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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO - UEMAnet UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA METODOLOGIA DE ESTUDO E DE PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO Ilmar Polary Administração C urso B acharelado em A dm inistração P ública Universidade Estadual do Maranhão - UEMA Núcleo de Tecnologias para Educação - UEMAnet Campus Universitário Paulo VI, Tirirical - São Luís-MA Fone-fax (98) 2106-8970 http://www.uema.br http://www.uemanet.uema.br Proibida a reprodução desta publicação, no todo ou em parte, sem a prévia autorização desta instituição. Governador do Estado do Maranhão Flávio Dino de Castro e Costa Reitor da Uema Prof. Gustavo Pereira da Costa Vice-reitor da Uema Prof. Walter Canales Sant’ana Pró-reitor de Administração Prof. Gilson Martins Mendonça Pró-reitor de Extensão e Assuntos Estudantis Prof. Paulo Henrique Aragão Catunda Pró-reitora de Graduação Profª. Andréa de Araújo Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof. Marcelo Cheche Galves Pró-reitor de Planejamento Prof. Antonio Roberto Coelho Serra Edição Universidade Estadual do Maranhão - UEMA Núcleo de Tecnologias para Educação - UEMAnet Coordenadora do UEMAnet Profª. Ilka Márcia Ribeiro de Sousa Serra Coordenadora Pedagógica de Designer Educacional Maria das Graças Neri Ferreira Coordenadora Administrativa de Designer Educacional Cristiane Costa Peixoto Professor Conteudista Ilmar Polary Pereira Designer Pedagógico Marylucia Cavalcante Silva Designer Educacional Clecia Assunção Silva Revisoras de Linguagem Layla Magalhães Araújo Lucirene Ferreira Lopes Editoração Digital Tonho Lemos Martins Polary, Ilmar. Metodologia de estudo e de pesquisa em administração / Ilmar Polary. – São Luís: UemaNet, 2017. il.; ePUB 57 p. 1. Administração. 2. Metodologia de estudo. 4. Pesquisa. 5. Disciplina. I. Título. CDU 005:001.8 4 23 7 37 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO CONHECIMENTO E CIÊNCIA: métodos das ciências sociais e pesquisa ESTUDO E LEITURA: administração, ciência e o método científico de pesquisa em administração O PROJETO E A PRÁTICA DA PESQUISA ACADÊMICA NA ADMINSTRAÇÃO 4 C urso B acharelado em A dm inistração P ública APRESENTAÇÃO Caro aluno! A A disciplina Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração apresenta um conteúdo programático coerente com a ementa nas três Unidades: na Unidade 1 – Estudo e Leitura: Administração, Ciência e o Método Científico da Pesquisa em Administração; na Unidade 2 - Conhecimento e Ciência: Métodos das Ciências Sociais e Pesquisa; e na Unidade 3 - O Projeto e a Prática da Pesquisa Acadêmica na Adminstração. Assim possibilitará a você descrever os conteúdos relevantes de cada Unidade em sua evolução histórica, integrada aos objetivos de elaboração, implantação e avaliação de um projeto de pesquisa, numa metodologia com uso do material didático no AVA, atividades avaliativas, fórum de discussões e interação com seus pares e tutores, com a utilização do e-Book, materiais da Internet e ferramentas do Google e Moodle. A avaliação dar-se-á com participação, assiduidade e cumprimento de prazos nas atividades oferecidas no AVA e as práticas no polo, considerado a sua textualidade, correção gramatical e cientificidade e nas avaliações escritas, sendo virtuais e presencial. Para facilitar sua aprendizagem foi disponibilizado a você o e-Book com os conteúdos das três Unidades, seus objetivos, resumo, atividades de aprendizagem e referências, além de videoaula, atividades e fóruns complementares. Assim, registro minha expectativa de uma boa aprendizagem e êxito a todos. Bons estudos! 5 C urso B acharelado em A dm inistração P ública ESTUDO E LEITURA: administração, ciência e o método científico de pesquisa em administração OBJETIVOS 1.1 Estudo, leitura, análise e interpretação de texto A Universidade como universo de conhecimentos: Zanella (2012, p. 15) descreve que ao ensinar, por meio da ação de seu corpo docente, a Universidade se propõe a incentivar o aluno a reflexão sobre a construção do conhecimento e desenvolver habilidades do saber. Citando Severino (2007, p. 23), descreve que ao desenvolver a pesquisa, "ponto básico de apoio e sustentação de suas outras duas atividades, o ensino e a extensão", busca produzir conhecimento novo, ser espaço de criação e de inovação. É um universo de conhecimento e de pessoas, e busca realizar sua função social, propiciando a formação profissional, científica e política. O Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Administração Pública, modalidade a Distância, em suas Diretrizes Metodológicas, aponta essa direção de sua ação pedagógica e social: [...] oportunizar a formação que privilegie competências profissionais, sociais e políticas, baseadas nos aspectos: Técnico-científico, condizente com as exigências que a gestão pública contemporânea impõe; e Ético-humanístico e político-social, que a formação do cidadão e do gestor público requer (BRASIL, 2008, p. 7). Sua formação técnico-científica se dará, ao longo do curso, por meio do estudo de um conjunto de disciplinas que compõem seu currículo e com os Seminários Temáticos, e a formação ético-humanística e político-social será realizada de maneira transversal, ao longo do curso, a partir da cotidianeidade da sua vida acadêmica, de como o curso será desenvolvido pela sua Instituição, sendo resultante de práticas educativas. O estudo na Universidade: para Demo (2008), descrito por Zanella (2012, p. 23), estudar é aprender. Aprender não é resultado de instrução ou da ação de um professor, mas sim de reflexão, de crítica, de pesquisa, de elaboração de ideias de quem está estudando. Aprendizagem requer dedicação sistemática transformada em hábito permanente. Identificar os objetivos e as atividades da Universidade, aplicando os instrumentos de orientações para o estudo, leitura, análise e interpretação de textos e preparação de resumo e introdução de trabalhos acadêmicos; Descrever a Administração e as características que definem o Método Científico de Pesquisa em Administração. 6 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Cita o educador brasileiro Paulo Freire, que escreveu um texto sobre o tema: A importância do ato de ler, em que o autor traz sua experiência como leitor, da "leitura da palavra" à "leitura do mundo". No seu entender: "A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele" (FREIRE, 1983, p. 12). O ato de ler, para Luckesi et al. (1986), em sua obra Fazer Universidade, descrito por Zanella (2012, p. 22), três posturas são fundamentais e devem ser assumidas pelo estudante, para que a leitura seja produtiva: compreender a mensagem, não memorizar; verificar a validade e a objetividade da informação, não a aceitando como está estruturada; e questionar, buscar, perguntar sobre as informações expostas no texto. Portanto, a compreensão, a validade, a objetividade e o questionamento são fundamentais no ato de ler. Para Demo (2008), citado por Zanella (2012, p. 22), para que a leitura de um texto se transforme em aprendizagem, são necessárias três condições essenciais: Motivação: característica interna do ser humano, em que a sua vontade de estudar origina-se de seu interesse e disposição; Disciplina: não como uma obrigação, é o estudar para a vida toda e não somente para uma avaliação de conhecimento; Indisciplina: conotação da indisciplina obrigatoriamente presente no processo de criação. É encarar o estudo como uma oportunidade de se tornar autônomo, de fazer algo diferente, original, de construir e reconstruir a própria história, de ser autor de seus pensamentos e suas açõese não mero repetidor de palavras. Para ser criativo, inovador, precisa desenvolver habilidades de pesquisa e elaboração. Pesquisar é questionar, é autoquestionar, é duvidar. Zanella (2012, p. 23) descreve dicas que facilitam o aproveitamento dos estudos: Compromisso: assumir o compromisso, independentemente da vontade de fazer ou não, sem esperar que o tutor, ou outra pessoa, chame a atenção ou lembre o aluno de estudar. A conscientização de que adquirir conhecimento depende exclusivamente de aluno; Agenda de estudos: organizar uma agenda de estudos, tornando-se um compromisso assumido e estabelecer um horário-padrão de estudos, buscando assim, cumprir a meta. Observar a carga horária, o cronograma e a entrega das atividades na data estipulada; Preparação para o estudo: preparar o ambiente de estudo, reunindo com antecedência o material necessário, começando as leituras e atividades agendadas para aquele momento; Dúvidas e apoio: sugere pedir ajuda ao professor ou ao seu tutor, pois é um profissional habilitado e a sua função essencial é auxiliá-lo. Anotar as dúvidas e dificuldades e buscar a orientação assim que elas surgirem; Exercícios e avaliações: as atividades e avaliações do cronograma são importantes para a processo de ensino-aprendizagem. Sugere resolvê-las e entregá-las na data estipulada, e com as avaliações corrigidas, aprender com os erros cometidos, pois é uma forma de aprender. 