Buscar

Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO - UEMAnet
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB
CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
METODOLOGIA DE ESTUDO 
E DE PESQUISA EM 
ADMINISTRAÇÃO
Ilmar Polary 
Administração
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Núcleo de Tecnologias para Educação - UEMAnet
Campus Universitário Paulo VI, Tirirical - São Luís-MA
Fone-fax (98) 2106-8970
http://www.uema.br
http://www.uemanet.uema.br
Proibida a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem a prévia autorização desta instituição.
Governador do Estado do Maranhão
Flávio Dino de Castro e Costa
 
Reitor da Uema
Prof. Gustavo Pereira da Costa
 
Vice-reitor da Uema
Prof. Walter Canales Sant’ana
 
Pró-reitor de Administração
Prof. Gilson Martins Mendonça
 
Pró-reitor de Extensão e Assuntos Estudantis
Prof. Paulo Henrique Aragão Catunda
 
Pró-reitora de Graduação
Profª. Andréa de Araújo
 
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação
Prof. Marcelo Cheche Galves
 
Pró-reitor de Planejamento
Prof. Antonio Roberto Coelho Serra
Edição
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Núcleo de Tecnologias para Educação - UEMAnet 
Coordenadora do UEMAnet
Profª. Ilka Márcia Ribeiro de Sousa Serra 
Coordenadora Pedagógica de Designer Educacional
Maria das Graças Neri Ferreira
Coordenadora Administrativa de Designer Educacional
Cristiane Costa Peixoto
 
Professor Conteudista
Ilmar Polary Pereira
 
Designer Pedagógico
Marylucia Cavalcante Silva
Designer Educacional
Clecia Assunção Silva
 
