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Resumo psico experimental, texto 2 e 3 
Passo 1 – Descrição de Eventos Ambientais e Comportamentais
Os analistas do comportamento procuram explicar a ocorrência dos eventos comportamentais verificando que relações esses eventos mantém com as alterações nos eventos ambientais com os quais o organismo em questão mantém intercâmbio
1) uma parte da atividade que é tida em outras áreas como atividade mental, para os analistas do comportamento pode ser considerada enquanto processamento cerebral, fisiológico, e, portanto, deve ser estudado pela neuropsicologia
2) outra parte pode ser analisada enquanto eventos (comportamento ou ambiente) encobertos (ou seja acessíveis apenas para o sujeito “onde” eles ocorrem). Isso quer dizer que, mesmo quando pensamos algo ou cantarolamos uma música de maneira inaudível para os outros, estamos nos comportando e este comportamento não tem uma natureza diferente de outros comportamentos observáveis para os outros, eles diferem apenas em relação à possibilidade de acesso a observação. Neste caso, enquanto comportamento, os fenômenos psicológicos encobertos não explicam o comportamento visível, mas precisam também ser explicados.
Para os analistas do comportamento, explicar significa estabelecer relações entre eventos. Assim, tanto o comportamento visível quanto os eventos psicológicos não-observáveis devem ser compreendidos através de suas relações com os eventos ambientais.
Analisar o comportamento é, portanto, selecionar um desempenho de um organismo em particular e procurar suas relações com o ambiente imediato (físico e social), levando em consideração variáveis históricas, como por exemplo a “experiência” que o organismo já teve com aquele tipo de situação em particular e com situações similares. Ao analisarmos o comportamento é, portanto, fundamental identificar as INTERAÇÕES que ocorrem, num determinado período de tempo, entre um organismo e seu ambiente. A palavra INTERAÇÃO é muito importante aqui porque estamos falando de uma dupla influência: mudanças no ambiente produzindo mudanças de comportamento e o comportamento dos organismos produzindo mudanças no ambiente que podem novamente repercutir sobre o comportamento. Assim, o comportamento de um organismo não só é afetado por alterações que ocorrem nesse ambiente mas também altera as condições do ambiente.
As duas classes mais amplas de eventos de interesse da análise do comportamento são a classe dos EVENTOS AMBIENTAIS e a classe dos EVENTOS COMPORTAMENTAIS. Os eventos ambientais são as alterações que ocorrem no ambiente, que antecedem e/ou seguem os eventos comportamentais no tempo e no espaço. (Ex: escurecimento ou iluminação de uma sala, pessoas trabalhando, uma dor de cabeça etc). Os eventos comportamentais são as ações promovidas pelo organismo cujo comportamento estamos analisando/observando; são os eventos comportamentais que nós queremos explicar.
Um mesmo evento pode ser considerado ambiental ou comportamental, dependendo de qual organismo (sujeito) está sob análise
Estímulos: eventos ambientais que efetivamente estão mantendo intercâmbio com o comportamento do sujeito sob análise 
Para os interesses da análise científica do comportamento, os eventos podem ser classificados em função da sua localização, ou em função da sua disponibilidade à observação ou, ainda, quanto à sua natureza. 
Quanto à sua localização, os eventos podem ser externos ou internos, conforme ocorram dentro ou fora do corpo do indivíduo cujo comportamento está em estudo.
Quanto ao acesso à observação, os eventos podem ser públicos, quando mais de um observador pode ter acesso a eles, ou privados, quando não podem ser observados por outros.
Quanto à natureza, os eventos podem ser físicos ou sociais. Assim, a função dos eventos sobre o comportamento pode decorrer estritamente de suas características físicas ou pode decorrer de aspectos sociais e culturais envolvidos no evento em questão
Os eventos sociais são uma categoria de eventos físicos que são produzidos pelo comportamento de outras pessoas (que não o sujeito sob análise) e cujo efeito sobre o comportamento do sujeito não resulta apenas de suas propriedades físicas, mas de convenções estabelecidas pelos grupos sociais (ex: sinal vermelho) 
Passo 2 – Definições Morfológicas e Funcionais do Comportamento
Ao analisar um comportamento, há basicamente dois aspectos a serem considerados: o morfológico e o funcional. Morfologia diz respeito à forma do comportamento, isto é, à postura, aparência e movimentos apresentados pelo organismo. Um termo bastante utilizado para referir-se à forma do comportamento é o termo "topografia" que quando aplicada à descrição de comportamento, enfatiza referências a posições assumidas pelas partes do corpo em relação a outras partes do corpo ou em relação a referenciais externos.
