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HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL
	 REZENDE, C.
RESUMO
Capítulo 1 - Primeiros Sistemas Econômicos
 	No período neolítico, o homem mudou radicalmente seu relacionamento com a natureza, passando de um comportamento puramente predatório para tornar-se produtor, no período que ficou conhecido como Revolução Neolítica. Essa revolução consistiu basicamente na domesticação de animais e no aparecimento da agricultura. 
O controle sobre a agricultura permitiu o crescimento demográfico, e com a diferenciação social do trabalho, o desenvolvimento de novas técnicas e ferramentas. Esse avanço teve como conseqüência a formação do conceito de propriedade, e, com a necessidade de registro das mesmas, a invenção da escrita.
Com o desenvolvimento da agricultura, o homem começou a fixar-se em locais que fossem adequados à atividade, isto é, às margens de grandes rios. Na área que engloba a Mesopotâmia e o Egito, por exemplo, essa necessidade levou à construção de diques, barragens, canais e reservatórios, contribuindo para a formação de sociedades urbanizadas, que ficaram conhecidas como civilizações hidráulicas. A urbanização permitiu o desenvolvimento de prósperas cidades-estado. 
O sistema econômico da Mesopotâmia consistia na dualidade palácio real e templos. Visto que a região era constantemente invadida, houve a necessidade de formar exércitos. Além disso, a região dependia do comércio exterior para a obtenção de matérias primas. A solução para a sobrevivência das camadas urbanas foi a imposição de períodos de trabalho compulsório, e de requisição de produtos. Não houve um número significativo de escravos. A economia era bastante monetarizada e de base agrícola, havendo também o artesanato como atividade complementar. Era, porém, desprovida de minérios, pedras e madeira, o que a fez estabelecer um ativo comércio exterior a fim de suprir tais carências. 
Já no Egito, foram as cheias anuais do Nilo que possibilitaram o crescimento de uma economia agrária. Diferente da Mesopotâmia, as terras egípcias eram protegidas por desertos, e o Estado não dependia do comércio exterior para a obtenção de matérias-primas. Além disso, o Egito não possuía cidades independentes, mas um Estado centralizado na pessoa do Faraó, o rei-deus. Assim, os templos eram parte integrante e inseparável do aparelho do Estado. Havia poucos escravos, e a propriedade privada nunca chegou a existir plenamente. A base econômica era agrária, e a produção do artesanato era quase que totalmente destinada ao Estado. Não houve monetarização, apenas trocas, e o comércio exterior nunca foi muito ativo.
Algumas civilizações, devido a condições geoclimáticas, foram obrigadas a voltar-se para o exterior, a fim de conseguir os produtos alimentícios básicos. Isso as forçou a desenvolver uma urbanização precoce e uma economia artesanal, voltada para a exportação e o comércio. A ilha de Creta, por exemplo, desenvolveu sua produção artesanal voltada para a exportação e comércio de longa distância, e houve o estabelecimento de comunidades urbanas com bons portos naturais. A ilha contava com uma série de cidades na costa leste, todas com elevado grau de divisão do trabalho. 
As cidades fenícias dedicavam-se inicialmente à pesca como meio de vida, mas logo se voltaram definitivamente para a atividade comercial, passando a cultivar vinhas e oliveiras. Além de exportar as suas próprias mercadorias, os fenícios também se tornaram intermediários, comercializando e transportando produtos de todo o mediterrâneo. Apesar da extensão e do volume do seu comércio, a economia das cidades fenícias não conheceu a monetarização. Também não experimentaram mudanças significativas em suas estruturas econômicas, mesmo sob as sucessivas invasões estrangeiras. 
Capítulo 2 - A Escravidão Clássica
Foi a partir das cidades-estado gregas que a escravidão se transformou de trabalho auxiliar e complementar, em um sistemático modo de produção. Séculos mais tarde, o estado Romano também desenvolveu em seu território o modo de produção escravista.
 A denominada escravidão clássica dissociou totalmente o homem do resultado do seu trabalho, tornando-o nada mais que mera ferramenta. Apesar de possuir um limitado mercado interno, esse sistema conheceu uma ampla monetarização. Além disso, as cidades, ao invés de serem centros de artesãos e comerciantes, eram núcleos de proprietários de terra. A economia grega passou por três fases distintas de evolução. 