Revisoras de Linguagem
Layla Magalhães Araújo
Lucirene Ferreira Lopes
 
Editoração Digital
Tonho Lemos Martins
Polary, Ilmar.
Metodologia de estudo e de pesquisa em administração 
/ Ilmar Polary. – São Luís: UemaNet, 2017.
 il.; ePUB
 57 p.
 1. Administração. 2. Metodologia de estudo. 4. 
Pesquisa. 5. Disciplina. I. Título.
CDU 005:001.8
4
23
7
37
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
CONHECIMENTO E CIÊNCIA: métodos das ciências sociais e pesquisa
ESTUDO E LEITURA: administração, ciência e o método científico de pesquisa
em administração
O PROJETO E A PRÁTICA DA PESQUISA ACADÊMICA NA ADMINSTRAÇÃO
4
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
APRESENTAÇÃO 
Caro aluno!
A A disciplina Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração apresenta um conteúdo programático coerente com a ementa nas três Unidades: na Unidade 1 – Estudo e Leitura: Administração, Ciência e o Método Científico da Pesquisa em Administração; na Unidade 2 
- Conhecimento e Ciência: Métodos das Ciências Sociais e Pesquisa; e na Unidade 3 - O Projeto e a 
Prática da Pesquisa Acadêmica na Adminstração. 
Assim possibilitará a você descrever os conteúdos relevantes de cada Unidade em sua evolução 
histórica, integrada aos objetivos de elaboração, implantação e avaliação de um projeto de pesquisa, 
numa metodologia com uso do material didático no AVA, atividades avaliativas, fórum de discussões e 
interação com seus pares e tutores, com a utilização do e-Book, materiais da Internet e ferramentas do 
Google e Moodle. 
A avaliação dar-se-á com participação, assiduidade e cumprimento de prazos nas atividades oferecidas 
no AVA e as práticas no polo, considerado a sua textualidade, correção gramatical e cientificidade e nas 
avaliações escritas, sendo virtuais e presencial.
Para facilitar sua aprendizagem foi disponibilizado a você o e-Book com os conteúdos das três Unidades, 
seus objetivos, resumo, atividades de aprendizagem e referências, além de videoaula, atividades e 
fóruns complementares. 
Assim, registro minha expectativa de uma boa aprendizagem e êxito a todos.
Bons estudos!
5
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
ESTUDO E LEITURA: administração, 
ciência e o método científico de pesquisa 
em administração
OBJETIVOS
1.1 Estudo, leitura, análise e interpretação de texto
A Universidade como universo de conhecimentos: Zanella (2012, p. 15) descreve que ao ensinar, por meio 
da ação de seu corpo docente, a Universidade se propõe a incentivar o aluno a reflexão sobre a construção do 
conhecimento e desenvolver habilidades do saber. Citando Severino (2007, p. 23), descreve que ao desenvolver 
a pesquisa, "ponto básico de apoio e sustentação de suas outras duas atividades, o ensino e a extensão", 
busca produzir conhecimento novo, ser espaço de criação e de inovação. É um universo de conhecimento e de 
pessoas, e busca realizar sua função social, propiciando a formação profissional, científica e política.
O Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Administração Pública, modalidade a Distância, em suas 
Diretrizes Metodológicas, aponta essa direção de sua ação pedagógica e social:
[...] oportunizar a formação que privilegie competências profissionais, sociais e políticas, baseadas 
nos aspectos: Técnico-científico, condizente com as exigências que a gestão pública contemporânea 
impõe; e Ético-humanístico e político-social, que a formação do cidadão e do gestor público requer 
(BRASIL, 2008, p. 7).
Sua formação técnico-científica se dará, ao longo do curso, por meio do estudo de um conjunto de disciplinas 
que compõem seu currículo e com os Seminários Temáticos, e a formação ético-humanística e político-social 
será realizada de maneira transversal, ao longo do curso, a partir da cotidianeidade da sua vida acadêmica, de 
como o curso será desenvolvido pela sua Instituição, sendo resultante de práticas educativas.
O estudo na Universidade: para Demo (2008), descrito por Zanella (2012, p. 23), estudar é aprender. Aprender não 
é resultado de instrução ou da ação de um professor, mas sim de reflexão, de crítica, de pesquisa, de elaboração de 
ideias de quem está estudando. Aprendizagem requer dedicação sistemática transformada em hábito permanente.
Identificar os objetivos e as atividades da Universidade, aplicando os instrumentos de orientações 
para o estudo, leitura, análise e interpretação de textos e preparação de resumo e introdução de 
trabalhos acadêmicos;
Descrever a Administração e as características que definem o Método Científico de Pesquisa em 
Administração.
6
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
 Cita o educador brasileiro Paulo Freire, que escreveu um texto sobre o tema: A importância do ato de ler, em 
que o autor traz sua experiência como leitor, da "leitura da palavra" à "leitura do mundo". No seu entender: 
"A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura 
daquele" (FREIRE, 1983, p. 12). 
O ato de ler, para Luckesi et al. (1986), em sua obra Fazer Universidade, descrito por Zanella (2012, p. 22), 
três posturas são fundamentais e devem ser assumidas pelo estudante, para que a leitura seja produtiva: 
compreender a mensagem, não memorizar; verificar a validade e a objetividade da informação, não a aceitando 
como está estruturada; e questionar, buscar, perguntar sobre as informações expostas no texto. 
Portanto, a compreensão, a validade, a objetividade e o questionamento são fundamentais no ato de ler. Para 
Demo (2008), citado por Zanella (2012, p. 22), para que a leitura de um texto se transforme em aprendizagem, 
são necessárias três condições essenciais:
 Motivação: característica interna do ser humano, em que a sua vontade de estudar origina-se de seu 
interesse e disposição;
 Disciplina: não como uma obrigação, é o estudar para a vida toda e não somente para uma avaliação de 
conhecimento; 
 Indisciplina: conotação da indisciplina obrigatoriamente presente no processo de criação. É encarar o estudo 
como uma oportunidade de se tornar autônomo, de fazer algo diferente, original, de construir e reconstruir 
a própria história, de ser autor de seus pensamentos e suas açõese não mero repetidor de palavras. Para 
ser criativo, inovador, precisa desenvolver habilidades de pesquisa e elaboração. Pesquisar é questionar, é 
autoquestionar, é duvidar. Zanella (2012, p. 23) descreve dicas que facilitam o aproveitamento dos estudos:
 Compromisso: assumir o compromisso, independentemente da vontade de fazer ou não, sem esperar que 
o tutor, ou outra pessoa, chame a atenção ou lembre o aluno de estudar. A conscientização de que adquirir 
conhecimento depende exclusivamente de aluno;
 Agenda de estudos: organizar uma agenda de estudos, tornando-se um compromisso assumido e 
estabelecer um horário-padrão de estudos, buscando assim, cumprir a meta. Observar a carga horária, o 
cronograma e a entrega das atividades na data estipulada;
 Preparação para o estudo: preparar o ambiente de estudo, reunindo com antecedência o material 
necessário, começando as leituras e atividades agendadas para aquele momento;
 Dúvidas e apoio: sugere pedir ajuda ao professor ou ao seu tutor, pois é um profissional habilitado e a sua 
função essencial é auxiliá-lo. Anotar as dúvidas e dificuldades e buscar a orientação assim que elas surgirem; 
 Exercícios e avaliações: as atividades e avaliações do cronograma são importantes para a processo de 
ensino-aprendizagem. Sugere resolvê-las e entregá-las na data estipulada, e com as avaliações corrigidas, 
aprender com os erros cometidos, pois é uma forma de aprender.
7
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
O processo da leitura: destacara-se dois conjuntos: 
1º conjunto: delimitação da unidade de leitura e análise textual: antes de iniciar qualquer leitura é preciso 
determinar o que será estudado, isto é, delimitar uma unidade de leitura, orienta Severino (2007), citado por 
Zanella (2012, p. 26). “É aquilo que se define para ser lido, como um livro, um capítulo de um livro ou um 
artigo. É nessa unidade que o aluno buscará estudar, compreender, argumentar, contra-argumentar e avaliar a 
mensagem que o autor está transmitindo”.
Escolhido o texto (unidade de leitura), Luchesi et al. (1986, p. 191) “sugerem que o aluno faça a identificação 
de elementos como: o tipo de texto, a referência bibliográfica e os dados biográficos do autor”. Quando da 
identificação do tipo de texto, levar em consideração as diferentes características de cada tipo de texto, que 
pode ser: 
Informativo: tem como objetivo veicular a informação; Literário: trata de expressão da arte; Filosófico: 
apresenta rigorosa reflexão sobre o significado das coisas e dos fatos; Científico: se caracteriza “[...] por um 
raciocínio construído sobre fundamentação exaustiva e sempre provada; os termos são específicos, 
técnicos da área de estudo e o método é igualmente rigoroso”. (LUCHESI, et al., 1986, p. 147).
Demo (2008), citado por Zanella (2012, p. 27) acrescenta, ainda, “outros tipos de texto: Teórico: discute teorias, 
conceitos, categorias; Metodológico: discute Método, produção e testes de dados”, epistemologia*; Empírico: 
discute dados e suas análises; Prático: serve para discussão de práticas organizacionais, políticas, programas, 
projetos, entre outros.
2º conjunto: atividades específicas de análise textual, temática, interpretativa, a problematização e a síntese 
pessoal. 
Análise textual: para Lakatos e Marconi (1991, p. 27):
[...] analisar um texto significa decompor um todo em suas partes a fim de poder efetuar um estudo 
mais completo, encontrando o elemento-chave do autor, determinar as relações que prevalecem nas 
partes constitutivas, compreendendo a maneira pela qual estão organizadas e estruturar as ideias 
de maneira hierárquica. 
Citado por Zanella (2012, p. 28), Severino (2007) agrupa essas atividades em cinco etapas, ou fases: 
Análise textual: o leitor desenvolve atividades que são preparatórias para o processo de análise mais profunda 
do texto. Inicialmente, a leitura completa com o objetivo de tomar conhecimento da linha teórica e identificar os 
limites da abordagem do autor e dos componentes desconhecidos do texto através do uso de um dicionário, 
requerendo: leitura na íntegra com o objetivo de obter uma visão do todo; releitura assinalando as palavras/
expressões desconhecidas, buscando conhecer seus significados; e identificar os limites de abordagem do autor;
*Epistemologia – do grego epistéme que quer dizer “ciência” + “logia” que significa 
“estudo” = estudo da ciência, do conhecimento (FERREIRA, 2004 apud ZANELLA, 
2009, p. 27).
8
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Análise temática: é compreender a mensagem do autor, mas sem interferir nas ideias preconizadas por ele. 
O aluno deve ouvir o que o autor do texto quer dizer, sem emitir julgamento ou crítica. Inicialmente procurar 
identificar o tema, reler o texto e procurar captar os motivos, as dificuldades, isto é, a determinação do problema 
que levou o autor a escrever sobre tal assunto. 
Nesse sentido, é importante que se faça algumas perguntas que possibilitem identificar o problema, do tipo: 
"Qual a dificuldade que será resolvida? Qual o problema a ser solucionado?" 
A identificação do problema revela a ideia principal defendida pelo autor. A ideia central do texto sempre é 
uma proposição, e expressa a linha de raciocínio utilizada para transmitir a mensagem, isto é, o processo 
