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TRF2 Direito Administrativo Aula 01

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Direito Administrativo para TRF 
 Profº Cyonil Borges – Aula 01 
 
 
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AULA 1 – ATOS ADMINISTRATIVOS 
Olá pessoal, tudo bem? 
Para que ninguém esqueça: o aprendizado de Direito Administrativo 
deve ser lento, contudo permanente. 
Tenho o costume de dizer: a definição da vaga em concursos 
públicos normalmente é feita a partir de quem se prepara melhor, 
adota a melhor e a mais efetiva estratégia. 
É verdade, mesmo! Por exemplo: não adianta estudar feito como 
um louco (varrido) as disciplinas de Direito Tributário ou 
Constitucional ou Contabilidade, por exemplo. Assim, se 
parássemos agora com todas as outras matérias para estudar tais 
disciplinas, ainda assim não conseguiríamos fechar todo o conteúdo 
programático com qualidade, com o agravante de esqueceríamos a 
disciplina anterior. 
No presente tópico, seguindo o conteúdo do edital, veremos o item 
mais importante, ao lado do tema licitações e contratos, em provas 
de FCC: os atos administrativos, tema essencial para a adequada 
compreensão de outros importantes tópicos. 
De fato, quando falamos de licitação, de servidores, de serviços 
públicos, tangenciamos sempre algumas das espécies de atos, tema 
bastante conceitual, diga-se de passagem. 
Assim, pessoal, deem bastante atenção à matéria, ok? Das 
110 questões, 46 questões são da FCC! 
Ah! A aula ficou “grande”, por isso preferi não colocar o simulado 
com as questões FCC 2011, ok? Meu objetivo não é assustá-los, 
mas prepará-los. Assim, faremos o simulado em arquivo 
complementar! Praticamente, todas as questões de 2011, só para 
fixação da matéria. Serão questões no estilo velozes-e-furiosas, 
num total de 27 questões. Assim, ao total, teremos corrigido mais 
de 70 questões só de FCC. 
Forte abraço a todos, 
Cyonil Borges. 
 
Direito Administrativo para TRF 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (2006/Esaf - CGU - AFC Auditoria e Fiscalização) No 
conceito de ato administrativo, arrolado pelos juristas 
pátrios, são assinaladas diversas características. Aponte, no 
rol abaixo, aquela que não se enquadra no referido conceito. 
a) Provém do Estado ou de quem esteja investido em prerrogativas 
estatais. 
b) É exercido no uso de prerrogativas públicas, sob regência do 
Direito Público. 
c) Trata-se de declaração jurídica unilateral, mediante manifestação 
que produz efeitos de direito. 
d) Consiste em providências jurídicas complementares da lei, em 
caráter necessariamente vinculado. 
e) Sujeita-se a exame de legitimidade por órgão jurisdicional, por 
não apresentar caráter de definitividade. 
Comentários: 
As provas de ESAF e FCC são ipsis litteris o livro da autora Maria 
Sylvia Di Pietro. Isso mesmo. “Quase” 100% das questões são 
retiradas do livro da ilustre autora, o que, de certa forma, facilita o 
direcionamento do curso. Por isso, ao lado das questões de 2010 
FCC, vou captar itens da ESAF, acreditando, piamente, na “Lei de 
Lavoisier”. 
Questão abre-alas, servindo-nos, “de cara”, para registrar a 
importância do tema atos administrativos. 
O Direito é belo, porém, inexato, de tal forma que os conceitos são 
sempre bem variados e, por vezes, distintos entre si, não sendo 
diferente relativamente aos atos administrativos. 
O conceito de ato administrativo é dado de diversas maneiras 
pelos doutrinadores nacionais. Para esclarecer, vamos nos socorrer 
aos ensinamentos de Maria Sylvia Di Pietro, para quem ato 
administrativo é: 
A declaração unilateral do Estado ou de quem o represente 
que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da 
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lei, sob o regime jurídico de Direito Público e sujeita a controle 
pelo Poder Judiciário. 
Agora, explorar um pouco mais o conceito, no entanto, uma 
apresentação “isolada”, por compartimentos, para que o conteúdo 
seja assimilado com mais naturalidade. 
I) O ATO ADMINISTRATIVO É UMA DECLARAÇÃO: por este 
trecho, o ato administrativo pode ser visto como uma 
exteriorização de vontade advinda de alguém, que será o 
agente público a quem a ordem jurídica (normas) entrega a 
competência para a prática. 
De fato, per si, o Estado não faz nada, dado que é um ser abstrato. 
São necessários os agentes para a materialização da atuação 
estatal. Em razão desse trecho, destacamos também que o ato 
administrativo pode ser visto como uma MANIFESTAÇÃO de 
vontade. Assim, a ausência desta (a não exteriorização da 
vontade), como o silêncio administrativo, não pode ser 
considerada como ato administrativo, ainda que, em algumas 
hipóteses possa produzir efeitos jurídicos. Em síntese: o 
silêncio não é ato, é fato, porém, pode produzir efeitos no 
Direito Administrativo, constituindo-se fato administrativo. 
 
Como exemplo de efeitos jurídicos decorrentes da omissão 
podemos citar a decadência, a prescrição, a preclusão, e 
outros, que são institutos, que, claro, serão vistos, cada qual, a seu 
tempo. Mas, GUARDE AÍ: o silêncio da administração, a 
despeito de não ser ato, pode gerar consequências jurídicas. 
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II) O ATO ADMINISTRATIVO PRODUZ EFEITOS IMEDIATOS: 
a atribuição de efeitos imediatos estabelece uma distinção geral 
entre o ato administrativo e a lei, dado que esta, em razão de 
suas características de generalidade e abstração, não se 
presta, de regra, a gerar efeitos imediatos. 
Por consequência, pelo conceito da autora (leia-se: conceito 
restrito de ato administrativo) não se enquadrariam no 
conceito de ato administrativo, por exemplo, os atos normativos 
(como decretos e regulamentos), os quais, em seu conteúdo, 
assemelham-se à lei. 
Contudo, os atos normativos apenas MATERIALMENTE não 
podem ser considerados atos administrativos, mas, 
FORMALMENTE, o são, pelo que, assim como os atos materiais 
ou enunciativos, devem ser entendidos como atos 
administrativos FORMAIS. 
 
III) O ATO ADMINISTRATIVO É GERADO SOB O REGIME 
JURÍDICO DE DIREITO PÚBLICO: a submissão do ato 
administrativo a regime jurídico administrativo (de direito 
público) evidencia que a Administração, ao produzir atos 
administrativos, apresenta-se com as prerrogativas e as 
restrições próprias do poder público. Por esse motivo, não se 
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encaixam na definição de ato administrativo os produzidos sob o 
direito privado. 
IV) O ATO ADMINISTRATIVO NASCE EM OBSERVÂNCIA À 
LEI: esse trecho do conceito é uma clara decorrência do Estado de 
Direito enunciado no art. 1º da CF/1988. É fato, se o Estado é de 
Direito, como dito na aula demonstrativa, ele cria a Lei para que 
todos a cumpram, mas, até para dar o exemplo, é o primeiro a 
cumpri-la. Assim, TODO ato administrativo, SEM EXCEÇÃO, 
contará com uma “presunção de legitimidade”, ou seja, será 
tido como de acordo com o Direito. Por razões óbvias, já 
antecipamos que a presunção de legitimidade nos atos 
administrativos não é absoluta, ou seja, a despeito de ser tido 
como em conformidade com a ordem jurídica, o ato administrativopoderá (deverá) ser questionado judicialmente, desde que por 
alguém possuidor de prerrogativa para tanto. 
V) O ATO ADMINISTRATIVO PODE SER QUESTIONADO 
JUDICIALMENTE: este trecho é apenas para reforçar a passagem 
anterior: O ato administrativo, embora manifestação da vontade 
Estatal, não poderia deixar de estar submetido, quando necessário, 
ao controle pelo Poder Judiciário, regra consagrada pelo Estado 
de Direito, aquilo que a doutrina costuma chamar de princípio da 
inafastabilidade da tutela jurisdicional (inc. XXXV do art. 5º da 
CF/1988). 
 
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Por complemento, será exposto, abaixo, o conceito de ato 
administrativo oferecido pelo (pai) Hely Lopes Meirelles, veja: 
É toda manifestação unilateral de vontade da Administração 
Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato 
adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar 
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si. 
 
Prontos? Agora vamos aos quesitos. 
Alternativa A - CORRETA. Perfeito o quesito. Reforçando que os 
atos administrativos podem ser prestados por particulares, 
como exemplos dos concessionários e dos permissionários de 
serviços públicos. 
Alternativa B - CORRETA. O item está perfeito. Os atos 
administrativos são banhados pelo Direito Público, porém, podem 
sofrer influência das marés do Direito Privado, mas SEMPRE 
subsidiariamente, supletivamente. 
Alternativa C - CORRETA. Não há qualquer erro na definição. 
Alternativa D - INCORRETA. Os atos administrativos são atos 
secundários, porque não inovam no ordenamento jurídico 
(regra geral), cumprindo o papel, portanto, de simples 
complementação, detalhamento, das leis. No entanto, os atos 
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administrativos podem ser vinculados ou discricionários, 
conforme o caso, daí a incorreção do quesito. 
 
