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DIREITO PROCESSUAL II

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Processo e procedimento 
 
I. ESPECIES DE PROCESSO 
 
De acordo com essa classificação há três espécies de processo: 
a) Processo de conhecimento (cognitivo)1 
O processo de conhecimento tem por finalidade a prolação de uma sentença de mérito. Isto é, quando 
este processo é instaurado o juiz ainda não sabe a quem dar razão, quem é o titular do direito disputado, logo 
sua finalidade é esclarecer essa situação formulando ao fim por meio da sentença uma norma concreta que deve 
vigorar naquele conflito2. De tal modo que se sai dos fatos, ditados na petição inicial, para se chegar ao 
Direito, a norma concreta da sentença de mérito. 
• Atividade preponderante 
A atividade preponderante no processo de conhecimento é a cognitiva. Esta é eminentemente intelectual, 
de analise, de estudo, chegando-se ao fim em uma síntese. Contudo, pode haver a atividade executiva3, mas isso 
não faz com que o processo deixe de ser de conhecimento, pois o que o torna cognitivo é a preponderância da 
atividade cognitiva. 
b) Processo de execução 
No processo de execução há uma acertamento prévio, ou seja, para inicia-lo a titularidade do direito já 
deve estar previamente definida, não havendo assim duvidas sobre essa matéria, visto que já há um fato jurídico 
representado em um documento: o titulo executivo. 
• Titulo executivo 
a. Titulo executivo judicial (Art. 515 do CPC): Exemplo: uma decisão que ordene o despejo é um 
título executivo judicial. 
b. Título executivo extrajudicial (Art.784 do CPC): Por diversas razões, o legislador determina que 
certos fatos jurídicos já trazem em si uma grande probabilidade da existência do direito, logo ele 
dispensa o acertamento prévio, permitindo o ingresso direto no processo de execução. 
 
• Finalidade 
A finalidade do processo executivo é efetivar, transformar em realidade, a norma concreta/ individual 
que se extrai do titulo executivo. Isso não quer dizer que não haja sentença, esta existe, mas o seu papel aqui 
 
1 É comum na doutrina se denominar o processo de conhecimento de processo de sentença, já que esse só atinge sua 
finalidade se chegar a uma sentença de mérito. 
2 Assim, o juiz escuta o autor e o réu, os deixa produzir provas, verificando quais fatos ocorreram ou não, podendo aplicar 
as norma abstratas previstas no ordenamento. 
3 Ex.: na reintegração de posse, caso nãos e deixe o imóvel de pronto a atividade será executiva. 
U N I D A D E I 
é declarar ou certificar que o processo de execução já chegou ao fim. De tal forma que se sai do Direito, da 
norma jurídica concreta estampada no título executivo, para chegar aos fatos, a transformação da realidade. 
Art. 924. Extingue-se a execução quando: 
I - a petição inicial for indeferida; 
II - a obrigação for satisfeita; 
III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida; 
IV - o exequente renunciar ao crédito; 
V - ocorrer a prescrição intercorrente. 
Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença. 
• Atividade preponderante 
A atividade preponderante é a executiva, de cunho pragmático4, transformando-se norma em realidade. 
Mesmo havendo cognição está é rarefeita, dado que antes de se chegar ao mérito da execução devem se analisar 
se estão presentes as condições da ação e os pressupostos processuais estão presentes. 
• Pretensão resistida e pretensão insatisfeita 
Lide é o conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida; O juiz resolve a lide, mas nem sempre 
o direito é satisfeito, isto é, o réu pode não elencar mais argumentos e ainda assim não satisfazer o direito e a 
pretensão se torna insatisfeita. O processo de conhecimento visa apreciar uma pretensão resistida, enquanto o 
processo de execução aprecia a pretensão insatisfeita. 
• Obrigação de dar, de fazer e de não fazer5 
c) Processo cautelar: 
• Finalidade 
A finalidade do processo cautelar é acessória: proteger o processo principal (de conhecimento ou 
execução) contra os efeitos deletérios do tempo, pois este é demorado. Por meio dele há uma tutela de 
urgência6. 
Exemplo: arresto7. Marcos atropela Lucas, o segundo ajuíza ação e pede indenização (cognitivo), no 
processo de execução ele pode penhorar os bens do Marcos. Contudo, o réu começa a desviar o seu patrimônio, 
mesmo não podendo pedir a penhora, pois ainda está no processo cognitivo, pode pedir o arresto do bens, isto 
é que este sejam apreendidos e colocados na mão de alguém de confiança, pois caso o autor ganhe o caso ele 
irá permitir utilidade para futura sentença. 
 
4 Há discussão se é possível meios atípicos, pois a legislação permite, o STJ vem discutindo a questão, entendendo que se 
houver sinais de riqueza, mesmo não havendo nada sem eu nome, poderia pegar o passaporte e a carteira de motorista. 
5 O processo de execução está intimamente ligado com o Direito das obrigações. A execução é moldada para permitir a 
concretização das obrigações. Exemplo: execução de quantia certa de devedor solvente, que é uma obrigação de dar. 
6 Gênero do qual são espécies: tutela cautelar e tutela antecipada. 
7 Não confundir com aresto que é sinônimo de julgado. 
 
• Noção 
É aquele em que há uma fase cognitiva e uma fase executiva sem que haja preponderância de uma dessas 
atividades sobre a outra quando consideramos o processo como um todo.9 
• Terminologia 
A fase de execução é denominada pelo legislador de cumprimento de sentença, entretanto não é errado 
chamar de execução de sentença, pois sua natureza é executiva. 
 
Modulo cognitivo pode se referir tanto a um processo puramente cognitivo, quanto a fase cognitiva de 
um processo sincrético (primeira fase) e modulo executivo pode se referir tanto a um processo puramente 
executivo, quanto a fase executiva (segunda fase) de um processo sincrético. 
 
• Procedimento cognitivo, executivo e processo cautelar, o processo sincrético era exceção da regra. 
Quando aprovado o CPC/73 este seguia a classificação tradicional, havia uma disciplina especifica para 
cada tipo de processo. O processo sincrético era entendido como uma exceção e só existia nos processos 
especiais. Todavia, o legislador mudou o Código em 2004 e colocou o processo sincrético ao lado dos 
tradicionais e comuns, por sua praticidade. 
 
No CPC/2015 há o procedimento Cognitivo, executivo, processo cautelar e processo sincrético, sendo 
o ultimo a regra. 
• Execução 
Se a execução é fundada em titulo executivo judicial há cumprimento de sentença. Por outro lado, se 
o titulo executivo for extrajudicial este pode se dar por meio de um procedimento autônomo de execução. 
• Titulo executivo extrajudicial 
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo 
processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.10 
• Processo cautelar 
 
8 Hoje em dia é colocado ao lado das classificações clássicas. 
9 Nesse há apenas uma citação, enquanto no cognitivo deve ser citado e depois no executivo também. 
10 Ao contrario do Código anterior que só permitia se recorrer ao processo de execução. 
No CPC/73 o processo cautelar era autônomo, mas no CPC/15, em regra, não existe processo cautelar 
puramente cautelar, pois normalmente este é desenvolvido no mesmo processo em que haverá o procedimento 
de conhecimento. 
II. DISTINÇÃO ENTRE PROCESSO E PROCEDIMENTO 
 
• Conceito teleológico 
O processo é um instrumento de exercício do poder, um modo de agir para atingir determinada 
finalidade11, modelado pela Constituição é, portanto, um conjunto de normas e instituto do Direito processual. 
 
• Conceito 
O procedimento é um conjunto de atos praticados, sendo, portanto, um rito. 
 
• Exemplo 
O processo está para viagem, a finalidade é chegar ao local, assim como o procedimento está para os 
trajetos, qualquer dos caminhos possíveis permitem chegar ao destino final. 
 
