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http://www.gianellimartins.com.br/artigos001.php?view=NTU=
Artigos
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A Nova Ação Monitória - Artigos 700 a 702 da Lei 13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil)
Autor: Rodrigo Mizunski Peres - OAB/RS 40.579, Gisele Welsch - OAB/RS 66.087 (revisão)
Introdução
 
O presente artigo pretende fazer um cotejo entre a ação monitória prevista no Código de Processo 
Civil vigente desde 1973 e as novidades trazidas pelo novo CPC, que se encontra em “vacatio 
legis”.
 
Para tanto, discorrer-se-á sobre a ação monitória no modelo atual, a seguir apontando as principais 
novidades – algumas nem tão novas assim – trazidas pela nova lei.
 
Conceito de Ação Monitória
 
A palavra “monitória advém do latim “monitio”, de “monere” (advertir, avisar) na significação 
jurídica, era o aviso ou o convite para vir depor a respeito de fatos, uma carta de aviso ou intimação 
para depor. Com forte inspiração no Direito Canônico, “significava advertência feita pela autoridade
eclesiástica à determinada pessoa para que esta cumprisse determinado dever ou se abstivesse de 
praticar um ato, sujeito a sanção ou a penalidade pela omissão ou ação indicadas"[1].
 
Trazida ao ordenamento vigente pela Lei n° 9.079/95, não chega a ser novidade: no Código de 1939
(depois reformado pelo atual de 1973), havia sua previsão no art. 298 que estabelecia ao réu a 
obrigação de pagar em 24 horas o valor constante do documento escrito, após o qual o feito tomava 
seu curso ordinário.
 
Sua Inserção no Código de Processo Civil de 1973
 
Na atual acepção processual, regulada a partir do art. 1.102-A do CPC[2], a Ação Monitória 
objetiva conferir a força executiva a títulos e documentos que não a possuem, para que o devedor 
pague quantia em dinheiro especificada em prova hábil para isso, entregue coisa fungível ou móvel,
pena de constituir-se título executivo judicial a partir de sentença de procedência do pedido 
(também conhecido como injuntivo).
 
No magistério de NELSON NERY JR[3], “ação monitória é o instrumento processual colocado à 
disposição do credor de quantia certa, de coisa fungível ou de coisa móvel determinada, com crédito
comprovado por documento escrito sem eficácia de título executivo, para que possa requerer em 
juízo a expedição de mandado de pagamento ou de entrega da coisa para a satisfação do seu direito”
 
Interessante de se destacar que o referido documento não precisa, necessariamente, ser assinado 
pelo devedor (a exemplo de cheques e promissórias prescritos), podendo ser unilateral, emitido 
exclusivamente pelo credor.
 
Quis o legislador que a resposta facultada ao réu da ação monitória se chamasse de embargos, 
denominação imprópria e confusa, uma vez que remete aos embargos previstos no procedimento 
executivo do próprio código.
 
Os embargos monitórios, ao contrário daquele previsto na ação executiva, independem de preparo.
 
A mesma ação, aliás, poderá ser objeto de nova espécie de embargos, ultimada a sentença de 
procedência e esta manejada na respectiva fase de cumprimento de sentença, com o réu 
apresentando impugnação a tal fase.
 
Pensa-se que teria sido o legislador mais técnico se remetesse o remédio do réu ao art. 297 do CPC, 
uma vez que lá está previsto que cabe ao réu responder ao pedido do autor, na forma de contestação,
exceção e reconvenção.
 
Porque assim como a contestação, os embargos ao pedido monitório se constituem, em sentido mais
amplo, em verdadeira resposta do réu, eis que, não tendo ainda o título a força executiva, a ação 
goza do caráter de conhecimento sumário – eis que o pedido baseia-se tão somente em prova 
escrita, e não se presta o procedimento à dilação da fase probatória, totalmente contida no pedido e, 
se possível for, na resposta do réu.
 
Cumpre destacar que faculta ao réu ainda, sem que ofereça resposta, cumprir o mandado monitório 
e, assim, não sucumbir em relação a custas e honorários advocatícios. Assim, o procedimento 
monitório indiscutivelmente tem natureza cognitiva, sendo processo de conhecimento, de rito 
sumário, e, por esta razão, afeito à resposta do réu e não como – impropriamente denominado – 
embargos.
 
A sentença de procedência suprirá a lacuna do próprio título, que carece de força coercitiva, 
rearranjando o próprio procedimento, transformando a mera prova escrita de crédito em verdadeiro 
título executivo judicial, sujeito à fase de cumprimento da sentença e todos os seus consectários 
legais.
 
Cabe lembrar que a ação monitória é uma faculdade do pretenso credor – que poderá, a seu arbítrio 
e desejando uma ampliação do conjunto probatório, manejar uma ação de conhecimento no rito 
ordinário, cabível principalmente nos casos em que houver fundado receio de a prova escrita ser 
insuficiente para o reconhecimento do crédito ali apontado, ou lhe faltar qualquer requisito 
identificador.
 
 
A Nova Ação Monitória – Novidades trazidas pelo Novo Código de Processo Civil: Artigos 700 a 
702 da Lei 13.105/2015
 
O Novo Código de Processo Civil, Lei 13.105, sancionado em 16 de março de 2015 e que entrará 
em vigor no ano de 2016, trouxe, de uma certa forma, inovações à ação monitória, 
instrumentalizando e positivando questões que já vinham sendo adequadas nos Tribunais.
 
Por isso que se refere “de uma certa forma”, pois três das “novidades” apresentadas pelo Novo 
CPC, já foram sumuladas pelo STJ: a possibilidade da citação por edital (Súmula 282 de 
28/04/2004), que no texto processual vem expresso no § 7º do art. 700 (“admite-se a citação por 
qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum), a reconvenção (Súmula 292 de 
05/05/2004) e a possibilidade de se manejá-la em face da Fazenda Pública – art. 700, § 6º (Súmula 
339 de 16/05/2007).
 
Ou seja, percebe-se que já de algum tempo essas situações, que não eram expressas no atual 
CPC/73, estão supridas pela jurisprudência, consagradas em súmulas do STJ. Por tal, nada mais 
justo que se incorporem ao texto processual.
 
Entretanto, as mudanças não param por aí.
 
Ação Monitória para todas as espécies de obrigação
 
Se o atual CPC/73 somente previa a ação monitória para as obrigações de dar coisas fungíveis 
(dentre elas, dinheiro) e para entrega de determinado bem móvel, a nova lei adjetiva ampliou a 
possibilidade de tal ação para todas as modalidades de obrigação previstas no Código Civil, 
especificando: pagamento de quantia em dinheiro, entrega de coisa fungível ou infungível ou de 
bem móvel ou imóvel e o adimplemento das obrigações de fazer, positivas e negativas.
 
Talvez fosse mais simples ao legislador estabelecer a possibilidade da monitória para qualquer tipo 
de obrigação jurídica, mas preferiu exaurí-las uma a uma, inclusive em face das inovações quanto 
às coisas infungíveis, bens imóveis e as obrigações de fazer.
 
À toda evidência, por se tratar da lei adjetiva uma lei geral e posterior em relação à Lei de Locações
(Lei 8.245/91), lei material específica e anterior, que a ação monitória para entrega de imóvel não se
presta para substituir a ação de despejo ou a imissão na posse, mas sim para aqueles casos que a 
entrega de tal bem não encontra substrato em documento com força executiva, daí a possibilidade 
da ação injuntiva.
 
