Buscar

TRABALHO PALESTRA LUIS ROBERTO BARROSO (1)(2)

Prévia do material em texto

FACULDADES DOCTUM
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL I
PROF.: ROGÉRIO GANDINI DA SILVA
3º PERÍODO – 2015/1
TEMA: AS TRANSFORMAÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL CONTEMPORÂNEO
MIN. DO STF: DR. LUIS ROBERTO BARROSO
ASSITIR O VIDEO (YOU TUBE) REFRENTE A PALESTRA DO MINISTRO DO STF, DR.LUIS ROBERTO BARROSO: AS TRANSFORMAÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL - X SEMINÁRIO DE DIREITO MILITAR (28/11/2011)
RESPONDER AS SEGUINTES QUESTÕES:
CONCEITUE OS TRÊS MARCOS QUE ASSINALARAM AS TRANSFORMAÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL CONTEMPORÂNEO.
As transformações do Direito Constitucional contemporâneo podem ser narradas tendo como marcos três pontos bem definidos: um marco histórico, um marco filosófico e um marco teórico. O marco histórico deste novo Direito Constitucional tem início com a redemocratização da Europa, logo depois da 2ª Guerra Mundial na Alemanha, depois na Itália. Tem como marcos ainda a redemocratização da Espanha e de Portugal ao longo da década de 70. O marco histórico deste novo Direito Constitucional no Brasil é a Constituição de 1988, que completou 20 anos, e que ajudou a se fazer uma travessia extremamente bem sucedida entre nós, de um estado autoritário para um estado democrático de direito.
O marco filosófico deste novo Direito Constitucional é o pós-positivismo, é a superação da filosofia jurídica positivista, muito característica dos sistemas romano-germânicos e muito enraizada no pensamento jurídico brasileiro. Porém, nos últimos 20 anos vive-se no Brasil um processo de superação dessa visão positivista, não para desprezar a relevância da lei escrita, não para desprezar a importância da segurança jurídica, mas para constatar que nós vivemos uma época de reaproximação entre o Direito e a Ética, entre o Direito e a Filosofia. O pós-positivismo identifica também uma era em que a dignidade da pessoa humana passa a ser um princípio fundamental do qual se irradiam os diferentes direitos fundamentais. O ambiente do novo Direito Constitucional é este ambiente pós-positivista de normatividade dos princípios de centralidade dos direitos fundamentais de reaproximação entre o Direito e a Ética.
O marco teórico do novo Direito Constitucional identifica três grandes mudanças de paradigmas que revolucionaram a prática do Direito Constitucional nos últimos 50 anos no mundo, e nos últimos 20 anos no Brasil. A primeira dessas mudanças de paradigma foi o reconhecimento de força normativa à Constituição, que é uma norma jurídica. Superamos, portanto, com atraso, mas não tarde demais, o modelo europeu tradicional em que a Constituição era compreendida como um documento político, uma convocação a atuação do legislador ou do administrador, um documento que não era dotado de aplicabilidade direta e imediata. Neste modelo superado, os direitos não eram irradiados diretamente a partir da Constituição, mas somente a partir do momento em que havia a intermediação do legislador regulamentando o que estava previsto na Constituição. Esta visão é hoje inteiramente derrotada do ponto de vista histórico, e as normas constitucionais são aplicáveis direta e imediatamente no limite da sua densidade jurídica. Isso pode parecer uma obviedade para as novas gerações, mas esta é uma revolucionária novidade no Brasil dos últimos 20 anos.