7 C urso B acharelado em A dm inistração P ública O processo da leitura: destacara-se dois conjuntos: 1º conjunto: delimitação da unidade de leitura e análise textual: antes de iniciar qualquer leitura é preciso determinar o que será estudado, isto é, delimitar uma unidade de leitura, orienta Severino (2007), citado por Zanella (2012, p. 26). “É aquilo que se define para ser lido, como um livro, um capítulo de um livro ou um artigo. É nessa unidade que o aluno buscará estudar, compreender, argumentar, contra-argumentar e avaliar a mensagem que o autor está transmitindo”. Escolhido o texto (unidade de leitura), Luchesi et al. (1986, p. 191) “sugerem que o aluno faça a identificação de elementos como: o tipo de texto, a referência bibliográfica e os dados biográficos do autor”. Quando da identificação do tipo de texto, levar em consideração as diferentes características de cada tipo de texto, que pode ser: Informativo: tem como objetivo veicular a informação; Literário: trata de expressão da arte; Filosófico: apresenta rigorosa reflexão sobre o significado das coisas e dos fatos; Científico: se caracteriza “[...] por um raciocínio construído sobre fundamentação exaustiva e sempre provada; os termos são específicos, técnicos da área de estudo e o método é igualmente rigoroso”. (LUCHESI, et al., 1986, p. 147). Demo (2008), citado por Zanella (2012, p. 27) acrescenta, ainda, “outros tipos de texto: Teórico: discute teorias, conceitos, categorias; Metodológico: discute Método, produção e testes de dados”, epistemologia*; Empírico: discute dados e suas análises; Prático: serve para discussão de práticas organizacionais, políticas, programas, projetos, entre outros. 2º conjunto: atividades específicas de análise textual, temática, interpretativa, a problematização e a síntese pessoal. Análise textual: para Lakatos e Marconi (1991, p. 27): [...] analisar um texto significa decompor um todo em suas partes a fim de poder efetuar um estudo mais completo, encontrando o elemento-chave do autor, determinar as relações que prevalecem nas partes constitutivas, compreendendo a maneira pela qual estão organizadas e estruturar as ideias de maneira hierárquica. Citado por Zanella (2012, p. 28), Severino (2007) agrupa essas atividades em cinco etapas, ou fases: Análise textual: o leitor desenvolve atividades que são preparatórias para o processo de análise mais profunda do texto. Inicialmente, a leitura completa com o objetivo de tomar conhecimento da linha teórica e identificar os limites da abordagem do autor e dos componentes desconhecidos do texto através do uso de um dicionário, requerendo: leitura na íntegra com o objetivo de obter uma visão do todo; releitura assinalando as palavras/ expressões desconhecidas, buscando conhecer seus significados; e identificar os limites de abordagem do autor; *Epistemologia – do grego epistéme que quer dizer “ciência” + “logia” que significa “estudo” = estudo da ciência, do conhecimento (FERREIRA, 2004 apud ZANELLA, 2009, p. 27). 8 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Análise temática: é compreender a mensagem do autor, mas sem interferir nas ideias preconizadas por ele. O aluno deve ouvir o que o autor do texto quer dizer, sem emitir julgamento ou crítica. Inicialmente procurar identificar o tema, reler o texto e procurar captar os motivos, as dificuldades, isto é, a determinação do problema que levou o autor a escrever sobre tal assunto. Nesse sentido, é importante que se faça algumas perguntas que possibilitem identificar o problema, do tipo: "Qual a dificuldade que será resolvida? Qual o problema a ser solucionado?" A identificação do problema revela a ideia principal defendida pelo autor. A ideia central do texto sempre é uma proposição, e expressa a linha de raciocínio utilizada para transmitir a mensagem, isto é, o processo lógico do pensamento do autor. Tendo evidenciado a sua estrutura lógica, será possível esquematizar e construir um roteiro sobre as ideias (principal e secundárias) expostas no texto; Citar a fonte é atribuir crédito à fonte consultada, é indicar, fazer constar no texto o nome do autor e a obra de onde foi extraída a ideia. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Norma Brasileira NBR 10520 de 2002, orienta como fazer uma citação de informações de outras fontes, sendo três as possibilidades: Citação direta: é a cópia literal de um parágrafo, ou uma frase, ou mesmo uma expressão extraída de uma fonte. É cópia exatamente igual como está no documento que foi extraído; Citação indireta: é dizer com as suas palavras a ideia do autor. É fazer uma paráfrase das ideias do autor do texto e também citar a fonte; Citação de citação: é uma "Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original” (ABNT, 2002). Análise interpretativa: é a terceira etapa da análise de um texto, em que o leitor procurará dialogar com o autor e se posicionar frente às ideias expostas por ele. É importante ficar atento às interferências subjetivas, aos seus "achismos" oriundos do conhecimento do senso comum, para que não interfiram na interpretação correta do texto. *Plágio – significa apresentar como seu um trabalho ou uma ideia que não é sua. Vem do latim, significando “delito do plagiário”, nome dado à pessoa que roubava ou vendia homens livros (FERREIRA, 2004 apud ZANELLA,2009, p. 30). Zanella (2012, p. 30) 'desceve o quão importante salientar que as ideias do texto foram elaboradas pelo autor, logo o crédito é do autor da ideia, em que se copiar ou fizer referência às ideias do autor, em algum trabalho acadêmico', deve citar a fonte, pois reproduzir e/ou apropriar-se indevidamente da ideia de outra pessoa, sem citar a fonte é plágio*, podendo constituir crime de violação de direitos autorais, além de ferir a ética acadêmica. 9 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Para Severino (2007, p. 59), interpretar é “tomar uma posição própria a respeito das ideias enunciadas, é superar a estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar toda a fecundidade das ideias expostas, é cotejá-las com outras, enfim, é dialogar com o autor”. Tecnicamente, a interpretação é realizada em dois momentos: no primeiro, verificar se o autor atingiu os objetivos propostos, se o raciocínio foi eficaz na demonstração da argumentação propostae se a conclusão é coerente com as suas premissas; e no segundo, formular um juízo crítico: até que ponto o autor foi original (originalidade); até que ponto o tratamento dado ao tema é profundo (alcance); e, por último, o texto é avaliado pela pertinência (validade) e contribuição para o estudo do tema abordado. Para que se possa avaliar a originalidade, o alcance, a validade e a contribuição de um texto, é preciso ter acumulado algumas leituras sobre o assunto, com abordagens teóricas semelhantes e diferentes do autor do texto. Portanto, convém fazer a leitura de textos de outros autores no momento de fazer a interpretação e crítica à mensagem do autor, não se limitando à leitura de um livro só, ou do texto-base da disciplina que está estudando. Problematização: é a quarta etapa na análise de um texto, que tem o objetivo de levantar problemas para a discussão e reflexão individual e/ou em grupo. Sugere as seguintes atitudes: ler atentamente o texto e procurar questioná-lo, buscando encontrar as respostas para os problemas; assinalar em uma folha de papel os termos, os conceitos, as ideias; para problematizar, ou levantar problemas, é essencial ter lido diversas e diferentes abordagens sobre o assunto. Só é possível problematizar após a leitura de textos originais do autor que está escrevendo sobre o assunto e a leitura de outros autores que criticam as ideias expostas pelo autor original. Isso significa levantar e discutir problemas com relação à mensagem do autor, sob o ponto de vista de outros autores. Síntese, ou conclusão pessoal: após a reflexão e a análise expostas anteriormente, o leitor tem condições de expor as conclusões a que chegou sobre o texto. Na concepção de Lakatos e Marconi (1991), descrita por Zanella (2012, p. 33), “trata-se de reelaboração pessoal da mensagem do autor. Convém que o leitor retorne ao texto e confirme se compreendeu a ideia do autor. Esta etapa é finalizada com um resumo em que se apresenta crítica e reflexão pessoal”. Técnicas de leitura. Para Zanella (2012, p. 34), “existem diferentes formas de ler e estudar um texto, dentre elas, enfatiza as técnicas de sublinhar, de esquematizar, de resumir e de documentar”. A técnica de sublinhar: implica em destacarmos no texto as ideias principais. Autores, como Salomon (2004), Ruiz (1990), Lakatos e Marconi (1991), Medeiros (1991), entre outros, descritos por Zanella (2012, p. 35) sugerem alguns procedimentos para a atividade de sublinhar. Ler o texto para tomar conhecimento do assunto; esclarecer dúvidas quanto ao vocabulário, termos técnicos etc; reler o texto para identificar as ideias principais, as palavras-chave; reconstruir o parágrafo a partir das palavras e expressões sublinhadas; assinalar com uma linha vertical, à margem do texto, as ideias mais significativas; destacar com um ponto de interrogação, à margem do texto, as discordâncias, os argumentos discutíveis e as 10 C urso B acharelado em A dm inistração P ública passagens obscuras; ler o que foi sublinhado para verificar se há sentido; e reconstruir o texto, em forma de esquema ou de resumo, tomando as palavras sublinhadas como base. Outra forma de sublinhar é com canetas “marca texto”, utilizando cores diferentes para estabelecer um código particular. Esta técnica facilita a elaboração de esquemas e resumos. A técnica de esquematizar: esquema é um registro dos principais pontos de um texto. Deve ter, segundo Salomon (2004, p. 105), as seguintes características: Fidelidade ao texto original: o autor do resumo deve manter as ideias do autor do texto, mesmo quando fizer uma paráfrase. No caso de transcrição