Ampliação da instrução
 
A ação monitória é um procedimento que se encontra no meio do caminho entre a ação de 
conhecimento e o processo executivo que, de qualquer maneira, pela lei em vigor, não estabelece 
ampliação da fase instrutória para além das possibilidades elencadas.
 
O Novo CPC, no entanto, se não aumenta a possibilidade de cognição da prova no juízo instrutório, 
traz ao menos novidade ao possibilitar que a prova escrita pode consistir em prova oral 
documentada, não só produzida antecipadamente na forma do artigo 381 da Lei 13.105/2015, bem 
como através da Ata Notarial.A petição Inicial
 
Ao contrário da lei atual, que não esmiuçava os requisitos contidos na petição inicial da ação 
monitória (uma vez que apenas referia no art. 1.102b que a exordial deveria estar devidamente 
instruída), a Lei 13.105 no seu § 2º a 5º do art. 700 desdobra o que até então se conhecia por 
“devidamente instruída”.
 
Nos três incisos do citado §2º do art. 700, estabelece as três possibilidades previstas: a soma devida,
com memória de cálculo; o valor atualizado da coisa reclamada e o conteúdo patrimonial em 
discussão ou proveito econômico perseguido, conforme for o caso de obrigação de pagar quantia 
em dinheiro, de entrega de coisa, bem móvel ou imóvel ou nos casos das obrigações de fazer ou não
fazer.
 
Também traz em seu bojo, ampliando o rol das causas de indeferimento da inicial, tal consequência 
para quando não forem cumpridas as exigências do comentado parágrafo segundo.
 
Tratam-se, portanto, de requisitos para admissão da petição inicial.
 
Ademais, consagrando o que a prática já estabelece, possibilita ao credor a emenda da inicial 
quando a prova documental que instrui o feito apresentar dúvida razoável sobre sua idoneidade, 
momento no qual o autor poderá adaptar a petição para o procedimento comum.
 
Recebimento da Inicial – Honorários pré-fixados
 
Dispõe o art. 701 do NCPC que, sendo evidente[4] o direito do autor (o que na lei atual se lê como 
“estando a petição inicial devidamente instruída”), o juiz deferirá expedição do competente 
mandado (conforme for a obrigação reclamada) para cumprimento no prazo de 15 dias. Até aí 
nenhuma mudança substancial.
 
A novidade encontra-se no tarifamento dos honorários advocatícios em sede de ação monitória, pelo
qual o juiz determinará o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor da 
causa, o que justifica os requisitos de admissibilidade da petição inicial já comentados.
 
Cumprimento do Mandado e Pagamento de Custas
 
À semelhança da lei ainda em vigência, o devedor estará isento de custas (art. 701, § 1º) se cumprir 
o mandado no prazo legalmente assinado, tendo a lei retirado a expressão “e honorários 
advocatícios” previstos até então, por lógica coerência com o estabelecido no caput do art. 701 eis 
que nítida valorização do trabalho do advogado na fase postulatória inicial do processo, uma 
constante no Novo Código de Processo Civil.
 
Os Embargos Monitórios
 
A defesa na ação monitória continua sendo chamada de embargos – e nesse ponto segue a pecar 
pela nomenclatura, pois muito mais técnico seria chama-la de impugnação, eis que processada de 
forma incidente e não de forma autônoma, como ocorre com os embargos executivos previstos na 
lei adjetiva.
 
Inobstante, o novo legislador deu cor e roupa de contestação aos ditos embargos, ao prever que eles 
“podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum”, mas 
evidente que limitado à produção da prova nessa ação.
 
É causa de indeferimento liminar dos embargos o devedor não apontar o valor correto, quando 
alegar que o autor pleiteia valor superior ao efetivamente devido (art. 702. §§2º e 3º). Além de 
declinar do valor que entende devido, o devedor deverá juntar demonstrativo atualizado da dívida, 
mas – tal como já é – essa defesa independe de qualquer tipo de garantia, razão pela qual a lei deixa 
de lhe exigir que deposite a quantia apontada como correta.
 
Cumpre destacar que o oferecimento dos embargos suspende a eficácia da ordem de cumprimento 
da obrigação perseguida, prevista no caput do art. 701.
 
Na verdade, a oposição de embargos, recebidos pelo juízo, praticamente que ordinariza o 
procedimento injuntivo na medida em que a defesa cabível na espécie é a mesma do procedimento 
comum. E, cabe dizer, a sentença que decide os embargos, ataca o mérito da própria ação monitória.
 
Na prática, os embargos transformam a ação monitória em uma ação de rito ordinário com cognição
sumária.
 
Da sentença que acolhe ou rejeita os embargos, cabe apelação (art. 701, §9º).
 
Litigância de má-fé
 
Também trazida como novidade pelo novo CPC, as penalidades por litigância de má-fé estão 
previstas nos parágrafos 10 e 11 do art. 702, para ambas as partes, conforme for o caso, no 
percentual de 10% sobre o valor da causa, em proveito da parte prejudicada.
 
Conclusão
 
Em síntese, o novo Código de Processo Civil trouxe à ação monitória, de cognição sumária, novos 
instrumentos capazes de lhe emprestar maior utilidade e eficácia, conforme foram apontadas as 
novidades trazidas a partir da experiência nos tribunais.
 
Por isso se destaca o tarifamento dos honorários devidos em sede de monitória, a possibilidade de 
citação por todos os meios processualmente admitidos, a possibilidade de reconvenção quando o 
devedor tiver pedido de contraponto em face do autor, bem como a acertada abertura de 
possibilidades para quaisquer tipos de obrigações, ainda bastante limitada pela lei em vigor.
 
O espírito do legislador é dar celeridade ao processo, por mais que alguns fatores que não podem se 
descurar do devido processo da lei, do direito ao contraditório e à ampla defesa acabam por retardar 
essa celeridade. Do contrário, não haveria efeito suspensivo do mandado de cumprimento da 
obrigação em face dos embargos.
 
Talvez andasse melhor o legislador se, ao invés de prever possibilidade de emenda da inicial quando
a prova documental não autorizar a ação injuntiva, possibilitasse ao julgador aplicar o princípio da 
fungibilidade e recebesse a ação no procedimento comum, ainda que não trouxesse benefício à 
economia processual, já que para instruir a ação o juiz precisaria demandar outras provas, inclusive 
documentais, sob pena de incorrer em cerceamento de defesa.
 