Dois elementos são também importantes para descrever comportamento do ponto de vista morfológico: postura e movimento. Postura é uma posição do corpo, e pode ser descrita em detalhes, mas há várias posturas comuns que têm nome, como por exemplo: agachado, ajoelhado, posição fetal. Os movimentos também podem ser descritos em detalhes, mas vários são conhecidos pelo nome, como dar um passo à frente, piscar, andar etc. Tanto posturas como movimentos são descritos em termos de estruturas, ou partes do corpo e do ambiente, e suas posições relativas (perto, embaixo etc).
O termo "função" diz respeito aos efeitos produzidos pelo comportamento no ambiente, ou seja, às modificações que produzimos no nosso ambiente quando nos comportamos.
Quando você relata que o professor está com os ombros caídos, ou que abaixa a cabeça, você está focalizando os aspectos morfológicos dos comportamentos apresentados pelo professor (uma postura: ombros caídos; e um movimento: abaixar a cabeça). Mas quando diz que o monitor acendeu a luz, que o mágico estalou os dedos, ou que o monitor abriu o livro, você está apontando as consequências dos desempenhos, isto é, os efeitos produzidos no ambiente (luz acesa ou apagada, ruído característico do estalar dos dedos, ou livro aberto, respectivamente)
As definições comportamentais podem focalizar aspectos morfológicos, aspectos funcionais, ou ambos, sendo, neste último caso, denominadas de definições mistas. 
Em uma definição morfológica, devemos utilizar como referencial o próprio corpo da pessoa. Ou seja, ao descrever um movimento, devemos indicar a direção e sentido do mesmo, tomando como referência as partes do corpo (cabeça, tronco, pés etc) ou suas regiões (região central; regiões laterais: direita e esquerda; região anterior e posterior); devemos ainda complementar a definição utilizando referenciais externos.
Na definição funcional, em geral, o referencial utilizado é o ambiente externo (físico e/ou social), ressaltando-se as alterações decorrentes da resposta em descrição, e não o próprio corpo (posturas e movimentos).
Descrição Morfológica: A monitora estava com o dedo indicador orientado na posição horizontal, com a ponta do dedo em contato com a extremidade superior do botão do interruptor da lâmpada, que estava mais alta em relação à parede, e moveu o dedo para a frente.
 Descrição Funcional: A monitora acionou o interruptor. A monitora ligou a lâmpada. 
Descrição Mista: A monitora pressionou o botão do interruptor com o dedo indicador da mão direita estendido, ligando a lâmpada.
Texto 4: O que é comportamento?
De modo genérico, o termo comportamento refere-se à atividade dos organismos (animais, incluindo o homem), que mantêm intercâmbio com o ambiente. Essa atividade inclui os movimentos dos músculos estriados e dos músculos lisos, e a secreção das glândulas.
Numa linguagem mais rigorosa falamos de comportamentos operantes e respondentes (ou reflexos). Nos comportamentos respondentes, uma resposta é eliciada, provocada, por um estímulo antecedente: a comida na boca (estímulo antecedente) elicia salivação (resposta), um toque na pálpebra (estímulo antecedente) elicia fechamento da pálpebra (resposta). A ocorrência dessasrespostas em presença desses estímulos é importante para o funcionamento e sobrevivência do organismo, e constitui parte de suas capacidades “inatas”: quando a propensão para um estímulo eliciar uma resposta é inata, denominamos a relação entre estímulo e resposta como um reflexo incondicionado, e denominamos tanto o estímulo quanto a resposta como incondicionados. Essas respostas podem ser condicionadas, passando a ocorrer em presença de estímulos associados com os estímulos incondicionados. Assim, o cheiro do limão, ou a palavra limão, pela sua associação com o suco de limão, passam a eliciar a resposta de salivação. O processo de condicionamento é muito importante na determinação de nossas emoções.
Uma parte significativa do comportamento humano (e de outros animais) não é eliciada por estímulos antecedentes. Esses comportamentos, como diz B. F. Skinner, modificam o ambiente e essas modificações no ambiente levam, por sua vez, a modificações no comportamento subsequente. Denominamos esses comportamentos de operantes, para enfatizar que eles operam sobre o ambiente. Dirigir um carro, pregar um prego, falar, fazer contas, são exemplos de comportamentos operantes. Comportamentos operantes constituem a maior parte das atitudes visíveis dos seres humanos, mas até mesmo aquela atividade frequentemente invisível que nós denominamos pensamento envolve comportamentos operantes, reduzidos em sua magnitude ao ponto de tornarem-se invisíveis para os demais. Esses comportamentos invisíveis são denominados de comportamentos encobertos. A capacidade de comportamentos encobertos é resultado de aprendizagem (ex: criança aprende a ler).