ipis literis*, deve citar a página de onde foi extraída a informação; Estrutura lógica do assunto: a partir da ideia principal e dos detalhes importantes você pode organizar as ideias partindo das mais importantes para as menos importantes; Adequação ao assunto estudado e funcionalidade: significa que, quanto mais complexo o texto, mais complexo o esquema, em que para assuntos com menos profundidade, o esquema consequentemente é mais simples, apresentando somente palavras-chave; Utilidade de seu emprego: como instrumento de estudo, o esquema deve ser útil, isto é, deve facilitar seu retorno ao texto, para revisão, sobretudo quando próximo da avaliação, e para elaboração de trabalhos acadêmicos; Cunho pessoal: você pode desenvolver seu modelo de esquema, conforme suas tendências, hábitos, cultura, recursos e experiência pessoal. Por isso, um mesmo texto estudado por duas pessoas pode apresentar esquemas diferentes; A técnica de resumir: resumir é colocar em poucas palavras o que o autor expressou em um texto mais longo. O processo é o mesmo de sublinhar e elaborar: ler inicialmente o texto, buscar compreensão das palavras desconhecidas e sublinhar as palavras-chave, como foi exposto anteriormente. Com base nas palavras sublinhadas você elabora o resumo; A técnica da documentação: registra informações e/ou o conhecimento construído a partir da leitura dos textos. Favorece a expressão escrita por conduzir a se elaborar o pensamento do autor e reconstruir o pensamento sem reprodução, tornando-se autor de sua reflexão. *Ipis literis – “expressão latina que significa ‘com as mesmas palavras’, isto é, sem nenhuma alteração no que está escrito” (LACOMBE, 2004, p. 185). 11 C urso B acharelado em A dm inistração P ública 1.2 Resumo e introdução Resumo: a elaboração de um resumo deve conter os elementos essenciais de todo o desenvolviemto do trabalho, de forma a permitir ao leitor, ter uma ideia geral da produção acadêmica: artigos científicos, monografias dissertações e teses. Itens do resumo: Tema do trabalho: descrever com clareza a temática do trabalho pesquisado; O objetivo geral: num trabalho acadêmcico, via de regra tem seus objetivos geral (ou final) e os específicos (ou intermediários), sendo apropriado no resumo se descrever o objetivo maior do trabalho, que é o seu objetivo geral ou final; O problema: o trabalho de pesquisa acadêmica requer do investigador buscar respostas às questões de pesquisas e ao problema. Este último, refere-se à problemática da análise da pesquisa, sendo um questionamento a ser investigado e que no final da pesquisa resultará em uma resposta. Por exemplo: até que ponto, investimentos em qualificação docente, refletem numa maior aprendizagem e aprovação do corpo discente da UEMA?; A hipótese: é uma afirmativa prévia do pesquisador, se configurando numa premissa, numa cença, como se a pesquisa já tivesse sido realizada, com uma afirmativa de resposta ao problema, e no final da pesquisa será confirmada ou negada. Ex.: investimentos em qualificação docente reflete favoravelmente na aprendizagem e aprovação do corpo discente da UEMA; Metodologia: na metodologia deve conter os elementos de como o trabalho acadêmico será desenvolvido no tempo e espaço, tais como a delimitação, categorias de análise, tipo de pesquisa, universo e amostra, coleta, análise e tratamento dos dados, e limitações. No resumo, deverá ser descrita de forma sucinta e objetiva, porém entendível para que o leitor perceba com clareza o método utilizado no trabalho acadêmico; Resultados e conclusões: de forma objetiva, quais os resultados e conclusões obtidas na investigação, tanto na literatura, como no trabalho de campo (se for o caso); Palavras – chave: descrever os principais termos utilizados que caracterizam o trabalho. Descrevem-se esses elementos essenciais do resumo e da Introdução. 12 C urso B acharelado em A dm inistração P ública GESTÃO PÚBLICA INTEGRADA: APLICAÇÃO DA GESTÃO PROFISSIONAL EMPREENDEDORA NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS Resumo O artigo tem como objetivo despertar reflexões críticas do impacto da Gestão Pública Integrada nas Organizações Públicas e os reflexosno comportamento organizacional e social, a partir da análise da literatura e de casos específicos de aplicação do Modelo de Gestão Profissional Sustentável, fundamentada no Empreendedorismo. Foi analisado o problema de “como o modelo da Gestão Pública Integrada impacta na Gestão Profissional Empreendedora em Organizações Públicas e na sociedade”, diante da hipótese de que “a Gestão Pública Integrada, favorece a perenidade das organizações públicas e a sociedade”. Com base na análise da literatura e nos dados da pesquisa de campo nas Micro, Pequenas e Médias Empresas da amostra industrial, nos hospitais e universidades públicas, os resultados e conclusões sugerem que a aplicação do Modelo da Gestão por Sustentabilidade Integrada favorece a gestão, o sucesso e a perenidade das empresas da amostra e que a Gestão Pública Integrada, oriunda da Gestão Profissional Empreendedora é eficaz para a perenidade das organizações públicas e privadas, trazendo benefícios para a sociedade, sendo disponibilizado um Programa de Desenvolvimento para capacitação dos gestores. Palavras-chave: Gestão Pública. Gestão por Sustentabilidade Integrada. Perenidade. Empreendedorismo. Sociedade. Numa outra análise de resumo, convém diferenciarmos um resumo de estudo, de um resumo acadêmico ou abstract. Tenório e Lopes (2006, p. 2) descrevem em um artigo essa diferenciação e diretrizes para elaboração de resumos. O resumo acadêmico ou abstract é um resumo feito pelo próprio autor e colocado nas primeiras páginas de um artigo, uma monografia, uma dissertação, uma tese; um resumo aplicá-se sempre aos textos, é uma apresentação mais curta do seu conteúdo. Enfatizam que não é apropriado falar do resumo do pensamento de um autor, e sim falar ou escrever a síntese do pensamento de um autor. Devemos pedir um resumo de um texto como um todo e a síntese do pensamento de um determinado autor contida em um determinado texto ou obra, assim é mais apropriado. A síntese busca a Descreve-se a seguir, um resumo acadêmico de um artigo científico do Prof. Polary, aprovado e apresentado no XVIII ENGEMA – FEA – USP (POLARY, 2016). Acesse o artigo científico “Gestão Pública Integrada: aplicação da gestão profissional empreendedora nas organizações públicas”, (POLARY, 2016), pelo site http:// http:// bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/9978. 13 C urso B acharelado em A dm inistração P ública apresentação do pensamento de um autor de forma lógica, buscando partir dos elementos mais simples do mesmo, criando as condições para a compreensão do essencial daquele pensamento. Atenção ao exemplo a seguir. Podemos dizer sinteticamente que, o pensamento de Marx parte da mercadoria enquanto elemento mais representativo da sociedade capitalista e, por isso mesmo, rica em determinações. A partir dos elementos constitutivos e contraditórios que compõem o fenômeno “mercadoria”, a saber, capital e trabalho, o referido autor demonstra a contradição fundamental que explica a essência mesma das modernas sociedades capitalistas industriais. Com isso busca apanhar a realidade em suas múltiplas determinações, sendo uma síntese das ideias econômicas de Marx contidas em “O Capital”, tomo I, volume I. Prosseguindo, o objetivo da síntese é trazer presente ao debate, rapidamente, o pensamento daquele autor. É uma composição rápida dos elementos constitutivos de uma doutrina. Academicamente não é apropriado solicitar uma síntese de um texto, e sim o resumo, sendo mais apropriado solicitar a síntese de uma doutrina ou do pensamento de determinado autor. Por outro lado, uma sinopse (do latim Synopsis: igual forma em grego sym, junto; opsis, vista: vista de conjunto) diferentemente da síntese, visa apresentar em conjunto uma obra ou uma doutrina. Já um resumo, pode trazer em sua abordagem tanto uma síntese como uma sinopse das ideias do autor, isso dependerá do objetivo a que se destina o resumo. Em geral, os resumos acadêmicos (Abstract) devem conter uma síntese das ideias do autor. É um grande instrumento de estudo, na medida em que, é o meio ideal para registrar nossas leituras durante um curso de graduação ou pós-graduação. Para Tenório e Lopes (2006, p. 4), os resumos devem seguir o seguinte esquema: a) Citação bibliográfica do texto lido de acordo com a ABNT (NBR 6023), com inclusão do número de páginas do texto que está sendo resumido; b) Caso seja longo, e estruturado em capítulos o texto a ser resumido, descrever a organização dos capítulos e os temas abordados pelos mesmos. Em se tratando de um texto curto descrever apenas o tema abordado pelo autor; c) Descrição clara do problema abordado pelo autor no texto; d) Descrição das conclusões apresentadas pelo autor (ideias centrais) e os argumentos por ele utilizados. Descrevem ainda, que um resumo não deve conter um julgamento crítico das ideias do autor (mesmo sendo um abstract elaborado pelo próprio autor do texto), devendo ao máximo ser fiel na descrição das ideias e na argumentação do autor, pois o objetivo é de registro e não de julgamente, e necessariamente é bem mais curto que o texto original, pois servirá de memória do texto lido. A sugestão é que um resumo de estudo também tenha um tamanho de 400 palavras ou 3800 caracteres com espaço (considerando-se um texto escrito em times new roman 12, com espaçamento de 1,5). 