• Módulo cognitivo 
A finalidade é a sentença de mérito, predominando a atividade cognitiva,mas há diversos 
procedimentos previstos em lei, devendo se analisar o correto a ser aplicado naquele caso. 
• Módulo executivo 
A finalidade é a execução da norma jurídica individual, predominando a atividade executiva, mas 
há diversos procedimentos previstos em lei, devendo se analisar o correto a ser aplicado naquele caso. 
 
Um dos procedimentos por meio do qual se desenvolve o processo cognitivo. 
III. ESCOLHA DO PROCEDIMENTO12 
 
Aqui se analisa o procedimento comum e este está associado ao modulo cognitivo. 
 
11 Depende se está em modulo cognitivo ou executivo. 
12 Aula 2 – 04 – 03 - 2020 
 
O modulo cognitivo pode se desenvolver tanto por procedimentos especiais quanto por procedimento 
comum: 
• Procedimentos especiais (ditado por normas especiais) 
Existem porque o direito processual procura ser instrumento eficiente para o desenvolvimento do direito 
material, assim o legislador cria procedimentos especiais para proteger certas relações de direito material. 
a) No CPC: vai do artigo 539 a 770. Exemplo: ação de consignação em pagamento (Arts. 539-549 do 
CPC); ações possessórias (Arts. 554-568 do CPC); Ação de inventário e partilha (Arts. 610-663 do 
CPC); ações de família13. 
b) Legislação extravagante: LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009, (mandado de segurança) é 
constitucional e prevê um procedimento documental, ou seja, em que só se admite um tipo de prova: a 
documental; LEI Nº 13.300, DE 23 DE JUNHO DE 2016 que também é um procedimento 
constitucional (mandado de injunção); procedimento sumaríssimo (juizado especial estadual, federal 
e da fazenda pública); LEI No 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991 (lei do inquilinato); 
• Procedimento comum 
a) CPC/73: o procedimento comum se dividia em: sumário (artigo 275 do CPC/73) e ordinário. 
b) CPC/15: eliminou a distinção realizada pelo código anterior, agora só há o comum que vai dos artigos 
318-512. 
 
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo 
disposição em contrário deste Código ou de lei. 
É o critério que permite saber qual o procedimento se deve escolher para aquele caso em especifico. 
1) Primeiro se verifica se há procedimento especial adequando aquela hipótese. 
2) Caso haja ele será o escolhido. 
3) Se não, por exclusão, se utiliza o procedimento comum. 
• Muito ou pouco aplicado? 
É muito aplicado, mesmo sendo de cunho residual. 
• Observação 
Em alguns casos a parte poderá escolher entre o procedimento especial e o comum, mesmo a regra sendo 
o critério da exclusão. 
Exemplos: se pode ajuizar tanto o mandado de segurança (desde que se trate de direito liquido e certo) 
ou se pode ajuizar a ação pelo rito comum desde, como se for pedir dispensa de medicamentos pode ser utilizado 
tanto o mandado quanto o rito comum; ação que pode ser ajuizada no juizado civil estadual pelo rito 
 
13 É novidade do CPC/15 enquanto as outras eram tradicionais 
14 Nada mais é do que a regra da introdução a ciência do direito em que lei especial derroga lei geral 
sumaríssimo também pode, a critério do autor, ser ajuizada em uma vara comum pelo rito comum, todavia essa 
opção só vale para os juizados cíveis estaduais porque a lei deles claramente veda 
4. . 
• Noção 
As normas ditadas para o procedimento comum são aplicáveis subsidiariamente aos procedimentos 
especiais. Tal aplicação ultrapassa as fronteiras do módulo cognitivo, porque as normas também são aplicadas 
subsidiariamente ao processo de execução. 
• Disciplina detalhada do procedimento comum 
Tal aplicação subsidiária é relevante porque a disciplina do procedimento comum é muito detalhada. 
Isso então impacta sobrea racionalidade da técnica legislativa, porque assim o legislador só disciplina as 
peculiaridades do procedimento especial. 
 
Esses procedimentos especiais fazem referência ao procedimento ordinário, sendo que hoje vige o 
CPC/15 que não o adota mais, mas sim o comum. 
Exemplos: 
lei 8.245/91 Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão 
o rito ordinário. 
lei 4717/65 § 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser proposta 
desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao juiz, após apreciar os 
motivos do indeferimento, e salvo em se tratando de razão de segurança nacional, requisitar 
umas e outras; feita a requisição, o processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o 
trânsito em julgado de sentença condenatória. 
lei 8245/91 Art. 68. Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumário, observar-se-á o 
seguinte: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) 
• Como interpretar essas leis? 
Cabe ao aplicador do direito onde estiver escrito na legislação extravagante rito sumário e ordinário se 
lê “comum”, mas o CPC/15 também expressamente previu essa possibilidade. 
Art.1046, § 4º As remissões a disposições do Código de Processo Civil revogado, existentes em 
outras leis, passam a referir-se às que lhes são correspondentes neste Código. 
Art. 1.049. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei processual sem especificá-
lo, será observado o procedimento comum previsto neste Código. 
Parágrafo único. Na hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário, será observado o 
procedimento comum previsto neste Código, com as modificações previstas na própria lei 
especial, se houver. 
IV. ESTRUTURA DO PROCEDIMENTO COMUM 
 
Durante o processo há diversas atividades praticadas pelos atores ao longo do processo comum, para 
sistematizar as atividades há quatro grupos principais: 
a) Atividade Postulatória: é a apresentação de pretensões. Ex.: o demandante ao protocolizar sua 
pretensão inicial postula um pedido, o demandando quando apresenta sua defesa pedindo o contrário 
do autor e se requer o indeferimento da PI. 
b) Atividade Saneadora: é uma atividade voltada a organização do processo. Essa organização se dá em 
duas dimensões: um saneamento retrospectivo – se olha para trás e se vê se há ato viciado para 
poder corrigi-lo15 – e um saneamento prospectivo16 – se organiza as etapas vindouras do 
procedimento. 
c) Atividade Instrutória: é a atividade de produção de provas, porque são essas provas que pretendem 
reconstruir no mundo do processo aquilo que se deu no mundo dos fatos, tentando levar ao juiz um 
esclarecimento do que ocorreu para ele poder saber se são verdadeiros os fatos alegados pelo autor e 
pelo réu. 
d) Atividade Decisória: é uma atividade pela qual o juiz examina pretensões e requerimentos formulados 
ao longo do julgamento. O momento principal e culminante é a sentença de mérito, mas ao longo do 
processo ele também profere diversas decisões. 
2. . 
• Observação inicial 
Aqui se observa a relação entre atividades e etapas do procedimento. Ao se observar o processo como 
um todo há concentração de certo tipo de atividade principal em determinados pontos ou momentos, a partir dai 
se fala em divisão etapas. 
• Critério da preponderância 
As etapas se dão pelo critério da preponderância e não da exclusividade, isto é, mesmo preponderando 
certa atividade principal podem existir outras naquela etapa. 
a) Etapa postulatória: predomina a atividade postulatória17, sendo modulada para receber atos de 
postulação. Esta começa com a demanda e logo depois o juiz prefere uma decisão liminar, se tudo 
tiver correto o réu é citado e há uma audiência de conciliação e mediação, depois pode o réu 
contestar, pedir a reconvenção (dizer que foi o autor o causador da lide e já aproveitar o que foi feito 
até então) ou se tornar revel. 
b) Etapa Saneadora: finda a etapa postulatória há a etapa saneadora, predominando a atividade 
saneadora, sendo especializada no seu desenvolvimento, na organização do processo. Possui perfil: 
retrospectivo – porque o juiz olha para trás examinando os atos até então praticados, se estão viciados, 
caso haja o juiz adota medidas aptas a sana-los – e prospectivo – porque o juiz olhapara os atos que 
serão praticados em seguida. São duas as espécies de atos de saneamento: providências preliminares 
 