De qualquer sorte, o novo procedimento emprestado à ação monitória deve ser celebrado, no mais, 
pela ampliação das obrigações a ela sujeitas.
 ação monitória e a natureza jurídica de seus embargos
» Marcos Vinícius Massaiti Akamine
Professor orientador: RODRIGO JOSÉ FILIAR: Pós-graduando em Direito Processual Civil Lato 
Sensu pela UNIDERP/IBDP/LFG; Graduado em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul; professor colaborador de Direito Processual Civil da UFMS campus de Três Lagoas
 
SUMÁRIO: 1 Introdução 2 Considerações gerais da ação monitória 3 Da Prova Escrita 4 Do 
Procedimento da ação monitória, Embargos e sua Natureza Jurídica 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
E Conclusão 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
RESUMO: Este artigo concentra seus estudos na ação monitória em âmbito nacional, com ênfase 
aos principais grupos teóricos em relação aos seus embargos, buscando esclarecer a questão que se 
relaciona à sua natureza jurídica e encontra várias correntes gerando uma discussão doutrinária em 
nosso país. Pretende-se avaliar e discutir essas teorias partindo do conceito da ação monitória no 
Brasil e no resto do mundo em que é aplicada, pois não é criação do legislador pátrio, sendo 
observada em países como na Itália, na França, na Alemanha, na Áustria, em Portugal, entre outros. 
Procura-se, também, esclarecer em que hipóteses se utilizam a ação monitória e quais seus 
principais benefícios e conseqüências, além de explicitar sua dinâmica no sistema judiciário e quais 
comportamentos são possíveis de ocorrer. O estudo tem como alvo principal esse recente 
procedimento especial inserido no Código de Processo Civil pela Lei n. 9.079, de 14 de julho de 
1995. 
PALAVRAS-CHAVE: Código de Processo Civil; ação monitória; Natureza Jurídica dos Embargos.
1 Introdução
 A ação monitória é um procedimento recente no Brasil e que ainda há muitas questões 
obscuras. E um dos pontos mais discutidos sobre essa matéria é a natureza de seus embargos que 
será discutida. Para uma melhor compreensão será apresentadoum estudo sobre a ação em si, pois 
só poderemos discuti-la se soubermos claramente como é seu procedimento, seus requisitos e em 
quais casos poderemos utilizá-la.
2 Considerações gerais da ação monitória
 A ação monitória foi inserida no Brasil há pouco tempo pela Lei 9.070 de 14 de julho de 1995.
É um sistema que existe na Alemanha há mais de cem anos, e na Itália há cerca de quarenta anos, e 
que busca ao credor um meio mais rápido para a formação de um título executivo e, assim, 
satisfazer o débito. Mostrando assim uma ótica que beneficia o Direito brasileiro, por conta do 
princípio da celeridade processual, pois ajuda a descongestionar o Sistema Judiciário pátrio como é 
visto em outros países que o adotam como Itália, França, Áustria, Portugal, entre outros.
 Considera-se mais rápida a ação monitória por abreviar o processo, por conta da qualidade da 
prova que acompanha a petição inicial por não haver preocupação em examinar outras provas, 
como acontece em um processo de conhecimento tradicional.
 Fica mais claro ilustrando as etapas de cada um, do processo de conhecimento tradicional são:
petição inicial; citação do réu; apresentação de defesa; réplica; audiência preliminar; audiência de 
instrução e julgamento e sentença. Nas ações monitórias são: petição inicial; expedição do mandado
monitório; apresentação dos embargos e sentença. Fica evidente a abreviação do procedimento e 
que o seu uso beneficia o credor e o Sistema Judiciário também.
 O que podemos dizer sobre sua forma e abrangência, Calamandrei[1] separa em procedimento
monitório puro e documental. O puro seria as que as alegações do autor, somente, seriam 
necessárias para a expedição do mandado. Já o documental necessita de uma prova escrita, despida 
da força executiva.
 O Brasil adotou a documental, e restringindo-se a apenas três hipóteses, a qual é ilustrada no 
art. 1.102a do CPC[2].
 O documento que servirá como prova demonstra exigibilidade e liquidez, faltando a certeza, 
que será estudado em juízo, mas que tem uma razoável probabilidade da existência de direito 
material na qual não precisa de provas de outras espécies para o estudo do juiz.
 Quanto sua natureza jurídica diz Carnelutti[3] que seria um meio-termo entre ação de 
execução e as ações de cognição ampla, um tertium genus, pois não se encaixa em nenhuma dessas 
modalidades, no Brasil há doutrinadores nesse sentido como Cândido Dinamarco e Misael 
Montenegro Filho. A natureza dos embargos variará conforme a natureza que se atribua à ação 
monitória.
 Para uma melhor ilustração prática do uso da ação monitória, peço vênia ao professor Valdir 
Campoi[4] que apresenta em suas palavras uma grande lição por meio de uma hipotética história:
Na saída de uma casa noturna, dois veículos vieram a colidir. Num deles, encontrava-se apenas o 
motorista. No outro, além do motorista, mais três amigos.
Intimado e pressionado pela presença de quatro ocupantes do outro veículo, o motorista solitário 
assumiu a culpa pelo acidente.
Como um daqueles quatro ocupantes identificou-se como advogado, o motorista solitário 
concordou, depois de pressionado, a pagar os estragos do outro veículo. Como não tinha dinheiro, 
foi-lhe solicitado que fizesse um cheque para ressarcir os danos, mas ele garantiu que não portava 
talão de cheques, no momento.
O ocupante havia se identificado como advogado tomou então providências para que o motorista 
solitário fizesse uma declaração de dívida. Como não havia papel disponível no momento, foi-se 
buscar na casa noturna um guardanapo de papel, onde foi confessado pelo motorista intimidado que 
devia ao outro determinada quantia, assinada por dois dos ocupantes do veículo que serviram de 
testemunhas. Constou ainda da confissão de dívida que tal quantia seria paga no dia seguinte.
No dia seguinte, o motorista solitário foi procurado pelo ocupante que se identificara como 
advogado, que lhe informou que viera buscar seu dinheiro, conforme fora combinado na noite 
anterior.
O motorista solitário, não mais intimidado e sem a presença dos outros três ocupantes, afirmou que 
não iria pagar. O advogado argumentou que possuía uma confissão de dívida e obteve como 
resposta que o que ele tinha realmente era um simples guardanapo de papel.
O advogado ajuizou um processo de execução, porque tal guardanapo era um título executivo 
extrajudicial, assinado pelo devedor e por duas testemunhas, conforme dispõe o artigo 585, inciso II
do Código de Processo Civil.
Se somente uma testemunha tivesse assinado a confissão de dívida, o guardanapo seria um bom 
documento, mas não seria um título. Neste caso, o advogado poderia ajuizar uma ação monitória, 
pois esta cabe toda vez que o credor tenha um bom documento ao qual falte pelo menos um tributo 
do título, ou seja, a certeza.
 A ação monitória tem o objetivo de tornar mais rápido a satisfação do credor, desde que não 
haja a resistência do devedor, quando não se tem título executivo ou extrajudicial em mãos, mas 
prova escrita idônea comprovando que existe a obrigação do réu, como por exemplo: um cheque 
sem suficiente provisão de fundos, cujo prazo de apresentação tiver sido ultrapassado; um contrato 
particular, sem duas testemunhas ou uma Nota Promissória prescrita, sem requisitos para um 