14 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Por outro lado, quando o resumo é utilizado com o objetivo de ajudar na qualidade da leitura de um texto, visa outro propósito, pelo maior cuidado com as palavras e com a ideia geral provocado pela escritura. Neste caso, é possível solicitar-se em um curso, disciplina que o estudante faça um resumo com algum detalhamento, fixando-se também, em algo que vai além dos argumentos que busca o encadeamento das ideias e figuras de apoio, busca as premissas, a compreensão das metáforas através do conjunto. Assim sendo, o tamanho do resumo pode variar e ser maior que o padrão sugerido, pois, se pretendem maiores detalhes, sendo preciso se aproximar, dar um zoom nos detalhes buscando captar a expressão do significado do texto como um todo. Itens da introdução: convém que sejam mantidos os mesmos itens do resumo para a identificação do leitor, descritos numa outra redação, porém sem alterá-los, podendo até expandi-los, como no caso dos objetivos, ou seja descrever além do objetico geral os específicos. Para Garcia (2000), a introdução apresenta o tema e indica aos leitores a linha do trabalho, sua motivação e o plano da obra, com alguns elementos das conclusões alcançadas; menciona a importância do trabalho e justifica contextual e pessoalmente a necessidade da sua realização, devendo ambientar o leitor. Deve ainda, citar fatos históricos importantes e trabalhos clássicos; a caracterização do problema, as justificativas e as hipóteses podem ser incluídas na introdução ou destacadas à parte, quando for o caso. Autores podem ser citados, mas não se trata de revisão. Prosseguindo, uma ênfase do referencial teórico nos itens da contextualização do trabalho, da forma que foi desenvolvido em partes ou capítulos, ou seja, coerente com os itens do súmário que contempla o todo o trabalho. Para Silva et al. (2009, p. 4), como uma visão geral, a introdução mostra panoramicamente o assunto que será tratado ao longo do trabalho bem como sob qual aspecto – delimitação do assunto (tematização), na introdução indica-se também o objetivo do trabalho. Enfatiza que os trabalhos científicos focalizam uma questão a partir de um objeto de investigação, busca com a investigação apontar uma possível solução, portanto o objeto de investigação deve suscitar um problema. Medeiros (2006, p. 233) descreve: “Se não há problema para resolver, não há porque iniciar a pesquisa e a redação da monografia” Acesse “Diretrizespara elaboração de resumos, resenhas e artigos Científicos” (TENÓRIO & LOPES, 2006), pelo site: https://pt.scribd.com/doc/29338973/Resumo- Resenha-Artigo-Científico. Acesse “Normas para elaboração de dissertações e monografias” (GARCIA, 2000), on-line pelo site: http://dicionario.sensagent.com/trabalho%20academico/pt-pt/. 15 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Prosseguindo, a resolução do problema exige um método de investigação específico que possui íntima relação com o problema, por isso, a introdução, como visão geral do trabalho deve também indicar a metodologia de investigação aplicada (levantamento bibliográfico, pesquisa de campo, uso de questionários e pesquisa de laboratório). Também engloba a abordagem que será dispensada ao tema, ou seja, o método. 1.3 Administração: do pioneirismo à ciência da Administração Administração das civilizações antigas: na evolução do pensamento administativo, Silva (2004, p. 86) descreve desde as civilizações antigas os principais marcos, os quais são relevantes para compreendermos como a administração evoluiu até a fase atual da pesquisa acadêmica, em que destacaram-se: Salomão, um governante bíblico, dirigiu a elaboração de acordo de comércio, administrou programas de constituição e modelou tratados de paz no século X a.C. No Egito, a construção da pirâmide de Quéops envolveu o trabalho de mais de 100 mil homens, durante 20 anos, em que isso equivale à administração e direção dos esforços de uma cidade-empresa de 100 mil habitantes. Na Babilônia, o império que se desenvolveu no vale dos rios Tigre e Eufrates, também forneceu muitos exemplos de práticas administrativas; O Código de Hamurabi representou um pensamento administrativo no período de 2000 a 1700 a.C. Na China, a Constituição de Chow, escrita em 1100 a.C., é um catálogo dos servidores civis do imperador, desde o Primeiro Ministro até os criados domésticos; A Grécia desenvolveu um governo democrático, com todas as complexidades que um governo desse tipo acarreta, estando lá a origem do método científico, que influenciou a administraço e os estudiosos da Teoria Administrativa. Os romanos, se voltaram para o modo mais eficiente de organizar e controlar o império, com controle sobre 50 milhões de pessoas num território que se estendia da Grã-Bretanha até a Síria, incluindo parte da Europa e todo o norte da África. Dentre os hebreus, Moisés, um grande líder e um administrador que organizou e conduziu o êxodo dos hebreus, libertando-os da escravidão egípcia. Ciro, um líder militar e governante grego de a.C. forneceu exemplos do pensamento da época sobre Administração; A introdução de um trabalaho para fins acadêmicos deve apresentar (SILVA et al., 2009, p. 5): Objeto de trabalho e sua delimitação (estabelecimento claro dos limites da pesquisa; estágio de desenvolvimento do assunto; objetivo; problema/problematização; hipóteses e variáveis; justificativa; metodologia utilizada na pesquisa; destaque de fontes bibliográficas utilizadas; referências às partes do trabalho; possibilidade de contribuição da pesquisa desenvolvida, sem anunciar conclusões e soluções. 16 C urso B acharelado em A dm inistração P ública A Igreja Católica Romana, que é a organização formal mais velha do mundo, foi uma herança do império romano. No segundo século D.C., os líderes reconheceram a necessidade de definir a doutrina e a conduta das atividades cristãs, tendo como resultado uma grande organização religiosa e uma fonte centralizada de autoridade no Papa. Na Administração Medieval no século XV, Veneza era uma cidade-estado florescente, com uma grande frota mercantil privada, logo, para fins de defesa, a cidade abriu seu próprio estaleiro, o arsenal em 1436, sendo que no século XVI, era, provavelmente, a maior instalação industrial do mundo; No Sistema Feudal, desde a queda do Império Romano, em 476 a.C., até por volta de 1450, a Europa testemunhou o seu desenvolvimento, em que o rei possuía toda a terra, dividindo parte com os nobres, em troca de apoio militar e financeiro. Os senhores feudais, permitiam que as pessoas de classes inferiores vivessem e trabalhassem em áreas das terras, em troca de uma parte das colheitas ou impostos. No nível mais baixo da pirâmide, estavam os servos, que recebiam proteção e nasciam com um vínculo hereditário a um ou outro senhor ou lorde de nível inferior; No Sistema da Indústria Caseira, existia a forma transicional de manufatura entre o artesanato e os sistemas fabris, surgido no século XV e prosseguindo até cerca de 1700, caracterizado pela entrega de matéria-prima nas casas ou cabanas de trabalhadores. O Sistema Fabril no século XVII, em concorrência com o sistema da indústria caseira, e por fim, superando-o como forma predominante de produção, tomou forma; A Revolução Industrial iniciou por volta de 1700, e o progresso tecnológico que a define, forneceu o meio para uma escala de produção enormemente aumentada. Surgiu uma “revolução” na Inglaterra no final do século XVIII, que marcou o início de um avanço tecnológico com a substituição do trabalho humano pelo da máquina, em que a mão de obra foi dividida e cada pessoa se especializava em uma tarefa. Atenção aos períodos: De 1760 a 1850: a “grande mudança” se restringe à Inglaterra, a “oficina do mundo”, com a produção de bens de consumo, os têxteis e a energia a vapor; de 1850 a 1900: se espalha pela Europa, América e Ásia, em países como Bélgica, França, Alemanha, Itália, Estados Unidos, Japão e Rússia. Cresce a concorrência, a indústria de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem, novas formas de energia, como a hidrelétrica e o petróleo passam a ser utilizadas; de 1900 até os dias atuais: grandes conglomerados industriais, com produção automatizada, explosão da sociedade de consumo e dos meios de comunicação, avançaram as indústrias química e eletrônica, a engenharia genética e outras atividades. A Revolução Industrial é que teve maior impacto no estudo e na prática da Administração. 