lógico do pensamento do autor. Tendo evidenciado a sua estrutura lógica, será possível esquematizar e 
construir um roteiro sobre as ideias (principal e secundárias) expostas no texto;
Citar a fonte é atribuir crédito à fonte consultada, é indicar, fazer constar no texto o nome do autor e a obra de onde 
foi extraída a ideia. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Norma Brasileira NBR 
10520 de 2002, orienta como fazer uma citação de informações de outras fontes, sendo três as possibilidades:
Citação direta: é a cópia literal de um parágrafo, ou uma frase, ou mesmo uma expressão extraída de uma 
fonte. É cópia exatamente igual como está no documento que foi extraído; 
Citação indireta: é dizer com as suas palavras a ideia do autor. É fazer uma paráfrase das ideias do autor do 
texto e também citar a fonte;
Citação de citação: é uma "Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original” 
(ABNT, 2002).
Análise interpretativa: é a terceira etapa da análise de um texto, em que o leitor procurará dialogar com o 
autor e se posicionar frente às ideias expostas por ele. É importante ficar atento às interferências subjetivas, 
aos seus "achismos" oriundos do conhecimento do senso comum, para que não interfiram na interpretação 
correta do texto. 
*Plágio – significa apresentar como seu um trabalho ou uma ideia que não é sua. Vem do 
latim, significando “delito do plagiário”, nome dado à pessoa que roubava ou vendia homens 
livros (FERREIRA, 2004 apud ZANELLA,2009, p. 30).
Zanella (2012, p. 30) 'desceve o quão importante salientar que as ideias do texto 
foram elaboradas pelo autor, logo o crédito é do autor da ideia, em que se copiar ou 
fizer referência às ideias do autor, em algum trabalho acadêmico', deve citar a fonte, 
pois reproduzir e/ou apropriar-se indevidamente da ideia de outra pessoa, sem citar 
a fonte é plágio*, podendo constituir crime de violação de direitos autorais, além de 
ferir a ética acadêmica.
9
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Para Severino (2007, p. 59), interpretar é “tomar uma posição própria a respeito das ideias enunciadas, é 
superar a estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar toda a 
fecundidade das ideias expostas, é cotejá-las com outras, enfim, é dialogar com o autor”. 
Tecnicamente, a interpretação é realizada em dois momentos: no primeiro, verificar se o autor atingiu os 
objetivos propostos, se o raciocínio foi eficaz na demonstração da argumentação propostae se a conclusão 
é coerente com as suas premissas; e no segundo, formular um juízo crítico: até que ponto o autor foi original 
(originalidade); até que ponto o tratamento dado ao tema é profundo (alcance); e, por último, o texto é avaliado 
pela pertinência (validade) e contribuição para o estudo do tema abordado.
Para que se possa avaliar a originalidade, o alcance, a validade e a contribuição de um texto, é preciso ter 
acumulado algumas leituras sobre o assunto, com abordagens teóricas semelhantes e diferentes do autor 
do texto. Portanto, convém fazer a leitura de textos de outros autores no momento de fazer a interpretação e 
crítica à mensagem do autor, não se limitando à leitura de um livro só, ou do texto-base da disciplina que está 
estudando.
Problematização: é a quarta etapa na análise de um texto, que tem o objetivo de levantar problemas 
para a discussão e reflexão individual e/ou em grupo. Sugere as seguintes atitudes: ler atentamente o texto 
e procurar questioná-lo, buscando encontrar as respostas para os problemas; assinalar em uma folha de papel 
os termos, os conceitos, as ideias; para problematizar, ou levantar problemas, é essencial ter lido diversas e 
diferentes abordagens sobre o assunto. 
Só é possível problematizar após a leitura de textos originais do autor que está escrevendo sobre o assunto e 
a leitura de outros autores que criticam as ideias expostas pelo autor original. Isso significa levantar e discutir 
problemas com relação à mensagem do autor, sob o ponto de vista de outros autores.
Síntese, ou conclusão pessoal: após a reflexão e a análise expostas anteriormente, o leitor tem condições 
de expor as conclusões a que chegou sobre o texto. Na concepção de Lakatos e Marconi (1991), descrita por 
Zanella (2012, p. 33), “trata-se de reelaboração pessoal da mensagem do autor. Convém que o leitor retorne ao 
texto e confirme se compreendeu a ideia do autor. Esta etapa é finalizada com um resumo em que se apresenta 
crítica e reflexão pessoal”.
Técnicas de leitura. Para Zanella (2012, p. 34), “existem diferentes formas de ler e estudar um texto, dentre 
elas, enfatiza as técnicas de sublinhar, de esquematizar, de resumir e de documentar”.
A técnica de sublinhar: implica em destacarmos no texto as ideias principais. Autores, como Salomon (2004), 
Ruiz (1990), Lakatos e Marconi (1991), Medeiros (1991), entre outros, descritos por Zanella (2012, p. 35) 
sugerem alguns procedimentos para a atividade de sublinhar.
Ler o texto para tomar conhecimento do assunto; esclarecer dúvidas quanto ao vocabulário, termos técnicos etc; 
reler o texto para identificar as ideias principais, as palavras-chave; reconstruir o parágrafo a partir das palavras 
e expressões sublinhadas; assinalar com uma linha vertical, à margem do texto, as ideias mais significativas; 
destacar com um ponto de interrogação, à margem do texto, as discordâncias, os argumentos discutíveis e as 
10
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
passagens obscuras; ler o que foi sublinhado para verificar se há sentido; e reconstruir o texto, em forma de 
esquema ou de resumo, tomando as palavras sublinhadas como base. 
Outra forma de sublinhar é com canetas “marca texto”, utilizando cores diferentes para estabelecer um código 
particular. Esta técnica facilita a elaboração de esquemas e resumos.
A técnica de esquematizar: esquema é um registro dos principais pontos de um texto. Deve ter, segundo 
Salomon (2004, p. 105), as seguintes características:
Fidelidade ao texto original: o autor do resumo deve manter as ideias do autor do texto, mesmo quando 
fizer uma paráfrase. No caso de transcrição ipis literis*, deve citar a página de onde foi extraída a informação;
Estrutura lógica do assunto: a partir da ideia principal e dos detalhes importantes você pode organizar as 
ideias partindo das mais importantes para as menos importantes;
Adequação ao assunto estudado e funcionalidade: significa que, quanto mais complexo o texto, mais 
complexo o esquema, em que para assuntos com menos profundidade, o esquema consequentemente é mais 
simples, apresentando somente palavras-chave;
Utilidade de seu emprego: como instrumento de estudo, o esquema deve ser útil, isto é, deve facilitar 
seu retorno ao texto, para revisão, sobretudo quando próximo da avaliação, e para elaboração de trabalhos 
acadêmicos;
Cunho pessoal: você pode desenvolver seu modelo de esquema, conforme suas tendências, hábitos, cultura, 
recursos e experiência pessoal. Por isso, um mesmo texto estudado por duas pessoas pode apresentar 
esquemas diferentes;
A técnica de resumir: resumir é colocar em poucas palavras o que o autor expressou em um texto mais 
longo. O processo é o mesmo de sublinhar e elaborar: ler inicialmente o texto, buscar compreensão das 
palavras desconhecidas e sublinhar as palavras-chave, como foi exposto anteriormente. Com base nas 
palavras sublinhadas você elabora o resumo;
A técnica da documentação: registra informações e/ou o conhecimento construído a partir da leitura dos 
textos. Favorece a expressão escrita por conduzir a se elaborar o pensamento do autor e reconstruir o 
pensamento sem reprodução, tornando-se autor de sua reflexão.
*Ipis literis – “expressão latina que significa ‘com as mesmas palavras’, isto é, sem nenhuma 
alteração no que está escrito” (LACOMBE, 2004, p. 185).
11
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
1.2 Resumo e introdução
Resumo: a elaboração de um resumo deve conter os elementos essenciais de todo o desenvolviemto do 
trabalho, de forma a permitir ao leitor, ter uma ideia geral da produção acadêmica: artigos científicos, monografias 
dissertações e teses. 
Itens do resumo:
 Tema do trabalho: descrever com clareza a temática do trabalho pesquisado;
 O objetivo geral: num trabalho acadêmcico, via de regra tem seus objetivos geral (ou final) e os específicos 
(ou intermediários), sendo apropriado no resumo se descrever o objetivo maior do trabalho, que é o seu 
objetivo geral ou final;
 O problema: o trabalho de pesquisa acadêmica requer do investigador buscar respostas às questões 
de pesquisas e ao problema. Este último, refere-se à problemática da análise da pesquisa, sendo um 
questionamento a ser investigado e que no final da pesquisa resultará em uma resposta. Por exemplo: até 
que ponto, investimentos em qualificação docente, refletem numa maior aprendizagem e aprovação do 
corpo discente da UEMA?;
 A hipótese: é uma afirmativa prévia do pesquisador, se configurando numa premissa, numa cença, como se a 
pesquisa já tivesse sido realizada, com uma afirmativa de resposta ao problema, e no final da pesquisa será 
confirmada ou negada. Ex.: investimentos em qualificação docente reflete favoravelmente na aprendizagem 
e aprovação do corpo discente da UEMA;
 Metodologia: na metodologia deve conter os elementos de como o trabalho acadêmico será desenvolvido 
no tempo e espaço, tais como a delimitação, categorias de análise, tipo de pesquisa, universo e amostra, 
coleta, análise e tratamento dos dados, e limitações. No resumo, deverá ser descrita de forma sucinta e 
objetiva, porém entendível para que o leitor perceba com clareza o método utilizado no trabalho acadêmico;
 Resultados e conclusões: de forma objetiva, quais os resultados e conclusões obtidas na investigação, 
tanto na literatura, como no trabalho de campo (se for o caso);
 Palavras – chave: descrever os principais termos utilizados que caracterizam o trabalho.
Descrevem-se esses elementos essenciais do resumo e da Introdução.
12
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
GESTÃO PÚBLICA INTEGRADA: APLICAÇÃO DA GESTÃO PROFISSIONAL EMPREENDEDORA NAS 
ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS
Resumo
O artigo tem como objetivo despertar reflexões críticas do impacto da Gestão Pública Integrada nas Organizações 
Públicas e os reflexosno comportamento organizacional e social, a partir da análise da literatura e de casos 
específicos de aplicação do Modelo de Gestão Profissional Sustentável, fundamentada no Empreendedorismo. 
Foi analisado o problema de “como o modelo da Gestão Pública Integrada impacta na Gestão Profissional 
Empreendedora em Organizações Públicas e na sociedade”, diante da hipótese de que “a Gestão Pública 
Integrada, favorece a perenidade das organizações públicas e a sociedade”. Com base na análise da literatura 
e nos dados da pesquisa de campo nas Micro, Pequenas e Médias Empresas da amostra industrial, nos 
hospitais e universidades públicas, os resultados e conclusões sugerem que a aplicação do Modelo da Gestão 
por Sustentabilidade Integrada favorece a gestão, o sucesso e a perenidade das empresas da amostra e que 
a Gestão Pública Integrada, oriunda da Gestão Profissional Empreendedora é eficaz para a perenidade das 
organizações públicas e privadas, trazendo benefícios para a sociedade, sendo disponibilizado um Programa 
de Desenvolvimento para capacitação dos gestores.
Palavras-chave: Gestão Pública. Gestão por Sustentabilidade Integrada. Perenidade. Empreendedorismo. 
Sociedade.
 
