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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO JANETE APARECIDA DA SILVEIRA PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL NA CELESC: um estudo de caso na Agência Regional de Florianópolis São José 2007 JANETE APARECIDA DA SILVEIRA PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL NA CELESC: um estudo de caso na Agência Regional de Florianópolis Trabalho de Conclusão de Curso - pesquisa teórico-empírica - apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí. Professora Orientadora: Kellen da Silva Coelho São José 2007 JANETE APARECIDA DA SILVEIRA PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL NA CELESC: um estudo de caso na Agência Regional de Florianópolis Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí, em (dia, mês e ano constante da ata de aprovação – defesa) Prof(a) MSc. Luciana Merlin Bervian UNIVALI – Campus São José Coordenador(a) do Curso Banca Examinadora: Prof(a) MSc. Kellen da Silva Coelho UNIVALI – Campus São José Professor Orientador Prof(a) MSc. Evelize Mara de Souza Gomes Martins UNIVALI – Campus São José Membro Prof(a) MSc. Bianca Jorge de Campos Manara UNIVALI – Campus São José Membro iii Dedicatória (opcional): o autor dedica sua obra ou presta homenagens a pessoa(s); a dedicatória deve ser localizada na parte inferior direita da folha. Dedico este trabalho aos meus pais, Gabriel e Madalena, ao meu sobrinho Leandro e ao meu esposo Hipérides e as demais pessoas que estiveram comigo nessa trajetória. iv Agradecimentos Ao concluir este estudo, é de suma importância agradecer primeiramente a Deus, à instituição de ensino Univali, a coordenadora Luciana Bervian Merlin. A empresa, pelo apoio que me deu desde o início, aos meus chefes, pela acolhida e disponibilidade em responder às informações solicitadas, sem as quais este trabalho não poderia ser realizado. A minha orientadora professora MSc. Kellen da Silva Coelho que, através de sua disponibilidade e orientações, estimulou continuamente a pesquisa, possibilitando que este trabalho chegasse a bom termo. Aos colegas de classe, em especial a amiga Thatiani, cujo entrosamento propiciou o aprendizado coletivo. À minha família e amigos que de uma forma ou de outra, colaboraram para o bom andamento e conclusão deste trabalho. Quero, agradecer ao meu esposo que soube com toda a paciência estar ao meu lado me dando força nos momentos mais difíceis. v “O ser humano busca seu bem às custas do mundo inteiro” Robert Browning. vi RESUMO Este estudo aborda o clima organizacional na empresa Celesc Distribuição S A, Agência Regional Florianópolis, no bairro Capoeiras, referente a determinados indicadores de clima organizacional propostos no período de julho a outubro de 2007. Para isso, investigaram-se: o relacionamento entre os funcionários de diferentes setores; os fatores que influenciam na satisfação quanto à remuneração; a visão dos funcionários sobre o progresso profissional; a possível existência de benefícios e suas vantagens; a situação atual da empresa no que se refere à disciplina dos funcionários; assim como as condições físicas reais de trabalho na empresa; também se identificaram pontos fortes e fracos; e, por fim, foram propostas sugestões de melhoria. Este trabalho constitui-se em um estudo de caso e utilizou uma abordagem quantitativa, a população desta pesquisa são os funcionários da Celesc Distribuição S A. e a amostra foi composta por 115 participantes e os dados foram tratados estatisticamente. Palavras-chave: Clima organizacional. Comportamento organizacional. Administração de recursos humanos. vii ABSTRACT This study addresses the organizational climate in the company Celesc Distribution S A, Regional Agency Florianopolis, in the neighborhood Capoeiras, concerning certain indicators of organizational climate proposed in the period July to October 2007. Therefore, investigated: the relationship between officials of various sectors; The factors that influence the satisfaction about the pay; The vision of the officials on the progress training; The possible existence of benefits and their advantages; The current situation of the company in regard to the discipline of officials; as well as the actual physical conditions of work in the company; also identified strengths and weaknesses; and, lastly, were proposed suggestions for improvement. This work is in a case study and used a quantitative approach, the population of this research are the officials of Celesc Distribution S A. And the sample was composed by 115 participants and the data were processed statistically. Keywords: Organizational climate. Organizational behavior. Human resources administration. viii Lista de Ilustrações Tabela 1 – Fatores de medição de clima organizacional por Litwin e Stringer........................22 Tabela 2 – Fatores de medição de clima organizacional por Kolb...........................................23 Tabela 3 – Fatores de medição de clima organizacional por Schneider...................................23 Tabela 4 – Fatores de medição de clima organizacional por Luz ............................................23 Tabela 5 – Relação de setores e funcionários constantes .........................................................29 Quadro 1 – Análise dos resultados ...........................................................................................42 ix SUMÁRIO Resumo .................................................................................................................................................................vii Abstract ...............................................................................................................................................................viii Lista de ilustrações ............................................................................................................................................... ix Listas de tabelas..................................................................................................................................................... x 1 INTRODUÇÃO 11 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA................................................................................................... 12 1.2 OBJETIVOS........................................................................................................................ 12 1.2.1 Objetivo geral ...............................................................................................................13 1.2.2 Objetivos específicos....................................................................................................13 1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 13 1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO ............................................................................. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 16 2.1 HISTÓRICO DO CLIMA ORGANIZACIONAL .......................................................................... 16 2.2 CONCEITOS DE CLIMA ORGANIZACIONAL..........................................................................18 2.3 PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL ............................................................................ 19 2.4 RELAÇÃO ENTRE CLIMA E CULTURA ORGANIZACIONAL .................................................... 21 2.5 MODELOS DE CLIMA ORGANIZACIONAL ............................................................................ 22 2.5.1 Modelo de Litwin e Stringer.........................................................................................22 2.5.2 Modelo de Kolb ............................................................................................................23 2.5.3 Modelo de Schneider ....................................................................................................24 2.5.4 Modelo de Luz..............................................................................................................24 2.6 IMPORTÂNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL ..................................................................... 25 2.7 DESAFIOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL............................................................................ 28 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS 30 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................................... 30 3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES............................................................................................ 30 3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................................... 33 3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ................................................................................. 34 4 RESULTADOS DO ESTUDO 36 4.1 A AGÊNCIA REGIONAL DE FLORIANÓPOLIS / CELESC DISTRIBUIÇÃO SA ...................... 36 4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................................................................. 37 4.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PARTICIPANTES ............................................................... 