Alternativa E - CORRETA. Dispensa maiores comentários. Vigora, 
entre nós, o princípio da inafastabilidade da tutela 
jurisdicional e não o contencioso administrativo (sistema 
dual ou francês), de forma que os atos administrativos podem 
ser reapreciados pelo Poder Judiciário, de uma forma geral. 
Gabarito: alternativa D. 
 
2. (2010/ESAF – CVM – Agente Executivo) Assinale a 
assertiva que não pode ser caracterizada como ato 
administrativo. 
a) Semáforo na cor vermelha. 
b) Queda de uma ponte. 
c) Emissão de Guia de Recolhimento da União eletrônica. 
d) Protocolo de documento recebido em órgão público. 
e) Instrução Normativa da Secretaria de Patrimônio da União. 
Comentários: 
Quem aí gosta de Direito Civil levanta a mão. Amigos concursandos, 
a banca, por vezes, prega-nos peças (quase teatrais), exigindo de 
nós (mortais) conhecimentos mais aprofundados da disciplina de 
Direito Administrativo. 
A disciplina de direito civil é muito bacaninha, né? Antes da questão 
propriamente dita, é interessante um conceito de lá do Direito Civil: 
os tais fatos jurídicos. 
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Em sentido amplo, fatos jurídicos são todos os eventos que 
sejam relevantes e que produzam uma consequência jurídica, o 
que, convenhamos, é um conceito quase do tamanho do mundo. 
De fato, tem um monte de eventos naturais que resultam em 
consequências jurídicas. Exemplo: cai um meteoro no fusca de 
Sean O’Neal, reduzindo-o (o fusca) a cinzas. Consequências? 
CLARO! Foi muito custoso a Sean comprar o veículo. O efeito 
jurídico? REDUÇÃO DE PATRIMÔNIO, e nosso heroico Sean terá que 
juntar um bom dinheiro para comprar um novo “Fusquinha” (...). 
Atenção: o caso é hipotético, tenho um Pálio EDX 1999  (está à 
venda! Viu!). 
Então, lá no Direito Civil é feita uma distinção: fato jurídico em 
sentido estrito e atos jurídicos. Todos são espécies do gênero 
fato jurídico. 
 
Fatos jurídicos ESTRITOS são eventos decorrentes da 
natureza e que produzem efeitos no mundo jurídico. Exemplo 
disso: catástrofes, a morte (natural), entre outros. Todavia, tais 
eventos, naturais, não são tão relevantes assim, para nossa 
matéria, a não ser que o servidor MORRA, nesse caso, temos 
vacância, e para suprimento da vaga, concurso, logo que MORRA o 
servidor . Vira essa boca pra lá! Sou servidor e professor e 
precisamos terminar bem o curso, não é verdade! 
Podemos afirmar que atos jurídicos, sinteticamente, podem ser 
definidos como uma manifestação da vontade humana que 
importam em consequências jurídicas. 
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Perceba que o ato administrativo também é fruto da manifestação 
humana, razão pela qual a doutrina aponta ser o ato 
administrativo uma das espécies de ato jurídico, ou seja, 
sempre é praticado por um agente da Administração. 
Então, prontos para resolver a questão? 
Os fatos jurídicos em sentido estrito não se confundem com 
atos jurídicos. Aqueles constituem eventos da natureza, não 
decorrentes da ação humana, embora, igualmente, resultem 
(ou possam resultar) em consequências jurídicas. Por 
exemplo: a passagem do tempo, levando à morte de determinada 
pessoa (morte natural), poderá gerar vários resultados, como a 
abertura de sucessão, heranças etc. e, se for servidor, vacância, 
pensão etc. 
Síntese: 
- Atos administrativos - espécies do gênero atos jurídicos, em 
sentido estrito, pois decorrentes da manifestação humana. Os 
atos jurídicos, em sentido estrito, por sua vez, são espécies de atos 
jurídicos em sentido amplo (por incluir os negócios jurídicos). E, por 
fim, todos são espécies de um gênero maior fatos jurídicos em 
sentido amplo. Confuso não? Veja o desenho abaixo; 
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- Fatos jurídicos, em sentido estrito - eventos da natureza, que 
podem ou não ter repercussão no mundo administrativo. 
Exemplo: morte do servidor tem repercussão jurídica (gera pensão 
e vacância) - FATO ADMINISTRATIVO; servidor cai da escada no 
Ministério da Fazenda e rapidamente se levanta, sendo uma 
ocorrência dentro da Administração, mas sem repercussões 
jurídicas - FATO DA ADMINISTRAÇÃO. 
Assim, na questão ora analisada, a queda da ponte é evento da 
natureza. E se cair na cabeça de algum servidor, um segundo fato 
será produzido, e gerador, diga-se de passagem, de vacância. 
Esqueminha básico, então: 
 
Gabarito: alternativa B. 
 
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3. (2004/MRE - Oficial de Chancelaria) Assinale entre as 
opções abaixo aquela que se classifica como um fato 
administrativo. 
a) Edital de licitação. 
b) Contrato de concessão de serviço público. 
c) Morte de servidor público. 
d) Parecer de consultor jurídico de órgão público. 
e) Ato de poder de polícia administrativa de interdição de 
estabelecimento comercial. 
Comentários: 
Choveu! A depender da cidade, o resultado será inundação. Caiu 
uma ponte!Tem de reconstruir. É claro que tais fatos jurídicos, 
que independem da vontade humana, produzirão efeitos 
jurídicos para o direito administrativo, e, bem por isso, para a 
Administração Pública. Isso mesmo. Tem de licitar para 
reconstruir a ponte; tem que dar abrigo, eventualmente, para 
desabrigados; talvez uma contratação direta, para atender a 
situação, com a aquisição, p. ex., de provimentos, de 
medicamentos. 
 
Enfim, fatos jurídicos podem ser relevantes para o direito 
administrativo. 
Entre as alternativas, apenas a morte do servidor se encaixa neste 
contexto, daí a correção da alternativa C. 
Gabarito: alternativa C. 
4. (2003/Esaf - Auditor do Tribunal de Contas do Estado do 
Paraná) Assinale no rol abaixo a relação jurídica que não 
pode ser classificada, em sentido estrito, como ato 
administrativo. 
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a) Decreto que declara determinado imóvel de utilidade pública 
para fins de desapropriação. 
b) Portaria da autoridade municipal que interdita estabelecimento 
comercial por motivo de saúde pública. 
c) Termo de permissão de serviço público de transporte coletivo 
urbano, decorrente de processo licitatório. 
d) Ato de investidura de servidor público em cargo público de 
provimento em comissão. 
e) Alvará de funcionamento de estabelecimento esportivo, exarado 
por solicitação do particular, após cumprir as exigências da 
legislação respectiva. 
Comentários: 
Questão bem “complidadinha”! Vamos por partes. 
Será que todos os atos produzidos pela Administração Pública são 
atos administrativos? Primeiro, vejamos, novamente, o conceito de 
ato administrativo: 
A declaração unilateral do Estado ou de quem o represente que 
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o 
regime jurídico de Direito Público e sujeita a controle pelo Poder 
Judiciário. 
Com base no conceito, respondam: 
- Contratos administrativos são atos administrativos típicos? Não, 
porque contratos são bilaterais e atos são unilaterais; 
- Atos privados são atos administrativos típicos? Não, porque os 
atos administrativos são de direito público; 
- Atos políticos ou de governo são típicos atos administrativos? Não, 
porque atos administrativos estão sob o regime de Direito 
Administrativo, enquanto os políticos submetidos ao regramento 
superior (Direito Constitucional); 
- Atestados, pareceres, certidões, vistos são típicos atos 
administrativos? Não, são meros atos administrativos, porque os 
efeitos de tais atos não são imediatos, como dos atos 
administrativos típicos. Por exemplo: o servidor “X” solicita certidão 
por tempo de serviço junto ao INSS. A certidão é expedida, mas, no 
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lugar de protocolar junto ao setor de pessoal para efeito de 
cômputo, deixa a certidão na gaveta, logo, enquanto não 
chancelada por quem de direito, não gera efeito jurídico 
imediato. 
- Atos materiais são típicos atos administrativos? Não, os atos 
materiais são atos de execução provenientes de determinação 
contida em atos administrativos. Por exemplo: a aula 
promovida por um Professor do Estado não é ato administrativo 
típico, mas sim ato material. Outros exemplos: varrer ruas, 
realização de cirurgias, demolições etc. 
Conclusão: NEM TODOS os atos produzidos pela 
Administração são atos administrativos, há contratos, atos 
privados, atos materiais e outros. Logo, atos administrativos são, 
ao lado do rol já citado de atos, atos da Administração. 
 