17 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Dentre os pioneiros do estudo da Administração, destacaram-se (SILVA, 2004, p. 104): Adam Smith (1723- 1790 - Escócia), economista clássico que mostrou extraordinário conhecimento das funções administrativas e à divisão do trabalho e seus benefícios. Sua obra, A Riqueza das Nações, coloca-o entre os intelectuais do mundo moderno. Robert Owen (1771-1858 – País de Gales) chamou a atenção aos problemas humanos das industrializações para ajudar na disciplina e motivação. Prosseguindo, Charles Babbage (1792-1871 - Inglaterra), reconhecido como o fundador da pesquisa operacional e da Ciência da Administração. Daniel McCallum (1815-1878 - Escócia) buscou um sistema de organização que levasse a uma melhoria no desempenho. Henry Poor (1812-1905 - EUA) concebeu a Ciência da Administração em três princípios: organização, comunicação e informação, sendo um dos maiores contribuidores do pensamento administrativo. Nessa cronologia, decorreu uma evolução conceitual da Administração. Temos: Historicamente, para Silva (2004, p. 4) há três abordagens principais para o estudo da Administração. A Administração era vista como: a) um conjunto de funções: é a abordagem funcional de empenho de certas funções ou atividades para levar adiante seus trabalhos; b) uma série de papéis: é similar à funcional, mas focaliza um conjunto diferente de ações administrativas; c) a aplicação certas habilidades específicas: capacidade de aplicar um conjunto particular de qualificações, se desejam obter sucesso em seus cargos. As funções da administração, são aquelas atividades básicas que devem ser desempenhadas por Administradores para alcançar resultados determinados e/ou esperados pelas organizações. Essas funções, segundo Silva(2004, p. 10), constitui o processo adimunistrativo e são: Planejamento, Organização, Direção e Controle. Nesse contexto, uma reflexão se faz necessária. Seriam essas as funções Universais da Administração? Há várias definições de Administração e classificadas em categorias. Na escola funcional, nas visões de MCFarland, de Henry Fayol e de George Terry, descrito por Silva (2004, p. 6), temos: Administração é um processo distinto, que consiste no planejamento, organização, atuação e controle, para determinar e alcançar os objetivos da organização pelo uso de pessoas e recursos (George Terry). Conjunto de princípios e normas que tem por objetivo planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços de um grupo de indivíduos que se associam para atingir um resultado comum (LACOMBE & HEILBORN, 2006, p. 48). Acesse “Administração: Princípios e tendências” (LACOMBE & HEILBORN, 2006), on-line pelo site: https://pt.slideshare.net/LeonardoBuenoTeixeir/aula-01-impressa- introduo-a-administrao. 18 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Definições de Administração: Administração científica: originou-se na Perspectiva Clássica da Adminisstração (1890-1950), tendo como pioneiro Frederick W. Taylor (1856-1915) , que com os seus Livros Administração de Oficinas (Shop Management), em 1903 e Princípios de Administração Científica em 1911, sugere que a Administração deveria aplicar métodos científicos de pesquisa e experimento, princípios e processos padronizados; Do seu livro Princípios de Administração Científica, como descreve Silva (2004, p.122), Taylor via a Administração Científica de modo amplo, em que consiste fundamentalente de certos princípios gerais amplos, uma certa filosofia, que pode ser alicada de muitos modos. Dentre as suas caracterísiticas, destacaram-se: Ciência em lugar de empirismo; harmonia em vez de discórdia; cooperação, não individualismo; máxima produção e não restrição da produção; desenvolvimento de cada homem para a sua máxima eficiência e prosperidade. Taylor descreveu quatro princípios básicos da Administração Científica: 1. Desenvolvimento de um método científico para o trabalho dos operários; 2. Estabecimento de um processo científico de seleção e treinamento do operário; 3. Cooperação entre gerência e operários; 4. Divisão do trabalho dos operários em função da sua especialização. Seguidores de Taylor, descrito por Vieria (2004, p. 126), Frank (1866-1924) e sua esposa Lilian Gilberth (1878- 1972) - Estudo da Fadiga; Henry Grant (1861-1919) – Gráfico de Grant; Carl Barth (1860-1939) – complexos problemas de matemática nos experimentos de corte de metais; Harrington Emerson (1853-1931) – 12 princípios de eficiência. Morris Cooke (1872-1960) – Princípios e técnicas de Administração Científica nos campos do Governo e Educação; Henry Ford (1863-1947) - Princípios da Produtividade, produção em massa, em série e em cadeia contínua. Linha de montagem; dentre outros. Já a Ciência da Administração, na concepção atual não pode ser apontada como ciência exata, como as ciências naturais, porque trata com seres humanos. É uma Ciência Social, inexata, que lida com fenômenos complexos, mas é científica. Silva (2004, p. 25) descreve administração como ciência ou arte e como Profissão, e no Brasil, a Lei nº.4.769/65-CFA define a Administração como Profissão Liberal. Administração como Ciência: corpo sistematizado de conhecimentos, baseados em certos princípios capazes de aplicação generalizada (SILVA, 2004, p. 29); Administração como Arte: de acordo com Terry, descrito por Sillva (2004, p. 30), arte é conseguir um resultado desejável por meio de aplicação de habilidade. Taylor teve uma visão de organização formal, com ênfase nos aspectos internos e foco na produção; modelo de homem econômico (HOMOECONOMICUS). 19 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Para Silva (2004, p. 4), uma teoria administrativa explica e prediz o comportamento das organizações e dos seus membros. É um conjunto de conceitos e ideias que explica e prediz fenômenos sociais e físicos. Há as teorias de configurações - desenvolvidas pelos próprios estudiosos ou aprendidas de outros com o tempo e como resultados das experiências. Há as teorias científicas - desenvolvidas por meio de métodos científicos. Somente a experiência pode não ser válida e somente a metodologia não garante sucesso, mas as pessoas podem adquirir teoria e experiência prática ao mesmo tempo, seja por meio de programas de trabalho-estudo ou de treinamentos. Fonte: Silva (2004, p. 5). Adaptado de Kreitner, Robert, Managment, 8. ed. Boston, Houghton Miflin, 2001, p. 25. 1.4 O Método científico da pesquisa acadêmica em Administração Na Administração como Ciência Social, os princípios que governam a formulação de metas, hipóteses, coleta de dados, análise e interpretação dos fatos, teste de conclusões e alcance das soluções, são os mesmos aplicados nas demais ciências, porém adequados às características da Ciência Social, em que predominam a subjetividadade, as probabilidadades e as tendências. Pesquisa acadêmica em Administração: investigação sistemática que fornece informações para orientar as decisões empresariais. O seu desenvolvimento em administração está, comparativamente com as outras ciências, em um estágio de formação. A pesquisa em administração tem origem muito mais recente e é, em grande parte, patrocinada pelas organizações empresariais que esperam atingir alguma vantagem competitiva. A pesquisa física é normalmente conduzida sob condições controladas em laboratório; a pesquisa em administração raramente é; a pesquisa em administração normalmente lida com tópicos como atitudes humanas, comportamento e desempenho. Mesmo com esses obstáculos, os pesquisadores estão fazendo grandes progressos na área científica; novas técnicas estão sendo desenvolvidas e rigorosos procedimentos avançam. Computadores e métodos analíticos poderosos contribuíram para esse movimento, mas um maior entendimento dos princípios básicos da pesquisa bem fundamentada é mais importante. TEORIA PRÁTICA Definições; fatos relevantes; conceitos; técnicas; orientações; palestras e seminários. Integração sistemática da teoria e prática nos meios significativos e úteis da administração. Experiência simulada. Casos para estudo. Participação em eventos específicos. 20 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Quadro 1 - Características que definem o método científico de pesquisa em Administração Fonte: Cooper e Schindler (2004). CARACTERÍSTICAS O QUE O ADMINISTRADOR DEVERIA BUSCAR EM UMA PESQUISA FEITA POR TERCEIROS OU INCLUIR EM PESQUISA AUTO CONDUZIDA • Propósito claramente definido O pesquisador distingue entre o sintoma do problema organizacional, a percepção que o gerente tem do problema e o problema de pesquisa. • Processo de pesquisa detalhado O pesquisador fornece uma proposta de pesquisa completa. • Projeto de pesquisa totalmente planejado Procedimentos exploratórios são destacados com construções definidas; Unidade de amostragem é claramente descrita junto com a metodologia de amostragem; Procedimentos de coleta de dados são selecionados e planejados. • Limitações reveladas francamente O procedimento desejado é comparado com o procedimento real no relatório; A amostragem desejada é comparada com a amostragem real no relatório; O impacto nos resultados e nas conclusões é detalhado. • Altos padrões éticos aplicados Existem salvaguardas para proteger os participantes do estudo, as organizações, os clientes e os pesquisadores; As recomendações não excedem o escopo do estudo; A metodologia do estudo e suas limitações refletem a preocupação do pesquisador com a acuidade. • Análise adequada às necessidades do tomador de decisão Resultados suficientementedetalhados são associados aos instrumentos de coleta. • Resultados apresentados de forma não-ambígua Os resultados são apresentados claramente em palavras, tabelas e gráficos; Os resultados são organizados de forma lógica para facilitar a tomada de decisão do gerente em relação ao problema; Um resumo executivo de conclusão é destacado; Um índice detalhado acompanha as conclusões e a apresentação de resultados. • Conclusões justificadas As conclusões para tomada de decisões são associadas a resultados detalhados. • Experiência refletida do pesquisador O pesquisador fornece sua experiência / suas credenciais junto com o relatório. 