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CONTAS A RECEBER

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CONTAS A RECEBER
Conceito e conteúdo
As contas a receber representam, normalmente, um dos mais importantes ativos das empresas. São valores a receber decorrentes de vendas a prazo de mercadorias e serviços a clientes, ou oriundos de outras transações. Essas outras transações são representam o objeto principal da empresa, mas são normais e inerentes a suas atividades.
Por esse motivo, é importante a segregação dos valores a receber, relativos a seu objeto principal (clientes), das demais contas. As contas a receber são demonstradas em montantes a receber de clientes comerciais, contas a receber de partes relacionadas. Essas contas são normalmente realizáveis no decurso do exercício seguinte à data do balanço e fazem parte, portanto, do Ativo Circulante. Todavia, podem também ter vencimentos a longo prazo, em casos especiais de vendas a prestação etc., quando, então as parcelas recebíveis após o exercício seguinte devem ser classificadas no Ativo não Circulante. A partir da Lei nº. 11.638/07 é também previsto o ajuste a valor presente dos valores a receber.
Duplicatas a receber
As duplicatas a receber originam-se no curso normal das operações da empresa pela venda a prazo de mercadorias ou serviços, representando um direito a cobrar de seus clientes.
Tais contas a receber de clientes são representadas por faturas ou duplicatas em aberto na data do balanço. Porém, podem existir valores a receber, ainda não faturados, oriundos de diversas operações, principalmente no ramo de construção, produção de equipamentos sob encomenda e de serviços profissionais. Assim, nesses casos deve-se ter a conta Serviços Executados a Faturar, relativa a:
Serviços já executados até a data do balanço, mas cujo faturamento ainda não foi efetuado;
Materiais já entregues aguardando sua montagem ou aplicação a determinada obra (de terceiros) ou produto (também de terceiros) em andamento.
Critérios contábeis
As duplicatas e contas a receber de clientes estão diretamente relacionadas com as receitas da empresa, devendo ser contabilmente reconhecidas somente por mercadorias vendidas ou por serviços executados até a data do balanço, de acordo com o principio contábil de realização da receita. Devem ser creditadas (baixadas) somente pelas cobranças feitas, mercadorias devolvidas ou descontos comerciais e abatimentos concedidos e perdas reconhecidas até aquela data.
É pratica comum, registrar contabilmente as vendas e as contas a receber delas decorrentes na ocasião da emissão das notas fiscais de vendas, que é praticamente simultânea à entrega das mercadorias. Paralelamente, há a baixa das contas de estoques com débito respectivo em custo das vendas. (prezados acadêmicos, observe a respeito do ajuste a valor pressente).
Os faturamentos antecipados, por conta de futuros fornecimentos, são registrados contabilmente, mas ainda não geram, de fato, nenhum direito, sendo por isso necessária a utilização de conta redutora em valor equivalente “Faturamento para Entrega Futura”.
Assim, para se reconhecer a receita que gere contas a receber. Deve-se atentar se: 
As partes mais importantes no processo de ganha-las estão completadas;
Se existe um preço atribuído pelo mercado;
Há liquidez estimada com relação ao seu recebimento;
Todas as despesas já foram incorridas ou as a incorrer são estimáveis.
Critérios de avaliação
