Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
METODOLOGIA DA PESQUISA Lenita de Freitas Tallarico Mensagem “Cuidado com gente que não têm dúvida. Gente que não têm dúvida não é capaz de inovar. De reinventar, não é capaz de fazer de outro modo. Gente que não tem dúvida só é capaz de repetir. Cuidado com gente cheia de certeza. Num mundo de velocidade e mudança, imagine se você ou eu somos cheios de certeza a dificuldade que isso nos carrega. (...) Num mundo competitivo, para caminhar para a excelência é preciso fazer o melhor, no lugar de, vez ou outra, contentar-se com o possível. E isso exige humildade e exige que coloquemos em dúvida as práticas que já tínhamos. (...) De onde vem a palavra “humilde”? De húmus, que é terra fértil e, na origem significa o “solo sob nós”. Em outras palavras, húmus é o nível em que nós estamos. A palavra “humildade” é a mesma da origem húmus, da qual deriva “humano”. Cada homem e cada mulher têm o mesmo nível de dignidade, de possibilidade de ação. (...) Qual o contrário de humilde? Arrogância. Gente arrogante é gente que acha que já sabe, que acha que não precisa aprender... (...) Gente arrogante não ouve discordância e não consegue aprender. (...) Arrogância é um perigo porque ela altera inclusive a nossa capacidade de aprender com o outro, de entrar em sintonia. (...)” (CORTELLA, 2008, p. 29-31). Objetivos Objetivo Geral: Apresentar os primeiros passos do pesquisador para o desenvolvimento de trabalhos técnico-científicos. Objetivos Específicos: • Apresentar as técnicas de pesquisas e os métodos de investigação científica. • Apresentar o projeto de pesquisa, forma e elementos. CONHECIMENTO O conhecimento é o ato de adquirir informações e dados sobre um determinado assunto. Ele pode ser motivado pela necessidade de conhecer algo ou saber sobre ele, bem como por curiosidade de conhecer/identificar o procedimento, histórico, as características, o funcionamento, entre outros, de um fato. Assim, conhecimento “É um processo de reflexão crítica cujo objetivo é o desvelamento de um objeto.” (BARROS; LEHFELD, 2000). Convencionalmente, o conhecimento é tipificado em: conhecimento popular/empírico, filosófico, religioso/teológico e científico. Contudo, levando-se em conta outros referenciais e procedimentos possíveis, ainda é viável encontrar outros tipos para essa divisão. Os tipos de conhecimento podem coexistir em um mesmo sujeito da cognição. Um cientista voltado para o estudo da biologia, por exemplo, pode ser praticante de uma religião, ter afinidades com um sistema filosófico e ter como guia de sua vida cotidiana conhecimentos provenientes do senso comum. CONHECIMENTO MÍTICO O conhecimento mítico busca o entendimento da realidade com base no sobrenatural e na tradição. É um tipo de conhecimento que faz uso da intuição para explicar a realidade, as origens e a cosmologia de um grupo. O conhecimento mítico, assim como os demais tipos de conhecimento, cria uma representação do real, atribuindo sentido, significado para as manifestações da natureza e para as tradições culturais. A crença em seres fantásticos, em simbiose com o meio ambiente e com os ancestrais explica o funcionamento do social e do natural. CONHECIMENTO POPULAR/EMPÍRICO O conhecimento popular/empírico também pode ser designado de vulgar ou de senso comum. Porém, nesse tipo de conhecimento, a maneira de conhecer ocorre de forma superficial por informações ou por experiência casual. É desenvolvido, principalmente, por meio dos sentidos e não tem a intenção de ser profundo, sistemático e infalível. Usualmente, é adquirido por acaso ou pelas tradições ou transmitido de geração para geração, não passando pelo crivo dos postulados metodológicos. O conhecimento popular/empírico é adquirido independentemente de estudos, de pesquisas, de reflexões ou de aplicações de métodos. Entretanto, pode tornar-se científico, desde que passe pelas exigências dos pares de uma comunidade científica. CONHECIMENTO RELIGIOSO/TEOLÓGICO O conhecimento religioso/teológico (do grego theos, que significa Deus, e logos, que significa tratado/discurso) está relacionado com a fé e a crença