15 Ex.: um litisconsórcio passivo que não foi citado, ele corrige o vicio o citando. 
16 Ex.: o autor quer prova pericial e testemunhal e o réu apenas a testemunhal 
17 Contudo, não há só a atividade postulatória. 
(especificação de provas, réplica, correção de vícios sanáveis) e julgamento conforme o estado do 
processo18 (primeiro ele verifica se há a extinção do processo – pois possui natureza de sentença só 
que antecipada – se não se é cabível julgamento antecipado do mérito – também é uma sentença só 
que antecipada – e decisão de saneamento e organização do processo – só com essa haverá a etapa 
instrutória). 
c) Etapa Instrutória: predomina a atividade instrutória, que é a atividade de produção de provas. Seu 
momento máximo é a Audiência de Instrução e Julgamento que é uma reunião entre juiz, parte e 
advogados com a finalidade de produzir provas orais19. Antes da audiência, contudo, podem haver 
outras produções de provas.20 
d) Etapa Decisória: predomina a atividade decisória, normalmente se consubstancia em um só ato: a 
sentença. Todavia, é uma etapa porque é completamente distinto das etapas que o precedem. 
• Representação Gráfica 
O procedimento comum se inicia com um ato do autor denominado demanda, documentado na petição 
inicial, o ponto de chegada é a sentença mérito, se tudo correr bem, que irá declarar se acolhe a pretensão ou 
não. Contudo, antes deve ocorrer a contestação (resistência do réu se não iria escutar apenas o autor), o 
saneamento (para corrigir de cara os vícios) e a coleta de provas (para saber a quem dar razão), apenas depois 
pode o juiz proferir sua sentença. 
 
A divisão em etapas é fruto de uma análise da sequência que figura na ordem jurídica. Entretanto, uma 
característica fundamental do procedimento é sua adaptabilidade diante das exigências concretas, já que deve 
ser instrumento eficiente de concretização do direito material. 
• Exemplos de variações 
a) Celebração de acordo envolvendo todo o objeto litigioso na audiência de conciliação ou 
mediação (CPC,334 e 487, III), assim o juiz irá proferir a sentença, já que o conflito de interesses foi 
resolvido, sendo antecipada essa etapa. Contudo, se o acordo for só parcial, o processo continua em 
relação ao resto, sendo então imprescindível então o acordo em relação a todo o objeto para variar o 
processo. 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de 
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com 
pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na 
reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
 
18 marca o fim da etapa saneadora 
19 Ex.; prova testemunhal, relato de peito, testemunho das partes 
20 Ex.: a pericia, a inspeção judicial. 
b) Cabe julgamento antecipado do mérito (CPC, 355 e 487, I) quando o juiz, por ocasião do 
julgamento por estado do processo, verificar que a causa está madura para julgamento. Isso porque 
não é preciso coletar mais provas para o julgamento, as que estão nos autos já são consideradas 
suficientes para exame das questões de fato. 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de 
mérito, quando: 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na 
forma do art. 349 . 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
c) Concessão de tutela de urgência (antecipada ou cautelar) ou concessão de tutela da evidência 
(CPC,294 a 311). O gênero tutela provisória, que se contrapõe a definitiva pós transito em julgado, 
tem como espécies a tutela antecipada ou cautelar, concedendo ao longo do processo direito pleiteado 
pelo réu de tal modo que há a execução dentro do módulo cognitivo. Ex.: dispensa de medicamento 
ao estado de Minas, mas ele precisa do remédio agora. O autor pede então para condenar o Estado a 
dispensar-lhe o medicamento, pede então tutela antecipada mostrando a receita do médico trazendo a 
execução para dentro do modulo cognitivo. 
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo 
de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: 
d) Anulação do processo e reconstrução procedimental (CPC,64, §4, 115, paragrafo único), quando 
o juiz observa vicio mais adiante e devem ser repetidos atos que prejudicam o processo. Ex.: quando 
não foi citado um litisconsórcio necessário, incompetência absoluta 
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de 
contestação. 
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida 
pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
e) Intervenção de terceiros 
f) Alterações voluntárias do procedimento (CPC 190, 191) 
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às 
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às 
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e 
deveres processuais, antes ou durante o processo. 
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das 
convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de 
nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se 
encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. 
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática 
dos atos processuais, quando for o caso. 
g) Dilatações de prazos para manifestação sobre documentos (CPC 437,§2) 
Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os documentos anexados à inicial, e o 
autor manifestar-se-á na réplica sobre os documentos anexados à contestação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art349
§ 2º Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação sobre a prova 
documental produzida, levando em consideração a quantidade e a complexidade da 
documentação. 
h) Inversão da ordem dos atos probatórios (CPC, 139,VI, 361) 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do 
direito; 
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, 
preferencialmente: 
 
U N I D A D E II 
Petição 
 
I. DEMANDA 
 
“Chama-se ‘demanda ao’ ato pelo qual alguém pede ao Estado a prestação da atividade jurisdicional”. 
- José Carlos Bárbosa Moreira. 
• Exame analítico: demanda é: 
a. Um ato do demandante (autor); 
b. O ato inaugural do processo, ela instaura o processo, é o primeiro ato do processo; 
c. Um ato pelo qual o demandante inicia o direito de ação (ainda que este seja exercitado ao longo 
de todo o processo), a demanda não esgota o direito de ação, ela é a penas o início do exercício 
desse direito; 
d. Um ato de natureza postulatória, ato pela qual a parte formula requerimentos e, principalmente, 
pedidos; 
e. O ato pelo qual o demandante apresenta a sua pretensão ao Estado-juiz, o autor apresenta a 
pretensão quedeseja seja examina e almeja ser acolhida; 
f. O ato por intermédio do qual o demandante exige que o Estado-Juiz exerça a função 
jurisdicional, a fim de solucionar a pretensão apresentada; 
• Demanda e Petição Inicial 
a. Demanda: é um ato processual praticado pelo demandante. A demanda é o principal ato praticado pelo 
autor no processo 
b. Petição Inicial: é peça processual que serve de instrumento, permitindo a prática do ato denominado 
demanda. 
 
a. Primeira razão: o papel desempenhado pela demanda na formação da relação jurídica 
processual. Sem a demanda, não se forma a RJP, dado o princípio da demanda – que encontra 
base no princípio da imparcialidade – pelo qual, em regra, é imprescindível a demanda para se 
iniciar o processo. 
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo 
as exceções previstas em lei. 
• Como se forma a relação jurídica processual? 
Possui uma relação triangular, na base estão ao autor o réu, no vértice o Estado-Juiz, todavia, essa 
relação não nasce pronta, sua formação é gradual. Primeiro se tem o ato denominado demanda, em razão do 
qual inicia-se a formação da RJP, no início é linear, existe, mas não é plena é só entre autor Estado-juiz. Com a 
citação o réu é trazido ao processo e a RJP tem a sua formação ampla. 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a 
propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que 
for validamente citado.1 
b. Segunda razão: papel desempenhado pela demanda no delineamento do objeto do processo2; 
Para saber qual o objeto o juiz deve analisar a pretensão do autor, que se encontra na parte do 
pedido da petição inicial. Assim, já que da demanda que se retira o pedido, é delimitado qual o 
mérito (objeto do processo). 
• Princípio da congruência (corolário ao princípio da demanda) 
 Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado 
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. 
Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos 
formulados pelas partes. 
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar 
a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. 
 
• Regra 
A demanda sempre terá uma forma e esta, em regra, será escrita. Sendo então veiculada mediante petição 
inicial. Toda manifestação da parte no processo que deve, segundo a lei, revestir-se de modo escrito se chama 
petição, logo a petição é como se instrumentalizam esses atos. 
• Exceção 
Eventualmente a demanda pode ser formulada oralmente, mas somente é válida se houver autorização 
legal. Não obstante, mesmo quando a lei permite a formulação inicial de forma oral ela exige que logo na 
sequência a demanda seja reduzida a forma escrita. Isso normalmente é feito pela secretária, escrevente, 
estagiário ou outro setor específico de atermação. 
É cabível nos seguintes casos: 
a. Juizados especiais 
É estabelecida para o procedimento sumaríssimo. 
Lei 9.099/95 Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, 
à Secretaria do Juizado. 
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado 
o sistema de fichas ou formulários impressos. 
b. Ação de alimentos 
É um procedimento especial. 
 