Comportamentos encobertos são operantes, do mesmo modo que os comportamentos visíveis.
Acender a luz é uma classe de respostas. Esta classe inclui várias formas de resposta: com a mão direita, com a mão esquerda, com o indicador, com o dedo médio, com o braço completamente esticado ou com ele parcialmente flexionado, etc. Todas essas respostas têm, como consequência, iluminar o ambiente, e esta consequência torna mais provável, no futuro, a ocorrência de respostas desta classe. É essa relação de uma classe de respostas com uma consequência comum, e o fato de esta consequência levar, no futuro, a um aumento na probabilidade de respostas dessa classe, que nos permite identificar o que constitui uma unidade de comportamento, um operante. Unidades de comportamento respondente também são identificadas em termos de classes de resposta, mas as classes são relacionadas com os estímulos antecedentes, e não com a consequência.
Texto 5: O que é contingência?
Contingência consiste em uma relação de dependência entre certos eventos. Existe também a tríplice contingência, que remete para uma relação de interdependência entre estímulos.
Contingência pode significar qualquer relação de dependência entre eventos ambientais ou entre eventos comportamentais e ambientais, esse termo é empregado, na análise do comportamento, como termo técnico para enfatizar como a probabilidade de um evento pode ser afetada ou causada por outros eventos
O enunciado de uma contingência é feito em forma de afirmações do tipo se..., então... A cláusula “se” pode especificar algum aspecto do comportamento ou do ambiente e a cláusula “então” especifica o evento ambiental consequente. Assim, os enunciados apresentam-se como “regras” que especificam essas relações entre eventos. Ex: Se você fez a tarefa de casa (comportamento), então pode sair para o recreio (mudar de ambiente e ter acesso a lanche, companhia, brincadeiras etc.); se não, fica em sala...
Uma relação de dependência não existe quando alguém abre a janela e um relâmpago corta o espaço. Os dois eventos podem ocorrer temporalmente próximos, mas de modo totalmente independente: o relâmpago teria ocorrido quer eu abrisse ou não a janela
No comportamento operante, por meio do qual o organismo modifica o ambiente, contingência se refere “às condições sob as quais uma consequência é produzida por uma resposta, isto é, a ocorrência da consequência depende da ocorrência da resposta”. No exemplo do relâmpago, abrir a janela pode produzir uma consequência: não a ocorrência do relâmpago, mas a oportunidade de vê-lo.
Um esquema de reforço contínuo é uma instância de dependência absoluta: toda vez que a resposta ocorre, ela produz a consequência (se a resposta ocorrer, então a consequência também ocorrerá...). Já em um esquema de razão fixa, FR5, por exemplo, a consequência só seguirá uma resposta se ela for a quinta em uma série, na qual nenhuma das outras quatro respostas precedentes foi seguida pela consequência.
O operante discriminado, por sua vez, requer a especificação da contingência de três termos ou contingência tríplice: “Uma formulação adequada da interação entre um organismo e seu ambiente deve sempre especificar três coisas (1) a ocasião em que a resposta ocorre, (2) a própria resposta, e (3) as consequências reforçadoras. As inter-relações entre elas são as contingências de reforço.”
Na análise de contingências, é importante considerar as probabilidades condicionais que relacionam um evento a outro, ou seja, qual a probabilidade de um evento na presença e na ausência do outro.
No caso do operante, a relação contingente que existe quando respostas produzem reforçadores é definida por duas probabilidades condicionais: a probabilidade de um reforçador dada a ocorrência da resposta e sua probabilidade na ausência da resposta
Texto: O reflexo inato
Reflexos inatos: há sempre uma alteração no ambiente que produz uma alteração no organismo (no corpo do indivíduo). Ex: luz incide sobre sua pupila, ela se contrai.
Esses reflexos são uma “preparação mínima" que os organismos têm para come çar a interagir com seu ambiente e para ter chances de sobreviver. 
Uma relação entre o que o indivíduo fez e o que aconteceu antes de ele fazer. Reflexo, portanto, é uma relação entre estímulo e resposta, é um tipo de interação entre um organismo e seu ambiente.