No Período Arcaico, a economia grega consistia basicamente na produção de azeite e vinho, urbanização, monetarização e introdução da escravidão. O crescimento demográfico, e a crescente demanda de produção de alimentos, fizeram com que se dissolvesse a propriedade privada da terra, dando origem à propriedade privada. Isso levou à emigração em massa, denominada colonização grega do Mediterrâneo. As novas cidades fundadas nunca tiveram relação de dependência com suas cidades-mães, limitando-se a influência a questões culturais e religiosas. 
O Período Clássico foi palco de uma grande prosperidade econômica. No entanto, não foram produzidas grandes mudanças na esfera da produção. A escravidão torna-se a forma de trabalho padrão, sendo sua fonte principal as guerras constantes entre as cidades gregas rivais, que faziam inúmeros prisioneiros e abasteciam o tráfico de escravos. As cidades desenvolveram uma agressiva política imperialista, para garantir a posse dos mercados externos. E com a expansão do comércio, houve um rápido desenvolvimento da economia monetária. 
O Período Helenístico presenciou o nascimento de uma nova civilização, fruto da fusão dos valores gregos (helênicos) com os das culturais orientais, por eles conquistados. Embora houvesse fragmentação política, a unidade cultural existente contribuiu para a ampliação dos mercados e foi um incentivo à atividade comercial. A economia helenística adaptou-se a um sistema eminentemente comercial, produzindo uma nova forma de dirigismo estatal, onde o Estado possuía o controle do setor produtivo. 
A economia romana consistia num sistema com características bem definidas: escravidão, monetarização, comércio, a cidade como unidade produtiva, e um substrato econômico rural. Roma se tornou uma ponte para a rota comercial que ligava o sul ao norte da Itália, sendo o sal o seu produto principal.
Com o estabelecimento do Império Mediterrâneo, devido a conquista da Magna Grécia, profundas alterações foram impostas ao sistema econômico, atraindo ao Estado romano um grande afluxo de capitais, transformando Roma no mais importante centro financeiro da época, o que favoreceu o surgimento de um sistema bancário. Uma vantagem possuída era que as regiões do Império não competiam entre si, mas especializavam-se em determinados artigos, o que favoreceu o comércio marítimo. As sucessivas guerras, porém, acabaram provocando a destruição do campesinato itálico, onde passou a haver uma grande difusão da escravidão, que então se tornaria a forma de trabalho dominante. 
A existência da escravidão, somada ao grande número de pessoas improdutivas, limitou a demanda do sistema, impedindo seu crescimento. Essa situação crítica fez com que o Estado entrasse num estado de equilíbrio precário, até que finalmente chegasse ao rompimento no início do século III d.C. 
Num esforço de reconstruir o Império, após a crise no sistema escravista, o Estado passa a adotar uma postura de extrema intervenção em todos os setores da economia, baseada no dirigismo estatal. No entanto, os esforços estatais em criar um sistema rígido tiveram resultados opostos, desagregando a base da escravidão clássica. Com isso, a economia do Império sofreu uma grave retração, iniciando-se um persistente processo de ruralização. 
Os mais ricos abandonaram as cidades, seguidos do proletariado, devido à pressão estatal no sentido de recolher impostos dos mesmos. Tais condições fizeram com que o Império se deslocasse para o Oriente, relegando o Ocidente à decadência econômica. 
Capítulo 3 - Sistema Econômico Funcional
Esse novo sistemasurge oriundo da fusão das formas de produção dos invasores germânicos com o modo de produção escravista. A idéia básica é a perda da liberdade individual por parte de quem trabalha manualmente, a fim de que os outros possam dedicar-se exclusivamente às funções de lutar e rezar. 
A escassez foi um traço dominante nesse período, sendo utilizadas a hereditariedade das profissões e a vinculação dos camponeses a terra, como formas de compulsão do trabalho. O feudo era uma manifestação da sociedade funcional restrita aos homens livres, que eram minoria no período. Assim, não se pode chamar todo o sistema de feudal.