1 Nesse momento que a petição é protocolada, já nasce ao estado o dever de examinar a pretensão, já existe vínculo, já 
existe relação processual, antes mesmo da citação. 
2 Expressão sinônima de mérito 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art240
II. CONTÉUDO DA PETIÇÃO ESPECIAL 
 
• Procedimento comum 
O art. 319 do CPC se aplica subsidiariamente aos procedimentos especiais, bem como no módulo 
executivo do processo judicial. Logo, é importante na escrita de qualquer petição inicial. 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número 
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o 
endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
• O que há em comum entre o art. 319 e os arts. 76, 282, §2, 488 e 218, §3? 
Esses dispositivos devem ser colocados de modo superlativo, já que permitem solucionar uma grande 
gama de problemas. 
 
• Onde? 
Cabeçalho. 
• Como? 
a. Excelentíssimo3 Juiz de Direito da _4 Vara Cível da Comarca de Viçosa (ou) 
b. Excelentíssimo Juiz de Direito de uma das Varas Cíveis da Comarca de Viçosa (ou) 
c. Excelentíssimo Juiz Federal da Vara Única da Subseção Judiciária de Viçosa. 
• O que é necessário conhecer para escrever esta linha? 
As regras sobre competência. Se errar não há tanto prejuízo porque a falta de competência é um vício 
sanável. 
 
• Onde? 
Preâmbulo. Primeiro parágrafo da petição. 
• Como? 
 
3 Pode utilizar meritíssimo também, mas essa é mais comum 
4 Se tem esse espaço porque não se sabe de antemão para qual juiz será distribuído o processo, a vara competente. Nas 
manifestações seguintes, que já se saberá essa dado, deverá ser preenchido com o nome do juiz. 
Pela indicação dos dados suficientes à individualização das partes. 
a. Quais dados são necessários à completa qualificação? 
Art. 319, II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, 
o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
b. É possível a exigência de outros? 
Sim, podem ser exigidos alguns elementos a mais que devem ser seguidos. Ex.: na justiça estadual 
comum de MG Prov. 355/2018 da CGJ/TJMG. 
Art. 146. A petição inicial indicará, em relação às partes: 
 I - o nome completo, vedado o uso de abreviações, e a sua filiação; 
 II - o estado civil ou a existência de união estável; 
III - a nacionalidade; 
IV - a profissão; 
V - o número do documento de identidade, o órgão expedidor e a unidade da federação onde 
foi expedido; 
VI - o número de inscrição no CPF ou no CNPJ das partes; 
VII - o domicílio e a residência, contendo o Código de Endereçamento Postal - CEP; 
VIII - o endereço eletrônico. 
§ 1º A petição inicial deverá conter o nome completo do advogado ou da sociedade de 
advogados e o endereço eletrônico e não eletrônico, para a comunicação dos atos processuais. 
 
• Desconhecimento de dados exigidos pela ordem jurídica 
a. Problema 1: a qualificação é imperfeita, mas é suficiente para oportunizar a citação. 
Apesar do desconhecimento dos dados, a petição inicial contém a individualização do réu, ainda que 
imperfeita, e esta revela-se suficiente, em tese, para viabilizar a citação. Logo, o juiz deverá ordenar a citação 
do réu, ainda que não tenha todas as informações, pois quando o réu vier aos autos completará as informações. 
Art. 319. § 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a 
que se refere o inciso II, for possível a citação do réu5 
Ex.: a pessoa não sabia muitas informações do réu, mas sabia que em determinada localização a pessoa 
conhecida como seu João. Ainda assim o juiz ordenou a citação e permitiu a perfeita realização da citação, 
ainda com poucas informações e nas demais manifestações processuais. 
b. Problema 2: o demandante desconhece os dados e esse desconhecimento inviabiliza a 
individualização e por consequência a citação do réu. 
O juiz podepedir ao réu que emende ou complemente a petição inicial. 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 
320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando 
com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
 
5 Foi positivado jurisprudência que solucionava esses problemas. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319
Ex.: se o oficial de justiça não tivesse achado o seu João o juiz iria reconstruir o processo e devolverá os autos 
ao autor para que corrija a petição inicial, pois é ônus do autor fornecer esses dados. 
c. Problema 3: O demandante não conhece dados suficientes para individualizar o réu de modo 
a permitir a citação e não tem como imaginar meios de conseguir esses dados pelas suas 
próprias forças. 
Nesse caso o demandante pode pedir auxílio do Poder Judiciário já na petição inicial e o magistrado 
deverá autorizar as diligências destinadas a ajudar o demandante a identificar o demandado.6 
Art. 319 § 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na 
petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
Ex.: Os meios de ajudar nessa individualização podem ser: expedição de ofício a justiça eleitoral que possui 
banco de dados ricos sobre os eleitores, expedição de ofício a concessionários de serviços públicos, quando um 
colocado em um concurso público para professor em uma instituição de ensino superior quer reivindicar a 
reclassificação há um litisconsórcio necessário e o demandante pode pedir ao juiz que contate a universidade 
que possuirá mais informações dos outros colocados se só tiver os seus nomes. 
• Norma do §3º 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste 
artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o 
acesso à justiça. 
Tem como fundamento o princípio do acesso à justiça, forçando as portas do PJ para abri-la. Não é uma 
regra absoluta. 
Ex. Ação ajuizada por estrangeiro em viagem de turismo pelo Brasil. Ausência de indicação do CPF. Exigência 
desproporcional (Alexandre Freitas Câmara). 
• Importância da qualificação 
a. Identificação do demandado para possibilitar a citação; 
b. Permite a identificação da ação. A ação não é identificada pelo nome, mas pelas: partes, causa 
de pedir e pedido. É com fundamento nesses elementos identificadores que é possível invocar 
a coisa julgada como defesa e permite ao juiz indeferir uma ação por conta de litispendência; 
c. Regras de competência ditadas pelo legislador levando em consideração as partes ou algumas 
características do demandado. Ex.: (CPC, 46, caput) regra de competência, competência 
territorial, domicílio do réu / (CRFB, 109, I) regra de competência, justiça competente, 
natureza jurídica da pessoa que figura como parte. 
• Prova documental 
O principal momento para produção da prova documental é este, ainda que não o único. É possível 
então, já no preâmbulo, ser identificados os documentos (Ex.: Anexo X), tais como o que comprova a capacidade 
postulatória. 
 
6 Densificação do princípio da cooperação (CPC Art.6º), dever de auxílio. 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da 
ação. 
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos 
destinados a provar suas alegações. 
 