processo de execução.
3 Da Prova Escrita
 Como dito anteriormente, um dos requisitos para a propositura de uma ação monitória é a 
prova escrita. Em outras ações o necessário seriam provas, de qualquer origem, como uma gravação
de uma fita cacete ou de vídeo, mas nessa em que está em estudo tem de ser, necessariamente, 
escrita.
 A prova escrita pode ser um pedaço de papel sem formalidade nenhuma, ou várias folhas que 
em conjunto comprovam este pré-título. Se estiver ausente este requisito documental, o juiz 
determinará que emende a inicial em 10 dias, conforme art. 284 do CPC, sob pena de extinção do 
processo sem resolução do mérito. Isso não obsta o autor de que ingresse com outra ação judicial, 
pois é decisão de efeito endoprocessual, por produzir coisa julgada formal.
 O documento para se entrar com uma ação monitória é tido como um quase-título, ou um 
documento que o era, mas deixou de ser qualificado como título.
 Pode ser exemplo um:
a) Cheque prescrito, emitido há mais de sete meses, perdendo sua força executiva;
b) Duplicata, acompanhada de nota fiscal de venda de mercadorias, ainda que desacompanhada 
do recibo de entrega, senão será título executivo;
c) Contrato particular assinada pelas partes, mas apenas uma testemunha, não podendo ser 
considerado como um título executivo extrajudicial;
d) Contrato de abertura de crédito em conta corrente, de acordo com a Súmula 233 do STJ, não 
tem mais forma executiva extrajudicial;
 Estes são alguns casos em que o documento escrito pode ser utilizado como prova para a ação 
monitória, há inúmeros fatos que podem ser alvos da ação em estudo.
 Parafraseando o Professor Misael Montenegro Filho[5], o importante é compreendermos que 
o documento junto à inicial é um pré-título que será transformado em um título, depois de 
respeitado o princípio do contraditório e do juiz certificar o direito em favor do autor. 
 Com isso o autor pode se utilizar de várias provas, desde que sejam escritas, como bilhetes, 
cartas, extratos bancários, se elas mostrarem que um grau de certeza quanto a existência de dívida. 
Essas provas, de acordo com grande parte doutrinária não podem ser substituídas por testemunhas.
4 Do Procedimento da ação monitória, Embargos e sua Natureza Jurídica
 A petição inicial de uma ação monitória deve preencher os requisitos do art. 282 e 283 do 
CPC, com a prova escrita anexada aos autos. O pedido deve ser baseado em expedição de mandado 
de pagamento,ou de entrega de coisa fungível ou bem móvel. Se faltar alguns dos requisitos 
comentados sofrerá as consequências: ser indefirida (art. 295), ou ser emendada em dez dias, sob 
pena de extinção do processo sem resolução do processo (art. 283 e 284).
 Quanto à competência não há exceções, sendo as regras gerais do CPC: em princípio é no foro
do réu, se não tiver sido definido em outro foro pelas partes.
 Após isso, o magistrado depois de verificar a petição inicial, deferirá a expedição do mandado 
monitório, fundamentando-a (art. 93, IX, da CF/88), angularizando à relação jurídico-processual. A 
natureza dessa decisão é muito discutida doutrinariamente, se é de decisão interlocutória ou de 
sentença judicial. Peço vênia ao prof. Marcus Vinícius Gonçalves para uma explanação mais nítida:
Para os autores que sustentam que a monitória constitui um novo tipo de processo, é inequívoco que
ele será decisão interlocutória, cuja eficácia, se não suspensa pelos embargos, permitirá passage 
imediata à fase de execução, sem solução de continuidade entre as duas fases.
Para aqueles que a entendem como processo de conhecimento, de procedimento especial, é mister 
reconhecer duas fases: a primeira, propriamente monitória, que tem a natureza cognitiva; e a 
segunda, de execução. Caso não haja embargos, passar-se-á, sem a solução de continuidade, da fase 
cognitiva para a executiva; se houver, somente após o julgamento definitivo dos embargos será 
possível dar início à execução. Para os que assim entendem, não é fácil indicar a natureza jurídica 
do ato inicial, porque, a rigor, sua natureza variará conforme as atitudes que possam vir a ser 
tomadas pelo réu. Se ele opuser embargos, seguir-se-á pelo procedimento ordinário, e, ao final, será 
proferida uma sentença, caso em que ato inicial terá natureza interlocutória. Mas se houver 
embargos, passar-se-á direto à execução, e essa decisão inicial adquirirá a força de um título 
executivo judicial, produzindo os mesmos efeitos de uma sentença condenatória, embora tenha sido 
proferida em cognição superficial.[6]
 Grande parte da doutrina a vê como sentença judicial, mas há quem propõe que não seja 
considerado nem sentença, nem decisão interlocutória, mas um tertium genus, como é o caso de 
Carreira Alvim[7].
 A natureza jurídica dessa decisão influi diretamente com a natureza dos embargos. Em linhas 
seguintes, em ponto específico, com discussão sobre os embargos verificaremos aprofundadamente 
cada posição e qual a melhor a ser acolhida.
 Logo depois do mandado monitório o réu pode realizar três ações, sejam elas:
 O demandado cumpre o mandado, satisfazendo à obrigação, extinguindo a obrigação, desse 
modo o juiz terá que proferir a sentença de extinção com resolução do mérito, exonerando o réu de 
pagar as custas e dos honorários advocatícios, incentivando o devedor a adotar essa solução.
 O réu fica inerte, situação que mais beneficia o credor na ação monitória, porque confirma a 
formação do título executivo judicial, tornando-o líquido, exigível e certo, transformando o 
processo de conhecimento em execução. O réu ainda poderá atacar o titulo executivo por meio de 
impugnação, desde que seguro o juízo.
 A resposta do réu por meio de embargos, nos autos da ação monitória, no prazo de 15 dias, 
suspendendo o mandado monitório e determinando o curso da ação como pelo rito ordinário de 
agora em diante. Hipótese que será estudada quanto a sua natureza e seu reflexo na discussão 
doutrinária.
 Há os que entendem que se considera um novo tipo de processo, que terá natureza jurídica de 
ação autônoma incidente ao procedimento monitório, semelhante aos embargos à execução. O 
professor Vicente Greco Filho[8] acolhe essa teoria. 
 Tal é refutada, pois se fosse ação judicial, após a citação, se o réu não apresentasse 
caracterizaria revelia o que não acontece na ação monitória. Alexandre Câmara diz ainda que não se
possa desconstituir algo que nem eficácia executiva tem, diferentemente do que ocorre nos 
embargos à execução.
 Uma segunda corrente a caracteriza como contestação, sendo uma mera resposta do réu, 
porque, sendo de conhecimento, a defesa não precisa inserir sob forma de ação autônoma.
 Existe uma terceira, que a qualifica como recurso, totalmente refutada, justificada pelo 
Princípio do Taxatividade, onde só é recurso aquilo que está previsto em lei. Como não há nenhuma
atribuição de lei, essa possibilidade está anulada.
 A discussão doutrinária ocorre entre as duas primeiras correntes e para uma melhor análise 
faremos uma breve caracterização dos embargos:
a) É apresentada nos autos da ação monitória, e não é necessária a segurança do juízo;
b) O seu objetivo é a impugnação dos documentos apresentados pelo requerente;
c) A sua apresentação deve ocorrer no prazo de 15 dias;
d) Há efeito suspensivo no mandando monitório, e assim, a maioria da doutrina entende que não 