O sistema funcional, em seu início, esteve totalmente apoiado na agricultura. Por meio do sistema de domínios, houve uma organização não somente em torno da produção agrícola, mas também houve a centralização da produção manufatureira. Os domínios eram divididos em reserva senhorial, área explorada diretamente pelo proprietário e onde os camponeses deveriam trabalhar gratuitamente, e a área dos mansos, explorada pelos camponeses, em que se devia ao senhor parte da produção. 
Nessa época, as feiras e mercados começaram a se multiplicar, e alguns domínios até mesmo se especializaram na produção de determinados produtos. A vida urbana continuou a existir, mas com um peso econômico ínfimo. O comércio exterior era também bastante limitado, e a monetarização, incompleta. A partir dos séculos IX e X, começaram a ser disseminadas uma série de inovações técnicas, que levaram ao crescimento da produção agrícola. Entre elas está o sistema trienal de cultivo, a charrua germânica e o moinho d’água. 
A partir do século XI, a Europa começa a empreender uma notável expansão geográfica, devido às inovações na técnica agrícola, no período que ficou conhecido como senhorial. Nesse contexto, houve o quase desaparecimento da escravidão e a possibilidade de o camponês tornar-se mão-de-obra não-dependente. A maior parte dos recursos era obtida pelas cargas impostas a todos os habitantes, que incluíam pedágios sobre a circulação de mercadorias, taxas sobre transações comerciais, etc., além do dízimo que era pago à Igreja. 
Apesar das inovações, a produtividade agrícola não conseguia acompanhar o crescimento demográfico. Esse desequilíbrio permitiu ao camponês comercializar lucrativamente parte de sua produção, já que os preços desses produtos subiam muito. O comércio começou a adquirir um notável impulso a partir do século XI, e as cidades do interior da Europa passaram a constituir-se centros comerciais. A urbanização fez com os habitantes se tornassem homens livres trabalhando sob salários, sem ter que arcar com os encargos senhoriais. 
A produção urbana era organizada localmente em associações profissionais, denominadas corporações de ofício, e as atividades bancárias, como os empréstimos a juros, são fruto da reativação do comércio interno numa época de extrema diversificação monetária. 
Capítulo 4 - Sistema Econômico Comercial
Dos séculos XI ao XIII, população européia ocidental cresceu e não foi capaz de produzir alimentos suficientes para todos, visto que a demanda por produtos agrícolas era maior que a sua oferta. Em meio a esta crise, surgem outros dois fenômenos negativos: a Guerra dos Cem Anos (1347-1453) e a Peste Negra (1347-1350). Estes acabam por provocar uma crise demográfica e monetária, mergulhando a Europa numa profunda depressão econômica que dura até o século XV. 
Os três principais resultados da depressão foram: a perda na exclusividade da prestação das funções funcionais, pelos senhores e pela Igreja, o que facilitou a centralização administrativa das monarquias; as intervenções estatais na vida econômica, nos níveis de preço e salários; e o apogeu das sociedades comerciais privadas, grandes companhias de comércio que se estendem pelo interior da Europa e por suas costas. 
A crise agrícola durante a primeira metade do século XIV provocou um processo de reconversão agrícola visando maior produtividade, por meio da monocultura em nível regional. Essa reconversão, que possibilitava a maximização de lucros por meio da produtividade, fez com que a atividade comercial se desenvolvesse naturalmente. No entanto, no que diz respeito à mão-de-obra rural, em lugar dos antigos camponeses obrigados, surgem os arrendatários, assalariados que trabalhavam sob a supervisão direta dos proprietários. 
 A adaptação econômica à especialização da produção pelas regiões do Mediterrâneo e o Báltico fez com que se formassem áreas periféricas, onde o trabalho do camponês voltou a ser apropriado quantitativamente. Essas regiões eram decadentes devido à relação de trocas desiguais com o restante da Europa. 
Nesse contexto, há uma revolução na forma de transportar mercadorias, e o transporte marítimo domina o universo europeu, possuindo as vantagens de ser muito mais veloz e barato do que o terrestre. As principais motivações da expansão foram: a fome de metais preciosos, a busca por alimentos e a busca por especiarias. A ampliação do universo econômico do sistema comercial levou a uma divisão social do trabalho em escala mundial, em que se maximizou a forma de extração do excedente. 