37 x 4.3.1 Sexo dos participantes ................................................................................37 Gráfico 1 - Sexo dos participantes..........................................................................37 4.3.2 Idade dos participantes ...............................................................................38 Gráfico 2 – Idade dos participantes ........................................................................38 4.3.3 Tempo de empresa......................................................................................38 Gráfico 3 – Tempo de empresa...............................................................................39 4.3.4 Nível de escolaridade..................................................................................39 Gráfico 4 – Nível de escolaridade ..........................................................................39 4.3.5 Relacionamento entre os funcionários........................................................40 Gráfico 5 – Relacionamento entre os funcionários ................................................40 4.3.6 Remuneração ..............................................................................................41 Gráfico 6 - Remuneração........................................................................................41 4.3.7 Progresso profissional ................................................................................41 Gráfico 7 – Progresso profissional .........................................................................42 4.3.8 Benefícios ...................................................................................................42 Gráfico 8 - Benefícios.............................................................................................43 4.3.9 Disciplina....................................................................................................43 Gráfico 9 - Disciplina .............................................................................................44 4.3.10 Condições físicas de trabalho .....................................................................44 Gráfico 10 - Condições físicas de trabalho,............................................................45 4.4 PROPOSTA DE MELHORIAS FRENTE À ANÁLISE DA PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL 45 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 47 5.1 RECOMENDAÇÕES PARA NOVOS TRABALHOS .................................................. 48 REFERÊNCIAS 49 6 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO 53 ANEXOS 56 1 INTRODUÇÃO A pesquisa de clima organizacional visa, em um primeiro momento, a proporcionar a análise da organização em relação ao seu ambiente interno, bem como o conjunto de condições que caracterizam o estado de favorabilidade e/ou desfavorabilidade dos funcionários e das demais pessoas que com eles interagem. Este tipo de pesquisa é uma valiosa ferramenta de gestão, pois além de permitir a análise interna, também podem identificar o nível de comprometimento dos funcionários para com a organização, proporcionando, através de estratégias e ações, o crescimento e desenvolvimento das pessoas. Os indicadores de clima organizacional identificam transformações nas áreas tecnológica, social, cultural, científica, administrativa e política. Dentro desse contexto, a gestão de pessoas apresenta-se como um diferencial competitivo. Considera-se importante conhecer o clima organizacional, pois ouvir, sentir e saber o que pensam os funcionários contribui para o comprometimento das pessoas envolvidas no funcionamento da organização e enfoca a importância da qualidade no ambiente de trabalho e sua efetiva aplicação. Clima organizacional é visto por Litwin (1978, apud SILVA, 2003) como a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional, que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e que influencia o seu comportamento. Segundo Leitão et al. (1998), o clima organizacional é importante para a produtividade, na medida em que interfere diretamente na satisfação, na motivação e na criatividade dos funcionários. Prossegue ainda dizendo que os estudos nessa área são particularmente úteis porque fornecem um diagnóstico da organização, bem como as indicações de áreas carentes de atenção especial. Percebe-se que o clima é o reflexo dos aspectos positivos e negativos da organização, e está intimamente ligado ao grau de motivação e satisfação dos seus integrantes. Portanto, afeta diretamente o ambiente a as relações internas entre os funcionários podendo ser bom ou ruim o clima organizacional, conforme o grau de motivação existente entre as pessoas. Entretanto, é importante que as organizações realizem pesquisas de clima organizacional com certa freqüência e dessa forma avaliem as insatisfações e necessidades dos funcionários no ambiente organizacional. 12 Para Rizzatti (1995), estudar clima organizacional é um excelente mecanismo para se conhecer a organização e o ambiente de trabalho, e assim transmitir aos dirigentes uma visão mais ampla da organização e não apenas uma simples interpretação de dados. Observa-se que avaliar a percepção dos empregados sobre o clima organizacional tem sido uma preocupação em empresas modernas, com a finalidade de adotar medidas de intervenção para melhorá-lo, pois se sabe que funcionários mais satisfeitos tendem a desempenhar melhor suas funções. Uma pesquisa de clima organizacional tem como objetivo principal, para qualquer instituição, maximizar, cada vez mais, suas relações com os funcionários, oferecendo condições de trabalho adequadas, proporcionando oportunidades de desenvolvimento e estabelecendo um ambiente de trabalho adequado, o que pode proporcionar o alcance e a superação dos objetivos definidos pela direção. As Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. – Celesc é uma sociedade de economia mista, controladora de empresas concessionárias de serviços de geração e distribuiçãode energia elétrica. Atualmente, sua área de atuação corresponde a quase 92% do território catarinense. A Agência Regional de Florianópolis é responsável pela administração das agências distribuídas pelo estado. A partir desta agência, foi pesquisado o clima organizacional de determinados setores, focado na base operacional da empresa. Neste sentido, o presente trabalho é uma pesquisa de clima organizacional realizada dentro da Celesc Distribuição S.A., mais especificamente, na Agência Regional de Florianópolis, com o intuito de verificar a percepção dos funcionários em torno de determinados setores constantes do organograma da referida organização. 1.1 Problema de pesquisa Que análise pode ser feita acerca do clima organizacional da Agência Regional de Florianópolis da empresa Celesc Distribuição S.A., referente a determinados indicadores de clima organizacional propostos no período de julho a outubro de 2007? 1.2 Objetivos Mattar (1999) adverte quanto à importância do objetivo de pesquisa, a clareza da sua definição possibilitará que este não seja inutilizado após todo esforço despendido. Os objetivos que se têm em vista definem, muitas vezes, a natureza do trabalho, o tipo de problema a ser selecionado e o material a coletar (CERVO BERVIAN, 1983). 13 Então, reconhecendo esse aspecto, na seqüência são apresentados os objetivos: geral e específicos. 1.2.1 Objetivo geral Analisar a pesquisa de clima organizacional da Agência Regional de Florianópolis da empresa Celesc Distribuição S.A., referente a determinados indicadores de clima organizacional propostos no período de julho a outubro de 2007. 1.2.2 Objetivos específicos − Identificar o relacionamento entre os funcionários de diferentes setores; − Verificar os fatores que influenciam na satisfação quanto à remuneração; − Avaliar a visão dos funcionários sobre o progresso profissional; − Constatar a existência de benefícios e suas vantagens; − Descrever a situação atual da empresa no que se refere à disciplina dos funcionários; − Identificar as condições físicas reais de trabalho na empresa; − Identificar pontos fortes e fracos inerentes a pesquisa e; − Propor sugestões de melhoria. 1.3 Justificativa O motivo da realização da pesquisa se deve a necessidade de análise do clima organizacional dentro da empresa, a forma como o funcionário passa seus dias, as barreiras, os obstáculos, o relacionamento interpessoal, os valores, o respeito, dentre outras variáveis que serão analisadas no transcorrer desta pesquisa. Este trabalho é importante para o crescimento organizacional e o relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho. Visa a analisar situações em que haja insatisfação por parte dos funcionários, em busca de melhorias. Para a UNIVALI, vai ser importante ter esse trabalho a disposição dos acadêmicos em busca de conteúdo sobre clima organizacional e proporcionando amplitude de conhecimentos referente ao tema em estudo. 14 Como acadêmica, avalia-se de extrema importância a pesquisa de clima organizacional, onde acrescenta realizações no currículo da discente vivenciado na empresa em estudo. A análise do ambiente interno, por meio da aplicação de uma pesquisa de clima organizacional é importante, pois facilita à identificação de situações problema, a dinâmica das condições ambientais internas, entre outros fatores que podem contribuir para a melhoria dos níveis de qualidade no atendimento e até mesmo para a avaliação das estratégias estabelecidas na organização. A pesquisa de clima organizacional pode ser uma ferramenta muito útil de apoio para a gestão de pessoas, quando for utilizada na organização em busca de qualidade nas atividades desenvolvidas e de suma importância no cotidiano organizacional. Muitas vezes, o funcionário lamenta a situação, o momento e esse tipo de insatisfação não chega ao conhecimento dos administradores, fazendo que dessa forma o clima torne-se instável e gere maior insatisfação por parte do funcionário. Faz-se necessário um levantamento de como ocorrem essas dificuldades, para que a empresa traga melhorias e com isso contribua para o bom relacionamento no ambiente de trabalho. Além de ser importante para a empresa e seus funcionários, contribui também para a sociedade, pois um funcionário motivado na realização de seu serviço, acrescenta qualidade e com isso conquista seu cliente. O resultado desse trabalho também pode acarretar melhoria nas relações que envolvem clientes, funcionários e chefia. 