Nem todo ato praticado no exercício da função administrativa 
é ato administrativo. Exemplo disso são os cheques emitidos pela 
Administração Pública para pagar despesas. São atos da 
Administração, e, claro, praticados no desempenho da atividade 
administrativa, mas não são atos administrativos. Então, guardem 
nem todo ato praticado no exercício de função 
administrativa é considerado ato administrativo. 
Legal, mas qual é a resposta? Vejamos. 
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Na alternativa A, citou-se o Decreto. Assim, um bom candidato, 
amparado pelos ensinamentos da doutrina, poderia ser levado a 
marcar tal quesito. No entanto, perceba que o referido Decreto 
não é ato normativo! Isso mesmo. Não é dotado de 
generalidade e abstração. O ato é individual, contando com 
destinatário(s) certo(s). São, igualmente, concretos os atos 
listados nas alternativas “B”, “C” e “E”. 
 
A resposta é letra C. Sabe por quê? É que a permissão de serviço 
público, nos termos da Lei 8.987, de 1995, é formalizada por meio 
de contratos, e estes são bilaterais, e, portanto, enquadrados 
como atos da Administração e não atos administrativos em 
sentido estrito. 
ELEMENTOS OU REQUISITOS OU PRESSUPOSTOS 
5. (2006/Esaf - IRB Brasil Resseguros – Advogado) Assinale 
a opção que veicula, concomitantemente, elementos do ato 
administrativo e do ato jurídico lato sensu: 
a) agente/motivo/objeto 
b) motivo/finalidade/forma 
c) motivo/objeto/forma 
d) finalidade/agente/objeto 
e) agente/forma/objeto 
Comentários: 
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Vamos ingressar na definição do que sejam os elementos essenciais 
de formação de um ato administrativo. De início, registro que a 
nomenclatura varia de autor para autor: alguns preferem a 
utilização da nomenclatura elementos, outros requisitos e mesmo 
pressupostos. 
Daqui “pra” frente, vamos preferir elementos, em razão de Lei que 
especificamente trata das “partes” do ato administrativo, a Lei 
4.715/1965 (Lei da Ação Popular). 
Sendo o ato administrativo uma espécie de ato jurídico 
(manifestação de vontade humana que produz 
consequências jurídicas), forma-se a partir de elementos, dentre 
esses, o agente, o objeto, e a forma, presentes nos atos 
jurídicos em geral. 
 
A Lei 4.717/65, que trata da ação popular, em seu art. 2º, ao 
indicar os atos nulos, menciona os cinco elementos dos atos 
administrativos: COMpetência; FInalidade; FORma; Motivo e 
OBjeto. Aos elementos típicos dos atos jurídicos (em geral) 
foram acrescidos outros dois: motivo e finalidade, que seriam os 
“diferenciais” dos atos administrativos. 
Questão, no mínimo, maldosa. Vimos que os atos administrativos 
são espécies de atos jurídicos. Esses contam com os seguintes 
elementos de formação (art. 104 do CC/2002): Agente, Forma e 
Objeto. Assim, ao compararmos com o rol de elementos dos atos 
administrativos, chegamos à identidade da alternativa “E”. 
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Gabarito: alternativa E. 
6. (2002/Esaf - Oficial de Chancelaria - MRE) Não são 
elementos sempre essenciais à validade dos atos 
administrativos em geral, cuja preterição acarreta sua 
nulidade, os relativos à 
a) autoridade competente, objeto lícito e forma própria. 
b) objeto lícito, forma própria e motivação. 
c) forma própria, motivação e finalidade de interesse público. 
d) motivação, objeto lícito, condição e termo (inicial e/ou final). 
e) condição, termoe modo. 
Comentários: 
Ao lado dos chamados elementos essenciais (COM, FI, FOR, M, 
Ob), há também elementos acidentais, enfim, são aqueles que 
podem ou não estar presentes nos atos administrativos (é um 
acidente!), são eles: termo, condição, e encargo ou modo. 
O termo é fato futuro e certo, podendo ser inicial (por exemplo: 
este Decreto entra em vigor daqui a 60 dias, ou seja, só começa 
produzir efeitos depois de decorrido tal prazo) e final (por 
exemplo: a Prefeitura autorizou a realização de Show na praça “X” 
para o próximo domingo. Depois do domingo, o ato perde seus 
efeitos). 
 
Já a condição é fato futuro e incerto. Por exemplo: há decretos 
municipais que só operam efeitos quando da ocorrência de 
calamidades públicas. 
 
Por fim, o encargo ou o modo, o qual tem estreita ligação com 
tarefas a serem realizadas. Por exemplo: a União doa terreno de 
sua propriedade ao município “Y”, para que este construa uma 
escola municipal, é o que a doutrina chama de doação com encargo 
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(contraponto da doação simples). Assim, se o município der outra 
destinação ao bem, a União poderá cancelar o ato de doação, 
enfim, pode perder seus efeitos. 
 
Daí a correção da alternativa E. 
Gabarito: alternativa E. 
7. (2010/FCC – TRE/RS – Analista Administrativo) Indique a 
alternativa que completa a seguinte afirmação: 
Finalidade e motivo são ...... do ato administrativo. 
(A) características. 
(B) atributos. 
(C) aspectos. 
(D) requisitos ou elementos. 
(E) modos de exteriorização. 
Comentários: 
Vejamos, abaixo, um quadro-resumo. 
Elementos Essenciais 
(COM FI FOR M Ob) 
DEVEM existir 
Elementos Acidentais 
(ECT) 
Podem ou não existir 
(Acidente!) 
COM petência Encargo ou Modo 
FI nalidade 
Condição 
FOR ma 
M otivo Termo 
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Ob jeto 
Chegamos, assim, facilmente, à alternativa D. 
Gabarito: alternativa D. 
8. (2006/Esaf - ANEEL - Técnico Administrativo) 
Relativamente à vinculação e discricionariedade dos atos 
administrativos, correlacione as colunas apontando como 
vinculado ou discricionário cada um dos elementos do ato 
administrativo e assinale a opção correta. 
(1) Vinculado 
(2) Discricionário 
 
 
 
( ) Competência. 
( ) Forma. 
( ) Motivo. 
( ) Finalidade. 
( ) Objeto. 
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a) 1 / 1 / 2 / 1 / 2 
b) 2 / 2 / 1 / 1 / 2 
c) 1 / 1 / 1 / 2 / 2 
d) 2 / 2 / 2 / 1 / 1 
e) 1 / 2 / 2 / 1 / 2 
Comentários: 
Na tabela abaixo, serão apresentados os elementos essenciais, com a 
indicação sobre a eventual vinculação ou discricionariedade, caso a caso. 
Vejamos: 
ELEMENTO VINCULADO 
Competência SIM 
Finalidade SIM 
Forma SIM 
Motivo Em regra, discricionário 
Objeto Em regra, discricionário 
 
 
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Perceba que Motivo e Objeto são, de regra, elementos 
discricionários. Tais elementos, veremos, a seguir, favorecem o mérito 
administrativo (a margem de conveniência e de oportunidade 
garantida pelo legislador ao administrador). 
 
Gabarito: alternativa A. 
9. (1999/Assistente Jurídico/AGU) Com relação à competência 
administrativa, não é correto afirmar: 
a) é inderrogável, pela vontade da Administração. 
b) pode ser distribuída por critérios territoriais e hierárquicos. 
c) decorre necessariamente de lei. 
d) pode ser objeto de delegação e/ou avocação, desde que não exclusiva. 
e) pode ser alterada por acordo entre a Administração e os administrados 
interessados. 
Comentários: 
Pode contar comigo! Se o problema é escrever, saiba que temos a 
solução. Que tal esmiuçarmos as particularidades do elemento 
competência? Go ahead! 
A competência é o poder atribuído pela norma ao agente da 
Administração para o exercício legítimo de suas atribuições. Resulta daí 
que o ato emanado de agente incompetente ou realizado além dos 
limites de sua competência é inválido, por faltar-lhe legitimidade. 
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Registro, desde logo, que o vício (problema) de competência poderá, em 
algumas hipóteses, ser corrigido por intermédio do instituto da 
convalidação (sanatória – parece nome de hospício, rsrs..., ou 
saneamento, para outros), como veremos mais abaixo. 
No exercício da atividade administrativa, o desempenho da competência 
atribuída por lei não é algo passível de ser colocado de lado pelo 
administrador público, haja vista ter dever de zelar não (nunca!) por 
interesses próprios, mas sim (sempre!) pela coisa pública, patrimônio 
alheio, de terceiros, enfim, da coletividade, do que decorre, inclusive, o 
denominado princípio da indisponibilidade do interesse público (o 
interesse público não está sujeito à barganha), de tal sorte que não pode 
o Administrador Público simplesmente renunciar a competência atribuída 
pela norma. 
Em síntese: missão dada, é missão cumprida, ops. Competência 
atribuída, é competência a ser exercida, em razão, sobretudo, do 
interesse público a ser atendido. 
O exercício da competência, embora seja elemento administrativo de 
ordem pública, pode ser delegado (atribuído a outrem, como, por 
exemplo, determinadas matérias previstas no parágrafo único do art. 84 
da CF/1988) e avocado (ato de trazer para si competência de quem lhe é 
subordinado). 
Nesse particular, vejamos o que estabelece a Lei 9.784/1999 (Lei de 
Processo Administrativo no âmbito federal): 
A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos 
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de 
delegação e avocação legalmente admitidos. 
Além destas características (irrenunciabilidade, poder ser delegada, e 
avocada), outras se destacam. Vejamos: 
I) intransferível (pode chamar também de inderrogável): a 
competência não se transmite por mero acordo entre as partes. Mesmo 
quando se permite a delegação, é preciso um ato formal que registre a 
prática (ver caput do art. 14 da Lei 9.784/1999); 
II) improrrogável: no processo civil, é comum ouvirmos falar que se 
um determinado vício de incompetência relativa não for alegado no 
momento oportuno, o juiz de incompetente passa a competente, enfim, 
prorroga-se sua competência. 
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No Direito Administrativo, não é isso que acontece. Os interesses em jogo 
não são particulares como no Direito Civil. Assim, o mero decurso do 
tempo não transmuda a incompetência para competência. Assim, 
para a alteração da competência é necessária a edição de norma que 
especifique quem agora passa a dispor da competência; e, 
III) imprescritível: o seu não uso não torna o agente 
incompetente. Não se pode falar, portanto, em “usucapião” de 
competência. 
 