Estímulo é uma parte ou mudança em uma parte do ambiente; resposta é uma mudança no organismo. Ex: No reflexo "fogo próximo à mão contração do braço", "fogo próximo à mão" é uma mudança no ambiente (não havia fogo; agora há), e "contração do braço" é uma mudança no organismo (o braço não estava contraí do; agora está) produzida pela mudança no ambiente. Portanto, quando mencionamos "reflexo", estamos nos referindo às relações entre estímulo e resposta que especificam que determinada mudança no ambiente produz determinada mudança no organismo. Dito em termos técnicos, o reflexo é uma relação entre um estímulo e uma resposta na qual o estímulo elida a resposta (Reflexos são relações entre estímulos e respostas. Respostas são mudanças em nosso organismo produzidas por mudanças no ambiente. A relação entre estímulo e resposta é chamada reflexo.)
Para falar de comportamento reflexo, utilizaremos a letra S para representar estímulos e a letra R para representar respostas. A relação entre estímulo e resposta é representada por uma seta ()(A seta significa que o estímulo produz (elicia) a resposta).
Intensidade do estímulo e magnitude da resposta. Tanto intensidade como magnitude referem-se ao "quanto de estímulo" (intensidade) e ao "quanto de resposta", ou à força do estímulo e à força da resposta, ou seja, quanto mais intenso um estímulo, mais intensa será a resposta eliciada por ele. Quanto maior é a intensidade do estímulo (calor), maior é a magnitude da resposta (suor).
Lei da intensidade-magnitude: A lei da intensidade-magnitude estabelece que a intensidade do estímulo é uma medida diretamente proporcional à magnitude da resposta, ou seja, em um reflexo, quanto maior a intensidade do estímulo, maior será a magnitude da resposta
Lei do limiar: para todo reflexo, existe uma intensidade mínima do estímulo necessária para que a resposta seja eliciada. Ex: intensidade mínima do choque que é necessária para que a resposta de contração muscular ocorra.
Lei da latência: Latência é o nome dado a um intervaloentre dois eventos. No caso dos reflexos, latência é o tempo decorrido entre apresentação do estímulo e a ocorrência da resposta. A lei da latência estabelece que, quanto maior a intensidade do estímulo, menor a latência entre a apresentação desse estímulo e a ocorrência da resposta (Quanto mais fraco é o estímulo (menor intensidade), mais tempo se passará entre a apresentação do estímulo e a ocorrência da resposta, ou seja, maior será a latência da resposta.) ex: quanto mais alto for o barulho, mais rapidamente haverá contrações musculares que caracterizam o susto.
Outra característica importante dos reflexos são os efeitos que as eliciações sucessivas exercem sobre eles. Quando um mesmo estímulo é apresentado várias vezes em curtos intervalos de tempo, na mesma intensidade, podemos observar um decréscimo na magnitude da resposta. Chamamos esse efeito na resposta de habituação. Ex: Cada cebola cortada (uma após a outra), diminui a quantidade de lacrimejação. Quando estamos em um local barulhento, após alguns minutos, temos a impressão de que o barulho diminuiu.
Para alguns reflexos, o efeito de eliciações sucessivas é exatamente oposto da habituação. À medida que novas eliciações ocorrem, a magnitude da resposta aumenta. Ex: Você está assistindo a uma aula chata e o professor fala "OK?" o tempo todo. Pouco a pouco os "OKs?" vão ficando mais e mais irritantes. Isso é um exemplo de potenciação (ou sensibilização) do reflexo.
É necessário saber que emoções não surgem do nada. As emoções surgem em função de determinadas situações, de determinados contextos. Assim como nascemos preparados para contrair um músculo quando uma superfície pontiaguda é pressionada contra nosso braço, nascemos também preparados para ter algumas respostas emocionais quando determinados estímulos surgem em nosso ambiente. 
Outro ponto importante a ser considerado é que boa parte (não tudo) daquilo que entendemos como emoções diz respeito à fisiologia do organismo. Quando nos referimos às emoções (sobretudo às sensações), estamos falando, portanto, sobre respostas dos organismos que ocorrem em função de algum estímulo (- situação). Os organismos nascem preparados para ter algumas modificações em sua fisiologia em função de alguns estímulos.
