Buscar

Aula 8 Vigilância epidemiológica e o processo epidêmico

Prévia do material em texto

MP
1
Professor: Marcos Paulo 
E-mail: marcospaulo011@hotmail.com
Epidemiologia -
Vigilância epidemiológica e o processo 
epidêmico 
História
 Wiliam Farr
 1839 – 1879  dados de morbidade e 
mortalidade na Inglaterra
 Embrião da moderna vigilância epidemiológica
 Inicio do século XX 
 Medidas estatais de combate a doenças infecciosas de parasitárias
 “Vigilância epidemiológica”  Campanha de Erradicação da 
Malária (1950)
 Fundamental para a erradicação de determinadas doenças
 Varíola, Poliomielite e etc
 No final do século XX foi definida como função essencial para a
Saúde Pública
 Modelos Neoliberais
História
MP
2
No Brasil
 Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (1975)
 Notificação compulsória de determinadas doenças e agravos a 
saúde
 Situações de calamidade pública (epidemias)
Órgãos responsáveis 
pelo SNVE em todos 
os Estados 
Alimentação do 
sistema de 
notificações
Alimentação do 
sistema de 
notificações
Este processo envolveu uma serie de
protocolos:
•Coleta
•Processamento
•Analise
•Interpretação
•Ações de intervenção
•Medidas de controle
•Divulgação
•Normatização
No Brasil
Planejamento
Organização
Operacionalização
Vigilância epidemiológica 
Observação ativa e permanente da distribuição e
tendência da sua incidência mediante a coleta
sistemática, consolidação e avaliação de informes
de morbidade e mortalidade assim como de outros
dados relevantes
Doenças Transmissíveis
Aumento do campo de ação da vigilância 
epidemiológica 
MP
3
Vigilância epidemiológica –
Lei 8.080
Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a
detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes de saúde
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças
ou agravos
Vigilância epidemiológica
 O maior escopo dessas ações atualmente é
chamado de vigilância a saúde
 Envolvem diversas esferas relacionadas a saúde
 Os órgãos de vigilância epidemiológica das
Secretárias de saúde visam:
Monitorar o comportamento das doenças e agravos
importantes para a Saúde Pública, bem como dos fatores
que as condicionam, em uma área geográfica ou
população definida
 Descentralização – autonomia técnico gerencial
 Enfrentamento dos problemas de saúde locais 
 Adequadas intervenções e medidas de controle
 Melhora do quadro sanitário local, estadual, nacional
Vigilância epidemiológica
INFORMAÇÃO
MP
4
Vigilância epidemiológica de doenças 
Transmissíveis
Advinda da necessidade de controlar as 
doenças transmissíveis
Notificação compulsória – Principal fonte de 
informação
•Estatísticas vitais
•Morbidade
•Mortalidade
•Infestação de vetores
•Demografia 
•Condições ambientais, socioeconômicas
Outras fontes importantes
Notificação Compulsória 
Informação para a tomada de 
Decisão/Ação
Comunicação da ocorrência de determinada doença ou
agravo à saúde feita à autoridade sanitária por
profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de
adoção de medidas de intervenção pertinentes.