 
Numa outra análise de resumo, convém diferenciarmos um resumo de estudo, de um resumo acadêmico ou 
abstract. Tenório e Lopes (2006, p. 2) descrevem em um artigo essa diferenciação e diretrizes para elaboração 
de resumos. O resumo acadêmico ou abstract é um resumo feito pelo próprio autor e colocado nas primeiras 
páginas de um artigo, uma monografia, uma dissertação, uma tese; um resumo aplicá-se sempre aos textos, é 
uma apresentação mais curta do seu conteúdo. 
Enfatizam que não é apropriado falar do resumo do pensamento de um autor, e sim falar ou escrever a síntese 
do pensamento de um autor. Devemos pedir um resumo de um texto como um todo e a síntese do pensamento 
de um determinado autor contida em um determinado texto ou obra, assim é mais apropriado. A síntese busca a 
Descreve-se a seguir, um resumo acadêmico de um artigo científico do Prof. Polary, 
aprovado e apresentado no XVIII ENGEMA – FEA – USP (POLARY, 2016).
Acesse o artigo científico “Gestão Pública Integrada: aplicação da gestão profissional 
empreendedora nas organizações públicas”, (POLARY, 2016), pelo site http:// http://
bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/9978.
13
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
apresentação do pensamento de um autor de forma lógica, buscando partir dos elementos mais simples do mesmo, 
criando as condições para a compreensão do essencial daquele pensamento. Atenção ao exemplo a seguir.
Podemos dizer sinteticamente que, o pensamento de Marx parte da mercadoria enquanto elemento mais 
representativo da sociedade capitalista e, por isso mesmo, rica em determinações. A partir dos elementos 
constitutivos e contraditórios que compõem o fenômeno “mercadoria”, a saber, capital e trabalho, o referido autor 
demonstra a contradição fundamental que explica a essência mesma das modernas sociedades capitalistas 
industriais. Com isso busca apanhar a realidade em suas múltiplas determinações, sendo uma síntese das 
ideias econômicas de Marx contidas em “O Capital”, tomo I, volume I.
Prosseguindo, o objetivo da síntese é trazer presente ao debate, rapidamente, o pensamento daquele autor. É 
uma composição rápida dos elementos constitutivos de uma doutrina. Academicamente não é apropriado 
solicitar uma síntese de um texto, e sim o resumo, sendo mais apropriado solicitar a síntese de uma 
doutrina ou do pensamento de determinado autor. Por outro lado, uma sinopse (do latim Synopsis: igual forma 
em grego sym, junto; opsis, vista: vista de conjunto) diferentemente da síntese, visa apresentar em conjunto 
uma obra ou uma doutrina. 
Já um resumo, pode trazer em sua abordagem tanto uma síntese como uma sinopse das ideias do autor, isso 
dependerá do objetivo a que se destina o resumo. Em geral, os resumos acadêmicos (Abstract) devem conter 
uma síntese das ideias do autor. É um grande instrumento de estudo, na medida em que, é o meio ideal 
para registrar nossas leituras durante um curso de graduação ou pós-graduação. Para Tenório e Lopes (2006, 
p. 4), os resumos devem seguir o seguinte esquema: 
a) Citação bibliográfica do texto lido de acordo com a ABNT (NBR 6023), com inclusão do número de páginas 
do texto que está sendo resumido; 
b) Caso seja longo, e estruturado em capítulos o texto a ser resumido, descrever a organização dos capítulos e os 
temas abordados pelos mesmos. Em se tratando de um texto curto descrever apenas o tema abordado pelo autor; 
c) Descrição clara do problema abordado pelo autor no texto; 
d) Descrição das conclusões apresentadas pelo autor (ideias centrais) e os argumentos por ele utilizados. 
Descrevem ainda, que um resumo não deve conter um julgamento crítico das ideias 
do autor (mesmo sendo um abstract elaborado pelo próprio autor do texto), devendo 
ao máximo ser fiel na descrição das ideias e na argumentação do autor, pois o 
objetivo é de registro e não de julgamente, e necessariamente é bem mais curto 
que o texto original, pois servirá de memória do texto lido. A sugestão é que um 
resumo de estudo também tenha um tamanho de 400 palavras ou 3800 caracteres 
com espaço (considerando-se um texto escrito em times new roman 12, com 
espaçamento de 1,5).
14
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Por outro lado, quando o resumo é utilizado com o objetivo de ajudar na qualidade da leitura de um texto, visa 
outro propósito, pelo maior cuidado com as palavras e com a ideia geral provocado pela escritura. Neste caso, 
é possível solicitar-se em um curso, disciplina que o estudante faça um resumo com algum detalhamento, 
fixando-se também, em algo que vai além dos argumentos que busca o encadeamento das ideias e figuras de 
apoio, busca as premissas, a compreensão das metáforas através do conjunto. 
Assim sendo, o tamanho do resumo pode variar e ser maior que o padrão sugerido, pois, se pretendem maiores 
detalhes, sendo preciso se aproximar, dar um zoom nos detalhes buscando captar a expressão do significado 
do texto como um todo.
Itens da introdução: convém que sejam mantidos os mesmos itens do resumo para a identificação do leitor, 
descritos numa outra redação, porém sem alterá-los, podendo até expandi-los, como no caso dos objetivos, ou 
seja descrever além do objetico geral os específicos. 
Para Garcia (2000), a introdução apresenta o tema e indica aos leitores a linha do trabalho, sua motivação 
e o plano da obra, com alguns elementos das conclusões alcançadas; menciona a importância do trabalho e 
justifica contextual e pessoalmente a necessidade da sua realização, devendo ambientar o leitor. Deve ainda, 
citar fatos históricos importantes e trabalhos clássicos; a caracterização do problema, as justificativas e as 
hipóteses podem ser incluídas na introdução ou destacadas à parte, quando for o caso. Autores podem ser 
citados, mas não se trata de revisão. 
Prosseguindo, uma ênfase do referencial teórico nos itens da contextualização do trabalho, da forma que foi 
desenvolvido em partes ou capítulos, ou seja, coerente com os itens do súmário que contempla o todo o trabalho.
Para Silva et al. (2009, p. 4), como uma visão geral, a introdução mostra panoramicamente o assunto que será 
tratado ao longo do trabalho bem como sob qual aspecto – delimitação do assunto (tematização), na introdução 
indica-se também o objetivo do trabalho. Enfatiza que os trabalhos científicos focalizam uma questão a partir 
de um objeto de investigação, busca com a investigação apontar uma possível solução, portanto o objeto de 
investigação deve suscitar um problema. Medeiros (2006, p. 233) descreve: “Se não há problema para resolver, 
não há porque iniciar a pesquisa e a redação da monografia” 
Acesse “Diretrizespara elaboração de resumos, resenhas e artigos Científicos” 
(TENÓRIO & LOPES, 2006), pelo site: https://pt.scribd.com/doc/29338973/Resumo-
Resenha-Artigo-Científico.
Acesse “Normas para elaboração de dissertações e monografias” (GARCIA, 2000), on-line 
pelo site: http://dicionario.sensagent.com/trabalho%20academico/pt-pt/.
15
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Prosseguindo, a resolução do problema exige um método de investigação específico que possui íntima relação 
com o problema, por isso, a introdução, como visão geral do trabalho deve também indicar a metodologia de 
investigação aplicada (levantamento bibliográfico, pesquisa de campo, uso de questionários e pesquisa de 
laboratório). Também engloba a abordagem que será dispensada ao tema, ou seja, o método. 
1.3 Administração: do pioneirismo à ciência da Administração
Administração das civilizações antigas: na evolução do pensamento administativo, Silva (2004, p. 86) 
descreve desde as civilizações antigas os principais marcos, os quais são relevantes para compreendermos 
como a administração evoluiu até a fase atual da pesquisa acadêmica, em que destacaram-se: 
 Salomão, um governante bíblico, dirigiu a elaboração de acordo de comércio, administrou programas de 
constituição e modelou tratados de paz no século X a.C. No Egito, a construção da pirâmide de Quéops 
envolveu o trabalho de mais de 100 mil homens, durante 20 anos, em que isso equivale à administração 
e direção dos esforços de uma cidade-empresa de 100 mil habitantes. Na Babilônia, o império que se 
desenvolveu no vale dos rios Tigre e Eufrates, também forneceu muitos exemplos de práticas administrativas;
 O Código de Hamurabi representou um pensamento administrativo no período de 2000 a 1700 a.C. Na 
China, a Constituição de Chow, escrita em 1100 a.C., é um catálogo dos servidores civis do imperador, 
desde o Primeiro Ministro até os criados domésticos; 
 A Grécia desenvolveu um governo democrático, com todas as complexidades que um governo desse tipo 
acarreta, estando lá a origem do método científico, que influenciou a administraço e os estudiosos da Teoria 
Administrativa. Os romanos, se voltaram para o modo mais eficiente de organizar e controlar o império, com 
controle sobre 50 milhões de pessoas num território que se estendia da Grã-Bretanha até a Síria, incluindo 
parte da Europa e todo o norte da África. Dentre os hebreus, Moisés, um grande líder e um administrador 