As contas a receber devem ser avaliadas por seu Valor Líquido de Realização, ou seja, pelo produto final em dinheiro ou equivalente que se espera obter e com o devido ajuste a valor presente. Para tanto, devem ser constituídos ajustes relativos a Perdas Estimadas em Crédito de Liquidação duvidosa para cobertura dos valores que se estima não receber, sendo esse ajuste uma conta redutora das contas a receber, resultando no valor líquido realizável. A conta de ajuste a valor presente também se apresenta como uma conta redutora de contas a receber.
O inciso I, alínea “b”, do art. 183 da Lei nº 6.404/76, modificado pela Lei nº 11.638/07, estabelece os critérios de avaliação desse ativo, indicando que os ativos nesse caso serão avaliados pelo “valor de emissão, atualizados conforme disposições legais ou contratuais, ajustados ao valor provável de realização”. O inciso VIII do mesmo artigo prevê que “os elementos dos ativos decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.
Em decorrência do ajuste a valor presente, os juros “embutidos” ou cobrados na transação são reconhecidos pro rata temporis, debitando-se a conta de ajuste a valor presente (redutora do ativo) e creditando-se a conta de receita financeira comercial pelo valor dos juros já transcorridos. Essa forma de contabilização faz com que a informação contábil reflita melhor a real natureza da receita gerada, que não foi em virtude da transação de venda, mais fruto do prazo dado para pagamento da transação no qual a empresa cobra juros, mesmo que esteja explicitamente contratado.
Perdas estimadas em crédito de liquidação duvidosa
Como já foi comentado, deve ser feita à estimativa de perdas em contas a receber, valor que representa a incerteza no recebimento dos valores. As despesas provenientes dessa estimativa não são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social (consultar a Lei nº 9.430/96 e IN SRF nº 93/97), possibilitando, em vez disso, às empresas deduzir as perdas efetivas no recebimento de créditos, nos prazos previstos na referida legislação. 
A importância de se fazer essa estimativa vai ao encontro do que é previsto nas normas internacionais e do processo de harmonização internacional da contabilidade. O conceito é inerente à estimativa do valor recuperável do ativo, onde é valorizada a informação ao usuário da contabilidade sobre o real valor que se espera no ativo, ou seja, os benefícios econômicos futuros devem ser ajustados àquilo que realmente se tem a expectativa de ser recebido.
Formas de apuração da perda estimada
Senhores(as) Acadêmicos(as), a teoria sobre esse assunto é muito extensa quanto ao risco de perdas com as contas a receber, porém devemos observar o seguinte: 
Deve ser baseada na análise individual do saldo de cada cliente. Esse trabalho deve ser feito com base na posição analítica por duplicata dos clientes da data do balanço e em conjunto com os responsáveis pelos setores de venda e crédito e cobrança, de forma a exercer um julgamento adequado sobre a probabilidade de recebimento dos saldos;
Deve ser devidamente considerada a experiência anterior da empresa com relação a prejuízos com contas a receber. Essa análise pode ser feita por meio da comparação dos saldos totais de clientes ou de volumes de faturamento com prejuízos reais ocorridos em anos anteriores na própria empresa.
Devem ser também consideradas as condições de venda. Obviamente, a existência de garantias reais anula ou reduz as perspectivas de perdas;
Atenção especial deve ser dada às contas atrasadas e a clientes que tenham parte de seus títulos em atraso. Nesses casos, é importante a preparação de uma análise das contas a receber vencidas, preferencialmente comparativa com períodos anteriores. As contas são agrupadas em função de seus vencimentos, como vencidas há mais de um ano, entre 180 dias e um ano, entre 90 e 180 dias etc.
 