Notificação Compulsória – Portaria 
n0 204 de 17 Fevereiro de 2016 
MP
5
Doença ou agravo de notificação 
compulsória 
Doença ou agravo de notificação 
compulsória 
MP
6
Doença ou agravo de notificação 
compulsória 
Lista de doenças de notificação 
compulsória
Porque uma doença entra ou saí da 
lista de notificação compulsória
Critérios 
Normas do Regulamento Sanitário Internacional
Magnitude (doenças com elevada incidência)
Potencial de Disseminação (transmissão do agente etiológico)
Gravidade ( Letalitade, Hospitalizações e sequelas)
Vulnerabilidade (Possibilidade de prevenção e controle)
Compromissos internacionais
Os estados e municípios podem ainda incluir doenças 
de importância local
MP
7
Notificação compulsória
 Os dados são incluídos no SINAN a partir dos registros
produzidos nos serviços de saúde em sua instancia local
 FICHA INDIVIDUAL DE NOTIFICAÇÃO
Preenchimento no caso de suspeita (ou confirmação) de casos de
notificação compulsória. Ficha é encaminhada pelas unidades
assistenciais aos serviços de vigilância epidemiológica
Instrumento para realizar a notificação negativa
 FICHA INDIVIDUAL DE INVESTIGAÇÃO
Roteiro de investigação para personalizado para cada
doença/agravo
Visa adquirir informações complementares para estabelecer a
relação entre fontes e mecanismos de transmissão
 Planilha de boletins e acompanhamento de surtos
 Casos vinculados a agravos inusitados. Quando não se tem
clareza da suspeita diagnóstica - inclusão em determinadas
categorias:
• Síndrome diarreica aguda; síndrome ictérica aguda; síndrome
hemorrágica febril aguda; síndrome respiratória aguda; síndrome
neurológica aguda; síndrome da insuficiência renal aguda, dentre
outras
 Casos agregados (epidemia) que não conste na lista de
notificação compulsória
 Casos agregados das doenças que constem na lista, mas cujo
volume seja tão alto que impeça o registro individual
Notificação compulsória
Outras fontes de informação 
complementares
 Laboratórios
 Casos que não detectados por meio da notificação compulsória 
 Lab – virologia, anatomopatológicos, biologia molecular e etc
 Internações hospitalares – SIH
 SIM – Sistema de mortalidade
 Imprensa e população 
MP
8
Vigilância Sentinela 
 Coleta de um subconjunto de casos
 Identificar característica; inicio/fim de uma evento
de duração limitada
Indicadores chaves que servem de alerta para
uma área
 Evento sentinela  doença prevenível,
incapacidade, morte inesperada
Unidades de Saúde, Hospitais especializados ...
 Locais sentinelas
Quando não existe a necessidade ou torna-se inviável 
conhecer a totalidade dos casos 
A tendência é 
mais importante 
que o n0 exato 
casos
Elevada 
incidência 
Processamento, análise e 
interpretação do dado 
 Consolidação sistemática periódica
 Pessoa, Tempo, Lugar
 Frequência das doenças, Cálculos de incidência,
morbidade, mortalidade, representações gráficas
de distribuição, análise estatística.
 Estabelecimento de Tendências
Planejamento  Tomada de 
decisão  Implementação de 
medidas de controle e prevenção
Subsidiar
Avaliação 
 Mensurações periódicas da eficiência do sistema de vigilância
epidemiológica
 Detectar com precisão a cada momento a situação epidemiológica dos
problemas de saúde sob vigilância e o impacto das ações de controle
 Aspectos a serem observados:
Atualidade da lista de 
agravos e doenças
Normas e procedimentos 
adotados
Cobertura da rede e 
participação das unidades
Funcionamento do fluxo de 
informações
Tipo de dados e bases 
utilizadas
Organização da doc. 
coletada/produzida 
N0 de investigações 
realizadas e sua qualidade
Quantidade e qualidade da 
análise dos dados
Retroalimentação do sistema 
de informação
Qualificação da equipe 
técnica 
Interação da rede de serviços 
e comunidade cientifica
Custos e operação e 
manutenção 
MP
9
Outras medidas quantitativas:
• Sensibilidade
• Especificidade
• Representatividade 
Algumas qualitativas
• Simplicidade
• Flexibilidade
• Aceitabilidade
Normatização
• Procedimentos técnicos embasados em conhecimentos científicos
• Medidas de prevenção e controle
• Profissionais de notório saber
• Sistematizados e consolidados nos Manuais de Vigilância Epidemiológica
Avaliação e Normatização 
Retroalimentação do Sistema 
 Retorno da informação as fontes produtoras
(unidades de saúde)
 Consolidação dos dados, analises
epidemiológicas, avaliação do impacto das
medidas de controle, informes epidemiológicosA credibilidade e a sobrevivência do sistema 
depende de que os profissionais de saúde e as 
lideranças comunitárias se sintam participantes e 
contribuintes em todo o processo
Monitoramento de doenças e 
agravos não transmissíveis (DANT)
 Avaliação da tendências dos indicadores, acompanhamento das
curvas para mortalidade, morbidade
 Prevalência dos fatores de risco
 Inquéritos de prevalência dos fatores de risco – VIGITEL
 Não existe notificação compulsória (nem a necessidade de conhecer a
totalidade dos casos)
 Incidência e prevalência dessas doenças
 Reduzindo complicações e incapacidades
 Prologando a vida com qualidade
SIM
SIH
SIA
Registro de 
Câncer (INCA)
Sistemas de 
informação
MP
10
Tendência Obesidade
Centro de Informações Estratégicas e 
Respostas em Vigilância em Saúde - CIEVS
 Rede municipal de equipes treinadas em investigação
epidemiológica de casos e epidemias
 Presente em determinados municípios
 Instância executiva da VE
 Ações imediatas de prevenção e controle
 Responsáveis por organizar e gerenciar as notificações
realizadas nos serviços de saúde
 Fundamentais para a detecção precoce e intervenções
em emergências de saúde pública nacionais e
internacionais
Estruturas Técnicos 
Operacionais
O PROCESSO EPIDÊMICO 
MP
11
Introdução
Nível endêmico
Nível epidêmico
Casos esporádicos
Inexistente
DOENÇA
Conceito de Endemia
Uma doença que ocorre de tempos em tempos em uma
população definida, sensível a flutuações, como alterações
sazonais.