que organizou e conduziu o êxodo dos hebreus, libertando-os da escravidão egípcia. Ciro, um líder militar 
e governante grego de a.C. forneceu exemplos do pensamento da época sobre Administração; 
A introdução de um trabalaho para fins acadêmicos deve apresentar (SILVA et 
al., 2009, p. 5):
 Objeto de trabalho e sua delimitação (estabelecimento claro dos limites da pesquisa; 
estágio de desenvolvimento do assunto; objetivo; problema/problematização; 
hipóteses e variáveis; justificativa; metodologia utilizada na pesquisa; destaque de 
fontes bibliográficas utilizadas; referências às partes do trabalho; possibilidade de 
contribuição da pesquisa desenvolvida, sem anunciar conclusões e soluções.
16
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
 A Igreja Católica Romana, que é a organização formal mais velha do mundo, foi uma herança do império 
romano. No segundo século D.C., os líderes reconheceram a necessidade de definir a doutrina e a conduta 
das atividades cristãs, tendo como resultado uma grande organização religiosa e uma fonte centralizada de 
autoridade no Papa. Na Administração Medieval no século XV, Veneza era uma cidade-estado florescente, 
com uma grande frota mercantil privada, logo, para fins de defesa, a cidade abriu seu próprio estaleiro, o 
arsenal em 1436, sendo que no século XVI, era, provavelmente, a maior instalação industrial do mundo; 
 No Sistema Feudal, desde a queda do Império Romano, em 476 a.C., até por volta de 1450, a Europa 
testemunhou o seu desenvolvimento, em que o rei possuía toda a terra, dividindo parte com os nobres, em 
troca de apoio militar e financeiro. Os senhores feudais, permitiam que as pessoas de classes inferiores 
vivessem e trabalhassem em áreas das terras, em troca de uma parte das colheitas ou impostos. No nível 
mais baixo da pirâmide, estavam os servos, que recebiam proteção e nasciam com um vínculo hereditário 
a um ou outro senhor ou lorde de nível inferior; 
 No Sistema da Indústria Caseira, existia a forma transicional de manufatura entre o artesanato e os sistemas 
fabris, surgido no século XV e prosseguindo até cerca de 1700, caracterizado pela entrega de matéria-prima 
nas casas ou cabanas de trabalhadores. O Sistema Fabril no século XVII, em concorrência com o sistema 
da indústria caseira, e por fim, superando-o como forma predominante de produção, tomou forma; 
 A Revolução Industrial iniciou por volta de 1700, e o progresso tecnológico que a define, forneceu o meio 
para uma escala de produção enormemente aumentada. Surgiu uma “revolução” na Inglaterra no final do 
século XVIII, que marcou o início de um avanço tecnológico com a substituição do trabalho humano pelo da 
máquina, em que a mão de obra foi dividida e cada pessoa se especializava em uma tarefa. 
Atenção aos períodos:
 De 1760 a 1850: a “grande mudança” se restringe à Inglaterra, a “oficina do mundo”, 
com a produção de bens de consumo, os têxteis e a energia a vapor; de 1850 a 
1900: se espalha pela Europa, América e Ásia, em países como Bélgica, França, 
Alemanha, Itália, Estados Unidos, Japão e Rússia. Cresce a concorrência, a indústria 
de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem, novas formas de 
energia, como a hidrelétrica e o petróleo passam a ser utilizadas; de 1900 até os dias 
atuais: grandes conglomerados industriais, com produção automatizada, explosão 
da sociedade de consumo e dos meios de comunicação, avançaram as indústrias 
química e eletrônica, a engenharia genética e outras atividades. A Revolução 
Industrial é que teve maior impacto no estudo e na prática da Administração.
17
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Dentre os pioneiros do estudo da Administração, destacaram-se (SILVA, 2004, p. 104): Adam Smith (1723-
1790 - Escócia), economista clássico que mostrou extraordinário conhecimento das funções administrativas 
e à divisão do trabalho e seus benefícios. Sua obra, A Riqueza das Nações, coloca-o entre os intelectuais do 
mundo moderno. Robert Owen (1771-1858 – País de Gales) chamou a atenção aos problemas humanos das 
industrializações para ajudar na disciplina e motivação. 
Prosseguindo, Charles Babbage (1792-1871 - Inglaterra), reconhecido como o fundador da pesquisa 
operacional e da Ciência da Administração. Daniel McCallum (1815-1878 - Escócia) buscou um sistema 
de organização que levasse a uma melhoria no desempenho. Henry Poor (1812-1905 - EUA) concebeu a 
Ciência da Administração em três princípios: organização, comunicação e informação, sendo um dos maiores 
contribuidores do pensamento administrativo. 
Nessa cronologia, decorreu uma evolução conceitual da Administração. Temos: 
Historicamente, para Silva (2004, p. 4) há três abordagens principais para o estudo da Administração. A 
Administração era vista como:
 a) um conjunto de funções: é a abordagem funcional de empenho de certas funções ou atividades para levar 
adiante seus trabalhos;
 b) uma série de papéis: é similar à funcional, mas focaliza um conjunto diferente de ações administrativas; 
c) a aplicação certas habilidades específicas: capacidade de aplicar um conjunto particular de qualificações, se 
desejam obter sucesso em seus cargos.
As funções da administração, são aquelas atividades básicas que devem ser desempenhadas por Administradores 
para alcançar resultados determinados e/ou esperados pelas organizações. Essas funções, segundo Silva(2004, p. 10), constitui o processo adimunistrativo e são: Planejamento, Organização, Direção e Controle.
Nesse contexto, uma reflexão se faz necessária. Seriam essas as funções Universais da Administração?
Há várias definições de Administração e classificadas em categorias. Na escola funcional, nas visões de 
MCFarland, de Henry Fayol e de George Terry, descrito por Silva (2004, p. 6), temos: Administração é um 
processo distinto, que consiste no planejamento, organização, atuação e controle, para determinar e alcançar 
os objetivos da organização pelo uso de pessoas e recursos (George Terry). 
Conjunto de princípios e normas que tem por objetivo planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços de um 
grupo de indivíduos que se associam para atingir um resultado comum (LACOMBE & HEILBORN, 2006, p. 48).
Acesse “Administração: Princípios e tendências” (LACOMBE & HEILBORN, 2006), 
on-line pelo site: https://pt.slideshare.net/LeonardoBuenoTeixeir/aula-01-impressa-
introduo-a-administrao.
18
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Definições de Administração:
 Administração científica: originou-se na Perspectiva Clássica da Adminisstração (1890-1950), tendo 
como pioneiro Frederick W. Taylor (1856-1915) , que com os seus Livros Administração de Oficinas (Shop 
Management), em 1903 e Princípios de Administração Científica em 1911, sugere que a Administração deveria 
aplicar métodos científicos de pesquisa e experimento, princípios e processos padronizados; 
Do seu livro Princípios de Administração Científica, como descreve Silva (2004, p.122), Taylor via a Administração 
Científica de modo amplo, em que consiste fundamentalente de certos princípios gerais amplos, uma certa 
filosofia, que pode ser alicada de muitos modos. Dentre as suas caracterísiticas, destacaram-se: Ciência em 
lugar de empirismo; harmonia em vez de discórdia; cooperação, não individualismo; máxima produção e não 
restrição da produção; desenvolvimento de cada homem para a sua máxima eficiência e prosperidade.
Taylor descreveu quatro princípios básicos da Administração Científica: 1. Desenvolvimento de um método 
científico para o trabalho dos operários; 2. Estabecimento de um processo científico de seleção e treinamento 
do operário; 3. Cooperação entre gerência e operários; 4. Divisão do trabalho dos operários em função da sua 
especialização.
Seguidores de Taylor, descrito por Vieria (2004, p. 126), Frank (1866-1924) e sua esposa Lilian Gilberth (1878-
1972) - Estudo da Fadiga; Henry Grant (1861-1919) – Gráfico de Grant; Carl Barth (1860-1939) – complexos 
problemas de matemática nos experimentos de corte de metais; Harrington Emerson (1853-1931) – 12 princípios 
de eficiência. Morris Cooke (1872-1960) – Princípios e técnicas de Administração Científica nos campos do 
Governo e Educação; Henry Ford (1863-1947) - Princípios da Produtividade, produção em massa, em série e 
em cadeia contínua. Linha de montagem; dentre outros. 
Já a Ciência da Administração, na concepção atual não pode ser apontada como ciência exata, como as 
ciências naturais, porque trata com seres humanos. É uma Ciência Social, inexata, que lida com fenômenos 
complexos, mas é científica. Silva (2004, p. 25) descreve administração como ciência ou arte e como Profissão, 
e no Brasil, a Lei nº.4.769/65-CFA define a Administração como Profissão Liberal.
 Administração como Ciência: corpo sistematizado de conhecimentos, baseados em certos princípios 
capazes de aplicação generalizada (SILVA, 2004, p. 29);
 Administração como Arte: de acordo com Terry, descrito por Sillva (2004, p. 30), arte é conseguir um 
resultado desejável por meio de aplicação de habilidade. 
Taylor teve uma visão de organização formal, com ênfase nos aspectos internos e 