• Finalidade 
Delimitar o objeto litigioso, apresentado ao juiz o conflito de interesses. É preciso demonstrar os fatos 
de onde nasce o direito, a substância do conflito. Em consequência, a petição inicial deve fazer referência apenas 
aos fatos necessários, é preciso evitar um texto prolixos. 
• Existem um tamanho ideal para uma petição? 
Ainda que alguns autores falem que o tamanho ideal seriam dez páginas, não há um tamanho ideal, o 
importante é a concisão, só escrever o necessário, caso não seja relevante é preciso retirar. Por isso, deve ter as 
características de um bom texto dissertativo e narrativo. Ex.: uma ação de alimentos terá um tamanho a 
depender se for para um filho de dois anos ou de vinte e quatro anos. Já que o segundo caso não é baseado na 
menoridade, mas sim que o filho nunca havia recebido pensão e só havia sido aceito na faculdade naquele 
momento, será preciso mais páginas. 
• Amplitude 
É importante expor o fato jurídico do qual se pretende extrair o direito subjetivo, o fato constitutivo 
deste direito. Também é relevante indicar circunstâncias fáticas associadas (tempo, lugar, modo etc.), as 
alegações de fato essências e até mesmo fatos acessórios fundamentais para narrativa. 
• Articulação adequada dos fatos 
A exigência é a prévia reflexão sobre o modelo jurídico. Se pensa quais fatos é preciso narrar para 
preencher o modelo jurídico daquele caso. 
a. Exemplo 1 
O pedido é consequências de um f1 ou f2 ou fn. Se pode apontar qualquer fato para comprovar o pedido, 
mas se narra todos para aumentar a chance de êxito. Como se tem diversas causas de pedir, delas se podem 
extrair os modelos. 
b. Exemplo 2 
O pedido decorre da soma do f1 e do f2 e do f3. É preciso comprovar todos os fatos que integram o 
pedido. Só se tem uma causa de pedir que decorre da soma de todos os fatos. 
• Fundamento jurídico 
a. Sentido 
Fundamento jurídico é a qualificação jurídica do fato. O fundamento jurídico liga o fato ao pedido, é 
o liame lógico-juridico que permite sair dos fatos e chegar ao pedido. Se narra certos fatos e se procurar inferir 
dos fatos o pedido, por isso é a fundamentação é a qualificação jurídica que a ordem jurídica atribui aos fatos. 
Ex.: o autor narra a celebração de um contrato com o réu, mas confessa que so subscreveu o 
instrumento contratual porque o réu apontou uma arma para sua cabeça, ainda que sua manifestação de 
vontade tenha sido consciente, esta não foi livre, assim está é viciada, a qualificação jurídica desses fatos por 
meio da invocação de um vídeo do consentimento, a coação, assim é a ordem jurídica permite que seja pleiteado 
a anulação. Assim, a partir da qualificação desses fatos é podido extraído um pedido jurídico que é uma 
sentença que anule o contrato. 
b. Fundamento jurídico e fundamento legal 
O fundamento jurídico não é o mesmo que fundamento legal, pois o segundo trata do conjunto de 
dispositivos legais citados na petição inicial e estes não são exigidos pela lei. Sua indicação não é proibida, mas 
não é necessário apontar os dispositivos legais, apenas o instituto jurídico genericamente considerado. 
• Causa de pedir 
a. Primeira corrente 
A causa de pedir é o somatório/conjugação do fato com o fundamento jurídico. Há uma causa de pedir 
remota que é o fato e uma causa de pedir próxima que é o fundamento jurídico. Adotam essa posição Leandro 
Greco e Moacir Amaral dos Santos. 
b. Segunda corrente7 
A causa de pedir é o fato ou o conjunto de fatos. O fundamento jurídico não integra a causa de pedir, 
mas ainda sim precisa ser indicado na petição inicial, afinal o art. 319, III exige tal indicação. Este artigo 
demanda isto porque o CPC impõe ao autor o ônus de demonstrar a racionalidade técnico-jurídica da demanda. 
Segue essa corrente Alexandre Freitas Câmera e JCBM. 
c. Por que segunda corrente é a que melhor explica o sistema brasileiro? 
Porque, a causa de pedir vincula o juiz (CPC, 141 e 329)8. Assim, este não pode acolher o pedido e 
fundamentar a sentença em causa de pedir diversa da que foi delineada na petição inicial. Já o fundamento 
jurídico não vincula o juiz, o juiz pode acolher o pedido invocando fundamento jurídico diverso do que foiexposto na petição inicial, podendo, inclusive, alterar o fundamento jurídico, já que iura novit curia. Assim, o 
que é imodificável é o conjunto de fatos apresentado pelo autor, a causa de pedir, e não o fundamento jurídico. 
• Importância 
 
7 Glaucio se alinha a essa corrente. 
8 O autor pode até mudar sua causa de pedir antes da citação do réu, depois disso só com a anuência do réu e somente até 
a etapa de saneamento. Em qualquer caso o juiz não pode julgar fora da causa de pedir. 
Ela é um dos elementos que permite a identificação da ação, já que se identifica a ação pelas partes, pela 
causa de pedir e pelo pedido. Assim, permite que o juiz regule as normas que permitem a invocação de coisa 
julgada e litispendência. Ademais, ajuda na delimitação do objeto do processo (que corresponde ao pedido ou 
mérito), já que o fato e o fundamento jurídico auxiliam na interpretação do pedido que considera o conjunto da 
postulação 
Art. 332, § 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o 
princípio da boa-fé. 
 
• Divisão 
É possível dividir as petições em tópicos, como “dos fatos” e “do direito” 
 
• Sentido 
 O pedido é: 
a. Conclusão: a conclusão extraída pelo autor da conjugação entre causa de pedir (fatos) e fundamento 
jurídico; 
b. Pretensão: revela ao Estado-juiz a pretensão do autor; 
c. Mérito: delimita o mérito, ou seja, o objeto do processo. 
• Pedido imediato e pedido mediato9 
a. Pedido imediato (ou objeto imediato do pedido) 
É a providência jurisdicional pleiteada. Se olharmos para o módulo cognitivo o pedido imediato pode 
ser uma declaração (pode ser um pedido declaratório, pede-se uma sentença declaratória) ou constituição (pode 
ser um pedido constitutivo, pede-se uma sentença constitutiva) ou condenação (pode ser um pedido 
condenatório, pede-se uma sentença condenatória). 
b. Pedido mediato (ou objeto mediato do pedido) 
É o bem jurídico pretendido. Ex.: se o autor pede a condenação do réu ao pagamento de R$100.000, o 
pedido imediato é a condenação, o pedido mediato é o valor. 
• Pedido e crise 
a. Classificação 
Pelo tipo de crise que o processo visa a solucionar, se classifica o pedido em: pedido declaratório, pedido 
constitutivo e pedido condenatório. 
 
9 O pedido imediato é relevante para dizer se estamos diante de um pedido de ingresso no modulo executivo ou no modulo 
cognitivo. Se ao autor quer a condenação, ele pede uma sentença reconhece a condenação, aqui o pedido imediato é a 
sentença. Mas se já tivesse um título executivo, ele pediria a citação do réu, logo pedido imediato seriam as medidas 
executivas. 
 