cabe recurso contra decisão que determina o mandado de expedição do mandado de pagamento ou 
entrega de coisa certa, já que a suspensão pode ser atribuída através dos embargos.
 Com isso, há traços de contestação que são: sua articulação é feita nos próprios autos e o 
prazo é o mesmo que em um processo de conhecimento.
 E algumas características dos embargos à execução, são elas: a semelhança dos nomes – 
embargos e embargos à execução –, a defesa tem como objetivo impugnar o documento apresentado
pelo credor.
 A designação “embargos” não quer dizer que sua natureza é de ação incidental autônoma, 
como embargos à execução. Há caso, em nosso sistema jurídico, que aconteceu o mesmo equívoco, 
v.g., na insolvência civil, o réu é citado, para, no prazo de dez dias, opor embargos (art. 755 do 
CPC). É, pela maioria doutrinária e jurisprudencial, de que não há ação, mas contestação, porque a 
fase inicial do procedimento de insolvência tem caráter cognitivo e não executório.
 Além de que, se ação autônoma fosse, teria as obrigações como: pagamento das custas 
processuais, tributos, e o risco de haver indeferimentos da inicial.
 Os embargos à execução, que se qualifica como ação incidental autônoma, é processada em 
apenso aos autos da ação executiva, e não no seu interior como é o estudado nessas linhas, e no que 
se conclui que o embargo da ação monitória tem natureza jurídica de contestação, como um meio de
defesa.
 O nosso entendimento acompanha a corrente mais aceita atualmente, adotado por Alexandre 
Câmara[9] e Ada Pelegrini[10], de que os embargos são o meio de defesa, porque é nesse momento 
que o contraditório se instaura no processo de ação monitória, em que não há limitação da matéria 
nos embargos da ação monitória, como ocorre nos embargos do executado. Assim, é aceita a 
reconvenção, intervenção de terceiros e declaratória incidente.
 O STJ entende, também, que os embargos são uma resposta do demandado, de natureza 
idêntica à de uma contestação, sem que tal impugnação dê origem a um novo processo. Que pode 
ser verificada na Súmula 292: “A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do 
procedimento em ordinário”. E ainda criticam a outra corrente dizendo que se os embargos tivessem
natureza de ação, não haveria contraditório no procedimento monitório, o que afrontaria a 
Constituição Federal vigente.
 Os embargos têm enorme relevância processual, pois a ação monitória que tramitava pelo rito 
especial, assume como rito ordinário a partir de sua presença, seguindo a prática de todos os seus 
atos (manifestação do autor, audiência de conciliação, de instrução e julgamento, se precisar, etc.).
 Após esses posicionamentos, mais adiante com o procedimento que terá agora a sua sentença, 
que pode:
a) Rejeitar os embargos,por via de um vício processual, v.g., intempestividade, autorizando o 
início da execução.
b) Acolher os embargos, resultando no reconhecimento da inexistência da obrigação e a perda da 
eficácia do mandado de pagamento ou de entrega de coisa certa e é coisa julgada material.
c) Acolher parcialmente os embargos, a parte atacada do mandado perde a eficácia, e é 
confirmado o resto.
 Como foi adotado o entendimento que os embargos têm a natureza de contestação, o juiz não 
a julga diretamente, mas à monitória. Como conseqüência a sentença será de procedência 
condenatória, e não declaratória.
 Contra a sentença caberá apelação (podendo ter a possibilidade de recurso de embargos de 
declaração se houver omissão, obscuridade e/ou contradição), recebido em ambos os efeitos – 
suspensivo e devolutivo - já que não se enquadra no art. 520 do CPC. Há uma parte minoritária que 
afirma que o recurso será somente no efeito devolutivo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E Conclusão
 Diante do estudo acima, pode dizer que o ideal da ação monitória é nobre, pois simplifica e 
tem o poder de diminuir a demora nos casos elencados nos art.1.209 do CPC, melhorando o sistema
judiciário brasileiro, contribuindo para que seja efetivo o princípio da Celeridade que está em nossa 
Constituição Federal de 1988.
 Por ser uma ação recente não é tão intensiva sua utilização, o que é um erro, porque ela dá ao 
autor a oportunidade de mais rapidamente obter a formação de um título executivo, se diferenciando
do que ocorre com o modelo tradicional das ações de conhecimento de modo geral.
 Um dos problemas que se encontra é que com a apresentação dos embargos, assumindo o rito 
ordinário, acaba frustrando os anseios do processo monitório que é a celeridade. E também que o 
legislador falhou a apresentar apenas três artigos no Código de Processo Civil para um assunto de 
tamanha importância que é o estudado, o que motiva as diversas discussões doutrinárias acerca da 
ação monitória.
 Para a matéria que foi focada nesse artigo, que é a natureza jurídica dos embargos na ação 
monitória, se conclui que a melhor corrente doutrinária é a de contestação, de mera resposta. Porque
sem essa natureza não haveria o contraditório na estudada ação contrariando a Carta Magna de 
1988, posição também adotada pelo STJ. Segundo Nelson Nery Júnior, os embargos "têm natureza 
jurídica de defesa, de oposição à pretensão monitória, não se confundindo com os embargos do 
devedor, somente cabíveis no processo de execução stricto sensu. A oposição dos embargos não 
instaura novo processo.” [11].
Após todas essas observações se vê a grande importância da ação monitória para o sistema judicial 
brasileiro, por seus grandes benefícios aqui apresentado que traz consigo. Existe muita discussão 
sobre esse assunto, por ser um procedimento recente, mas que dá certo, a exemplo de vários países 
que o adotam há tempos e o utilizam como uma forma rápida de satisfazer o credor com justiça e 
rapidez.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVIM, José Eduardo Carreira. Procedimento Monitório. 2. Ed., Curitiba: Editora Juruá, 1997;
Brandão, Gian Miller. Ação monitória: a natureza jurídica das decisões no procedimento monitório 
e a constituição do título executivo segundo a Lei nº 9.079/95. Disponível em: . Elaborado em: 
04/2002. Acesso em: 16/06/2010.
 CALAMANDREI, Piero. Instituzioni di diretto processuale civile. Padova: CEDAM, 1943;
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. V. III, 3ª ed. Rio de Janeiro, 
Lumen Juris, 2001;
CAMPOI, Valdir. Manual de prática forense civil. Rio de Janeiro: Forense, 1999;
CARNELUTTI, Francesco. Sistema di diritto processuale civile. Padova : CEDAM, 1936;
Dantas, Gisane Torinho. Ação monitória: natureza jurídica dos embargos e coisa julgada. Em 
consonância com as alterações introduzidas pela Lei nº 11.232/2005. Elaborado em: 05/2003. 
Atualizado em: 02/2006. Disponível em: . Acesso em: 16/05/2010.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2002;
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo curso de direito processual civil. São Paulo : Saraiva, 
2009;
GRECO FILHO, Vicente. Comentários ao procedimento sumário, ao agravo e à ação monitória. São
Paulo: Saraiva, 1996;
GRINOVER, Ada Pelegrini. Ação monitória, artigo publicado na Revista Consulex. nº 06, ano I, 
junho de 1997;
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito processual civil, volume 3: medidas de urgência,
tutela antecipada e ação cautelar, procedimentos especiais. 6. Ed. – São Paulo: Atlas, 2010;