Capítulo 5 - A Moderna Economia-Mundo
Após a descoberta de um novo continente em 1492, a circunavegação de outro e o acesso direto a outro em 1498, o sistema comercial europeu teve seu espaço econômico traduzido em termos mundiais. A articulação econômica faz com que as áreas envolvidas se especializem na produção exclusiva para abastecimento da Europa Ocidental com determinadas mercadorias. 
Essa dependência estrutural da circulação de sua produção valorizou o transporte marítimo, e atrelou as decisões políticas às razões econômicas. Por causa dos monopólios mundiais exercidos pelos países europeus, há um processo de aceleração de acumulação de capital em detrimento de outras regiões, chamada de acumulação primitiva de capital. 
No oriente, o sistema colonial teve um impacto marginal sobre as áreas envolvidas, pois não afetou suas estruturas de produção. Ele também foi contra seu objetivo primário de acumular capitais, visto seu padrão de troca era a prata, metal de que a Europa carecia. 
O sistema colonial americano possuiu uma estrutura de produção baseada no trabalho compulsório, tendo como padrão a escravidão africana, e a direção de seu comércio sob um regime de monopólio, em que a colônia só poderia estabelecer relações comerciais com a sua metrópole, tornando-as politicamente dependentes. Praticamente todo o continente americano foi dividido em colônias de exploração. 
As colônias americanas tiveram ainda outras três características comuns. A primeira era a existência da grande propriedade rural, o que centralizava a renda e facilitava sua transferência para a metrópole. Seja por meio de fazendas de criação de gado ou através de plantation, era marcante a presença de uma extensa propriedade, especializada na produção de um gênero tropical. A segunda característica era a especialização produtiva, o que fez com que as grandes propriedades se tornassem monocultoras, isto é, concentradas na produção de um único gênero. A terceira e última diz respeito à produção para o mercado externo, que sempre fora o intuito da metrópole, sendo as colônias dependentes delas quanto ao fornecimento de mão-de-obra para a produção. 
Entre os séculos XIV a XV, a Europa Oriental viveu uma crescente especialização no cultivo de cereais para exportação e no emprego geral do trabalho compulsório camponês, que ficou conhecido como segunda servidão. Agora, são produzidas para o mercado externo quantidades cada vez maiores de gêneros alimentícios e matérias-primas, transformando a região num verdadeiro celeiro da Europa Ocidental.
O século XVI marcou a decadência econômica das regiões da Europa Central e Mediterrânea. No entanto, houve também uma fase de expansão, que foi a continuação da expansão européia do século XV, por meio da entrada de uma grande quantidade de metais nobres das minas americanas, o que ficou conhecida como a idadedo ouro. 
Nessa fase, houve também o estabelecimento da economia-mundo, do fortalecimento dos Estados Nacionais, do apogeu do Renascimento e da Reforma. Mas a mudança mais impactante para a economia foi a chamada Revolução dos Preços, por causa da abundância de ouro e prata. Isso elevou muito a inflação de demanda, mas trouxe resultados positivos, com um grande incentivo à produção. Esse movimento provocou uma revitalização econômica, levado a uma concentração da acumulação de capitais. 
Após um longo período de expansão, houve uma desaceleração geral que ficou conhecida como a depressão do século XVII, caracterizada por uma queda sensível no comércio, e as tendências de baixa nos preços e aumento nos salários. As principais razões atribuídas foram: a redução no volume de metais nobres recebidos, a inconsistência na recuperação demográfica e um sistema econômico comercial frágil em se auto-sustentar. 
A principal conseqüência foi a ampliação dos poderes do Estado, com o reforço do absolutismo e intervenção – mercantilismo – como fator propulsor da economia. Quatro pontos foram essenciais na prática da política mercantilista: o Metalismo ou Bulionismo, a idéia de que um país seria tanto mais próspero quanto mais metais preciosos possuísse; a balança comercial favorável, com a idéia básica de que o volume de exportações sempre supere o de importações; o nacionalismo econômico, que consistiu no apoio e incentivo à produção manufatureira nacional; e o Colonialismo, em que se explorava as colônias principalmente extraindo metais nobres e outros produtos lucrativos. 
Após a depressão, no século XVIII a economia-mundo passa por um novo período de crescimento, com a Inglaterra despontando no sistema econômico capitalista. Esse crescimento foi devido a um novo afluxo de metais preciosos vindo das colônias espanholas, que gerou um grande impacto inflacionário, elevando os preços.