divina. Apresenta verdades indiscutíveis e infalíveis. O que funda o conhecimento religioso/ teológico é a fé, não sendo necessário ter evidências para crer. Apoia-se em doutrinas que contêm proposições sagradas, valorativas, as quais foram ou são reveladas pelo sobrenatural, pelo divino e, por esse motivo, tais proposições são consideradas infalíveis, indiscutíveis e exatas, por consistirem em revelações da divindade, do sobrenatural.. No conhecimento religioso/teológico, um corpo coerente de crenças pode se transformar em religião. Já a religião é o uso de forma sistematizada e institucionalizada dessas crenças. CONHECIMENTO ESTÉTICO/ARTÍSTICO A visão positivista de conhecimento colocou no topo da hierarquia a ciência. Com as visões contemporâneas de saber, têm sido resgatados saberes e fazeres que ajudam a entender a realidade e explicar as relações sociais e fenômenos naturais. A arte tem sido elevada à categoria de conhecimento validado para esses entendimentos e explicações. O conhecimento estético ou artístico, baseado em sentimentos, emoções, criatividade e intuição possibilitam conhecer e lançar possibilidades de interpretação do real. O cientista também está imerso e é influenciado por sua referências sobre arte e estética. Assim, o conhecimento artístico traduzido nas obras de arte é expressão de um contexto histórico cultural específico. CONHECIMENTO FILOSÓFICO O conhecimento filosófico pode ser entendido como resultado do esforço racional, sistemático e lógico de busca de conhecimento sem recorrer à experimentação. De acordo com Fachin (2003), o conhecimento filosófico busca ser o guia para a reflexão e conduz à elaboração de princípios e de valores universais válidos. É a razão que permite a coordenação, a análise e a síntese em uma visão clara e ordenada. “o conhecimento filosófico conduz à reflexão crítica sobre os fenômenos e possibilita informações coerentes. Seu objetivo é o desenvolvimento funcional da mente, procurando educar o raciocínio” CONHECIMENTO TÉCNICO É a aplicação das outras formas de conhecimento para solução de problemas e transformação da realidade. É baseado na objetividade operacional da aplicação do saber fazer a um determinado contexto. Tem como objeto o domínio do mundo e da natureza. É especializado e específico e se esmera na aplicação de todos os outros saberes que lhe podem ser úteis. Trata-se de um tipo de saber que auxilia o ser humano a agir no mundo, levando-os às mais diversas atividades visando à produção técnica da vida. (CORREIA, 2009). Nos atuais paradigmas do conhecimento, a construção de saberes voltados para as necessidades do mercado torna-se um diferencial competitivo. Nesse sentido, a produção técnico-científica, focada no saber fazer, constitui-se como uma regra para a inovação e aplicação de soluções práticas das organizações e da sociedade como um todo. CONHECIMENTO CIENTÍFICO O conhecimento científico procura desvelar os fenômenos: suas causas e as leis que os regem. Considera-se, assim, que o objeto da ciência é o universo material, físico, perceptível pelos órgãos dos sentidos ou pelos aparelhos investigativos. De acordo com Fachin (2003, p.12), “[...] a literatura metodológica mostra que o conhecimento científico é adquirido pelo método científico e, sem interrupção, podeser submetido a testes e aperfeiçoar-se, reformular-se ou até mesmo avantajar-se mediante o mesmo método.” CONHECIMENTO CIENTÍFICO Para que um conhecimento adquira o status de científico, deve seguir alguns critérios internos: coerência (ausência de contradições); consistência (capacidade de resistir a argumentos contrários); originalidade (não ser tautologia); relevância (esperasse que traga alguma contribuição ao conhecimento acumulado pela comunidade científica); objetividade (capacidade de reproduzir a realidade como ela é, e não como o cientista gostaria que fosse - evitar formulações ideológicas). CONHECIMENTO CIENTÍFICO Possui algumas características de consenso da literatura especializada. Dentre elas, se destacam as seguintes: • Real – lida com ocorrências, fatos, isto é, com toda forma de existência que se manifesta de algum