Estimulo: Qualquer alteração ou parte do ambiente que produza uma mudança no organismo. Ex: Comida colocada na boca faz o organismo salivar. Resposta: Qualquer alteração no organismo produzida por uma alteração no ambiente (estímulo). Ex: Saliva produzida pela colocação de comida na boca Reflexo: é uma relação entre um estímulo específico e uma resposta específica. Ex Comida elicia (produz) salivação Intensidade: É a força (ou quantidade) de um do estimulo determinado estimulo. Ex: Quantidade de comida colocada na boca (3 gramas, 7 gramas...) Magnitude: É a força de uma determinada da resposta. Ex: Quantidade de saliva produzida (2 gotas, 3 gotas, 2 mililitros, 4 mililitros...).
Sobre os reflexos inatos, vimos que eles são comportamentos característicos das espécies, desenvolvidos ao longo de sua história filogenética (alterações fisiológicas e anatômicas da espécie ao longo de sua existência). O surgimento desses reflexos no repertório comportamental das espécies preparam-nas para um primeiro contato com o ambiente, aumentando as chances de sobrevivência.
Cap 2: O reflexo aprendido: Condicionamento Pavloviano.
Ivan Petrovich Pavlov, um fisiologista russo, ao estudar reflexos biologicamente estabelecidos (inatos), observou que seus sujeitos experimentais (cães) haviam aprendido novos reflexos, ou seja, estímulos que não eliciavam determinadas respostas passaram a eliciá-las. Em sua homenagem, deu-se a esse fenômeno (aprendizagem um novo reflexo) o nome de Condicionamento Pavloviano.
Procedimento para produzir Condicionamento Pavloviano: Para que haja a aprendizagem de um novo reflexo, ou seja, para que haja condicionamento pavloviano, um estímulo que não elicia uma determinada resposta (neutro) deve ser emparelhado a um estímulo que a elicia (processo pelo qual um estímulo neutro adquire funções similares as de um estímulo incondicionado através de emparelhamentos prévios)
O reflexo condicionado é uma relação entre um estímulo condicionado (CS) e uma resposta condicionada (CR). Note que o estímulo neutro e o estímulo condicionado são o mesmo estímulo (som da sineta). Nomeamos de formas diferentes esse estímulo na situação para indicar que sua função, com relação à resposta de salivar, foi modificada: na situação 1, o som não eliciava a salivação (estímulo neutro) e, na situação 3, o som elicia a salivação (estímulo condicionado).
Quando dizemos que um determinado estímulo é neutro, como no caso do som da sineta, estamos dizendo que ele é neutro para a resposta de salivar. Quando dizemos que a carne é um estímulo incondicionado, estamos afirmando que ela é um estímulo incondicionado para a resposta de salivar.
Se os organismos podem aprender novos reflexos, podem também aprender a sentir emoções (respostas emocionais) que não estão presentes em seu repertório comportamental quando nascem. Frente a isso o psicólogo americano John Watson, mostrou a relevância do condicionamento pavloviano para a compreensão das emoções (como podemos aprender a sentir determinadas emoções em relação a estímulos que antes do condicionamento não sentíamos).
A razão de "respondermos emocionalmente" de formas diferentes aos mesmos estímulos está na história de condicionamento de cada um de nós. Todos nós passamos por diferentes emparelhamentos de estímulos em nossa vida. Esses diferentes emparelhamentos produzem o nosso "jeito" característico de sentir emoções hoje. Exemplo: Alguém que tenha comido uma deliciosa costela de porco com um molho estragado (e passado mal) pode sentir náuseas ao sentir novamente o cheiro da carne de porco.
Generalização respondente: Estímulos parecidos fisicamente com o estímulo previamente condicionado podem passar a eliciar a resposta condicionada. Ex: Uma pessoa que tenha passado por uma situação aversiva envolvendo uma galinha pode passar a ter medo de galinha. Muito provavelmente essa pessoa passará também a ter medo de outras galinhas da mesma raça e de outras aves. Isso acontece em função das semelhanças físicas (cor, tamanho, textura, forma, etc.) dos demais estímulos com o estímulo condicionado presente na situação de aprendizagem.
Gradiente de generalização: A magnitude de uma resposta condicionada diminui à medida que diminuem as semelhanças entre o estímulo presente no condicionamento e os demais estímulos semelhantes ao estímulo original. Ex: se uma pessoa passa a ter medo de galinhas por um determinado emparelhamento desse animal com estímulos aversivos, quanto mais parecida com uma galinha uma ave for, mais medo essa ave eliciará na pessoa caso ela entre em contato com a ave.