Na França, os fatores políticos, econômicos, de ordem demográfica, bem como a derrota na Guerra dos Sete Anos resultaram na sua falência administrativo-financeira em 1789. Na Inglaterra, porém, a pressão inflacionária produziu resultados totalmente diferentes: a balança comercial favorável, a revolução agrícola, o enorme crescimento demográfico e a vitória na Guerra dos Sete Anos, acabaram consolidando a posição do país como potência econômica mundial. Após a década de 1760, o sistema comercial começa a ceder lugar ao capitalista, com o advento das fábricas. 
 Capítulo 6 – Sistema Econômico Capitalista
Durante as últimas décadas do século XVIII, o sistema econômico comercial foi superado pela implantação da forma de produção fabril. Dessa forma, o capitalismo extrai excedente dentro do próprio processo de produção, denominado mais-valia. O valor que o produtor recebe pela venda da sua força de trabalho, seu salário, consiste apenas no necessário para garantir sua reprodução. 
O capitalismo não realiza o pleno emprego, ao contrário, ele leva à formação de uma massa de desempregados, o chamado exército de reserva de mão-de-obra, o que facilita a rotatividade de trabalhadores e a manutenção de baixos salários. A Primeira Revolução Industrial foi um acontecimento restrito à Inglaterra, fundamental para que a mesma se mantivesse em posição de liderança na economia-mundo no século XIX. Esse período foi caracterizado pelo tripé: indústria têxtil, a siderurgia e a mineração de carvão.
Já o novo conjunto de inovações técnicas que surge a partir de meados do século XIX, chamado de segunda Revolução Industrial, se estende a vários países da Europa, trazendo profundas alterações ao sistema capitalista, modificando sua estrutura. Dos produtos dominantes, apenas a estrada de ferro continuou recebendo um grande impulso. O ferro agora se torna a matéria-prima do aço. No campo da energia, houve a substituição do vapor pela eletricidade e pelo petróleo. Foi o aparecimento da indústria química, porém, que fez com que acontecesse uma mudança marcante na composição do capital, uma das principais características da Segunda Revolução. 
Por ser a primeira nação industrializada do mundo, a Inglaterra estabeleceu relações de trocas desiguais com os demais países, o que a pôs numa situação extremamente vantajosa.
Capítulo 7 - O Novo Colonialismo
A partir de 1870, novas regiões passam a ser colonizadas, num processo denominado imperialismo. Praticamente todas as regiões do globo estavam, em diferentes graus, submetidas a alguma relação de troca desigual. Nesse processo, o capital em pouco tempo tornou-se monopolista, com domínio absoluto sobre a oferta, fazendo com que a reprodução se desse às mais altas taxas de lucro, ampliando a concentração. 
Durante o século XIX, a população européia se elevou de maneira extraordinária. No entanto, o acréscimo demográfico, que deveria servir de incentivo ao alargamento do mercado interno, contribuiu para o aumento da precariedade das condições da classe operária, devido à abundante oferta de mão-de-obra. 
Com isso, o capitalismo não era mais capaz de manter seu desenvolvimento baseando-se unicamente nos mercados internos. A solução para o sistema foi a transformação das áreas externas (Ásia e África) em áreas periféricas fornecedoras de matéria prima e mão-de-obra não especializada, e importadoras de manufaturas. O trabalho assalariado era a forma de trabalho dominante.
A ação do imperialismo se deu por duas formas, o imperialismo formal e o informal. No imperialismo informal, há ausência de dominação política em áreas periféricas. Os países são independentes, mas tem sua produção voltada para o mercado externo. No imperialismo formal, as áreas periféricas tornam-se verdadeiras colônias, havendo uma relação de dependência política e econômica. O imperialismo sanou dois problemas que atingiam as áreas centrais: o excesso de capitais e o excedente populacional. 
A incorporação dessas novas áreas resultou na formação de centros mais dinâmicos, alargando o mercado de bens de consumo e de bens e serviços, constituindo-se a denominada sociedade de massa, um símbolo da crescente popularização do consumo. 
Capítulo 8 - O Teste Do Capitalismo 
Desde 1914, até meados da década de 1950, o capitalismo passou por uma série de eventos: duas guerras mundiais, dois períodos de reconstrução econômica, uma década de depressão econômica geral, e a diminuição do seu espaço geográfico. 
