ligação = � � ( �� ��é ���� � �� ����� �� − �� ��é ���� � �� �� ������ ��) Estabilidade: Ligação química Ligação química Moléculas de Li2 Diagrama de OM do Li2 Ligação química Diagrama de OM genérico para as moléculas diatômicas Li2, Be2, B2, C2 e N2. Por simplificação foram omitidas as orbitais 1s e 2s. Para as moléculas de O2 e F2 há uma inversão de energia nas orbitais σ2px relativamente às pi2py e pi2pz. Ligação química Diagrama de OM (n=2) moléculas diatômicas homonucleares dos elementos do 2o período da TP σσσσ- pipipipi crossover Ligação química Ligação química 14 Ligação química Ligação metálica: teoria das bandas Teoria das bandas: modelo de OM utilizado para o estudo da ligação em metais e semicondutores. � os elétrons deslocalizados movem-se livremente por meio de bandas formadas por sobreposição de orbitais moleculares (mar de elétrons). Explica: Lustro Condutividade elétrica e térmica Maleabilidade Condutor metálico— condutividade diminui com a temperatura Semicondutor— condutividade aumenta com a temperatura Isolador— têm baixa condutividade Condução elétrica Condução / condutividade / resistência / resistividade As propriedades do metal são: Condutividade elétrica, σ: Resistividade elétrica, ρ σ = 1/ρ Unidades de resistividade elétrica: ohm metro (Ωm). Unidades de condutividade: Ω-1m-1 ou Sm-1. Para uma amostra de comprimento l, e área A, a resistência , R, é calculada por R = ρ � � Unidades de resistência: ohm (Ω). Ligação química Ligação química A sobreposição de um número elevado de orbitais atômicos origina orbitais moleculares com energia semelhante que virtualmente forma uma banda continua que cobre um intervalo de energias. No diagrama de energias, estas bandas são separadas por band gaps (valores de energia para os quais não há orbitais). Como ocorre o processo juntando átomo a átomo? • Número de OM = OA (N/2 ligantes e N/2 antiligantes). • Obedeçe ao princípio de exclusão de Pauli (dois elétrons por OM). • Os elétrons irão ocupar sempre o OM de menor energia disponível. Ligação química Exemplo 1: A formação do metal Li (1s2 2s1) passo a passo. Dois átomos de Li Molécula de Li2 s2σ * 2 sσ Dois átomos de Li Quatro átomos de Li Molécula de Li4 s2σ * 2 sσSeis átomos de Li Molécula de Li6 s2σ * 2 sσ Ligação química • A banda 2s esta apenas semipreenchida, pois cada átomo de Li contribui apenas com elétron, ou seja N/2 orbitais estão ocupadas: banda de valência • A orbital de mais alta energia ocupada a T = 0 K é o nível de Fermi. • Banda superior, resultante das orbitais 2p está vazia: banda de condução A condutividade elelevada dos metais alcalinos explica-se pela existência de níveis de energia vagos na banda de valência. Se se aplicar um ddp no metal,os elétrons deslocar-se-ão, aumentando a sua energia: metal condutor. No entanto, a condutividade destes metais é superior ao que a explicação anterior faria prevêr: Existe uma interpenetração das bandas de valência e de condução, pelo que mais níveis de energia são permitidos e facilmente acessíveis. Condutor elétrico: substância que tem a banda de valência incompleta ou quando existe sobreposição das bandas de condução e de valência. Ligação química Nível de Fermi • A HOMO a T = 0 K é o nível de Fermi • A T > 0, os elétrons perto do nível de Fermi podem ser promovidos aos níveis superiores que estão vazios. • Estes elétrons têm mobilidade e movem- se sob o efeito de um campo elétrico. • A promoção origina ocupação nos níveis de mais alta energia e buracos nos níveis de energia mais baixa. Ligação química Band gap Fermi levelIn metals antibonding and bonding levels merge and band gap vanishes Nos metais, os níveis ligantes e antiligantes juntam- se e a “band gap” desaparece. • Nos metais, a condutividade elétrica diminui com a temperatura . � Contrário ao que seria de esperar, pois deveria haver um aumento a promocão dos elétrons. • A habilidade do elétron mover-se no sólido na banda de condução