21 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Resumo Vimos que a Universidade busca produzir conhecimento novo, ser espaço de criação e de inovação, em que realiza sua função social, propiciando a formação profissional, científica e política. Estudar é aprender, que para Demo (2008), não é resultado de instrução ou da ação de um professor, mas sim de reflexão, de crítica, de pesquisa, de elaboração de ideias de quem está estudando. No processo da leitura, Zanella (2012) aponta dois conjuntos: o 1º - delimitação da unidade de leitura e análise textual; e o 2º - atividades de análise textual, análise temática, análise interpretativa, a problematização e a síntese, ou conclusão pessoal. Na análise temática, Zanella (2012) desceve o quão importante salientar que as ideias do texto foram elaboradas pelo autor e deve citar a fonte, se não, é plágio - que significa apresentar como seu um trabalho ou uma ideia que não é sua. Nas técnicas de leitura, há diferentes formas: de sublinhar, de esquematizar, de resumir e de documentar. Na elaboração de um resumo, deve conter os elementos essenciais do desenvolviemto do trabalho, de forma a permitir ao leitor ter uma ideia geral da produção acadêmica; e na introdução, manter os mesmos itens do resumo, uma ênfase do referencial teórico, e uma contextualização do trabalho como um todo. Na evolução do pensamento administrativo considerar os antecendentes históricos, os pioneiros do estudo da administração e seus seguidores e entender a diferencia conceitual da Administração tradicional, Administração Científica, Administração como Ciência Social. O método científico da pesquisa acadêmica em Administração possui características específicas que o definem; e na pesquisa em Administração, os princípios que governam a formulação de metas, hipóteses, coleta de dados, análise e interpretação dos fatos, teste de conclusões e alcance das soluções, são os mesmos aplicados nas demais ciências, porém adequados às características das Ciência Sociais. ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1 Descreva e comente sobre os aspectos relevantes quando da leitura, análiase e interpretação de textos que favorecema aprendizagem do aluno, na visão de Demo (2008), Zanella (2012) e suas percepções nesse processo de aprendizagem. 2 Apresente os elementos essenciais de um resumo e de uma introdução de um trabalho acadêmcico, conceituando-os de forma sucinta e objetiva. 3 Do pioneirismo da Administração até a atualidade, a literatura administrativa apresenta seus antecedentes, os pioneiros e a evolução conceitual da Administação. Apresente a diferença entre Administração Científica e Administação enquanto Ciência Social e comente sobre a relevância da pesquisa acadêmica em Administração para a academia e as organizações. Apresente e comente também sobre as principais características do Método Científico da Pesquisa em Administação. 22 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Referências BRASIL. Projeto Pedagógico do Curso Bacharelado em Administração Pública modalidade a distância. Ministério da Educação, 2008. COOPER, Donald R; SCHINDLER, Pámela S. Métodos de Pesquisa em Administração. 7. ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2004. CFA. Lei nº 4.769 de 09 de setembro de 1965. Publicada no D.O.U. de 13/09/65, p. 9.337 e retificada no D.O.U., de 16/09/65, p. 9.531. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três textos que se completam. 3.ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1983. p.11-24 (Coleção Polêmicas do nosso tempo.). GARCIA, Mauricio. Normas para elaboração de dissertações e monografias. São Paulo: Universidade do Grande ABC, 2000. LACOMBE, Francisco; HEILBORNE, Gilberto. Administração: Princípios e tendências. 1. ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 2006. LACOMBE, Francisco. Dicionário de Administração. São Paulo: Saraiva, 2004. MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. p. 240. POLARY, Ilmar. Gestão Pública Integrada-GPI: aplicação da Gestão Profissional Empreendedora-GPE nas Organizações Públicas. Artigo Científico aprovado e apresentado no XVIII ENGEMA. São Paulo: FEA-USP, 2016. SILVA, R. O. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Tompson Learning, 2004. TERRY, George. Principles of management. Richard Irwin, 1953. ZANELLA, Liane C. H. Metodologia de estudo e de pesquisa em administração 2. ed. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração-UFSC, 2012. 23 C urso B acharelado em A dm inistração P ública CONHECIMENTO E CIÊNCIA: métodos das ciências sociais e pesquisa 2.1 Conhecimento e ciência, Natureza e tipos de ciências Conhecimento e ciência: conhecimento é o acúmulo de informações de cunho intelectual, com o domínio teórico ou prático acerca de um assunto, científico ou não. Para Gil (2008, p. 1), pela observação, o ser humano adquire grande quantidade de conhecimento. Entretanto, essa forma de conhecimento, não satisfaz os espíritos mais críticos, pois a observação casual dos fatos conduz a graves equívocos. O autor considera ciência como uma forma de conhecimento que tem por objetivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada - se possível, com auxílio da linguagem matemática -, leis que regem os fenômenos. Pode-se definir ciência mediante a identificação de suas características essenciais. Assim pode ser caracterizada como uma forma de conhecimento objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível. Atenção para as características: O conhecimento científico é objetivo porque descreve a realidade independente dos caprichos do pesquisador; É racional porque se vale sobretudo da razão, e não de sensação ou impressões, para chegar a seus resultados; É sistemático porque se preocupa em construir sistemas de ideias organizadas racionalmente e em incluir os conhecimentos parciais em totalidades cada vez mais amplas; É geral porque seu interesse se dirige fundamentalmente à elaboração de leis ou normas gerais, que explicam todos os fenômenos de certo tipo; OBJETIVOS Descrever a diferença entre conhecimento e ciência, as peculiaridades das ciências sociais, definindo os seus métodos, os meios técnicos de investigação e a metodologia; Descrever os tipos e técnicas de pesquisa aplicáveis na investigação científica da Administração, reconhecendo a importância da produção científica para a universidade e a prática no contexto organizacional. 24 C urso B acharelado em A dm inistração P ública É verificável porque sempre possibilita demonstrar a veracidade das informações; e É falível porque, ao contrário de outros sistemas de conhecimento elaborados pelo homem, reconhece sua própria capacidade de errar. Para Netto (2006, p. 1), Ciência é a expressão máxima da capacidade racional humana em explicar as causas dos fenômenos naturais, sociais e humanos. Natureza e tipos de ciência: há conhecimentos que não pertencem à ciência, como o conhecimento vulgar, o religioso, e em certa acepção, o filosófico (GIL, 2008, p. 2). Descreve ainda, que poucas coisas em ciência são tão controversas quanto suadefinição, havendo mesmo autores que consideram essa discussão insolúvel. No entanto, a partir das características essenciais da ciência, torna-se possível, em boa parte dos casos, distinguir entre o que é ciência e o que não é. Há situações, entretanto, em que não se torna possível determinar com toda clareza se determinado conhecimento pertence à ciência ou à filosofia. Estas situações ocorrem sobretudo no domínio das ciências humanas. Classificação das ciências: pode-se classificar as ciências, em duas grandes categorias: formais e empíricas (GIL, 2008, p. 3). As formais tratam de entidades ideais e de suas relações, sendo a Matemática e a Lógica Formal; as empíricas tratam de fatos e de processos, em que incluem-se ciências como a Física, a Química, a Biologia e a Psicologia. As ciências empíricas, por sua vez, podem ser classificadas em naturais e sociais. Dentre as ciências naturais estão: a Física, a Química, a Astronomia e a Biologia; e dentre as ciências sociais estão: a Sociologia, a Antropologia, a Ciência Política, a Economia e a História. A Psicologia, a despeito de apresentar algumas características que a aproximam das ciências naturais, constitui também uma ciência social. Isto porque, ao tratar do estudo do comportamento humano, trata-o sobretudo a partir da interação entre os indivíduos. Peculiariedades das ciências sociais: foram constituídas principalmente no século XIX, sob a influência da orientação positivista de Augusto Comte. As ciências sociais, fundamentadas nessa perspectiva, supõem que os fatos humanos são semelhantes aos da natureza, observados sem ideias preconcebidas, submetidos à experimentação, expressos em termos quantitativos e explicados segundo leis gerais. Esse modelo logo passou a ser questionado, pois ficaram claras as suas limitações, em que torna-se necessário reconhecer que os objetos das ciências humanas e sociais são muito diferentes dos das ciências físicas e biológicas. Gil (2008, p. 4) ressalta algumas das dificuldades das Ciências Sociais: O problema da objetividade: Emile Durkheim (1973), um dos pioneiros da investigação científica nas Ciências Sociais, estabeleceu em “As regras do método sociológico”, que a primeira e mais fundamental regra para o sociólogo é tratar os fatos sociais como coisas. Trata-se de clara tentativa de adotar nas ciências sociais procedimentos semelhantes aos das ciências naturais, plenamente consoantes com a doutrina positivista; 25 C urso B acharelado em A dm inistração P ública O problema da quantificação: é impossível negar que o cientista social lida com variáveis de difícil quantificação. Contudo, o problema da quantificação em ciências sociais, se analisando com a merecida profundidade, mostrar-se-á bem menos crítico do que aparenta; O problema da experimentação: o experimento em investigações sociais é bem pouco utilizado, visto que, de modo geral, o cientista não possui o poder de introduzir modificações nos fenômenos que pretende pesquisar, lhe cabendo indagar se de fato o experimento controlado é realmente indispensável para a obtenção de resultados cientificamente aceitáveis; O problema da generalização: se as pesquisas nas ciências naturais com frequência conduzem ao estabelecimento de leis, nas ciências sociais não conduzem mais do que à identificação de tendências. O máximo que um pesquisador experiente pode almejar é a construção de teorias, que provavelmente não serão tão gerais quanto ele gostaria que fossem. 