Durante a Primeira Guerra Mundial, os países procuraram se tornar auto-suficientes, acelerando a produção em massa, a mecanização industrial, a centralização das empresas, a emissão monetária e o controle do Estado sobre a economia. É também nesse período que finda a hegemonia européia, com sua substituição pelos Estados Unidos. 
O Japão acumulou grandes reservas em ouro, sendo um grande beneficiado do conflito. No entanto, houve enormes perdas das marinhas mercantes, principalmente na Inglaterra, o que desorganizou completamente o comércio internacional. 
A década de 20 vivenciou um crescimento econômico baseado na sustentação da demanda e em práticas imperialistas que já se encontravam desgastadas, além de privilegiar rivais. Sem o afluxo de capitais americanos, a Europa se tornou incapaz de aumentar tanto suas exportações quanto as suas importações, ao passo que os Estados Unidos aumentavam sua prosperidade, devido à diminuição do Estado e um renascimento do liberalismo. Essa prosperidade, no entanto, escondia problemas conjunturais sérios. O mercado não acompanhou o ritmo da produção, resultando no acúmulo de estoques.
O crack da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929, foi o resultado de uma década em que as curvas de oferta e demanda se afastavam cada vez mais, atingindo seu equilíbrio apenas mediante brutal financiamento do consumo. Visto que os Estados Unidos representavam 45% da produção industrial mundial, os efeitos da crise se estenderam ao restante da economia-mundo, mergulhando-a em mais de uma década de depressão. 
As medidas protecionistas adotadas pelos EUA em 1930 diminuíram bruscamente as exportaçõesmundiais, provocando a queda no balanço de pagamentos de diversos países. Houve também altas taxas de desemprego em diversos países. A atitude do presidente Hoover diante da crise foi tímida visto que o mesmo acreditava que a economia se ajustaria pelas ‘’leis naturais do mercado’’. 
As primeiras medidas eficazes foram adotadas nos países a partir de 1932/33, tendo em comum a forte intervenção estatal. Em alguns lugares o Estado Democrático foi preservado, mas apenas nos níveis social e econômico. Em outras nações, o resultado foi a instalação de Estados Autoritários, onde o indivíduo é subjugado a interesses nacionalistas. 
O neoliberalismo tornou-se a ideologia então difundida, visto que propunha a intervenção do Estado onde os mecanismos de mercado eram falhos. Em 1933, começou a ser aplicado o New Deal, uma série de medidas intervencionistas, com adoção parcial das concepções keynesianas. Foram promovidas mudanças no setor bancário, monetário, agrícola, industrial, além de serem promovidas grandes obras públicas. Embora nem todos os problemas americanos tenham sido solucionados, a economia pôde retornar aos níveis anteriores a 1929. 
Na América Latina, nos anos que se seguiram à Depressão, foi consolidada uma aliança de setores militares, burocratas estatais e burguesia industrial, de forte cunho nacionalista. Enquanto isso, em alguns países europeus e no Japão desenvolveu-se uma forma de Estado autoritário no limite, o fascismo, caracterizado por forte nacionalismo e extrema concentração de capital. Esse foi o regime característico de países como Itália, Japão e Alemanha. 
A Segunda Guerra Mundial, assim como a primeira, devastou a Europa e grande parte da Ásia. Em contrapartida, a guerra aumentou a eficiência econômica, pois fez surgir novas fontes de mão-de-obra e de capital, e a tecnologia se desenvolveu de forma mais rápida. Depois da guerra, os níveis da produção industrial e agrícola caíram muito, e não foram suficientes para suprir as necessidades da população que crescia, apesar das baixas da guerra. 
Diante disso, os EUA viram-se quase obrigados a adotar medidas mais enérgicas e globais a fim de defender a sobrevivência do capitalismo. Com isso, em 1947 foi elaborado um plano de quatro anos visando à recuperação da economia européia, denominado Plano Marshall. O plano tinha como objetivo aumentar a produção industrial e agrícola até os níveis anteriores à guerra; estabilizar as finanças; estabelecer cooperação entre os países participantes e promover o aumento das exportações. Em 1952, os objetivos principais do plano haviam sido atingidos, devolvendo à Europa a estabilidade e o desenvolvimento da economia. 
