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PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO

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PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO 
 
1 NOÇÕES GERAIS 
 
A) LIBERDADE PROVISÓRIA X RELAXAMENTO DA PRISÃO X 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO. 
O juiz ao relaxar a prisão, o faz por haver constatado alguma 
ilegalidade. 
Neste caso, o indiciado não assume compromisso processual. É a 
hipótese, por exemplo, de alguém que está preso por mais tempo do 
que a lei permite ou, ainda, de o fato imputado ao agente ser atípico ou 
a punibilidade já estiver extinta. 
A liberdade provisória, por sua vez, é concedida quando ausentes as 
hipóteses previstas no artigo 312 do Código de Processo Penal e, em 
regra, gera obrigações de ordem processual para o beneficiado, como, 
v.g., o compromisso de comparecimento, sempre que intimador for. 
 
Quanto a legalidade da prisão, a liberdade provisória incide sobre uma 
prisão legal, mas cabível porque o juiz verifica que ela não é necessária. 
O relaxamento da prisão, por sua vez, incide na prisão ilegal. E a 
revogação da prisão ocorre quando uma prisão legal deixa de ser 
necessária. 
 
ASSIM, NO CASO DE RELAXAMENTO NECESSARIAMENTE HÁ UMA 
ILEGALIDADE DA PRISÃO, DEVENDO HAVER O RELAXAMENTO DA 
MESMA. 
 
B) CONCEITO: o relaxamento da prisão significa o controle judicial de 
sua legalidade, ou seja, a apreciação concreta sobre sua regularidade e 
sua manutenção. 
O seu controle é judicial, cabendo ao judiciário apreciar os atos de 
restrição de direitos praticados pelas autoridades administrativas 
(polícia). 
 
C) FUNDAMENTOS LEGAIS: 
Art. 5, inciso LXV, CF “a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela 
autoridade judiciária. 
Art. 310, inciso I CPP. 
 
D) HIPÓTESES DE RELAXAMENTO. 
 
 Caso de irregularidade na autuação do flagrante: ausência de 
crime, não observância dos requisitos legais indispensáveis à 
formalização do ato, etc. 
 Por excesso de prazo na formação da culpa (da prisão até a 
instrução). 
ATENÇÃO: nesse caso o excesso deve ser analisado de acordo com o 
caso concreto, por exemplo, a defesa não poderia alegar excesso de 
prazo se arrolou testemunhas em todo o território nacional, o que 
acabaria retardando a instrução, pois todas teriam que ser intimadas 
pela carta precatória. Contudo, se o excesso se dá em situações 
normais, em que não há complexidade da causa, deve ter-se o 
relaxamento da prisão, pois ilegal. 
 
ATENÇÃO 2: não há dispositivo que preveja o tempo limite para 
instrução, assim, a jurisprudência procedeu uma somatória geral dos 
prazos, chegando a uma média de 81 dias, que com a lei 11.719 deve 
ser aumentado para 86 dias. 
Na justiça federal, como se prevê prazo de 15 dias para conclusão do IP, 
prorrogáveis por mais 15 dias, ter-se-ia 101 dias, que com a lei 11.719 
deve ser aumentado para 106 dias. 
 
ATENÇÃO 3: esses prazos não são utilizados pelo STJ como limite para a 
sentença, mas sim para a finalização da instrução. Súmula 52 STJ: 
Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de 
constrangimento por excesso de prazo. 
 
2 CASO CONCRETO N. 7 
 
No dia 15/11/2016, por volta das 22 horas, Matias conduzia veículo 
automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, pela Av. 
Brasil, na Comarca da Capital, na altura do nº YY, quando foi abordado 
por uma guarnição da Policia Militar, sendo certo que os policiais 
constataram que o Matias dirigia veículo produto de crime. Desta 
maneira, Matias foi preso em flagrante delito pelos PM ́s como incurso 
nas penas do art. 180, do CP. 
Já em sede policial, a Sra. Miranda , proprietária do veículo, reconheceu, 
em conformidade com o art. 226 do CPP, Matias como autor do crime de 
roubo ocorrido 2 dias antes, ou seja, em 13/11/2016. 
 
Observado o procedimento de lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, 
Matias agora encontra- se preso, como autor do delito previsto no art. 
180 do CP. Você, advogado criminalista é procurado pela família de 
Matias para tomar as medidas cabíveis nesse caso. 
 
3 MODELO DE PEÇA 
 
Tese: não ocorrência das hipóteses de flagrância do artigo 302 do CPP. 
Pedido: relaxamento da prisão ilegal e expedição do alvará de soltura. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL 
DA COMARCA ____. 
 
Obs.: a) o uso do doutor não é uma exigência; b) se o problema não 
informar a Vara ou a Comarca, não invente dados; c) atenção à 
competência da JF: se houver dúvida, faça a leitura do artigo 109 da CF. 
 
MATIAS, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de 
identidade n. ____, inscrito no CPF/MF sob o n. ____, residente e 
domiciliado no endereço, na comarca de ____, por seu advogado, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer o 
 
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, 
 
com fulcro no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, pelas razões 
de fato e de direito a seguir expostas: 
 
Como ainda não há um processo, a qualificação do requerente é 
necessária. 
 
I. DOS FATOS 
 
Na data de ____, por volta das 22h, o requerente conduzia veículo 
automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, pela Av. 
Brasil, na Comarca da Capital, na altura do nº YY, quando foi abordado 
por Policiais Militares que constataram que o sujeito dirigia veículo 
produto de crime. Desta maneira, O requerente foi conduzido a sede 
policial onde foi lavrado APF nº xxxxx, sendo o mesmo incurso nas 
penas do art. 180, do CP. Insta salientar que a vítima e proprietária do 
veículo roubado, Sra.Miranda, reconheceu o requerente como ator de 
delito de roubo ocorrido 2 dias antes desconfigurando-se, assim, a 
situação de flagrante delito. 
 
Breve resumo do problema. 
 
 
II. DO DIREITO 
 
Entretanto, a prisão deve ser imediatamente relaxada, pois ocorreu de 
forma ilegal. De acordo com o artigo 302 do Código de Processo Penal, 
considera-se em flagrante delito quem: 
 
a) está cometendo a infração penal; 
b) acaba de cometê-la; 
c) é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por 
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou 
papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 
 
Somente faça a transcrição de artigo quando for interessante à 
fundamentação da tese. 
 
No caso em discussão, o requerente não encontrava-se em qualquer das 
hipóteses acima descritas em relação ao delito que cometeu. Na 
verdade o requerente, como já dito, foi reconhecido como autor de 
crime diverso ocorrido 2 dias antes. É sabido que a prisão em flagrante 
é a medida necessária para evitar a continuidade do ato delituoso, ou, 
caso já consumado, para que o suspeito não fuja, o que poderia causar 
imenso prejuízo à investigação do delito e posterior ação criminal. 
 
Portanto, a prisão em flagrante do requerente é manifestamente ilegal, 
sendo imperioso o imediato relaxamento, nos termos do artigo 5º, LXV, 
da Constituição Federal. 
 
III. DO PEDIDO 
 
Diante do exposto, requer seja deferido este pedido de relaxamento da 
prisão em flagrante, para que se expeça o respectivo alvará de soltura 
em favor do requerente, como medida de justiça. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado 
OAB.

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