A ocorrência coletiva de uma determinada doença que,
no decorrer de um largo período histórico, acomete
sistematicamente grupos humanos distribuídos em
espaços delimitados e caracterizados, mantém a sua
incidência constante
Dengue
Clima
Socioeconômica
Saneamento Básico
A relativa determinação das 
endemias
Frequência Média
• Incidência média em um determinado período de tempo
Desvio-padrão
• Variação que existe em relação a média num determinado período
de tempo
Frequência Máxima Esperada
• A máxima incidência que se pode ter para a doença (feito um 
cálculo)
Frequência Mínima Esperada
• A mínima incidência que se pode ter para a doença (feito um 
cálculo)
MP
12
A característica habitual das 
endemias
 O critério para a definição das endemias é muito variável.
 Coeficientes altíssimos ou baixíssimos são normais desde que 
constituam o habitual esperado.
Após a definição da incidência de uma
doença ao longo dos anos – 7 a 10
anos
Nos anos subsequentes a
variação seja semelhante, a partir
da definição da faixa endêmica
Diagrama de controle
É um dispositivo gráfico destinado ao acompanhamento dos
coeficientes de incidência, com o objetivo de manter a doença sob
controle.
Dinâmico e necessita ser constantemente atualizado.
A faixa endêmica poder ser calculada por meio de um período de 7
anos, eliminando-se os 2 primeiros e 2 últimos anos.
Assim, soma-se os dados dos 3 anos intermediários.
A endemicidade pode ser inferida a partir dos diagramas de
controle.
Endemicidade = intensidade do caráter endêmico.
Faixa Endêmica 
Limite superior da incidência 
normal
Limite inferior da incidência normal
incidência normal esperada
Limite Epidêmico
MP
13
Epidemia
É uma alteração espacial e cronologicamente delimitada, do
estado de saúde-doença de uma população, caracterizada por
uma elevação progressivamente crescente, inesperada e
descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada
doença, ultrapassando e reiterando valores acima do limiar
epidêmico preestabelecido
Mecanismos da epidemia
Importação e incorporação de 
casos alóctones a populações 
formadas por grande número de 
pessoas suscetíveis, com as quais a 
transmissão seja uma possibilidade 
real
Ingresso de casos 
alóctones em áreas cujas 
condições ambientais 
são favoráveis à 
propagação da doença.
Contato acidental com agentes 
infecciosos, toxinas ou produtos 
químicos, estando sujeitos grupos 
de indivíduos ou populações nas 
quais a incidência da doença 
permanecia nula até então
Modificações ocorridas 
na estrutura 
epidemiológica.
Curva epidêmica
MP
14
Abrangência das epidemias
 Surto epidêmico ou Surto
 Extremamente restrita a um espaço
 Colégio, restaurante, edifício, bairro
 Ex. Uma diarreia decorrente de uma alimentação 
estragada
 Pandemia
 Apresenta uma larga distribuição espacial
 Acomete várias nações, proporções intercontinentais
 Ex. HIV
Contextualização Atual
Referências
ALMEIDA FILHO, N; BARRETO, M. L. Epidemiologia e saúde: 
fundamentos, métodos e aplicações. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2011.
ROUQUAYROL, M.Z; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia & 
Saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: MEDSI/Guanabara 
Koogan, 2003.
MP
15

Continue navegando