Capítulo 9 - Alternativa ao Capitalismo
Desde o surgimento do capitalismo no século XVIII, o sistema tem sofrido duras críticas, principalmente no que concerne à exploração a que as classes operárias são submetidas. Assim, foram propostas algumas soluções alternativas baseadas na cooperação entre as classes, a que se denomina socialismo utópico. Já na segunda metade do século XIX, Karl Marx e Friedrich Engels formulam uma linha de pensamente diferente, denominada de socialismo científico, que buscou os princípios básicos de sua dinâmica a partir da análise do capitalismo. Segundo Marx, a queda da burguesia e a vitória do proletariado eram igualmente inevitáveis.
A Rússia foi um dos principais países em que se experimentou a doutrina socialista. A Primeira Guerra Mundial havia arruinado a economia do país, e o governo mostrou-se incapaz de suprir as necessidades básicas da população. Além disso, houve uma série de derrotas militares, que custaram a perda de territórios e a morte de milhões de homens.
Em fevereiro de 1917, grevistas e militares derrubaram o regime czarista, substituindo por um governo menchevique. No entanto, tal governo insistia em permanecer na guerra, piorando ainda mais a situação da população já arrasada. Assim, em outubro de 1917, acontece uma insurreição bolchevique, com o objetivo de implantar um capitalismo dirigido, como nos países envolvidos na guerra. A tentativa acabou fracassando. 
A partir de 1921, o partido, sob inspiração de Lênin, começa a fazer concessões ao sistema capitalista, por meio da Nova Política Econômica (NEP). Tal mecanismo pretendia solucionar os problemas entre operários e camponeses, para que construíssem o socialismo em novas condições de paz. 
Em 1928, a economia soviética ainda encontrava-se predominantemente agrária. Sob o regime de Stálin, foi lançado um enorme programa de investimentos na indústria, feito à custa dos baixos salários dos trabalhadores e da aquisição de produtos agrícolas a preços ínfimos. A ‘’Revolução Industrial Stalinista’’ foi cuidadosamente planejada. O programa básico era o Plano Quinquenal Nacional, formado por uma série de dados e metas, que após aprovação passava a ter força de lei. 
Após a morte de Stálin, em 1953, o Partido Comunista possibilitou uma série de modificações no modelo econômico soviético. Com a ascensão de Khrushchev em 1956, houve grandes investimentos na indústria de consumo e química. Durante a longa permanência no poder de Brezhnev (1965-1985), houve o favorecimento dos elementos mais conservadores, e um freio na velocidade das reformas. 
Com Gorbatchev, a partir de 1985, inicia-se um era de reformas efetivas no sistema econômico soviético, no intuito de ‘’resgatar os verdadeiros valores do socialismo’’, por meio de dois mecanismos: a perestroika (reestruturação econômica) e a Glasnost (transparência na organização política).
Em contraste com a Rússia, na China o socialismo se enveredou por caminhos distintos. Ao invés do processo revolucionário realizar-se por meio do proletariado urbano, a estratégia de Mao Tse-tung, líder populista, era a da guerra de guerrilhas sustentadas por camponeses. Assim, a via chinesa da construção do socialismo tinha um caráter de verdadeiro movimento de massa, com padronização de soldos entre classes e igualdade entre homens e mulheres. Em outubro de 1949, os maoístas obtiveram a vitória, o que afugentou os nacionalistas para a ilha de Taiwan.
Com os EUA apoiando Taiwan, os chineses viram-se obrigados a alinhar-se com a URSS, mas a relação não durou muito, sendo rompida em 1963. As necessidades de reconstruir o país impuseram uma socialização progressiva, sendo as medidas de maior impacto as destinadas ao setor agrícola. 
Entre 1966 e 1974, a China foi agitada pelo fenômeno da Revolução Cultural, em que centenas de milhares de jovens das comunas e estudantes percorreram o país, manifestando-se contra as camadas dirigentes e abalando as bases do partido comunista, resultando numa vitória substancial dos maoístas. No entanto, a morte de Mao em 1976 liquidou o projeto autônomo criado pelo socialismo isolacionista chinês. Assim, desde 1979, Xiaoping tem com apoio dos setores progressistas do partido, lançado um programa econômico desenvolvimentista na China. 
