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AULA 05 PODER LEGISLATIVO E ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS BRUNO LORENCINI - 4 SEM - MAC

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SEPARAÇÃO DE 
PODERES
Prof. Dr. Bruno César Lorencini
FUNDAMENTOS DA SEPARAÇÃO DE PODERES
Princípio da separação de poderes
 Aristóteles - “A política”
 Montesquieu – “O espírito das leis”
 Locke - “Segundo tratado sobre o governo”
LOCKE
ÓRGÃOS
(BIPARTIÇÃO)
EXECUTIVO
(FEDERATIVO)
LEGISLATIVO
MONTESQUIEU
ÓRGÃOS
(TRIPARTIÇÃO)
EXECUTIVO
JUDICIAL
LEGISLATIVO
ARISTÓTELES
FUNÇÕES
(TRIPARTIÇÃO)
EXECUTIVA
JUDICIAL
LEGISLATIVA
FUNDAMENTOS DA SEPARAÇÃO DE PODERES
Charles Louis de Secondat, Barão de La Brede e de Montesquieu- 1689-1755
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FUNDAMENTOS DA SEPARAÇÃO DE PODERES
▪ Princípio da separação de poderes
▪ Montesquieu, “O espírito das Leis”:
“(...) trata-se de uma experiência eterna que todo
homem que possui poder é levado a dele abusar; ele vai
até onde encontra limites. Quem diria! Até a virtude
precisa de limites.
Para que não se possa abusar do poder, é preciso que,
pela disposição das coisas, o poder limite o poder. (...)”
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FUNDAMENTOS DA SEPARAÇÃO DE PODERES
▪ Princípio da separação de poderes
▪ Montesquieu, “O espírito das Leis”:
“Quando, na mesma pessoa ou no mesmo órgão, o
poder legislativo está reunido ao poder executivo, não
existe liberdade; porque se pode temer que o mesmo
monarca ou o mesmo senado crie leis tirânicas para
executá-las tiranicamente”
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FUNDAMENTOS DA SEPARAÇÃO DE PODERES
▪ Princípio da separação de poderes
▪ Montesquieu, “O espírito das Leis”:
“Tampouco existe liberdade se o poder de julgar não for
separado do poder legislativo e do poder executivo. Se
estivesse unido ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a
liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria
legislador. Se estivesse unido ao poder executivo, o juiz
poderia ter a força de um opressor”
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FUNDAMENTOS DA SEPARAÇÃO DE PODERES
▪ Princípio da separação de poderes
▪ Montesquieu, “O espírito das Leis”:
“Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo
órgão dos principais, dos nobres ou do povo exercesse
os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as
resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as
querelas entre os particulares.”
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PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES NA CF/1988
▪ Tecnicamente o poder é uno:
Art. 1°, parágrafo único: “Todo o poder emana do 
povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição.”
▪ Há, entretanto, diversas funções.
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PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES NA CF/1988
▪ Art. 2º “São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário”
▪ É cláusula pétrea expressa (Art. 60, § 4°, III):
“Art. 60. Não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir:
(...) III - a separação dos Poderes;”
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PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES NA CF/1988
Pelo princípio da simetria os entes da Federação
devem observar a separação de poderes na
estruturação do exercício do poder político em
suas respectivas esferas.
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PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES NA CF/1988
▪ Pressupostos da separação de poderes
▪ Especialização funcional
▪Cada órgão exerce uma das funções (precipuamente)
Funções típicas
Funções atípicas
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PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES NA CF/1988
▪ Pressupostos da separação de poderes
▪ Independência orgânica
▪Não há subordinação entre os órgãos P
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PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES NA CF/1988
▪ Doutrina moderna:
▪ Colaboração entre os poderes
▪ Poderes independentes Autogestão
▪ Poderes harmônicos Cortesia, respeito
▪ Separação não absoluta exercício subsidiário de 
funções atípicas
▪ Freios e contrapesos (checks and balances)
▪ Abandono do Estado legicêntrico
▪ Hipertrofia do Poder Executivo
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QUESTÕES CONTROVERTIDAS ATUAIS SOBRE 
SEPARAÇÃO DE PODERES 
▪ Ativismo judicial e jurisdição constitucional;
▪ Conselhos participativos da sociedade e Poder 
Legislativo- decreto 8243/2014. 
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PODER LEGISLATIVO
Estatuto dos Congressistas
Prof. Dr. Bruno César Lorencini
PODER LEGISLATIVO
▪ O Poder Legislativo foi fundamental para a
formação do moderno Estado de Direito e
para a Democracia.
PODER LEGISLATIVO
▪ Funções do Poder Legislativo:
▪ Típicas
▪ Legislar
▪ Fiscalizar (Contas Públicas, CPI)
▪ Atípicas
▪ Administrar (auto-administração)
▪ Julgar (crimes de responsabilidade)
PODER LEGISLATIVO
▪ Modelos de Poder Legislativo:
▪ Unicameral
▪ Bicameral
▪ Instância revisora (controle interno do Poder Legislativo 
- Montesquieu)
▪ Federação
▪Representação popular
▪Representação das entidades federadas
PODER LEGISLATIVO NA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
▪ Congresso Nacional (arts. 44 e ss.): Câmara dos Deputados
e Senado Federal
▪ Assembleias Legislativas (art. 27)
▪ Câmara Distrital (art. 32)
▪ Câmaras de Vereadores (arts. 29 e ss.)
▪ Previsão de uma “Câmara Territorial” nos territórios com
mais de cem mil habitantes, com “ competência
deliberativa” (art. 33,§ 3°).
