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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ANÁPOLIS DO ESTADO DE GOIAS Número do Processo: xxxxxxxx JOÃO PINHO já qualificado na forma do art. 319 CPC, representado por sua advogada Alessandra Franco, OAB/RJ já qualificada na forma do art. 319 CPC, vem apresentar CONTESTAÇÃO na forma dos artigos 46, 335, 337 (II, IX, XI) CPC e dos artigos 104, 158 e 207 Cc e da Lei do Inquilinato 8245/91, em face da Empresa X, Y, Z pelos fundamentos de fato e de direito que passará a expor: I –DA VERDADE DOS FATOS João Pinho, fora fiador em contrato de locação firmado entre a autora a empresa X,Y,Z e o locatário Mário Vargas em 05 de março de 2008. Em 08/11/2016 o Sr. João Pinho restou surpreendido pelo pedido de anulação do negócio jurídico realizado em 06/01/2012 quando doou dois de seus três imóveis para suas duas filhas, valendo cada imóvel R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), situados na Rua Arboredo, número 324 apartamentos 307 e 505, Goiânia / GO, com a concordância de ambas e registro de doações no mesmo dia. A autora alega uma possível fraude contra credores visto que o locatário encontra-se inadimplente desde 06/04/2014, o que acarretou uma ação de despejo em 09/07/2015 julgada procedente em 25/11/2016 já em fase de execução para cobrança dos aluguéis na 2ª vara de Anápolis / Goiás. II –DAS PRELIMINARES A). DA INCOMPETÊNCIA DE JUÍZO Atendendo a regra do artigo 46 CPC, a presente ação não deveria ter sido proposta no foro em que agora se encontra, uma vez que o contrato em questão tem característica de ordem pessoal, devendo assim ser proposto no foro do domicílio do réu. B). DO LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO (Art. 114 e 115 CPC) Sempre que houver uma pluralidade de sujeitos em um dos pólos da relação processual, poderá haver litisconsórcio e cumulação de demandas. No presente caso, trata-se de ação pauliana e que por força de lei nos artigos 158 e seguintes do Código Civil, faz se necessário que as filhas do Sr. João Pinho sejam incluídas no processo, uma vez que o pedido para anulação do negócio jurídico está devidamente ligado à doação que receberam de seu pai. C). AUSÊNCIA DE PROCURAÇÃO / DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO. Verifica-se a ausência de procuração do advogado da parte autora para atuar no processo o que causa um defeito de representação. (Art. 76 e 337, IX, CPC) III – DA PREJUDICIAL DE MÉRITO A). DA DECADÊNCIA O prazo para anulação de negócio jurídico é de quatro anos contados do dia que foi celebrado (Art. 178, CC). Com base nesse entendimento, já foi excedido o prazo para propositura da ação, tendo em vista que o negócio ocorreu em 06 de Janeiro de 2012 e a ação para anulação do negócio jurídico iniciou em 08 de novembro de 2016. Neste caso deverá ocorrer a resolução do mérito conforme propõe o artigo 487, II, CPC. IV- DO MÉRITO A). DA AUSÊNCIA DE FRAUDE CONTRA CREDORES A autora pretende que seja anulado o negócio jurídico celebrado entre o Réu e suas duas filhas onde afirma ter havido fraude contra credores. Ocorre que o pedido não procede, pois o Réu informou que o contrato era de 30 meses a contar de 05 de março de 2008 e que 120 dias antes do final do contrato de locação ser renovado (prazo este estabelecido na Lei do Inquilinato 8245/91), notificou o locador e locatário que não renovaria mais a fiança. Quanto ao débito, este ocorreu em 06 de abril de 2014 e que o mesmo não pode ter relação à doação feita à suas filhas, uma vez que estas ocorreram em 06 de Janeiro de 2012 dois anos antes e que à época não era mais o fiador V- DOS PEDIDOS Isto exposto requer: Que seja acolhida preliminar para declinar a competência para uma das varas cíveis da comarca de Goiânia Que seja acolhida a preliminar determinando a regulamentação do pólo passivo, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito. Que seja regularizada a representação do autor sob pena da extinção do processo sem resolução de mérito. Como prejudicial de mérito que seja acolhida a decadência extinguindo o processo com resolução de mérito. (Art. 487, II, CPC). Do mérito requer que seja julgado improcedente o pedido da autora, condenando-a ao pagamento dos ônus sucumbenciais. VI – DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas admitidas em direito com ênfase no acautelamento de folhas, bem como a produção de prova testemunhal e pessoal na forma do art. 369 e seguintes do CPC. Nestes termos, pede deferimento. Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2017. Alessandra Franco Advogada OAB/RJ XXXX
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