modo; • Contingente – suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida por meio da experimentação, e não pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico; • Sistemático – saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria), e não conhecimentos dispersos e desconexos; • Verificável – as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito do conhecimento científico; • Falível – não é definitivo, absoluto ou final; • Aproximadamente exato – novas proposições e o desenvolvimento de novas técnicas podem reformular o acervo de teoria existente; • Objetivo – procura as estruturas universais e necessárias das coisas investigadas; • Generalizador – reúne individualidades, percebidas como diferentes, sob as mesmas leis, os mesmos padrões ou critérios de medida, mostrando que possuem a mesma estrutura; • Racional – procura, assim, apresentar explicações racionais, claras, simples e verdadeiras para os fatos, opondo-se ao espetacular, ao mágico e ao fantástico; • Previsível – busca demonstrar e provar os resultados obtidos durante a investigação, graças ao rigor das relações definidas entre os fatos estudados; a demonstração deve ser feita não só para verificar a validade dos resultados obtidos, mas também para prever racionalmente novos fatos como efeitos dos já estudados. Ciência Investigação racional ou estudo da natureza, direcionado à descoberta da verdade. De acordo com o método científico é um processo de avaliar o conhecimento empírico. Conceitos Preliminares Conceito de Metodologia Metodologia etimologicamente deriva do grego meta que significa “ao largo”; odos “caminho”; logos “discurso, estudo” e relaciona-se com a epistemologia (conhecimento). • É o caminho, a direção para um rigor científico. Oferece trilhas, normas, regras e hábitos que orientam no caminho da pesquisa científica. • Quando aplicada, consiste em um conjunto de procedimentos utilizados que examina, estuda e avalia métodos e técnicas de pesquisa. E também gerar ou verificar vários métodos disponíveis, que conduzam à captação e/ ou processamento de informações relacionados a problemas de investigação. (BARROS; LEHFELD, 2007) Conceito de Método Método methodos (meta-hodós ou méthodos) = caminho, procedimento para se chegar a um fim ou conhecer algo desejado. -Quando aplicado a pesquisa: é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes. Nada mais é do que a lógica aplicada à ciência. Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências. Método Científico É a alma da teoria. Portanto, não se inventa um método, pois ele depende do objeto de investigação (objeto de pesquisa). • Método científico: segue o caminho da dúvida sistemática, metódica e não se confunde com a dúvida universal dos céticos, cuja solução é impossível. • Toda investigação nasce de algum problema observado ou sentido. • Aproveita a observação, a descrição, a comparação, a análise e a síntese, além dos processos mentais de dedução e indução, comuns a todo tipo de investigação, seja experimental ou racional. (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007) Resumo - Esquema dos Conceitos Processos Conhecer- agir Ciência Metodologia Métodos e intervir na realidade Técnicas Ciência: Forma especial de conhecimento da realidade empírica. É um conhecimento racional, metódico e sistemático, capaz de ser submetido à verificação. Busca o conhecimento sistemático do universo. Não é produto de um processo meramente técnico, mas do espírito humano. Metodologia (método): Estuda. Descreve. Explica. Interpreta. Compreende e Avalia. Método: Forma ordenada de proceder ao longo de um caminho. Conjunto de processos ou fases empregadas na investigação, na busca do conhecimento. (BARROS; LEHFELD, 2007) Conceito de Pesquisa Pesquisa é o procedimento racional e sistemático que tem objetivo de buscar sentido, procurar investigar e proporcionar respostas aos problemas sobre um fenômeno ou objeto proposto pelo pesquisador. Pesquisa Científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas metodológicas. • É objetiva e sistematizada, porque utiliza-se método específico de abordagem de um problema em estudo