Tem sido prática comum e adequada:
Determinar o valor das perdas já conhecidas com base nos clientes atrasados, em concordata, falência ou com dificuldades financeiras;
Estimar um valor adicional de perdas estimadas para cobrir perdas prováveis, mesmo que ainda não conhecidas por se referirem à contas a vencer, mas comuns de ocorrer, com base na experiência da empresa, tipo de clientes etc.
A resolução do Banco Central nº 2.682/99, que dispõe sobre critérios de classificações de crédito e regras para constituição das perdas estimadas para créditos de liquidação duvidosa, apesar de ser direcionadas paraadoção pelas instituições financeiras no Brasil, é uma boa fonte de princípios e conceitos importantes na análise da estimativa de recebimento de um crédito. São nove os aspectos a serem observados:
Em relação ao devedor e seus garantidores:
Situação econômico-financeira; b) grau de endividamento; c) capacidade de geração de resultados; d) fluxo de caixa; e) administração e qualidade de controles; f) pontualidade e atrasos nos pagamentos; g) contingências; h) setor de atividade econômica; i) limite de crédito.
Em relação à operação: a) natureza e finalidade da transação; b) características das garantias, particularmente quanto à suficiência de liquidez; c) valor... e situações de renda e de patrimônio bem como outras informações cadastrais do devedor.
As normas internacionais e o pronunciamento CPC 38, - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração só reconhecem a possibilidade de registro contábil das Perdas Incorridas, não aceitando reconhecimento de Perdas simplesmente esperada.
Assim, a viger esse Pronunciamento para a partir de 2010, estariam todas as empresa brasileiras sujeitas a ele impedidas de reconhecer perdas por expectativas, médias passadas, crises de liquidez gerais e não aplicáveis especificamente aos clientes da entidade etc., ou seja, não poderiam continuar trabalhando à base das Perdas Esperadas.
CONTABILIZAÇÃO - 	Caso Prático
Suponhamos que os saldos iniciais de contas a receber e da PECLD de determinado período sejam segregados por classe de risco e sejam assim compostos:
	Classe de Devedor
	A Receber
	PECLD
	Líquido
	% de PECLD
	Classe A
	50.000
	(750)
	49.250
	1,50%
	Classe B
	70.000
	(1.400)
	68.600
	2,0%
	Classe C
	60.000
	(1.800)
	58.200
	3,0%
	Classe D
	80.000
	(3.200)
	76.800
	4,0%
	Total
	260.000
	(7.150)
	252.850
	2,8%
Obs.: Os clientes da classe A pagaram R$ 49.250,00 dos R$ 50.000,00 de deviam. A PECLD dessa Classe era de R$ 750,00 e o saldo líquido a receber era de R$ 49.250,00, igual ao valor recebido. Portanto, a PECLD foi exata para amortizar a perda ocorrida, tendo sido realizada integralmente, não havendo efeito posterior à constituição da PECLD no resultado.
Lançamentos:
D – Caixa
C – Contas a receber classe a R$ 49.250,00
Realização da PECLD
D – PECLD classe A
C – Contas a receber classe A R$ 750,00
	Contas do Ativo
	Saldo inicial
	Recebimento
	Saldo intermediário
	Realização PECLC
	Saldo Final
	Classe A
PECLD Classe A
	50.000,00
(750,00)
	(49.250,00)
	750,00
(750,00)
	(750,00)
750,00
	0,00
0,00
	Total
	49.250,00.
	(49.250,00)
	0,00
	0,00
	0,00
A classe B pagaram R$ 65.000,00 dos R$ 70.000,00 que deviam. A PECLD desses clientes era de R$ 1.400,00, resultado de um saldo líquido a receber de R$ 68.600,00, superior ao valor efetivamente recebido. Portanto, a PECLD foi insuficiente em relação à perda ocorrida. A parcela estimada foi realizada integralmente e também, ocorre efeito no resultado pelo registro da perda ocorrida no período em virtude da insuficiência da PECLD de R$ 3.600,00.
Lançamentos: clientes classe B
D – Caixa 
C – Contas a receber classe B - R$ 65.000,00
Realização da PECLD
D – PECLD classe B
C – Contas a receber classe B R$ 1.400,00
Reconhecimento das perdas dos clientes classe B
D – Perdas com incobráveis
C – Contas a Receber –classe B - R$ 3.600,00
	Contas do Ativo
	Saldo inicial
	Recebimento
	Saldo intermediário
	Realização PECLC
	Saldo
Intermediário
	Rec. Das perdas
	Saldo final
	Classe B
PECLD Classe B
	70.000,00
(1.400,00)
	(65.000,00)
	5.000,00
(1.400,00)
	(1.400,00)
1.400,00
	3.600
0,00
	(3,600)
0,00
	0,00
0,00
	Total
	68.600,00.
	(65.000,00)
	3.600,00
	0,00
	3.600
	(3.600)
	0,00
	Contas de resultado
	