NERY JÚNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado e 
legislação extravagante. 7 ed. Ver. e amp. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003
Santo César, Laís Espírito. Natureza jurídica dos embargos monitórios. Elaborado em: 07/2005. 
Disponível em: . Acesso em: 09/06/2010.
Notas:
[1] CALAMANDREI, Piero, 1943.
[2] “A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título 
executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem 
móvel”
[3] CARNELUTTI, Francesco, 1936.
[4] CAMPOI, Valdir, 1999, p. 18.
[5] MONTENEGRO FILHO, Misael, 2010, p. 443.
[6] GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios, 2009, p. 435.
[7] ALVIM, José Eduardo Carreira, 1997, p.73.
[8] GRECO FILHO, Vicente, 1996.
[9] CÂMARA, Alexandre Freitas, 2001.
[10] GRINOVER, Ada Pelegrini, junho de 1997.
[11] NERY JUNIOR, Nelson, 2003, p. 1212.
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-acao-monitoria-e-a-natureza-juridica-de-seus-
embargos,27351.html#_ftn5
A ação monitória
Laura Araujo, Estudante de Direito
Publicado por Laura Araujo
há 2 anos
1. INTRODUÇÃO:
À priori, é importante mencionar que a ação monitoria foi introduzida ao Código de Processo Civil, 
por força da Lei n. 9.079, de 14-07-95, que por sua vez instituiu os artigos 1.102-A à 1.102-C, 
criando um procedimento específico para este tipo de ação.
Ou seja, a ação monitória é dotada de um procedimento diferenciado, pois consiste no produto final 
da fusão de práticas relacionadas ao processo de conhecimento e práticas provenientes do processo 
de execução.
Na realidade, o procedimento criado, a princípio, têm características sumárias, viabilizando a 
antecipação dos efeitos da execução, eis que permite que alguém com base em prova escrita, sem 
eficácia de título executivo, obtenha de plano, um mandado de pagamento ou de entrega da coisa 
objeto do pedido, sem ter que percorrer por todo o processo de conhecimento, a fim de uma 
sentença em que teria reconhecido o seu Direto.
Conforme será esclarecido a seguir, a ação monitória se desenvolve de acordo com a postura 
adotada pelo réu. Vejamos.
2. A AÇÃO MONITÓRIA NO DIREITO BRASILEIRO:
A ação monitória é fundada apenas em provas documentais unilateralmente apresentadas pelo autor,
tendo seu procedimento específico regulamentado nos artigos 1.102-A/1.102-C. Neste sentido, 
leciona Humberto Theodoro Júnior que:
 “a cognição realizada na ação monitória é a sumária, porque se limita a verificar se a pretensão 
do autor se apoia na prova escrita, conforme estipulado no artigo 1.102-A, e se a obrigação nela 
documentada é daquelas a que o mesmo dispositivo legal confere a ação monitória”.
Conforme o artigo 1.102-A do Código de Processo Civil, na redação da Lei nº 9.079/95:
 “A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título 
executivo, pagamento de soma de dinheiro, entrega de coisa fungível ou determinado bem móvel”.
Sendo assim, o procedimento monitório substitui a ação de conhecimento, caso o credor assim 
deseje. Ao optar pela ação monitória, o credor mira a abreviação do caminho para chegar à 
execução forçada, sem que haja necessidade de passar por todo o caminhodo procedimento 
ordinário, mas neste caso, o réu não deve ter o interesse em discutir a obrigação.
Após a cognição sumária, caso o juiz defira a petição inicial, ordenará a expedição do mandado 
monitório ou de injunção, ou seja, mandado que não é de citação para contestar a ação, nem de 
citação para pagar a dívida sob pena de penhora, mas simplesmente “mandado de pagamento” ou de
“entrega da coisa”.
Este ato judicial parte de um convencimento liminar e provisório de que o credo é realmente titular 
do direito subjetivo que lhe assegura a prestação reclamada ao réu. Assim, é possível ordenar que se
proceda ao pagamento, entretanto, como não existe um titulo executivo, não é possível, ainda, 
cominar ao réu a sanção da penhora ou apreensão de bens.
Caso o réu não se interesse pelo aforamento dos embargos, não se instaurará contraditório algum o 
processo seguirá como se processo de execução fosse, por simples decurso de prazo.
Para incentivar o réu a não apresentar uma defesa infundada ou que seja meramente 
procrastinatória, a lei atribui a possibilidade de réu ficar isento de custas e honorários advocatícios, 
caso este apenas cumpra o mandado, conforme previsto no artigo 1.102-C, § 1.
Com isto, a lei tenta acelerar a satisfação do direito do credor, criando atrativos para o devedor, no 
plano econômico, e fazendo com que este somente se disponha a arcar com os encargos processuais 
dos embargos se, realmente, estiver convencido da inexistência do direito do credor.
Se o réu opuser embargos, o processo convola-se em processo de conhecimento, iniciando-se, 
portanto, a fase cognitiva.
Deste modo, o mandado de pagamento fica suspenso, aguardando o julgamento da causa por 
sentença, a ser proferida, após pleno contraditório. A sentença que acolhe os embargos extinguirá o 
mandado inicial de pagamento e, sendo de rejeição da defesa do devedor, “substituirá inteiramente” 
o acertamento provisório feito de início, no deferimento da petição inicial, conferindo ao credor 
titulo executivo judicial.
Corroborando o sobredito, sustenta o ilustre doutrinador Antonio Carlos Marcatto:
 “Ao receber a petição inicial na ação monitória, o juiz determina, inaldita altera pars, a expedição
de mandado contendo a ordem de pagamento de quantia, ou entrega de coisa certa, baseando sua 
ordem não na certeza de um direito afirmado pelo autor, mas sim na probabilidade de existência 
deste direito, em virtude de prova documental escrita apresentada. A iniciativa do contraditório é 
exclusiva do réu, que poderá opor-se ao mandado e, então, ensejar a instauração de um processo 
incidente ao monitório, nele havendo cognição plena para se estabelecer a certeza ou não do crédito 
afirmado pelo autor”.
A ação monitória segue, portanto, o seguinte trajeto: inicia-se com a fase postulatória (ajuizamento 
da demanda), passa-se para a fase decisória (emissão do mandado de pagamento ou entrega de coisa
certa), culminando com a fase executiva com a intimação do devedor, momento em que o mandado 
é convolado em título executivo judicial.
A fase executiva não ocorrerá caso o devedor cumpra voluntariamente o mandado, hipótese em que 
se dá a satisfação do credor, com a extinção do processo por meio de sentença terminativa.
Se forem opostos os embargos pelo réu, instaura-se um processo incidente ao monitório, que lhe 
suspende o curso, bem como a eficácia do mandado. Caso não sejam opostos embargos, ou estes 
não sejam acolhidos, inicia-se a fase executiva.
3. CONDIÇÕES DA AÇÃO MONITÓRIA
As condições da Ação Monitória são as mesmas de uma ação ordinária: legitimidade das partes, 
interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido.
Com relação à legitimidade, podem figurar como partes legítimas aquele que se intitule credor e 
aquele a qual se atribua a condição de devedor.
Tratando-se de obrigação de pagar e existindo solidariedade ativa, qualquer dos credores está 
legitimado a postular em juízo, via monitória, isoladamente ou em litisconsórcio facultativo. Da 
mesma forma, o autor poderá ajuizar o pedido em face de qualquer dos coobrigados ou em face de 
todos eles (litisconsórcio passivo).