b. Pedido declaratório 
O pedido declaratório visa solucionar uma crise de certeza. A crise de certeza é uma dúvida jurídica 
razoável que compromete a segurança jurídica. As vezes o que dá origem ao processo é uma dúvida jurídica. 
Ex.:a ação de usucapião tem como finalidade eliminar uma dúvida acerca da propriedade, a 
propriedade já é do autor desde que preenchidos os requisitos, mas permanece a dúvida jurídica pleiteia-se 
então um pedido declaratório, reconhecendo-se essa relação reconhece-se o direito a propriedade, eliminando-
se a dúvida jurídica. A ação de reconhecimento de paternidade também é declaratória pleiteia-se a existência 
o reconhecimento de uma relação jurídica de direito de família. 
- Principais hipóteses 
É uma dúvida que impacte no modo ser ou de não ser de uma relação jurídica 
 - Tutela pretendida 
Tutela é sinônimo de proteção. E quando se fala de tutela jurídica é uma proteção concedida pelo direto, 
quando se fala em tutela jurisdicional se fala de uma tutela concedida pelo Estado-juiz, algo concreto na vida 
do jurisdicionado. Neste caso, trata-se de uma tutela declaratória que consiste na eliminação da dúvida. Assim, 
transitando em jugado a sentença a tutela já é deferida, porque a dúvida já foi solucionado, por isso, em regra, 
se tem um procedimento cognitivo puro, já que a princípio não é necessário um modulo executivo. 
c. Pedido constitutivo 
É aquele que visa a solucionar uma crise de situação jurídica. Crise de situação jurídica é a necessidade 
de ser iniciado um processo judicial pelo demandante para que assim obtenha a criação, modificação ou extinção 
de uma relação jurídica, sempre que o demandante não conseguir essas relações fora do processo. 
- Direito Potestativo 
O direito cujo reconhecimento o demandante pretende obter será um direito potestativo, em que as 
relações jurídicas a ele correlatas são relações de sujeição. Já que não há nada que o réu possa fazer para garantir 
ou impedir esse direito Ex.: ação de divórcio, quando um dos cônjuges deseja terminar a relação o outro deve 
sujeitar-se a isso, ainda que existe o divorcio extrajudicial se o seu consorte não concordasse com o divorcio 
há uma crise de situação jurídica ele então só conseguira sua pretensão pelo processo pedindo a 
desconstituição da situação jurídica. Na ação de negocio jurídico, há meios de desfazer essa relação fora do 
processo, mas é preciso o consenso não existindo há uma crise de situação jurídica e deve se ajuizar a ação 
pedindo a desconstituição da relação jurídica. Também na ação de anulação do casamento, ela é uma ação 
necessária, dada a importância que o ordenamento jurídico dá a essa anulação. porque não existe a 
possibilidade de anulação sem ser por meio do procrsso judicial, ainda que não haja propriamente interesses 
antagônico 
- Tutela pretendida 
É a tutela constitutiva, aquela que é efetivamente e concretamente concedida, mudando-se a situação 
fática ao criar, modificar ou extinguir a relação jurídica. A crise de certeza já é eliminada através da sentença, 
assim a tutela constitutiva já decorre da sentença transitada em julgado. 
d. Pedido condenatório 
É aquele que visa a solucionar uma crise de adimplemento. A crise de adimplemento é o 
descumprimento de uma obrigação de dar, uma obrigação de fazer ou uma obrigação de não fazer. 
- Direito Subjetivo 
O direito pleiteado trata-se um direito subjetivo, é preciso uma prestação pela parte do réu, devendo este 
cumprir a sentença, logo há espaço para inadimplemento desta. Ex.: pedido de condenação do réu ao pagamento 
de R$100.000.00 por ter sido vítima de sua conduta e que não houve cumprimento instantânea pelo réu 
- Tutela pretendida 
Como a tutela é uma proteção concreta que muda a realidade das pessoas, aqui a tutela pleiteada consiste 
em uma Tutela condenatória, ordenando que o réu cumpra uma obrigação de dar, uma obrigação de fazer ou 
uma obrigação de não fazer. Não obstante, muitas vezes, esta tutela será insuficiente, se o réu não cumprir a 
sentença mesmo depois desta transitar em julgado, pois o direito do autor ainda não terá sido satisfeito. Logo, 
se o réu não cumprir espontaneamente o mandamento inscrito na sentença, o autor deverá, no mesmo processo, 
formular o requerimento descumprimento de sentença, já que o Estado-juiz não terminou a sua atuação, dando-
se início a segunda fase do processo sincrético, o modulo executivo. Assim, ao contrário das demais tutelas, a 
condenatória frequentemente não consegue eliminar, por si só, a crise de adimplemento precisando ser 
complementada por uma tutela executiva para satisfaze-la. 
e. Observação 
Esse é um modelo teórico útil, porém simplificador. Há maior complexidade no estudo da sentença, há 
classificações ternária e quinaria, na ternaria existem as sentenças constitutiva, declaratória e condenatória, mas 
na classificação quinaria incluem-se as sentenças mandamentais e sentenças executivas (latu sensu)10. Além 
disso, será estudado a teoria dos capítulos de sentença, no processo não há a pureza de se ter uma sentença que 
seja apenas de um tipo. E também o cumprimento de sentença e titulo executivo judicial. 
• Como e onde? 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
IV - o pedido com as suas especificações; 
O demandante deverá ser particularmentecuidadoso nesse momento, o pedido deve ser exposto com a 
maior clareza e detalhamento do que se quer. Normalmente vem no final na Petição Inicial, mas pode o pedido 
estar em qualquer parte. 
• Importância (exemplos) 
 
10 Glaucio se alinha a classificação ternária, ainda que o CPC alinha-se a quinaria. 
a. Identificação da ação (coisa julgada e litispendência) 
b. Definição do mérito (objeto do processo) 
c. Influencia o valor da causa 
d. Pode o pedido definir a competência 
Lei 9.099/95, Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e 
julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: 
III - a ação de despejo para uso próprio; 
 
• A regra 
A toda causa deve ser atribuído um valor. A toda causa mesmo, ainda que ela não tenha um conteúdo 
econômico imediatamente aferível. Além disso, deve-se atribuir a casa um valor certo em dinheiro. Ex.: ação 
de divórcio sem bens a serem partilhados nem pensão. 
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico 
imediatamente aferível. 
• Onde e como? 
Na Petição Inicial, costumeiramente, no final. Ex.: atribui-se a causa o valor de R$100.00011 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
• Finalidades 
O professor Barbosa Moreira fala que existem duas finalidades ao valor da causa: as finalidades de 
ordem processual e as finalidades de ordem tributária 
a. De finalidades de ordem processual – exemplos 
- Determinação do procedimento e da competência 
Lei 9.099/1993,Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo 
e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: 
 I - As causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo; 
Lei 10.258/2001, Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e 
julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, 
bem como executar as suas sentenças. 
Lei 12.153/2009,Art. 2o É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública 
processar, 
- Outorga de ius postulandi diretamente à parte 
Lei 9.099/1993, Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes 
comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a 
assistência é obrigatória. 
- Limitação do duplo grau de jurisdição no caso da Fazenda Pública 
Lei 6.830/1980, Art. 34 - Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de 
valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - 
ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de declaração. 
 
11 Não utilizar a expressão “tão somente para efeitos fiscais”, pois é incorreta. 
- Uma das possíveis bases do cálculo para a fixação dos honorários da sucumbência 
CPC, Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. 
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre 
o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, 
sobre o valor atualizado da causa, atendidos: 
I - O grau de zelo do profissional; 
II - O lugar de prestação do serviço; 
III – A natureza e a importância da causa; 
IV - O trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço 
b. De finalidades de ordem tributária 
- Determinação do valor das despesas processuais 
O desempenho da atividade jurisdicional pelo Estado representada a prestação de um serviço público 
pelo Estado que, a princípio, não é gratuito – pode haver a gratuidade, mas não se aplica a toda coletividade. 
Assim, quem quiser a prática de um ato deve adiantar o pagamento deste, estas despesas iniciais podem vir a 
ser reembolsadas ao final do processo pela parte que sucumbiu a parte que saiu vencedora. Tais despesas 
processuais têm natureza de taxa tributária e são fixadas em função do valor da causa12. 
• Fixação 
a. Como se dá a fixação do valor da causa? 
b. Qual data é considerada como referência pela fixação do valor da causa? 
• Como se dá a fixação do valor da causa? 
Há duas espécies ou modos de se fixar o valor da causa: 
a. Fixação legal 
Se fala em fixação legal quando existe na lei uma fórmula (matemática ou quase matemática) a ser 
utilizada pelo demandante para fixar o valor da causa. 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros 
de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a 
resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte 
controvertida; 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou 
do bem objeto do pedido; 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral13, o valor pretendido; 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores 
de todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. 
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e 
outras. 
 
12 Glaucio entende que não existe “causa de valor inestimável” devido ao que dispõe o CPC, mas como não há nulidade 
sem prejuízo ele entende que não há, a princípio, nulidade apenas mera irregularidade. 
13 Deve ser fixado a partir do método bifásico. 
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for 
por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será 
igual à soma das prestações. 
14Lei 8.245/91 Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações 
de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de 
aluguel e renovatórias de locação, observar - se - á o seguinte: 
III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do 
art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuizamento; 
 
b. Fixação voluntária 
Não existe uma fórmula legal, a fixação se dá por estimativa. Assim, as vezes será necessidade chutar 
um valor. 
a. Recomendação 1: proveito econômico, se houver 
Verificar se há proveito econômico que pode decorrer do deferimento do pedido, se houver o valor da 
causa será o valor do proveito econômico. 
CPC, art. 292§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando 
verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito 
econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas 
correspondentes 
Ex.: ação de usucapião há o reconhecimento que já ingressou em seu patrimônio determinado direito 
real, na ação de usucapião o valor do bem irá responder ao valor da causa. Já era entendimento do STJ antes 
mesmo de estar no CPC (RESP 1.133.495/SP). 
b. Recomendação 2: doutrina e jurisprudência 
Se não conseguir vislumbrar uma repercussão econômica imediata, deve-se voltar a doutrina e a 
jurisprudência para tentar fixar o valor. 
• Qual a data é referência? 
É o momento do ajuizamento da ação. Pouco importa se houver alguma alteração no valor do bem, o 
valor a ser considerado é o do momento em que se demandou, não o do momento posterior da sentença. 
 