1.4 Apresentação geral do trabalho O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos. Inicialmente apresenta-se a parte introdutória do estudo de caso, o qual trata de uma pesquisa de clima organizacional na empresa Celesc Distribuição S A, Agência Regional Florianópolis. Tem-se como problema de pesquisa a análise de indicadores propostos para identificar o clima da organização, por meio de objetivos específicos e dados as devidas justificativas para a realização do mesmo. No segundo capítulo, são apresentados os fundamentos teóricos do clima organizacional, composto pelo histórico, os conceitos, a relação entre o clima organizacional e a cultura, a importância e os desafios, bem como os modelos de pesquisa do clima propostos por Litwin e Stringer, Kolb, Schneider e Luz. 15 No terceiro capítulo, são apresentados os procedimentos metodológicos que norteiam o presente estudo, além das variáveis apresentadas na pesquisa. O quarto capítulo refere-se à caracterização da empresa e também à análise dos resultados encontrados na pesquisa, sendo os fatores estudados relacionamento interdepartamental, remuneração, progresso profissional, benefícios, disciplina e condições físicas de trabalho. No quinto capítulo, um relato das considerações finais e sugestões de melhorias na organização. 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA De acordo com Roesch (1999), a fundamentação teórica destaca-se como uma das seções mais longas e trabalhosas, que, na prática, implica seleção, leitura e análise de textos relevantes ao tema/problema de investigação escolhido. A seguir, encontram-se os tópicos que dão base a pesquisa. 2.1 Histórico do clima organizacional A literatura sugere que os primeiros estudos realizados sobre clima organizacional, foram realizados na década de 30, pela Escola de Relações Humanas, de Elton Mayo (OLIVEIRA, 1995, p.15). A primeira referência feita sobre o clima organizacional no Brasil, foi na década de 70, onde estudiosos se dedicaram a estudar o tema clima organizacional com os trabalhos de Saldanha (1974) e Souza (1977). Muitos outros estudiosos também contribuíram de maneira significativa sobre a questão do clima organizacional nas empresas, tanto no exterior como no Brasil, com a finalidade de estudar os componentes organizacionais e seus respectivos indicadores, para compor uma categoria de análise de clima organizacional. (SOUZA, 1978). No trabalho de Rizzatti (2002), o autor afirma que recentemente, o estudo de clima nas organizações tem sido negligenciado por várias razões, podendo ser citadas, em primeiro lugar, pelo assunto não ser uma pesquisa fácil, tanto por ser complexo, quanto por que as organizações nem sempre estão dispostas a pôr a descoberto seus procedimentos internos; segundo, porque na área comportamental o próprio hábito de pesquisa científica ainda é incipiente no Brasil. Em geral, é um processo que demanda disponibilidade de tempo e de recursos que, por sua vez, nem sempre se acham disponíveis para o pesquisador. Conforme Luz (2005), o clima organizacional é o reflexo do estado de espírito ou do entusiasmo das pessoas, que predomina numa organização. Na opinião do mesmo, o clima é afetado por conflitos intra-organizacionais, ocorridos entrepessoas, grupos e organizações e por fatores positivos e negativos externos. Ele afirma que o clima é afetado pelos conflitos e 17 pelos fatores que ocorrem num ambiente de trabalho, não somente na organização como também na vida particular do funcionário. Segundo Coda (2003 apud LUZ, 2003, p. 11): O clima é indicador do grau de satisfação dos membros de uma empresa, em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, tais como política de RH, modelo de gestão, missão da empresa, processo de comunicação, valorização profissional e identificação com a empresa. Tendo como objetivo da pesquisa de clima organizacional a maximização da relação com seus funcionários, oferecendo condições adequadas de trabalho, preocupando-se com o ambiente e estabelecendo o bom relacionamento entre os funcionários e toda a hierarquia da empresa. A pesquisa é de grande valia para que se analisem as condições atuais e se obtenha resultados que contribuam com o crescimento organizacional. Para Rizzatti (2002) é essencial que o corpo gerencial seja capacitado com habilidades específicas, facilitando, assim, o melhor desempenho administrativo da instituição. A capacitação e o desenvolvimento das pessoas podem ser considerados o principal recurso de uma organização, na busca da melhoria da qualidade do ambiente de trabalho, tendo em vista que as pessoas habilitadas podem fazer o diferencial nas instituições. Na busca deste diferencial, é necessário que se faça o estudo do clima organizacional para que se implante um processo de educação e capacitação contínuo, o que pode resultar em um desempenho eficiente nos diversos escalões hierárquicos da instituição. De acordo com Bowditch e Buono (1992), clima organizacional é uma medida de até que ponto as expectativas das pessoas, sobre como deveria se trabalhar numa organização estão sendo cumpridas. Deste modo, a cultura se ocupa da natureza das crenças e expectativas sobre o clima organizacional, ao passo que o clima é um indicador que informa se essas crenças e expectativas estão sendo realizadas. Na visão de Coda (1997, p.99) “o clima organizacional reflete uma tendência ou inclinação à respeito de até que ponto as necessidades da organização e das pessoas que dela fazem parte estariam efetivamente sendo atendidas, sendo este aspecto um dos indicadores da eficácia organizacional”. Assim sendo, ao mesmo tempo em que o clima organizacional é algo abstrato, ele se materializa na organização, sob forma de indicadores que exprimem sua qualidade. 18 Conforme Luz (2003) são eles: avaliação de desempenho, greves, conflitos interpessoais e interdepartamentais, desperdícios de material em geral e também queixas no serviço médico. Tais indicadores servem para informar que algo não está bem, ou demonstrar o contrário, quando o clima está muito bom. 2.2 Conceitos de clima organizacional A análise do clima organizacional se faz necessária aos administradores para que estes possam desenvolver suas atividades de forma a ter sempre em mente o comportamento das pessoas no trabalho. Isso só será possível quando estiverem convencidos e sensibilizados da importância de seus recursos humanos e do clima de suas organizações. Sendo considerado o clima organizacional um conjunto de características que descrevem as percepções dos integrantes de uma instituição, levando em consideração um conjunto de fatores, valores ou atitudes que afetam o relacionamento das pessoas, o estudo do clima organizacional é um instrumento utilizado para incrementar o desempenho das organizações. Para Alves (1997), o clima está associado a um estado da empresa, em um dado instante. Ele diz respeito à qualidade da integração interna e está vinculado a um episódio ou situação momentânea, que dá sustentação aos sentimentos por que passam indivíduos e grupos suas interações uns com os outros, como clima de confiança, de tensão e de conflito de desconcentração. O clima organizacional é considerado muito importante na percepção das pessoas em relação à organização e ao seu ambiente de trabalho, por este motivo diversos conceitos podem ser encontrados sobre o tema clima organizacional. Segundo Fleury e Sampaio (2002), o clima refere-se a percepções que às pessoas têm da organização em que trabalham percepção que pode ser influenciada por fatores conjunturais externos e internos à organização. Para Toledo e Milioli (2003 apud, LUZ, 2003, p.10) o clima organizacional “é o conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamentos formais e informais, existentes em uma organização”. Dando sustento Chiavenato (2000, p. 305) define o clima organizacional como sendo “a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos participantes da empresa e que influencia o seu comportamento”. Para Bowditch (1997, p. 189), o clima organizacional: 19 [..]é uma percepção resumida da atmosfera e do ambiente da organização, e tem implicações na satisfação como o trabalho e a organização, no desempenho, nos padrões de interação em grupos, e nos comportamentos de afastamento (por exemplo, absenteísmo, rotatividade). 