Então, prontos? A seguir, façamos, juntos, a análise, pari passu, dosquesitos propostos por nossa ilustre organizadora. 
Alternativa A – CORRETA. A competência é intransferível por mero 
acordo de vontades entre as partes. Ou seja, é inderrogável pela 
vontade da Administração. Para e respira. Perceba que, em provas de 
múltipla escolha, apenas uma alternativa, nas CNTP, deve estar correta, 
perfeito? Então, veja que a alternativa “E” é antagônica ao item ora 
examinado, o que nos faz concluir pela incorreção da alternativa E. 
Fiquem atentos a isso! 
Alternativa B – CORRETA. A competência pode ser distribuída por 
critérios territoriais ou geográficos (a desconcentração territorial ou 
geográfica) e hierárquicos (Ministérios são desconcentrações e 
subordinados à Presidência da República). 
Alternativa C – CORRETA. Só posso fazer ou deixar de fazer o que 
a lei permitir ou autorizar. Isso mesmo. O círculo de atribuições 
entregue aos agentes públicos decorre, necessariamente, de lei. 
Acrescento que, em prova de FCC, no ano de 2006, a ilustre banca 
afirmou, categoricamente, que a competência, na esfera federal, pode 
decorrer de Decreto! Eita, tá louca? Na-na-ni-na-Não! Veremos, na parte 
de poderes administrativos, que, com a EC 32/2001 (Emenda Bin Laden), 
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houve a reinserção dos decretos autônomos ou independentes, que, entre 
suas possibilidades, permite ao Chefe do Executivo organizar o 
funcionamento da Administração Federal, ou seja, permite-lhe escalonar e 
distribuir competências, e, quiçá, criá-las. 
Alternativa D – CORRETA. A Lei do PAF (Lei 9.784, de 1999) veda a 
delegação e a avocação de matéria de competência exclusiva. 
 
Gabarito: alternativa E. 
 
10. (2010/FCC – TRE/AM – Analista Judiciário) São critérios 
para a distribuição da competência, como requisito ou elemento 
do ato administrativo, dentre outros: 
(A) delegação e avocação. 
(B) conteúdo e objeto. 
(C) matéria, forma e sujeito. 
(D) tempo, território e matéria. 
(E) grau hierárquico e conteúdo. 
Comentários: 
Basicamente, pode-se afirmar, com base na doutrina, que a 
competência dos agentes públicos é distribuída a partir de três pontos, 
a saber: 
a) em razão da matéria – leva-se em conta o grau hierárquico e a 
possível delegação, como é exemplo da competência entre os Ministérios, 
segundo o assunto que é pertinente: saúde, educação, transportes etc. 
Percebeu? Estamos diante de uma forma de desconcentração por 
matéria (na aula de organização administrativa, volto a falar sobre esta 
tal desconcentração); 
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b) em relação ao âmbito territorial – por exemplo, a competência das 
delegacias policiais que adstringem o âmbito de sua atuação a 
determinada circunscrição (localidade). Agora estamos diante também 
de uma forma de desconcentração territorial; e 
c) em relação ao limite de tempo – a competência tem início a partir 
da investidura legal e término com o fim do exercício da função pública. 
 
Gabarito: alternativa D. 
 
11. (2010/FCC – TRT/8R – Técnico) A competência 
administrativa, em regra, enquanto requisito do ato 
administrativo, 
(A) decorre da lei. 
(B) é prorrogável, pela vontade dos interessados. 
(C) não pode ser avocada. 
(D) é indelegável. 
(E) é transferível. 
Comentários: 
 
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Então, com o quadrinho acima, chegamos, facilmente, à alternativa “A”. 
Só gostaria de acrescentar que, em 2006, a banca FCC fez alusão à 
fixação de competência, na esfera federal, por meio de Decretos. Opa, 
como pode? Verdade. Com a EC 32, de 2001, facultou-se ao chefe do 
Executivo a expedição de Decretos Autônomos, para tratar, por 
exemplo, da organização e funcionamento da Administração 
Pública. Ou seja, não há como organizar o funcionamento, sem, 
tese, fixar competência. Fica de olho! Só lembra desta última 
informação se a banca for expressa, ok? 
Gabarito: alternativa A. 
12. (2006/Esaf - ENAP – Administrador) Um dos requisitos e/ou 
elementos essenciais de validade dos atos administrativos, que 
constitui o seu necessário direcionamento a um fim de interesse 
público, indicado expressa ou implicitamente na norma legal, 
embasadora de sua realização, é 
a) a competência. 
b) a finalidade. 
c) a forma. 
d) o motivo. 
e) o objeto. 
Comentários: 
Vamos conversar um pouco sobre o elemento finalidade. Vejamos. 
Finalidade é o fim pretendido pela Administração, é aquilo que deseja 
alcançar (é o efeito mediato, no futuro). Conforme a doutrina 
majoritária, a finalidade é elemento sempre vinculado e, de forma 
ampla, deve ser idêntica para todo e qualquer ato administrativo: a 
satisfação do interesse público. 
Tal objetivo deve ser atingido de maneira mediata (no futuro). Difere, 
desse modo, do efeito jurídico imediato do ato administrativo, a ser 
buscado por intermédio do objeto (conteúdo) do ato, traduzido este na 
aquisição, na transformação ou na extinção de direitos. 
De modo restrito, a lei pode estabelecer objetivo específico para o 
ato administrativo a ser praticado. Por exemplo: a remoção de ofício de 
servidor público tem a finalidade específica de atender a necessidade de 
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serviço público. Assim, o ato de remoção não pode ser utilizado para 
punir quem cometera infrações funcionais, sob pena de ser invalidado 
por desvio de finalidade (espécie de abuso de poder). 
 
Gabarito: alternativa B. 
13. (2010/FCC - TRF/4ª - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) A desapropriação, pelo Município, de imóvel 
pertencente a inimigo do respectivo Prefeito Municipal, com o 
objeto de causar prejuízo ao desapropriado, constitui ofensa ao 
elemento do ato administrativo referente: 
(A) à competência. 
(B) à finalidade. 
(C) ao objeto. 
(D) à vinculação. 
(E) à forma. 
Comentários: 
A resposta é alternativa “B”. Quero aproveitar o quesito para diferenciar 
finalidade de objeto do ato administrativo. Já vi a ilustre FCC, lá pelos 
idos de 2003, cobrar questão sobre o assunto. 
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A finalidade difere-se do efeito jurídico imediato do ato 
administrativo, a ser buscado por intermédio do objeto do ato, 
traduzido este na aquisição, na transformação ou na extinção de direitos. 
Um exemplo deixa mais claro. 
A licença-gestante é direito da servidora pública a partir do nono mês de 
gravidez, certo? Então, qual seria o interesse público a ser atingido? Isso 
mesmo. O interesse público começa com: éééé...Sabe quando a gente diz 
para si mesmo peraí. Deixe-me pensar...éééé... provavelmente, essa será 
a finalidade do ato, que é MEDIATA. No caso da licença-gestante, 
alguns exemplos: proteção da infância, da lactância, preservação da 
espécie humana e outros. Notem que é “coisa grande”. 
No caso do Objeto, o resultado é IMEDIATO. No caso da licença-
gestante: é retirar a servidora do contato com o trabalho por 120 dias 
consecutivos, a partir da concessão da licença.Epa! A licença-gestante agora não é de 180 dias? Alguém já me disse 
isso...Pois é, isso é para as cenas dos próximos capítulos. Mas esses 60 
dias a mais vêm da Lei 11.770, de 2008. 
Por enquanto, o que importa para guardarmos é: ENQUANTO A 
FINALIDADE É O RESULTADO MEDIATO, O OBJETO DO ATO É SEU 
RESULTADO IMEDIATO! 
Elemento Resultado 
FINALIDADE MEDIATO 
OBJETO IMEDIATO 
Gabarito: alternativa B. 
 
