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AV3 - Revisão da Matéria de Fundamentos de Estatística e Epidemiologia

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AV3 - Revisão da Matéria de Fundamentos de Estatística e Epidemiologia
· Rol / Parâmetro / Dados / Amostra / Estimativa / Absoluto / Relativo
Dados Brutos: São dados coletados e que ainda não foram numericamente ordenados. São dados primeiramente levantados ou reunidos. Possuem características aleatória (dependendo da técnica de amostragem).
Dados Absolutos: quantidade conforme coletadas no campo, na pesquisa.
Dados Relativos: Números relativos permitem uma base de comparação; Porcentagem; Índices; Coeficientes; Taxas.
Rol: Dados organizados; arranjo de dados numéricos brutos em ordem crescente ou decrescente de grandeza 
Parâmetro: Medida numérica que descreve alguma característica de uma população.
Amostra: Subconjunto representativo da população de interesse.
Estimativa: Medida numérica que descreve alguma característica da amostra.
· Gráficos
Todos os tipos de Gráficos
· Prevalência x Incidência
· Prevalência: (Foto/dado momento/hoje) – Número de casos existentes de uma doença, em um dado momento. É a medida estática (fotográfica). Indivíduos são avaliados uma única vez.
· A prevalência refere-se ao número de casos de uma doença em uma população, durante um período específico de tempo. Deste modo, ela determina o número total de casos de uma doença em uma dada população e o impacto que isso tem na sociedade, levando em consideração casos antigos e novos. O cálculo da prevalência pode ser feito de dois modos. A prevalência de período é aquela calculada com base em um período de tempo, já a prevalência pontual é calculada em cima de um ponto específico no tempo.
P=C / N
 T T 
Onde: Ct representa o número de casos prevalentes no instante T; Nt refere-se ao tamanho da população estudada, no mesmo instante T.
· Incidência: (novos casos de períodos/Intervalo de tempo) – Frequência com que surgem novos casos de uma doença, num intervalo de tempo. Há o conceito de risco. Tempo de incidência = Evento de referência T0 até o desfecho. Se não houver desfecho fica como tempo indeterminado. Taxa de incidência ou incidência acumulada.
· Incidência refere-se à taxa de manifestação de uma determinada doença. É usado para medir a taxa de ocorrência de uma doença em um determinado período, lidando com o número de novos casos diagnosticados em uma população, durante um período específico. Ele fornece informações sobre o risco das pessoas serem acometidas pela doença e é muito importante no estudo de suas causas.
TI = I/PT
 (T0, T) 
Onde: (T0,T) refere-se ao intervalo entre a origem T0 e o instante T; I representa o número de casos novos que surgiram entre T0 e T; e PT representa a quantidade de pessoas-tempo acumulada pela população, durante o estudo.
	
	Incidência
	Prevalência
	Definição
	Incidência é a taxa de manifestação de uma determinada doença.
	A prevalência é o número de casos de uma doença em uma população, durante um período específico de tempo.
	Mensura
	O surgimento da doença.
	Mede a proporção da população que já tem a doença.
	Cálculo da taxa
	A taxa de incidência é o número de novos casos de uma doença, dividido pelo número de pessoas em risco.
	A taxa de prevalência é calculada usando o número de indivíduos afetados em determinado momento, dividido pelo número total de pessoas.
	Tempo de diagnóstico de doença
	Recém diagnosticada.
	Casos de sobreviventes, diagnosticados a qualquer momento.
	Denominador
	População em risco.
	População total.
	Casos analisados
	Conta apenas novos casos.
	Conta todos os casos.
	Acompanhamento
	Requer o acompanhamento de indivíduos em uma população para identificar novos casos.
	Não necessita de acompanhamento.
	Fator de duração da doença
	Não depende da duração da doença.
	Depende da duração, pois uma longa duração acabará por aumentar a prevalência de uma doença.
	Quando é usada
	Quando se estuda causa e efeito.
	Para estimar o ônus da população de uma doença crônica.
Quanto mais elevada a incidência, ou a duração de uma doença, maior tende a ser a prevalência.