2.3 Pesquisa de clima organizacional Para um estudo de clima organizacional, é indispensável a realização periódica de pesquisas de clima organizacional. Tem-se por objetivo identificar as variáveis que influenciam positiva ou negativamente, o nível de satisfação e motivação dos empregados, seu grau de envolvimento com os objetivos e metas empresariais, bem como avaliar e monitorar o impacto de intervenções feitas a partir dos resultados das pesquisas. Forehand e Gilmer (1964) enfocam os problemas de conceituação e mensuração do clima organizacional comparando esses com os estudos sobre comportamento individual realizados na área da psicologia. Na realidade, os estudos dos dois autores referem-se às variações ambientais e ao comportamento organizacional. Pelz e Andrews (1966), membros do instituo de pesquisa Social de Michigan, Ann Arbor, investigaram climas favoráveis para pesquisadores, entrevistando 1300 cientistas e engenheiros de onze organizações industriais, governamentais e universitárias, objetivando detectar a eficiência da administração dos laboratórios no desempenho dos indivíduos. Os resultados foram agrupados em tópicos, resumidos a seguir: • Liberdade: cientistas apreciam a liberdade, permitindo, porém que os autores se manifestem, desde que estes não tenham o poder de votos sobre eles; • Diversidade: não limitam sua atividade seja à ciência pura, seja à aplicada. Cientistas com várias especializações, tarefas práticas e teóricas são mais eficientes que aqueles altamente especializados; • Comunicação: buscam a troca de idéias e fornecimento de informações. Cientistas que trocavam bastantes idéias como os colegas mostravam maior rendimento do que aqueles que interagiam pouco; • Motivação: cientistas são mais motivados pelos fatores intrínsecos do que pelos extrínsecos; • Similaridade: cientistas preferem colegas com estratégias diferentes de abordar os problemas técnicos, embora relevassem semelhança nas fontes de motivação; • Dedicação: cientistas mais envolvidos no trabalho são mais eficazes; 20 • Criatividade: a criatividade foi mais apreciada em projetos de curto prazo, em grupos com poder de decisão e quando houve facilidade de comunicação do que em situação restritiva e menos flexível; • Idade: cientistas produzem mais em meados de sua carreira e depois declinam. Houve indícios de que isso era devido a um declínio intelectual, mais porque indivíduos diminuíram seu zelo e motivação com o passar do tempo; • Grupos: cientistas são produtivos em grupos com 4 ou 5 anos de existência; após esse período, tendem a baixar seurendimento em função da diminuição do entusiasmo, pouca comunicação e maior inclínio à especialização; • Satisfação: “uma certa insatisfação, decorrente da impaciência ávida, parece ser inevitável, numa atmosfera de pesquisa sadia “ (PELZ; ANDREWS, 1966, p.139). Souza (1977) realizou a pesquisa de clima utilizando a escala de Kolb (1971) associada aos três motivos sociais básicos: poder, realização e afiliação preconizadas por McCClelland (1955) para avaliar o clima em uma empresa privada, clima em uma secretaria de estado (órgão do governo) e uma escola de nível superior (Universidade). Os objetivos principais do trabalho foram: informar sobre um instrumento de diagnóstico valioso, qual seja, a escala de clima organizacional de Kolb, e relatar algumas aplicações feitas à realidade brasileira. Dentre as conclusões gerais extraídas é importante destacar: • As pessoas que têm seu trabalho menos estruturado, menos rotineiro, mais sujeito às pressões externas, sentem falta de maior clareza nos objetivos organizacionais. • As organizações não têm um clima único, mas vários climas (subclima), advindos de várias culturas (subcultura), haja vista que cada grupo possui preceitos, tecnologias e caráter próprios. • O pessoal da linha de batalha (gerentes, serviços gerais, alunos) estabelece novos vínculos afetivos com a organização, possivelmente porque participa menos do processo decisório. • Esses mesmos grupos sentem maior clareza organizacional em relação aos objetivos, porque suas tarefas são mais prescritas, determinadas, rotineiras. Amboni (1986) analisou o padrão de relacionamento entre as variáveis independentes, estilos de liderança, e que exibem diferentes tipos de clima organizacional. Tais climas são 21 causas de uma cultura organizacional que já está inserida no contexto da organização. A seguir, demonstra-se com maior clareza a relação entre clima e cultura. 2.4 Relação entre clima e cultura organizacional Para Sousa (1978, p.36), “cultura organizacional é um conjunto de atitudes resultantes da ação humana, visualizada dentro do sistema da organização”. Conforme o autor, a cultura é transmitida da sociedade para a organização e inserida aos funcionários da organização. Ao mesmo tempo em que se insere num contexto dentro da organização, passa a ser exercida de acordo com os valores e crenças aplicados no ambiente organizacional. Conforme Katz e Kahn (1987), toda a organização constrói a sua própria cultura, com seus próprios tabus, costumes e usos. A cultura do sistema reflete tanto as normas e os valores do sistema formal como sua interpretação no sistema informal, bem como reflete os argumentos dos tipos de pessoas que a organização atrai. Assim como a sociedade tem uma herança cultural, as organizações possuem padrões distintos de sentimentos e crenças coletivas que são passados aos novos membros do grupo. De acordo com Edela (1978), o clima organizacional é um fenômeno resultante da interação dos elementos da cultura, como preceitos, caráter e tecnologia. Decorre do peso dos efeitos de cada um desses elementos culturais, valores, políticas, tradições, estilos gerenciais, comportamentos, expressões dos indivíduos envolvidos no processo e também resultante do conjunto de instrumentos, conhecimentos e processos operacionais da organização. Para Alves (1997 apud PINHEIRO, 2005), o clima está associado a um estado da empresa, em um dado instante. Ele diz respeito à qualidade de integração interna e está vinculado a um episódio ou situação momentânea, que dá sustentação aos sentimentos pelos quais passam indivíduos e grupos, suas interações uns com os outros, como clima de confiança, de tensão, de conflito e de descontração. O clima é afetado por fatores externos a organização, como por exemplo, condições de saúde, habitação, lazer e família de seus funcionários, assim como pelas próprias condições sociais, a cultura organizacional é uma de suas principais causas. Então existe entre o clima e a cultura uma relação de causalidade. Uma das relações possíveis de se fazer entre cultura e clima é que o primeiro é causa, e o segundo é conseqüência. Outra relação é que clima é um fenômeno temporal, refere-se ao 22 estado de ânimo dos funcionários de uma organização, num dado momento. Já a cultura decorre de práticas recorrentes, estabelecidas ao longo do tempo. 2.5 Modelos de clima organizacional Segundo Rizzatti (2002), os estudos iniciais sobre o clima organizacional surgiram nos Estados Unidos, no início da década de 1960, com os trabalhos de Forehand e Gilmer (1964) sobre comportamento organizacional, dentro de um grande movimento da Administração chamado de Comportamentalismo. Esse movimento buscou formas de combinar a humanização dos trabalhos com as melhorias na produção buscando, principalmente na Psicologia, as ferramentas necessárias para alcançar esse objetivo. Os trabalhos de Forehand e Gilmer (1964) levantaram alguns conceitos e indicadores iniciais do clima organizacional a partir de estudos sobre comportamento individual realizados na Psicologia. Posteriormente, Litwin e Stringer (1968) aproveitaram esses estudos e realizaram experiências em três diferentes organizações, apresentaram três situações bem distintas, em termos de satisfação e desempenho no trabalho. Esses resultados ajudaram a difundir os estudos sobre clima organizacional nas empresas, auxiliando outros estudos de movimento comportamentalista. No Brasil, a pesquisa de clima organizacional foi difundida e aplicada com Souza (1977, 1978, 1980, 1983) que realizou diversos trabalhos em empresas privadas e órgãos públicos utilizando adaptações do modelo de Litwin e Stringer. Nesse sentido, através da pesquisa de clima organizacional, que é possível se medir o nível de relacionamento entre os funcionários e a empresa. 2.5.1 Modelo de Litwin e Stringer O modelo de Litwin e Stringer (1968) utiliza um questionário baseado em nove fatores/indicadores: 23 FATORES DESCRIÇÃO Estrutura Sentimento dos trabalhadores sobre as restrições em seu trabalho: muitas regras, regulamentos, procedimentos e outras limitações enfrentadas no desenvolver do trabalho. Responsabilidade Sentimento de autonomia para tomada de decisões relacionadas ao trabalho e não dependência quando desempenha suas funções Riscos É o senso de arriscar e de desafio no cargo e na situação de trabalho. Recompensa Sentimento de ser recompensado por um trabalho bem feito, ênfase em incentivos positivos e não em punições; sentimento sobre a justiça da política de promoção e remuneração. Calor e Apoio É o sentimento de boa camaradagem, geral e de ajuda mútua que prevalece na organização. Conflito Sentimento de pertencer à organização, como elemento importante valioso dentro do grupo de trabalho, em geral a sensação de compartilhar os objetivos organizacionais. Desafio Sentimento de risco na tomada de decisões e no desempenho de suas funções. Padrões É o grau em que a organização enfatiza normas e processos Cooperação Percepção do espírito de ajuda e mútuo apoio vindo de cima (gestores) e de baixo (subordinados). Tabela 1 – Fatores de medição de clima organizacional Fonte: Litwin e Stringer (1968). 