	
	
	
	
	
	
	Perdas c/ incobráveis
	
	
	
	
	
	(3.600)
	(3.600)
Os clientes da classe C pagaram integralmente os R$ 60.000,00 que deviam, não havendo perda alguma. Como havia a PECLD de R$ 1.800,00 e esta não foi utilizada, deve-se reverter seu saldo com reconhecimento no resultado.
Lançamentos: recebimento classe C
D – caixa
C – Contas a receber classe C R$ 60.000,00
Reversão da PECLD
D – PECLD classe C
C – Outra receitas operacionais (recuperação de despesas) R$ 1.800,00
	Contas do Ativo
	Saldo inicial
	Recebimento
	Saldo intermediário
	Reversão PECLC
	Saldo Final
	Classe C
PECLD Classe C
	60.000,00
(1.800,00)
	(60.000,00)
	
(1.800,00)
	
1.800,00
	0,00
0,00
	Total
	58.200,00.
	(60.000,00)
	1.800,00
	0,00
	0,00
	Contas de Resultado
	
	
	
	
	
	Outras receitas Operacionais
	
	
	
	
1.800,00
	
1.800,00
Os clientes D pagaram os R$ 60.000,00 dos R$ 80.000,00 que deviam, entram em processo de falência, não havendo qualquer expectativa de receber o saldo remanescente. Portanto, a PECLD deve ser integralmente realizada e o saldo a receber remanescente deve ser lançado como perda com incobráveis. 
Lançamentos – recebimento de clientes classe D
D – Caixa
C – Contas a receber – clientes classe D - R$ 60.000,00
Realização da PECLD
D – PECLD classe D
C – Contas a receber – classe D - R$ 3.200,00
Reconhecimento das perdas dos clientes classe D
D – Perdas com incobráveis
C - Contas a receber – classe D - R$ 16.800,00
	Contas do Ativo
	Saldo inicial
	Recebimento
	Saldo intermediário
	Realização PECLC
	Saldo
Intermediário
	Rec. das perdas
	Saldo final
	Classe D
PECLD Classe D
	80.000,00
(3.200,00)
	(60.000,00)
	20.000
(3.200)
	(3.200)
3.200
	16.800
0,00
	(16.800)
0,00
	0,00
0,00
	Total
	76.800,00.
	(60.000,00)
	16.800
	0,00
	16.800
	(16.800)
	0,00
	Contas de resultado
	
	
	
	
	
	
	
	Perdas c/ incobráveis
	
	
	
	
	