foco na produção; modelo de homem econômico (HOMOECONOMICUS).
19
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Para Silva (2004, p. 4), uma teoria administrativa explica e prediz o comportamento das organizações e dos 
seus membros. É um conjunto de conceitos e ideias que explica e prediz fenômenos sociais e físicos. Há as 
teorias de configurações - desenvolvidas pelos próprios estudiosos ou aprendidas de outros com o tempo e 
como resultados das experiências. Há as teorias científicas - desenvolvidas por meio de métodos científicos. 
Somente a experiência pode não ser válida e somente a metodologia não garante sucesso, mas as pessoas 
podem adquirir teoria e experiência prática ao mesmo tempo, seja por meio de programas de trabalho-estudo 
ou de treinamentos.
Fonte: Silva (2004, p. 5). Adaptado de Kreitner, Robert, Managment, 8. ed. Boston, Houghton Miflin, 2001, p. 25.
1.4 O Método científico da pesquisa acadêmica em Administração 
Na Administração como Ciência Social, os princípios que governam a formulação de metas, hipóteses, coleta 
de dados, análise e interpretação dos fatos, teste de conclusões e alcance das soluções, são os mesmos 
aplicados nas demais ciências, porém adequados às características da Ciência Social, em que predominam a 
subjetividadade, as probabilidadades e as tendências.
Pesquisa acadêmica em Administração: investigação sistemática que fornece informações para orientar 
as decisões empresariais. O seu desenvolvimento em administração está, comparativamente com as 
outras ciências, em um estágio de formação. A pesquisa em administração tem origem muito mais recente 
e é, em grande parte, patrocinada pelas organizações empresariais que esperam atingir alguma vantagem 
competitiva. A pesquisa física é normalmente conduzida sob condições controladas em laboratório; a pesquisa 
em administração raramente é; a pesquisa em administração normalmente lida com tópicos como atitudes 
humanas, comportamento e desempenho.
Mesmo com esses obstáculos, os pesquisadores estão fazendo grandes progressos na área científica; novas 
técnicas estão sendo desenvolvidas e rigorosos procedimentos avançam. Computadores e métodos analíticos 
poderosos contribuíram para esse movimento, mas um maior entendimento dos princípios básicos da pesquisa 
bem fundamentada é mais importante.
TEORIA PRÁTICA
Definições; fatos relevantes; 
conceitos; técnicas; orientações;
palestras e seminários.
Integração sistemática da teoria 
e prática nos meios significativos 
e úteis da administração.
Experiência simulada. Casos 
para estudo. Participação em 
eventos específicos.
20
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Quadro 1 - Características que definem o método científico de pesquisa em Administração
Fonte: Cooper e Schindler (2004).
CARACTERÍSTICAS O QUE O ADMINISTRADOR DEVERIA BUSCAR EM UMA PESQUISA FEITA POR TERCEIROS OU INCLUIR EM PESQUISA AUTO CONDUZIDA
•	 Propósito 
claramente definido
O pesquisador distingue entre o sintoma do problema organizacional, a 
percepção que o gerente tem do problema e o problema de pesquisa.
•	 Processo de 
pesquisa detalhado
O pesquisador fornece uma proposta de pesquisa completa.
•	 Projeto de pesquisa 
totalmente planejado
Procedimentos exploratórios são destacados com construções definidas; 
Unidade de amostragem é claramente descrita junto com a metodologia de 
amostragem; Procedimentos de coleta de dados são selecionados e planejados.
•	 Limitações reveladas 
francamente
O procedimento desejado é comparado com o procedimento real no relatório; 
A amostragem desejada é comparada com a amostragem real no relatório; O 
impacto nos resultados e nas conclusões é detalhado.
•	 Altos padrões éticos 
aplicados
Existem salvaguardas para proteger os participantes do estudo, as organizações, 
os clientes e os pesquisadores; As recomendações não excedem o escopo do 
estudo; A metodologia do estudo e suas limitações refletem a preocupação do 
pesquisador com a acuidade.
•	 Análise adequada 
às necessidades do 
tomador de decisão
Resultados suficientementedetalhados são associados aos instrumentos de 
coleta. 
•	 Resultados 
apresentados de 
forma não-ambígua
Os resultados são apresentados claramente em palavras, tabelas e gráficos; Os 
resultados são organizados de forma lógica para facilitar a tomada de decisão 
do gerente em relação ao problema; Um resumo executivo de conclusão é 
destacado; Um índice detalhado acompanha as conclusões e a apresentação 
de resultados.
•	 Conclusões 
justificadas
As conclusões para tomada de decisões são associadas a resultados 
detalhados.
•	 Experiência refletida 
do pesquisador
O pesquisador fornece sua experiência / suas credenciais junto com o relatório.
21
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Resumo
Vimos que a Universidade busca produzir conhecimento novo, ser espaço de criação e de inovação, em que 
realiza sua função social, propiciando a formação profissional, científica e política. Estudar é aprender, que 
para Demo (2008), não é resultado de instrução ou da ação de um professor, mas sim de reflexão, de crítica, de 
pesquisa, de elaboração de ideias de quem está estudando. No processo da leitura, Zanella (2012) aponta dois 
conjuntos: o 1º - delimitação da unidade de leitura e análise textual; e o 2º - atividades de análise textual, análise 
temática, análise interpretativa, a problematização e a síntese, ou conclusão pessoal. Na análise temática, 
Zanella (2012) desceve o quão importante salientar que as ideias do texto foram elaboradas pelo autor e deve 
citar a fonte, se não, é plágio - que significa apresentar como seu um trabalho ou uma ideia que não é sua. 
Nas técnicas de leitura, há diferentes formas: de sublinhar, de esquematizar, de resumir e de documentar. Na 
elaboração de um resumo, deve conter os elementos essenciais do desenvolviemto do trabalho, de forma a 
permitir ao leitor ter uma ideia geral da produção acadêmica; e na introdução, manter os mesmos itens do 
resumo, uma ênfase do referencial teórico, e uma contextualização do trabalho como um todo. Na evolução do 
pensamento administrativo considerar os antecendentes históricos, os pioneiros do estudo da administração 
e seus seguidores e entender a diferencia conceitual da Administração tradicional, Administração Científica, 
Administração como Ciência Social. O método científico da pesquisa acadêmica em Administração possui 
características específicas que o definem; e na pesquisa em Administração, os princípios que governam a 
formulação de metas, hipóteses, coleta de dados, análise e interpretação dos fatos, teste de conclusões e 
alcance das soluções, são os mesmos aplicados nas demais ciências, porém adequados às características 
das Ciência Sociais.
 ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1 Descreva e comente sobre os aspectos relevantes quando da leitura, análiase e interpretação de textos que 
favorecema aprendizagem do aluno, na visão de Demo (2008), Zanella (2012) e suas percepções nesse 
processo de aprendizagem.
2 Apresente os elementos essenciais de um resumo e de uma introdução de um trabalho acadêmcico, 
conceituando-os de forma sucinta e objetiva.
3 Do pioneirismo da Administração até a atualidade, a literatura administrativa apresenta seus antecedentes, 
os pioneiros e a evolução conceitual da Administação. Apresente a diferença entre Administração 
Científica e Administação enquanto Ciência Social e comente sobre a relevância da pesquisa acadêmica 
em Administração para a academia e as organizações. Apresente e comente também sobre as principais 
características do Método Científico da Pesquisa em Administação. 
22
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
 Referências
BRASIL. Projeto Pedagógico do Curso Bacharelado em Administração Pública modalidade a distância. 
Ministério da Educação, 2008.
COOPER, Donald R; SCHINDLER, Pámela S. Métodos de Pesquisa em Administração. 7. ed. Porto Alegre: 
Bookman Editora, 2004.
CFA. Lei nº 4.769 de 09 de setembro de 1965. Publicada no D.O.U. de 13/09/65, p. 9.337 e retificada no 
D.O.U., de 16/09/65, p. 9.531.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três textos que se completam. 3.ed. São Paulo: Autores 
Associados: Cortez, 1983. p.11-24 (Coleção Polêmicas do nosso tempo.).
GARCIA, Mauricio. Normas para elaboração de dissertações e monografias. São Paulo: Universidade do 
Grande ABC, 2000.
LACOMBE, Francisco; HEILBORNE, Gilberto. Administração: Princípios e tendências. 1. ed. São Paulo: Ed. 
Saraiva, 2006.
LACOMBE, Francisco. Dicionário de Administração. São Paulo: Saraiva, 2004.
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 8. ed. São Paulo: 
Atlas, 2006. p. 240.
POLARY, Ilmar. Gestão Pública Integrada-GPI: aplicação da Gestão Profissional Empreendedora-GPE nas 
Organizações Públicas. Artigo Científico aprovado e apresentado no XVIII ENGEMA. São Paulo: FEA-USP, 2016.
SILVA, R. O. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Tompson Learning, 2004.
TERRY, George. Principles of management. Richard Irwin, 1953.
ZANELLA, Liane C. H. Metodologia de estudo e de pesquisa em administração 2. ed. Florianópolis: 