14. (2000/Esaf - Esp. em Pol. Públicas e Gestão Governamental 
– MPOG) O pressuposto de fato e de direito que serve de 
fundamento ao ato administrativo denomina-se: 
a) motivação 
b) objeto 
c) finalidade 
d) motivo 
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e) conveniência 
Comentários: 
Costumo brincar que o elemento motivo é a “cereja” do bolo. É um dos 
mais “queridinhos” das organizadoras, por exigir conhecimentos de 
assuntos como: motivação, móvel, teoria dos motivos determinantes. 
De cara, vamos fazer um pacto (e nada de sangue, sou sensível a 
sangue): no Direito Administrativo, quase sempre, se as coisas têm 
nomes diferentes, é porque há distinções. Se as coisas têm sentidos 
iguais, devem (ou deveriam) ter o mesmo nome... 
Assim, de acordo com nosso “pacto”, tem de ter diferenças entre motivo 
(ELEMENTO do ato administrativo) e a motivação (EXPOSIÇÃO DE 
MOTIVOS). Vejamos. 
Motivo é o que leva alguém a fazer alguma coisa. Exemplo: por que os 
amigos estão fazendo este curso? Pelo prazer da minha companhia? Por 
que não tem muito que fazer? Ou para, finalmente, resolver essa 
“parada” de Direito Administrativo em concursos públicos? 
Provavelmente, deve ser por causa da última situação, né! Rsrs. Mas 
atenção: motivo é o que leva à prática do ato, ou, como prefere o 
examinador, pressupostos de fato e de direito que levam a 
Administração Pública a agir. 
 
Por outro lado, motivar é, em síntese, explicar, reduzir a termo, 
enunciar, por no papel, enfim, expor os motivos que determinaram a 
prática do ato. É a exteriorização, a formalização, do que levou à 
Administração produzir determinado ato administrativo. Um exemplo 
prático: na punição de um servidor, praticante de infração funcional, o 
motivo (um dos elementos dos atos administrativos) é a própria 
infração, enquanto a motivação seria a capa, a formalização dos 
motivos, contida em ato (ou atos) que indiquem as razões, a gradação 
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da pena, o resgate a atos precedentes e outros que permitam verificar a 
existência do motivo indicado. 
Gabarito: alternativa D. 
15. (1998/Esaf – Téc. do Tesouro Nacional) Assinale o elemento 
considerado discricionário, no ato administrativo de exoneração 
de servidor ocupante de cargo comissionado. 
a) forma 
b) finalidade 
c) legalidade 
d) sujeito 
e) motivo 
Comentários: 
Como já sabemos, os elementos são cinco: competência/sujeito, 
finalidade, forma, motivo e objeto. 
Com essa informação, já cabe a eliminação da alternativa “c”. 
Vamos lembrar as seguintes informações: competência/sujeito e 
finalidade são elementos SEMPRE vinculados, a forma, em regra, 
também é elemento vinculado. Assim nos sobra aqui apenas a alternativa 
“E” (motivo). 
 
“Pra” entender: a exoneração de servidor ocupante de cargo 
comissionado pode ter como motivação qualquer coisa que passe na 
cabeça do detentor do poder para exonerar o servidor, ele pode achar que 
não precisa mais do cargo, pode perder a confiança na pessoa ou, seja lá 
o que for. Entenda ainda que, nesse caso, para a exoneração de 
servidor em cargo comissionado, não há necessidade de 
motivação, mas caso a autoridade motive o ato, estará presa aos 
motivos expostos (teoria dos motivos determinantes). 
Gabarito: alternativa E. 
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16. (2010/FCC – TRE/AL – Técnico Jud./Adm) Sobre o motivo, 
como requisito do ato administrativo, é INCORRETO afirmar que: 
(A) motivo e motivação do ato administrativo são expressões 
equivalentes. 
(B) motivo e móvel do ato administrativo são expressões que não se 
equivalem. 
(C) motivo é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento 
ao ato administrativo. 
(D) a sua ausência invalida o ato administrativo. 
(E) motivo é a causa imediata do ato administrativo. 
Comentários: 
Questão bem interessante, porém relativamente tranquila para nós! Isso 
mesmo. O gabarito é a alternativa “A”, pois, como sobredito, o motivo é 
antecedente da prática do ato, ele preexiste à prática do ato. A 
motivação, por sua vez, é a exteriorização dos motivos (dos 
pressupostos de fato ou de direito que fundamentaram a prática do ato). 
Os demais quesitos estão perfeitos, na visão de FCC. Gostaria de 
acrescentar ao rol de conhecimentos já adquiridos o conceito de “móvel”. 
Esse item fez-me lembrar de um comercial recente, em que o homem vira 
para a mulher, em diversas etapas da evolução, e diz: a culpa não é 
sua, é minha! Bom, existe um motivo para a separação, ele motivou 
algo. Mas será que o que passa na cabeça é isso mesmo? Bom, o que 
passa na cabeça é o móvel, é a parte psicológica. Vamos a um exemplo 
no Direito Administrativo. 
Sean tem uma filha linda, gatinha mesmo, residente em Salvador. 
Minha guria conhece o Sapo-da-Vez e por ele se apaixona. Sapão é 
baiano de quase dois metros de altura e Auditor da Receita Federal. 
Sean é Secretário da Receita Federal e visualiza que a presença de 
Sapo-da-Vez em Porto Alegre (cidade bem quentinha, rsrs...) é 
essencial para a eficiência da Administração, e, bem por isso, decidi 
removê-lo no interesse da Administração. Então, será que o motivo 
exteriorizado é realmente verdadeiro? Difícil saber, né? Afinal o 
móvel está na cabeça de Sean. No entanto, se o vício for provado, 
estaremos diante de desvio de finalidade. 
Gabarito: alternativa A. 
 