	(16.800)
	(16.800)
Aspectos Fiscais
O aspecto contábil e a estimativa adequada com relação à perda estimada em créditos de liquidação duvidosa independe da legislação fiscal, e compreende:
Constituição da perda estimada, conforme os níveis adequados de risco de crédito, no período em que os créditos foram originados (regime de competência) e com a atualização desse risco periodicamente;
Realização da perda estimada pela absorção dos créditos não recebidos, quando a administração os considerar incobráveis; 
Reversão da perda estimada quando constituída em excesso ao valor efetivamente perdido;
A baixa dos créditos como perdas efetivas no período quando a estimativa for constituída em valor inferior às perdas efetivamente ocorridas.
De acordo com a regulamentação fiscal, somente serão dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social os registros contábeis relativos a perdas (despesas, contabilmente) de créditos referentes aos casos em que (art. 340 do RIR/99:
I – Já exista declaração de insolvência do devedor, por meio de sentença do poder judiciário;
II – Não exista garantia de valor para os créditos de até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses; não exista garantia de valor para os créditos entre R$ 5.000,00 e R$ 30.000,00 por operação e vencidos há mais de um ano e que estejam em processo de cobrança administrativa (como protesto do título em cartório) e, finalmente, não exista garantia para os créditos de valor superior a R$ 30.000,00 e vencidos há mais de um ano, cujos procedimentos judiciais para recebimento já estejam em andamento (execução judicial);
III – Haja garantia para os valores a receber já vencidos há mais de dois anos e que já estejam contemplados em procedimentos judiciais para recebimento ou arresto das garantias em andamento. Consideram –se créditos com garantia aqueles decorrentes de vendas a prazo com reserva de domínio, de alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais.
IV – Haja declaração de falência ou concordatado devedor, em relação à parcela incobrável, observando-se que a dedução da perda será admitida a partir da data da decretação da falência ou da concessão da concordata, desde que a credora tenha adotado os procedimentos judiciais necessários para o recebimento do crédito.
Para tanto, solicito observar atentamente os procedimentos:
	ATIVO
	RESULTADO
	PECLD (conta retificadora do contas a receber)
PECLD não dedutível (ou contábil)
Perda dedutível (ou fiscal)
	PCLD
Despesa com PECLD não dedutível (ou contábil)
Despesa com perda dedutível (ou física)
Receita de reversão de PECLD não tributável (ou contábil)
Receita de reversão de perda tributável (ou fiscal)
	PECLD Total
	Despesa (ou receita) Líquida com PECL
Vejamos um exemplo onde uma empresa apresente os seguintes saldo referentes à conta de Contas a Receber de Clientes:
	Conta
	Saldo Inicial R$
	Duplicatas a Receber
(-) PECLD não dedutíveis
(-) Perdas dedutíveis
	 500.000,00
(70.000,00)
0,00
	(-) PECLD Total
	(70.000,00)
	Créditos Líquidos
	430.000,00
Durante o exercício, ocorreram os seguintes fatos:
Homologação da concordata do cliente XY que se compromete a pagar 75% de sua dívida de R$ 50.000,00, tendo a empresa adotado os procedimentos judiciais necessários para o recebimento de seus créditos. Conforme a legislação fiscal, a entidade credora pode tomar a dedutibilidade fiscal da parcela que efetivamente não será recebida (25% x 20.000,00 = 5.000,00). A parcela remanescente de R$ 15.000,00 ainda pode ser recebida no futuro, mas a entidade considera prudente manter integralmente a estimativa de perda para esses créditos. O procedimento contábil alternativo, para que haja a possibilidade da dedutibilidade fiscal dessa parcela dos créditos considerada como perda, é o seguinte:
I – Reversão de parcela da PECLD não dedutível para o resultado:
D – PECLD não dedutível (conta retificadora de ativo)
C – Reversão da PECLD não tributável (conta de resultado) 5.000,00
II – Registro fiscal da perda
D – Perda dedutível (conta de resultado)
C – Perda dedutível (conta retificadora de ativo)
Com esse procedimento alternativo de contabilização, substitui-se a realização da PECLD pela reversão da PECLD não tributável mais a constituição da Perda dedutível. Contabilmente, o efeito é o mesmo que o da realização da PECLD, pois não deve haver efeito no resultado. Entretanto, os valores que efetivamente não serão recebidos ainda permanecem indevidamente no ativo, retificados pela perda dedutível.
	ATIVO
	Contas
	Saldo Inicial R$
	Reversão e Lançamento Fiscal
	Saldo
	Duplicatas a Receber
	500.000,00
	0,00
	500.000,00
	(-) PECLD não dedutíveis
(-) Perdas Dedutíveis
	(70.000,00)
0,00
	5.000,00
(5.000,00)
	(65.000,00)
(5.000,00)
	(-) PECLD Total 
	(70.000,00)
	0,00
	(70.000,00)
	Créditos Líquidos
	430.000,00
	0,00
	430.000,00
Demonstração do Resultado
 Reversão de PECLD – não tributável R$ 5.000,00
 Constituição de Perda dedutível R$ (5.000,00)
 Efeito líquido 0,00
A perda dedutível retificadora deve ser mantida no ativo junto os respectivos créditos por pelo menos cinco anos. Caso haja o estorno desse lançamento ou a baixa das contas a receber contra essa conta antes desse prazo, o fisco desconsidera o lançamento inicial da perda fiscal, e esse valor inicialmente deduzido da base de cálculo do imposto deve ser tributado.
Voltemo-nos para o mesmo raciocínio, um título de R$ 2.000,00 completa 6 meses de vencido, sem que tenha sido pago, e é considerado de difícil recebimento pela empresa, e já existe a PECLD não dedutível integral para esse crédito. Conforme a legislação fiscal, a entidade credora pode tomar a dedutilidade fiscal desses créditos somente se der baixa dele diretamente contra o resultado.
Para esse efeito, poderia então haver um lançamento adicional oposto ao lançamento contábil.
Registro da perda
D - Perda dedutível (conta de resultado)
C – Contas a receber (baixa do título) R$ 2.000,00
Registro restaurador do ativo
D – Contas a receber (reversão da baixa do título)
C – PECLD não dedutível (acerto da perda dedutível conta de resultado).
Favor reparar que esse procedimento implica a manutenção do valor do crédito de R$ 2.000,00 no ativo e a eliminação do efeito da perda dedutível no resultado.
Então vejamos o mesmo razão anterior
	ATIVO
	Contas
	Saldo Anterior R$
	Baixa do crédito e reversão de PECLD
	Saldo
	Duplicatas a Receber
	500.000,00
	(2.000) + 2.000
	500.000,00
	(-) PECLD não dedutíveis
(-) Perdas Dedutíveis
	(65.000,00)
 