Departamento de Ciências da Administração-UFSC, 2012.
23
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
CONHECIMENTO E CIÊNCIA: 
métodos das ciências sociais e 
pesquisa
2.1 Conhecimento e ciência, Natureza e tipos de ciências
Conhecimento e ciência: conhecimento é o acúmulo de informações de cunho intelectual, com o domínio 
teórico ou prático acerca de um assunto, científico ou não. Para Gil (2008, p. 1), pela observação, o ser 
humano adquire grande quantidade de conhecimento. Entretanto, essa forma de conhecimento, não satisfaz 
os espíritos mais críticos, pois a observação casual dos fatos conduz a graves equívocos. 
O autor considera ciência como uma forma de conhecimento que tem por objetivo formular, mediante 
linguagem rigorosa e apropriada - se possível, com auxílio da linguagem matemática -, leis que regem os 
fenômenos. Pode-se definir ciência mediante a identificação de suas características essenciais. Assim pode 
ser caracterizada como uma forma de conhecimento objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível.
Atenção para as características:
 O conhecimento científico é objetivo porque descreve a realidade independente dos caprichos do 
pesquisador; 
 É racional porque se vale sobretudo da razão, e não de sensação ou impressões, para chegar a seus 
resultados; 
 É sistemático porque se preocupa em construir sistemas de ideias organizadas racionalmente e em incluir 
os conhecimentos parciais em totalidades cada vez mais amplas; 
 É geral porque seu interesse se dirige fundamentalmente à elaboração de leis ou normas gerais, que 
explicam todos os fenômenos de certo tipo; 
OBJETIVOS
Descrever a diferença entre conhecimento e ciência, as peculiaridades das ciências sociais, definindo 
os seus métodos, os meios técnicos de investigação e a metodologia;
Descrever os tipos e técnicas de pesquisa aplicáveis na investigação científica da Administração, 
reconhecendo a importância da produção científica para a universidade e a prática no contexto 
organizacional.
24
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
 É verificável porque sempre possibilita demonstrar a veracidade das informações; e
 É falível porque, ao contrário de outros sistemas de conhecimento elaborados pelo homem, reconhece sua 
própria capacidade de errar.
Para Netto (2006, p. 1), Ciência é a expressão máxima da capacidade racional humana em explicar as causas 
dos fenômenos naturais, sociais e humanos.
Natureza e tipos de ciência: há conhecimentos que não pertencem à ciência, como o conhecimento vulgar, 
o religioso, e em certa acepção, o filosófico (GIL, 2008, p. 2). Descreve ainda, que poucas coisas em ciência 
são tão controversas quanto suadefinição, havendo mesmo autores que consideram essa discussão insolúvel. 
No entanto, a partir das características essenciais da ciência, torna-se possível, em boa parte dos casos, 
distinguir entre o que é ciência e o que não é. Há situações, entretanto, em que não se torna possível determinar 
com toda clareza se determinado conhecimento pertence à ciência ou à filosofia. Estas situações ocorrem 
sobretudo no domínio das ciências humanas. 
Classificação das ciências: pode-se classificar as ciências, em duas grandes categorias: formais e empíricas 
(GIL, 2008, p. 3). As formais tratam de entidades ideais e de suas relações, sendo a Matemática e a Lógica 
Formal; as empíricas tratam de fatos e de processos, em que incluem-se ciências como a Física, a Química, a 
Biologia e a Psicologia. 
As ciências empíricas, por sua vez, podem ser classificadas em naturais e sociais. Dentre as ciências naturais 
estão: a Física, a Química, a Astronomia e a Biologia; e dentre as ciências sociais estão: a Sociologia, a 
Antropologia, a Ciência Política, a Economia e a História. 
A Psicologia, a despeito de apresentar algumas características que a aproximam das ciências naturais, constitui 
também uma ciência social. Isto porque, ao tratar do estudo do comportamento humano, trata-o sobretudo a 
partir da interação entre os indivíduos. 
Peculiariedades das ciências sociais: foram constituídas principalmente no século XIX, sob a influência 
da orientação positivista de Augusto Comte. As ciências sociais, fundamentadas nessa perspectiva, supõem 
que os fatos humanos são semelhantes aos da natureza, observados sem ideias preconcebidas, submetidos 
à experimentação, expressos em termos quantitativos e explicados segundo leis gerais. Esse modelo logo 
passou a ser questionado, pois ficaram claras as suas limitações, em que torna-se necessário reconhecer que 
os objetos das ciências humanas e sociais são muito diferentes dos das ciências físicas e biológicas. Gil (2008, 
p. 4) ressalta algumas das dificuldades das Ciências Sociais:
 O problema da objetividade: Emile Durkheim (1973), um dos pioneiros da investigação científica nas 
Ciências Sociais, estabeleceu em “As regras do método sociológico”, que a primeira e mais fundamental regra 
para o sociólogo é tratar os fatos sociais como coisas. Trata-se de clara tentativa de adotar nas ciências sociais 
procedimentos semelhantes aos das ciências naturais, plenamente consoantes com a doutrina positivista;
25
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
 O problema da quantificação: é impossível negar que o cientista social lida com variáveis de difícil 
quantificação. Contudo, o problema da quantificação em ciências sociais, se analisando com a merecida 
profundidade, mostrar-se-á bem menos crítico do que aparenta;
 O problema da experimentação: o experimento em investigações sociais é bem pouco utilizado, visto 
que, de modo geral, o cientista não possui o poder de introduzir modificações nos fenômenos que pretende 
pesquisar, lhe cabendo indagar se de fato o experimento controlado é realmente indispensável para a obtenção 
de resultados cientificamente aceitáveis; 
 O problema da generalização: se as pesquisas nas ciências naturais com frequência conduzem ao 
estabelecimento de leis, nas ciências sociais não conduzem mais do que à identificação de tendências. O 
máximo que um pesquisador experiente pode almejar é a construção de teorias, que provavelmente não serão 
tão gerais quanto ele gostaria que fossem.
2.2 Métodos das ciências sociais, Meios técnicos de investigação, Metodologia
Método: caminho para se chegar a um determinado fim. 
 Método científico: conjunto de procedimentos intelectuais adotados para se atingir o conhecimento 
(GIL, 2008, p. 8). Dentre os métodos de investigação, destacara-se:
Método dedutivo - parte do geral e, a seguir, desce ao particular. Princípios reconhecidos como verdadeiros, proposto 
pelos racionalistas (Descartes, Spinoza e Leibuiz), onde só a razão é capaz de levar a conhecimentos verdadeiros, 
irrecusáveis. Larga aplicação nas ciências como a Física e a Matemática, e restrito nas ciências sociais. Exemplo a seguir:
Todo homem é mortal. (premissa maior)
Pedro é homem. (premissa menor)
Logo, Pedro é mortal. (conclusão)
Os fatos sociais dificilmente podem ser tratados como coisas, pois são produzidos por seres 
que sentem, pensam, agem e reagem, sendo capazes, portanto, de orientar a situação 
de diferentes maneiras. Da mesma forma, o pesquisador, pois ele é também um ator que 
sente, age e exerce sua influência sobre o que pesquisa. É preciso admitir que o princípio 
da objetividade, tão raro ao Positivismo, aplica-se precariamente às ciências sociais, posto 
que não há como conceber uma investigação que estabeleça uma separação regida entre o 
sujeito e o objeto. 
Os resultados obtidos nas pesquisas não são indiferentes nem à forma de sua obtenção 
nem à maneira como o pesquisador vê o objeto. Por essa razão é que nas ciências sociais 
a discussão acerca da relação sujeito-objeto é relevante. O que justifica a existência de 
diferentes quadros de referência para análise e interpretação dos dados.
26
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
 Método indutivo - parte do particular para a generalização, posterior do trabalho de coleta de dados 
de observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade. Proposto pelos Empiristas 
(Bacon, Hobbes, Locke e Hume), em que o conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência. 
Exemplo a seguir:
Antônio é mortal. 
Benedito é mortal. 
Carlos é mortal. 
-------------------
Zózimo é mortal. 
Ora, Antônio, Benedito, Carlos... e Zózimo são homens, 
logo, (todos) os homens são mortais.
 Método hipotético-dedutivo: foi definido por Karl Popper a partir de críticas à indução, expressas em 
“A lógica da investigação científica”, obra publicada pela primeira vez em 1935. No método hipotético-dedutivo 
(KAPLAN, 1972, p. 12): 
[...] o cientista, através de uma combinação de observação cuidadosa, hábeis antecipações e 
intuição científica, alcança um conjunto de postulados que governam os fenômenos pelos quais 
está interessado, daí deduz ele as consequências por meio de experimentação e, dessa maneira, 
refuta os postulados, substituindo-os, quando necessário por outros e assim prossegue. Método, 
conforme esquema abaixo:
Fonte: Kaplan (1972, p. 12).
 