para obter conhecimento, caracterizando assim o aspecto científico de uma pesquisa. • Atém-se apenas à realidade empírica, ao que existe e que está o alcance da experiência. • Possui forma específica para comunicar o conhecimento. (RUDIO, 1999; VIANNA, 2001; GIL, 2002; ACEVEDO; NOHARA, 2006; RUIZ, 2006) Processos para Realizar Pesquisa Científica observação dos fenômenos; análise dos elementos constitutivos desses fenômenos, com a finalidade de estabelecer relações quantitativas entre eles; indução de certo número de hipóteses; verificação das hipóteses aventadas por intermédio de experiências; generalização do resultado das experiências para casos similares; confirmação das hipóteses, obtendo-se, a partir delas, leis gerais. Processo de Pesquisa Científica É obrigatório: efetuar em um estudo científico o capítulo da Revisão da Literatura com um resumo da teoria sobre o fenômeno, objeto da investigação. É necessário a interação dos elementos: • (1) questão básica investigada (pergunta ou problema); • (2) fenômenos sendo abordados (eventos ou objetos); • (3) sistemas conceituais utilizados para interpretar os fenômenos (a teoria); • (4) métodos para coletar dados (registros e transformações dos dados). (MOREIRA, 1990) Conceito de Teoria Teoria é um conjunto de afirmações e generalizações em forma de lei, sistematicamente relacionadas e passíveis de serem empiricamente testadas. Para os autores, o propósito da teoria é: • aumentar a compreensão científica, por meio de estruturas sistematizadas, que são capazes de explicar e/ou predizer os fenômenos. • testar empiricamente a fim de serem: • (1) certificadas por diferentes pesquisadores;• (2) explicar e predizer fenômenos do mundo real; • (3) diferenciar-se de esquemas puramente analíticos. (RUDNER, 1966 apud ACEVEDO; NOHARA, 2006) Essencial ao Pesquisador Conhecer a teoria sobre o fenômeno, objeto da investigação científica. Portanto, a teoria: • (1) resume e explica os fatos; • (2) apresenta a relação entre fatos estudados; • (3) classifica e sistematiza os fatos da realidade empírica; • (4) orienta a seleção dos fatos a serem estudados; • (5) indica lacunas no conhecimento; • (6) resume o que a ciência já sabe sobre o objeto estudado; • (7) prevê novos fatos e relações; • (8) orienta a construção das hipóteses da investigação. (LAKATOS, 1992) Construção do futuro pesquisador QUALIDADES MORAIS OU VIRTUDES QUALIDADES INTELECTUAIS E SOCIAIS • Paciência. • Persistência. • Consciência. • Responsabilidade. • Ética. • Coragem. • Humildade. • Conhecimento do assunto a ser pesquisado. • Curiosidade. • Criatividade. • Integridade intelectual. • Atitude autocorretiva. • Sensibilidade social. • Intuição. • Imaginação disciplinada. • Confiança na experiência. (GIL, 2002; VIANNA, 2001) Tipos de Pesquisas Científicas A pesquisa pode ser classificada segundo as formas de estudo do objeto de pesquisa, neste caso usa-se os tipos de pesquisas: • Descritiva • Experimental • Quase-Experimental • Pesquisa-Ação • Laboratorial • Bibliográfica • Documental • De Campo • Quantitativa • Quanlitativa • Técnicas de Observação • Descritivo: descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou estabelecer as relações entre variáveis e fatos. • Aplicação: Não há interferência do pesquisador; descreve-se o objeto da pesquisa, ou deve-se descobrir a freqüência com que o fenômeno ocorre, bem como a sua natureza, características, causas, relações e conexões com outros fenômenos. OBS: O tipo de pesquisa que se classifica como "descritiva", tem por premissa buscar a resolução de problemas melhorando as práticas por meio da observação, análise e descrições objetivas, através de entrevistas com peritos para a padronização de técnicas e validação de conteúdo. (RUIZ, 2006; BARROS; LEHFELD, 2007; MARTINS, 1994; THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007) Pesquisa descritiva usa padrões textuais como, por exemplo, questionários para identificação do conhecimento. Tem por finalidade observar, registrar e analisar os fenônemos sem, entretanto, entrar no mérito de seu conteúdo. Na pesquisa descritiva não há interferência do investigador, que