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Direito Constitucional II Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: Estado de Defesa e Estado de Sítio Defesa do Estado e das Instituições Democráticas • Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: -Elementos constitutivos do Estado: -Instituições democráticas: Soberania (não-sujeição interna e externa) Poder Legislativo Governo (ordenamento e máquina pública) Poder Executivo Povo (elemento humano pelo critério jurídico e político) Poder Judiciário Território (espaço geográfico) Ministério Público Finalidade (ideologia do Estado) Defensoria Pública OAB • Instrumentos de exceção: • Estado de Defesa • Estado de Sítio • Estrutura operacional: • Forças Armadas • Segurança Pública Introdução 1) Generalidades: -Em determinados momentos da realidade social poderá ocorrer o rompimento da normalidade constitucional o qual se não for devidamente administrado, poderá gerar grave risco às instituições democráticas. -Nas situações de exceção (Estado de Defesa e Estado de Sítio) haverá uma situação temporária do Estado de legalidade ordinária para o Estado de legalidade extraordinária. -Estado de legalidade ordinária: manutenção dos direitos fundamentais -Estado de legalidade extraordinária: suspensão temporária dos direitos fundamentais Introdução 2) Sistema Constitucional das Crises: -É o conjunto ordenado das normas constitucionais que, informado pelos princípios da NECESSIDADE e da TEMPORARIEDADE, tem por objeto as situações de crises e por finalidade o restabelecimento e a manutenção da normalidade constitucional. -Necessidade: somente poderá ocorrer Estado de Exceção, se evidenciada alguma situação fática que haja expressa previsão constitucional para ensejar o decreto de exceção, sob pena de golpe. -Temporariedade: somente poderá ocorrer Estado de Exceção no tempo mínimo necessário para o restabelecimento da ordem constitucional, sob pena de ditadura. Introdução 3) Estado Democrático de Exceção: -Por mais que estes sejam instrumentos de exceção, em razão de suas previsões taxativas, o Constituinte deixou sua previsão numa perspectiva democrática, bem como para que os referidos instrumentos sejam utilizados de modo democrático, sua decretação somente poderá se operacionalizar a partir do exame de um severo juízo de ponderação sobre os princípios da NECESSIDADE e da TEMPORARIEDADE. -A ponderação deve ocorrer a partir de uma análise dos princípios à luz do interesse público (primário: bem-estar coletivo e secundário: Erário), bem como a partir da análise da segurança da coletividade, sempre com foco na dignidade do ser humano. Introdução 4) Tipos de instrumentos de exceção: -Estado de Defesa -Estado de Sítio 5) Dogmática constitucional: Artigo 136 CF/88 – Estado de Defesa Artigos 137 ao 139 CF/88 – Estado de Sítio Artigos 140 e 141 CF/88 – Disposições comuns sobre os tipos de controle dos dois instrumentos Estado de Defesa: Artigos 136, 140 e 141 da CF/88 1) Limites materiais: situações materiais, hipóteses de incidência que se ocorridas ensejarão o decreto de Estado de Defesa - preservar ou restabelecer: ordem pública ou paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou calamidades de grandes proporções na natureza ou seja Ordem pública instabilidade institucional Paz social calamidades na natureza - artigo 136, caput CF/88 Estado de Defesa -Análise sobre as expressões que ensejam o decreto de Estado de Defesa: -Ordem pública (falta de controle, de previsibilidade das instituições públicas do Estado) e paz social (harmonia na sociedade): são cláusulas abertas para externar razões de Estado, portanto sempre devem sem analisadas à luz de um severo juízo de ponderação. -Instabilidade institucional (tensão entre os poderes constituídos) e calamidades na natureza (desastres). Estado de Defesa -2) Limites formais: quais são os passos, ou seja, quais são as etapas constitucionais que determinam o procedimento para o decreto do Estado de Defesa -O Presidente da República, após a ciência das causas que podem ensejar o decreto do Estado de Defesa, precisa, de modo prévio, ouvir os Conselhos da República e de Defesa Nacional – artigos 136, caput, 90, I e 91, parágrafo 1º, todos da CF/88. Lembrando que a opinião dos conselhos não vincula o Presidente da República sobre a obrigatoriedade sobre sua decisão de decretar ou não decretar o Estado de Defesa. -Após a oitiva dos conselhos, o PR decreta o Estado de Defesa – artigo 136, caput e 84, IX, ambos da CF/88. -Sobre o decreto: deve conter o prazo, as áreas abrangidas (locais pontuais) e as medidas coercitivas (direitos que poderão ser suspensos) que vigorarão durante o Estado de Defesa – artigo 136, parágrafo 1º CF/88. -Sobre o prazo do decreto: até 30 dias e prorrogação por mais uma única vez por até 30 dias – artigo 136, parágrafo 2º CF/88 Estado de Defesa -3) Efeitos da decretação do Estado de Defesa: -Artigo 136, parágrafo 1º, I, a, b, c e II CF/88: -direito de reunião, ainda que no seio de associações; -sigilo de correspondência e de comunicações telegráficas e telefônicas; -ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos -Artigo 136, parágrafo 3º, I, II, III e IV CF/88: questões sobre prisão -executor pode determinar prisão por crime contra o Estado (Lei n. 1802/53), com imediata comunicação ao juízo competente; -comunicação acompanhada de declaração de estado físico e mental; -prisão não superior a 10 dias; -é vedada a incomunicabilidade do preso. Estado de Defesa -4) Controles: sistemática de freios e contrapesos -Político: -Imediato: apreciação CN – artigos 136, parágrafos 4°, 5º, 6º e 7º e 49, IV (decreto legislativo) – maioria absoluta -Concomitante: artigo 140, caput CF/88 (comissão de 5 membros) -Posterior: artigo 141, parágrafo único (relatório do PR ao CN) -Jurisdicional: -Concomitante: análise das liberdades – artigo 136, parágrafos 1º e 3º CF/88 -Posterior: responsabilização – artigo 141, caput CF/88 -OBS: não há controle do judiciário sobre análise de apreciação se o Estado de Defesa deveria ou não ter sido decretado pelo Presidente da República Estado de Sítio: artigos 137 ao 141 CF/88 1) Limites materiais: situações materiais, hipóteses de incidência que se ocorridas ensejarão o decreto de Estado de Sítio -comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia do Estado de Defesa – artigo 137, I CF/88 -declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira – artigo 137, II CF/88 -Análise sobre a expressão “comoção grave de repercussão nacional” que enseja o decreto de Estado de Sítio: é uma cláusula aberta para externar razões de Estado, portanto sempre deve ser analisada à luz de um severo juízo de ponderação. Estado de Sítio: artigos 137 ao 141 CF/88 -2) Limites formais: quais são os passos, ou seja, quais são as etapas constitucionais que determinam o procedimento para o decreto do Estado de Defesa -O Presidente da República, após a ciência das causas que podem ensejar o decreto do Estado de Sítio, precisa, de modo prévio, ouvir os Conselhos da República e de Defesa Nacional – artigos 137, caput, 90, I e 91, parágrafo 1º, todos da CF/88. Lembrando que a opinião dos conselhos não vincula o Presidente da República sobre a obrigatoriedade sobre sua decisão de decretar ou não decretar o Estado de Sítio. -Após a oitiva dos conselhos, o PR solicita autorização para o CN parapoder decretar o Estado de Sítio – artigo 137, parágrafo único e 84, IX, ambos da CF/88. -Após aprovação do CN, o PR decretará o Estado de Sítio – artigo 137, parágrafo único CF/88. -Sobre o decreto: deve conter o duração, normas necessárias a execução e garantias que serão suspensas. Após a publicação o PR indicará as áreas abrangidas e executor das medidas – artigo 138, caput CF/88. -Sobre o prazo do decreto: artigo 138, parágrafo 1º CF/88 -No caso do 137, I: não superior a 30 dias e prorrogado por cada vez por igual período -No caso do 137, II: enquanto durar a guerra ou a agressão armada Estado de Sítio: artigos 137 ao 141 CF/88 3) Efeitos da decretação do Estado de Sítio: -No caso do 137, I: Artigo 139 CF/88 -No caso do 137, II: Artigo 138, caput CF/88, ou seja, qualquer restrição. Neste caso o PR pode adotar qualquer necessidade de restrição, desde que o CN autorize. Ponderações da doutrina: atentar para as questões dispostas em tratados internacionais e remédios constitucionais. Estado de Sítio: artigos 137 ao 141 CF/88 -4) Controles: sistemática de freios e contrapesos -Político: -Prévio: apreciação pelo CN do pedido de autorização pelo PR – artigo 137, parágrafo único e 138, parágrafos 2º e 3º CF/88 e 49, IV (decreto legislativo) -Concomitante: artigo 140, caput CF/88 (comissão de 5 membros) -Posterior: artigo 141, parágrafo único (relatório do PR ao CN) -Jurisdicional: -Concomitante: análise das liberdades em sede de remédios constitucionais de habeas corpus e mandado de segurança -Posterior: responsabilização – artigo 141, caput CF/88 -OBS: não há controle do judiciário sobre análise de apreciação se o Estado de Sítio deveria ou não ter sido decretado pelo Presidente da República
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