2.5.2 Modelo de Kolb O modelo de Kolb (KOLB et al, 1986) utiliza fatores de sete indicadores. Além da responsabilidade, calor e apoio, padrões e recompensas, já vistos no modelo anterior, há ainda os seguintes: FATORES DESCRIÇÃO Conformismo Sentimento de que existem muitas limitações extremamente impostas na organização; o grau em que os membros sentem que há inúmeras regras, procedimentos, políticas e práticas às quais se devem amoldar ao invés de serem capaz de fazer seu trabalho comogostariam de fazê-lo. Clareza organizacional Sentimento de que as coisas são bem organizadas e os objetivos claramente definidos, ao invés de serem desordenados, confusos ou caóticos. Liderança Disposição dos membros da organização para aceitar a liderança e direção d e outros qualificados; quando surgem necessidades de liderança, os melhores sentem-se livres para assumi-la e são recompensados por uma liderança bem sucedida; a organização não é dominada por uma ou duas pessoas ou depende delas. Tabela 2 – Fatores de medição de clima organizacional por Kolb 24 Fonte: Kolb (1990). 2.5.3 Modelo de Schneider Segundo Rizzatti (2002) o modelo de Schneider, contribuiu com seis fatores para medir o clima organizacional, sendo que cada fator corresponde a uma descrição da organização: FATORES DESCRIÇÃO Suporte Administrativo Refere-se ao interesse ativo que o supervisor tem no progresso do agente de seguros, colaborando com ele e mantendo relações de amizade. Estrutura Administrativa Avalia em que grau o administrador faz o uso de orçamentos, exige do agente o uso material de venda e obtenção de novos clientes. Traduz o acompanhamento do trabalho de venda e a importância dos resultados da agência. Preocupação com novos empregados Descrevem os aspectos da seleção, orientação e treinamento de novos funcionários. Independência dos agentes São os agentes que procuram seguir seus próprios caminhos. Mensuram a independência do agente com relação aos controles feitos pela agência. Conflitos internos Refere-se à presença de grupos ou outros grupos (externos) à agência, e ao boicote da autoridade administrativa pelos agentes. Satisfação geral É o grau em que a agência promove encontros sociais periódicos da agência. Tabela 3 – Fatores de medição de clima organizacional por Schneider Fonte: Rizatti (1995). 2.5.4 Modelo de Luz Conforme Luz (1995), destacam-se dezoito variáveis: FATORES DESCRIÇÃO Trabalho Relação das pessoas com os trabalhos que executam Relacionamento interdepartamental Cooperação e relacionamento Remuneração Análise dos salários internos em relação aos salários pagos por outras empresas. Supervisão Grau de satisfação do funcionário em relação ao seu líder. Comunicação Avalia os canais de comunicação da organização. Progresso profissional Explora as oportunidades de promoção e carreira que a empresa oferece. Integração social Grau de relacionamento entre funcionários, líderes e a própria instituição. 25 Estabilidade no emprego Segurança em relação as suas posições na empresa. Processo decisório Revela a centralização ou descentralização das decisões relativa à supervisão. Benefícios Grau de satisfação com referência aos diversos tipos de benefícios oferecidos pelas empresas Condições físicas de trabalho Verifica a qualidade das condições físicas de trabalho, como layout, horário. Relacionamento empresa x Sindicato x Funcionários Avaliam o atendimento as queixas, reclamações e satisfação perante o sindicato. Disciplina Grau de rigidez das normas disciplinares e suas satisfações ou insatisfações. Participação Mede as formas de participações na gestão da empresa. Pagamento Erros com relação ao pagamento e descontos efetuados Segurança Grau de satisfação em relação aos riscos de acidentes de trabalho e doenças profissionais. Objetivos organizacionais Levantam a clareza dos objetivos e planos de ação empregados pela organização. Orientação para Resultados Variáveis que revela a preocupação da empresa em relação aos resultados dos funcionários. Tabela 4 – Fatores de medição de clima organizacional por Luz Fonte: Luz (1995). 2.6 Importância do clima organizacional Segundo Luz (1995), o clima organizacional trata do conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento formais e informais, existentes em uma organização. Complementando, diz que o “clima organizacional é um fenômeno resultante da interação dos elementos da cultura. Portanto o clima é uma decorrência do peso de cada um dos elementos culturais e seus efeitos sobre os outros dois”. Avaliar o clima da organização é responsabilidade do setor de Recursos Humanos. Compete a ele ouvir coletivamente os funcionários, já que sua missão é assegurar que a empresa tenha um bom ambiente de trabalho e que seus funcionários se sintam satisfeitos e realizados. (CHIAVENATO, 1999). 26 O clima de uma organização pode ser bom quando os funcionários indicam seus conhecidos e parentes que trabalham nela, quando sentem orgulho em participar dela. O baixo turnover e o alto tempo de permanência na empresa, são bons indicadores desse tipo de clima. (CODA, 1997). O clima é prejudicado ou ruim, quando algumas variáveis organizacionais afetam de forma negativa e duradoura, o ânimo dos funcionários, gerando evidências de tensões, discórdias, desuniões e rivalidades. (LUZ, 2003). Com a necessidade de serem cada vez mais competitivas e criativas, as organizações estão visualizando todas as mudanças sociais, culturais, econômicas e principalmente tecnológicas, para a criação de um novo paradigma. (NEVES, 1996). Para que isso ocorra, a organização precisa investir na otimização de seus processos para que os funcionários estejam aptos a enfrentar essas mudanças e acompanhem o desenvolvimento organizacional (GIL, 1994). Desta forma, Chiavenato (1997) salienta que, as organizações devem estar estruturadas para que possam se tornar mais competitivas, diante das outras organizações no Brasil ou no exterior. Entende-se que elas usufruam de seus recursos de todas as formas possíveis, em busca do crescimento e também dos recursos que estão alheios a sua disposição. O autor diz que as organizações não sobrevivem isoladamente no mercado. Pois, para encarar a competição, as organizações necessitam utilizar o máximo de seus pontos fortes e criarem um desenvolvimento corporativo com fornecedores, utilizando totalmente a sua força de trabalho, ou seja, o pessoal que toma decisões e os que executam as tarefas. Diante disso, a organização deve comprometer-se com os seus funcionários para que haja uma eficácia em contrapartida, por parte dos mesmos. É um relacionamento que deve ser mantido na organização e cultivado. Não somente em épocas de crises ou dificuldades que a organização venha a passar, mas de uma forma constante. Deve ocorrer um permuta, onde cada parte colabora, e assim se torne vantajoso para ambas as partes, havendo sempre uma interdependência. É importante conhecer a opinião destes, sobre temas como imagem da empresa, comunicação corporativa, estilo de gestão, saúde, segurança, remuneração e relacionamento interpessoal. (FLEURY e SAMAPIO, 2002) 27 Quando se analisa o clima organizacional de uma organização, pretende-se avaliar a situação do empregados, os objetivos do contrato de gestão de resultados que prevê a elevação do nível de motivação e comprometimento dos empregados com a empresa. (RIZZATTI, 1995) Ao se realizar uma pesquisa, o objetivo é conhecer a percepção dos empregados sobre a empresa e seu ambiente de trabalho, identificar os fatores que promovem ou interferem na satisfação para, com base no conhecimento gerado pela pesquisa traçar ações que possam elevar a motivação e o comportamento de todo o grupo funcional. (OLIVEIRA, 1995) Uma pesquisa sobre clima organizacional é um meio de se medir os índices de satisfação dos empregados e também, uma maneira de aperfeiçoarem os processos. No primeiro caso, porque é ótimo trabalhar com entusiasmo. Não há criatividade nem interesse que sobreviva em um ambiente negativo, confuso e cheio de ruídos. (CODA, 1997) A diretoriaidentifica claramente as vantagens em melhorar a performance empresarial pela construção de um ambiente harmonioso e criativo, com a menor incidência de conflitos e com perspectivas de melhorias contínuas. (FERNANDES, 1996) Litwin & Stringer (1979, p.49) consideram que o clima organizacional refere-se as “propriedades mensuráveis do ambiente de trabalho, percebidas direta ou indiretamente pelas pessoas que vivem ou trabalham neste meio, influenciando sua motivação e seu comprometimentos”. Relacionamentos interpessoal são considerados as relações cotidianas entre os empregados e as lideranças no local de trabalho e no ambiente geral da empresa. Envolve questões relacionadas à integração, cooperação, apoio e trabalho em equipe. A comunicação abrange trabalhos relacionados à qualidade, adequação e sistemática dos canais de comunicação da Empresa. (NEVES, 1986) O desenvolvimento profissional envolve a ampliação e consolidação de conhecimentos, competências e habilidades e aplicabilidade em suas atividades diárias. Drucker, (1990) corrobora dizendo que pessoas distintas devem ser geridas de distintas formas. Clima organizacional é o indicador de grau de satisfação dos membros de uma empresa, em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, tais como políticas de RH, modelo de gestão, missão da empresa, processo de comunicação, valorização profissional e identificação com a empresa (CODA, 1997). 