apenas procura perceber, com o necessário cuidado, a freqüência com que o fenômeno acontece. É importante que se faça uma análise completa desses questionários, formulários ou entrevistas para que se chegue a uma conclusão. (RUIZ, 2006; BARROS; LEHFELD, 2007; MARTINS, 1994; THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007) Pesquisa Descritiva engloba outros três tipos de pesquisas • Bibliográfica: estudo para conhecer as contribuições científicas sobre determinado assunto, cujo objetivo é recolher, selecionar, analisar e interpretar as contribuições teóricas já existentes sobre um assunto. • Documental: reunir, classificar e distribuir documentos de todos os gêneros dos diferentes domínios da atividade humana. • De Campo: corresponde à coleta direta de informação no local onde ocorrem os fenômenos. (BARROS; LEHFELD, 2007; MARTINS, 1994) Pesquisa Bibliográfica (BARROS; LEHFELD, 2007) Pesquisa Bibliográfica: efetua-se procurando resolver um problema ou adquirir conhecimento a partir do emprego predominante de informações advindas de material gráfico, sonoro e informatizado. • Com esse tipo de pesquisa pode-se: construir trabalhos inéditos daqueles que pretendem rever, reanalisar, interpretar e criticar considerações teóricas, paradigmas e/ ou criar novas proposições de explicação de compreensão dos fenômenos das diferentes áreas do conhecimento. Para realizá-la: deve-se fazer levantamento dos temas e dos tipos de abordagem já trabalhados por outros estudiosos, assimilando conceitos já publicados e explorá-los. É relevante:levantar e selecionar conhecimentos já catalogados em bibliotecas, editoras, Internet, videotecas etc. Passos para a Pesquisa Bibliográfica (BARROS; LEHFELD, 2007) 1) Tema - Problema. 2) Determinar Hipóteses - solução imaginada para o problema de pesquisa. 3) Levantamento Bibliográfico. 4) Documentação e registro das informações pertinentes ao tema-problema. Levantamento Bibliográfico Abrange a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, documentos mimeografados ou xerocopiados, mapas, fotos, manuscritos, etc. Todo material recolhido deve ser submetido a uma triagem, a partir da qual é possível estabelecer um plano de leitura. Trata-se de uma leitura atenta e sistemática que se faz acompanhar de anotações e fichamentos que, eventualmente, poderão servir à fundamentação teórica do estudo. Levantamento Eletrônico É a Pesquisa realizada na Internet – também comumente utilizado para descrever a ação de qualquer busca realizada por meio da internet. Pesquisa Documental Pesquisa Documental: o método da Pesquisa Documental vale-se de documentos originais, que ainda não receberam tratamento analítico por nenhum autor. Assim, esta pesquisa não se confunde com a bibliográfica. É comum, na produção de monografias da área da Comunicação, coletarmos dados em documentos bastante diversificados: - documentos institucionais conservados em arquivos; - documentos institucionais de uso restrito; - documentos pessoais, como cartas e e-mails; - fotografias, vídeos, gravações; - leis, projetos, regulamentos, registros de cartório; - catálogos, listas, convites, peças de comunicação; - instrumentos de comunicação institucionais. Pesquisas de Campo (RUIZ, 2006; BARROS; LEHFELD, 2007) Pesquisa de Campo: consiste em observar os fatos ou fenômenos como ocorrem, na coleta de dados e registro de variáveis relevantes para análise. • Não permite isolar e controlar as variáveis relevantes. Mas, permite estabelecer relações entre determinadas condições (variáveis independentes) e, em outros eventos (variáveis dependentes), observadas e comprovadas. Para realizá-la: deve-se realizar a pesquisa bibliográfica sobre o assunto em referência, informando a situação atual do problema, e sobre as opiniões reinantes. Com isso será possível estabelecer o modelo teórico inicial de referência, auxiliar no estabelecimento das variáveis e na elaboração do plano geral da pesquisa. É relevante: determinar as técnicas de coleta de dados, as fontes de amostragem significativas para a conclusão. Também estabelecer as técnicas de registro desses dados e a técnica de análise