• Noção 
O autor deve na petição inicial simplesmente indicar os meios de prova, trata-se de mera indicação, 
especificação, dos meios os quais pretende utilizar, as provas serão produzidas posteriormente. Exceto, a prova 
documental, pois é este o momento para que o autor se desincumba do ônus da prova documental.Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da 
ação. 
 
14 É a Lei do Inquilinato, demonstrando que além do CPC outros diplomas legais dispõem sobre a fixação do valor da 
causa. 
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos 
destinados a provar suas alegações. 
 
• Onde e como? 
Na Petição Inicial. Normalmente, no seu fim. Ex.: As alegações de fato serão demonstradas por 
intermédio de prova documental, testemunhal e pericial15 (esta consistente em exame grafotécnico), bem como 
pelo depoimento pessoal do réu. 
• O que dizer da fórmula “o autor provará o alegado por todos os meios de prova 
admitidos em direito”? 
a. A favor 
A favor dessa fórmula é o Candido Dinamarco e o Alexandre Freitas Câmara, pois segundo a eles o 
momento em que ajuíza ação o autor ainda não se encontra em condições de apresentar as provas que pretende 
produzir, só após a contestação do réu o autor estará em condições de apresentar as provas. 
b. Contra 
Contra a essa fórmula é o Moacir Amarau e o Glaucio, estes são contra porque o autor, anteriormente 
ao ajuizamento da ação, deve ter analisado precisamente o caso e identificado o que precisará provar e como 
poderá fazê-lo. Se o réu não contestar determinada alegação a prova deixa de ser necessária posteriormente e o 
juiz pode então indeferi-la. 
c. Na prática 
Na prática é muito comum, se tornando um costume contra legem, o que acabou gerando outro costume. 
Como é contra legem, durante a fase saneadora, o juiz intima o autor para especificar as provas. Esta atividade 
desnecessária prejudica as partes, desvia a atenção dos auxiliares da justiça e do juiz de outros processos e gera 
etapas mortas no processo. Contudo, mesmo especificando no início, posteriormente será intimado para 
especificar de novo e deve especificar, podendo ainda aumentar o rol de provas a serem produzidas. 
 
• Novidades 
a. Audiência anterior à contestação 
O legislador entendeu que as partes estariam mais dispostas a se conciliarem antes da contestação do 
réu. 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação 
com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 
(vinte) dias de antecedência. 
 
15 Sempre identificar precisamente de que prova pericial se trata. 
b. Manifestação do autor16 
Favorável ou contrária a realização da audiência. É feita hoje não pelo juiz, mas por um conciliador que 
é auxiliador do juiz. 
• Basta a oposição do autor para que não se realize a audiência? 
Não. O legislador adotou a regra da dupla recusa. Para que não haja a audiência de conciliação e 
mediação é preciso a recusa do autor e a recusa do réu. Assim, se algumas das partes quiser ou se calar haverá 
a audiência. 
Art. 334, § 4º A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu 
deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data 
da audiência. 
• Coerência do CPC 
O CPC atual é coerente ele valorizou a solução consensual ao exigir a dupla recusa participou da 
seguinte premissa: ainda que ao autor não tenha interesse na solução consensual é interessante ter a audiência 
porque ele pode mudar de ideia e resolver fazer um acordo consensual. 
• Silêncio do autor: emenda da petição inicial? 
Quando há vícios na petição inicial o juiz intima o autor para concerta o vício, emendando a petição 
inicial. Todavia, neste caso não haverá, porque o silêncio do autor deverá ser tida como concordância a audiência 
de conciliação e mediação, sendo interpretado junto com o CPC, 334, §4º, I que diz que a recusa deve ser 
expressa. Se não se expressou expressamente deve ser entendido que concordou. 
 
• Quando o advogado postula em causa própria 
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: 
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na 
Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para 
o recebimento de intimações; 
 Art. 105. § 2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na 
Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o 
nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
Como é inscrito na OAB não haverá procuração a si próprio. Alguns dados então que deveriam estar 
procuração devem ser adicionadas a Petição Inicial. 
• Pedido de revisão de contrato de empréstimo, financiamento e alienação de bens 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de 
financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na 
 
16 No Juizado Especial é obrigatória 
petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de 
quantificar o valor incontroverso do débito. 
A petição deverá revelar quais obrigações contratuais o autor pretende questionar. Ele deve 
precisamente apontar as cláusulas a serem revisadas. Também qual o valor incontroverso do débito, admitindo 
quanto está devendo e o valor errado, de quais obrigações decorrem e em quais cláusulas do contrato elas estão 
previstas. Trazendo uma exigência especifica a causa de pedir. 
• Requerimento de intimação do Ministério Publico 
a. Poe que elemento eventual 
Porque é apenas nos casos em que o MP deva atuar como fiscal da ordem jurídica como custus legis. 
b. Papel do MP no processo civil 
i. Pode atuar como parte, como autor e réu. 
Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e 
dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis. 
 Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas 
atribuições constitucionais. 
ii. Como custus legis 
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como 
fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos 
processos que envolvam: 
I - interesse público ou social; 
II - interesse de incapaz; 
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de 
intervenção do Ministério Público. 
 Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público: 
I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; 
II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer. 
Na atuação do MP o juiz oportuniza a manifestação das partes e na sequência oportuniza a manifestação 
do Ministério Público. O MP pode exercer amplamente as diversas relações subjetivas dos sujeitos parciais. 
c. Ausência de intimação 
Se o MP não for intimado em um processo em que deveria necessariamente intervir, já que a lei exige 
sua intervenção como fiscal da ordem jurídica, haverá um vício, mas nem sempre uma nulidade, pois esta 
dependerá de uma decisão judicial que imponha a sanção ao vício existente. O que é obrigatória não é a 
intervenção do MP, mas intimação do MP para intervir, caso este não se manifestar o juiz dará andamento ao 
processo. 
III. DOCUMENTOS INDISPENSAVEIS A PROPOSITURA DA AÇÃO 
 
• Texto normativo 
 Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da 
ação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
Não auxilia a saber quais são esses documentos.• O rol varia 
Há uma variação do rol de documentos indispensáveis a depender da ação ajuizada. Há dois tipos de 
documentos indispensáveis a propositura da ação: 
a. Documentos que visam demonstrar prontamente a regularidade do ato de demandar. Ex.: 
procuração, demonstrando que o autor tem a representação técnica necessária prevista em lei 
e que o advogado pode de fato representa-lo. 
b. Documentos que visam a demonstrar a viabilidade mínima da pretensão, ou seja, que o ato de 
demandar não é praticado de forma abusiva (é um dos elementos da ação). Ex.: na ação de 
divórcio a certidão de casamento. 
• Exemplos do primeiro tipo: Documentos que visam demonstrar prontamente a 
regularidade do ato de demandar 
a. Declaração de anuência do cônjuge 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre 
direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648 , nenhum dos cônjuges pode, sem autorização 
do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
O ato de demandar só será regular se houver essa declaração. 
b. Regularidade de representação 
 Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na 
forma da lei. 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; 
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; 
III - o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; 
V - a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
VII - o espólio, pelo inventariante; 
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não 
havendo essa designação, por seus diretores; 
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade 
jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; 
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, 
agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; 
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.17 
A Pessoa Jurídica, a Pessoa Natural Incapaz18 e o Sujeito De Direito Despersonalizado precisam ser 
representados e a petição inicial deve vir munida de documentos que comprovem a regularidade dessa citação. 
 