A segunda mudança de paradigma situada dentro desse marco teórico foi a expansão da jurisdição constitucional, no mundo de uma maneira geral e no Brasil de um modo particular. No mundo, depois da 2ª Guerra Mundial venceu o modelo norte-americano de constitucionalismo, que é fundado na centralidade da Constituição, no controle de constitucionalidade e, portanto, na supremacia judicial, porque o controle de constitucionalidade é feito por um órgão judicial. O modelo europeu tradicional era de centralidade da lei e de supremacia do parlamento, porque como não havia controle de constitucionalidade. A última palavra acerca da interpretação da Constituição era dada pelo parlamento. Portanto, a partir de 1948, 50, na Europa, de uma maneira geral, este modelo de centralidade da lei e de supremacia do parlamento é historicamente derrotado pelo modelo de centralidade da constituição e de supremacia judicial na interpretação da constituição. Todos os países europeus democráticos, um a um, praticamente, com algumas exceções como o Reino Unido e Holanda, passaram a adotar Tribunais Constitucionais e a permitir o controle de constitucionalidade das leis. Este modelo na Europa é processualmente diferente do modelo adotado nos Estados Unidos, mas o conceito de que a última palavra na interpretação da Constituição é dada pelo Poder Judiciário foi o que prevaleceu. No Brasil, desde a primeira Constituição republicana vigorava o modelo norte-americano de controle incidental de constitucionalidade por todos os órgãos judiciais. O controle de constitucionalidade torna-se verdadeiramente importante no Brasil a partir da Constituição de 1988 que manteve o controle incidental, mas expandiu notavelmente o controle por via das ações diretas dos processos objetivos notadamente pela ampliação dos legitimados ativos previstos no artigo 103. Sob a Constituição de 1988 houve um boom de controle de constitucionalidade que torna o modelo brasileiro muito peculiar, porque algumas das grandes questões controvertidas postas ao debate público no Brasil chegam direta e rapidamente ao Supremo Tribunal Federal por meio de ações diretas. Esta é a segunda grande transformação teórica. A jurisdição constitucional passa a desempenhar um papel de grande distinção no mundo, de uma maneira geral, e aqui no Brasil de uma maneira particular.
A terceira e última mudança teórica que revolucionou a prática do Direito Constitucional e do Direito de uma maneira geral foi o desenvolvimento de uma nova interpretação constitucional, de novas categorias para a interpretação constitucional. Aqueles elementos tradicionais da interpretação jurídica gramatical, histórico, sistemático e teleológico, interpretação constitucional e, neste âmbito da dogmática, da hermenêutica constitucional, foram desenvolvidas ou aprofundadas novas categorias como o emprego da técnica de cláusulas gerais, a normatividade dos princípios, o reconhecimento das colisões de normas constitucionais sejam normas de princípios, sejam normas de direitos fundamentais, a necessidade da ponderação como técnica de decisão e a reabilitação da argumentação jurídica como fundamento de legitimidade das decisões criativas do Poder Judiciário.
O QUE FOI A SUPERAÇÃO DO FORMALISMO JURÍDICO
O pensamento jurídico clássico alimentava duas ficções que, na verdade, expressavam o interesse ideológico dos setores hegemônicos: a) a de que o Direito era a expressão da razão, de uma justiça imanente; e b) a de que o Direito se realizava, se interpretava, se concretizava mediante uma operação lógica e dedutiva, em que o juiz fazia a subsunção dos fatos à norma, meramente pronunciando a consequência jurídica que nela já se continha. Ao longo do século XX, consolidou-se a convicção de que: a) o Direito é, frequentemente, não a expressão de uma justiça imanente, mas de interesses que se tornam dominantes em um dado momento e lugar; e b) em uma grande quantidade de situações, a solução para os problemas jurídicos não se encontrará pré-pronta no ordenamento jurídico. Ela terá de ser construída argumentativamente pelo intérprete, com recurso a elementos externos ao sistema normativo. Ele terá de legitimar suas decisões em valores morais e em fins políticos legítimos.
CONCEITUE PÓS POSITIVISMO SEGUNDO OS FUNDAMENTOS DO PALESTRANTE.