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17. (2002/Esaf – MPOG) Quando a matéria, de fato ou de direito, 
em que se fundamenta o ato administrativo é materialmente 
inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido, 
estamos diante de vício quanto ao seguinte elemento do ato 
administrativo: 
a) forma 
b) competência 
c) motivo 
d) objeto 
e) finalidade 
Comentários: 
Pressuposto de fato ou de direito? Opa. Marca aí motivo e corre para o 
abraço (alternativa C). 
Reforço que motivo não se confunde com motivação. E, ainda, que 
nem todos os atos precisam ser motivados, justificados. Mais uma 
vez, vamos recorrer à interpretação da Lei 9.784/1999. 
Na citada norma (art. 50), expõe-se determinada lista (exemplificativa) 
de atos administrativos que, obrigatoriamente, deverão ser 
motivados, entre outros: 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção 
pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo 
licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação 
de ato administrativo. 
Ora, se a lei determina que, nessas hipóteses, os atos 
administrativos deverão ser motivados, conclui-se que em outras, 
evidentemente, poderão deixar de ser. Assim, nem semprea 
motivação dos atos é obrigatória. Embora desejável e quase sempre 
necessária (pois é um princípio da Administração), a motivação poderá 
não ser expressamente exigida. 
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Com efeito, cite-se a possibilidade de exoneração “ad nutum” de um 
servidor ocupante de cargo em comissão, para a qual a Administração é 
dispensada de apresentar motivação expressa de tal decisão. Em 
outros termos, embora existente sempre o motivo, a motivação nem 
sempre se faz necessária. 
Interessante ressaltar que, ainda que não obrigatória em todas as 
circunstâncias, a regra é que haja motivação dos atos 
administrativos praticados pelo Poder Público, já que a motivação é 
um princípio LEGAL contido no caput do art. 2º da Lei nº 9.784/1999 
(mas não é um princípio constitucional expresso para a 
Administração Pública, reforço). 
Todavia, quando os motivos que levaram à prática de um ato forem 
expostos, deverão ser reais, existentes, amparando-se em razões de 
interesse, sob pena de invalidação (anulação) do ato amparado em 
motivo falso ou inexistente, dentro do que a doutrina conhece como 
“Teoria dos Motivos Determinantes”. Um caso pitoresco explica 
melhor o que se afirma. 
A dispensa do servidor ocupante de cargo em comissão é uma das, 
hoje, raras exceções em que se dispensa a motivação expressa do ato 
praticado pela Administração. Suponha, então, que um ocupante de cargo 
em comissão tem sua exoneração ocorrida, conforme apontado pela 
Administração em despacho fundamentado, pela sua inassiduidade 
habitual. O servidor exonerado comprova, então, que jamais faltou um 
dia de trabalho. Sua dispensa poderá (e mesmo DEVERÁ), em 
consequência, ser invalidada com fundamento na “teoria dos motivos 
determinantes”. 
Tal teoria preceitua que a validade do ato está adstrita aos motivos 
indicados como seu fundamento e sua prática, de maneira que se 
inexistentes ou falsos os motivos, o ato será nulo. Assim, mesmo se 
a lei não exigir a motivação, caso a Administração a faça, estará 
vinculada aos motivos expostos. 
Gabarito: alternativa B. 
18. (2009/Esaf – MF – ATA) Associe os elementos do ato 
administrativo a seus conceitos, em linhas gerais. Ao final, 
assinale a opção correspondente. 
1. Sujeito 
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2. Objeto ou conteúdo 
3. Forma 
4. Finalidade 
5. Motivo 
( ) É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato 
administrativo. 
( ) É o efeito jurídico imediato que o ato produz. 
( ) É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato. 
( ) É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato. 
( ) É a exteriorização do ato e/ou as formalidades que devem ser 
observadas durante o processo de sua formação. 
a) 2, 4, 3, 1, 5 
b) 2, 5, 1, 3, 4 
c) 3, 1, 4, 2, 5 
d) 5, 4, 2, 1, 3 
e) 5, 2, 4, 1, 3 
Comentários: 
Até agora já conversamos sobre a competência (agente ou sujeito do 
ato), finalidade e motivo. Resta-nos debruçarmos sobre os elementos 
forma e objeto. Assim, antes de avançarmos na correção da questão, 
algumas dicas teóricas sobre os elementos faltantes, ok? Let‟s go! 
Tradicionalmente, a forma é indicada como sendo elemento vinculado 
e indispensável à validade do ato administrativo. Registre-se: não 
basta que o ato tenha forma, mas que esta seja válida, ou seja, em 
consonância com que preceitua a norma. Por regra, os atos 
administrativos devem ter a forma escrita. Porém, em concursos, a 
composição é também por exceções! Aliás, o direito, sobretudo o 
Administrativo, é a “ciência das exceções”. Portanto, não se excluem os 
atos administrativos praticados de forma não escrita, 
consubstanciados em ordens verbais, por meio de sinais. São 
exemplos: ordens verbais de um superior ao subordinado; sinais e placas 
de trânsito (as tais formas pictóricas). 
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No direito público, do qual o Direito Administrativo é um dos ramos, 
impera o princípio da solenidade das formas, ao contrário do 
princípio da liberdade (instrumentalidade) das formas, inerente, de regra, 
ao direito privado. 
Em realidade, por se tratar de interesse público, o Direito 
Administrativo deve preservar formas e ritos. Pode-se dizer que a 
observância da forma prescrita em lei constitui verdadeira garantia 
jurídica para a Administração e para o administrado: pelo revestimento 
(forma) do ato administrativo é que se perceberá a obtenção do resultado 
pretendido, servindo de meio de controle, quer pela Administração, 
quer pelos destinatários, quanto ao que se realizará. 
Claro que o “império da formalidade” vem sendo amenizado, 
moderado. Recentemente, a Lei 9.784/1999, em seu art. 22, estatuiu 
expressamente: 
Os atos do processo administrativo não dependem de forma 
determinada, a não ser quando a lei expressamente a exigir. 
A doutrina tem evoluído exatamente para a moderação quanto às 
formalidades. Aponta que para a prática de qualquer ato administrativo 
devem ser exigidas tão só as estritamente essenciais, desprezando-se 
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procedimentos meramente protelatórios, procrastinatórios. Percebemos, 
assim, o surgimento de um novo princípio: o do formalismo moderado. 
Por fim, o objeto do ato administrativo. Também denominado de 
conteúdo por alguns autores, o objeto diz respeito à essência do ato 
administrativo, constituindo o efeito jurídico imediato que tal ato 
produz. O objeto do ato deve reproduzir aquilo que desejava o legislador. 
Noutras palavras: permite-se, em lei, ao agente ponderar quanto àquilo 
que pretende atingir com sua manifestação volitiva (de vontade). No 1º 
caso, tem-se ato vinculado; no segundo, ato discricionário. É preciso ter 
em conta que o objeto guarda íntima relação com o motivo do ato 
administrativo, constituindo, estes dois elementos, o núcleo do que a 
doutrina comumente denomina de mérito do ato administrativo. São 
exemplos: na licença para construção, o objeto é permitir que o 
interessado edifique; no ato de posse, é a investidura do servidor em 
cargo público; na aplicação de uma multa, o objeto é punir o 
transgressor. Vê-se que o objeto é, repisando, aquilo que se pretende de 
forma imediata, enquanto que, de forma mediata, a pretensão tem a 
ver com o elemento finalidade: a satisfação do interesse público. 
Agora a questão ficou simples, não? 
Item I – MOTIVO é o pressuposto de fato e de direito que serve de 
fundamento ao ato administrativo. 
Item II – OBJETO ou conteúdo é o efeito jurídico imediato que o ato 
produz. 
Item III – FINALIDADE é o resultado que a Administração quer 
alcançar (objetivo mediato) com a prática do ato. 
Item IV – SUJEITO é aquele a quem a lei atribui competência para a 
prática do ato. 
Item V – FORMA é a exteriorização do ato e/ou as formalidades que 
devem ser observadas durante o processo de sua formação. 
Gabarito: alternativa E. 
19. (2010/FCC – TRT/8R – Técnico) O revestimento exterior do 
ato administrativo, necessário à sua perfeição, é requisito 
conhecido como: 
(A) objeto. 
(B) forma. 
(C)finalidade. 
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(D) motivo. 
(E) mérito. 
Comentários: 
Questão de fixação. O revestimento é a “capa”. É como enxergamos os 
atos administrativos. É a forma, a qual pode ser escrita, gestual, 
sonora, luminosa. Ver figura na questão anterior. 
Gabarito: alternativa B. 
 
20. (2010/FCC – Casa Civil/SP - Executivo-Público) Quanto ao 
ato administrativo é INCORRETO afirmar que: 
(A) o fato administrativo resulta sempre do ato administrativo que o 
determina, resultando do cumprimento de alguma decisão administrativa. 
(B) a competência administrativa, por ser de ordem pública é 
improrrogável e instransferível. 
(C) a inobservância da forma vicia substancialmente o ato, tornando-o 
passível de invalidação, desde que necessária à sua perfeição e eficácia. 
(D) o motivo ou causa é a situação de direito ou de fato que determina ou 
autoriza a realização do ato administrativo. 
(E) os dirigentes das fundações e autarquias não praticam atos 
administrativos típicos ou equiparados, não sendo portanto passíveis de 
controle judicial próprio das autoridades públicas. 
Comentários: 
O erro está na letra “E”. 
Os atos administrativos são declarações unilaterais produzidas pelo 
Estado. O Estado deve ser compreendido como toda a Administração 
Direta e Indireta de todos os Poderes. Ou seja, todo o conjunto de 
órgãos da Administração Direta e todo o conjunto de entidades, de 
pessoas jurídicas da Administração Indireta, como, por exemplo, 
autarquias e fundações. 
Claro que nem sempre as sociedades de economia mista e 
empresas públicas, em suas atividades, produziram atos 
administrativos. Na verdade, maior parte das vezes produzem atos de 
direito privado, porque são entidades autorizadas a atuar, de regra, no 
domínio econômico. Porém, quando, por exemplo, forem prestadoras de 
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serviços públicos, os atos praticados, nessa qualidade, serão 
considerados atos administrativos. 
Gabarito: alternativa E. 
21. (2010/FCC – TRT/8R – Analista/Judiciária) Sobre os 
requisitos dos atos administrativos, é correto afirmar: 
(A) Em relação ao objeto, o ato administrativo será sempre discricionário. 
(B) O objeto do ato administrativo apenas será natural, não podendo ser 
acidental, diferentemente do que ocorre no negócio jurídico de direito 
privado. 
(C) O silêncio pode significar forma de manifestação da vontade da 
Administração quando a lei assim o prevê. 
(D) Se a lei exige processo disciplinar para demissão de um funcionário, a 
falta ou o vício naquele procedimento são hipóteses de revogação da 
demissão. 
(E) O objeto é o efeito jurídico mediato que o ato produz, enquanto a 
finalidade é o efeito imediato. 
Comentários: 
A resposta é letra “C”, afinal o silêncio administrativo, apesar não ser 
formalmente ato administrativo, pode produzir efeitos jurídicos, ainda que 
negativos, indeferitórios. 
 
Vejamos os erros. 
O erro da letra “A” é que o motivo e objeto podem ser vinculados ou 
discricionários, tudo a depender do caso concreto. 
 