2.2 Métodos das ciências sociais, Meios técnicos de investigação, Metodologia Método: caminho para se chegar a um determinado fim. Método científico: conjunto de procedimentos intelectuais adotados para se atingir o conhecimento (GIL, 2008, p. 8). Dentre os métodos de investigação, destacara-se: Método dedutivo - parte do geral e, a seguir, desce ao particular. Princípios reconhecidos como verdadeiros, proposto pelos racionalistas (Descartes, Spinoza e Leibuiz), onde só a razão é capaz de levar a conhecimentos verdadeiros, irrecusáveis. Larga aplicação nas ciências como a Física e a Matemática, e restrito nas ciências sociais. Exemplo a seguir: Todo homem é mortal. (premissa maior) Pedro é homem. (premissa menor) Logo, Pedro é mortal. (conclusão) Os fatos sociais dificilmente podem ser tratados como coisas, pois são produzidos por seres que sentem, pensam, agem e reagem, sendo capazes, portanto, de orientar a situação de diferentes maneiras. Da mesma forma, o pesquisador, pois ele é também um ator que sente, age e exerce sua influência sobre o que pesquisa. É preciso admitir que o princípio da objetividade, tão raro ao Positivismo, aplica-se precariamente às ciências sociais, posto que não há como conceber uma investigação que estabeleça uma separação regida entre o sujeito e o objeto. Os resultados obtidos nas pesquisas não são indiferentes nem à forma de sua obtenção nem à maneira como o pesquisador vê o objeto. Por essa razão é que nas ciências sociais a discussão acerca da relação sujeito-objeto é relevante. O que justifica a existência de diferentes quadros de referência para análise e interpretação dos dados. 26 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Método indutivo - parte do particular para a generalização, posterior do trabalho de coleta de dados de observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade. Proposto pelos Empiristas (Bacon, Hobbes, Locke e Hume), em que o conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência. Exemplo a seguir: Antônio é mortal. Benedito é mortal. Carlos é mortal. ------------------- Zózimo é mortal. Ora, Antônio, Benedito, Carlos... e Zózimo são homens, logo, (todos) os homens são mortais. Método hipotético-dedutivo: foi definido por Karl Popper a partir de críticas à indução, expressas em “A lógica da investigação científica”, obra publicada pela primeira vez em 1935. No método hipotético-dedutivo (KAPLAN, 1972, p. 12): [...] o cientista, através de uma combinação de observação cuidadosa, hábeis antecipações e intuição científica, alcança um conjunto de postulados que governam os fenômenos pelos quais está interessado, daí deduz ele as consequências por meio de experimentação e, dessa maneira, refuta os postulados, substituindo-os, quando necessário por outros e assim prossegue. Método, conforme esquema abaixo: Fonte: Kaplan (1972, p. 12). Método dialético - arte do diálogo (Platão). Na Idade Média, utilizado para significar a lógica. Na concepção moderna - fundamenta-se para o filósofo Hegel, onde as contradições se transcendem, mas dão origem a novas contradições que passam a requerem solução. É de natureza idealista. Privilegia as mudanças qualitativas, distinguindo da ótica positivista, que enfatiza os procedimentos quantitativos; Método fenomenológico - propõe-se a estabelecer uma base segura, liberta de proposições para todas as ciências. Edmund Husserl (1859-1938). Não é dedutivo, nem empírico. Problema Conjecturas Dedução de consequências observadas Tentativa de falseamento Corroboração 27 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Metodologia: tipologia de raciocínios que devem ser utilizados na investigação sistemática do tema definido. A partir dos conhecimentos científicos é que podemos dimensionar o grau de profundidade e extensão com que se pretende abordar um tema. 2.3 Pesquisa: definições, finalidades, níveis, campos, tipos e técnicas Definições: processo formal e sistemático do desenvolvimento do método científico. Objetiva descobrir respostas para problemas, mediante o emprego de procedimentos científicos. A pesquisa social é um processo que, utilizando a metodologia científica, permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social (GIL, 2008, p. 26). Para Asti Vera(1979, p. 12), é um problema a definir, examinar, avaliar, analisar criticamente, para depois tentar uma solução. Segundo Ander-Egg (1978, p. 28), significa um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Para Rummel (1972, p. 3), dois significados: em sentido amplo, engloba todas as investigações especializadas e completas; em sentido restrito, abrange os vários tipos de estudos e de investigações mais aprofundados. Métodos que indicam os meios técnicos da investigação são: 1 Método Experimental: submeter os objetos de estudo às influências de certas variáveis, em condições controladas, para observar os resultados que a variável produz no objeto; 2 Método Observacional: observar o fenômeno. É muito utilizado nas ciências sociais; 3 Método Comparativo: investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, para ressaltar as diferenças e similaridades entre eles; 4 Método Estatístico; aplicação da teoria estatística da probabilidade, sendo importante auxílio para investigação em ciências sociais; 5 Método Clínico: relação profunda entre pesquisador e pesquisado. Exemplo:pesquisa psicológica ou psiquiátrica para obter ajuda, sobretudo depois dos trabalhos de Freud; 6 Método Monográfico: o estudo de um caso em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos os casos semelhantes. Níveis: Monografia (graduação e especialização); Dissertação (Mestrado); Tese (Doutorado). 28 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Finalidades da pesquisa: a pesquisa social, segundo Gil (2008, p. 26), pode decorrer de razões de ordem intelectual, quando baseadas no desejo de conhecer pela simples satisfação para agir, em que se pode falar em pesquisa pura e em pesquisa aplicada. A pesquisa pura busca o progresso da ciência, desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação direta com suas aplicações e consequências práticas, e objetiva a generalização, com vistas na construção de teorias e leis. A pesquisa aplicada tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos. É menos voltada para o desenvolvimento de teorias de valor universal, a que mais se dedicam os psicólogos, sociólogos, economistas, assistentes sociais e outros pesquisadores sociais. Níveis de pesquisa: cada pesquisa social tem um objetivo específico, sendo possível fazer grupamentos amplos. Selltiz et al. (1967, p. 5) classificam em três estudos: exploratórios, descritivos e os que verificam hipóteses causais - denominadas explicativas. Observe: 1 Pesquisa Exploratória - desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas à formulação de problemas ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores: levantamentos bibliográficos e documentais, entrevistas não-padronizadas e estudos de caso; 2 Pesquisa descritiva – objetiva a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Estudar as características de um grupo; o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade; e aquelas que visam descobrir a existência de associações entre variáveis; 3 Pesquisa explicativa - identifica os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Explica a razão, o porquê das coisas. Campos: a pesquisa social é um processo que utiliza metodologia científica, por meio da qual se pode obter novos conhecimentos no campo da realidade social. Segundo Ander-Egg (1978, p. 30), temos: 1. Natureza e personalidade humanas; 2. Povos e grupos culturais; 3. A família;4. Organização social e instituição social; 5. População e grupos territoriais; 6. A comunidade rural; 7. A conduta coletiva; 8. Grupos antagônicos e associativos; 9. Problemas sociais, patologia social e adaptações sociais; 10. Teoria e métodos. Tipos de pesquisa: variam de acordo com o enfoque do autor, os quais descrevem-se: Ander-Egg (1978, p. 33) apresenta dois tipos: 1. Pesquisa básica pura ou fundamental - procura o progresso científico, a ampliação de conhecimentos teóricos, sem a preocupação de utilizá-los na prática. É a pesquisa formal, tendo em vista generalizações, princípios, leis. A meta é o conhecimento pelo conhecimento; 2. Pesquisa aplicada - caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados ou utilizados, imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade; Best (1972, p. 12) descreve: a) Histórica – “descreve o que era” e enfoca quatro aspectos: investigação, registro, análise e interpretação de fatos ocorridos no passado, para, por meio de generalizações, compreender o presente e predizer o futuro; b) Descritiva – “delineia o que é”, abordando quatro aspectos: descrição, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais, objetivando o seu funcionamento no presente; c) Experimental – “descreve o que será”, quando há controle sobre determinados fatores, nas relações de causa e efeito. 