Capítulo 10 - O Capitalismo na Terceira Revolução Industrial
O sistema econômico capitalista ingressa, a partir da segunda metade da década de 1950, na chamada Terceira Revolução Industrial, que se caracterizou pelo emprego da informática e da robótica, difundindo a automação dos processos produtivos dos países centrais da economia-mundo capitalista. Isso levou a um aumento brutal da produtividade em todos os setores da economia, e à utilização de um número cada vez menor de operários. 
O Estado passa a assumir um novo papel de investidor no que se poderia chamar da área do capital social (educação, saúde, transporte, comunicações, previdência social, etc.), garantindo também os investimentos internacionais, frente aos riscos de ordem política. Essa superintervenção estatal na economia visa, na verdade, suprimir a luta de classes nas formações sociais capitalistas centrais. 
Em 1960, inclusive, diversos países na América Latina assistiram seus Estados promoverem uma política econômica de forte sentimento nacionalista. Nas áreas centrais, o Estado foi particularmente ativo empromover a internacionalização do capital, agindo principalmente a favor de um novo tipo de empresa que surge no período, a multinacional, a qual permitiu alcançar um grau de racionalidade produtiva e de maximização da lucratividade, nunca antes conseguido dentro da economia-mundo capitalista. 
A evolução estrutural do capitalismo resume-se também na tentativa de constituição de poderosos blocos econômicos supranacionais, que centralizam as áreas tecnologicamente mais desenvolvidas do sistema, impondo às periféricas, ritmos diferenciados de crescimento econômico. 
COMENTÁRIOS
O livro tem como objetivo fornecer ao leitor uma visão geral a respeito da história econômica mundial, abordando em seu texto uma análise que vai desde as formas mais primitivas de produção e trocas, até as mais sofisticadas negociações financeiras do mundo contemporâneo. 
A obra é dividida em 10 capítulos, que narram sequencialmente uma série de eventos tais como guerras, invasões, revoluções, crises e ascensões ao poder, e a influência que tais eventos exerceram na dinâmica das realidades econômicas vividas em cada região abordada, num dado período da história.
O capítulo 1 dá início à análise ao descrever os primeiros sistemas econômicos de que se tem registro, ressaltando as diferenças existentes entre as civilizações hidráulicas e comerciais. O capítulo 2 traz uma abordagem que vai desde as bases gregas do sistema econômico escravista, até a sua máxima utilização no apogeu da dominação romana. O capítulo 3 traz uma série de detalhes acerca do sistema econômico funcional, característico da Idade Média, revelando particularidades normalmente suprimidas por muitos autores e cursos de história. 
No capítulo 4 há uma atenção especial às motivações da dissolução do sistema funcional, e às condições que foram encontradas a partir de então para a expansão do comércio. O capítulo 5 descreve as estratégias de dominação utilizadas pelas áreas centrais da economia a fim subjugar as áreas periféricas e sugar suas riquezas; já o 6 narra a trajetória de ascensão do capitalismo por meio dos processos de revolução na indústria vividos por ele. O capítulo 7 trata das relações estabelecidas entre os países centrais e periféricos, isto é, do imperialismo e das formas de exploração a que os trabalhadores foram submetidos.
O capítulo 8 traz uma análise detalhada da sequência de crises enfrentadas pelo capitalismo no século XX, e a reação do mesmo a essas tensões. No 9, procura-se retratar os esforços de determinados países em formular um modelo econômico alternativo ao capitalismo, a saber, o socialismo, e como este enfrentou crises agudas em sua execução. Por fim, o capítulo 10 lança luz a uma perspectiva contemporânea do capitalismo, ressaltando o papel atual do Estado, e as mudanças rápidas e profundas que o sistema vem passando. 
A forma clara e inteligível como estão dispostas as idéias no texto facilitam a compreensão e tornam a leitura mais dinâmica e agradável. Além disso, a disposição dos temas em tópicos dentro dos capítulos permite a melhor organização da matéria, e a memorização do conteúdo, para posterior utilização. 
REFERÊNCIAS 
REZENDE, Cyro. História Econômica Geral. 8. ed. - São Paulo: Contexto, 2005.

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