· Doenças Cíclicas
Doenças Cíclicas: Essa denominação caracteriza as oscilações periódicas de frequência. A colocação da frequência anual de certos eventos, em gráficos, permite detectar flutuações de frequências, nas quais um determinado ano sobressai, com maior número de casos, entre um ou vários anos de frequências mais baixas e muito semelhantes. Esta periodicidade independe de a tendência ser ascendente ou descendente e aparece mesmo quando não se configura qualquer tendência.
A elevação cíclica do número de casos está relacionada à presença de suscetíveis, ao lado do efeito de outros fatores que facilitam ou dificultam a transmissão de doença. Os mecanismos de intervenção, à disposição da sociedade, podem fazer com que as frequências sejam atenuadas e o padrão de periodicidade alterado. Por exemplo, a vacinação de toda a população infantil, contra sarampo, ou das pessoas em risco de febre amarela, tende a mascarar as variações cíclicas destas doenças ou mesmo fazê-las desaparecer.
A importância de estudar esse tipo de variação, bem como o de caráter sazonal, reside em que as oscilações tendem a se repetir periodicamente. Se o ritmo é conhecido, pode-se prever a sua ocorrência, o que se presta à adoção de medicas preventivas, em tempo hábil. Este conhecimento também é útil em avaliação de programas, para não tomar como fracasso ou êxitos as elevações e decréscimo periódico de incidência dos eventos.
· Doenças Sazonais
Doenças Sazonais: A denominação é usada para designar oscilações periódicas de frequências, cujos ciclos configuram ritmo sazonal. O padrão de ocorrência do dano à saúde pode estar relacionado a múltiplos fatores, tais como as condições meteorológicas e outras condições ambientais, as celebrações sociais que as acompanham, de cunho econômico, cultural, regional ou de outra natureza, e os hábitos da população. A sazonalidade destes eventos pode explicar a sazonalidade dos agravos à saúde.
A variação sazonal da temperatura, por exemplo, se caracteriza por temperatura alta no verão, e baixa, no inverno. Essas oscilações de temperatura estão associadas à maior incidência de diarreias, no verão, e de infecção transmitidas por vias respira´torias no inverno.
Um padrão de sazonalidade é também encontrado na maioria das doenças infeciosas, mas ele não é especifico deste grupo de agravos à saúde. Os acidentes de trabalhos ocorridos em épocas de colheitas agrícolas são também considerados eventos sazonais. Além disso, nas comunidades rurais pobres, o peso das pessoas, particularmente das crianças, mostra estreita relação com as estações do ano.
Doenças Irregulares
Doenças Irregulares: São alterações na frequência de agravos à saúde, devidas a acontecimentos não-previsíveis, ou pelo menos, não-enquadrados nas categorias anteriormente apresentadas. Exemplo extremos destes acontecimentos são as catástrofes naturais (terremotos) ou artificiais (Guerra, renovações). As epidemias por contaminações da água de abastecimento e os surtos de toxinfecções alimentares constituem situações relativas à variação irregular. 
· Surto x Epidemia x Pandemia x Endemia
· Surto: Acontece quando há um aumento inesperado do número de casos de determinada doença em uma região específica. Em algumas cidades, a dengue, por exemplo, é tratada como um surto e não como uma epidemia, pois acontece em regiões específicas (como um bairro).
· Epidemia: Uma epidemia irá acontecer quando existir a ocorrência de surtos em várias regiões. A epidemia a nível municipal é aquela que ocorre quando diversos bairros apresentam certa doença, a nível estadual ocorre quando diversas cidades registram casos e a nível nacional, quando a doença ocorre em diferentes regiões do país. Exemplo: Em fevereiro deste ano, vinte cidades haviam decretado epidemia de dengue.
· Pandemia: A pandemia, em uma escala de gravidade, é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se estendea níveis mundiais, ou seja, se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe suína) passou de uma epidemia para uma pandemia quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a registrar casos nos seis continentes do mundo.
· Endemia: A endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. É uma doença que se manifesta com frequência e somente em determinada região, de causa local. A Febre Amarela e malária, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região norte do Brasil.