29 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Moreira e Caleffe (2006, p. 73) citam a pesquisa não-experimental, sendo recomendada para: 1) descrever e explicar eventos e situações como elas existem ou existiram; 2) avaliar produtos ou processos; 3) desenvolver inovações. E Classificam outros tipos: a) Pesquisa bibliográfica; b) Pesquisa documental; c) Pesquisa histórica; d) Pesquisa de levantamento (survey) - é o tipo de pesquisa descritiva mais comum, que inclui a utilização de questionários, entrevistas e levantamentos normativos; e) Pesquisa de avaliação – coleta de dados por meio de observações, de entrevistas, de questionários, de testes e de documentos; f) Pesquisa correlacional - descobrir associações entre duas ou mais variáveis; g) Pesquisa causal-comparativa - explorar uma possível relação de causa e efeito, pois não pode demonstrar causa e efeito. Chamada de pesquisa ex post facto (depois do fato) e simplesmente indica que uma variável independente existe e não pode ser alterada imediatamente, mas pode ser explorada para ser entendida. Rummel (1972, p. 8) apresenta quatro divisões: a) Pesquisa bibliográfica - utiliza materiais escritos; b) Pesquisa de ciência da vida e ciência física – experimental - tem como campo de atividade o laboratório; c) Pesquisa social - visa melhorar a compreensão de ordem, de grupos, instituições sociais e éticas; d) Pesquisa tecnológica ou aplicada - prática – aplicação dos tipos de pesquisa relacionados às necessidades imediatas dos diferentes campos da atividade humana. Técnicas de pesquisa: é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte (MARCONI & LAKATOS, 2006, p. 62). Atenção. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas: 1 Documentação indireta: toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregados. Pode ainda, sugerir problemas e hipóteses e orientar para outras fontes de coleta. É a fase de recolher informações prévias sobre o campo de interesse. O levantamento de dados, primeiro passo da pesquisa científica, é feito de pesquisa documental (fontes primárias), e pesquisa bibliográfica (fontes secundárias). a) Pesquisa documental (ou fontes primárias): a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se predomina de fontes primárias. Existem registros em que a característica “primária” ou “secundária” não é tão evidente, o mesmo ocorrendo com algumas fontes não escritas. Diferenciação no Quadro 2, a seguir: 30 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Quadro 2 – Diferenciação de Escritos Retrospectivos e Contemporâneos CONTEMPORÂNEOSESCRITOS OUTROS PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS Compilados na ocasião pelo autor Transcritos de fontes primárias contemporâneas Feitos pelo autor Feitos por outros Exemplos Documentos de arquivos públicos Publicações parlamentares e administrativas Estatísticas (censos) Documentos de arquivos privados Cartas Contratos Exemplos Relatórios de pesquisa baseados em trabalho de campo de auxiliares Estudo histórico que recorre aos documentos originais Pesquisa estatística baseada em dados do recenseamento Pesquisa que usa a correspondência de outras pessoas Exemplos Fotografias Gravações em fita magnética Filmes Gráficos Mapas Outras ilustrações Exemplos Material cartográfico Filmes comerciais Rádio Cinema Televisão RETROSPECTIVOS Compilados após o acontecimento pelo autor Transcritos de fontes primárias retrospectivas Analisados pelo autor Feitos por outros Exemplos Diários Autobiografias Relatos de visitas à Instituições Relatos de viagens Exemplos Pesquisa que recorre a diários ou autobiografias Exemplos Objetos Gravuras Pinturas Desenhos Fotografias Canções Folclóricas Vestuário Folclore Exemplos Filmes comerciais Rádio Cinema Televisão Fonte: Marconi e Lakatos (2006, p. 63). b) Pesquisa bibliográfica (ou de fontes secundárias) abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisa monográficas, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e áudio visuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências. 31 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Tipos de fontes bibliográficas: 1) imprensa escrita; 2) meios audiovisuais; 3) material cartográfico (mapas, gráficos etc.); 4) publicações: livros, teses, monografias, publicações avulsas, pesquisas etc., formam o conjunto de publicações. 2 Documentação direta: a documentação direta constitui-se, em geral, no levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem ser obtidos de duas maneiras: por meio da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratório; Observe: a) Pesquisa de campo: é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma reposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles; b) Pesquisa de laboratório: é um procedimento de investigação mais difícil, porém mais exato. Ela descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas. Exige instrumental específico, preciso, e ambientes adequados. 3 Observação direta intensiva: é realizada por meio de duas técnicas, as quais são: Observação: utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar; Entrevista: é uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação necessária. Tipos: Padronizada ou Estruturada, Despadronizada ou Não Estruturada, Painel. 4 Observação direta extensiva: apresentando as técnicas de: Questionário: constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador; Formulário: roteiro de perguntas enunciadas pelo entrevistador e preenchidas por ele com as respostas do pesquisado; Medidas de opinião e de atitudes: instrumento de “padronização”, pelo qual se pode assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes, com a finalidade de compará-las; Outras técnicas: incluem-se aqui, entre outras, algumas para investigação social: testes, sociometria, análise de conteúdo e história de vida, história oral e técnicas mercadológicas; Testes: instrumentos utilizados com a finalidade de obter dados que permitam medir o rendimento, a frequência, a capacidade ou a conduta de indivíduos, de forma quantitativa; 32 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Sociometria: técnica quantitativa que procura explicar as relações pessoais entre indivíduos de um grupo; Análise de conteúdo: permite a descrição sistemática, objetiva e quantitativa do conteúdo da comunicação; História de vida: tenta obter dados relativos à “experiência íntima” de alguém que tenha significado importante para o conhecimento do objeto em estudo; História oral: segundo Moss (1974, p. 9), descrito por Marconi e Lakatos (2006), “é uma técnica para gravar não apenas lembranças do passado, mas reflexõe e opiniões daqueles cujas vidas estão ainda comprometidas com atividades públicas”. No Brasil, foi o Museu de Imagem e do Som que primeiramente valeu-se dessa técnica; Técnicas mercadológicas: a pesquisa de mercado é a obtenção de informações sobre o mercado, de maneira organizada e sistemática, tendo em vista ajudar o processo decisivo nas empresas, minimizando a margem de erros. Independentemente da(s) técnica(s) escolhida(s), deve-se descrever a característica e a forma de aplicação, indicando como codificar e tabular os dados obtidos, considerando: Delimitação do universo (descrição da população): é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. Sendo N o número total de elementos do universo ou população, o mesmo pode ser representado pela letra latina maiúscula X, tal que Xn = X1; X2; X3...; Xn. A delimitação do universo explica que pessoas ou coisas, fenômenos etc., que serão pesquisadas, enumerando suas características comuns, como por exemplo, sexo, faixa etária, organização a que pertencem, comunidade onde vivem etc; Tipo de amostragem: só ocorre quando a pesquisa não é censitária, isto é, não abrande a totalidade dos componentes do universo, surgindo a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população. É escolher uma parte (ou amostra), de tal forma que ela seja a mais representativa possível do todo, e, a partir dos resultados obtidos, relativos a essa parte, pode inferir, o mais legitimamente possível, os resultados da população total, se esta fosse verificada; A amostra constitui uma parcela selecionada do universo (população). É um subconjunto do universo. Sendo n o número de elementos da amostra, a mesma pode ser representada pela letra latina minúscula x, tal que x = x1; x2; x3; ...; xn onde xn < Xn e n < (maior ou igual) N. Há duas grandes divisões no processo de amostragem: a não-probabilista e a probabilista. A priemira, não fazendo uso de uma forma aleatória de seleção, não pode ser objeto de certos tipos de tratamento estatístico, o que diminui a possibilidade de inferir para o todo, os resultados obtidos para a amostra. 33 C urso B acharelado em A dm inistração P ública Tratamento estatístico: os dados colhidos pela pesquisa apresentar-se-ão “em bruto”, necessitando da utilização da estatística para seu arranjo, análise e compreensão; Embasamento teórico: são os elementos de fundamentação teórica da pesquisa e, também, a definição dos conceitos empregados, que são: a) Teoria de base: a finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo teórico que sirva de embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados. Todo projeto de pesquisa
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