PODER LEGISLATIVO NA CF/88
▪ Número de Deputados Federais
▪ Art. 45, § 1º - “O número total de Deputados, bem
como a representação por Estado e pelo Distrito Federal,
será estabelecido por lei complementar,
proporcionalmente à população, procedendo-se aos
ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para
que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha
menos de oito ou mais de setenta Deputados.”
▪ Art. 45, § 2º - “ Cada Território elegerá quatro
Deputados.”
PODER LEGISLATIVO NA CF/88
▪ Número de Deputados Estaduais
▪ Art. 27. O número de Deputados à
Assembléia Legislativa corresponderá ao
triplo da representação do Estado na
Câmara dos Deputados e, atingido o
número de trinta e seis, será acrescido de
tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.
▪ SP- 70 federais- (12x 3)+ (58x 1) = 94
PODER LEGISLATIVO NA CF /88
▪ Atribuições do Congresso Nacional - art. 48 da CF
com sanção do Presidente da República
▪ Competência exclusiva do Congresso Nacional-
art. 49 da CF – independe da sanção do
Presidente da República
▪ Convocação de Ministros- art. 50 da CF
PODER LEGISLATIVO NA CF/88
▪ Atribuições do Congresso
▪ Art. 51. Competência privativa da
Câmara dos Deputados.
▪ Art. 52. Competência privativa do
Senado
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Imunidades Parlamentares
▪ Art. 53. Os Deputados e Senadores são
invioláveis, civil e penalmente, por
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 35, de 2001)
▪ Trata-se de imunidade material.
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Imunidades Parlamentares
▪ “(…) 1. A imunidade parlamentar material, que confere
inviolabilidade, naesfera civil e penal, a opiniões, palavras e
votos manifestados pelo congressista (CF, art. 53, caput),
incide de forma absoluta quanto às declarações proferidas
no recinto do Parlamento. 2. Os atos praticados em local
distinto escapam à proteção absoluta da imunidade, que
abarca apenas manifestações que guardem pertinência,
por um nexo de causalidade, com o desempenho das
funções do mandato parlamentar. (…)” (STF, RE 299109
AgR, Rel. Min. luiz fux, Primeira Turma, j. em 03/05/2011)
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Imunidades Parlamentares
▪ Art. 53.§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a
expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
▪ Trata-se de prerrogativa de foro em matéria
penal, não eleitoral ou de improbidade.
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Imunidades Parlamentares
▪ § 2º Desde a expedição do diploma, os
membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que,
pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Imunidades Parlamentares
▪ § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou
Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa
respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus
membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Imunidades Parlamentares
▪ § 4º O pedido de sustação será apreciado pela
Casa respectiva no prazo improrrogável de
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela
Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
▪ § 5º A sustação do processo suspende a
prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Imunidades Parlamentares
▪ § 6º Os Deputados e Senadores não serão
obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do
mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35,
de 2001)
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Imunidades Parlamentares
▪ § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores
subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser
suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional,
que sejam incompatíveis com a execução da
medida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 35,
de 2001)
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Perda do Mandato
▪ Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou
Senador:
▪ I - que infringir qualquer das proibições
estabelecidas no artigo anterior;
OBS: Art. 54. vedações dos parlamentares desde
a expedição do diploma (inciso I) e desde a
posse (inciso II).
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Perda do Mandato de Deputado e Senador
▪ Art. 55.
▪ A) infração das vedações do artigo 54;
▪ B) conduta incompatível com o decoro parlamentar;
▪ C) ausência injustificada à terça parte das sessões
ordinárias
▪ D) perda ou suspensão dos direitos políticos
▪ E) perda do cargo decretada pela Justiça Eleitoral
▪ F) condenação criminal transitada em julgado
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Forma da Perda do Mandato de Deputado e Senador
§ 1º e§ 2º
▪ Nos casos de infração à vedação, quebra do decoro e
condenação criminal a Câmara ou o Senado por voto
aberto decide sobre a perda do cargo.
▪ Nos casos de ausência injustificada, perda ou
suspensão dos direitos políticos e decreto da Justiça
eleitoral a Mesa da Casa declara a perda do cargo.
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Perda do Mandato
▪ Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda
ou suspensão só se dará nos casos de:
▪ I - cancelamento da naturalização por sentença transitada
em julgado;
▪ II - incapacidade civil absoluta;
▪ III - condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos;
▪ IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
▪ V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37,§
4º.
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Perda do Mandato
▪ A condenação criminal gera perda automática do cargo?
▪ Na AP 470 (mensalão) o STF entendeu por maioria que
sim. Posteriormente no julgamento da AP 565(Senador Ivo
Cassol) entendeu que não, pois dependeria de decisão da
Casa Legislativa.
▪ No MS 32326(caso DONADON- condenado a 8 anos pelo
STF e com a manutenção do cargo pela Câmara) entendeu
que se o parlamentar for condenado a regime fechado
superior ao restante do mandato há perda automática.
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Perda do Mandato
▪ Iniciado o processo que vise ou possa levar à perda
do mandato a renúncia do parlamentar tem seus
efeitos suspensos.
▪ Não enseja a perda do cargo a assunção do cargo
de Ministro de Estado, Governador de Território,
Secretário de Estado, do Distrito Federal, de
Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de
missão diplomática temporária por parlamentar.
PODER LEGISLATIVO NA CF/1988
▪ Perda do Mandato
▪ Também não perde o parlamentar licenciado por
motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que,
neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e
vinte dias por sessão legislativa.
O suplente é convocado nos casos de vaga, se não
houver suplente e se faltar mais de quinze meses
para o término do mandato há eleição.

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