· Diagrama de Dispersão
· Vigilância Epidemiológica
Vigilância Epidemiológica As primeiras intervenções no campo da prevenção e no controle de doenças foram orientadas pelo avanço da era bacteriológica no século XX e da descoberta dos ciclos epidemiológicos de doenças infecciosas e parasitárias. A expressão vigilância epidemiológica passou a ser usada no controle de doenças transmissíveis em 1950, com significado de: a observação sistemática e ativa de casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis e de seus contatos, sendo então uma vigilância de pessoas baseada em medidas de isolamento, aplicadas individualmente ou coletivamente (BRASIL, 2009). Em 1964 o termo “vigilância epidemiológica” é cunhado por Karel Raska, sendo essa designação utilizada primeiramente no contexto internacional (MEDRONHO, 2009). Em seguida, na 21a Assembleia Mundial de Saúde de 1968, determinou-se a abrangência do conceito de vigilância epidemiológica, sendo acrescidos, naquela ocasião, os seguintes problemas de saúde pública: doenças transmissíveis, malformações congênitas, envenenamento na infância, leucemia, abortos, acidentes e doenças profissionais, fatores de risco comportamentais, riscos ambientais, utilização de aditivos, entre outros (BRASIL, 2009). No Brasil, as ações de vigilância epidemiológica tiveram início na Campanha de Erradicação da Varíola (1966-1973), favorecendo o desenvolvimento de unidades de vigilância epidemiológica nas secretarias estaduais de saúde; e no controle da poliomielite na década de 1980, iniciando perspectivas de erradicação dessa doença no continente americano, alcançada posteriormente em 1994 (BRASIL, 2009). A 5a Conferência Nacional de Saúde de 1975 recomendou instituir o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica pelo Ministério da Saúde, tornando-se obrigatória a notificação de transmissíveis pela Lei no 6.259/75 e Decreto no 78.231/76. Em 1977, o Ministério da Saúde criou o primeiro Manual da Vigilância Epidemiológica com normas técnicas e programas de controle específicos de cada doença. Com o advento da promulgação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, em 1990, sob a Lei 8.080/90 é definida a vigilância epidemiológica como sendo um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores que condicionam à saúde individual ou coletiva, com a finalidade de adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos (MEDRONHO, 2009). Com o propósito de fornecimento de orientação técnica aos profissionais de saúde, para que os mesmos possam desenvolver ações de prevenção e controle de agravos, as atividades da vigilância epidemiológica são apoiadas em três pilares: informação, decisão e ação (TEIXEIRA et al, 2013). A atuação nestas dimensões é subsidiada para a orientação técnica aos profissionais de saúde, com responsabilidades de decidir as ações de controle de doenças e agravos com informações atualizadas sobre a ocorrência das doenças e agravos, tornando-se um instrumento para o planejamento, organização, operacionalização e normatização de atividades nos serviços de saúde. Conforme descrito na figura 4.1, a operacionalização da vigilância epidemiológica define um ciclo de funções específicas a serem desenvolvidas, como: 
• Coleta de dados; 
• Processamento dos dados; 
• Análise e interpretação dos dados; 
• Recomendação das medidas de prevenção e controle; 
• Promoção das ações de prevenção e controle indicadas; 
• Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; 
• Divulgação das informações. 
Os níveis federal, estadual e municipal do sistema de saúde realizam as funções da vigilância epidemiológica com graus variáveis. As ações executivas são do nível municipal, os níveis federal e estadual desenvolvem ações estratégicas de coordenação de ações de longo alcance, além de atuarem complementando os demais níveis. Assim, a eficiência do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica depende da interação dos diferentes níveis. De acordo com Teixeira e colaboradores (2013), a eficiência do sistema irá depender das funções articuladas nos diferentes níveis, através da coleta, tratamento e interpretação dos dados coletados para o aprimoramento das intervenções públicas na saúde. A qualidade das informações disponibilizadas para o desenvolvimento de ações dependerá da execução da coleta de dados, para, assim, constituir um processo dinâmico de planejamento, avaliação, manutenção e aprimoramento das ações. O fluxo e a periodicidade dos dados coletados correspondem às necessidades estabelecidas de acordo com os indicadores e as características próprias das doenças e agravos sob vigilância. Quando necessitar o envolvimento de outro nível do sistema, o fluxo deverá ser rápido para não ocorrer atrasos nas medidas de prevenção e controle. No Sistema de Vigilância Epidemiológica os dados a serem informados são: 
• Dados demográficos, ambientais e econômicos; 
• Dados de morbidade; 
• Dados de mortalidade; 
• Notificação de emergências de saúde pública, surtos e epidemias. 