depende da uniformidade do arranjo dos átomos. • Átomos vibrantes equivalem a uma impureza, originando resistência elétrica Filled levels + e-Empty levels Add energy Critério da condução metálica: diminuição da condutividade com a temperatura Ligação química Semicondutores intrínsecos e extrínsecos Semicondutor intrínseco Extrínseco tipo-n Extrínseco tipo-p Ligação química Semicondutor: condutividade elétrica aumenta com a temperatura. São obtidos bons semicondutores quando um dado material é combinado com pequenas quantidades de certos elementos (dopagem). São muito usados em equipamentos eletrônicos. � Semicondutores são geralmente semimetais do grupo 14: Si e Ge: � Semicondutores extrínsecos são obtidos por dopagem – adição de pequenas quantidades de impurezas (1 em 1016). •Extrínseco tipo-n – (negativo: têm elétrons em excesso): dopa-se o semicondutor de Si ou Ge com um elemento do grupo seguinte (com5 elétrons de valência) : Ligação química Exemplo: Dopagem de Si com As ou P Cada átomo de Si está covalentemente ligado a 4 átomos de Si. O fósforo ([Ne] 3s2 3p3) tem mais um elétron que o silício ([Ne] 3s2 3p2). O elétron em excesso irá ocupar o nível de energia do dopante que está próximo ao nível vazio do semicondutor. • Extrínseco tipo-p – (positivo) os condutores são buracos eletrônicos: dopagem com um elemento com apenas 3 elétrons. Ligação química Exemplo: dopagem de Si com B. O boro ([Ne] 3s2 3p1) tem menos um elétron que o silício ([Ne] 3s2 3p2). Para cada B no cristal de Si há um buraco na orbital ligante e um elétron de valência do Si pode ser deslocado para esta orbital vazia, originando deste modo a condução elétrica. Nos semicondutores do tipo-n e –p, a energia da band gap é reduzida. Assim, apenas uma pequena quantidade de energia é necessária para excitar os elétrons. Ligação química Supercondutores: condução sem resitência < 1987: metais, alguns óxidos e alguns haletos metálicos: necessário T < 20 K. Exemplos: Hg, NbTi, YBa2Cu3O7, LaBaCuO. > 1987: descobertos supercondutores de alta temperatura (≈ 120 K). Exemplos: HgBa2Ca2Cu3Ox), La1.85Ba0.15CuO4 Conceito central: existência do par de Cooper (Nobel, 1972) Um elétron ao mover-se na rede por entre íons positivos , é atraído por estes, causando distorção. A distorção da rede causa o ganho de uma pequena carga positiva localmente. Esta área com carga a mais positiva atrai outro elétron para perto do primeiro elétron. Esta atração é superior à repulsão de Coulomb e cria uma ligação entre os 2 elétrons: par de elétrons. O par de elétrons viaja ao longo a rede como uma identidade única (par de Cooper): teoria BCS da supercondutividade (Barden, Cooper, Schrieffer: Nobel, 1972). http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/superconductivity/cooper.php Ligação química Ligação iônica Elementos com energias de ionização baixas tendem a formar cátions (e.g. metais alcalinos e alcalinos-terrosos). Elementos com grandes afinidades eletrônicas tendem a formar ânions (e.g. halogêneos, oxigênio). Ligação iônica: força eletrostática que une os íons num composto iônico e que occorre quando as diferenças de eletronegatividades são elevadas. Ligação química Compostos iônicos: • sólidos • temperaturas de fusão elevadas (na ordem das centenas de graus Celsius) • maus condutores elétricos no estado sólido • durezas elevadas • pouco dúcteis, quebrando sem deformação por aplicação de um esforço de corte pouco intenso. Figura – Arranjo compacto de íons com carga de sinal contrário (estrutura do NaCl) Numa ligação iónica pura, os elétrons de valência são transferidos do átomo menos eletronegativo para o mais eletronegativo. Consequentemente, cada íon rodeia-se de íons com carga de sinal contrário formando estruturas iónicas compactas e ordenadas, com elevada energia ligação (energia reticular), Ligação química Compostos iônicos são isoladores: • banda de valência totalmente preenchida • banda de condução