28 2.7 Desafios do clima organizacional Inúmeros são os desafios enfrentados pelas organizações, contudo são escassas as organizações, que aplicam periodicamente uma análise de clima organizacional. Conforme Luz (2003), além de ouvir seus funcionários sobre o que pensam em relação as variáveis internas, as empresas deveriam conhecer a realidade dos indivíduos. Um dos grandes desafios da análise de clima organizacional é ser uma estratégia organizacional, pois de um lado está a organização e do outro os funcionários, sem nenhum comprometimento de gestão de qualidade de ambas as partes. (OLIVEIRA, 1995) Para Lacombe (2005, p, 83), “se o clima organizacional é correspondente, as pessoas tendem a ser pró-ativas, partilhar conhecimentos, confiar nos chefes, colegas e subordinados, procurar inovar, ter iniciativa e agir com forte sentimento de ‘pertença’”. Afinal como se pode alcançar a qualidade dos produtos ou serviços se não houver qualidade na vida pessoal e profissional de quem o faz. Conforme Luz (2003), clima organizacional é o reflexo do estado de espírito ou do ânimo das pessoas, que predomina numa organização em um determinado período. Ressalta ainda, a importância de destacar o fator tempo no conceito, uma vez que o clima organizacional é instável, conforme a influência que sofre de algumas variáveis. De acordo com o autor, dentre as principais contribuições da pesquisa de clima organizacional, pode-se destacar: • Buscar o alinhamento da cultura com as ações efetivas da empresa; • Promover o crescimento e desenvolvimento profissional dos funcionários; • Integrar os diversos processos e áreas funcionais; • Otimizar a comunicação; • Minimizar a burocracia; • Identificar necessidades de treinamento, desenvolvimento pessoal, gerencial e de educação empresarial; • Difundir o conceito de o cliente interno e externo; • Aperfeiçoar as ações gerenciais, tornando-as mais consistentes; 29 • Organizar, flexibilizar e agilizar as atividades da organização, dentre outras (LUZ, 2003). Completa Luz (2003), como dizem os especialistas, avaliarem o clima permite às organizações identificar as percepções de seus empregados sobre diferentes aspectos que influencia o seu bem-estar no trabalho, permite aprimorar continuamente a qualidade de vida no trabalho. Enfim, o objetivo principal da pesquisa de clima organizacional para qualquer empresa é elevar ao máximo, cada vez mais, suas relações com os funcionários proporcionar condições de trabalho adequado, proporcionar oportunidades de desenvolvimento e estabelecer um bom ambiente de trabalho. Descritos os principais fundamentos teóricos relevantes a pesquisa, a seguir apresenta-se os aspectos metodológicos que serão utilizados na pesquisa. 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS O presente capítulo objetiva esclarecer os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa para atingir os objetivos propostos realizando pesquisa sistemática de acordo com as normas da metodologia científica, utilizada para a realização do presente estudo. 3.1 Caracterização da pesquisa A presente pesquisa é caracterizada como exploratória, pois se trata de uma pesquisa com o intuito de formalizar e elevar o conhecimento e a compreensão de um problema de pesquisa (MATTAR, 1997). A pesquisa é também caracterizada como descritiva, pois conforme Vergara (2000) expõem características de determinada população e de determinado fenômeno, através de levantamento ou de observações sistemáticas de suas características. De acordo com Richardson (1999), as pesquisas descritivas são realizadas com intuito de construir afirmações e descrever aspectos de uma população ou analisar a distribuição de determinadas características. A pesquisa quantitativa, segundo Mattar (1997), procura medir o grau em que algo está presente. Na pesquisa quantitativa os dados são obtidos de um grande número de respondentes, utilizando-se escalas, geralmente numéricas, e são submetidas à análise estatísticas formais. O presente trabalho caracteriza-se como um estudo de caso. Conforme Yin (2001), estudo de caso é uma estratégia abrangente de pesquisa, pois possibilita a utilização de múltiplas fontes de evidência. Além disso, recomenda-se sua utilização quando podem existir muito mais variáveis de interesse do que evidenciam os dados e quando se faz necessário realizar o desenvolvimento prévio de proposições teóricas, a fim de guiar a coleta e análise de dados. 3.2 Contexto e participantes De acordo com Vergara (2000, p. 50), população “é um conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas) que possuem as características que serão objetos de estudo”. A empresa estudada foi a Celesc Distribuição S A, Agência Regional Florianópolis, 31 A população da pesquisa é constituída por funcionários da Empresa Celesc Distribuição S A, da Agência Regional de Florianópolis. Esses funcionários pertencem às seguintes divisões DVAF, DVOM, DVDI e DVCL. Não houve um critério científico para a seleção dos departamentos. Foi feita uma escolha aleatória dentro de cada diretoria citada. Sendo que, as divisões são compostas por setores e estes, com os respectivos cargos assim estabelecidos: SPAD SPOD SPUE SPOP Chefe (1) Chefe (1) Chefe (1) Chefe (1) Secretária (1) Secretária (1) Técnicos (20) Técnico (1) Assistente Adm. (1) Eletrotécnicos (10) Eletricistas (12) Operador PA (11) Motoristas (4) Despachantes (12) Engenheiro (1) Operador Us. (8) Mecânico (1) Eletricistas (63) Assistente Adm. (3) Auxiliar. Técnico (1) Eletricista (1) Engenheiro (1) Agente de Serviços (1) Assistente Adm. (1) Auxiliar Técnico (2) Total 10 Total 91 Total 37 Total 22 Quadro 5 – Relação de setores e funcionários constantes Fonte: Dados primários A amostra, segundo Mattar (1997, p. 260), é qualquer parte de uma população, e a amostragem “é o processo de colher amostra de uma população”. Há dois caminhos para se conhecer alguns aspectos de uma população, ou seja, pelo método de amostra ou censo. Na amostra se pesquisa apenas alguns elementos da população, e no censo se pesquisa todos os elementos. Dessa forma, em vista da população proposta, utilizou-se de um cálculo do tamanho da amostra.O nível de confiança adotado na pesquisa foi de 95%. Para este nível de confiabilidade, conforme a Teoria do Limite Central proposta por Mattar (2005), o valor da variável Z é 2. Para determinar a precisão da amostra, o erro amostral admitido foi de 5% ou 0,05. A probabilidade para que as fontes de dados possuam as informações necessárias (P) para a realização da pesquisa é de 50% ou 0,5; consequentemente a probabilidade para que não possuam essas informações (Q) também é de 50% ou 0,5. 32 Utilizando-se a seguinte fórmula para a determinação do tamanho da amostra (n) em populações finitas, tem-se: n = Z² x P x Q______ e²(N – 1) + Z² x P x Q Onde: a) n = tamanho da amostra b) Z = valor da ordenada na curva normal padronizada c) P e Q = probabilidade de ocorrência ou não ocorrência de um fato d) e = erro amostral admitido e) N = Tamanho da população Logo: n = ______2² x 0,5 x 0,5 x 160____ = 115. 0,05² x (160-1) + 2² x 0,5 x 0,5 Sendo: a) Nível de confiabilidade de 95%. b) Erro amostral 5%, c) Probabilidade de uma pessoa aleatória vir a ser selecionada para amostra 50% d) Probabilidade de uma pessoa aleatória não vir a ser selecionada para amostra 50% e) Número de participantes 115. Ou seja, para que se obtivesse nesta pesquisa, um erro máximo de 5%, ao nível de confiabilidade de 95% e com uma probabilidade de ocorrência de 50%, foi necessário construir uma amostra de 115 pessoas. 33 3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados Os dados primários foram coletados por meio de questionário (apêndice A). De acordo com Roesch (1996), dados primários são aqueles coletados diretamente pelo pesquisador, enquanto que os dados secundários não são ‘criados’, e sim, colhidos de alguma outra fonte. Foram aplicados 115 questionários com 18 perguntas de respostas fechadas, contendo cada questão cinco alternativas de respostas, referentes ao clima organizacional. Já os dados secundários foram obtidos através de pesquisa documental existente na empresa, como por exemplo, contrato social, código de ética, manuais e normativos, dentre outros; e de pesquisa bibliográfica, em diversas obras com mais de cinqüenta estudiosos. Cervo e Bervian (1996) afirmam que o questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja. Richardson (1999) também ressalta que os questionários cumprem pelo menos duas funções: descrever as características e medir determinadas variáveis de um grupo social. Além de terem sido feitas observações diretas, sendo apontadas em relatório de estágio, durante o dia a dia vivenciado na empresa, a fim de complementar as conclusões da pesquisa. O método utilizado será o questionário. Segundo Mattar (1997, p.218), “o instrumento de coleta de dados é o documento através dos quais as perguntas são apresentadas aos respondentes e onde são registrados as propostas e dados obtidos”. Para Richardson (1999), os questionários cumprem pelo menos duas funções: descrever as características e medir determinadas variáveis de um grupo social. Conforme Gil (1994, p. 124) “pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas”. Por meio de questionário foram captadas informações que configuram o momento motivacional dos envolvidos, identificando e avaliando as atitudes e padrões de comportamento, dando oportunidade para os mesmos expressarem seus sentimentos e atitudes em relação aos seus superiores e a organização. A coleta de dados juntou os fatores determinantes do clima organizacional no cotidiano da organização, assim como os dados pessoais dos funcionários, como: sexo, idade, estado civil, nível de escolaridade, tempo de serviço e cargo que ocupam. 