Notificação É a comunicação da ocorrência de uma doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adotar medidas de intervenções (MEDRONHO, 2009). No Brasil, o sistema nacional de vigilância epidemiológica organiza as suas ações por meio do registro sistemático das Doenças de Notificação Compulsória. Por compulsória entende-se a obrigatoriedade da notificação, visando à cobertura universal dos agravos selecionados (MEDRONHO, 2009). O artigo 5o da portaria no 5, de 21 de fevereiro de 2006, enuncia que “os profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino, [...], são obrigados a comunicar os gestores do SUS a ocorrência de casos suspeitos ou confirmados das doenças relacionadas [...] nesta portaria. O não cumprimento desta obrigatoriedade será comunicado aos conselhos de entidades de Classe e ao Ministério Público, para que sejam tomadas as medidas cabíveis. Dessa forma, o Ministério da Saúde determina uma lista de doenças de notificação compulsória (comunicação realizada por qualquer cidadão ou profissionais da área da saúde, de uma ocorrência de doença ou agravo à saúde) que se configura por uma notificação imediata ou em até 24 horas da suspeita ou confirmação de tais doenças discriminadas na lista (comunicada por e-mail, telefone, fax ou Web). A escolha das doenças para compor a lista de notificação compulsória segue alguns critérios: 
• Magnitude - doenças de elevada frequência; 
• Potencial de disseminação – poder de transmissão da doença; 
• Transcendência – relevância da doença ou agravo por sua severidade, letalidade, hospitalização, sequelas entre outros; 
• Vulnerabilidade – disponibilidade de instrumentos específicos para prevenção e controle de doenças efetivamente; 
• Compromissos internacionais – cumprimento de metas continentais ou mundiais de controle de eliminação/erradicação de doenças. 
• Ocorrências de emergências e surtos – eventos de saúde que impliquem risco de disseminação de doenças, devendo ser notificados imediatamente. 
O Ministério da Saúde (2009) apresenta as seguintes fontes de dados para utilização da população: Estudos epidemiológicos – fontes regulares de coleta de dados; Inquérito epidemiológico – estudos realizados em uma amostra de população, quando as informações são inadequadas e insuficientes; Levantamento epidemiológico –estudos para complementar informação já existentes; Sistemas sentinelas – informações capazes de monitorar os indicadores chaves da população ou em grupos que sirvam de alerta. Estudante, é importante que compreenda que a investigação epidemiológica se trata de uma pesquisa de campo, a partir dos casos notificados, afim de: identificar fonte de infecção e modo de transmissão, identificar grupos expostos, confirmar diagnóstico, determinar características epidemiológicas; com o objetivo final de orientar medidas de controle para impedir ocorrências de novos casos. De acordo com Waldman e Rosa (2015), a vigilância de um evento adverso, específico à saúde, é composta por dois subsistemas que estão interligados aos sistemas de saúde, sob responsabilidade do Sistema Nacional de Saúde (Figura 4.2): 
1. Subsistema de informações para a agilidade das ações de controle – com o objetivo de agilizar o processo de identificação e controle de eventos adversos à saúde com ações de planejar e avaliar os programas existentes no nível local dos serviços de saúde. 2. Subsistema de inteligência epidemiológica – com o objetivo de elaborar as bases técnicas dos programas de controle de específicos eventos adversos à saúde. 
Para você obter um melhor entendimento acerca dos subsistemas de vigilância, Waldman e Rosa (2015) nos trás como exemplo que as bases técnicas para um programa de controle de difteria em Santa Catarina, na Bahia ou, talvez, na Polônia são muito semelhantes; o que irá diferir é a norma, que deve estar vinculada às características locais do comportamento da doença na comunidade, devendo também levar em consideração os recursos humanos, materiais e a tecnologia disponível para o desenvolvimento dos programas de controle. Esses subsistemas têm por função também incorporar aos serviços de saúde o novo conhecimento produzido pela pesquisa, com o objetivo de aprimorar as medidas de controle. Isso pode ser feito introduzindo esse novo conhecimento nas bases técnicas que são encaminhadas aos serviços de saúde na forma de recomendações disseminadas por boletins epidemiológicos, constituindo a ponte entre o subsistema de serviços de saúde e o subsistema de pesquisa do Sistema Nacional de Saúde.