Extinção respondente: quando um estimulo condicionado é apresentado várias vezes, sem o estimulo incondicionado ao qual foi emparelhado, seu efeito eliciador se extingue gradualmente, ou seja, o estímulo condicionado começa a perder a função de eliciar a resposta condicionada até não mais eliciar tal resposta. Ex: (salivar na presença do som) pode desaparecer se o estímulo condicionado (som) for apresentado repetidas vezes sem a presença do estímulo incondicionado (alimento)
Para que um reflexo condicionado perca sua força, o estímulo condicionado deve ser apresentado sem novos emparelhamentos com o estímulo incondicionado. A necessidade de se expor ao estímulo condicionado sem a presença do estímulo incondicionado é a razão pelaqual carregamos, ao longo da vida, uma série de medos e outras emoções que, de algum modo, nos atrapalham. Por exemplo, devido a emparelhamentos ocorridos em nossa infância, podemos passar a ter medo de altura. Consequentemente, sempre que pudermos, evitaremos lugares altos, mesmo que estejamos em absoluta segurança. Desse modo, não entramos em contato com o estímulo condicionado (altura), e o medo pode nos acompanhar pelo resto da vida.
Recuperação espontânea: Um reflexo, após extinto, pode ganhar força novamente sem novos emparelhamentos. Ex: medo de altura- lugar alto por um longo período- extinção da resposta medo- alguns dias sem ficar num lugar alto- lugar alto- medo.
Contracondicionamento: Esta técnica consiste simplesmente do emparelhamento de estímulos que elidam respostas contrárias (p. ex., ansiedade versus relaxamento; prazer versus desconforto)
Dessensibilização sistemática. A dessensibilização sistemática é uma técnica: expõe-se o indivíduo gradativamente a estímulos que eliciam respostas de menor magnitude até o estímulo condicionado original.
É muito comum, na prática psicológica, utilizar em conjunto contracondicionamento e dessensibilização sistemática. No exemplo anterior, junto à exposição gradual aos cães e aos estímulos semelhantes, o psicólogo poderia utilizar uma música suave, por exemplo.
Como as palavras passam a eliciar emoções? Boa parte dessa “carga emocional" das palavras está relacionada ao condicionamento pavloviano. O emparelhamento de algumas palavras com situações que nos eliciam sensações agradáveis ou desagradáveis pode fazer com que o som delas nos elicie sensações semelhantes àqueles eliciadas pelas situações em que elas foram ditas. É comum, por exemplo, que palavras como “feio", "errado", "burro" e "estúpido" sejam ouvidas em situações de punição, como uma surra. Quando apanhamos, sentimos dor, choramos e, muitas vezes, ficamos com medo de nosso agressor. Se a surra ocorre junto com xingamentos (emparelhamento de estímulos), as palavras ditas podem passar a eliciar sensações semelhantes a que a surra eliciou, bem como a voz ou a simples visão do agressor.
O condicionamento de ordem superior é um processo em que um estímulo previamente neutro passa a eliciar uma resposta condicionada como resultado de seu emparelhamento a um estímulo condicionado que já elicia a resposta condicionada em questão. Falamos sobre um emparelhamento CS-CS.
Fatores que influenciam o condicionamento pavloviano
• Frequência dos emparelhamentos. Em geral, quanto mais frequentemente o CS é emparelhado com o US, mais forte será a resposta condicionada. No entanto, em alguns casos (ingestão de alimentos tóxicos ou eventos muito traumáticos, como um acidente de carro ou um estupro), basta apenas um emparelhamento para que uma resposta condicionada de alta magnitude surja. 
• Tipo do emparelhamento. Respostas condicionadas mais fortes surgem quando o estímulo condicionado aparece antes do estímulo incondicionado e permanece quando o US é apresentado.
 • Intensidade do estímulo incondicionado. Um US forte tipicamente leva a um condicionamento mais rápido. Por exemplo, um jato de ar (US) direcionado ao olho elicia a resposta incondicionada de piscar. Emparelhamentos de jato de ar com som fazem com que a resposta de piscar ocorra ao se ouvir o som. Nesse exemplo, um jato de ar mais forte levaria a um condicionamento mais rapidamente do que um jato de ar fraco levaria. 
• Grau de predição do estímulo condicionado. Para que haja condicionamento, não basta que ocorra apenas o emparelhamento US-NS repetidas vezes. O estímulo neutro deve ter um caráter preditivo da ocorrência do estímulo incondicionado. Um som que ocorre sempre antes da apresentação de alimento eliciará com mais facilidade a salivação do que um som que às vezes ocorre antes da apresentação da comida, ou às vezes não ocorre.

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