 (5.000)
	
	(65.000,00)
(5.000,00)
	(-) PECLD Total 
	(70.000,00)
	0,00
	(70.000,00)
	Créditos Líquidos
	430.000,00
	0,00
	430.000,00
Demonstração no resultado do exercício:
PECLD – não tributável 2.000,00
Perda dedutível (2.000,00)
Efeito líquido 0,00
Voltemo-nos para um outro caso, um título de R$ 9.000,00 completa uma ano de vencido, sem que tenha sido pago, e a empresa XY inicia o processo administrativo de cobrança. Conforme a legislação fiscal, a empresa credora pode tomar a dedutibilidade fiscal desses créditos registrando a perda fiscal no resultado e a contrapartida na conta de perdas dedutível (retificadora). A empresa considera impossível a recuperação desses créditos.
Registro da perda fiscal
D – Perda dedutível (conta de resultado)
C Perda dedutível (conta retificadora de ativo) R$ 9.000,00
Veja o lançamento da PECLD não dedutível para eliminar o efeito fiscal errado no resultado.
D – PECLD não dedutível (conta retificadora de ativo)
C – Reversão da PECLD não tributável (conta de Resultado) R$ 9.000,00
Com esse procedimento de contabilização, substitui-se a realização da PECLD para reversão da PECLD não dedutível mais a constituição da Perda Dedutível. Contabilmente, o efeito e um erro, já que os créditos considerado como perda pela administração não são baixados contabilmente. Nesse caso, o adequado seria, para correta elaboração do balanço, considerar o ativo pelo valor líquido, e não o registro do crédito e de sua perda dedutível.
Os lançamentos ficariam da seguinte forma 
	ATIVO
	Contas
	Saldo Inicial R$
	Reversão e Lançamento Fiscal
	Saldo
	Duplicatas a Receber
	500.000,00
	0,00
	500.000,00
	(-) PECLD não dedutíveis
(-) Perdas Dedutíveis
	(65.000,00)
(5.000)
	(9.000)
(9.000)
	(56.000)
(14.000)
	(-) PECLD Total 
	(70.000,00)
	0,00
	(70.000,00)
	Créditos Líquidos
	430.000,00
	0,00
	430.000,00
Demonstração do resultado
Reversão de PECLD não dedutível R$ 9.000,00
Constituição da perda dedutível R$ (9.000,00)
Efeito liquido no resultado 0,00
Voltemo-nos para outro caso, onde um título de R$ 55.000,00 completa 01 (um) ano de vencido, sem que tenha sido pago, e a empresa inicia o processo judicial de cobrança. Conforme a legislação fiscal, a entidade credora pode tomar a dedutibilidade fiscal desses créditos. A entidade ainda considera que esses créditos serão recuperáveis. Os R$ 55.000,00 da PECLD não dedutível são revertidos para o resultado.
Vejamos:
Reversão da PECLD não dedutível
D – PECLD não dedutível (conta retificadora de ativo)
C – Reversão da PECLD não tributável (conta de resultado) R$ 55.000,00
Constituição da Perda Dedutível
D – Perda dedutível (conta de resultado)
C – Constituição da Perda dedutível (conta retificadora de ativo) R$ 55.000,00
Vejamos como fica o controle:
	ATIVO
	Contas
	Saldo Inicial R$
	Reversão e Lançamento Fiscal
	Saldo
	Duplicatas a Receber
	500.000,00
	0,00
	500.000,00
	(-) PECLD não dedutíveis
(-) Perdas Dedutíveis(56.000,00)
(14.000)
	(55.000)
(55.000)
	(1.000)
(69.000)
	(-) PECLD Total 
	(70.000,00)
	0,00
	(70.000,00)
	Créditos Líquidos
	430.000,00
	0,00
	430.000,00
Suponha agora que a empresa XY, tenha recebido R$ 300.000,00, dos títulos em aberto
Lançamento:
D – Caixa (ou bancos)
C – Duplicatas a Receber R$ 300.000,00
	ATIVO
	Contas
	Saldo Inicial R$
	Recebimento
	Saldo
	Duplicatas a Receber
	500.000,00
	(300.000,00)
	200.000,00
	(-) PECLD não dedutíveis
(-) Perdas Dedutíveis
	(1.000,00)
(69.000)
	