17 O ato constitutivo do condomínio, Ata da reunião em que se deu a eleição do sindico, Ata da reunião em que se deu a 
posse do sindico. 
18 Deve identificar na petição inicial que a pessoa é incapaz e deve ser representada ou assistida pelo seu representante 
legal, devendo trazer o documento que prova a regularidade dessa 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1648
c. Comprovante de pagamento das custas ou, alternativamente, declaração de pobreza (Lei 
7.115/1983) 
Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes prover 
as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-lhes o 
pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do 
direito reconhecido no título. 
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na 
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. 
Quando se ajuíza uma ação se deve adiantar as despesas processuais, se a parte pleitear o beneficio da 
gratuidade na petição inicial esta deve vir com o requerimento de gratuidade da justiça subscrito pelo 
demandante. 
d. Procuração19 
Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem 
dos Advogados do Brasil. 
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal. 
 Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para 
evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. 
§ 1º Nas hipóteses previstas no caput , o advogado deverá, independentemente de caução, 
exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho 
do juiz. 
§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi 
praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. 
 Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular 
assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber 
citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao 
direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar 
declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. 
§ 1º A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei. 
§ 2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos 
Advogados do Brasil e endereço completo. 
§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o 
nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
§ 4º Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a 
procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, 
inclusive para o cumprimento de sentença. 
 Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: 
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na 
Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para 
o recebimento de intimações; 
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. 
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, 
no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento 
da petição. 
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações 
enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos. 
Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os endereços do 
advogado, eletrônico e não eletrônico. 
Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procuração: 
I - no caso previsto no art. 104 ; 
II - se a parte estiver representada pela Defensoria Pública; 
III - se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição Federal ou 
em lei. 
 
19 CPC, 103 a 106; 287, Lei 1060/1950; Lei 8906/94, 5º, CC, 692 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art104
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
Art. 16. Se o advogado, ao comparecer em juízo, não exibir o instrumento do mandato 
outorgado pelo assistido, o juiz determinará que se exarem na ata da audiência os termos da 
referida outorga. 
Parágrafo único. O instrumento de mandato não será exigido, quando a parte for representada 
em juízo por advogado integrante de entidade de direito público incumbido na forma da lei, 
de prestação de assistência judiciária gratuita, ressalvados: (Incluído pela Lei nº 6.248, 
de 1975) 
a) os atos previstos no art. 38 do Código de Processo Civil; (Incluída pela Lei nº 
6.248, de 1975) 
b) o requerimento de abertura de inquérito por crime de ação privada, a proposição de ação 
penal privada ou o oferecimento de representação por crime de ação pública 
condicionada. (Incluída pela Lei nº 6.248, de 1975) 
Deve haver regularidade da representação técnica mediante a procuração anexada a petição inicial. A 
procuração é um contrato celebrado entre o advogado e a parte. 
• Exemplos do segundo tipo: Documentos que visam a demonstrar a viabilidade mínimada pretensão 
a. Ação de divórcio: certidão de casamento 
b. Ação de inventário e partilha: certidão de óbito 
c. Ação de usucapião: Certidão do CRI; planta e memorial descritivo 
• Consequência da ausência de algum documento 
Há a ausência de um pressuposto processual objetivo intrínseco para regularidade da demanda. Nesse 
caso, se tem um vício processual. Não há razão para permitir que o procedimento siga avante, percorrendo sua 
rota natural, todavia, de imediato não será proferida uma sentença terminativa. Como trata-se de um vício 
sanável há a possibilidade de correção. Sendo corrigido o juiz irá passar a citação do réu, não sendo corrigido 
proferirá uma sentença terminativa. 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 
320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando 
com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
 
• Confronto entre o art. 320 e o art. 434 
Tais dispositivos parecem falar a mesma coisa ou algo muito semelhante, mas há uma diferença entre 
eles, ainda que sútil. 
a. De que trata o dispositivo 434? 
Visa estabelecer a regra que responde a segunda questão: qual é o momento para cumprimento do ônus 
da prova no que diz respeito à prova documental? 
b. Qual é a regra? 
Ele estabelece a seguinte regra: a prova documental deve ser produzida na etapa postulatória, pois o 
momento em que o autor deve se desincumbir do ônus da prova documental é na hora de demandar e o momento 
para que o réu se desincumba do ônus da prova documental é na hora da contestação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6248.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6248.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm#art38
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6248.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6248.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6248.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319
c. Esta regra é absoluta? 
Não. Há casos excepcionais em que se admite a produção da prova documental em momentos 
posteriores do procedimento. 
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando 
destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos 
que foram produzidos nos autos. 
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a 
petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou 
disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a 
impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta 
da parte de acordo com o art. 5º . 
d. O que acontece: (i) se o documento não é apresentado com a petição inicial e; (ii) se ele não é 
considerado um documento indispensável a propositura da ação? 
Descumpre-se o ônus do 434, mas não o do 320. Deste modo, o procedimento segue a sua marcha. O 
fato se considerará não provado, pelo menos a princípio, mas poderá ser provado por outros meios de prova ou 
até mesmo por prova documental se o 435 permitir. O documento não é essencial a propositura da ação, assim 
o juiz não mandará o autor emendar a petição, porque o descumprimento foi do ônus da prova. 
e. O que acontece: (i) se o documento não é apresentado com a petição inicial e; (ii) se ele é 
considerado documento indispensável a propositura da ação? 
Descumpre-se o ônus do 320. O procedimento não pode seguir a sua marcha e o juiz deve conceder a 
oportunidade para o autor corrigir o vício emendando a petição inicial. 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da 
ação. 
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos 
destinados a provar suas alegações. 
Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução cinematográfica ou 
fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos termos do caput , mas sua exposição será realizada 
em audiência, intimando-se previamente as partes. 
 
IV. EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL 
 
Emenda da petição inicial é a correção da petição inicial pelo autor, escoimando o ato de demandar do 
vício sanável que o contaminava. Está ligada a Idea de regularidade da demanda, se esta não foi praticada de 
modo regular permite-se a sua regularização. 
 
• Vicio 1: vício de conteúdo 
• Vicio 2: documentos indispensáveis 
• Quando a Petição Inicial é formalmente perfeita? 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art5
Quando ela tem o conteúdo e os documentos indispensáveis demandados pelo direito positivo. Com os 
requisitos de validade da petição inicial elencados nos artigos 319 e 320 do CPC. Constituindo pressuposto 
processual objetivo intrínseco a regularidade do ato de demandar. 
 
• Regra geral 
15 dias, mas há sujeitos especiais com prazos diferenciados. 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 
320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando 
com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
• Pode ser prorrogado pelo juiz? 
Sim. Na vigência do CPC de 1973 este já era o entendimento do STJ (exs. REsp. 1.133.689/PE (2012); 
aglnt no REsp 1492218/PE (2020)) e no CPC/15 há previsão expressa permitindo mediante decisão 
fundamentada. 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do 
direito; 
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada 
antes de encerrado o prazo regular. 
• Regra especial 
Se o advogado que advoga em causa própria não colocar as informações da procuração na petição inicial 
o juiz lhe concederá 5 dias para emendá-la. 
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: 
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, 
no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento 
da petição. 
 
 
• Dispositivos relevantes 
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo 
razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte 
oportunidade para, se possível, corrigir o vício.20 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 
320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando 
com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
 
20 consagra o princípio da cooperação e o princípio da primazia do mérito 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319
 
• Dever de prevenção 
Consagra o dever de prevenção, o magistrado ao perceber que algo foi realizado de modo irregular deve 
advertir a parte, dando-lhe oportunidade

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