O erro da letra “B” é que, ao lado dos elementos essenciais, há os 
acidentais. 
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Elementos Essenciais 
(COM FI FOR M Ob) 
DEVEM existir 
Elementos Acidentais 
(ECT) 
Podem ou não existir 
(Acidente!) 
COM petência Encargo ou Modo 
FI nalidade 
Condição 
FOR ma 
M otivo 
Termo 
Ob jeto 
 
O erro da letra “D” é que eventuais vícios acarretam a nulidade do ato, 
portanto, possibilitam a anulação dos atos e não a revogação. 
 
 
 
O erro da letra “E” é que a banca só fez inverter os conceitos. O objeto é 
o efeito imediato e a finalidade o efeito futuro, mediato. 
Elemento Resultado 
FINALIDADE MEDIATO 
OBJETO IMEDIATO 
 
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ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS 
22. (2005/Esaf – Auditor-Fiscal da Receita Estadual - AFRE - MG) 
Relativamente aos atributos dos atos administrativos, assinale a 
opção correta. 
a) Há atos administrativos para os quais a presunção de legitimidade (ou 
legalidade) é absoluta, ou seja, por terem sido produzidos na órbita da 
Administração Pública, não admitem a alegação, por eventuais 
interessados, quanto à ilegalidade de tais atos. 
b) A presunção de legitimidade não está presente em todos os atos 
administrativos, o que fundamenta a possibilidade de seu desfazimento 
pelo Poder Judiciário. 
c) Não se pode dizer que a imperatividade seja elemento de distinção 
entre os atos administrativos e os atos praticados por particulares, eis 
que estes últimos também podem, em alguns casos, apresentar tal 
atributo (por exemplo, quando defendem o direito de propriedade). 
d) O ato administrativo nem sempre apresenta o atributo da 
imperatividade, ainda que o fim visado pela Administração deva ser 
sempre o interesse público. 
e) O ato administrativo que tenha autoexecutoriedade não pode ser 
objeto de exame pelo Poder Judiciário, em momento posterior, pois já 
produziu todos os seus efeitos. 
Comentários: 
Com esta questão, iniciamos o estudo dos atributos dos atos 
administrativos, os quais não podem (melhor: não devem) ser 
confundidos com os elementos. 
De fato, os elementos dos atos administrativos são cinco: 
competência, finalidade, forma, motivo e objeto, e estão 
encontrados na Lei 4.717/1965. 
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Já atributos são as características, as notas peculiares, dos atos 
administrativos que permitem diferençá-los dos atos de direito privado, 
de uma forma geral. 
Apesar das divergências encontradas, a doutrina aponta como principais 
atributos dos atos administrativos: 
I) Presunção de Legitimidade e de Veracidade; 
II) Autoexecutoriedade; 
III) Imperatividade; 
IV) Exigibilidade; e 
V) Tipicidade; 
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Vamos à análise dos quesitos. 
Item A – INCORRETO. A presunção de legitimidade é encontrada em 
todos os atos praticados pela Administração Pública, independente 
de sua natureza (administrativos ou não). 
Os atos da Administração Pública presumem-se legítimos desde sua 
origem, isto é, desde seu nascimento, sendo tidos por em 
conformidade com as normas legais, obrigando os administrados por 
ele atingidos desde a edição. 
Obviamente, tal presunção é relativa. Assim, o ato poderá ser 
impugnado, cabendo ao impugnante provar que vício impede que o ato 
deva permanecer vivo, daí a incorreção do item. 
A doutrina afirma que em razão da presunção de legitimidade dos atos 
administrativos, ocorre a inversão do ônus da prova. Isso quer dizer 
que o particular prejudicado é quem deve provar a nulidade do ato 
questionado, que, por ser tido legítimo, continuará produzindo efeitos até 
a sua anulação, se for o caso. Vejamos um exemploprático para 
esclarecer melhor a afirmativa. 
SEAN, em alta velocidade, ao ultrapassar sinal vermelho, é multado por 
SAPÃO (agente de fiscalização do Estado da Bahia). Após determinado 
prazo, chega à casa de SEAN multa pela transgressão, ou seja, a 
Administração ALEGA que SEAN ultrapassou o sinal vermelho. 
Será verdadeira a alegação da Administração? Quem alega (que, no caso, 
é Administração) tem o dever de provar? 
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A resposta é que, embora o alegante é que deva provar, inverte-se 
o ônus da prova, logo, SEAN é que deve provar que a Administração se 
equivocou ao multá-lo. 
Há autores que abordam a presunção aqui tratada sob dois aspectos: 
quanto à legitimidade estrita e quanto à veracidade. Vejamos. 
O ato presume-se legítimo com o mesmo sentido que aqui se falou: 
desde a origem estaria em conformidade com as devidas normas 
legais. 
Já pela presunção de veracidade, os fatos alegados pela Administração 
para a prática do ato são tidos por verdadeiros até que se prove o 
contrário. Em decorrência desse atributo, as certidões, declarações e 
informações fornecidas pela Administração são dotadas de fé pública; ou 
seja, não podem ser recusados sob o argumento que os fatos ali contidos 
seriam falsos ou inexistentes. 
 
Por fim, registro que a presunção de legitimidade decorre do 
princípio da legalidade e do próprio estado de Direito, não sendo 
necessária autorização expressa de norma infraconstitucional que 
repita tal presunção. De fato, a legitimidade dos atos da Administração 
Pública é algo inerente à própria função do Estado-administrador, 
garantindo-lhe, neste sentido, que seus atos entrem em imediata 
operação (execução). 
Item B – INCORRETO. A autoexecutoriedade e a imperatividade 
são notas peculiares nem sempre existentes nos atos 
administrativos. Já a presunção de legitimidade é característica 
presente em todos os atos, daí a incorreção do item. 
E o amigo questiona: isso significa que não posso me opor à 
execução do ato? Não é isso. Obviamente, o particular, ao se sentir 
atingido pelo ato do Estado, tem todo o direito de socorrer-se ao Poder 
Judiciário, utilizando, para tanto, dos remédios jurídicos postos à sua 
disposição, afinal, como já se disse, vigora entre nós o princípio da 
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Jurisdição UNA (sistema inglês), encontrado no inc. XXXV do art. 5º 
da CF/1988. 
Logo, pelo fato de nós particulares podermos nos opor, é possível dizer 
que a presunção que estamos tratando NÃO É ABSOLUTA (JURE ET 
JURIS), mas sim RELATIVA (“juris tantum”). 
 
Item C – INCORRETO. A imperatividade pode ser entendida como a 
qualidade mediante a qual os atos administrativos se impõem a 
terceiros, independentemente de sua concordância. É decorrência 
do Poder Extroverso do Estado, que permite a este editar normas que 
obrigarão outras pessoas. 
Assim, a imperatividade é um dos principais traços distintivos dos atos 
administrativos e dos atos praticados por particulares, sob a tutela do 
direito privado, daí a incorreção do item. 
Todavia, a imperatividade não existe em todo e qualquer ato 
administrativo, mas só naqueles que impõem obrigações, sanções 
ou deveres. Assim, tratando-se de atos que confiram direitos aos 
administrados (licença, autorização, e outros), ou meramente 
enunciativos (pareceres, certidões, atestados, vistos, apostilas), esse 
atributo inexiste. 
Item D – CORRETO. Se o Estado atua com prerrogativas é porque há 
restrições para os particulares, nesse caso, temos a imperatividade. 
Agora, se para o Estado há restrições, é porque os particulares 
contam com prerrogativas, não havendo, portanto, imperatividade, 
daí a correção do item. 
Por exemplo: o vestibulando “X” acaba de galgar resultado positivo no 
vestibular da UNB, no curso de direito. Nesse caso, o Estado tem a 
prerrogativa ou o dever de matriculá-lo, em havendo vagas? Dever é 
claro, logo, a admissão nos estabelecimentos de ensino não conta com 
imperatividade, assim como todos os demais atos negociais (autorização, 
permissão, protocolo de intenções, concessão). 
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Item E – INCORRETO. O segundo atributo é a Autoexecutoriedade. 
Tal característica possibilita a execução do ato administrativo pela própria 
Administração, independentemente de ordem ou autorização 
judicial. 
A autoexecutoriedade é resguardada pela necessidade de a Administração 
atuar com presteza em situações que, pela sua peculiaridade, não 
poderiam aguardar o pronunciamento prévio de outro Poder, como 
o Judiciário, por exemplo. 
Exemplo típico de ato autoexecutável são os atos decorrentes do 
Poder de Polícia, tal como na destruição de alimentos impróprios para 
consumo ou a interdição de um estabelecimento comercial. 
Contudo, a autoexecutoriedade não se faz presente em TODOS os 
atos administrativos, sendo ela existente nas seguintes situações: 
I) em razão de expressa previsão legal. No que diz respeito ao 
exercício do Poder de Polícia, que implica produção de atos desta 
natureza, as medidas coercitivas que possam (ou poderiam) ser 
adotadas, como a interdição de estabelecimentos ou a aplicação de 
multas contam com previsão nas leis, como as que criam as Agências 
Reguladoras, que, pela natureza de suas atribuições, exercem tal poder; 
e, 
II) em situações de emergência, em que a não adoção leva a 
prejuízo maior ao interesse público. Nesse sentido, mesmo que um 
ato administrativo não contasse com expressa previsão legal de 
autoexecutoriedade, em determinadas hipóteses, poderia ser 
“autoexecutado”, desde que estritamente necessário para a defesa 
do interesse público ou coletivo. 
 