34 Na pesquisa desenvolvida o questionário é composto de dezoito perguntas. A escala utilizada está composta por cinco alternativas concordo totalmente, concordo parcialmente, discordo parcialmente, discordo totalmente e não concordo nem discordo. Utilizou-se a escala Likert, para a elaboração do questionário. Foram escolhidas seis das dezoito variáveis apresentadas por Luz (1995), mencionadas a seguir: • Relacionamento Interdepartamental: Cooperação e relacionamento entre os departamentos existentes na empresa; • Remuneração: análise dos salários internos em relação aos salários pagos por outras empresas; • Progresso profissional: explora as oportunidades de promoção e carreira que a empresa oferece; • Benefícios: Grau de satisfação com referência aos diversos tipos de benefícios oferecidos pelas empresas; • Disciplina: Grau de rigidez das normas disciplinares e suas satisfações ou insatisfações; • Condições físicas de trabalho: Verifica a qualidade das condições físicas de trabalho, como layout, horário. Utilizou-se o Modelo de Luz (1999), pois os fatores para a pesquisa foram os que mais se adaptavam à realidade da empresa estudada e os que mais são citados na literatura. A realização do pré-teste ocorreu no dia 02/08/07, durante o expediente, com onze funcionários do setor de transportes. A recepção foi tranqüila, sendo que alguns ficaram de certo modo curiosos referentes a possíveis fatos que poderiam estar acontecendo após terem participado desta pesquisa. Os respondentes foram claros e objetivos na forma de entendimento das questões solicitadas. Houve entendimento e assimilação por parte dos funcionários 3.4 Tratamento e análise de dados A análise dos dados nesta pesquisa foi realizada por meio de um programa especial de dados estatísticos, chamado Sphin, criado por uma professora da UfSC, disciplina de pesquisa em administração, do curso de Administração. Este, proporcionou os resultados precisos onde foram coletadas as informações necessárias para a obtenção dos gráficos e resultados da 35 pesquisa. O programa é composto por enquetes, cálculos, fórmulas, tabelas e gráficos, onde pode auxiliar nos resultados da pesquisa. Ao utlilizar este programa, pode-se perceber que o desenvolvimento e o entendimento tornaram-se mais claros diante dos fatos, podendo assim contibuir para um trabalho mais rico e eficaz. 36 4 RESULTADOS DO ESTUDO Neste capítulo, apresenta-se, inicialmente, a caracterização da empresa Celesc Distribuição SA, Agência Regional de Florianópolis, a seguir, são explanados os resultados da pesquisa referentes a alguns indicadores envolvidos no clima organizacional, selecionados para a análise do mesmo: relacionamento entre os funcionários de diferentes setores; fatores que influenciam na satisfação quanto à remuneração; visão dos funcionários sobre o progresso profissional; planos de benefícios; situação atual da empresa no que se refere à disciplina dos funcionários; condições físicas reais de trabalho na empresa; além disso, divulgação dos pontos fortes e fracos e propor sugestões de melhoria. Diante disso, acredita-se que seja possível o cumprimento do objetivo primordial deste estudo, que é a análise da pesquisa de clima na referida unidade organizacional investigada. 4.1 A Agência Regional de Florianópolis / CELESC Distribuição SA As Centrais Elétricas de Santa Catarina. Celesc foi criada em dezembro de 1955 por meio do decreto estadual nº 22, assinado pelo governador Irineu Bornhausen. Até a metade do século, as necessidades energéticas do estado eram supridas por pequenos e médios sistemas elétricos regionalizados, geralmente mantidos pela iniciativa privada. Como resultado imediato, o início das operações da Celesc viabilizou a entrada de Santa Catarina no Sistema Elétrico Interligado Sul-Sudeste, medida que garantiu o fornecimento de eletricidadeadequado ao parque industrial catarinense. (CELESC) A princípio, a CELESC funcionou mais como um órgão de planejamento do sistema elétrico estadual. Depois, assumiu o papel de holding até começar a incorporar, gradativamente, o patrimônio das velhas empresas regionais. Foi assim que começou seu ciclo de expansão, sendo que a região sul, já na década de 70, foi à última a ser atendida. Lá, ainda se concentra o maior número de cooperativas de eletrificação em Santa Catarina. O primeiro grupo de empresas tornadas subsidiárias foi formado pela Empresa Sul Brasileira de Eletricidade S.A. Empresul, com base em Joinville, pela Força e Luz Videira S.A., pela Companhia Oeste de Eletricidade, de Concórdia, pela Companhia Serrana de Eletricidade, de Lages, pela Companhia Pery de Eletricidade, com base em Curitibanos, e pela Empresa Força e Luz Santa Catarina S.A., com atuação no Vale do Itajaí e sede em Blumenau. 37 A consolidação técnica da Celesc e o delineamento definitivo do sistema elétrico estadual ocorreram a partir de 1965, com a construção da Linha de Transmissão Tubarão, Lages, Joaçaba e São Miguel do Oeste. Gradativamente, a Celesc cobriu todo o estado e tornou-se a estatal catarinense mais importante. A Celesc orgulha-se por ser uma referência entre as maiores empresas do setor elétrico brasileiro. Na galeria de prêmios conquistados pela satisfação de seus clientes, exibe troféus concedidos por instituições nacionais e internacionais. Em 2002, foi a 1ª empresa do país a aderir ao nível dois de governança corporativa da Bovespa. Sua Agência Regional de Florianópolis, a qual foi alvo deste estudo, foi fundada há cerca de 35 anos, encontra-se situada na Avenida Governador Ivo Silveira, n° 2389, bairro Capoeiras e conta hoje com a colaboração de 416 funcionários, sendo gerenciada pelo Sr. Luiz Carlos Facco. (CELESC) 4.2 Análise dos Resultados A seguir, serão apresentados os resultados obtidos na pesquisa. Será feita uma análise dos dados coletados para se atingir o objetivo do trabalho. 4.3 Características gerais dos participantes 4.3.1 Sexo dos participantes Com base nos dados obtidos nesta pesquisa, observa-se que 8,7% dos entrevistados são do sexo feminino, enquanto 91,3% são do sexo masculino. Pode-se observar a grande maioria dos funcionários sendo do sexo masculino, como demonstra no gráfico 1. Gráfico 1 - Sexo dos participantes Fonte: elaborado pela autora Dados Primários (2007) M 38 4.3.2 Idade dos participantes Quanto à idade, identificou-se que a maioria (58,3%) tem entre 41 a 50 anos, seguido por 21 a 30 anos (16,5%) e 31 a 40 anos (13,9%). Isto demonstra que a maior parte dos funcionários possui uma idade mais avançada, o que pode significar a necessidade de uma inserção de funcionários mais jovens. O gráfico 2 a seguir, exibe tais dados: Gráfico 2 – Idade dos participantes IDADE 1,7% 16,5% 13,9% 58,3% 9,6% ATÉ 20 ANOS 21 A 30 ANOS 31 A 40 ANOS 41 A 50 ANOS MAIS DE 50 ANOS Fonte: elaborado pela autora 4.3.3 Tempo de empresa Perguntado sobre o tempo de empresa dos funcionários, obteve-se como resposta que, 46,1% têm mais de 20 anos de trabalho e 27% tem de 1 a 10 anos, seguido por 26,1% que tem 11 a 20 anos. Verifica-se que, da mesma forma que há uma idade avançada, há também grande parte dos funcionários com bastante experiência e pode ser que faltem novos empregados. O gráfico 3 mostra estas informações: 39 Gráfico 3 – Tempo de empresa MENOS DE 1 ANO 0,9% 1 A 10 ANOS 27,0% 11 A 20 ANOS 26,1% MAIS DE 20 ANOS 46,1% TEMPO DE EMPRESA Fonte: elaborado pela autora 4.3.4 Nível de escolaridade Referente a escolaridade dos participantes, observou-se que 49,6% possuem ensino médio completo, 14,8% ensino superior completo, seguido de 13,9% ensino superior incompleto. Percebe-se que grande parte dos funcionários tem um nível de instrução baixo e, com isso, podem surgir dificuldades na ascensão profissional. Através do gráfico 4 apresentam-se os dados citados: Gráfico 4 – Nível de escolaridade ESCOLARIDADE 4,3% 7,8% 9,6% 49,6% 13,9% 14,8% ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO ENSINO MÉDIO INCOMPLETO ENSINO MÉDIO COMPLETO ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO ENSINO SUPERIOR COMPLETO Fonte: elaborado pela autora 40 4.3.5 Relacionamento entre os funcionários De acordo com Idalberto Chiavenato (1999, p.117), o relacionamento interdepartamental, refere-se às pessoas como recursos, isto é, como portadoras de habilidades, capacidades, conhecimentos, motivação de trabalho, comunicabilidade, etc., nunca se deve esquecer que as pessoas são pessoas, isto é, portadoras de características de personalidade, expectativas, objetivos pessoais, histórias particulares, etc. Convém, portanto, salientar algumas características genéricas das pessoas como pessoas, pois isto melhorará nossa compreensão do comportamento humano nas organizações. Neste sentido, analisaram- se: o relacionamento entre colegas de diferentes setores, a manifestação de cooperação e a manifestação de companheirismo entre eles. Pode-se verificar por meio do gráfico 5, que 57,4% dos funcionários de diferentes setores concordam parcialmente que o relacionamento entre os mesmos é bom, seguido de 33,9% concordam totalmente que tem cooperação dos colegas de diferentes setores e 8,7% discordam parcialmente que existe companheirismo entre os funcionários. Cabe ressaltar ainda, que a empresa apresenta um ambiente, aparentemente, agradável em que os funcionários trabalham satisfeitos. Gráfico 5 – Relacionamento entre os funcionários RELACIONAMENTO ENTRE OS FUNCIONÁRIOS 33,9% 57,4% 8,7% CONCORDO TOTALMENTE CONCORDO PARCIALMENTE DISCORDO PARCIALMENTE DISCORDO TOTALMENTE NÃO CONDORDO NEM DISCORDO Fonte: elaborado pela autora Quanto ao relacionamento entre colegas de diferentes setores, constatou-se que a maioria possui um bom relacionamento entre os diversos setores da organização. 