Sendo indivisível o objeto da prestação e existindo dois ou mais credores, qualquer deles está 
legitimado a ajuizar ação monitória, desde que preste caução de ratificação dos demais credores, 
pois o réu só estará liberado de sua obrigação, caso queira cumprir o mandado monitório, se, ao 
pagar ao autor, este lhe conferir a aludida caução (art. 892, II, CPC). Caso sejam dois os mais 
devedores da coisa, poderá o autor exigi-la de qualquer um deles, ante a impossibilidade de 
fracionamento do objeto. Cumprindo o mandado o devedor eleito, opera-se a sub-rogação de que 
trata o artigo 891, parágrafo único do CC; caso se mantenha inerte ou seus embargos sejam 
rejeitados, o credor disporá de título executivo judicial em face dele.
Por fim, interesse de agir decorre do binômio “necessidade-adequação”. A necessidade decorre da 
necessidade concreta da prestação da tutela jurisdicional almejada. Já a adequação estará atendida 
pela própria opção do credor pela via monitória, sujeitando-se ao procedimento especial para ela 
traçado.
4. ELEMENTOS DA AÇÃO MONITÓRIA:
Os elementos da ação monitória são: partes, causa de pedir e pedido. Relativamente às partes, 
qualquer pessoa, física ou jurídica processual, com exceção, no pólo passivo, da Fazenda Pública, 
do incapaz, do falido e do insolvente.
O pedido consistirá na postulação, dirigida ao juiz, de emissão do mandado monitório que contenha 
a ordem dirigida ao réu de pagar uma soma em dinheiro ou de entregar coisa fungível ou 
determinado bem móvel.
A causa de pedir demonstra a relação jurídica de direito material existente entre autor e réu e a 
situação de inadimplemento deste último.
5. OBJETO DA AÇÃO MONITÓRIA
De acordo com os ensinamentos de Humberto Theodoro Junior, somente se admite ação monitória 
se o autor tiver como objeto “soma de dinheiro”, “coisa fungível” ou “determinado bem móvel”.
Não poderá ser pedida quantia incerta, na pendência de liquidação anterior, pois a ação monitória 
deve ser instaurada por meio de mandado de pagamento a ser expedido com base na prova da 
inicial, não havendo estágio ulterior em que se possa liquidar o valor devido.
Quando se fala em “entrega de coisa fungível”, refere-se às obrigações de dar coisas genéricas ou 
incertas, isto é, obrigação de dar coisas que são indicadas pelo gênero e quantidade, e cuja 
satisfação em juízo se realiza por meio de execução forçada, prevista nos artigos 629 e seguintes do 
CPC.
Por fim, “o determinado bem móvel” que pode ser exigido pela ação monitória é o que se apresenta 
como objeto de obrigação de dar coisa certa. Só a coisa certa móvel se enquadra no procedimento 
em questão. Os imóveis terão de ser alcançados pelo juízo contencioso ordinário.
Não se incluem neste tipo de ação as obrigações de fazer e não fazer.
6. COMPETÊNCIA
Como a ação monitória é uma ação pessoal, segue regra geral da competência territorial do foro do 
domicílio do réu nos termos do artigo 94 do Código de Processo Civil. No entanto, se sujeita à 
derrogação por convenção das partes, no caso de eleição de foro especial feita em cláusula do 
negócio jurídico.
7. LEGITIMIDADE ATIVA
Toda pessoa que se apresentar como credo de obrigação de soma de dinheiro, de coisa fungível ou 
de coisa certa móvel; tanto o credor originário como o cessionário ou sub-rogado.
Podem usar, ativamente, o procedimento monitório tanto pessoas físicas como jurídicas, de direito 
privado ou público.
8. LEGITIMIDADE PASSIVA
O sujeito passivo será aquele que figure como obrigado ou devedor por soma de dinheiro, coisa 
fungível ou coisa certa móvel. O mesmo se diz de seu sucessor universal ou singular.
Caso o devedor seja falido ou insolvente civil, não poderá ser demandada a ação monitória já que 
não dispõeda capacidade processual e também porque não pode haver execução contra tais 
devedores fora do concurso universal.
Havendo vários coobrigados, solidariamente responsáveis pela dívida, a ação monitória torna-se 
manejável contra todos, em litisconsórcio passivo, ou contra cada um deles isoladamente, visto que 
o litisconsórcio, na espécie, não é necessário.
Em relação ao Poder Público, não haverá lugar para anular o procedimento monitório intentado 
contra pessoa jurídica de direito público se esta ofereceu tempestivos embargos de mérito. Assim, o 
feito será transformado em pura ação ordinária de cobrança.
9. PROVA
Conforme o artigo 1.102-A, a petição inicial da ação monitória será instruída com a prova escrita do
direito do autor (prova pré-constituída, instrumento elaborado no ato da realização do negócio 
jurídico para registro de declaração de vontade, e a causal, escrito surgido sem a intenção direta de 
documentar o negócio jurídico, mas que é suficiente para demonstrar sua existência).
Também será conhecida o “começo de prova escrita”, que contribui para a demonstração do fato 
jurídico, mas não é completa, reclamando por isso, outros elementos de convicção para gerar a 
certeza acerca do objeto do processo.
Desta forma, confia-se ao juiz uma livre avaliação das provas apresentadas. O conjunto documental 
poderá gerar a convicção do juiz sobre o direito do credor, mesmo quando cada um dos escritos 
exibidos seja, por si só, capaz de comprovar.
10. QUESTÕES PROCESSUAIS
Compete à Justiça Comum o ajuizamento da ação monitória. O foro competente é o do local do 
pagamento ou entrega da coisa, salvo se a monitória se fundar em contrato que contenha foro de 
eleição.
Após o ajuizamento da ação, estando a petição inicial devidamente instruída e com seus requisitos 
preenchidos, o juiz deferirá de plano a expedição de mandado de pagamento ou de entrega de coisa 
no prazo de 15 dias.
Apesar do mandado representar uma decisão interlocutória, ela não permite ataque pela via recursal,
devendo o réu opor-se a ela por meio de embargos monitórios.
Após a citação do réu e sua intimação para pagar ou entregar coisa certa por meio do mandado, ele 
poderá adotar as seguintes posturas:
a) cumprir o mandado voluntariamente;
b) permanecer inerte;
c) opor embargos.
Caso o réu opte por cumprir o mandado, ele estará isento das custas e da verba honorária. Ainda, 
estando o autor completamente satisfeito, o juiz proferirá sentença extinguindo o processo.
Na hipótese de inércia do réu, há a conversão do mandado em título executivo judicial, vedado ao 
juiz qualquer pronunciamento sobre a procedência da pretensão deduzida pelo autor.
Isto porque o processo não se presta à tutela de direitos indisponíveis, nem se admite no seu bojo a 
produção de outra prova que não a documental. Depois, porque, ultrapassada a fase dos embargos, 
inexistirá momento adequado àquele pronunciamento, pois, convolado o mandado monitório em 
título executivo judicial, passa-se imediatamente à execução, intimando-se o executado.
Com a oposição dos embargos, estes suspenderão os efeitos do mandado e se instaurará um novo 
processo incidente ao monitório, que tramitará no rito ordinário. Ao final do processo, haverá uma 
sentença que, rejeitando os embargos ou declarando sua improcedência, atestará a legitimidade do 
mandado e ficará liberada sua eficácia executiva; caso a sentença seja de acolhimento, ou o juiz 
declarará a nulidade da decisão concessiva do mandado (quando por exemplo se reconhece o não 
cumprimento de alguns dos requisitos para a propositura da monitória), ou então a inexistência do 