· Vigilância Alimentar e Nutricional
A Epidemiologia Nutricional pode ser entendida como a relação do consumo, uso e utilização dos alimentos, nutrientes e eventos relacionados à saúde e ao estado nutricional; estudo da oferta do alimento do ponto de vista químico, físico ou microbiológico, pesquisando qualidade, deficiência ou excesso dos alimentos relacionados com a saúde e a doença das populações (ASSIS; BARRETO, 2013). A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) tem como propósito a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição (BRASIL, 2013). O monitoramento das situações alimentar e nutricional é uma das diretrizes da PNAN, instituída em 1999 no Brasil, centrada no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN. O SISVAN corresponde a um sistema de informações que tem como objetivo primordial promover o conhecimento contínuo sobre as condições nutricionais da população e os fatores que as influenciam, visando melhorias para que as crianças cresçam adequadamente e adotem uma alimentação saudável desde cedo, contribuindo para a qualidade de vida de toda população (SISVAN, 2015). A epidemiologia nutricional deverá fornecer dados desagregados para os distintos âmbitos geográficos, categorias de gênero, idade, raça/etnia, populações específicas (como indígenas e povos e comunidades tradicionais) e outras de interesse para um amplo entendimento da diversidade e dinâmicas nutricional e alimentar da população brasileira. O seu fortalecimento institucional possibilitará documentar a distribuição, magnitude e tendência da transição nutricional, identificando seus desfechos, determinantes sociais, econômicos e ambientais (BRASIL, 2013). O SISVAN trabalha com dados de peso, altura e indicadores do consumo alimentar em diferentes fases da vida. Tais dados são provenientes dos atendimentos realizados nos estabelecimentos de saúde ou pela Estratégia Saúde da Família e pelo Programa Agentes Comunitários de Saúde (SISVAN, 2015). Semestralmente, são registradas as informações das condicionalidades do setor saúde no sistema de gestão do Programa Bolsa Família, incluindo o acompanhamento do crescimento das crianças e a realização do pré-natal entre as gestantes. Os dados antropométricos (peso e altura) dessas crianças e das mulheres em idade fértil são registrados no sistema de gestão e são exportados para o SISVAN Web, permitindo análises sobre o perfil nutricional desses grupos (UNICEF, 2010).
O Fundo das Nações Unidas para a Infância - em inglês United Nations Children's Fund (UNICEF, 2010) trás duas situações práticas que nos mostram a utilização adequada do SISVAN, que vai além do diagnóstico e intervenção em situações distintas, conforme citadas abaixo: 
1. A partir das medidas de peso e altura de uma criança de 8 meses de idade, o SISVAN classifica seu estado nutricional e mostra que ela está com déficit de peso para idade (desnutrição energético-proteica). Os marcadores de consumo alimentar mostram que a criança alimenta-se somente de leite materno e em mamadeira. Com base nessas informações, o profissional de saúde já tem subsídios para definir a estratégia para reverter esse quadro de desnutrição e de risco de anemia, enfatizando a introdução da alimentação complementar mais variada e nutritiva e a manutenção do aleitamento materno até os 2 anos de idade. 2. A partir das medidas antropométricas do público infantil do município, tem sido observado um percentual crescente de crianças entre 5 e 10 anos de idade com sobrepeso, de acordo com a avaliação do Índice de Massa Corporal. Ao mesmo tempo, os indicadores de consumo alimentar mostram um consumo frequente de refrigerantes e alimentos ricos em açúcares e gorduras e insuficiente de frutas e verduras. Um percentual relativamente alto dessas crianças se alimenta enquanto assiste à televisão. A partir dessas informações, o profissional de saúde pode orientar os responsáveis pelas crianças com relação a uma alimentação saudável, diversificada e rica em nutrientes e à adoção de práticas adequadas para reduzir o risco de obesidade. Essas ações de promoção podem ser realizadas por meio da formação de grupos de pais, parcerias com escolas, distribuição de materiais educativos, etc. (pag. 20). 