	(1.000)
(69.000)
	(-) PECLD Total 
	(70.000,00)
	
	(70.000,00)
	Créditos Líquidos
	430.000,00
	(300.000,00)
	430.000,00
Não se aflijam, é questão de tempo e estudo para que você posse a dominar o conhecimento.
A MUDANÇA NA LEI E O CPC
Com a nova redação da Lei nº. 6.404/76, alterada pela Lei nº. 11.638/07, o tema ajuste a valor presente passa a ter importância enorme para os realizáveis e exigíveis a longo prazo.
O art. 183 da lei prevê em seu inciso VIII que:
“Os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante”
Os procedimentos que devem ser seguidos para o atendimento dessa previsão societária estão detalhados no Pronunciamento Técnico CPC 12 – Ajuste a Valor Presente, obrigatório para todas as companhias abertas, por força da Deliberação CVM nº. 564/08 e para os profissionais de contabilidade das entidades não sujeitas a alguma regulação contábil específica, pela Resolução CFC nº. 1.120/08.
Em consonância com a lei, o Pronunciamento Técnico CPC 12 – Ajuste a Valor Presente estabelece, em seu item 21, que:
“ Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais”
Ainda, em conformidade com tal pronunciamento, a mensuração contábil a valor presente deve ser aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos e a quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial pro rata, a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam. O ajuste será feito mediante criação de conta retificadora (juros a apropriar ou encargos/receitas financeiras a transcorrer) para que não se percam os valores originais. O método a ser utilizado é o da taxa efetiva de juros, sendo que a taxa aplicada não deve ser líquida de efeitos fiscais, mas antes dos impostos.
Com essa mudança, a Contabilidade Societária corrige o problema de tratar de forma semelhante transações a prazo e a vista. Essa mudança tem o objetivo de determinar as parcelas de ativo e passivo que não correspondem a preço efetivo da transação, mas sim o ajuste por conta do valor do dinheiro no tempo. A intenção é que os juros embutidos nas transações que não são a vista, ou dentro de prazos comerciais custos e costumeiramente praticados no mercado a que se referem essas transações, tenham tratamento contábil de acordo com a sua efetiva natureza, isto é, a de resultado financeiro.
Para determinação do valor do ajuste, e, portanto, do valor presente de um fluxo de caixa futuro, são requeridas basicamente três informações: 1 – o valor do fluxo de caixa futuro; 2 – a data em que esse fluxo ocorrerá, e 3 – a taxa de desconto que deve ser utilizada. 
A taxa de desconto a ser utilizada corresponde à taxa efetiva da data da transação, ou seja, independe da taxa de juros de mercado em períodos subseqüentes. Nos casos em que a taxa de juros da transação é explícita (será indicada em contrato ou é conhecida), deve-se apenas verificar sua razoabilidade com a taxa de mercado aplicável. Caso a taxa de juros seja implícita, isto é, não claramente indicada ou conhecida, seu valor deverá ser estimado a partir da taxa de juros de mercado que seja praticada para transações com natureza, prazo e riscos semelhantes, na data inicial da transação. Nessa segunda situação, a taxa de juros utilizada pela entidade para determinação de condições e preços praticados é geralmente uma boa estimativa.
A grande maioria dos direitos e obrigações de longo prazo já está, via de regra, a valor presente, principalmente os empréstimos e financiamentos de terceiros, não ocorrendo ajustes nesses casos, mas alguns outros não necessariamente estão como determina a doutrina contábil.