direito afirmado pelo autor. Neste caso, o seu trânsito em julgado material impedirá, no futuro, que 
o autor tente reclamar seu suposto direito por outras vias.
Os embargos serão propostos 15 dias após a intimação para cumprimento do mandado monitório, 
que serão processados nos próprios autos da ação monitória, em procedimento ordinário e 
independentemente da segurança prévia do juízo, pois ainda não existe título executivo hábil à 
execução.
O prazo de 15 dias é preclusivo e não é computado em dobro em caso de litisconsórcio passivo.
Rejeitados liminarmente os embargos por sentença terminativa, a eventual apelação será recebida 
apenas no efeito devolutivo, por aplicação analógica do artigo 520, V do CPC.
É permitida a oposição de embargos parciais, que autorizam desde logo a execução da parte não 
embargada (art. 739, § 2º do CPC).
O embargado será intimado na pessoa do seu advogado (art. 740, CPC) e terá o prazo de 15 dias 
para oferecer impugnação. Caso haja necessidade de produção de provas, o juiz designará audiência
de conciliação que, caso seja obtida e homologada a conciliação, a convolação do mandado em 
título executivo judicial respeitará os limites estabelecidos por ela. Não havendo conciliação, 
iniciará a fase instrutória e, ao final desta, será prolatada a sentença. Caso a sentença seja de 
improcedência, caberá apelação apenas no efeito devolutivo.
A questão polêmica, no entanto, encontra-se na hipótese do embargado não apresentar impugnação 
aos embargos. A doutrina e a jurisprudência, neste caso, se dividem. Uma parte acredita que, por 
analogia, no caso de falta de impugnação, são aplicados os efeitos da revelia ou haverá o 
julgamento antecipado dos embargos. Outro grupo, no entanto, entende que não haveria nenhum 
efeito concreto na ausência de impugnação, pois a omissão do embargado de modo algum 
determinaria, por si só e automaticamente, a destruição do convencimento original do juiz sobre a 
probabilidade do direito afirmado na ação monitória.
Julgamento dos embargos
a) Rejeição liminar dos embargos – apelação apenas no efeito devolutivo;
b) Improcedência total dos embargos – haverá a convolação do mandado de pagamento em título 
executivo judicial;
c) Acolhimento parcial dos embargos – a sentença declarará a inexistência do direito e a 
ilegitimidade do mandado nos limites da parte acolhida. A outra parte será convolada em título 
executivo;
d) Acolhimento integral dos embargos –
i) porque o crédito alegado é superior ao devido: o quantum debeatur é reduzido, situação idêntica 
ao item anterior;
ii) porque o juiz reconheceu a ausência de requisito de admissibilidade da ação monitória: o 
mandado é declarado nulo, porém tal circunstância não impede que o autor venha a postular seu 
direito por outros meios; e
iii) porque é pautado no reconhecimento de procedência da defesa de mérito: sentença declara a 
inexistência do direito e a ilegitimidade do mandado.
Recurso contra a sentença dos embargos
Para todas as situações acima cabe o recurso de apelação. Contudo, se o apelo for do embargante, é 
importante frisar que a apelação será recebida apenas no efeito devolutivo, de forma que será 
possível a execução provisória do título obtido pela via monitória, observados os princípios do 
artigo 588 do CPC.
Execução e embargos à execução
Quando o mandado se convola em título executivo judicial, o réu é apenas intimado do início da 
execução, não havendo necessidade de citação formal.
Com relação à possibilidade de se opor embargos à execução, o caso se torna controverso na 
hipótese do devedor ter se mantido inerte ao longo do processo monitório. A doutrina entende que 
não será possível ao devedor opor-se à execução com base em supostos fatos extintivos ou 
modificativos do crédito do exeqüente, salvo em caso de superveniência. A argüição dos motivos 
que já antes existiam fica preclusa no processo de execução.
11. JURISPRUDÊNCIA
a. Anexo 01:
Prestação de Serviços Educacionais. Ação monitória. Cabimento. 1. O pressuposto da adequação do
pedido monitório é ter o possível credor prova escrita da obrigação, sem eficácia de título 
executivo; no caso, comprovou a promovente ter contrato escrito de prestação de serviços 
educacionais,firmado com o apontado réu, juntando memória de cálculo das prestações mensais 
inadimplidas e que estavam previstas no contrato celebrado. 2. "Em relação à liquidez do débito e à 
oportunidade do devedor discutir os valores cobrados, a lei assegura-lhe a via dos embargos, que 
instauram amplo contraditório a respeito, devendo, por isso, a questão ser dirimida pelo Juiz na 
sentença; o fato de ser necessário o acertamento de parcelas correspondentes ao débito principal e, 
ainda, aos acessórios não inibe o emprego do processo monitório". Precedentes do Egrégio Superior
Tribunal de Justiça. 3. Deram provimento ao recurso para, afastado o decreto de carência da ação 
monitória, determinar-se o prosseguimento do processo, nos seus ulteriores termos.
(TJ-SP - APL: 2086313120098260002 SP 0208631-31.2009.8.26.0002, Relator: Vanderci Álvares, 
Data de Julgamento: 27/06/2012, 25ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 04/07/2012)
b. Anexo 02:
 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DOCUMENTOS HÁBEIS À INSTRUÇÃO 
DA AÇÃO MONITÓRIA. DEMONSTRATIVO DE VALORES GERADOS NO PERÍODO 
CONTRATUAL. CONTRATOS DE ABERTURA DE LIMITE DE CRÉDITO ROTATIVO EM 
CONTA CORRENTE "GIRO FÁCIL" E EXTRATOS BANCÁRIOS. DOCUMENTOS 
SUFICIENTES. 1. Consoante a dicção do art. 1.102-A do Código de Processo Civil, é prova 
bastante para a instrução da ação monitória o documento escrito, ainda que emitido pelo próprio 
credor, hábil a formar o convencimento do juízo acerca da existência da dívida, a qual, por sua vez, 
pressupõe a comprovação da relação jurídica obrigacional. 2. Enuncia a Súmula 247 do STJ que "o 
contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, 
constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória". Em outros dizeres: comprovado o
liame jurídico com o contrato de abertura de conta corrente, é admissível a instrução da ação 
monitória apenas com demonstrativo do débito, o qual, mesmo não provando diretamente o fato 
constitutivo do direito, possibilita ao juiz presumir a existência do crédito alegado. 3. No caso 
concreto, os "demonstrativos de valores gerados no período contratual" não seriam, por si só, prova 
suficiente do crédito pleiteado, por consubstanciarem simples "começo de prova por escrito", uma 
vez que não demonstram a relação jurídica existente entre o devedor e o credor. Não obstante, em 
sede de apelação, o recorrente trouxe aos autos também o contrato de abertura de conta corrente 
(fls. 69-72); os contratos de abertura de limite de crédito rotativo e os extratos bancários (fls. 73-
125), suficientes para ensejarem a ação monitória. 4. Recurso especial provido.
 (STJ - REsp: 1138090 MT 2009/0169305-8, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data 
de Julgamento: 20/06/2013, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/08/2013)
BIBLIOGRAFIA:
MARCATO, Antonio Carlos. Procedimentos Especiais. 9 ed. Rev. Atual. Ampl. São Paulo: Ed. 
Malheiros. 2001.
THEODORO JUNIOR, HUMBERTO. Curso de Direito Processual Civil Vol. III, 44ª ed., p. 239 à 
351

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