41 4.3.6 Remuneração De acordo com Lacomb e Heilborn (2003, p.275), remuneração é a soma de tudo o que é periodicamente pago aos funcionários por serviços prestados; salários, gratificações, adicionais (por periculosidade, insalubridade, tempo de serviço, trabalho noturno e horas- extras) e benefícios financeiros. Com relação ao salário, 42,6% concordam parcialmente que o salário está de acordo com as atividades desempenhadas, já 25,2% discordam parcialmente que a remuneração praticada na empresa esteja de acordo com as demais empresas do mesmo ramo de atividade e 15,7% discordam totalmente que o salário praticado pela empresa não está adequado aos demais funcionários. Gráfico 6 - Remuneração SALÁRIO X ATIVIDADES DESEMPENHADAS 14,8% 42,6% 25,2% 15,7% 1,7% CONCORDO TOTALMENTE CONCORDO PARCIALMENTE DISCORDO PARCIALMENTE DISCORDO TOTALMENTE NÃO CONDORDO NEM DISCORDO Fonte: elaborado pela autora Para os funcionários da organização em estudo, constatou-se que a maioria considera que a remuneração está de acordo com suas atividades desempenhadas. 4.3.7 Progresso profissional Quanto ao progresso profissional, 42,6% concordam parcialmente que é justa a forma de aspirar novos cargos, seguido de 30,4% discordam totalmente e 17,4% discordam parcialmente. No que diz respeito a plano de cargos e salários, 33,9% concordam parcialmente que atende as expectativas dos funcionários, 34,4% discordam totalmente e 25,2% discordam parcialmente. No que tange ao crescimento profissional da organização, 42 38,3% concordam parcialmente, 25,2% discordam totalmente e 17,4% concordam totalmente na possibilidade de crescimento. Gráfico 7 – Progresso profissionalCRESCIMENTO PROFISSIONAL JUSTO 8,7% 42,6% 17,4% 30,4% 0,9% CONCORDO TOTALMENTE CONCORDO PARCIALMENTE DISCORDO PARCIALMENTE DISCORDO TOTALMENTE NÃO CONDORDO NEM DISCORDO Fonte: elaborado pela autora De acordo com o progresso profissional, percebe-se que há uma discrepância referente as opiniões dos participantes da pesquisa, com relação ao crescimento profissional. Ao mesmo tempo em que muitos consideram importante a forma de crescimento, outros não concordam. 4.3.8 Benefícios Chiavenato (1998, p.415) classifica os benefícios concedidos pelas empresas, quanto à sua natureza, que podem ser: monetários ou não monetários. Monetários, são os concedidos em dinheiro, através da folha de pagamento e gerando encargos sociais deles decorrentes. Exemplo: 13º salário, férias, aposentadoria, complementação da aposentadoria, gratificações, planos de empréstimos, complementação de salários nos afastamentos prolongados por doença, reembolso ou financiamento de remédios, etc. Já os benéficos não monetários, são os oferecidos na forma de serviços, vantagens ou facilidades, para os usuários, a saber: refeitórios, assistência médico-hospitalar e odontológica, serviço social e aconselhamento, clube ou grêmio, seguro de vida em grupo, condução ou transporte de casa para a empresa e da empresa para a casa e horário móvel de entrada e saída do pessoal de escritório. Na questão benefícios, 53,9% concordam parcialmente que são satisfatórios já 33,95% concordam totalmente e 6,1% discordam parcialmente. Quanto a contribuição dos benefícios 43 para o orçamento familiar, 48,7% concordam totalmente que são suficientes para ajudar nas despesas do ambiente familiar. Seguido de 42,6% concordam parcialmente e 5,2% discordam parcialmente. Referente aos benefícios oferecidos pela empresa, 55,7% concordam parcialmente que são importantes para suprir as necessidades básicas, 25,2% concordam totalmente e 11,3% discordam parcialmente. Gráfico 8 - Benefícios BENEFÍCIOS RECEBIDOS 33,9% 53,9% 6,1% 5,2% 0,9% CONCORDO TOTALMENTE CONCORDO PARCIALMENTE DISCORDO PARCIALMENTE DISCORDO TOTALMENTE NÃO CONDORDO NEM DISCORDO Fonte: elaborado pela autora A maioria dos funcionários respondeu que os benefícios que recebem são importantes,adequados e contribuem para suprir as necessidades básicas do grupo familiar. 4.3.9 Disciplina Para a forma de controle de ponto utilizada na empresa, 54,8% concordam parcialmente que atende as expectativas da organização, já o restante considera essa forma totalmente inviável. De acordo com o manual de ética da organização, 50,4% concordam parcialmente e 19,1% concordam totalmente que este manual seja praticado entre ambas as partes. Quanto ao comportamento dos funcionários da empresa, 55,7% concordam parcialmente que os mesmos se comportam de maneira ética e correta, 18,3% discordam parcialmente e 11,3% discordam totalmente. 44 Gráfico 9 - Disciplina CONTROLE DE PONTO 20,0% 54,8% 6,1% 13,0% 6,1% CONCORDO TOTALMENTE CONCORDO PARCIALMENTE DISCORDO PARCIALMENTE DISCORDO TOTALMENTE NÃO CONDORDO NEM DISCORDO Fonte: elaborado pela autora Segundo Chiavenato Idalberto (1998, p.570), o termo disciplina refere-se à condição por que as pessoas se conduzem de acordo com as regras e procedimentos de um comportamento aceitável pela organização. É o que denominamos autodisciplina e autocontrole. Dentre os fatores que estão relacionados com a disciplina, os principais são: gravidade do problema, duração do problema, freqüência e natureza do problema, fatores condicionantes, grau de socialização, histórias de práticas disciplinares da organização e suporte gerencial. Conforme o que foi pesquisado sobre a disciplina, verificou-se que a maioria dos pesquisados consideram importante que haja por parte da organização e de seus funcionários um bom relacionamento, independente onde estejam. 4.3.10 Condições físicas de trabalho Para Chiavenato Idalberto (1998, p.431), o trabalho das pessoas é profundamente influenciado por três grupos de condições: condições ambientais de trabalho, como a iluminação, temperatura, ruído, etc. Condições de tempo, como duração de jornada de trabalho, horas extras, períodos de descanso, etc., e condições sociais, como organização informal, status, etc. A higiene no trabalho ocupa-se do primeiro lugar do grupo: as condições ambientais de trabalho, embora não se descuide totalmente dos outros dois grupos. Por condições ambientais de trabalho queremos referir-nos às circunstâncias físicas que envolvem o empregado enquanto ocupante de um cargo, na organização. É o ambiente físico que 45 envolve o empregado enquanto ele desempenha um cargo. Os itens mais importantes das condições ambientais de trabalho são: iluminação, ruído e condições atmosféricas. Para realizar as atividades de maneira adequada, 49,6% concordam parcialmente que possuem as ferramentas necessárias para a realização de suas tarefas, 22,6% discordam parcialmente e 20,9% concordam totalmente. Na análise da segurança física no ambiente de trabalho, foi observado que 45,2% concordam parcialmente que existe por parte da organização uma atenção especial relacionada ao funcionário, 27,8% concordam totalmente e 17,4% discordam parcialmente. Outro item pesquisado demonstra que 53,0% concordam parcialmente que as condições físicas de trabalho, a limpeza e o espaço físico, são ideais e satisfatórios, seguidos de 25,2% concordam totalmente e 14,8% discordam parcialmente. Gráfico 10 - Condições físicas de trabalho, SEGURANÇA FÍSICA 20,9% 49,6% 22,6% 4,3% 2,6% CONCORDO TOTALMENTE CONCORDO PARCIALMENTE DISCORDO PARCIALMENTE DISCORDO TOTALMENTE NÃO CONDORDO NEM DISCORDO Fonte: elaborado pela autora De um modo geral, os funcionários, em sua maior parte concordam que existem ferramentas necessárias para suas atividades no ambiente organizacional. Percebe-se também, que mais da metade consideram importante que o espaço físico esteja adequado para exercer suas atividades. 4.4 Proposta de melhorias frente à análise da pesquisa de clima organizacional QUESITO ATUAL SUGESTÃO JUSTIFICATIVA Relacionamento Interdepartamental Define-se o relacionamento na empresa com algumas deficiências, podendo tornar- se melhor. Cuidar da forma como é feita a comunicação, impondo mais respeito com os colegas de trabalho. Independente da função de cada funcionário, deve haver respeito e consideração de ambas as partes. Remuneração Conforme a pesquisa, a maioria dos funcionários concorda que está adequada. Envolver os funcionários no cumprimento de metas, oferecendo alguma gratificação para que aumente o interesse dos mesmos. Mesmo alguns funcionários ganhando razoavelmente bem, nunca estão satisfeitos, com isso acabam prejudicando o relacionamento com os colegas de trabalho. Benefícios Mais da metade dos funcionários concorda que são importantes A empresa oferece benefício de bolsa para universidades para filhos ou funcionários, neste sentido sugere-se ampliar tanto para o filho, quanto para o funcionário. Por meio de declaração de universidade, comprovante de matrícula, para o funcionário que já está na universidade, e para aquele que não ingressou ainda, terá a oportunidade por meio destes benefícios. Disciplina Referente a forma de ponto, a maioria dos funcionários concordam que o controle de ponto utilizado hoje na empresa, é injusto em alguns momentos. E com relação a disciplina, os funcionários dizem que está de acordo seguir o manual de ética. Mudar o sistema de controle de ponto para que as pessoas que cumprem corretamente o horário, ao final de cada mês sempre estão devendo horas, já alguns que sempre
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