Gabarito: alternativa D. 
 
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23. (2008/ESAF – Processo Simplificado) São características dos 
atos administrativos, exceto: 
a) executoriedade. 
b) presunção de legitimidade. 
c) discricionariedade. 
d) exigibilidade. 
e) imperatividade. 
Comentários: 
A seguir, um esqueminha do Sapo da Vez. 
 
Isso mesmo. O tal P-A-I-E-T, daí a incorreção da alternativa “C”. 
Gabarito: alternativa C. 
24. (2010/FCC – TRE/AC – Técnico) É atributo do ato 
administrativo, dentre outros, 
(A) a competência. 
(B) a forma. 
(C) a finalidade. 
(D) a autoexecutoriedade. 
(E) o objeto. 
Comentários: 
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Questão canja-de-galinha. E, como dizem, não faz mal a ninguém. Vamos 
repetir, repetir, “pra” não cair! Todos os itens fazem destaque a 
elementos essenciais, exceto a alternativa “D”. 
 
Gabarito: alternativa D. 
 
25. (1998/Esaf - Adv. Geral da União) O ato administrativo, a 
que falte um dos elementos essenciais de validade, 
(a) é considerado inexistente, independente de qualquer decisão 
administrativa ou judicial 
(b) goza da presunção de legalidade, até decisão em contrário 
(c) deve por isso ser revogado pela própria Administração 
(d) só podeser anulado por decisão judicial 
(e) não pode ser anulado pela própria Administração 
Comentários: 
A palavra presunção denuncia (indica) que milita (conta em favor) no ato 
administrativo do Estado a qualidade de terem sido produzidos em 
conformidade com o Direito (presunção de legitimidade), e, 
realmente, não poderia ser diferente. Daí a correção da alternativa B. 
É que em toda sua vida funcional, o administrador fica preso ao 
cumprimento estrito da lei, ou seja, ao princípio da legalidade (art. 
37, caput, da CF/88). Além disso, os fatos alegados pela Administração 
para a prática do ato também são presumidos verdadeiros 
(presunção de veracidade). 
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Como sobredito, não significa que o particular não possa se opor à 
execução do ato. É possível dizer que a presunção que estamos 
tratando NÃO É ABSOLUTA (JURE ET JURIS), mas sim RELATIVA 
(“juris tantum”). 
 
Surge a questão: quem deve provar a suposta ilegalidade do ato? A 
Administração que alega? Ou os particulares (administrados) que 
se opõem? A resposta é que a presunção de 
legitimidade/veracidade inverte o ônus da prova, de tal forma que o 
particular é que tem a obrigação de demonstrar que o ato da 
Administração foi produzido em descompasso com o direito 
vigente e, ainda, que os fatos alegados não são reais, não são 
adequados. Que confuso não?! Vamos retomar o exemplo acima, para 
que fique um pouco mais claro. 
SEAN, em alta velocidade, ao ultrapassar sinal vermelho, é multado por 
SAPO-DA-VEZ (agente de fiscalização do Estado da Bahia). Depois de 
determinado prazo, chega à casa de SEAN multa pela transgressão, ou 
seja, a Administração ALEGA que SEAN ultrapassou o sinal vermelho. 
Será verdadeira a alegação da Administração? Quem alega tem de 
provar? A resposta é que, embora a regra seja de que quem alega é 
que tem de provar, tratando-se de Direito Público, INVERTE-SE O 
ÔNUS DA PROVA, logo, SEAN é que tem de provar o equívoco da 
Administração ao multá-lo, dado que, a princípio, o ato administrativo 
é presumivelmente legítimo. 
A seguir, os erros nos demais quesitos. 
O erro da letra “A” é que o ato não será considerado inexistente. Ao 
contrário disso, o ato vai gerar efeitos jurídicos plenos, enquanto 
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não for retirado por ato da Administração ou do Poder Judiciário, 
neste último caso, se provocado. 
O erro da letra “C” é que atos ilegais merecem ser anulados e não 
revogados. A revogação tem como pressupostos atos legais, 
eficazes, mas que se tornaram inconvenientes ao interesse público. 
O erro das letras “D” e “E” é que a anulação pode, também, decorrer 
de ato da Administração, tendo por premissa o princípio da 
autotutela. 
Gabarito: alternativa B. 
26. (2002/Esaf - Oficial de Chancelaria - MRE) O atributo do ato 
administrativo, que impõe a coercitibilidade para o seu 
cumprimento ou execução, enquanto não for retirado do mundo 
jurídico por anulação ou revogação, é o da 
a) autoexecutoriedade 
b) indisponibilidade 
c) imperatividade 
d) presunção de legalidade 
e) presunção de veracidade 
Comentários: 
A imperatividade é a característica pela qual os atos administrativos se 
impõem como obrigatórios a terceiros, independentemente da 
anuência destes, que, assim, sujeitam-se à imposição estatal. 
Se o concursando tivesse de traduzir a imperatividade em um princípio 
só, qual seria este? A Resposta deveria ser: O PRINCÍPIO DA 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PARTICULAR, ou 
seja, o Estado determina ordens, de forma unilateral, e nós, 
administrados (particulares) devemos acatá-las, sob pena de 
sanções. Notem que a supremacia traduz uma ideia de verticalidade, 
de prerrogativa. 
Importante perceber que os atos administrativos são tão potentes, tão 
fortes, a ponto de seus efeitos serem sentidos por particulares que não 
estão sujeitos à hierarquia da Administração, ou seja, os atos são 
emitidos pelo Estado e ultrapassam sua esfera, alcançando a esfera 
do particular sem qualquer vínculo especial, enfim, extravasa o âmbito 
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interno administrativo, é aquilo que a doutrina denomina de Poder 
Extroverso. 
Obviamente, nem todos os atos são dotados de imperatividade. Para 
encontrarmos os atos não imperativos é só procurarmos pelas 
situações em que o Estado encontra restrições em sua atuação, eis que, 
como informamos, a imperatividade traduz prerrogativa estatal. P. 
ex., se um servidor solicita uma certidão por tempo de serviço, o Estado 
tem a prerrogativa de negar? Se o Estado tem o desejo de contratar uma 
nova frota de veículos, poderia forçar uma concessionária ao 
fornecimento? A resposta, para ambos os casos, é que não. Daí porque 
concluímos que atos enunciativos (certidões, atestados e outros) e 
atos negociais (autorização, permissão e outros) não são dotados 
de imperatividade, porque funcionam como uma restrição para o 
Estado e não prerrogativa. 
 
Gabarito: alternativa C. 
27. (2010/FCC – TRT/8R – Técnico) Dentre os atos 
administrativos, aquele que traz em si o requisito da 
imperatividade é: 
(A) a licença. 
(B) o atestado. 
(C) a autorização. 
(D) o decreto. 
(E) o parecer. 
Comentários: 
Isso aí. Os atos negociais não são dotados de imperatividade, sendo 
exemplos: as permissões, as autorizações, as concessões, as licenças. Da 
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mesma forma, os atos enunciativos, como, por exemplo, os vistos, os 
pareceres, as apostilas, os atestados e as certidões. Daí a correção da 
alternativa D. 
Gabarito: alternativa D. 
 
28. (2010/FCC - ALESP- Ag. Téc. Legislativo – M13) A 
imperatividade, enquanto atributo do ato administrativo, traz 
como consequência a: 
(A) produção de efeitos do ato, enquanto não decretada a sua invalidade 
ou nulidade. 
(B) imposição a terceiros, independentemente de sua concordância, dos 
atos que estabelecem obrigações. 
(C) possibilidade de execução pela própria Administração, 
independentemente da intervenção do Poder Judiciário. 
(D) não necessidade de enquadramento do ato em determinada forma 
pré-estabelecida. 
(E) aplicação, em situações concretas, do princípio da supremacia do 
interesse público sobre o privado. 
Comentários: 
A imperatividade, também chamada de Poder Extroverso, é a 
prerrogativa dos atos administrativos de ultrapassarem a esfera do 
emitente, no caso o Estado, impondo obrigações unilaterais àqueles 
que não participaram da produção do ato, no caso os particulares. Ver 
figura na questão 26. 
A seguir, os erros nos demais itens. 
Na letra “A”, descreve-se o efeito da presunção de legitimidade. 
Na letra “C”, a organizadora define o atributo da autoexecutoriedade. 
Na letra “D”, há menção ao princípio do formalismo moderado, previsto 
no art. 22 da Lei 9.784, de 1999 (Lei de Processo Administrativo Federal). 
Na letra “E”, temos um princípio geral do Direito Público e não uma 
característica inerente ao ato administrativo. 
Gabarito: alternativa B. 
 
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