Sampaio e colaboradores (2013) classificam recém-nascidos e adultos segundo o peso que apresentam em diferentes categorias, conforme observadas nas tabelas 4.2 e 4.3, a seguir: PESO AO NASCER (G) 
· Vigilância Ambiental
A Epidemiologia Ambiental e/ou Vigilância Ambiental em Saúde são definidas como o conjunto de ações de conhecimento e detecção de mudanças nos fatores do meio ambiente que interferem na saúde do homem, com a finalidade de desenvolver medidas de prevenção, controle dos fatores de risco das doenças e agravos (BRASIL, 2002). Para sua compreensão, com relação aos agentes químicos, o sistema deve considerar meios para atender os aspectos desta vigilância, são eles: • Vigilância dos efeitos dos poluentes à saúde; • Vigilância dos poluentes do organismo humano; • Vigilância dos poluentes do meio ambiente; • Vigilância dos fatores de risco.
Fique atento: a vigilância dos efeitos adversos dos poluentes à saúde mede de modo sistemático a ocorrência de efeitos adversos na saúde das populações sob vigilância, através da realização de investigação de surtos e de acidentes. Já a vigilância de poluentes no organismo humano, denominado monitoramento biológico, está relacionada à medição sistemática das concentrações de poluentes químicos e produtos do seu metabolismo no sangue, tecidos, secreções ou fluidos do organismo humano. A vigilância dos poluentesno ambiente prevê a medição sistematizada das concentrações de agentes ambientais nocivos, nos diferentes componentes do ambiente, como água, solo, alimentos, ambiente de trabalho, ambiente em geral e produtos específicos. A vigilância de fatores de risco é o estabelecimento de meios para a identificação sistemática de condições, situações ou características que se constituem em fatores de risco, realizando: descrição, análise, avaliação e interpretação dos resultados, assim como recomendações para prevenção e controle, distribuição dos resultados e recomendações aos grupos de interesse (BRASIL, 2002). 
Os diversos fatores do ambiente e suas interações com a vida constituem um sistema complexo, necessitando uma abordagem integrada (figura 4.4). Segundo o Programa Marco de Atenção ao Meio Ambiente da Organização Pan-Americana de Saúde (1998), destacam-se três grupos: 
• o meio físico-biológico (água, ar, solo, flora, fauna); 
• o meio socioeconômico (população, moradia, situação econômica, infraestrutura urbana, serviços de saúde, saúde do trabalhador, proteção dos alimentos e licenças de funcionamento e avaliação do impacto ambiental em saúde); 
• Dados que caracterizam o perfil da saúde da população (dados de morbidade, mortalidade, vigilância epidemiológica). 
Nesse contexto, ressaltamos que a saúde das pessoas poderá ser afetada quando sofrerem exposição a algum fator nocivo, como por exemplo, a poluição ambiental. As características dos poluentes são diferentes e os tipos de poluição também variam de um lugar para outro. Por sua vez, a exposição é diferente para os indivíduos, pode variar de acordo com suas atividades ocupacionais, hábitos, estilo de vida, fatores biológicos e situação de saúde, entre outros aspectos (BRASIL, 2002). A concepção integrada do modelo é contrária à verticalização e compreende desde a análise dos efeitos dos riscos ambientais para a saúde da população até o desenvolvimento e a implementação de processos decisórios, de políticas públicas e o manejo dos riscos.
O Ministério da Saúde (2002) destaca como prioridades na atuação da vigilância ambiental: 
• aumentar a capacidade de detecção precoce de situações de risco à saúde humana, envolvendo fatores físicos, químicos e biológicos presentes na água, ar e solo; 
• prevenir e controlar as zoonoses; 
• estabelecer ações de vigilância entomológica para monitorar e orientar as ações de controle nas doenças transmitidas por vetores; 
• analisar o impacto de mudanças ambientais e situações de catástrofes, acidentes com produtos perigosos e desastres, visando ao desencadeamento de ações preventivas. 
A vigilância ambiental dos fatores de risco não biológicos apresenta, por sua vez, como integrantes: 1) água de consumo humano; 2) contaminantes ambientais; e 3) desastres naturais e acidentes com produtos perigosos. Já no grupo de fatores de riscos biológicos, integram: 1) vetores; 2) hospedeiros e reservatórios; e 3) animais peçonhentos (BRASIL, 2002). O sistema de vigilância implica, por natureza própria, o desenvolvimento de ações primárias de investigação relativas ao estudo de surtos, de casos suspeitos, com o propósito de descartá-los ou confirmá-los, de denúncias, de situações epidemiológicas definidas, identificadas a partir de casos clínicos, ou casos suspeitos, etc.
De acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), a educação ambiental é um processo pelo qual o indivíduo e a coletividade constroem valores, conhecimento, habilidades, atitudes e competências para a conservação do meio ambiente. A educação ambiental deve ser contínua e permanente para sensibilizar a população na defesa da qualidade do meio ambiente, através de: melhorias das condições de higiene pessoal e das edificações, e proteção ao meio ambiente para que todos possam tem uma melhor qualidade de saúde (ROUQUAYROL; SILVA, 2013). Para os pesquisadores Hertz-Picciotto (2011) e Bonita e colaboradores (2013), com a globalização, os dados da epidemiologia ambiental têm demonstrado importantes informações: o que antes eram prioridades em países ocidentais (exemplo: escapes de veículos a motor), hoje todos estão com os mesmos problemas; a poluição não respeita as fronteiras nacionais, detritos industriais derramados em rios, lagos e oceanos estão sendo encontrados nas praias a milhares de distância; o uso excessivo de fertilizantes são repetidos várias vezes na mesma região; doenças infecciosas estão ressurgindo como ameaças importantes; alterações planetárias, depleção de ozônio e aumento da exposição à radiação UVB; elevação da temperatura global, eventos climáticos extremos aparecendo em maior frequência (chuvas fortes, tempestades, secas e ondas de calor) entre outros acontecimentos. 
· Transição Demográfica e Epidemiológica
· Transição Demográficas – Populações antigas – alta mortalidade. Crescimento progressivo da população com registro de alta mortalidade em catástrofe, aproximando número de mortes do número de nascimentos. As pessoas cassavam cedo e morriam cedo. Esperança de vida ao nascer era de 20 anos.
A história recente mudou muito. Redução de catástrofe, industrialização e desenvolvimento das sociedades reduziu a mortalidade. Isso acelerou o crescimento populacional.
De Acordo com Perez (2005) ao  final do século XIX e princípios do XX, partindo dos interesses por aprofundar nas tendências da população, sobretudo na procura de uma explicação na diminuição dos níveis de fecundidade em muitos países da Europa Ocidental, tinha lugar o surgimento que se denomina a “Teoria da Transição Demográfica”.
Transição demográfica referem-se essencialmente às tentativas de explicação para as transformações operadas nas populações dos países industrializados, entre meados do século XIX e meados do século XX (Infopédia, 2003 -2009).
Esta teoria trata de explicar a evolução da população desde níveis altos de mortalidade e fecundidade até outros cada vez mais baixos para estabelecer o nexo causal entre a população e o desenvolvimento socioeconômico ao longo dos últimos cem anos na Europa, assumindo as transformações econômicas e sociais do crescimento econômico capitalista baixo a influência da modernização industrial (PEREZ 2005).
Segundo Brito (2008) a transição demográfica é um dos fenômenos estruturais mais importantes que tem marcado a economia e a sociedade brasileiras desde a segunda metade do século passado.
Segundo Freire (2008) para explicar as alterações na evolução da população são usados modelos demográficos, sendo o mais aceito, o modelo de transição demográfica. Segundo este modelo a população evolui em quatro fases.
1 Regime demográfico primitivo ou pré–industrial: caracteriza-se por registrar elevadas taxas de natalidade e de mortalidade
2 Primeira Transição: produz-se uma diminuição da mortalidade, como conseqüência das melhorias alimentares e de assistência medica e sanitária mas mantém-se uma elevada natalidade o que provoca um acentuado crescimento da população.
3 Segunda Transição: a natalidade começa a diminuir e a mortalidade continua a descer embora mais lentamente.
4 Regime democrático moderno: as taxas de mortalidade atingem os mínimos biológicos e as de natalidade são muitos baixas. O crescimento é fraco, podendo mesmo haver um decréscimo populacional.
 
· Transição Epidemiológicas - Nos últimos 100 anos nos Países industrializados houve grande mudança do perfil epidemiológico, com menos doenças infecciosas e parasitárias e aumento das doenças crônicas-degenerativas (principalmente cardiovasculares). Países em desenvolvimento sofreram semelhantes mudanças nos últimos 30-40 anos. No Brasil, houve mudanças a partir de 1960, chegando a um perfil epidemiológico polarizado, mas prevalece alta as endemias rurais (chagas, esquistossomose, malária localizada), surtos de dengue e hanseníase.