posterior. A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente,à análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado. Ciência e áreas de estudo, como a Antropologia, Sociologia, Psicologia Social, Psicologia da Educação, Pedagogia, Política, Serviço Social, usam freqüentemente a pesquisa de campo para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições, com o objetivo de compreender os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade. Como qualquer outro tipo de pesquisa, a de campo parte do levantamento bibliográfico. (FRANCO, 1985 Como qualquer outro tipo de pesquisa, a de campo parte do levantamento bibliográfico. Exige também a determinação das técnicas de coleta de dados mais apropriadas à natureza do tema e, ainda, a definição das técnicas que serão empregadas para o registro e análise. Dependendo das técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados, a pesquisa de campo poderá ser classificada como de abordagem predominantemente quantitativa ou qualitativa. Em pesquisa cuja abordagem é basicamente quantitativa, o pesquisador se limita à descrição factual deste ou daquele evento, ignorando a complexidade da realidade social. Passos para a Pesquisa de Campo (MARCONI; LAKATOS, 2007RUIZ, 2006; MARTINS, 1994) Técnicas para a coleta de dados: 1) Entrevista: processo pelo qual ocorre a interação social entre duas pessoal, sendo uma delas o entrevistador, cujo objetivo é obter informações por parte do outro, o entrevistado. • Aplicação: consiste em um diálogo para colher da fonte pesquisada (entrevistado) informações relevantes para a pesquisa em andamento. • Procedimento na Coleta de dados: utiliza-se um elenco de questões ou não, como também os equipamentos como: gravador, filmadora e outros materiais e necessários. Passos para a Pesquisa de Campo (MARCONI; LAKATOS, 2007; RUIZ, 2006) 2) Questionário: consiste em elaborar um elenco de questões e/ ou itens com clareza e sem ambigüidades e entregar para o informante que responderá por escrito. • Vantagem sobre a entrevista: garante o anonimato. E também pode ser aplicado ao mesmo tempo a um número maior. 3) Formulário: é uma espécie de questionário, mas é o próprio pesquisador que preenche as respostas do informante. Vantagem: permite esclarecimentos verbais e adicionais e pode ser aplicado em informantes analfabetos. Passos para a Pesquisa de Campo (MARCONI; LAKATOS, 2007; RUIZ, 2006) Análise dos resultados, após a coleta de dados: • Efetuar o trabalho de tabulação, elaboração de gráficos, quadros, mapas. • Definir o método estatístico (quantitativo ou qualitativo) para realizar análises, interpretações e conclusões de caráter indutivo. • Abordagem quantitativa preocupa-se com quantificação de dados, utilizando para isto recursos e técnicas estatísticas; é muito utilizada em pesquisas descritivas, pois se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis ou em pesquisas conclusivas, no qual se buscam relações de causalidade entre eventos . Mais comum a utilização de questionários e formulários. Apresentação dos dados coletados geralmente são em gráficos, tabelas, quadros, utilizando-se de procedimentos estatísticos para evidenciar os dados obtidos com a pesquisa. (OLIVEIRA, 1999 Abordagem Quantitativa •Abordagem qualitativa tem sido freqüentemente utilizada em estudos voltados para a compreensão da vida humana em grupos, em campos como sociologia, antropologia, psicologia, dentre outros das ciências sociais. Esta abordagem tem tido diferentes significados ao longo da evolução do pensamento científico, mas se pode dizer, enquanto definição genérica, que abrange estudos nos quais se localiza o observador no mundo, constituindo-se portanto, num enfoque naturalístico e interpretativo da realidade. Utiliza-se do recurso da entrevista e geralmente apresenta-se os dados coletados evidenciando -se as informações dos participantes da pesquisa em quadros analíticos com as devidas interpretações ou, simplesmente, transcrições das informações coletadas. (DENZIN; LINCOLN, 2000 Abordagem Qualitativa Tipos de Métodos e Técnicas científicas • Experimental: aqueles em que as variáveis são