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Teoria do Processo: Aula 3 (Competência) Prof. Antonio Rodrigues do Nascimento 1. Conceito e espécies Competência é a medida da jurisdição, ou seja, a quantidade de jurisdição cujo exercício a Constituição ou a lei atribui a um órgão jurisdicional. No Brasil há vários critérios constitucionais e legais de distribuição de competência para exercício da função jurisdicional. Para determinação da competência para dada causa ou recurso é preciso percorrer um caminho de concretização da jurisdição: a) competências originárias (atribuída aos órgãos superiores); b) competências de jurisdição (distribuição de causas entre as diversas Justiças que integram o Poder Judiciário: Justiças dos Estados, Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar). A concretização da competência é feita pela Constituição (STF, STJ, Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar), recebendo as Justiças estaduais a competência residual; c) competência de foro ou competência territorial (distribuição geográfica da competância em todo território nacional. A Justiça Federal divide-se em regiões e subseções judiciárias, as Justiças Estaduais em comarcas; d) competência de juízo (distribuição da competência dentro de determinado foro: varas criminais, cíveis, família e sucessões, Fazenda Pública etvc.); e) competência recursal (competência de órgão superior de determinada jurisdição). 2. Competência do STF e STJ a) Originária:causas julgadas inicialmente pelos próprios tribunais (arts. 102, II e 105, II, da Constituição); b) Recursal: competência para julgar recursos contra acordãos de outros tribunais (a principal competência recursal do STF é para julgar o recurso extraordinário (art. 102, inciso III, da Constituição) e do STJ é o recurso especial (art. 105, inciso III, da Constituição) 3. Critérios determinativos da competência a) Partes; b) causa de pedir (conjunto de alegações de fato ou de direito contidas na petição inicial como fundamento do pedido); c) pedido; d) natureza do processo. 4. Competência absoluta e competência relativa Nem todas as competências são estabelecidas por lei de modo inflexível e imutável. Há casos de prorrogação de competência, que consiste em atribuir uma dada causa a um ógão que seria incompetente, mas que presente algumas das circunstâncias prevista em lei, poderá tornar-se competente, deixando de sê-lo aquele que detinha a competência. As competências absolutas não comportam prorrogação, já as competências relativas comportam. Critério: interesse público (competência absoluta deve ser declarada de ofício e não está sujeita à preclusão) e interesse das partes (competência relativa, deve ser alegada na contestação, senão a competência se prorroga). São três as possíveis causas de prorrogação da competência: a) litispendência (pendência de lide); b) relação de conexão (pedido ou causa de pedir comum, que exijam convicção única); c) continência entre duas ou mais demandas (a de maior extensão abrange parte de outra – listispendência parcial). 5. Atenção a) Foro: porção territorial para efeito de distribuição da competência. Não confundir com fórum, que designa edifício sede de órgão jurisdicional. (Obs: a expressão foro privilegiado é incorreta para designar a competência originária de determinados órgãos jurisdicionais); b) Juízo: sinônimo de órgão jurisdicional e não de juiz (pessoa natural investida no cargo). Bibliografia básica: Luiz Guilherme Marinoni; Sérgio Cruz ARENHART; Daniel MITIDIERO. Curso de Processo Civil, v. 1 – Teoria do Processo Civil, 3ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
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