Estágios da Transição Epidemiológica
De acordo com Medronho a transição epidemiológica tem como premissa: que e a mortalidade e a fecundidade são as forças mais importantes da dinâmica populacional; e que durante a transição epidemiológicaocorrem mudanças lentas e longa duração nos padrões de mortalidade e morbidade, com substituição gradual das pandemias de doenças infecciosas e parasitárias e da deficiência nutricional, pela doenças crônico degenerativas e aquelas provocadas pelo homem (causas externas).
Ainda segundo o mesmo autor, as mudança de mortalidade, nos padrões de causas de morbidade e mortalidade e na fecundidade distinguem cinco principais estágios da transição epidemiológica.
Estágio 1: Fome e pestilências
· Duração até o fim da idade média;
· Alta natalidade;
· Alta mortalidade – doenças infecciosas;
· Endemias, epidemias, pandemias;
· Expectativa de vida de 20 a 40 anos;
· Crescimento demográfico lento.
Estágio 2: Declínio das pandemias
· Da Renascença até a Revolução Industrial;
· Progressiva diminuição das pandemias;
· Doenças infecciosas como principal causa de morte;
· Expectativa de vida de 40 anos;
· Queda da mortalidade e natalidade alta aumento da população.
Estágio 3: Doenças degenerativas e provocadas pelo homem
· Da Revolução Industrial até meados do século XX;
· Maior disponibilidade de alimentos;
· Melhores condições de moradia;
· Saneamento básico;
· Declínio das doenças infecciosas;
· Doenças cardiocirculatórias e neoplasias;
· Expectativa de vida acima de 70 anos;
· Desaceleração do crescimento populacional.
Estágio 4: Declínio da mortalidade por doenças cardiovasculares
· Envelhecimento populacional;
· Modificação de Estilo de Vida;
· Doenças Emergentes;
· Ressurgimento de Doenças.
Estágio 5: Período de longevidade paradoxal
· Emergência de doenças enigmáticas;
· Capacitação tecnológica para a sobrevivência do inapto.
Modelos de Transição Epidemiológico
Segundo Pereira o modelo de transição epidemiológica no Brasil é denominado contemporâneo ou retardado, diferentemente dos países desenvolvidos que é uma evolução gradual. Nesses países os fatores determinantes são eco biológico e socioeconômico, enquanto o nosso é influenciado pela introdução maciça de tecnologia e assistência médica.
· Medida de Dispersão
A – Amplitude
Essa medida de dispersão é definida como a diferença entre a maior e a menor observação de um conjunto de dados, isto é:
A = Xmaior - Xmenor
Por ser uma medida que não leva em consideração como os dados estão efetivamente distribuídos, não é muito utilizada.
S² - Variância
A variância é determinada pela média dos quadrados das diferenças entre cada uma das observações e a média aritmética da amostra. O cálculo é feito com base na seguinte fórmula:
Sendo,
V: variância
xi: valor observado
MA: média aritmética da amostra
n: número de dados observados
S – Desvio Padrão
O desvio padrão é definido como a raiz quadrada da variância. Desta forma, a unidade de medida do desvio padrão será a mesma da unidade de medida dos dados, o que não acontece com a variância.
Assim, o desvio padrão é encontrado fazendo-se:
Quando todos os valores de uma amostra são iguais, o desvio padrão é igual a 0. Sendo que, quanto mais próximo de 0, menor é a dispersão dos dados.
CV – Coeficiente de Variação
Para encontrar o coeficiente de variação, devemos multiplicar o desvio padrão por 100 e dividir o resultado pela média. Essa medida é expressa em porcentagem.
O coeficiente de variação é utilizado quando precisamos comparar variáveis que apresentam médias diferentes.
Como o desvio padrão representa o quanto os dados estão dispersos em relação a uma média, ao comparar amostras com médias diferentes, a sua utilização pode gerar erros de interpretação.
Desta forma, ao confrontar dois conjuntos de dados, o mais homogêneo será aquele que apresentar menor coeficiente de variação.

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