Apresenta-se como uma terceira via entre as concepções positivista e jusnaturalista: não trata com desimportância as demandas do Direito por clareza, certeza e objetividade, mas não o concebe desconectado de uma filosofia moral e de uma filosofia política.
O QUE VOCE ENTENDEU SOBRE DAR A CONSTITUIÇÃO FORÇA NORMATIVA.
A força normativa da Constituição refere-se à efetividade plena das normas contidas na Carta Magna de um Estado. Tal princípiofoi vislumbrado por Konrad Hesse, que afirmava que toda norma Constitucional deve ser revestida de um mínimo de eficácia, sob pena de figurar “letra morta em papel”. Hesse afirma que a Constituição não configura apenas o “ser” (os princípios basilares que determinam a formação do Estado), mas um dever ser, ou seja, a Constituição deve incorporar em seu bojo a realidade jurídica do Estado, estando conexa com a realidade social. Neste sentido, afirma Gerivaldo Alves Neiva que “esta compreensão de Hesse importa que a Constituição deverá imprimir ordem e conformação à realidade política e social, determinando e ao mesmo tempo sendo determinada, condicionadas mas independentes”. A prática da força normativa da Constituição traduz a essência da ideia neoconstitucionalista.
Por sua vez, o princípio da máxima efetividade das normas apregoa que as normas constitucionais devem ser interpretadas de tal modo que a eficácia da Lei Maior seja plena, máxima. A interpretação de uma norma é de fundamental importância, pois objetiva a aplicação de tal norma de forma inequívoca, tendo em vista que busca o seu verdadeiro significado, a sua essência. Destarte, para que a Constituição tenha força normativa, de acordo com o prescrito por Konrad Hesse, necessário de faz interpretá-la de modo a buscar sua plena eficácia.
DEFINA O QUE SIGNIFICA: MODELOS TRADICIONAIS DE INTERPRETAÇÃO JURÍDICA E DESACORDOS MORAIS RAZOÁVEIS SEGUNDO O ENTENDIMENTO DO PALESTRANTE.
MODELOS TRADICIONAIS DE INTERPRETAÇÃO JURÍDICA se refere à interpretação que busca simplesmente o enquadramento do fato na norma jurídica. Porém esse modelo não consegue mais dar conta de todos os litígios. A atividade de interpretação se utiliza de um conjunto tradicional de elementos de interpretação, de longa data identificados como gramatical, histórico, sistemático e teleológico. São eles instrumentos que vão permitir ao intérprete em geral, e ao juiz em particular, a revelação do conteúdo, sentido e alcance da norma. O Direito, a resposta para o problema, já vêm contidos no texto da lei. Interpretar é descobrir essa solução previamente concebida pelo legislador. Neste modelo, o ordenamento traz em si uma solução adequada para a questão. Desta forma, o intérprete, não faz escolhas próprias, mas revela o que já se contém na norma. O juiz desempenha uma função técnica de conhecimento, e não um papel de criação do direito. A interpretação jurídica tradicional, portanto, desenvolve-se por um método subjuntivo, fundado em um modelo de regras, que reserva ao intérprete um papel estritamente técnico de revelação do sentido de um Direito integralmente contido na norma legislada. 
DESACORDOS MORAIS RAZOÁVEIS – Refere-se a um problema de interpretação da norma, assim, pessoas bem intencionadas e esclarecidas em relação a inúmeras matérias, pensam diferente de forma radicalmente contrária, sendo impossível chegar a um entendimento comum. Cláusulas constitucionais como o direito à vida, dignidade da pessoa humana dão margem a construções hermenêuticas distintas, por vezes contrapostas de acordo com a pré-interpretação do interprete. 
EXPLIQUE O FENÔMENO QUE FIRMOU A CONSTITUIÇÃO COMO CENTRO DO SISTEMA JURÍDICO.
O QUE É O FENÔMENO DA CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO.
8) DEFINA O QUE É ATIVISMO JURÍDICO DO STF.

Continue navegando