 Método dialético - arte do diálogo (Platão). Na Idade Média, utilizado para significar a lógica. Na 
concepção moderna - fundamenta-se para o filósofo Hegel, onde as contradições se transcendem, mas dão 
origem a novas contradições que passam a requerem solução. É de natureza idealista. Privilegia as mudanças 
qualitativas, distinguindo da ótica positivista, que enfatiza os procedimentos quantitativos;
 Método fenomenológico - propõe-se a estabelecer uma base segura, liberta de proposições para 
todas as ciências. Edmund Husserl (1859-1938). Não é dedutivo, nem empírico. 
Problema Conjecturas
Dedução de 
consequências 
observadas
Tentativa de 
falseamento Corroboração
27
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Metodologia: tipologia de raciocínios que devem ser utilizados na investigação sistemática do tema definido. 
A partir dos conhecimentos científicos é que podemos dimensionar o grau de profundidade e extensão com 
que se pretende abordar um tema. 
2.3 Pesquisa: definições, finalidades, níveis, campos, tipos e técnicas
Definições: processo formal e sistemático do desenvolvimento do método científico. Objetiva descobrir 
respostas para problemas, mediante o emprego de procedimentos científicos. A pesquisa social é um processo 
que, utilizando a metodologia científica, permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade 
social (GIL, 2008, p. 26). Para Asti Vera(1979, p. 12), é um problema a definir, examinar, avaliar, analisar 
criticamente, para depois tentar uma solução.
Segundo Ander-Egg (1978, p. 28), significa um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, 
que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir 
verdades parciais. 
Para Rummel (1972, p. 3), dois significados: em sentido amplo, engloba todas as investigações especializadas 
e completas; em sentido restrito, abrange os vários tipos de estudos e de investigações mais aprofundados.
Métodos que indicam os meios técnicos da investigação são:
1 Método Experimental: submeter os objetos de estudo às influências de certas 
variáveis, em condições controladas, para observar os resultados que a variável 
produz no objeto;
2 Método Observacional: observar o fenômeno. É muito utilizado nas ciências 
sociais;
3 Método Comparativo: investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, 
para ressaltar as diferenças e similaridades entre eles;
4 Método Estatístico; aplicação da teoria estatística da probabilidade, sendo 
importante auxílio para investigação em ciências sociais;
5 Método Clínico: relação profunda entre pesquisador e pesquisado. 
Exemplo:pesquisa psicológica ou psiquiátrica para obter ajuda, sobretudo depois 
dos trabalhos de Freud;
6 Método Monográfico: o estudo de um caso em profundidade pode ser considerado 
representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes. Níveis: 
Monografia (graduação e especialização); Dissertação (Mestrado); Tese (Doutorado).
28
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Finalidades da pesquisa: a pesquisa social, segundo Gil (2008, p. 26), pode decorrer de razões de ordem 
intelectual, quando baseadas no desejo de conhecer pela simples satisfação para agir, em que se pode falar 
em pesquisa pura e em pesquisa aplicada.
A pesquisa pura busca o progresso da ciência, desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação 
direta com suas aplicações e consequências práticas, e objetiva a generalização, com vistas na construção 
de teorias e leis. 
A pesquisa aplicada tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e consequências 
práticas dos conhecimentos. É menos voltada para o desenvolvimento de teorias de valor universal, a que 
mais se dedicam os psicólogos, sociólogos, economistas, assistentes sociais e outros pesquisadores sociais.
Níveis de pesquisa: cada pesquisa social tem um objetivo específico, sendo possível fazer grupamentos 
amplos. Selltiz et al. (1967, p. 5) classificam em três estudos: exploratórios, descritivos e os que verificam 
hipóteses causais - denominadas explicativas. Observe:
1 Pesquisa Exploratória - desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas à formulação de 
problemas ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores: levantamentos bibliográficos e documentais, 
entrevistas não-padronizadas e estudos de caso; 
2 Pesquisa descritiva – objetiva a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o 
estabelecimento de relações entre variáveis. Estudar as características de um grupo; o nível de atendimento dos 
órgãos públicos de uma comunidade; e aquelas que visam descobrir a existência de associações entre variáveis;
3 Pesquisa explicativa - identifica os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos 
fenômenos. Explica a razão, o porquê das coisas. 
Campos: a pesquisa social é um processo que utiliza metodologia científica, por meio da qual se pode obter 
novos conhecimentos no campo da realidade social. Segundo Ander-Egg (1978, p. 30), temos: 1. Natureza 
e personalidade humanas; 2. Povos e grupos culturais; 3. A família;4. Organização social e instituição social; 
5. População e grupos territoriais; 6. A comunidade rural; 7. A conduta coletiva; 8. Grupos antagônicos e 
associativos; 9. Problemas sociais, patologia social e adaptações sociais; 10. Teoria e métodos. 
Tipos de pesquisa: variam de acordo com o enfoque do autor, os quais descrevem-se:
Ander-Egg (1978, p. 33) apresenta dois tipos: 1. Pesquisa básica pura ou fundamental - procura o progresso 
científico, a ampliação de conhecimentos teóricos, sem a preocupação de utilizá-los na prática. É a pesquisa 
formal, tendo em vista generalizações, princípios, leis. A meta é o conhecimento pelo conhecimento; 2. 
Pesquisa aplicada - caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados ou 
utilizados, imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade;
Best (1972, p. 12) descreve: a) Histórica – “descreve o que era” e enfoca quatro aspectos: investigação, 
registro, análise e interpretação de fatos ocorridos no passado, para, por meio de generalizações, compreender 
o presente e predizer o futuro; b) Descritiva – “delineia o que é”, abordando quatro aspectos: descrição, registro, 
análise e interpretação de fenômenos atuais, objetivando o seu funcionamento no presente; c) Experimental – 
“descreve o que será”, quando há controle sobre determinados fatores, nas relações de causa e efeito.
29
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Moreira e Caleffe (2006, p. 73) citam a pesquisa não-experimental, sendo recomendada para: 1) descrever e 
explicar eventos e situações como elas existem ou existiram; 2) avaliar produtos ou processos; 3) desenvolver 
inovações. E Classificam outros tipos:
a) Pesquisa bibliográfica; 
b) Pesquisa documental; 
c) Pesquisa histórica; 
d) Pesquisa de levantamento (survey) - é o tipo de pesquisa descritiva mais comum, que inclui a utilização de 
questionários, entrevistas e levantamentos normativos; 
e) Pesquisa de avaliação – coleta de dados por meio de observações, de entrevistas, de questionários, de 
testes e de documentos;
f) Pesquisa correlacional - descobrir associações entre duas ou mais variáveis; 
g) Pesquisa causal-comparativa - explorar uma possível relação de causa e efeito, pois não pode demonstrar 
causa e efeito. Chamada de pesquisa ex post facto (depois do fato) e simplesmente indica que uma variável 
independente existe e não pode ser alterada imediatamente, mas pode ser explorada para ser entendida.
Rummel (1972, p. 8) apresenta quatro divisões: a) Pesquisa bibliográfica - utiliza materiais escritos; b) 
Pesquisa de ciência da vida e ciência física – experimental - tem como campo de atividade o laboratório; c) 
Pesquisa social - visa melhorar a compreensão de ordem, de grupos, instituições sociais e éticas; d) Pesquisa 
tecnológica ou aplicada - prática – aplicação dos tipos de pesquisa relacionados às necessidades imediatas 
dos diferentes campos da atividade humana.
Técnicas de pesquisa: é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte 
(MARCONI & LAKATOS, 2006, p. 62). Atenção. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas: 
1 Documentação indireta: toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que 
sejam os métodos ou técnicas empregados. Pode ainda, sugerir problemas e hipóteses e orientar para outras 
fontes de coleta. É a fase de recolher informações prévias sobre o campo de interesse. O levantamento de 
dados, primeiro passo da pesquisa científica, é feito de pesquisa documental (fontes primárias), e pesquisa 
bibliográfica (fontes secundárias).
a) Pesquisa documental (ou fontes primárias): a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, 
escritos ou não, constituindo o que se predomina de fontes primárias. 
Existem registros em que a característica “primária” ou “secundária” não é tão evidente, o mesmo ocorrendo 
com algumas fontes não escritas. Diferenciação no Quadro 2, a seguir:
30
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Quadro 2 – Diferenciação de Escritos Retrospectivos e Contemporâneos
CONTEMPORÂNEOSESCRITOS OUTROS
PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS
Compilados na 
ocasião pelo autor
Transcritos de 
fontes primárias 
contemporâneas
Feitos pelo autor Feitos por outros
Exemplos
Documentos de 
arquivos públicos
Publicações 
parlamentares e 
administrativas
Estatísticas (censos)
Documentos de 
arquivos privados
Cartas
Contratos
Exemplos
Relatórios de 
pesquisa baseados 
em trabalho de 
campo de auxiliares
Estudo histórico 
que recorre aos 
documentos originais
Pesquisa estatística 
baseada em dados 
do recenseamento
Pesquisa que usa a 
correspondência de 
outras pessoas
Exemplos
Fotografias
Gravações em fita 
magnética
Filmes
Gráficos
Mapas
Outras ilustrações
Exemplos
Material cartográfico
Filmes comerciais
Rádio
Cinema
Televisão
RETROSPECTIVOS
Compilados após o 
acontecimento pelo 
autor
Transcritos de 
fontes primárias 
retrospectivas
Analisados pelo 
autor Feitos por outros
Exemplos
Diários
Autobiografias
Relatos de visitas à 
Instituições
Relatos de viagens
Exemplos
Pesquisa que 
recorre a diários ou 
autobiografias
Exemplos
Objetos
Gravuras
Pinturas
Desenhos
Fotografias
Canções Folclóricas
Vestuário
Folclore
Exemplos
Filmes comerciais
Rádio
Cinema
Televisão
Fonte: Marconi e Lakatos (2006, p. 63).
b) Pesquisa bibliográfica (ou de fontes secundárias) abrange toda bibliografia já tornada pública em relação 
ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisa monográficas, teses, 
material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e áudio visuais: 
filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou 
filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências. 
31
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Tipos de fontes bibliográficas: 1) imprensa escrita; 2) meios audiovisuais; 3) material cartográfico (mapas, 
gráficos etc.); 4) publicações: livros, teses, monografias, publicações avulsas, pesquisas etc., formam o 
conjunto de publicações.
2 Documentação direta: a documentação direta constitui-se, em geral, no levantamento de dados no próprio 
local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem ser obtidos de duas maneiras: por meio da pesquisa 
de campo ou da pesquisa de laboratório;
Observe:
a) Pesquisa de campo: é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos 
acerca de um problema para o qual se procura uma reposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou 
ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles; 
b) Pesquisa de laboratório: é um procedimento de investigação mais difícil, porém mais exato. Ela descreve 
e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas. Exige instrumental específico, preciso, e ambientes 
adequados.
3 Observação direta intensiva: é realizada por meio de duas técnicas, as quais são: 
Observação: utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas 
em ver e ouvir, mas também examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar; 
Entrevista: é uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistador, 
verbalmente, a informação necessária. Tipos: Padronizada ou Estruturada, Despadronizada ou Não Estruturada, 
Painel.
4 Observação direta extensiva: apresentando as técnicas de: 
Questionário: constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença 
do pesquisador; 
Formulário: roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas por ele com as respostas do 
pesquisado; 
 Medidas de opinião e de atitudes: instrumento de “padronização”, pelo qual se pode assegurar a equivalência 
de diferentes opiniões e atitudes, com a finalidade de compará-las;
Outras técnicas: incluem-se aqui, entre outras, algumas para investigação social: testes, sociometria, análise 
de conteúdo e história de vida, história oral e técnicas mercadológicas;
 Testes: instrumentos utilizados com a finalidade de obter dados que permitam medir o rendimento, a frequência, 
a capacidade ou a conduta de indivíduos, de forma quantitativa;
32
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Sociometria: técnica quantitativa que procura explicar as relações pessoais entre indivíduos de um grupo; 
Análise de conteúdo: permite a descrição sistemática, objetiva e quantitativa do conteúdo da comunicação; 
História de vida: tenta obter dados relativos à “experiência íntima” de alguém que tenha significado importante 
para o conhecimento do objeto em estudo;
História oral: segundo Moss (1974, p. 9), descrito por Marconi e Lakatos (2006), “é uma técnica para gravar não 
apenas lembranças do passado, mas reflexõe e opiniões daqueles cujas vidas estão ainda comprometidas com 
atividades públicas”. No Brasil, foi o Museu de Imagem e do Som que primeiramente valeu-se dessa técnica;
Técnicas mercadológicas: a pesquisa de mercado é a obtenção de informações sobre o mercado, de maneira 
organizada e sistemática, tendo em vista ajudar o processo decisivo nas empresas, minimizando a margem de 
erros. 
Independentemente da(s) técnica(s) escolhida(s), deve-se descrever a característica e a forma de aplicação, 
indicando como codificar e tabular os dados obtidos, considerando: 
Delimitação do universo (descrição da população): é o conjunto de seres animados ou inanimados que 
apresentam pelo menos uma característica em comum. Sendo N o número total de elementos do universo 
ou população, o mesmo pode ser representado pela letra latina maiúscula X, tal que Xn = X1; X2; X3...; Xn. A 
delimitação do universo explica que pessoas ou coisas, fenômenos etc., que serão pesquisadas, enumerando 
suas características comuns, como por exemplo, sexo, faixa etária, organização a que pertencem, comunidade 
onde vivem etc; 
Tipo de amostragem: só ocorre quando a pesquisa não é censitária, isto é, não abrande a totalidade dos 
componentes do universo, surgindo a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população. É 
escolher uma parte (ou amostra), de tal forma que ela seja a mais representativa possível do todo, e, a partir 
dos resultados obtidos, relativos a essa parte, pode inferir, o mais legitimamente possível, os resultados da 
população total, se esta fosse verificada; 
A amostra constitui uma parcela selecionada do universo (população). É um subconjunto do universo. Sendo n 
o número de elementos da amostra, a mesma pode ser representada pela letra latina minúscula x, tal que x = 
x1; x2; x3; ...; xn onde xn < Xn e n < (maior ou igual) N.
Há duas grandes divisões no processo de amostragem: a não-probabilista e a probabilista. A priemira, não 
fazendo uso de uma forma aleatória de seleção, não pode ser objeto de certos tipos de tratamento estatístico, 
o que diminui a possibilidade de inferir para o todo, os resultados obtidos para a amostra.
33
C
urso B
acharelado em
 A
dm
inistração P
ública
Tratamento estatístico: os dados colhidos pela pesquisa apresentar-se-ão “em bruto”, necessitando da 
utilização da estatística para seu arranjo, análise e compreensão; 
Embasamento teórico: são os elementos de fundamentação teórica da pesquisa e, também, a definição dos 
conceitos empregados, que são:
a) Teoria de base: a finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados 
empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para 
tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo teórico que 
sirva de embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados. Todo projeto 
de pesquisa

Continue navegando