Finalmente, cabe observar que os conceitos de ajuste a valor presente e valor justo não são sinônimos, enquanto o ajuste a valor presente busca mensurar ativos e passivos levando-se em consideração o valor do dinheiro no tampo e as incertezas a eles associados, mas medidos sempre com base na taxa prevalecente na data original da contratação, a mensuração a valor justo busca demonstrar o valor de mercado de determinado ativo ou passivo, o que significa que prevalece a taxa da data do balanço. Assim, em algumas circunstâncias, o valor justo e o valor presente podem coincidir, mas isso não é uma regra, sendo que, ao aplicar a técnica de ajuste a valor presente, passado o primeiro ano, o reconhecimento da receita ou despesa financeira deve respeitar a taxa de juros da transação na data de sua origem, independentemente da taxa de juros de mercado em períodos subseqüentes. Ou seja, determinada a taxa de ajuste a valor presente, ela permanecerá a mesma até o vencimento da operação.
CONTABILIZAÇÃO DO AJUSTE A VALOR PRESENTE PARA CONTAS ATIVAS
Por exemplo, em uma transação de venda de mercadorias à longo prazo, o desconto relativo ao valor presente deverá ser registrado no mesmo momento em que for reconhecida a receita de vendas. Para melhor entendimento vamos detalhar os registros contábeis envolvidos. Admita o seguinte: 
 Venda de mercadorias valor prefixado R$ 10.000,00, para recebimento da operação daqui a 14 meses (fora deste exercício social), e que a taxa de juros da operação, conhecida, seja de 2% ao mês. 
Pela realização da venda:
Débito – Contas a receber a longo prazo (não circulante)
Crédito – Receita bruta de vendas (resultado) R$ 10.000,00
Pelo registro do ajuste a valor presente no momento em que é realizada a venda.
Débito – Receita bruta de vendas
Crédito – A.V.P – Receita Financeira Comercial a apropriar (redutora das contas a receber a longo prazo) R$ 2.421,25
Observe, que me a mês, a receita financeira comercial a apropriar deverá ser reconhecida no resultado do período como receita financeira comercial utilizando-se a mesma taxa efetiva de juros (2% ao mês). Repare que não cabe uma apropriação linear dessa receita (2.421,25) ao resultado, mas sim o recálculo do valor presente das contas a receber em cada mês. Dessa forma, no segundo mês o valor presente das contas a receber será de R$ 7.730,32. Ou então: 2% sobre o saldo líquido do ativo de R$ 7.578,75 = R$ 151,57. 
Os registros contábeis nesse mês serão:
Débito – A.V.P. Receita financeira Comercial a apropriar
Crédito – Receita financeira comercial R$ 151,57
Forma de calcular: 10.000,00 em FV; 2 em i; 14 em n; PV = 7.578,75. = 10.000,00-7.578,75.= 2.421,25
Cálculo da taxa efetiva: ((1,02^14)-1) = 0,3195
CONTABILIZAÇÃO DO AJUSTE A VALOR PRESENTE PARA CONTAS PASSIVAS
Suponha que você tenha comprado uma máquina a prazo no valor de R$ 50.157,00, a qual será paga em 5 parcela anuais de R$ 10.031,00. A taxa de juros contratada nessa operação é de 20% ao ano. 
A contabilização será a seguinte:
Débito – Máquinas (pelo valor presente, no ativo não circulante) R$ 30.000,00
Débito – Encargos financeiros a transcorrer (redutora do Passivo) R$ 20.157,00
Crédito - Financiamentos R$ 50.157,00
Nobalanço Patrimonial, a conta financiamentos estaria segregada entre passivo circulante e não circulante da seguinte forma:
Passivo circulante
	Financiamentos
	 10.031,00
	Encargos financeiros a transcorrer
	(1.672,00)
	Saldo no passivo circulante
	 8.359,00
Passivo não circulante
	Financiamentos
	40.126,00
	Encargos financeiros a transcorrer
	(18.485,00)
	Saldo no passivo não circulante
	21.641,00 
No final do ano quando do pagamento da primeira parcela, a empresa fará os seguintes lançamentos:
– Apropriação dos encargos financeiros
D – Encargos financeiros (DRE)
C – Encargos financeiros a transcorrer R$ 1.672,00
- Pela parcela do pagamento do financiamento
D – Financiamentos
C – Caixa /Bancos R$ 10.031,00
Como foi calculado: R$ 50157,00/5 = 10.031,40 em PMT; 5 em n; 20 em i; pressionando –se PV obtém-se o valor presente de R$ 30.000,03.
O cesteiro que faz um cesto, faz cem.
 “ Nunca se dê por satisfeito em relação ao conhecimento”

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