vazia • band gap de grande energia A banda de valência deriva essencialmente das orbitais de valência do átomo mais eletronegativo (totalmente preenchidas no ânion). A banda de condução deriva das orbitais de valência do átomo menos eletronegativo (vazias no cátion). Energia Reticular No modelo da ligação iônica, esta é assegurada por interação eletrostática entre íons de sinais contrários, considerados esferas rígidas: modelo das esferas rígidas. A energia correspondente à interacção de dois íons é dada pela lei de Coulomb: ECoulomb= - � 4πε0 � � � � � ZC e -ZA = cargas do cátion e do ânion r = distância entre os íons ε0 = constante dieléctrica do vácuo Numa rede cristalina, cada íon está sujeito a interações eletrostáticas com todos os outros que o rodeiam. A energia reticular (U) de um dado composto iônico é assim a soma de todas as interações eletrostáticas na rede tridimensional do cristal iônico e corresponde à energia para a reação de formação de uma mole de um cristal iônico a partir dos íons constituintes no estado gasoso, a 0 K: n' Am+(g) + m' Bn-(g) →→→→ An'Bm' (s) Ligação química A energia reticular, U, tem duas componentes: • componente coulômbica que dá conta das interações eletrostáticas (atrativa e repulsiva) de todos os íons da rede, U’. • energia de repulsão elétron-elétron dos íons adjacentes, U’’. A primeira componente, U’, é o somatório de todas as interações, atrativas e repulsivas, exercidas sobre um determinado íon pelos íons vizinhos. Por simplicidade, considere-se um cristal linear de NaCl, em que as distâncias entre íons adjacentes são r (neste cristal, r = 253 pm). Ligação química U’Na+ = 1/4πε0 [-2e 2/r + 2e2/2r - 2e2/3r + 2e2/4r - 2e2/5r + 2e2/6r + …] = = -1/4πε0 × 2e 2/r (1 - 1/2 + 1/3 - 1/4 + 1/5 - 1/6 + ...) Ligação química O termo entre parênteses é uma série infinita convergente cujo limite é ln2 e não depende dos íons em causa; é resultante da estrutura em causa. Este factor geométrico é designado por constante de Madelung, A, e é característico de uma determinada rede cristalina. A energia reticular num cristal linear é dada por: U’ = - NA2e 2A / 4πε0 r ZnS A = 1.638 CsCl A = 1.763 NaCl A = 1.748 Exemplos de constantes de Madelung: O valor de n é obtido da compressibilidade dos cristais e é característico do tipo de configuração electrónica do íon. Os íons isoeletrônicos com a configuração eletrônica do He, Ne, Ar, Kr e Xe têm valores de n iguais a 5, 7, 9, 10 e 12, respetivamente. Se um cristal, utiliza-se o valor médio de n. Por exemplo, para o NaCl, utiliza-se o valor 8, e para o LiF o valor 6. Ligação química A energia de interação repulsiva entre as nuvens eletrônicas de íons adjacentes U’’ é contabilizada no termo (1-1/n) designada equação de Born-Meyer: U = -NA2e 2A / 4πε0 r × (1-1/n) Energia Reticular e Ciclo de Born Haber As energias reticulares podem ser determinadas através de um ciclo de Born-Haber, um ciclo termodinâmico que assenta na lei de Hess*. A entalpia (calor a pressão constante) é uma função de estado pelo que a variação de entalpia associada a uma reação não depende do seu percurso, depende apenas dos estados final e inicial do sistema. Assim, podemos analisar a energética da formação de um composto iônico a partir dos elementos constituintes (a sua entalpia de formação), considerando a energética dos passos em que se pode dividir a reacção de formação. Exemplificando com o fluoreto de lítio, a entalpia de formação do LiF corresponde à variação de entalpia associada ao processo de formação do LiF a partir dos elementos constituintes: Ligação química *Lei de Hess: O calor libertado ou absovido num processo químico é o mesmo se esse processo se realizar em uma ou várias etapas. Ou as variações de energia são funções de estado (só dependem do estado inicial e final). Ligação química Ciclo de Born-Haber para a formação de uma mole de LiF(s). Ligação química
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