manipuladas de maneira pré-estabelecidas e seus efeitos são controlados. • Quase-Experimental: investigações sem controle sobre todas as variáveis intervenientes. • Pesquisa-Ação: pesquisa social com base empírica que se realiza associando uma ação com a resolução de problemas envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (RUIZ, 2006; BARROS; LEHFELD, 2007; MARTINS, 1994) • Experimental: aqueles em que as variáveis são manipuladas de maneira pré-estabelecidas e seus efeitos são controlados. • Quase-Experimental: investigações sem controle sobre todas as variáveis intervenientes. • Pesquisa-Ação: pesquisa social com base empírica que se realiza associando uma ação com a resolução de problemas envolvidos de modo cooperativo ou participativo. (RUIZ, 2006; BARROS; LEHFELD, 2007; MARTINS, 1994) Pesquisas de Laboratório (RUIZ, 2006) Pesquisa de Laboratório: consiste também em realizar a pesquisa bibliográfica prévia. • Não se realiza em um ato, mas se desenvolve ao longo de um processo ordenado que percorre etapas bem definidas. Para realizá-la: como o método experimental constitui o método-padrão da pesquisa científica. É relevante observar os seguintes passos: a observação, a hipótese, a experimentação, a indução ou a aplicação da conclusão permitindo previsões e domínio da natureza. Comumente, este tipo de pesquisa é confundido com pesquisa experimental, o que é um equívoco. Embora a maioria das pesquisas de laboratório seja experimental, muitas vezes as ciências humanas e sociais lançam mão de pesquisa de laboratório sem que se trate de estudos experimentais. Na verdade, o que caracteriza a pesquisa de laboratório é o fato de que ela ocorre em situações controladas, valendo-se de instrumental específico e preciso. Tais pesquisas, quer se realizem em recintos fechados ou ao ar livre, em ambientes artificiais ou reais, em todos os casos, requerem um ambiente adequado, previamente estabelecido e de acordo com o estudo a ser realizado. Modelo do projeto de pesquisa Como a pesquisa diferencia-se uma das outras, seja pela área da pesquisa ou objetivos: • Não há como fixar um único modelo para a redação. • A ordem não precisa ser rígida, mas deve atender as finalidades estabelecidas. • Quando se faz trabalho científico deve dividir em três partes: •Elementos pré-textuais. •Elementos textuais. •Elementos pós-textuais. (GIL, 2002; VIANNA, 2001) Modelo do projeto de pesquisa • ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS: •APRESENTAÇÃO: capa, contracapa ou folha de rosto, lista de ilustrações e sumário. •ELEMENTOS TEXTUAIS: •INTRODUÇÃO: tema delimitado, justificativa, problema, hipóteses e objetivos. • EMBASAMENTO TEÓRICO: teoria de base,definição dos termos e revisão da literatura. • METODOLOGIA: tipo de pesquisa, população e amostra, coleta de dados, análise dos dados. (GIL, 2002; VIANNA, 2001) Modelo do projeto de pesquisa • ELEMENTOS TEXTUAIS: •CRONOGRAMA • SUPRIMENTOS E EQUIPAMENTOS •ORÇAMENTO FINANCEIRO: custo pessoal ou material. •ELEMENTOS PÓS -TEXTUAIS: • REFERÊNCIAS: bibliográficas ou eletrônicas. • APÊNDICES. •ANEXOS. (GIL, 2002; VIANNA, 2001) Conceito de Monografia Monografia etimologicamente significa mónos “um só”; graphein “escrever”. • Trata-se de um trabalho científico escrito cuja abordagem é fruto de pesquisa científica, que tem a característica da unicidade do tema (um único assunto), para responder à questão central da investigação. • Sua finalidade é por meio de método científico alcançar com profundidade e, não extensão, o grau acadêmico do trabalho. (ACEVEDO; NOHARA, 2006) Conceito de Artigo Artigo científico são pequenos estudos, porém completos em si mesmo; tratam de uma questão verdadeiramente científica, mas não constituem-se em matéria de um livro. • Trata-se de textos que tem autoria declarada, cuja dimensão é reduzida, porém completos que discutem problemas científicos ou relatam informações e resultados de uma pesquisa de maneira clara e concisa. • Sua finalidade é apresentar resultados de pesquisas e podem ser publicados em jornais, revistas ou períodos especializados. (LAKATOS; MARCONI, 2001) Artigos Científicos O que podem Trazer? • Podem trazer: resultados de pesquisas originais, concluídas ou em andamento, sendo estudos pessoais, descobertas ou novas soluções para problemas antigos. • As abordagens nos artigos devem ser novas, atuais e criativas. Para quem escrever? • Deve-se escrever um artigo, considerando o público ao qual se destina. • O pesquisador deve escrever para o leitor, procurando guiá-lo por meio de raciocínios lógicos. (LAKATOS; MARCONI, 2001) Observações: As orientações que se seguem são baseados na NBR 6022/2003 da ABNT, portanto, caso deseje publicar o artigo em um periódico específico é importante que seja verificado o "Regulamento para Publicação” do periódico no qual se pretende publicar. É extremamente importante se reconhecer o formato básico exigido. O artigo pode ser rejeitado por não se encontrar no formato padrão, mesmo que apresente um bom conteúdo. Considerações Finais Enfim, o projeto de pesquisa é um instrumento utilizado pelo pesquisador para planejar a sua pesquisa científica. Em cada etapa deve-se organizar cuidadosamente as ideias, além de obedecer a um elenco de procedimentos metodológicos para a realização da pesquisa. Esses procedimentos iniciam-se com a escolha do tema e termina com a redação final, e para isso, deve-se observar normas técnicas para a redação conforme ABNT. Considerações Finais Além disso não existe um único modelo fixo para o projeto de pesquisa, este também pode ser redigido em forma de texto corrido ou em tópicos. Mas, há alguns itens que permanecem na estrutura, tais como: apresentação, justificativa, problema, objetivos, metodologia, embasamento teórico, referências. E o que muda, são os elementos que estão dentro destes tópicos conforme a escolha do tipo ou a finalidade da pesquisa. REFERÊNCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Informação e documentação - projeto de pesquisa – apresentação. ABNT NBR 15287. 1. ed. Rio de Janeiro, 2005. ACEVEDO, Claudia Rosa; NOHARA, Jouliana Jordan. Monografia no curso de administração: guia completo de conteúdo e forma: inclui normas da ABNT, TCC; TGI, trabalhos de estágio, MBA, dissertações, teses. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2006. AZANHA, José Pires. Uma idéia em pesquisa educacional. São Paulo: Edusp 1992. BASTOS, Lília da Rocha et al. Manual para elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses, dissertações e monografias. 4. ed. Revisada e Ampliada. Rio de Janeiro: LTC, 1998. BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de metodologia científica. 3.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. BEUREN, Ilse Maria (Coord.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. BELLO, Ângela Ales. Introdução à fenomenologia. Bauru, SP: Edusc, 2006. DEMO, Pedro. Metodologia cientifica em ciências sociais. São Paulo: Atlas 1985. CERVO, Amado L.; BERVIAM, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6. ed. Pearson Prentice Hall, 2007. CORREIA, Wilson. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) não é um bicho de sete cabeças. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2009. CORTELLA, Mario S. Qual sua obra? 3.ed. Rio de Janeiro: Voze, 2008. p. 29 - 31. FACHIN, Odilia. Fundamentos de metodologia. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1992. ____. Fundamentos da metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa.3. ed. São Paulo: Atlas, 1996. ____. ____. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnica de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 6. ed. 2. reimp. São Paulo: Atlas, 2007. MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1994. MOREIRA, M. Pesquisa em ensino: o vê epistemológico de Gowin. São Paulo: EPU, 1990. OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. OLIVEIRA, Silva Luiz. Tratado de metodologia cientifica. São Paulo: Pioneiras 1997. RUDIO, F. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 24 ed. Petrópolis- RJ: Vozes, 1999. RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2006. VIANNA, Ilca Oliveira de A. Metodologia do trabalho científico: um enfoque didático da produção científica. São Paulo: E.P.U., 2001.
Compartilhar